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(ARTIGO) A EDUCAÇÃO ESPECIAL INCLUSIVA E OS SEUS PRINCIPAIS DESAFIOS

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A EDUCAÇÃO ESPECIAL INCLUSIVA E OS SEUS PRINCIPAIS DESAFIOS
GRACIELE CORDEIRO ALMEIDA
SÃO FRACISCO-MG
FEVEREIRO/2018
A EDUCAÇÃO ESPECIAL INCLUSIVA E OS SEUS PRINCIPAIS DESAFIOS
Artigo apresentado ao curso de Especialização Lato Sensu da Faculdade FAIARA, como requisito parcial à obtenção do Título de Pós Graduação em Educação Especial Inclusiva.
SÃO FRANCISCO-MG 
FEVEREIRO/2018
A EDUCAÇÃO ESPECIAL INCLUSIVA E OS SEUS PRINCIPAIS DESAFIOS
RESUMO
 A Inclusão e os desafios da escola: perspectiva atual. O presente artigo trata da inclusão, sob a perspectiva histórica e, também sobre as mudanças ocorridas na atualidade e os impactos trazidos á escola. Para tanto, procura apontar que historicamente a inclusão desde o seu surgimento passou por diversas etapas e movimentos que lhes trouxe muitos desafios. No Brasil, em termos legislativos o documento que a fundamenta é a Constituição Federal de 1988, passou a exigir o respeito ao diferente, isto é a diversidade. Dessa forma, um dos objetivos dessa Lei são a habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de deficiência e a promoção de sua integração á vida comunitária. Na concepção dos referenciais estudados, que são MANTOAN (2006), SASSAKI (1997), MAZZOTA (2005), a educação especial diz respeito ao atendimento especifico de pessoas portadoras de necessidades em instituições especializados. Assim, ela tem por objetivo inserir portadores e não portadores de necessidades em salas de aula de escolas comuns, mas ainda continua sendo um grande desafio.
Palavras-chave: Educação especial; Desafios e Inclusão Escolar;
INTRODUÇÃO
 A discussão sobre inclusão social é de grande importância em nossa sociedade, por estarmos vivendo em uma época em que o respeito à diversidade e a garantia ao direito à participação social de cada pessoa, o respeito as suas características (de gênero, étnicas, socioeconômicas, religiosas, físicas e psicológicas), têm emergido como uma questão ética, promovendo a reivindicação por uma sociedade mais justa e igualitária.
 Nesse sentido, a temática da inclusão social traz, como pressuposto, a ideia de uma sociedade que considera e acolhe a diversidade humana, nos diferentes tipos de atividades e nas diversas redes de relacionamentos. Ao tratarmos de inclusão de crianças com necessidades especiais, somos enviados ao campo da educação, pois ele está presente no dia-a-dia, defendida como para Todos, sem nenhum tipo de distinção, traçando diretrizes para que o processo inclusivo seja deflagrado. Contudo, percebe-se que dez anos após a implantação da Declaração de Salamanca, sobre princípios, políticas e práticas em Educação Especial, ainda caminhamos a passos lentos, pois se faz necessário derrubar muitos paradigmas, no intuito de preparar a sociedade para receber e aceitar a diversidade biopsicossocial.
 A inclusão é uma inovação, cujo sentido tem sido muito distorcido e polemizado pelos mais diferentes segmentos educacionais. É um movimento mundial de luta das pessoas com deficiências e seus familiares na busca dos seus direitos e lugar na sociedade. Ela está ligada a todas as pessoas que não têm as mesmas oportunidades dentro da sociedade. No entanto, inserir alunos com déficits de toda ordem, permanentes ou temporários, mais graves ou menos severos no ensino regular nada mais é do que garantir o direito de todos à educação – e assim diz a Constituição. De acordo com Sassaki, “é um processo que contribui para um novo tipo de sociedade através de transformações, nos ambientes físicos (...) e na mentalidade de todas as pessoas” (2010, p. 40). Já para Aranha (2002), inclusão significa afiliação, combinação, compreensão, envolvimento, continência, circunvizinhança, ou seja, inclusão significa convidar aqueles que (de alguma forma) têm esperado para entrar e pedir-lhes para ajudar a desenhar novos sistemas que encorajem todas as pessoas a participar da condição de suas capacidades como companheiros e como membros, ou seja, incluir aquele que de alguma forma teve seus direitos perdidos ou por algum motivo não os exercem. A inclusão perpassa por saber quais as necessidades especiais que os alunos possuem deficiências, déficits de aprendizagem antes de incluí-los na rede regular de ensino. Esse tema tem como foco levantar questionamentos e inquietar professores e educadores, assim como outros profissionais que se interessam pela temática. É nesse espaço que serão construídos os cidadãos de amanhã, estes que precisam ser orientados a conviver com as diferenças, respeitando os outros que estão ao seu lado, para construir uma sociedade digna e democrática. Inclusão engloba uma educação para todos, centrada no respeito e valorização das diferenças. Uma posição que reforça a necessidade do respeito à diferença, o conhecimento e o preparo para lidar com as potencialidades e limitações das pessoas.
