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1 AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM EM PROCESSO Caderno do Professor 2ª série Ensino Médio Língua Portuguesa São Paulo 3º Bimestre de 2019 24ª edição 2 APRESENTAÇÃO A Avaliação da Aprendizagem em Processo – AAP - se caracteriza como ação desenvolvida de modo colaborativo entre a Coordenadoria Pedagógica e a Coordenadoria de Informação, Tecnologia, Evidência e Matrícula. Iniciada em 2011, em apenas dois anos/séries, foi gradativamente sendo expandida e desde 2015 está abrangendo todos os alunos do Ensino Fundamental e Ensino Médio além de, continuamente, aprimorar seus instrumentos e formas de registro. A AAP, fundamentada no Currículo do Estado de São Paulo, propõe o acompanhamento da aprendizagem das turmas e alunos, de forma individualizada, tendo caráter diagnóstico. Tem como objetivo apoiar as unidades e os docentes na elaboração de estratégias adequadas, a partir da análise de seus resultados, que contribuam efetivamente para melhoria da aprendizagem e desempenho dos alunos, especialmente nas ações de recuperação contínua. As habilidades selecionadas para a AAP, em Língua Portuguesa e Matemática, passaram a ter como referência, a partir de 2016, a Matriz de Avaliação Processual elaborada pela COPED e já disponibilizada à rede. Nas edições de 2019 prossegue esse mesmo referencial assim como, nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental permanece a articulação com as expectativas de aprendizagem de Língua Portuguesa e Matemática e com os materiais do Programa Ler e Escrever e Educação Matemática nos Anos Iniciais – EMAI. Além da formulação dos instrumentos de avaliação, na forma de cadernos de provas para os alunos, também foram elaborados os respectivos Cadernos do Professor, com orientações específicas para os docentes, contendo instruções para a aplicação da prova (Anos Iniciais), quadro de habilidades de cada prova, exemplar da prova, gabarito, orientações para correção (Anos Iniciais), grade de correção e recomendações pedagógicas gerais. Estes subsídios, agregados aos registros que o professor já possui e juntamente com as informações incorporadas na Plataforma Foco Aprendizagem, a partir dos dados inseridos pelos docentes no SARA – Sistema de Acompanhamento dos Resultados de Avaliações – devem auxiliar no planejamento, replanejamento e acompanhamento das ações pedagógicas, mobilizando procedimentos, atitudes e conceitos necessários para as atividades de sala de aula, sobretudo aquelas relacionadas aos processos de recuperação das aprendizagens. COORDENADORIA PEDAGÓGICA COPED COORDENADORIA DE INFORMAÇÃO, TECNOLOGIA, EVIDÊNCIA E MATRÍCULA - CITEM 3 Avaliação da Aprendizagem em Processo – Língua Portuguesa A Avaliação da Aprendizagem em Processo (AAP), em sua 24ª edição, tem o intuito de apoiar o trabalho do professor em sala de aula e de subsidiar a elaboração de seu plano de aula, tendo em vista os processos de recuperação da aprendizagem dos alunos. As provas para essa avaliação são compostas por doze questões de múltipla escolha, com quatro alternativas, para todos os anos do Ensino Fundamental (Anos Finais) e cinco alternativas para todas as séries do Ensino Médio. As questões foram formuladas a partir de seis habilidades constantes na Matriz de Avaliação Processual. O Caderno do Professor – instrumento pedagógico para o docente de Língua Portuguesa – traz a descrição das habilidades selecionadas de cada prova, o gabarito, as observações pedagógicas para as alternativas propostas e as referências bibliográficas, consultadas ao elaborar o material. Lembramos que, a cada aplicação, os itens são testados e avaliados pelos professores e pelos gestores das escolas da rede estadual. Alguns desses itens, provavelmente, precisarão ser modificados ou, por vezes, substituídos, de modo a garantir a eficácia da proposta e a reforçar seu caráter processual. Equipe de Língua Portuguesa 4 AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM EM PROCESSO 2ª série Ensino Médio – 3º bimestre/2019 - 24ª Edição Língua Portuguesa – Caderno do Professor Questão Gabarito Habilidade 01 C MP026 - Inferir informação implícita em textos verbais (parábola/apólogo, narrativa alegórica, fábula, conto, poema). 02 E MP024 - Identificar a finalidade de um texto (parábola/apólogo, narrativa alegórica, fábula, conto, poema). 03 B MP031 - Identificar recursos semânticos expressivos (figuras de linguagens; neologismos) em um texto (parábola/apólogo, narrativa alegórica, fábula, conto, poema). 04 D MP028 - Reconhecer os elementos constitutivos da organização de um texto (parábola/apólogo, narrativa alegórica, fábula, conto, poema. 05 E MP033 - Reconhecer o efeito de sentido produzido pelo uso de recursos morfossintáticos (preposição, conjunção, período composto por coordenação e período composto por subordinação) em um texto (parábola/apólogo, narrativa alegórica, fábula, conto, poema). 06 A MP024 - Identificar a finalidade de um texto (parábola/apólogo, narrativa alegórica, fábula, conto, poema. 07 D MP028 - Reconhecer os elementos constitutivos da organização de um texto (parábola/apólogo, narrativa alegórica, fábula, conto, poema). 08 C MP027 - Reconhecer a presença de valores culturais, sociais e/ou humanos em contextos literários. 