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24ª AAP - Recomendações Língua Portuguesa - 2ª série Ensino Médio

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Prévia do material em texto

1 
 
 
 
AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM 
EM PROCESSO 
 
 
 
Caderno do Professor 
 
2ª série 
Ensino Médio 
 Língua Portuguesa 
 
 
São Paulo 
3º Bimestre de 2019 
24ª edição 
 
 
 
 
 2 
 
APRESENTAÇÃO 
A Avaliação da Aprendizagem em Processo – AAP - se caracteriza como ação 
desenvolvida de modo colaborativo entre a Coordenadoria Pedagógica e a 
Coordenadoria de Informação, Tecnologia, Evidência e Matrícula. 
Iniciada em 2011, em apenas dois anos/séries, foi gradativamente sendo expandida e 
desde 2015 está abrangendo todos os alunos do Ensino Fundamental e Ensino Médio 
além de, continuamente, aprimorar seus instrumentos e formas de registro. 
A AAP, fundamentada no Currículo do Estado de São Paulo, propõe o acompanhamento 
da aprendizagem das turmas e alunos, de forma individualizada, tendo caráter 
diagnóstico. Tem como objetivo apoiar as unidades e os docentes na elaboração de 
estratégias adequadas, a partir da análise de seus resultados, que contribuam 
efetivamente para melhoria da aprendizagem e desempenho dos alunos, especialmente 
nas ações de recuperação contínua. 
As habilidades selecionadas para a AAP, em Língua Portuguesa e Matemática, passaram a 
ter como referência, a partir de 2016, a Matriz de Avaliação Processual elaborada pela 
COPED e já disponibilizada à rede. Nas edições de 2019 prossegue esse mesmo 
referencial assim como, nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental permanece a 
articulação com as expectativas de aprendizagem de Língua Portuguesa e Matemática e 
com os materiais do Programa Ler e Escrever e Educação Matemática nos Anos Iniciais – 
EMAI. 
Além da formulação dos instrumentos de avaliação, na forma de cadernos de provas 
para os alunos, também foram elaborados os respectivos Cadernos do Professor, com 
orientações específicas para os docentes, contendo instruções para a aplicação da prova 
(Anos Iniciais), quadro de habilidades de cada prova, exemplar da prova, gabarito, 
orientações para correção (Anos Iniciais), grade de correção e recomendações 
pedagógicas gerais. 
Estes subsídios, agregados aos registros que o professor já possui e juntamente com as 
informações incorporadas na Plataforma Foco Aprendizagem, a partir dos dados 
inseridos pelos docentes no SARA – Sistema de Acompanhamento dos Resultados de 
Avaliações – devem auxiliar no planejamento, replanejamento e acompanhamento das 
ações pedagógicas, mobilizando procedimentos, atitudes e conceitos necessários para as 
atividades de sala de aula, sobretudo aquelas relacionadas aos processos de recuperação 
das aprendizagens. 
 
COORDENADORIA PEDAGÓGICA 
COPED 
COORDENADORIA DE INFORMAÇÃO, 
TECNOLOGIA, EVIDÊNCIA E MATRÍCULA - 
CITEM 
 
 
 
 3 
 
 
Avaliação da Aprendizagem em Processo – Língua Portuguesa 
A Avaliação da Aprendizagem em Processo (AAP), em sua 24ª edição, tem o 
intuito de apoiar o trabalho do professor em sala de aula e de subsidiar a elaboração de 
seu plano de aula, tendo em vista os processos de recuperação da aprendizagem dos 
alunos. 
As provas para essa avaliação são compostas por doze questões de múltipla 
escolha, com quatro alternativas, para todos os anos do Ensino Fundamental (Anos 
Finais) e cinco alternativas para todas as séries do Ensino Médio. As questões foram 
formuladas a partir de seis habilidades constantes na Matriz de Avaliação Processual. 
O Caderno do Professor – instrumento pedagógico para o docente de Língua 
Portuguesa – traz a descrição das habilidades selecionadas de cada prova, o gabarito, 
as observações pedagógicas para as alternativas propostas e as referências 
bibliográficas, consultadas ao elaborar o material. 
Lembramos que, a cada aplicação, os itens são testados e avaliados pelos 
professores e pelos gestores das escolas da rede estadual. Alguns desses itens, 
provavelmente, precisarão ser modificados ou, por vezes, substituídos, de modo a 
garantir a eficácia da proposta e a reforçar seu caráter processual. 
 
Equipe de Língua Portuguesa 
 
 
 
 
 
 
 4 
 
AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM EM PROCESSO 
2ª série Ensino Médio – 3º bimestre/2019 - 24ª Edição 
Língua Portuguesa – Caderno do Professor 
Questão Gabarito Habilidade 
01 C MP026 - Inferir informação implícita em textos verbais 
(parábola/apólogo, narrativa alegórica, fábula, conto, poema). 
02 E MP024 - Identificar a finalidade de um texto (parábola/apólogo, 
narrativa alegórica, fábula, conto, poema). 
03 B MP031 - Identificar recursos semânticos expressivos (figuras de 
linguagens; neologismos) em um texto (parábola/apólogo, 
narrativa alegórica, fábula, conto, poema). 
04 D MP028 - Reconhecer os elementos constitutivos da organização 
de um texto (parábola/apólogo, narrativa alegórica, fábula, conto, 
poema. 
05 E MP033 - Reconhecer o efeito de sentido produzido pelo uso de 
recursos morfossintáticos (preposição, conjunção, período 
composto por coordenação e período composto por subordinação) 
em um texto (parábola/apólogo, narrativa alegórica, fábula, conto, 
poema). 
06 A MP024 - Identificar a finalidade de um texto (parábola/apólogo, 
narrativa alegórica, fábula, conto, poema. 
07 D MP028 - Reconhecer os elementos constitutivos da organização 
de um texto (parábola/apólogo, narrativa alegórica, fábula, conto, 
poema). 
08 C MP027 - Reconhecer a presença de valores culturais, sociais e/ou 
humanos em contextos literários. 
09 D MP033 - Reconhecer o efeito de sentido produzido pelo uso de 
recursos morfossintáticos (preposição, conjunção, período 
composto por coordenação e período composto por subordinação) 
em um texto (parábola/apólogo, narrativa alegórica, fábula, conto, 
poema). 
10 C MP027 - Reconhecer a presença de valores culturais, sociais e/ou 
humanos em contextos literários. 
11 E MP026 – Inferir informação implícita em textos verbais 
(parábola/apólogo, narrativa alegórica, fábula, conto, poema). 
12 A MP031 - Identificar recursos semânticos expressivos (figuras de 
linguagens; neologismos) em um texto (parábola/apólogo, 
narrativa alegórica, fábula, conto, poema). 
 