 A partir dessa proposta, esperamos quebrar alguns tabus que cercam a educação em relação a esse assunto, pois a inclusão requer um movimento de adesão, não somente a uma proposta coletiva, mas também, um movimento interno, da ordem da subjetividade e dos relacionamentos interpessoais. Concebemos, assim, que o momento pedagógico diz respeito não apenas a conteúdos e métodos de ensino, mas também aos afetos, à visão de mundo e de homem, dos sujeitos que interagem no espaço escolar. Sabe-se que o processo inclusivo é frágil e falta o imaginário da aceitação do diferente como diferente; existem fragilidades no processo de formação profissional; atividades pedagógicas diferenciadas resultam de iniciativas particulares de professores; existe ainda resistência e uma espécie de falta de compromisso coletivo da comunidade escolar com o processo inclusivo.
 Diante disso, pode-se dizer que: a inclusão escolar continua um tema aberto e de muitas entradas para reflexão; a efetivação da educação inclusiva sendo ainda muito incipiente e uma de suas maiores dificuldades estão no não reconhecimento do outro como diferente, o que denota a não aceitação dessa diferença, faltando á colaboração e consenso na redefinição de procedimentos didáticos pedagógicos capazes de qualificar a aprendizagem para cada aluno. Sendo assim, percebe-se que a inclusão envolve convivência regada pelo diálogo, pela humildade, pelo reconhecimento das próprias fragilidades, além da superação de paradigmas tão impregnados em nossa formação cultural, religiosa, social, enfim fazendo parte de todo nosso desenvolvimento histórico.
INCLUSÃO NA ATUALIDADE NO BRASIL: ASPECTOS LEGAIS 
 No Brasil, em termos legislativos o documento fundamental que passa a exigir o respeito ao diferente, isto é à diversidade é a Constituição Federal de 1988. De acordo com esta Carta Magna, promulgada em 05 de outubro de 1988, com intuito de garantir o direito à cultura, e a inclusão, a Constituição diz no art. 215 o seguinte:
O Estado garantirá a todos o pleno exercício dos direitos culturais e acesso ás fontes da cultura nacional, e apoiará incentivará a valorização. &1:° O Estado protegerá as manifestações das culturas populares, indígenas e afro-brasileiras, e dos outros grupos participantes do processo civilizado nacional. &2°: A lei disporá sobre a fixação de datas comemorativas de alta significação para os diferentes segmentos étnicos nacionais.
 Além disso, um, outro objetivo dessa lei geral é “a habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de deficiência e a promoção de sua integração à vida comunitária”.
O processo de inclusão na educação, no lazer, no transporte, quando isso acontece, pode falar em educação inclusiva, no lazer inclusivo, no transporte inclusivo e assim por diante. Outra forma de referência consiste em dizermos, por exemplo, educação para todos, lazer para todos, transporte para todos (SASSAKI, 1997, p. 42).
 Além disso, a Constituição de 1988 estabelece que é necessário que promova “[...] o bem de todos, sem preconceito de origem, raça, sexo, cor,idade, e quaisquer outras formas de discriminação”. Outro ponto fundamental apontado é que a educação deve ser igual para todos. Assim diz o artigo a seguir: 
O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de: I- ensino fundamental, obrigatório e gratuito, inclusive para os que a este não tiveram acesso na idade própria; II– progressiva extensão da obrigatoriedade e gratuidade ao ensino médio; III- atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino; VII- atendimento ao educando, no ensino fundamental, através de programas suplementares de material didático - escolar, transporte, alimentação e assistência á saúde (MAZZOTA, 2005, p. 77).