09 D MP033 - Reconhecer o efeito de sentido produzido pelo uso de recursos morfossintáticos (preposição, conjunção, período composto por coordenação e período composto por subordinação) em um texto (parábola/apólogo, narrativa alegórica, fábula, conto, poema). 10 C MP027 - Reconhecer a presença de valores culturais, sociais e/ou humanos em contextos literários. 11 E MP026 – Inferir informação implícita em textos verbais (parábola/apólogo, narrativa alegórica, fábula, conto, poema). 12 A MP031 - Identificar recursos semânticos expressivos (figuras de linguagens; neologismos) em um texto (parábola/apólogo, narrativa alegórica, fábula, conto, poema). 5 AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM EM PROCESSO 2ª série EM – 3º bimestre 2019 - 24ª Edição Língua Portuguesa – Caderno do Professor Leia o texto e responda à questão 01. O arquivo No fim de um ano de trabalho, joão obteve uma redução de quinze por cento em seus vencimentos. joão era moço. Aquele era seu primeiro emprego. Não se mostrou orgulhoso, embora tenha sido um dos poucos contemplados. Afinal, esforçara-se. Não tivera uma só falta ou atraso. Limitou-se a sorrir, a agradecer ao chefe. No dia seguinte, mudou-se para um quarto mais distante do centro da cidade. Com o salário reduzido, podia pagar um aluguel menor. Passou a tomar duas conduções para chegar ao trabalho. No entanto, estava satisfeito. Acordava mais cedo, e isto parecia aumentar-lhe a disposição. Dois anos mais tarde, veio outra recompensa. O chefe chamou-o e lhe comunicou o segundo corte salarial. Desta vez, a empresa atravessava um período excelente. Aredução foi um pouco maior: dezessete por cento. Novos sorrisos, novos agradecimentos, nova mudança. Agora joão acordava às cinco da manhã. Esperava três conduções. Em compensação, comia menos. Ficou mais esbelto. Sua pele tornou-se menos rosada. O contentamento aumentou. Prosseguiu a luta. Porém, nos quatro anos seguintes, nada de extraordinário aconteceu. joão preocupava-se. Perdia o sono, envenenado em intrigas de colegas invejosos. Odiava-os. Torturava-se com a incompreensão do chefe. Mas não desistia. Passou a trabalhar mais duas horas diárias. Uma tarde, quase ao fim do expediente, foi chamado ao escritório principal. Respirou descompassado. — Seu joão. Nossa firma tem uma grande dívida com o senhor. 6 joão baixou a cabeça em sinal de modéstia. — Sabemos de todos os seus esforços. É nosso desejo dar-lhe uma prova substancial de nosso reconhecimento. O coração parava. — Além de uma redução de dezesseis por cento em seu ordenado, resolvemos, na reunião de ontem, rebaixá-lo de posto. A revelação deslumbrou-o. Todos sorriam. — De hoje em diante, o senhor passará a auxiliar de contabilidade, com menos cinco dias de férias. Contente? Radiante, joão gaguejou alguma coisa ininteligível, cumprimentou a diretoria, voltou ao trabalho. Nesta noite, joão não pensou em nada. Dormiu pacífico, no silêncio do subúrbio. Mais uma vez, mudou-se. Finalmente, deixara de jantar. O almoço reduzira-se a um sanduíche. Emagrecia, sentia-se mais leve, mais ágil. Não havia necessidade de muita roupa. Eliminara certas despesas inúteis, lavadeira, pensão. Chegava em casa às onze da noite, levantava-se às três da madrugada. Esfarelava-se num trem e dois ônibus para garantir meia hora de antecedência. A vida foi passando, com novos prêmios. Aos sessenta anos, o ordenado equivalia a dois por cento do inicial. O organismo acomodara-se à fome. Uma vez ou outra, saboreava alguma raiz das estradas. Dormia apenas quinze minutos. Não tinha mais problemas de moradia ou vestimenta. Vivia nos campos, entre árvores refrescantes, cobria-se com os farrapos de um lençol adquirido há muito tempo. O corpo era um monte de rugas sorridentes. Todos os dias, um caminhão anônimo transportava-o ao trabalho. Quando completou quarenta anos de serviço, foi convocado pela chefia: — Seu joão. O senhor acaba de ter seu salário eliminado. Não haverá mais férias. E sua função, a partir de amanhã, será a de limpador de nossos sanitários. O crânio seco comprimiu-se. Do olho amarelado, escorreu um líquido tênue. A boca 7 tremeu, mas nada disse. Sentia-se cansado. Enfim, atingira todos os objetivos. Tentou sorrir: — Agradeço tudo que fizeram em meu benefício. Mas desejo requerer minha aposentadoria. O chefe não compreendeu: — Mas seu joão, logo agora que o senhor está desassalariado? Por quê? Dentro de alguns meses terá de pagar a taxa inicial para permanecer em nosso quadro. Desprezar tudo isto? Quarenta anos de convívio? O senhor ainda está forte. Que acha? A emoção impediu qualquer resposta. joão afastou-se. O lábio murcho se estendeu. A pele enrijeceu, ficou lisa. A estatura regrediu. A cabeça se fundiu ao corpo. As formas desumanizaram-se, planas, compactas. Nos lados, havia duas arestas. Tornou-se cinzento. João transformou-se num arquivo de metal. GIÚDICE, Vitor. O arquivo. In: Moriconi, Ítalo. Os Cem Melhores Contos Brasileiros do Século. Editora Objetiva: Rio de Janeiro, 2000 p. 382. Habilidade MP026 - Inferir informação implícita em textos verbais (parábola/apólogo, narrativa alegórica, fábula, conto, poema). Questão 01 A leitura do texto nos permite afirmar que o autor A) valoriza a relação