 
 
 5 
 
AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM EM PROCESSO 
2ª série EM – 3º bimestre 2019 - 24ª Edição 
Língua Portuguesa – Caderno do Professor 
Leia o texto e responda à questão 01. 
 
O arquivo 
 
No fim de um ano de trabalho, joão obteve uma redução de quinze por cento em seus 
vencimentos. joão era moço. Aquele era seu primeiro emprego. Não se mostrou 
orgulhoso, embora tenha sido um dos poucos contemplados. Afinal, esforçara-se. Não 
tivera uma só falta ou atraso. Limitou-se a sorrir, a agradecer ao chefe. No dia seguinte, 
mudou-se para um quarto mais distante do centro da cidade. Com o salário reduzido, 
podia pagar um aluguel menor. 
Passou a tomar duas conduções para chegar ao trabalho. No entanto, estava satisfeito. 
Acordava mais cedo, e isto parecia aumentar-lhe a disposição. Dois anos mais tarde, 
veio outra recompensa. O chefe chamou-o e lhe comunicou o segundo corte salarial. 
Desta vez, a empresa atravessava um período excelente. Aredução foi um pouco maior: 
dezessete por cento. 
Novos sorrisos, novos agradecimentos, nova mudança. 
Agora joão acordava às cinco da manhã. Esperava três conduções. Em compensação, 
comia menos. Ficou mais esbelto. Sua pele tornou-se menos rosada. O contentamento 
aumentou. Prosseguiu a luta. Porém, nos quatro anos seguintes, nada de extraordinário 
aconteceu. joão preocupava-se. Perdia o sono, envenenado em intrigas de colegas 
invejosos. 
Odiava-os. Torturava-se com a incompreensão do chefe. Mas não desistia. Passou a 
trabalhar mais duas horas diárias. 
Uma tarde, quase ao fim do expediente, foi chamado ao escritório principal. 
Respirou descompassado. 
— Seu joão. Nossa firma tem uma grande dívida com o senhor. 
 
 
 6 
 
joão baixou a cabeça em sinal de modéstia. 
— Sabemos de todos os seus esforços. É nosso desejo dar-lhe uma prova substancial 
de nosso reconhecimento. 
O coração parava. 
— Além de uma redução de dezesseis por cento em seu ordenado, resolvemos, na 
reunião de ontem, rebaixá-lo de posto. 
A revelação deslumbrou-o. Todos sorriam. 
— De hoje em diante, o senhor passará a auxiliar de contabilidade, com menos cinco 
dias de férias. Contente? 
Radiante, joão gaguejou alguma coisa ininteligível, cumprimentou a diretoria, voltou ao 
trabalho. 
Nesta noite, joão não pensou em nada. Dormiu pacífico, no silêncio do subúrbio. 
Mais uma vez, mudou-se. Finalmente, deixara de jantar. O almoço reduzira-se a um 
sanduíche. Emagrecia, sentia-se mais leve, mais ágil. Não havia necessidade de muita 
roupa. Eliminara certas despesas inúteis, lavadeira, pensão. 
Chegava em casa às onze da noite, levantava-se às três da madrugada. Esfarelava-se 
num trem e dois ônibus para garantir meia hora de antecedência. A vida foi passando, 
com novos prêmios. 
Aos sessenta anos, o ordenado equivalia a dois por cento do inicial. O organismo 
acomodara-se à fome. Uma vez ou outra, saboreava alguma raiz das estradas. 
Dormia apenas quinze minutos. Não tinha mais problemas de moradia ou vestimenta. 
Vivia nos campos, entre árvores refrescantes, cobria-se com os farrapos de um lençol 
adquirido há muito tempo. 
O corpo era um monte de rugas sorridentes. 
Todos os dias, um caminhão anônimo transportava-o ao trabalho. Quando completou 
quarenta anos de serviço, foi convocado pela chefia: 
— Seu joão. O senhor acaba de ter seu salário eliminado. Não haverá mais férias. E sua 
função, a partir de amanhã, será a de limpador de nossos sanitários. 
O crânio seco comprimiu-se. Do olho amarelado, escorreu um líquido tênue. A boca 
 
 
 7 
 
tremeu, mas nada disse. Sentia-se cansado. Enfim, atingira todos os objetivos. Tentou 
sorrir: 
— Agradeço tudo que fizeram em meu benefício. Mas desejo requerer minha 
aposentadoria. 
O chefe não compreendeu: 
— Mas seu joão, logo agora que o senhor está desassalariado? Por quê? Dentro de 
alguns meses terá de pagar a taxa inicial para permanecer em nosso quadro. Desprezar 
tudo isto? Quarenta anos de convívio? O senhor ainda está forte. Que acha? 
A emoção impediu qualquer resposta. 
joão afastou-se. O lábio murcho se estendeu. A pele enrijeceu, ficou lisa. A estatura 
regrediu. A cabeça se fundiu ao corpo. As formas desumanizaram-se, planas, 
compactas. Nos lados, havia duas arestas. Tornou-se cinzento. João transformou-se 
num arquivo de metal. 
 
GIÚDICE, Vitor. O arquivo. In: Moriconi, Ítalo. Os Cem Melhores Contos Brasileiros do Século. Editora 
Objetiva: Rio de Janeiro, 2000 p. 382. 
 
Habilidade 
MP026 - Inferir informação implícita em textos verbais (parábola/apólogo, narrativa 
alegórica, fábula, conto, poema). 
 