 A legislação é explícita quanto à obrigação das escolas de acolherem, a todas as crianças que se apresentam para a matrícula. Por outro lado, é importante que esse acolhimento não seja meramente formal e que o aluno com deficiência tenha condições efetivas de realizar integralmente suas potencialidades. Essa realização exige envolvimento e participação de toda a comunidade escolar. Para isso, é necessário prover as escolas de estruturas físicas (rampas, banheiros, mobiliárias); de pessoal de apoio especializado, como fisioterapeutas, fonoaudiólogos, professores de Libras (Língua Brasileira de Sinais) e Braile (sistema de leitura e escrita elaborado para pessoas cegas). A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional n° 9.394 foi promulgada em 20 de dezembro de 1996, buscando definir e regulamentar o sistema de educação brasileiro com base nos princípios presentes na Constituição. Dessa forma, ela traz os preceitos tanto para a Educação básica, que compreende a Educação Infantil, Ensino Fundamental Ensino médio, como para a Educação Superior e, além disso, para as modalidades de ensino, que são a Educação Especial, a Educação de jovens e adultos, a Educação Indígena, tendo-se em vista as discussões em torno da implementação da LDB e de diversos outros instrumentos legais, intensificaram as reivindicações no sentido de se estimular a participação das pessoas com necessidades especiais na escola comum, ficando expressa a necessidades de ruptura com o sistema vigente, avaliado como segregado para a maioria dos alunos.
A INCLUSÃO E A ESCOLA HOJE: PRINCIPAIS DESAFIOS.
 A educação especial diz respeito ao atendimento específico de pessoas portadoras de necessidades em instituições especializadas, nesse sentido, ela tem como objetivo inserir portadores e não portadores de necessidades em salas de aula de escolas comuns. A inclusão escolar surgiu com a Declaração de Salamanca na década de 1990, conforme já apontamos, com a ideia de romper paradigmas educacionais existentes deste o início da educação de massas, no, século. Após tantos anos de segregação e isolamento, hoje essas pessoas são reconhecidas como cidadãs, segundo a Constituição Federal de 1988. A inclusão escolar está diretamente relacionada às ações políticas, pedagógicas, culturais e sociais. Esse movimento torna possível a interação de crianças com necessidades especiais junto com as crianças sem necessidades especiais convivendo no mesmo ambiente escolar, aprendendo e respeitando as diferenças (LIMA, 2006). 
 Um dos grandes desafios enfrentados pelas escolas, principalmente das redes públicas, é a formação de professores para o atendimento de alunos com necessidades educacionais especiais. No entanto, para PRIÉTO (2006), a expansão do acesso de alunos com necessidades educacionais especiais às classes comuns, constatável principalmente desde a última década do século XX, demanda investimentos de diversas naturezas para também assegurar a permanência desses educandos. Quanto ao professor Xavier (2002) considera o seguinte:
A construção da competência do professor para responder com qualidade às necessidades educacionais especiais de seus alunos em uma escola inclusiva, pela mediação da ética, responde a necessidade social e histórica de superação das práticas pedagógicas que discriminam, segrega e exclui, e ao mesmo tempo, configura, na ação educativa, o vetor de transformação social para a equidade, a solidariedade, a cidadania (XAVIER, 2002, p. 19).
 Nesse sentido, a formação continuada do professor deve ser um compromisso dos sistemas de ensino comprometidos com a inclusão. Nessa perspectiva, deve-se assegurar que sejam aptos a elaborar e a implantar novas propostas e práticas de ensino para responderem às características de seus alunos, incluindo aquelas evidenciadas pelos alunos com necessidades educacionais especiais. Portanto, deduzimos que os professores devem ser capazes de analisar os domínios de conhecimentos atuais dos alunos, as diferentes necessidades de demandas no processo de aprendizagem, elaborarem atividades, prever formas de avaliar os alunos para que as informações sirvam para aprimorar o atendimento daquelas com maiores dificuldades.
É essencial que os professores reconheçam sua própria importância no processo de inclusão, pois a eles cabe planejar e implementar intervenções pedagógicas que deem sustentação para o desenvolvimento das crianças (LIMA, 2006, p. 123).
A elaboração de políticas de formação de professores tem como fundamentos legais, atualmente, entre eles os objetivos e metas do novo Plano Nacional de Educação que, segundo a legislação:
 4) Universalizar para a população de 4 (quatro) a 17 (dezessete) anos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, o acesso à educação básica e ao atendimento educacional especializado, preferencialmente na rede regular de ensino, como a garantia de sistema educacional inclusivo, de salas de recursos multifuncionais, classes, escolas ou a serviços especializados, públicos ou conveniados. 