entre empregados e patrões. B) critica as pessoas que requerem aposentadoria cedo. C) propõe uma crítica à exploração nas relações de trabalho. D) incentiva os leitores a trabalharem com mais dedicação. E) expõe a condição confortável da vida de João 8 GRADE DE CORREÇÃO ALTERNATIVAS OBSERVAÇÕES A) valoriza a relação entre empregados e patrões. Resposta incorreta. O texto de Vitor Giúdice propõe uma crítica às relações de trabalho baseadas na exploração da mão de obra, portanto, indica o oposto do que a alternativa apresenta. B) critica as pessoas que requerem aposentadoria cedo. Resposta incorreta. Há uma citação à aposentadoria no texto. Mas nada do que é informado pode basear a afirmação descrita na alternativa. Não há essa crítica no texto. C) propõe uma crítica à exploração nas relações de trabalho. Resposta correta. O texto de Vitor Giudice propõe uma crítica às relações de trabalho baseadas na exploração da mão de obra, mostrando um processo de desumanização da personagem. D) incentiva os leitores a trabalharem com mais dedicação. Resposta incorreta. Não há nada no texto que respalde essa afirmação. Todo o texto é construído com um olhar crítico sobre as relações de trabalho. E) expõe a condição confortável da vida de João. Resposta incorreta. João leva uma vida miserável que vai se deteriorando, conforme a exploração, em seu trabalho, vai se ampliando com o passar dos anos. 9 Leia o texto e responda à questão 02. A canção do africano Castro Alves “[…] O escravo então foi deitar-se, Pois tinha de levantar-se Bem antes do sol nascer, E se tardasse, coitado, Teria de ser surrado, Pois bastava escravo ser. E a cativa desgraçada Deita seu filho, calada, E põe-se triste a beijá-lo, Talvez temendo que o dono Não viesse, em meio do sono, De seus braços arrancá-lo!” ALVES, Castro. A canção do africano. Disponível em: <http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/jp000009.pdf>. Acesso em: 02 jul. 2019. 10 Habilidade MP024 - Identificar a finalidade de um texto (parábola/apólogo, narrativa alegórica, fábula, conto, poema). O poema de Castro Alves tem por finalidade A) criticar a forma como a mãe trata seu filho. B) descrever uma rotina de trabalho de pessoas maltratadas. C) ressaltar a maneira como crianças eram retiradas das mães. D) relatar o procedimento dos senhores para punir seus escravos. E) expor a condição desumana no tratamento com os escravos. GRADE DE CORREÇÃO ALTERNATIVAS OBSERVAÇÕES A) criticar a forma como a mãe trata seu filho. Resposta incorreta. Não é proposta essa crítica no texto. É apresentada uma preocupação de uma mãe com relação ao filho. B) descrever uma rotina de trabalho de pessoas maltratadas. Resposta incorreta. Não há no texto uma descrição da rotina de trabalho dos povos escravizados. Há uma críticaà forma como eram tratados. C) ressaltar a maneira como crianças eram retiradas das mães. Resposta incorreta. Há a denúncia em relação a isso na última estrofe, mas não há maiores detalhes sobre como essa situação ocorria. D) relatar o procedimento dos senhores para punir seus escravos. Resposta incorreta. Não há no poema relatos sobre procedimentos de punição. Há a constatação de que bastava ser escravo para ser punido. 11 E) expor a condição desumana no tratamento com os escravos. Resposta correta. Castro Alves era um abolicionista convicto. Sua obra tinha como característica a denúncia social, explicitando a condição desumana na qual eram tratados os povos africanos que foram escravizados e trazidos para o Brasil. Leia o texto e responda à questão 03. Desencanto Manuel Bandeira Eu faço versos como quem chora De desalento [...] de desencanto [...] Fecha o meu livro, se por agora Não tens motivo nenhum de pranto. Meu verso é sangue. Volúpia ardente [...] Tristeza esparsa [...] remorso vão [...] Dói-me nas veias. Amargo e quente, Cai, gota a gota, do coração. E nestes versos de angústia rouca, Assim dos lábios a vida corre, Deixando um acre sabor na boca. – Eu faço versos como quem morre. BANDEIRA, M. Desencanto. In: A Cinza das Horas. Rio de Janeiro; Nova Fronteira, 2010. 12 Habilidade MP031 - Identificar recursos semânticos expressivos (figuras de linguagens; neologismos) em um texto (parábola/apólogo, narrativa alegórica, fábula, conto, poema). Questão 03 No verso “Meu verso é sangue. Volúpia ardente”, o trecho destacado constitui uma figura de linguagem denominada A) antítese. B) metáfora. C) eufemismo. D) metonímia. E) prosopopeia. GRADE DE CORREÇÃO ALTERNATI VAS OBSERVAÇÕES A) antítese. Resposta incorreta. A figura de linguagem em que se colocam, lado a lado, ideias opostas, é denominada antítese (FARACO, MOURA, 1998, p. 576). Essa definição não se aplica ao trecho destacado no poema. B) metáfora. Resposta correta. Na segunda estrofe, que começa com o verso “Meu verso é sangue. Volúpia ardente [...]”