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introdução ao direito internacional

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Direito Internacional Público
 
8º período 
 2019.2
Apresentação:
Por muito tempo, o Direito Internacional cuidou principalmente das relações soberanas entre Estados, fator que contribuiu para certa solenidade da matéria, limitando seu interesse a grupos restritos. Esta situação não mais prevalece nos dias hoje e, por conseguinte, o conhecimento dos fundamentos de Direito Internacional passou a ser indispensável não só para o mundo jurídico, como também para as relações comerciais e bem assim para todos os que desejam ou precisam compreender o pilar da evolução econômica e social das nações. 
O objetivo deste material é oferecer aos estudantes de Direito uma doutrina com linguagem simples e direta, sendo certo que a bibliografia referenda constitui-se a base do material, que não deixam de ser uma compilação do que há de mais moderno e didático sobre o tema.
A finalidade deste material é incentivar uma visão panorâmica sobre o Direito Internacional, correlacionando-os com a contemporaneidade dos acontecimentos que envolvem o Brasil e a geopolítica, sugerindo desde já leituras e pesquisas adicionais, dada a vastidão do tema.
UNIDADE I: COLETIVIDADES NÃO-ESTATAIS E INTERESTATAIS
INTRODUÇÃO
Sujeito de Direito internacional, ou pessoa jurídica de direito internacional, é uma entidade com capacidade para possuir direitos e deveres internacionais e com capacidade para defender seus direitos através de reclamações internacionais.
A qualificação jurídica de certo ente como sendo sujeito de direito internacional tem duas implicações: uma passiva (a quem tal direito é destinado, tanto atribuindo direitos como impondo obrigações), e a outra ativa (o que tem personalidade jurídica demonstrada pela capacidade de atuação direta ou indireta no plano internacional).
Tradicionalmente os Estados sempre foram considerados sujeitos de Direito Internacional, sendo por longo tempo os únicos atores no plano internacional. Ainda hoje são classificados como sujeitos de direito internacional por excelência, mas dividem espaço com outras entidades, como por exemplo, organizações internacionais e indivíduos, podendo classificar os sujeitos de direito internacional em:
Coletividades Estatais
Coletividades não Estatais
Coletividades Interestatais
Indivíduos
 2 - COLETIVIDADES ESTATAIS
São os Estados propriamente ditos, sujeitos principais, primários e plenos do direito internacional já que detêm subjetividade internacional incondicionada. Isso significa que eles têm capacidade para celebrar tratados, gozar de imunidades de jurisdição e capacidade de apresentar reclamações internacionais.
Sendo certo que não basta que uma entidade detenha personalidade jurídica internacional para que seja considerado um Estado, conforme estabelece a Convenção Interamericana de Direitos e Deveres dos Estados, firmada em Montevidéu em 1933, segundo a qual é indispensável que preencham alguns requisitos específicos, a saber:
População permanente – deve o Estado possuir um conjunto de indivíduos, nacionais ou estrangeiros, habitando determinado território em determinado período histórico.
Território determinado - elemento material do Estado com uma comunidade política razoavelmente capaz de controlar determinada área. (obs: não se exige fronteiras bem definidas, por exemplo, Israel foi admitido nas Nações Unidas apesar das disputas sobre seu território).
 
Governo soberano – não subordinado a qualquer autoridade exterior. 
Capacidade de se relacionar com os demais Estados – significa ser independente em relação a outras ordens jurídicas estatais.
 