Entre tanto esta meta existem alguns estratégias que podemos observar:
4.1) Contabilizar. Para fins do repasse do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação, as matriculas dos (as) estudantes da educação regular da rede pública que recebam atendimento educacional especializado complementar e suplementar, sem prejuízo do cômputo dessas matricula na educação básica regular, e as matriculas efetivadas, conforme o censo escolares mais atualizados, na educação especial oferecida em instituições comunitárias, confessionais ou filantrópicas sem fins lucrativos, conveniados com o poder público e com atuação exclusiva na modalidade, nos termos da Lei no 11.494, de 20 junho de 2007; 
4.2) Promover, no prazo de vigência deste PNE, a universalização do atendimento escolar a demanda manifesta pelas famílias de crianças de 0 (zero) a 3 (três) anos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, observando o que dispõe a Lei no 9.394, 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional; 
4.3) Implantar, ao longo deste PNE, salas de recursos multifuncionais e fomentar a formação continuada de professores e professoras para o atendimento educacional especializado nas escolas urbanas, do campo, indígenas e de comunidades quilombolas;
4.4) Garantir atendimento educacional especializado em salas de recursos multifuncionais, classes, escolas, ou especializadas, públicos ou conveniadas, nas formas complementar e suplementar, a todos (alunos) os com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, matriculados na rede pública de educação básica, conforme necessidade identificada por meio de avaliação, ouvidos a família e o aluno;
4.5) Estimular a criança de centros multidisciplinares de apoio, pesquisa e assessoria, integrados por profissionais das áreas s de saúde, assistência social, pedagogia e psicologia, para apoiar o trabalho dos (os) professores da educação básica com (os) alunos (os) com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação (BRASIL, 2014).
 Hoje são apontados como local privilegiado para a educaçãodas crianças com necessidades especiais as instituições regulares de ensino, e não mais a escola especial. Além disso, é preciso dar suporte ao compromisso técnico para garantir-lhes o acesso ‘as conquistas culturais postas ao serviço das crianças em geral.
 Considera-se que a educação especial não pode mais ser olhada como um sistema paralelo à educação geral e sim fazer parte dela como um conjunto de recursos pedagógicos e de serviços de apoio que facilitem a aprendizagem de todas em turnos regulares. Entretanto, isso traz a todos os âmbitos do ensino a sensação de enfrentamento de um grande desafio: encontrar metodologias de ensino e recursos diferenciados que assegurem êxito na tarefa de atingir os objetivos curriculares básicos propostos ás crianças com necessidades educativas especiais (LIMA, 2006).
 As escolas precisam estar capacitadas para receberem seus alunos tendo em vista um ambiente organizado, programações diferenciadas, material pedagógico diversificado e, principalmente, um clima de aceitação de diferenças interpessoais. A formação continuada dos professores deve capacitá-los para conhecer melhor o que hoje se sabe a respeito das possibilidades de trabalho pedagógico com crianças com necessidades educacionais especiais, bem como auxiliar as crianças na construção de conhecimento cada vez mais ampliado e significativo acerca do mundo e de si mesmo (OLIVEIRA, 2005). Isto envolve as atividades propostas ao conjunto das crianças e torná-las acessíveis aquelas com necessidades especiais. É preciso pensar nos espaços existentes eliminando barreiras arquitetônicas, fazendo uma boa apresentação dos espaços físicos as crianças com necessidades educacionais especiais e oferecendo oportunidades diversificadas para elas explorá-las e descobrirem formas de se apropriarem dele. Como podemos observar os desafios à inclusão são bastante complexos, por isso, há necessidade de um mais comprometimento com a Educação Especial.
O PAPEL DA ESCOLA E DO PROFESSOR NA INCLUSÃO
 A imagem de que existem alunos incapazes de aprender e adquirir conhecimentos é muito comum na sociedade brasileira. Difundiu-se o estereótipo de que essas pessoas são destituídas de intelecto capaz de lhes oferecer as condições para desenvolver suas habilidades cognitivas. Nesse sentido, as escolas se inserem com participação decisiva para a sua formação e para a condição de cidadãos políticos e sociais. Cabe, portanto, a escola a difícil tarefa de prepará-los para inserção nessa sociedade tão complexa e excludente, incapaz de lidar com as diferenças, pois segundo Mantoan (2003), a inclusão escolar faz repensar o papel da escola e conduz a adoção de posturas mais solidárias e para a convivência.