. A comparação entre verso e sangue acontece de maneira implícita, sem o uso 13 de termos conectores. É, portanto, uma metáfora. C) eufemismo. Resposta incorreta. Não há, nos versos, o uso de eufemismo, que, de acordo com FARACO; MOURA (1998, p. 579), é a “substituição de palavra ou expressão considerada cruel, imoral, obscena, ofensiva, por outra de sentido mais agradável ou menos chocante, que atenua ou suaviza aquelas ideias”. D) metonímia. Resposta incorreta. Nos versos não existe metonímia, figura de linguagem em que se substitui “um termo por outro que com ele apresenta relação de sentido lógica e constante” (FARACO; MOURA, 1998, p. 577). E) prosopopeia. Resposta incorreta. A prosopopeia, também denominada personificação, é a figura de linguagem que, “consiste em atribuir vida ou qualidades humanas a seres inanimados, irracionais, mortos, ou a conceitos” (FARACO; MOURA, 1988, p. 586). Não é o que ocorre. Leia o texto e responda às questões 04, 05 e 06. A beleza total Carlos Drummond de Andrade A beleza de Gertrudes fascinava todo mundo e a própria Gertrudes. Os espelhos pasmavam diante de seu rosto, recusando-se a refletir as pessoas da casa e muito menos as visitas. Não ousavam abranger o corpo inteiro de Gertrudes. Era impossível, de tão belo, e o espelho do banheiro, que se atreveu a isto, partiu-se em mil estilhaços. A moça já não podia sair à rua, pois os veículos paravam à revelia dos condutores, e estes, por sua vez, perdiam toda capacidade de ação. Houve um engarrafamento monstro, que durou uma semana, embora Gertrudes houvesse voltado logo para casa. 14 O Senado aprovou lei de emergência, proibindo Gertrudes de chegar à janela. A moça vivia confinada num salão em que só penetrava sua mãe, pois o mordomo se suicidara com uma foto de Gertrudes sobre o peito. Gertrudes não podia fazer nada. Nascera assim, este era o seu destino fatal: a extrema beleza. E era feliz, sabendo-se incomparável. Por falta de ar puro, acabou sem condições de vida, e um dia cerrou os olhos para sempre. Sua beleza saiu do corpo e ficou pairando, imortal. O corpo já então enfezado de Gertrudes foi recolhido ao jazigo, e a beleza de Gertrudes continuou cintilando no salão fechado a sete chaves. ANDRADE, Carlos Drummond de. A beleza total. In: Contos plausíveis. São Paulo: Companhia das Letras, 2012. p.18. Habilidade MP028 - Reconhecer os elementos constitutivos da organização de um texto (parábola/apólogo, narrativa alegórica, fábula, conto, poema). Questão 04 No conto lido, o que provoca o conflito gerador do enredo é A) a interrupção do trânsito. B) a morte da personagem principal. C) o aprisionamento da personagem. D) a beleza impressionante de Gertrudes. E) o suicídio do mordomo com uma foto sobre o peito. 15 GRADE DE CORREÇÃO ALTERNATIVAS OBSERVAÇÕES A) a interrupção do trânsito. Resposta incorreta. Essa alternativa refere-se a uma das consequências da beleza de Gertrudes, mas não é o conflito que gera o desencadeamento do enredo. B) a morte da personagem principal. Resposta incorreta. Essa é a parte final da narrativa, o clímax, e não o conflito gerador do enredo. D) o aprisionamento da personagem. Resposta incorreta. Essa é uma das consequências da beleza de Gertrudes, mas não é o conflito que gera o desencadeamento do enredo. D) a beleza impressionante de Gertrudes. Resposta correta. Todo o conto se desenvolve a partir da beleza impressionante de Gertrudes. Todos os acontecimentos da narrativa partem desse pressuposto. E) o suicídio do mordomo com uma foto sobre o peito. Resposta incorreta. Essa é uma das consequências da beleza de Gertrudes, mas não é o conflito que gera o desencadeamento do enredo. Habilidade MP033 - Reconhecer o efeito de sentido produzido pelo uso de recursos morfossintáticos (preposição, conjunção, período composto por coordenação e período composto por subordinação) em um texto (parábola/apólogo, narrativa alegórica, fábula, conto, poema). 16 Questão 05 No trecho “A moça já não podia sair à rua, pois os veículos paravam à revelia dos condutores [...]”, a oração destacada acrescenta uma A) alternativa para o trânsito caótico. B) oposição ao comportamento da moça. C)possibilidade em relação aos motoristas. D) conclusão em relação à beleza da moça. E) explicação do motivo pelo qual ela não saía. GRADE DE CORREÇÃO ALTERNATIVAS OBSERVAÇÕES A) alternativa para o trânsito caótico. Resposta incorreta. A conjunção “pois” utilizada na oração expressa uma explicação e não uma alternância. B) oposição ao comportamento da moça. Resposta incorreta. As conjunções adversativas exprimem oposição, contraste, ressalva, compensação. A conjunção “pois” utilizada na oração expressa uma explicação. C) possibilidade em relação aos motoristas. Resposta incorreta. Não se trata de uma possibilidade, mas de uma explicação. A oração coordenada é introduzida pela conjunção “pois”. D) conclusão em relação à beleza da moça. Resposta incorreta. A conjunção “pois” utilizada na oração expressa uma explicação e não uma conclusão. E) explicação do motivo pelo qual ela não saía. Resposta correta. As conjunções com funções explicativas precedem uma explicação, um motivo. A conjunção “pois”, utilizada na oração, expressa uma explicação. 