Questão 01 
 
A leitura do texto nos permite afirmar que o autor 
 
A) valoriza a relação entre empregados e patrões. 
B) critica as pessoas que requerem aposentadoria cedo. 
C) propõe uma crítica à exploração nas relações de trabalho. 
D) incentiva os leitores a trabalharem com mais dedicação. 
E) expõe a condição confortável da vida de João 
 
 
 
 8 
 
GRADE DE CORREÇÃO 
ALTERNATIVAS OBSERVAÇÕES 
A) valoriza a relação entre 
empregados e patrões. 
Resposta incorreta. O texto de Vitor Giúdice propõe 
uma crítica às relações de trabalho baseadas na 
exploração da mão de obra, portanto, indica o oposto 
do que a alternativa apresenta. 
B) critica as pessoas que 
requerem aposentadoria 
cedo. 
 
Resposta incorreta. Há uma citação à aposentadoria no 
texto. Mas nada do que é informado pode basear a 
afirmação descrita na alternativa. Não há essa crítica 
no texto. 
C) propõe uma crítica à 
exploração nas relações 
de trabalho. 
Resposta correta. O texto de Vitor Giudice propõe 
uma crítica às relações de trabalho baseadas na 
exploração da mão de obra, mostrando um 
processo de desumanização da personagem. 
D) incentiva os leitores a 
trabalharem com mais 
dedicação. 
 
Resposta incorreta. Não há nada no texto que respalde 
essa afirmação. Todo o texto é construído com um 
olhar crítico sobre as relações de trabalho. 
E) expõe a condição 
confortável da vida de 
João. 
Resposta incorreta. João leva uma vida miserável que 
vai se deteriorando, conforme a exploração, em seu 
trabalho, vai se ampliando com o passar dos anos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 9 
 
Leia o texto e responda à questão 02. 
 
 
A canção do africano 
 
Castro Alves 
 
“[…] 
O escravo então foi deitar-se, 
Pois tinha de levantar-se 
Bem antes do sol nascer, 
E se tardasse, coitado, 
Teria de ser surrado, 
Pois bastava escravo ser. 
E a cativa desgraçada 
Deita seu filho, calada, 
E põe-se triste a beijá-lo, 
Talvez temendo que o dono 
Não viesse, em meio do sono, 
De seus braços arrancá-lo!” 
ALVES, Castro. A canção do africano. Disponível em: 
<http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/jp000009.pdf>. Acesso em: 02 jul. 2019. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 10 
 
Habilidade 
MP024 - Identificar a finalidade de um texto (parábola/apólogo, narrativa alegórica, 
fábula, conto, poema). 
O poema de Castro Alves tem por finalidade 
A) criticar a forma como a mãe trata seu filho. 
B) descrever uma rotina de trabalho de pessoas maltratadas. 
C) ressaltar a maneira como crianças eram retiradas das mães. 
D) relatar o procedimento dos senhores para punir seus escravos. 
E) expor a condição desumana no tratamento com os escravos. 
GRADE DE CORREÇÃO 
 ALTERNATIVAS OBSERVAÇÕES 
A) criticar a forma como a 
mãe trata seu filho. 
 
Resposta incorreta. Não é proposta essa crítica no texto. 
É apresentada uma preocupação de uma mãe com 
relação ao filho. 
B) descrever uma rotina de 
trabalho de pessoas 
maltratadas. 
 
 
Resposta incorreta. Não há no texto uma descrição da 
rotina de trabalho dos povos escravizados. Há uma críticaà forma como eram tratados. 
C) ressaltar a maneira como 
crianças eram retiradas das 
mães. 
 
 
Resposta incorreta. Há a denúncia em relação a isso na 
última estrofe, mas não há maiores detalhes sobre como 
essa situação ocorria. 
D) relatar o procedimento 
dos senhores para punir 
seus escravos. 
Resposta incorreta. Não há no poema relatos sobre 
procedimentos de punição. Há a constatação de que 
bastava ser escravo para ser punido. 
 
 
 
 11 
 
E) expor a condição 
desumana no 
tratamento com os 
escravos. 
 
Resposta correta. Castro Alves era um abolicionista 
convicto. Sua obra tinha como característica a 
denúncia social, explicitando a condição desumana 
na qual eram tratados os povos africanos que foram 
escravizados e trazidos para o Brasil. 
 
Leia o texto e responda à questão 03. 
Desencanto 
Manuel Bandeira 
 
Eu faço versos como quem chora 
De desalento [...] de desencanto [...] 
Fecha o meu livro, se por agora 
Não tens motivo nenhum de pranto. 
 
Meu verso é sangue. Volúpia ardente [...] 
Tristeza esparsa [...] remorso vão [...] 
Dói-me nas veias. Amargo e quente, 
Cai, gota a gota, do coração. 
 
E nestes versos de angústia rouca, 
Assim dos lábios a vida corre, 
Deixando um acre sabor na boca. 
 
– Eu faço versos como quem morre. 
 
BANDEIRA, M. Desencanto. In: A Cinza das Horas. Rio de Janeiro; Nova Fronteira, 2010. 
 
 
 12 
 
 
Habilidade 
MP031 - Identificar recursos semânticos expressivos (figuras de linguagens; 
neologismos) em um texto (parábola/apólogo, narrativa alegórica, fábula, conto, poema). 
 
Questão 03 
No verso “Meu verso é sangue. Volúpia ardente”, o trecho destacado constitui uma 
figura de linguagem denominada 
A) antítese. 
B) metáfora. 
C) eufemismo. 
D) metonímia. 
E) prosopopeia. 
 
 
 
GRADE DE CORREÇÃO 
ALTERNATI
VAS 
OBSERVAÇÕES 
A) antítese. Resposta incorreta. A figura de linguagem em que se colocam, lado a 
lado, ideias opostas, é denominada antítese (FARACO, MOURA, 
1998, p. 576). Essa definição não se aplica ao trecho destacado no 
poema. 
B) 
metáfora. 
Resposta correta. Na segunda estrofe, que começa com o verso 
“Meu verso é sangue. Volúpia ardente [...]”. A comparação 
entre verso e sangue acontece de maneira implícita, sem o uso 
 
 
 13 
 
de termos conectores. É, portanto, uma metáfora. 
C) 
eufemismo. 
Resposta incorreta. Não há, nos versos, o uso de eufemismo, que, de 
acordo com FARACO; MOURA (1998, p. 579), é a “substituição de 
palavra ou expressão considerada cruel, imoral, obscena, ofensiva, 
por outra de sentido mais agradável ou menos chocante, que atenua 
ou suaviza aquelas ideias”. 
 