 A educação brasileira tem se demonstrado ineficiente para o atendimento da maioria de sua clientela, pois conforme ideia de Gurgel (2007), a educação especial foi tradicionalmente concebida como destinada a atender o deficiente mental, visual, auditivo, físico e motor, além daqueles que apresentam condutas típicas, de síndromes e quadros psicológicos, neurológicos e psiquiátricos. Também estariam inseridos nessa modalidade de ensino os alunos que possuem altas habilidades e superdotação.
 O conceito de inclusão é uma dificuldade a ser enfrentada pelos professores das escolas, necessita de tempo para ser implementado, da mudança de paradigmas e concepções de educadores, de um projeto que seja tomado como de toda a escola e concomitante a isso, é necessário á mudança de práticas escolares, permitindo o acesso de alunos com necessidades educacionais especiais, mas antes de tudo, buscando garantir sua permanência nos espaços regulares de ensino. Rosseto nos diz que:
A inclusão é um programa a ser instalado no estabelecimento de ensino a longo prazo. Não corresponde a simples transferência de alunos de uma escola especial para uma escola regular, de um professor especializado para um professor de ensino regular. O programa de inclusão vai impulsionar a escola para uma reorganização. A escola necessitará ser diversificada o suficiente para que possa maximizar as oportunidades de aprendizagem dos alunos com necessidades educativas especiais (2005, p. 42).
 As dificuldades no processo de inclusão formam uma rede de situações que vão influenciando umas às outras, gerando, novos processos de exclusão dos alunos. Mantoan (2003) acredita que recriar um novo modelo educativo com ensino de qualidade, que diga não é a exclusão social, implica em condições de trabalho pedagógico e uma rede de saberes que entrelaçam e caminham no sentido contrário do paradigma tradicional de uma educação segregada.
 É uma reviravolta complexa, mas possível, basta que lutemos por ela, que nos aperfeiçoemos e estejamos abertos a colaborar na busca dos caminhos pedagógicos da inclusão. Pois nem todas as diferenças necessariamente inferiorizam as pessoas. Ela tem diferenças e igualdades, mas entre elas nem tudo deve ser igual, assim como nem tudo deve ser diferente. Santos apud MANTOAN, diz que “é preciso que tenhamos o direito de sermos diferentes quando a igualdade nos descaracteriza e o direito de sermos iguais quando a diferença nos inferioriza” (2003, p. 79).
 Os alunos com necessidades educacionais especiais requerem um trabalho específico, com ferramentas e posturas diferenciadas dos demais alunos, para que possam atender e se desenvolver. Nessa perspectiva, a dificuldade apresentada pelo aluno não é o parâmetro fundamental, mas as potencialidades, as possibilidades de descobrir outras formas de conhecer. Incluir requer, portanto, uma postura crítica dos educadores e dos educandos em relação aos saberes escolares e à forma como os mesmos podem ser trabalhados. Incluir implica considerar que a escola não é uma estrutura pronta, acabada, inflexível, mas uma estrutura que deve acompanhar o ritmo dos alunos, em um processo que requer diálogo nos grupos de trabalho, na relação com a comunidade escolar e com os outros campos do conhecimento. Também é importante destacar o papel do professor, diante dos alunos com necessidades educacionais especiais, em colaborar com o desenvolvimento integral do aluno, respeitando as diferenças e valorizando as potencialidades de cada um; oferecer um espaço em que o aluno possa aprender e se perceber como sujeito ativo na construção do conhecimento, por meio de atividades individualizadas e também em grupo, para que haja uma cooperação entre os alunos e para que esse processo se desenvolva de forma conjunta, pois é na relação com o outro que o sujeito se constitui e se transforma; trabalhar em parceria com a equipe especializada que acompanha o aluno, dentro e/ou fora da escola, bem como com as respectivas famílias, com o intuito de ampliar as possibilidades de inclusão. O ofício do professor não pode mais ser visto como vocação, e sim como profissão que requer muito estudo, reflexão e uma prática realmente transformadora.
 A capacitação docente é um dos meios de começar a mudança na qualidade do ensino para criar contextos educacionais inclusivos, capazes de propiciar a aprendizagem de todos os alunos, respeitando ritmos, tempos, superando barreiras físicas, psicológicas, espaciais, temporais, culturais, dentre outras. A formação de professores para a inclusão escolar de alunos com necessidades educacionais especiais não deve se restringir a torná-los conscientes das potencialidades dos alunos, mas também de suas próprias condições para desenvolver o processo de ensino inclusivo.