Possuindo tais características o Estado já seria, em tese, sujeito do direito internacional, porém, uma questão que assola a doutrina é a necessidade deste Estado ainda ser reconhecido pelos outros organismos internacionais.
Cabe destacar que o ato de reconhecimento de outro Estado não é obrigatório, porém, se qualquer entidade exibir as características da qualidade de Estados (acima enumeradas), ainda que não o reconheçam, estarão obrigadas a respeitar os princípios de direito internacional público em relação a este organismo, como por exemplo, fica vedado o uso da força. Assim, ainda que alguns Estados não reconheçam a condição estatal a Israel, todos são obrigados a respeitar princípios do direito internacional em relação a ele.
Duas correntes doutrinárias divergem sobre ser ou não o Estado dependente do reconhecimento dos seus pares para tornar-se sujeito de direito internacional, são elas:
	Teoria declaratória
	Teoria constitutiva
	- Reconhecimento é ato declaratório
- admite a existência do Estado como sujeito de direito internacional mesmo sem o reconhecimento dos demais.
	- Reconhecimento é ato constitutivo
- O Estado só se torna sujeito de direito internacional após o reconhecimento dos demais.
(tese majoritária)
3- COLETIVIDADES SEMI-ESTATAIS
Dentre as pessoas jurídicas de direito internacional público, além dos Estados, destacam-se as seguintes coletividades não estatais:
Beligerantes
Insurgentes
Movimentos de libertação nacional
Santa Sé
Comitê internacional da Cruz Vermelha
3.1- BELIGERANTES
São grupos armados que combatem em revoluções de grande envergadura, formando tropas regulares e com controle de parte do território estatal. O instituto foi aplicado inicialmente às colônias Espanholas na América quando se tornaram independentes.
Para tanto, a luta tem que ter proporções capazes de manter sua autoridade em parte definida do território do Estado a que pertencem e com quem demandam. Uma vez reconhecido como beligerante este grupo passa a gozar dos direitos e deveres de Estado, em relação aos Estados que o reconheceram no tocante a guerra, podendo, por exemplo, concluir acordos de suspensão de armas e bloqueios marítimos.
3.2- INSURGENTES
Quando o movimento armado não toma a proporção do beligerante, mas ainda assim não é um mero motim pode ser considerado insurgente, isso se possuir motivação política e seu movimento assumir características de guerra civil.
No entanto, tanto o reconhecimento dos beligerantes quanto dos insurgentes tem alcance constitutivo, pois a personalidade jurídica deles não decorre diretamente do direito internacional, mas unicamente do reconhecimento que lhes for dado, só decorrendo conseqüências jurídicas aos demais sujeitos do direito internacional que aceitaram tal reconhecimento.
São também transitórias as condições de sujeitos de direito internacional concedido a tais movimentos, já que se esvaziam quando o movimento encerra-se.
3.3-MOVIMENTOS DE LIBERTAÇÃO NACIONAL
São movimentos que buscam independência de um povo que se encontra sob regência colonial. Logo, seu reconhecimento significa o reconhecimento internacional da entidade como representante de determinado povo na luta para ganhar o direito à formação de um Estado independente. Na atualidade, tem-se atribuído à Autoridade para Libertação da Palestina a característica de movimento de libertação nacional, sendo que ela já foi reconhecida pela Liga Árabe e pela Organização pela Unidade Africana, entre outros organismos internacionais. Comum nesta espécie, o reconhecimento de órgãos coletivos é mais usual que o reconhecimento individual dos Estados, como ocorre com os Beligerantes e Insurgentes.
3.4 – SANTA SÉ
A Santa Sé compreende a reunião da Cúria Romana com o Papa, sendo a cúpula da Igreja Católica. É uma instituição não territorial, e a Cidade do Vaticano é internacionalmente reconhecida como um Estado. No entanto, a ausência de um território definido não constituiu nenhum empecilho para se conceder à Santa Sé personalidade internacional, ou para que se reconhecesse a soberania e jurisdição exclusiva da Santa Sé sobre a Cidade do Vaticano.
Este é um modelo de relação sui generis já que, pelo Tratado de Latrão (1929), Itália e Santa Sé conceberam a existência de um novo sujeito:a cidade do Vaticano, que é na verdade um estado instrumental a serviço da Santa Sé e sujeito de direito internacional público.
3.5 - COMITÊ INTERNACIONAL DA CRUZ VERMELHA
É uma organização humanitária com natureza jurídica também sui generis, porquanto se trata de entidade privada de direito suíço, de natureza não governamental, mas que possui status de pessoa jurídica de direito internacional. Apesar do movimento internacional da Cruz Vermelha ser formado por diversas entidades (sociedades nacionais da cruz vermelha, Crescente Vermelho, Comitê internacional da Cruz Vermelha etc.) é apenas o Comitê que possui capacidade jurídica para atuar no plano internacional. Tanto é assim que figura como observador nas Nações Unidas e celebra tratados no âmbito do direito internacional humanitário.
4. INDIVÍDUOS
 A capacidade de indivíduos possuírem personalidade jurídica internacional, traduzida na capacidade de ajuizar ações perante tribunais internacionais, por exemplo, ainda é divergente na doutrina, sendo uma tendência mundial admiti-los nessa condição.
Na verdade, os indivíduos são na sua maioria destinatários de Tratados Internacionais sendo lhes assegurados direitos a serem observados pelo Estado e pelo próprio direito internacional. 