D) 
metonímia. 
Resposta incorreta. Nos versos não existe metonímia, figura de 
linguagem em que se substitui “um termo por outro que com ele 
apresenta relação de sentido lógica e constante” (FARACO; MOURA, 
1998, p. 577). 
E) 
prosopopeia. 
Resposta incorreta. A prosopopeia, também denominada 
personificação, é a figura de linguagem que, “consiste em atribuir vida 
ou qualidades humanas a seres inanimados, irracionais, mortos, ou a 
conceitos” (FARACO; MOURA, 1988, p. 586). Não é o que ocorre. 
 
 
Leia o texto e responda às questões 04, 05 e 06. 
A beleza total 
 
Carlos Drummond de Andrade 
 
 
A beleza de Gertrudes fascinava todo mundo e a própria Gertrudes. Os espelhos 
pasmavam diante de seu rosto, recusando-se a refletir as pessoas da casa e muito 
menos as visitas. Não ousavam abranger o corpo inteiro de Gertrudes. Era impossível, 
de tão belo, e o espelho do banheiro, que se atreveu a isto, partiu-se em mil estilhaços. 
A moça já não podia sair à rua, pois os veículos paravam à revelia dos condutores, e 
estes, por sua vez, perdiam toda capacidade de ação. Houve um engarrafamento 
monstro, que durou uma semana, embora Gertrudes houvesse voltado logo para casa. 
 
 
 14 
 
O Senado aprovou lei de emergência, proibindo Gertrudes de chegar à janela. A moça 
vivia confinada num salão em que só penetrava sua mãe, pois o mordomo se suicidara 
com uma foto de Gertrudes sobre o peito. 
Gertrudes não podia fazer nada. Nascera assim, este era o seu destino fatal: a extrema 
beleza. E era feliz, sabendo-se incomparável. Por falta de ar puro, acabou sem 
condições de vida, e um dia cerrou os olhos para sempre. Sua beleza saiu do corpo e 
ficou pairando, imortal. O corpo já então enfezado de Gertrudes foi recolhido ao jazigo, e 
a beleza de Gertrudes continuou cintilando no salão fechado a sete chaves. 
ANDRADE, Carlos Drummond de. A beleza total. In: Contos plausíveis. São Paulo: Companhia das 
Letras, 2012. p.18. 
 
Habilidade 
MP028 - Reconhecer os elementos constitutivos da organização de um texto 
(parábola/apólogo, narrativa alegórica, fábula, conto, poema). 
 
Questão 04 
No conto lido, o que provoca o conflito gerador do enredo é 
A) a interrupção do trânsito. 
B) a morte da personagem principal. 
C) o aprisionamento da personagem. 
D) a beleza impressionante de Gertrudes. 
E) o suicídio do mordomo com uma foto sobre o peito. 
 
 
 
 15 
 
GRADE DE CORREÇÃO 
ALTERNATIVAS OBSERVAÇÕES 
A) a interrupção do trânsito. Resposta incorreta. Essa alternativa 
refere-se a uma das consequências da 
beleza de Gertrudes, mas não é o conflito 
que gera o desencadeamento do enredo. 
B) a morte da personagem principal. Resposta incorreta. Essa é a parte final da 
narrativa, o clímax, e não o conflito 
gerador do enredo. 
D) o aprisionamento da personagem. Resposta incorreta. Essa é uma das 
consequências da beleza de Gertrudes, 
mas não é o conflito que gera o 
desencadeamento do enredo. 
D) a beleza impressionante de 
Gertrudes. 
Resposta correta. Todo o conto se 
desenvolve a partir da beleza 
impressionante de Gertrudes. Todos os 
acontecimentos da narrativa partem 
desse pressuposto. 
E) o suicídio do mordomo com uma foto 
sobre o peito. 
Resposta incorreta. Essa é uma das 
consequências da beleza de Gertrudes, 
mas não é o conflito que gera o 
desencadeamento do enredo. 
 
Habilidade 
MP033 - Reconhecer o efeito de sentido produzido pelo uso de recursos 
morfossintáticos (preposição, conjunção, período composto por coordenação e período 
composto por subordinação) em um texto (parábola/apólogo, narrativa alegórica, fábula, 
conto, poema). 
 
 
 16 
 
Questão 05 
No trecho “A moça já não podia sair à rua, pois os veículos paravam à revelia dos 
condutores [...]”, a oração destacada acrescenta uma 
A) alternativa para o trânsito caótico. 
B) oposição ao comportamento da moça. 
C)possibilidade em relação aos motoristas. 
D) conclusão em relação à beleza da moça. 
E) explicação do motivo pelo qual ela não saía. 
GRADE DE CORREÇÃO 
ALTERNATIVAS OBSERVAÇÕES 
A) alternativa para o trânsito 
caótico. 
Resposta incorreta. A conjunção “pois” utilizada na 
oração expressa uma explicação e não uma 
alternância. 
B) oposição ao comportamento 
da moça. 
Resposta incorreta. As conjunções adversativas 
exprimem oposição, contraste, ressalva, 
compensação. A conjunção “pois” utilizada na 
oração expressa uma explicação. 
C) possibilidade em relação aos 
motoristas. 
Resposta incorreta. Não se trata de uma 
possibilidade, mas de uma explicação. A oração 
coordenada é introduzida pela conjunção “pois”. 
D) conclusão em relação à 
beleza da moça. 
Resposta incorreta. A conjunção “pois” utilizada na 
oração expressa uma explicação e não uma 
conclusão. 
E) explicação do motivo pelo 
qual ela não saía. 
Resposta correta. As conjunções com funções 
explicativas precedem uma explicação, um 
motivo. A conjunção “pois”, utilizada na 
oração, expressa uma explicação. 
 
 
 
 17 
 
Habilidade 
MP024 - Identificar a finalidade de um texto (parábola/apólogo, narrativa alegórica, 
fábula, conto, poema). 
 