 Portanto, a inclusão consiste em adequar os sistemas gerais da sociedade, de tal modo, que sejam eliminados os fatores que excluíam certas pessoas do seu meio e as mantinham afastadas. A eliminação de tais fatores deve ser um processo contínuo e concomitante com o esforço que a sociedade deve empreender no sentido de acolher todas as pessoas independentemente de suas diferenças individuais e de suas origens na diversidade humana. Para que haja a inclusão, a sociedade deve ser modificada a partir do entendimento de que ela é e precisa ser capazde atender às necessidades de seus membros.
MEDIDAS PARA IMPLEMENTAÇÃO DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA
 A questão mais crítica com relação à educação inclusiva é a dificuldade encontrada para implementá-la de forma satisfatória nas redes de ensino. Segundo Glat e Pletsch (2004), a raiz do problema está no currículo adotado pelas escolas. Sendo assim, para que as condições necessárias para o progresso e desenvolvimento dos alunos com necessidades educacionais especiais sejam supridas pela classe regular, é preciso uma nova concepção curricular que considere a diversidade. Segundo Mendes (2003, p.33) a “inclusão não é algo para ser feito para uma pessoa, mas sim um princípio que fornece critérios através dos quais os serviços devem ser planejados e avaliados”.
 O processo de inclusão depende de investimentos nas instituições de ensino de forma que as mesmas estejam adaptadas fisicamente para acolher todos os alunos. Já é possível observar alguns exemplos de adaptação do ambiente físico, como, por exemplo, rampas de acesso, corrimão nos banheiros, superfícies não escorregadias, entre outras. Essas modificações facilitam o acesso dos alunos e proporcionam um ambiente mais agradável. Além disso, o suporte e a capacitação de professores e profissionais especializados em Educação Especial tornam-se indispensáveis, aspectos condicionais para que este processo de inclusão se torne efetivo. Tais melhorias estão descritas na Declaração de Salamanca nos Fatores relativos à escola:
Mudanças em todos os seguintes aspectos da escolarização, assim como em muitos outros, são necessárias para a contribuição de escolas inclusivas bem-sucedidas: currículo, prédios, organização escolar, pedagogia, avaliação, pessoal, filosofia da escola e atividades extra-curriculares (DECLARAÇÃO DE SALAMANCA, 1994, p.8).
 Essas mudanças apontadas pela Declaração de Salamanca dependem do envolvimento de todos os setores da escola. Nesse caso, a elaboração de um currículo flexível é fundamental para que as melhorias aconteçam. Ou seja, um currículo elaborado para proporcionar uma educação de qualidade para educandos com necessidades especiais, possibilitando o seu desenvolvimento e participação em atividades diversas.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
 O presente trabalho possibilitou nos fazer uma reflexão aproximada em torno da educação inclusiva. A inclusão, social e escolar, exige mudança de mentalidade, mudança nos modos de vida, muitas reflexões e, como princípio fundamental, valorizar a diversidade humana. Ela é importante para o desenvolvimento social, pois iremos trabalhar com os novos indivíduos que irão ditar as regras e padrões da nova sociedade que estaria se formando, por meio da nova geração. Através da convivência com as diferenças, as crianças vão construindo o processo para inclusão social, um mundo melhor, no qual todos saem ganhando. Aceitar e valorizar a diversidade das classes sociais, de culturas, de estilos individuais de aprender, de habilidades, de línguas, de religiões e etc, é o primeiro passo para a criação de uma escola de qualidade para todos.
 A inclusão do aluno com alguma deficiência também requer a inclusão dos próprios professores de modo que estes disponham de um ambiente favorável à reflexão da prática e os sentimentos que a presença de uma dada peculiaridade suscita. É preciso investir na construção de um espaço de escuta desses profissionais, para que possam dar vazão aos sentimentos sejam estes de amor, de raiva, dor, angústia, frustação ou (in)satisfação, compartilhando e re(significando) sua experiência.