17 Habilidade MP024 - Identificar a finalidade de um texto (parábola/apólogo, narrativa alegórica, fábula, conto, poema). Questão 06 O trecho “Os espelhos pasmavam diante de seu rosto, recusando-se a refletir as pessoas da casa e muito menos as visitas [...]” tem a finalidade de A) enfatizar a beleza de Gertrudes. B) destacar que as personagens principais eram os espelhos. C) esclarecer como a beleza da personagem irritava outras pessoas. D) convencer o leitor que não havia necessidade de espelhos na casa. E) explicar uma teoria sobre o espelho e a imagem que a personagem refletia. GRADE DE CORREÇÃO ALTERNATIVAS OBSERVAÇÕES A) enfatizar a beleza de Gertrudes. Resposta correta. O trecho relata a forma como os espelhos ficavam diante da beleza estonteante de Gertrudes. B) destacar que as personagens principais eram os espelhos. Resposta incorreta. Os espelhos são personificados, tornando-se personagens. Mas a personagem principal da narrativa é Gertrudes. C) esclarecer como a beleza da personagem irritava outras pessoas. Resposta incorreta. Pelo contrário, a beleza de Gertrudes fascina a todos, inclusive deixando os espelhos fascinados. D) convencer o leitor que não havia necessidades de espelhos na casa. Resposta incorreta. Não há essa proposição no trecho apresentado. E) explicar uma teoria sobre o espelho e a imagem que a personagem refletia. Resposta incorreta. Não ocorre essa explicação. O trecho destaca a reação dos espelhos, enfatizando a beleza da personagem principal. 18 Leia o texto e responda às questões 07, 08 e 09. Os urubus e sabiás Rubem Alves Tudo aconteceu numa terra distante, no tempo em que os bichos falavam... Os urubus, aves por natureza becadas, mas sem grandes dotes para canto, decidiram que, mesmo contra a natureza, eles haveriam de se tornar grandes cantores. E, para isso, fundaram escolas e importaram professores, gargarejaram do-ré-mi-fá, mandaram imprimir diplomas e fizeram competições entre si, para ver quais deles seriam os mais importantes e teriam a permissão para mandar nos outros. Foi assim que eles organizaram concursos e se deram nomes pomposos, e o sonho de cada urubuzinho, instrutor em início de carreira era se tornar um respeitável urubu titular, a quem todos chamam por Vossa Excelência. Tudo ia muito bem até que a doce tranquilidade da hierarquia dos urubus foi estremecida. A floresta foi invadida por bandos de pintassilgos tagarelas, que brincavam com os canários e faziam serenatas com os sabiás... Os velhos urubus entortaram o bico, o rancor encrespou a testa e eles convocaram pintassilgos, sabiás e canários para um inquérito. — Onde estão os documentos dos seus concursos?” E as pobres aves se olharam perplexas, porque nunca haviam imaginado que tais coisas houvessem. Não haviam passado por escolas de canto, porque o canto nascera com elas. E nunca apresentaram um diploma para provar que sabiam estudar, mas cantavam simplesmente [...] — Não, assim não pode ser. Cantar sem a titulação devida é um desrespeito à ordem. E os urubus, em uníssono, expulsaram da floresta os passarinhos que cantavam sem alvarás... Moral: Em terra de urubus diplomados não se ouve canto de sabiá. ALVES, Rubem. Estórias de quem gosta de ensinar. São Paulo: Cortez, 1984. p. 61-2. 19 Habilidade MP028 - Reconhecer os elementos constitutivos da organização de um texto (parábola/apólogo, narrativa alegórica, fábula, conto, poema). Questão 07 O texto “Os urubus e sabiás” é uma fábula, pois A) retrata o que ocorre no mundo animal de forma fiel. B) apresenta atitudes de seres humanos que agem como os animais. C) é uma narrativa curta que ilustra a convivência de personagens sem conflitos. D) contém animais que agem como humanos para representar um preceito moral. E) mostra o comportamento de personagens humanos que desejam se tornar cantores. GRADE DE CORREÇÃO ALTERNATIVAS ORIENTAÇÕES A) retrata o que ocorre no mundo animal de forma fiel. Resposta incorreta. A fábula é um texto alegórico e curto, não retrata o mundo animal de forma fiel. As personagens, que são geralmente animais, é que ganham contornos humanos como fala e costumes. B) apresenta atitudes de seres humanos que agem como os animais. Resposta incorreta. Fábulas apresentam justamente o oposto do que a alternativa propõe, são personagens representadas por animais com características humanas como a fala e os costumes. C) é uma narrativa curta que ilustra a convivência de personagens sem conflitos. Resposta incorreta. Fábulas são narrativas curtas. E o conflito, sendo um dos elementos da narrativa, é, portanto, um dos elementos constituintes desse gênero. 20 D) contém animais que agem como humanos para representar um preceito moral. Resposta correta. Fábulas são textos narrativos alegóricos, escritos em prosa ou verso, nos quais as personagens são geralmente animais com características humanas como a fala, os costumes. E) mostra o comportamento de personagens humanos que desejam se tornar cantores. Resposta incorreta. As personagens da fábula são animais que ganham comportamentos humanos. Nessa narrativa, todas as personagens são aves. Habilidade MP027 - Reconhecer a presença de valores culturais, sociais e/ou humanos em contextos literários. Questão 08 No texto, as personagens ao afirmarem que “Cantar sem a titulação devida é um desrespeito à ordem [...]”, refletem uma visão de uma cultura que valoriza a A) experiência dos trabalhadores, desconsiderando os anos de estudo. B) dedicação dos indivíduos, mesmo sem a devida titulação. C) escolaridade em detrimento da experiência profissional. D) vivência profissional que vem desdeo nascimento. E) desenvoltura no trabalho, unicamente. 