Questão 06 
O trecho “Os espelhos pasmavam diante de seu rosto, recusando-se a refletir as 
pessoas da casa e muito menos as visitas [...]” tem a finalidade de 
A) enfatizar a beleza de Gertrudes. 
B) destacar que as personagens principais eram os espelhos. 
C) esclarecer como a beleza da personagem irritava outras pessoas. 
D) convencer o leitor que não havia necessidade de espelhos na casa. 
E) explicar uma teoria sobre o espelho e a imagem que a personagem refletia. 
 
GRADE DE CORREÇÃO 
ALTERNATIVAS OBSERVAÇÕES 
A) enfatizar a beleza de 
Gertrudes. 
Resposta correta. O trecho relata a forma como 
os espelhos ficavam diante da beleza 
estonteante de Gertrudes. 
B) destacar que as personagens 
principais eram os espelhos. 
Resposta incorreta. Os espelhos são 
personificados, tornando-se personagens. Mas a 
personagem principal da narrativa é Gertrudes. 
C) esclarecer como a beleza da 
personagem irritava outras 
pessoas. 
 
Resposta incorreta. Pelo contrário, a beleza de 
Gertrudes fascina a todos, inclusive deixando os 
espelhos fascinados. 
D) convencer o leitor que não 
havia necessidades de espelhos 
na casa. 
Resposta incorreta. Não há essa proposição no 
trecho apresentado. 
E) explicar uma teoria sobre o 
espelho e a imagem que a 
personagem refletia. 
Resposta incorreta. Não ocorre essa explicação. O 
trecho destaca a reação dos espelhos, enfatizando 
a beleza da personagem principal. 
 
 
 
 18 
 
Leia o texto e responda às questões 07, 08 e 09. 
 
Os urubus e sabiás 
Rubem Alves 
 
Tudo aconteceu numa terra distante, no tempo em que os bichos falavam... Os urubus, 
aves por natureza becadas, mas sem grandes dotes para canto, decidiram que, mesmo 
contra a natureza, eles haveriam de se tornar grandes cantores. E, para isso, fundaram 
escolas e importaram professores, gargarejaram do-ré-mi-fá, mandaram imprimir 
diplomas e fizeram competições entre si, para ver quais deles seriam os mais 
importantes e teriam a permissão para mandar nos outros. Foi assim que eles 
organizaram concursos e se deram nomes pomposos, e o sonho de cada urubuzinho, 
instrutor em início de carreira era se tornar um respeitável urubu titular, a quem todos 
chamam por Vossa Excelência. Tudo ia muito bem até que a doce tranquilidade da 
hierarquia dos urubus foi estremecida. A floresta foi invadida por bandos de pintassilgos 
tagarelas, que brincavam com os canários e faziam serenatas com os sabiás... Os 
velhos urubus entortaram o bico, o rancor encrespou a testa e eles convocaram 
pintassilgos, sabiás e canários para um inquérito. 
— Onde estão os documentos dos seus concursos?” E as pobres aves se olharam 
perplexas, porque nunca haviam imaginado que tais coisas houvessem. Não haviam 
passado por escolas de canto, porque o canto nascera com elas. E nunca apresentaram 
um diploma para provar que sabiam estudar, mas cantavam simplesmente [...] 
— Não, assim não pode ser. Cantar sem a titulação devida é um desrespeito à ordem. 
E os urubus, em uníssono, expulsaram da floresta os passarinhos que cantavam sem 
alvarás... 
Moral: Em terra de urubus diplomados não se ouve canto de sabiá. 
 
ALVES, Rubem. Estórias de quem gosta de ensinar. São Paulo: Cortez, 1984. p. 61-2. 
 
 
 
 19 
 
Habilidade 
MP028 - Reconhecer os elementos constitutivos da organização de um texto 
(parábola/apólogo, narrativa alegórica, fábula, conto, poema). 
Questão 07 
O texto “Os urubus e sabiás” é uma fábula, pois 
 
A) retrata o que ocorre no mundo animal de forma fiel. 
B) apresenta atitudes de seres humanos que agem como os animais. 
C) é uma narrativa curta que ilustra a convivência de personagens sem conflitos. 
D) contém animais que agem como humanos para representar um preceito moral. 
E) mostra o comportamento de personagens humanos que desejam se tornar cantores. 
 
GRADE DE CORREÇÃO 
ALTERNATIVAS ORIENTAÇÕES 
A) retrata o que ocorre no mundo animal 
de forma fiel. 
 Resposta incorreta. A fábula é um texto 
alegórico e curto, não retrata o mundo 
animal de forma fiel. As personagens, 
que são geralmente animais, é que 
ganham contornos humanos como fala e 
costumes. 
B) apresenta atitudes de seres humanos 
que agem como os animais. 
Resposta incorreta. Fábulas apresentam 
justamente o oposto do que a alternativa 
propõe, são personagens representadas 
por animais com características humanas 
como a fala e os costumes. 
C) é uma narrativa curta que ilustra a 
convivência de personagens sem 
conflitos. 
Resposta incorreta. Fábulas são 
narrativas curtas. E o conflito, sendo um 
dos elementos da narrativa, é, portanto, 
um dos elementos constituintes desse 
gênero. 
 
 
 
 
 20 
 
 
D) contém animais que agem como 
humanos para representar um preceito 
moral. 
 
Resposta correta. Fábulas são textos 
narrativos alegóricos, escritos em 
prosa ou verso, nos quais as 
personagens são geralmente animais 
com características humanas como a 
fala, os costumes. 
E) mostra o comportamento de 
personagens humanos que desejam se 
tornar cantores. 
Resposta incorreta. As personagens da 
fábula são animais que ganham 
comportamentos humanos. Nessa 
narrativa, todas as personagens são 
aves. 
 
 
Habilidade 
MP027 - Reconhecer a presença de valores culturais, sociais e/ou humanos em 
contextos literários. 
 