 O desafio de ensinar a todos os alunos, na escola que se quer inclusiva, exige, portanto, o compromisso com indagações, de modo que consiga subverter o ideal de turmas homogêneas à revelia de quadros diagnósticos pré-definidos. Incluir significa ver além da deficiência e as diferenças consideradas peculiaridades que a escola precisa se dispor a acolher. Precisamos rever a nós mesmos, sujeitos da ação, reconhecendo nossas atitudes, valores, limites, preconceitos, desejos e possibilidades, enquanto elementos contribuintes na efetivação do arquétipo inclusivo. Vale salientar que a efetivação do ideário inclusivo requer mais que boa vontade dos professores, os quais não podem ser tomados como os únicos responsáveis por esse processo.
 Com a inclusão, torna-se grande o comprometimento de todos e a preocupação da escola em criar condições para que sejam supridos possíveis impasses estruturais, funcionais e formativos de seu corpo docente. Também é importante lembrar que as diferenças se fazem iguais quando essas pessoas são colocadas em um grupo que as aceite, pois nos acrescentam valores morais e de respeito ao próximo, com todos tendo os mesmos direitos e recebendo as mesmas oportunidades diante da vida. A forma holística de entender as necessidades auxilia na compreensão das necessidades do próximo criando ambiente favorável para que todos possam desenvolver seus potenciais. Acreditamos que a convivência dos alunos com necessidades especiais com outros alunos da escola inclusiva vai ganhar espaço, avançando, continuamente, para a construção dos seus próprios com conceitos; essas crianças vão progredir, superando os desafios criados pelos problemas da conjuntura vivenciada na escola. Nós como professores e educadores temos que nos adaptar e essa nova realidade de diferença nas salas de aulas, modificando posturas e criando instrumentos de inclusão com olhares voltados ao ser humano em sua total complexidade de ensino e aprendizagem. A inclusão é uma proposta, um ideal. Se quisermos que a sociedade seja acessível e que dela todas as pessoas possam participar, em igualdade de oportunidades, é preciso fazer desse ideal uma realidade a cada dia. As ações de cada indivíduo, das instituições e dos órgãos públicos, devem ser pensadas e executadas no sentido de divulgar os direitos, a legislação e programar ações que garantam o acesso de todas as pessoas a todos os seus direitos. Sabe-se que mudar o contexto de uma hora para outra é impossível. Enfim chegamos ao principal desafio, á inclusão na escola e suas dificuldades enfrentadas por todos que convivem no ambiente escolar. 
 A educação especial diz respeito ao atendimento específico de pessoas portadoras de necessidades em instituições especializadas, nesse sentido tem como objetivo inserir portadores e não portadores de necessidades em salas de aula de escolas comuns (MANTOAN, 2006). 
 O que mais chamou a atenção, nesta pesquisa bibliográfica, para um dos grandes desafios enfrentados pelas escolas, principalmente na rede pública é a formação de professores para o atendimento de alunos com necessidades educacionais especiais. Verificamos que formação do professor deve ser um compromisso dos sistemas de ensino comprometidos com a inclusão.
 Concluímos, então, que este estudo nos possibilitou ter apreendido o que é a inclusão, e que no Brasil a possibilidade de crescer em termos da inclusão é muito grande e desafiadora para todos.
REFERÊNCIAS
BIANCHETI, Lúcidio; FREIRE, Ida Mara (Orgs.). Um olhar sobre a diferença: interação, trabalho ecidadania. Campinas: Papirus, 1998. (Série Educação Especial).
LIMA, Priscila Augusta, 1957. Educação inclusiva e igualdade social. São Paulo: Avercampo, 2006.
MANTOAN, Maria Teresa Eglér. Inclusão escolar: pontos e contrapontos, Rosangela Gavioli Prieto: Valeria Amorim Arantes (Org.). 5. Ed. São Paulo: Summus, 2006.
MAZZOTA, Marcos José Silveira. Educação especial no Brasil: história e políticas públicas. 5. ed. São Paulo: Cortez, 2005.
OLIVEIRA, Zilma Ramos de (Org.). A criança e seu desenvolvimento: perspectivas para se discutir a educação infantil. 3. ed. São Paulo: Cortez, 2000. p. 131-159.
PRIETO, Rosangela Gavioli. Atendimento escolar de alunos com necessidades educacionais especiais: um olhar sobre as políticas públicas de educação no Brasil. In: ARANTES, Valéria
Amorim (Org.). Inclusão escolar. 5. ed. São Paulo: Summus, 2006. p. 31-69.
SASSAKI, Romeu Kazumi. Inclusão: construindo uma sociedadepara todos. Rio de Janeiro: WVA, 1997.

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