21 GRADE DE CORREÇÃO ALTERNATIVAS OBSERVAÇÕES A) experiência dos trabalhadores, desconsiderando os anos de estudo. Resposta incorreta. A primeira informação do item é conflitante com a afirmação do texto. As personagens principais da fábula não valorizam a experiência das demais aves, que são apresentadas na narrativa. B) dedicação dos indivíduos, mesmo sem a devida titulação. Resposta incorreta. Esta alternativa contradiz a afirmação destacada no enunciado. C) escolaridade em detrimento da experiência profissional. Resposta correta. Após a revolução industrial a sociedade passa a valorizar, de maneira enfática, a escolarização/formação dos cidadãos. Os postos de trabalho passam a exigir indivíduos mais capacitados para um rendimento melhor, uma maior valorização dos diplomas e uma menor consideração à experiência. Essa questão é utilizada na fábula, simulando valores humanos. D) vivência profissional que vem desde o nascimento. Resposta incorreta. Os pintassilgos e canários alegam cantar desde sempre, mas isso não é valorizado pelos urubus. E) desenvoltura no trabalho, unicamente. Resposta incorreta. Esta alternativa engloba a descrição de um modelo de comportamento no trabalho não contemplado na narrativa. 22 Habilidade MP033 – Reconhecer o efeito de sentido produzido pelo uso de recursos morfossintáticos (preposição, conjunção, período composto por coordenação e período composto por subordinação) em um texto (parábola/apólogo, narrativa alegórica, fábula, conto, poema). Questão 09 No trecho: “Os urubus, aves por natureza becadas, mas sem grandes dotes para canto, decidiram que, mesmo contra a natureza, eles haveriam de se tornar grandes cantores [...]”, a oração em destaque iniciada pela conjunção “mas” A) adiciona uma informação sobre o talento das aves. B) explica a ideia de que as aves se tornarão famosas. C) conclui uma afirmação sobre a falta de aptidão das aves para o canto. D) opõe-se à ideia de que aves possam se tornar grandes cantoras. E) indica uma alternativa profissional para as aves, considerando o canto. GRADE DE CORREÇÃO ALTERNATIVAS OBSERVAÇÕES (A) adiciona uma informação sobre o talento das aves. Resposta incorreta. Não há, na conjunção “mas”, a ideia de adição. Um exemplo em que o conectivo expressa adição é: Entrou na área e fez o gol. (D’ÁVILA, SUSANA, 1997, p.226 ). (B) explica a ideia de que as aves se tornarão famosas. Resposta incorreta. Não há, na conjunção “mas”, a ideia de explicação, que é expressa pelos conectivos que, porque, pois (colocado antes do verbo), portanto. (D’ÁVILA, SUSANA, 1997, p.227 ). 23 (C) conclui uma afirmação sobre a falta de aptidão das aves para o canto. Resposta incorreta. Não há, na conjunção “mas”, a ideia de conclusão que é expressa pelos conectivos logo, portanto, então, pois (colocado depois do verbo), por conseguinte, por isso, assim. (D’ÁVILA, SUSANA, 1997, p.227). (D) opõe-se à ideia de que as aves possam se tornar grandes cantoras. Resposta correta. As conjunções adversativas exprimem ideia de oposição, de contraste. Exemplos: mas, porém, todavia, contudo, no entanto, entretanto. (D’ÁVILA, SUSANA, 1997, p.226). (E) indica uma alternativa profissional para as aves, considerando o canto. Resposta incorreta. Não há, na conjunção “mas”, a ideia de alternativa, uma vez que as conjunções alternativas exprimem a ideia de alternância, de escolha entre dois fatos (ou coisas) que não podem existir ao mesmo tempo. Um exemplo em que o conectivo expressa alternativa é: Você trouxe o livro que pedi ou esqueceu em casa? Conjunções que exprimem ideia de alternativa: ou... ou, ora...ora, quer... quer, já...já, seja...seja. (D’ÁVILA, SUSANA, 1997, p.226 ). 24 Leia o texto e responda à questão 10. Visão 1944 Carlos Drummond de Andrade Meus olhos são pequenos para ver a massa de silêncio concentrada por sobre a onda severa, piso oceânico esperando a passagem dos soldados. Meus olhos são pequenos para ver luzir na sombra a foice da invasão e os olhos no relógio, fascinados, ou as unhas brotando em dedos frios. Meus olhos são pequenos para ver o general com seu capote cinza escolhendo no mapa uma cidade que amanhã será pó e pus no arame. Meus olhos são pequenos para ver a bateria de rádio prevenindo vultos a rastejar na praia obscura aonde chegam pedaços de navios. [...] Meus olhos são pequenos para ver a distância da casa na Alemanha a uma ponte na Rússia, onde retratos, cartas, dedos de pé boiam em sangue. [...] Meus olhos são pequenos para ver a fila de judeus de roupa negra, de barba negra, prontos a seguir para perto do muro - e o muro é branco. [...] Meus olhos são pequenos para ver países mutilados como troncos, proibidos de viver, mas em que a vida lateja subterrânea e vingadora. [...] Meus olhos são pequenos para ver tudo que uma hora tem, quando madura, tudo que cabe em ti, na tua palma, ó povo! Que no mundo te dispersas. [...] ANDRADE, Carlos Drummond de. Visão 1944. In: A Rosa do Povo. Rio de Janeiro; Record, 2000. 