Questão 08 
No texto, as personagens ao afirmarem que “Cantar sem a titulação devida é um 
desrespeito à ordem [...]”, refletem uma visão de uma cultura que valoriza a 
 
A) experiência dos trabalhadores, desconsiderando os anos de estudo. 
B) dedicação dos indivíduos, mesmo sem a devida titulação. 
C) escolaridade em detrimento da experiência profissional. 
D) vivência profissional que vem desdeo nascimento. 
E) desenvoltura no trabalho, unicamente. 
 
 
 
 
 
 
 21 
 
GRADE DE CORREÇÃO 
ALTERNATIVAS OBSERVAÇÕES 
A) experiência dos 
trabalhadores, 
desconsiderando os anos de 
estudo. 
Resposta incorreta. A primeira informação do item 
é conflitante com a afirmação do texto. As 
personagens principais da fábula não valorizam a 
experiência das demais aves, que são 
apresentadas na narrativa. 
B) dedicação dos indivíduos, 
mesmo sem a devida 
titulação. 
Resposta incorreta. Esta alternativa contradiz a 
afirmação destacada no enunciado. 
C) escolaridade em 
detrimento da experiência 
profissional. 
Resposta correta. Após a revolução industrial a 
sociedade passa a valorizar, de maneira 
enfática, a escolarização/formação dos 
cidadãos. Os postos de trabalho passam a 
exigir indivíduos mais capacitados para um 
rendimento melhor, uma maior valorização dos 
diplomas e uma menor consideração à 
experiência. Essa questão é utilizada na fábula, 
simulando valores humanos. 
D) vivência profissional que 
vem desde o nascimento. 
Resposta incorreta. Os pintassilgos e canários 
alegam cantar desde sempre, mas isso não é 
valorizado pelos urubus. 
E) desenvoltura no trabalho, 
unicamente. 
Resposta incorreta. Esta alternativa engloba a 
descrição de um modelo de comportamento no 
trabalho não contemplado na narrativa. 
 
 
 
 
 
 22 
 
Habilidade 
MP033 – Reconhecer o efeito de sentido produzido pelo uso de recursos 
morfossintáticos (preposição, conjunção, período composto por coordenação e 
período composto por subordinação) em um texto (parábola/apólogo, narrativa 
alegórica, fábula, conto, poema). 
 
Questão 09 
No trecho: “Os urubus, aves por natureza becadas, mas sem grandes dotes para 
canto, decidiram que, mesmo contra a natureza, eles haveriam de se tornar grandes 
cantores [...]”, a oração em destaque iniciada pela conjunção “mas” 
 
A) adiciona uma informação sobre o talento das aves. 
B) explica a ideia de que as aves se tornarão famosas. 
C) conclui uma afirmação sobre a falta de aptidão das aves para o canto. 
D) opõe-se à ideia de que aves possam se tornar grandes cantoras. 
E) indica uma alternativa profissional para as aves, considerando o canto. 
 
GRADE DE CORREÇÃO 
ALTERNATIVAS OBSERVAÇÕES 
(A) adiciona uma informação 
sobre o talento das aves. 
 
 
Resposta incorreta. Não há, na conjunção “mas”, a 
ideia de adição. Um exemplo em que o conectivo 
expressa adição é: Entrou na área e fez o gol. 
(D’ÁVILA, SUSANA, 1997, p.226 ). 
(B) explica a ideia de que as aves 
se tornarão famosas. 
 
Resposta incorreta. Não há, na conjunção “mas”, a 
ideia de explicação, que é expressa pelos conectivos 
que, porque, pois (colocado antes do verbo), 
portanto. 
(D’ÁVILA, SUSANA, 1997, p.227 ). 
 
 
 23 
 
(C) conclui uma afirmação sobre 
a falta de aptidão das aves 
para o canto. 
Resposta incorreta. Não há, na conjunção “mas”, a 
ideia de conclusão que é expressa pelos conectivos 
logo, portanto, então, pois (colocado depois do 
verbo), por conseguinte, por isso, assim. (D’ÁVILA, 
SUSANA, 1997, p.227). 
(D) opõe-se à ideia de que 
as aves possam se tornar 
grandes cantoras. 
Resposta correta. As conjunções adversativas 
exprimem ideia de oposição, de contraste. 
Exemplos: mas, porém, todavia, contudo, no 
entanto, entretanto. (D’ÁVILA, SUSANA, 1997, 
p.226). 
(E) indica uma alternativa 
profissional para as aves, 
considerando o canto. 
 
 
Resposta incorreta. Não há, na conjunção “mas”, a 
ideia de alternativa, uma vez que as conjunções 
alternativas exprimem a ideia de alternância, de 
escolha entre dois fatos (ou coisas) que não podem 
existir ao mesmo tempo. Um exemplo em que o 
conectivo expressa alternativa é: Você trouxe o livro 
que pedi ou esqueceu em casa? Conjunções que 
exprimem ideia de alternativa: ou... ou, ora...ora, 
quer... quer, já...já, seja...seja. (D’ÁVILA, SUSANA, 
1997, p.226 ). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 24 
 
 
Leia o texto e responda à questão 10. 
Visão 1944 
Carlos Drummond de Andrade 
 
Meus olhos são pequenos para ver 
a massa de silêncio concentrada 
por sobre a onda severa, piso oceânico 
esperando a passagem dos soldados. 
 
 
Meus olhos são pequenos para ver 
luzir na sombra a foice da invasão 
e os olhos no relógio, fascinados, 
ou as unhas brotando em dedos frios. 
 
Meus olhos são pequenos para ver 
o general com seu capote cinza 
escolhendo no mapa uma cidade 
que amanhã será pó e pus no arame. 
 
Meus olhos são pequenos para ver 
a bateria de rádio prevenindo 
vultos a rastejar na praia obscura 
aonde chegam pedaços de navios. 
[...] 
Meus olhos são pequenos para ver 
a distância da casa na Alemanha 
a uma ponte na Rússia, 
onde retratos, cartas, dedos de pé boiam 
em sangue. 
[...] 
Meus olhos são pequenos para ver 
a fila de judeus de roupa negra, 
de barba negra, prontos a seguir 
para perto do muro - e o muro é branco. 
[...] 
Meus olhos são pequenos para ver 
países mutilados como troncos, 
proibidos de viver, mas em que a vida 
lateja subterrânea e vingadora. 
[...] 
Meus olhos são pequenos para ver 
tudo que uma hora tem, quando madura, 
tudo que cabe em ti, na tua palma, 
ó povo! Que no mundo te dispersas. 
[...] 
ANDRADE, Carlos Drummond de. Visão 1944. In: A Rosa do Povo. Rio de Janeiro; Record, 2000. 
 