25 Habilidade MP027 - Reconhecer a presença de valores culturais, sociais e/ou humanos em contextos literários Questão 10 Em cada estrofe, o poema retrata uma cena completa. Essas cenas descrevem A) os pequenos olhos do eu lírico que não conseguem enxergar todas as mazelas do mundo. B) a desilusão e a dor da perda de familiares para os generais das guerras que acontecem no mundo. C) a morte, a destruição e a dor de uma guerra que acarreta o envolvimento de uma sociedade inocente que sofrerá as consequências do confronto. D) a passagem de soldados armados entre as cidades da Alemanha e da Rússia com destino a uma guerra terrível. E) a proibição dos soldados viverem suas vidas e trabalharem para que o mundo não viva os horrores das guerras. GRADE DE CORREÇÃO ALTERNATIVAS OBSERVAÇÕES A) os pequenos olhos do eu lírico que não conseguem enxergar todas as mazelas do mundo. Resposta incorreta. O poema é um retrato da Segunda Guerra Mundial. Os versos “Meus olhos são pequenos” servem como recursos utilizados pelo autor para refletir a sua impotência diante dos fatos ocorridos. B) a desilusão e a dor da perda de familiares para os generais das guerras que acontecem no mundo. Resposta incorreta. O poema trata de perdas em umaguerra global, não especifica a dor da perda de familiares para os generais da guerra. 26 C) a morte, a destruição e a dor de uma guerra que acarreta o envolvimento de uma sociedade inocente que sofrerá as consequências do confronto. Resposta correta. O poema a cada estrofe descreve uma cena ocorrida em guerras. Este, particularmente, retrata a Segunda Guerra Mundial (década de 40). O período literário compreende o existencialismo. D) a passagem de soldados armados entre as cidades da Alemanha e da Rússia com destino a uma guerra terrível. Resposta incorreta. Esta alternativa cita cidades presentes no poema, porém, essas informações isoladamente não compõem a resposta correta. E) a proibição dos soldados viverem suas vidas e trabalharem para que o mundo não viva os horrores das guerras. Resposta incorreta. Não está presente no texto nenhuma citação referente a proibição dos soldados viverem. Na 7ª estrofe encontramos esta informação, mas ela se refere aos países que são impedidos de viverem suas vidas. Leia o texto e responda à questão 11. O peixe Patativa do Assaré Tendo por berço o lago cristalino, Folga o peixe, a nadar todo inocente, Medo ou receio do porvir não sente, Pois vive incauto do fatal destino. Se na ponta de um fio longo e fino A isca avista, ferra-a inconsciente, Ficando o pobre peixe de repente, Preso ao anzol do pescador ladino. O camponês, também, do nosso Estado, Ante a campanha eleitoral, coitado! Daquele peixe tem a mesma sorte. Antes do pleito, festa, riso e gosto, Depois do pleito, imposto e mais imposto. Pobre matuto do sertão do Norte! SILVA, Antônio Gonçalves da. O peixe. In: Cante lá que eu canto cá: filosofia de um trovador nordestino. São Paulo: Editora Vozes, 2014. p. 247 27 Questão 11 Podemos inferir do texto, que o camponês A) teme o futuro, por isso é precavido. B) dedica-se às festas após as eleições. C) acredita que os políticos são desonestos. D) não se preocupa com as eleições e prefere ir pescar. E) é vítima de suas escolhas ruins, como os peixes ao fisgarem o anzol. GRADE DE CORREÇÃO ALTERNATIVAS OBSERVAÇÕES A) teme o futuro, por isso é precavido. Resposta incorreta. O poema trata da falta de medo ou receio do porvir, da credulidade em políticos descompromissados. B) dedica-se às festas após as eleições. Resposta incorreta. De acordo com o poema as festas ocorrem antes das eleições. C) acredita que os políticos são desonestos. Resposta incorreta. O poema demonstra a credulidade do eleitor, não há referência à desonestidade por parte deles. D) não se preocupa com as eleições e prefere ir pescar. Resposta incorreta. Não há essa proposição no poema. E) é vítima de suas escolhas ruins, como os peixes ao fisgarem o anzol. Resposta correta. O autor afirma que o eleitor tem a mesma sorte do peixe. Ou seja, é vítima de escolhas muitas vezes inconscientes. Habilidade MP026 – Inferir informação implícita em textos verbais (parábola/apólogo, narrativa alegórica, fábula, conto, poema). 28 Leia o texto e responda à questão 12. O açúcar Ferreira Gullar O branco açúcar que adoçará meu café nesta manhã de Ipanema não foi produzido por mim nem surgiu dentro do açucareiro por milagre. Vejo-o puro e afável ao paladar como beijo de moça, água na pele, flor que se dissolve na boca. Mas este açúcar não foi feito por mim. Este açúcar veio da mercearia da esquina e tampouco o fez o Oliveira, dono da mercearia. Este açúcar veio de uma usina de açúcar em Pernambuco ou no Estado do Rio e tampouco o fez o dono da usina. Este açúcar era cana e veio dos canaviais extensos que não nascem por acaso no regaço do vale. [...] Em usinas escuras, homens de vida amarga e dura produziram este açúcar branco e puro com que adoço meu café esta manhã em Ipanema. GULLAR, Ferreira. Toda Poesia. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1980, p.227-8 29 Habilidade MP031 - Identificar recursos semânticos expressivos (figuras de linguagens; neologismos) em um texto (parábola/apólogo, narrativa alegórica, fábula, conto, poema). Questão 12 A oposição entre “a doçura do branco açúcar” e “o trabalho dos homens de vida amarga” presente no poema constitui uma figura de linguagem denominada A) antítese. B) metonímia. C) eufemismo. D) prosopopeia. E) comparação. GRADE DE CORREÇÃO ALTERNATIVAS OBSERVAÇÕES A) antítese. Resposta correta. A figura de linguagem em que se colocam, lado a lado, ideias opostas, é denominada antítese (FARACO, MOURA, 1998, p. 576). Essa definição aplica-se aos termos destacados na questão (“a doçura do branco açúcar” e “o trabalho dos homens de vida amarga”). Logo, a oposição está entre o adjetivo “amarga” e a característica do açúcar “doce”. B) metonímia. Resposta incorreta. Nos versos, não existe metonímia, figura de linguagem em que se substitui “um termo por outro que com ele apresenta relação de sentido lógica e constante” (FARACO; MOURA, 1998, p. 577). 30 C) eufemismo. Resposta incorreta. Não há, nos versos, o uso de eufemismo, que, de acordo com FARACO; MOURA (1998, p. 579), é a “substituição de palavra ou expressão considerada cruel, imoral, obscena, ofensiva, por outra de sentido mais agradável ou menos chocante, que atenua ou suaviza aquelas ideias”. D) prosopopeia. Resposta incorreta. A prosopopeia, também denominada personificação, é a figura de linguagem que “consiste em atribuir vida ou qualidades humanas a seres inanimados, irracionais, mortos, ou a conceitos” (FARACO; MOURA, 1988, p. 586). E) comparação. Resposta incorreta. A comparação é uma figura de linguagem que “consiste no confronto entre duas realidades diferentes, entre as quais se depreendeu alguma semelhança” (FARACO; MOURA, 1988, p. 578). Geralmente, usa-se um conectivo (como, tal qual, tal como, assim como etc.), ligando os termos comparados. 31 Referências Bibliográficas ALVES, Rubem. Estórias de quem gosta de ensinar. São Paulo: Cortez, 1984. p. 61-2 ANDRADE, Carlos Drummond de. A beleza total. In: Contos plausíveis. São Paulo: Companhia das Letras, 2012. ANDRADE, Carlos Drummond de. Visão1944. In: A Rosa do Povo. Rio de Janeiro; Record, 2000. CEGALLA, Domingos Paschoal. Nova minigramática da língua portuguesa /Domingos Paschoal Cegalla – I. ed. – São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2005. D’ÁVILA, Susana. Gramática: uso & abuso da língua portuguesa. São Paulo: Editora Brasil, 1997. FARACO, Carlos Emílio; MOURA, Francisco Marto de. Gramática. São Paulo: Ática, 1998. GIUDICE, Vitor. O arquivo. In: Moriconi, Ítalo. Os Cem Melhores Contos Brasileiros do Século. Editora Objetiva: Rio de Janeiro, 2000 p. 382. GULLAR, Ferreira. Toda Poesia. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1980, p.227-8 SILVA, Antônio Gonçalves da. O peixe. In: Cante lá que eu canto cá: filosofia de um trovador nordestino. São Paulo: Editora Vozes, 2014. p. 247d 32 Sites Pesquisados <http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/jp000009.pdf>. Acesso em: 02 jul. 2019. <https://www.companhiadasletras.com.br/sala_professor/pdfs/CadernoLeiturasCarlosDr ummonddeAndrade.pdf>. Acesso em: 03 jul. 2019. <https://www.dicio.com.br/>. Acesso em: 03 jul. 2019. <http://www.opera10.com.br/2013/09/generos-textuais-parabola-fabula-e.html>. Acesso em: 03 jul. 2019. <https://dicionario.priberam.org/equanimidade>. Acesso em: 03 jul. 2019. 33 AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM EM PROCESSO COORDENADORIAS Coordenadoria Pedagógica - COPED Coordenador: Caetano Pansani Siqueira Coordenadoria de Informação, Tecnologia, Evidência e Matrícula - CITEM Coordenador: Thiago Guimarães Cardoso DEPARTAMENTOS Departamento de Desenvolvimento Curricular e de Gestão Pedagógica - DECEGEP Diretor: Valéria Arcari Muhi Centro dos Anos Finais do Ensino Fundamental - CEFAF Diretora: Carolina dos Santos Batista Murauskas Centro de Ensino Médio - CEM Diretora: Ana Joaquina Simões Sallares de Mattos Carvalho Equipe Curricular de Língua Portuguesa – Leitura crítica e validação do material Katia Regina Pessoa, Mara Lucia David; Marcos Rodrigues Ferreira; Mary Jacomine da Silva, Teônia de Abreu Ferreira Autoria do material de Língua Portuguesa Mara Lucia David – 6º ano EF; Katia Regina Pessoa - 7º ano EF; Daniel Carvalho Nhani – 8º ano EF; Teônia de Abreu Ferreira - 9º ano EF; Rodrigo César Gonçalves e Lidiane Maximo Feitosa - 1ª série EM; Danubia Fernandes Sobreira Tasca e Alessandra Junqueira Vieira Figueiredo - 2ª série EM; Igor Rodrigo Valério Matias e Shirlei Pio Pereira Fernandes - 3ª EM. Professores Coordenadores dos Núcleos Pedagógicos das Diretorias de Ensino Leitura crítica e validação do material Eduardo Martins Kebbe, Eleneide Gonçalves dos Santos, Luiz Fernando Vagliengo, Mirna Leia Violin Brandt Departamento de Avaliação Educacional - DAVED Diretora: Patricia de Barros Monteiro Assistente Técnica: Maria Julia Filgueira Ferreira Centro de Planejamento e Análise de Avaliações - CEPAV Diretor: Juvenal de Gouveia Ademilde Ferreira de Souza, Cristiane Dias Mirisola, Ilton Campos Cavalcanti, Soraia Calderoni Statonato, Márcia Soares de Araújo Feitosa Centro de Aplicação de Avaliações - CEAPA Diretora: Isabelle Regina de Amorim Mesquita Amanda Morais Cardoso, Denis Delgado dos Santos, José Guilherme Brauner Filho, Kamila Lopes Candido, Nilson Luiz da Costa Paes, Teresa Miyoko Souza Vilela Departamento de Tecnologia de Sistemas - DETEC Diretor: Marcos Aparecido Barros de Lima Centro de Planejamento e Integração de Sistemas - CPLIS Diretora: Camila da Silva Alcazar Viviana Fernandes dos Santos – Analista de Sistemas Representantes do CAPE Leitura crítica, validação e adaptação do material para os deficientes visuais Tânia Regina Martins Resende
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