 
 
 25 
 
 
Habilidade 
MP027 - Reconhecer a presença de valores culturais, sociais e/ou humanos em 
contextos literários 
 
Questão 10 
Em cada estrofe, o poema retrata uma cena completa. Essas cenas descrevem 
A) os pequenos olhos do eu lírico que não conseguem enxergar todas as mazelas do 
mundo. 
B) a desilusão e a dor da perda de familiares para os generais das guerras que 
acontecem no mundo. 
C) a morte, a destruição e a dor de uma guerra que acarreta o envolvimento de 
uma sociedade inocente que sofrerá as consequências do confronto. 
D) a passagem de soldados armados entre as cidades da Alemanha e da Rússia com 
destino a uma guerra terrível. 
E) a proibição dos soldados viverem suas vidas e trabalharem para que o mundo não 
viva os horrores das guerras. 
GRADE DE CORREÇÃO 
ALTERNATIVAS OBSERVAÇÕES 
A) os pequenos olhos do eu lírico que 
não conseguem enxergar todas as 
mazelas do mundo. 
 
Resposta incorreta. O poema é um retrato da 
Segunda Guerra Mundial. Os versos “Meus 
olhos são pequenos” servem como recursos 
utilizados pelo autor para refletir a sua 
impotência diante dos fatos ocorridos. 
B) a desilusão e a dor da perda de 
familiares para os generais das 
guerras que acontecem no mundo. 
Resposta incorreta. O poema trata de perdas 
em umaguerra global, não especifica a dor da 
perda de familiares para os generais da guerra. 
 
 
 26 
 
C) a morte, a destruição e a dor de 
uma guerra que acarreta o 
envolvimento de uma sociedade 
inocente que sofrerá as 
consequências do confronto. 
Resposta correta. O poema a cada estrofe 
descreve uma cena ocorrida em guerras. 
Este, particularmente, retrata a Segunda 
Guerra Mundial (década de 40). O período 
literário compreende o existencialismo. 
D) a passagem de soldados armados 
entre as cidades da Alemanha e da 
Rússia com destino a uma guerra 
terrível. 
Resposta incorreta. Esta alternativa cita 
cidades presentes no poema, porém, essas 
informações isoladamente não compõem a 
resposta correta. 
E) a proibição dos soldados 
viverem suas vidas e trabalharem para 
que o mundo não viva os horrores das 
guerras. 
Resposta incorreta. Não está presente no texto 
nenhuma citação referente a proibição dos 
soldados viverem. Na 7ª estrofe encontramos 
esta informação, mas ela se refere aos países 
que são impedidos de viverem suas vidas. 
Leia o texto e responda à questão 11. 
 
O peixe 
Patativa do Assaré 
 
Tendo por berço o lago cristalino, 
Folga o peixe, a nadar todo inocente, 
Medo ou receio do porvir não sente, 
Pois vive incauto do fatal destino. 
 
Se na ponta de um fio longo e fino 
A isca avista, ferra-a inconsciente, 
Ficando o pobre peixe de repente, 
Preso ao anzol do pescador ladino. 
 
O camponês, também, do nosso 
Estado, 
Ante a campanha eleitoral, coitado! 
Daquele peixe tem a mesma sorte. 
 
Antes do pleito, festa, riso e gosto, 
Depois do pleito, imposto e mais 
imposto. 
Pobre matuto do sertão do Norte! 
SILVA, Antônio Gonçalves da. O peixe. In: Cante lá que eu canto cá: filosofia de um trovador nordestino. São 
Paulo: Editora Vozes, 2014. p. 247 
 
 
 27 
 
 
Questão 11 
Podemos inferir do texto, que o camponês 
A) teme o futuro, por isso é precavido. 
B) dedica-se às festas após as eleições. 
C) acredita que os políticos são desonestos. 
D) não se preocupa com as eleições e prefere ir pescar. 
E) é vítima de suas escolhas ruins, como os peixes ao fisgarem o anzol. 
 
GRADE DE CORREÇÃO 
ALTERNATIVAS OBSERVAÇÕES 
A) teme o futuro, por isso é precavido. Resposta incorreta. O poema trata da falta 
de medo ou receio do porvir, da 
credulidade em políticos 
descompromissados. 
B) dedica-se às festas após as eleições. Resposta incorreta. De acordo com o 
poema as festas ocorrem antes das 
eleições. 
C) acredita que os políticos são 
desonestos. 
Resposta incorreta. O poema demonstra a 
credulidade do eleitor, não há referência à 
desonestidade por parte deles. 
D) não se preocupa com as eleições e 
prefere ir pescar. 
Resposta incorreta. Não há essa 
proposição no poema. 
E) é vítima de suas escolhas ruins, 
como os peixes ao fisgarem o anzol. 
Resposta correta. O autor afirma que o 
eleitor tem a mesma sorte do peixe. Ou 
seja, é vítima de escolhas muitas vezes 
inconscientes. 
 
Habilidade 
MP026 – Inferir informação implícita em textos verbais (parábola/apólogo, narrativa 
alegórica, fábula, conto, poema). 
 
 
 28 
 
Leia o texto e responda à questão 12. 
 
O açúcar 
Ferreira Gullar 
 
O branco açúcar que adoçará meu café 
nesta manhã de Ipanema 
não foi produzido por mim 
nem surgiu dentro do açucareiro por 
milagre. 
Vejo-o puro 
e afável ao paladar 
como beijo de moça, água 
na pele, flor 
que se dissolve na boca. Mas este 
açúcar 
não foi feito por mim. 
Este açúcar veio 
da mercearia da esquina e tampouco o 
fez o Oliveira, 
dono da mercearia. 
Este açúcar veio 
de uma usina de açúcar em 
Pernambuco 
ou no Estado do Rio 
e tampouco o fez o dono da usina. 
Este açúcar era cana 
e veio dos canaviais extensos 
que não nascem por acaso 
no regaço do vale. 
[...] 
Em usinas escuras, 
homens de vida amarga 
e dura 
produziram este açúcar 
branco e puro 
com que adoço meu café esta manhã 
em Ipanema. 
 
GULLAR, Ferreira. Toda Poesia. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1980, p.227-8 
 
 
 
 
 
 
 
 29 
 
 
 
Habilidade 
MP031 - Identificar recursos semânticos expressivos (figuras de linguagens; 
neologismos) em um texto (parábola/apólogo, narrativa alegórica, fábula, conto, poema). 
 
 
Questão 12 
A oposição entre “a doçura do branco açúcar” e “o trabalho dos homens de vida amarga” 
presente no poema constitui uma figura de linguagem denominada 
A) antítese. 
B) metonímia. 
C) eufemismo. 
D) prosopopeia. 
E) comparação. 
 
GRADE DE CORREÇÃO 
 ALTERNATIVAS OBSERVAÇÕES 
A) antítese. Resposta correta. A figura de linguagem em que se colocam, 
lado a lado, ideias opostas, é denominada antítese (FARACO, 
MOURA, 1998, p. 576). Essa definição aplica-se aos termos 
destacados na questão (“a doçura do branco açúcar” e “o 
trabalho dos homens de vida amarga”). Logo, a oposição está 
entre o adjetivo “amarga” e a característica do açúcar “doce”. 
B) metonímia. Resposta incorreta. Nos versos, não existe metonímia, figura de 
linguagem em que se substitui “um termo por outro que com ele 
apresenta relação de sentido lógica e constante” (FARACO; 
MOURA, 1998, p. 577). 
 
 
 
 30 
 
 
C) eufemismo. 
Resposta incorreta. Não há, nos versos, o uso de eufemismo, que, 
de acordo com FARACO; MOURA (1998, p. 579), é a “substituição 
de palavra ou expressão considerada cruel, imoral, obscena, 
ofensiva, por outra de sentido mais agradável ou menos chocante, 
que atenua ou suaviza aquelas ideias”. 
 
 
D) prosopopeia. 
Resposta incorreta. A prosopopeia, também denominada 
personificação, é a figura de linguagem que “consiste em atribuir 
vida ou qualidades humanas a seres inanimados, irracionais, 
mortos, ou a conceitos” (FARACO; MOURA, 1988, p. 586). 
 
 
E) comparação. 
Resposta incorreta. A comparação é uma figura de linguagem que 
“consiste no confronto entre duas realidades diferentes, entre as 
quais se depreendeu alguma semelhança” (FARACO; MOURA, 
1988, p. 578). Geralmente, usa-se um conectivo (como, tal qual, tal 
como, assim como etc.), ligando os termos comparados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 31 
 
Referências Bibliográficas 
ALVES, Rubem. Estórias de quem gosta de ensinar. São Paulo: Cortez, 1984. p. 61-2 
 
ANDRADE, Carlos Drummond de. A beleza total. In: Contos plausíveis. São Paulo: 
Companhia das Letras, 2012. 
 
ANDRADE, Carlos Drummond de. Visão1944. In: A Rosa do Povo. Rio de Janeiro; 
Record, 2000. 
CEGALLA, Domingos Paschoal. Nova minigramática da língua portuguesa 
/Domingos Paschoal Cegalla – I. ed. – São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2005. 
 
D’ÁVILA, Susana. Gramática: uso & abuso da língua portuguesa. São Paulo: Editora 
Brasil, 1997. 
 
FARACO, Carlos Emílio; MOURA, Francisco Marto de. Gramática. São Paulo: Ática, 
1998. 
GIUDICE, Vitor. O arquivo. In: Moriconi, Ítalo. Os Cem Melhores Contos Brasileiros 
do Século. Editora Objetiva: Rio de Janeiro, 2000 p. 382. 
GULLAR, Ferreira. Toda Poesia. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1980, p.227-8 
 
SILVA, Antônio Gonçalves da. O peixe. In: Cante lá que eu canto cá: filosofia de um 
trovador nordestino. São Paulo: Editora Vozes, 2014. p. 247d 
 
 
 
 
 
 
 
 
 32 
 
Sites Pesquisados 
 
<http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/jp000009.pdf>. Acesso em: 02 jul. 
2019. 
 
<https://www.companhiadasletras.com.br/sala_professor/pdfs/CadernoLeiturasCarlosDr
ummonddeAndrade.pdf>. Acesso em: 03 jul. 2019. 
 
<https://www.dicio.com.br/>. Acesso em: 03 jul. 2019. 
 
<http://www.opera10.com.br/2013/09/generos-textuais-parabola-fabula-e.html>. Acesso 
em: 03 jul. 2019. 
 
<https://dicionario.priberam.org/equanimidade>. Acesso em: 03 jul. 2019. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 33 
 
AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM EM PROCESSO 
 
COORDENADORIAS 
Coordenadoria Pedagógica - COPED 
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DEPARTAMENTOS 
 
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Equipe Curricular de Língua Portuguesa – Leitura crítica e validação do material 
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Autoria do material de Língua Portuguesa 
Mara Lucia David – 6º ano EF; Katia Regina Pessoa - 7º ano EF; Daniel Carvalho Nhani – 8º ano EF; 
Teônia de Abreu Ferreira - 9º ano EF; Rodrigo César Gonçalves e Lidiane Maximo Feitosa - 1ª série EM; 
Danubia Fernandes Sobreira Tasca e Alessandra Junqueira Vieira Figueiredo - 2ª série EM; 
Igor Rodrigo Valério Matias e Shirlei Pio Pereira Fernandes - 3ª EM. 
 
Professores Coordenadores dos Núcleos Pedagógicos das Diretorias de Ensino 
Leitura crítica e validação do material 
Eduardo Martins Kebbe, Eleneide Gonçalves dos Santos, 
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Departamento de Avaliação Educacional - DAVED 
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Centro de Planejamento e Análise de Avaliações - CEPAV 
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Representantes do CAPE 
 Leitura crítica, validação e adaptação do material para os deficientes visuais 
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