No entanto, em regra, as normas não são diretamente aplicadas aos indivíduos, necessitando que sejam recepcionadas pelos ordenamentos jurídicos nacionais.
Assim, considerando a participação restrita dos indivíduos na vida internacional, tem-se entendido que eles são sujeitos de Direito Internacional, mas com capacidade mitigada.
5- SUJEITOS SEM PERSONALIDADE JURÍDICA DE DIREITO INTERNACIONAL
As entidades mais comuns que não gozam de personalidade jurídica são as ONGs e as empresas privadas, apesar de poderem atuar mundialmente não recebem o status de pessoa jurídica internacional, ou seja, não podem firmar tratados, serem parte em cortes internacionais, entre outros.
Exceção a esta regra é o Comitê da Cruz Vermelha, que apesar de vinculado a uma ONG suíça tem personalidade jurídica de direito internacional.
Quanto às empresas privadas, tanto as multinacionais quanto as transnacionais, têm personalidade jurídica de direito privado, ou seja, são sujeitas as leis do Estado em que foram criadas, não havendo que se falar em personalidade de direito internacional público. 
6 - ENTIDADES INTERESTATAIS: AS ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS
São associações voluntárias de Estados ou outras Entidades, constituídas por meio de tratado, com a finalidade de buscar interesses comuns por intermédio de uma permanente cooperação entre seus membros.
Possuem três características principais:
Multilateralismo – reunião de membros em torno de um objetivo comum.
Permanência – constituídas por tempo indeterminado.
Institucionalização – se cria por meio delas um espaço de solução de conflitos interestatais, conferindo estabilidade ao sistema.
Os tratados que constituem estas organizações estabelecem sua estrutura e objetivos, mas nem sempre prevêem sua personalidade jurídica, que, em geral não deriva da sua natureza, mas, do reconhecimento dos outros Estados, só então são reconhecidas como sujeitos de direito internacional.
Um exemplo é a ONU, que teve sua personalidade jurídica internacional reconhecida em 1949, pela Corte Internacional de Justiça, apesar do seu tratado de constituição não prever esta característica. 
Outro exemplo é a Organização Internacional do Trabalho (OIT), que, como a maioria das organizações interestatais trouxe em seu tratado do Constituição a previsão da sua personalidade jurídica. Hoje, não há no ordenamento nenhuma Organização sem personalidade legal, a exemplo do MERCOSUL, cuja personalidade foi prevista no Tratado de Assunção.
Exercícios de fixação UNIDADE I:
1) TRT – Juiz – 2005) As Organizações internacionais contemporâneas:
a) São sujeitos soberanos de direito Internacional.
b) São sujeitos de Direito Internacional em decorrência das normas da Carta da ONU.
c) São sujeitos de direito internacional por terem capacidade jurídica própria.
d) Não são sujeitos de Direito Internacional.
e) Só adquirem personalidade jurídica depois de homologadas pela Corte Internacional de Justiça.
2) (AGU– CESPE/UNB) 
“Quando soarem as doze badaladas da meia-noite do dia 19 de maio de 2002, o mundo acolherá com satisfação o Timor Leste na família das nações. Será um momento histórico para o Timor Leste e para as Nações Unidas. Um povo orgulhoso e tenaz realizará o sonho comum a todos os povos de viver como homens e mulheres livres com um governo que eles mesmo escolheram.”
Kofi Annan. O mundo não pode abandonar o Timor Leste. In: Folha de S.Paulo, 19/5/2002, A-29. 
A partir do texto acima, julgue os itens que se seguem. 
a) ( ) Para satisfazer a condição de estado, tal como prescreve o direito internacional público, o Timor Leste deve possuir: território, população, governo, independência na condução das suas relações externas e o reconhecimento dos demais atores que compõe a sociedade nacional, conforme prega a teoria declaratória.
b) ( ) Para o direito das gentes, o ingresso das Nações Unidas é condição necessária para que um Estado possa ser considerado sujeito de direito internacional. 
c) ( C ) A população de um país é o conjunto de pessoas (nacionais e estrangeiros) fisicamente instaladas em seu território. 
d) ( ) O governo timorense deve ser reconhecido pelos demais membros da comunidade internacional como condição necessária para o reconhecimento do novo Estado.
3) OAB- No âmbito do direito internacional, a soberania, importante característica do palco internacional, significa a possibilidade de: 
a) um Estado impor-se sobre outro.

b) a Organização da Nações Unidas dominar a legislação dos Estados participantes. 
c) celebração de tratados sobre direitos humanos com o consentimento do Tribunal Penal Permanente.

d) igualdade entre os países, independentemente de sua dimensão ou importância econômica mundial. 
OAB – Sobre as Organizações Internacionais pode-se afirmar que estão corretas todas as alternativas abaixo, exceto:
Contribuem para a criação de normas internacionais e discussão de problemas comuns.
São criadas a partir de um tratado ou convenção constitutiva.
Exercem o direito de convenção e o direito de legação (direito de enviar e receber representantes).
Só possuem personalidade jurídica após o reconhecimento no Estado que o acredita.
5) OAB – Marque a alternativa correta, em relação a assertiva abaixo: “ O órgão central que historicamente o direito internacional considera como encarregado das relações internacionais, e que todos os seus atos e declarações são imputáveis ao Estado”
a) Poderes Legislativos dos Estados.
b) Chefe de Estado (Monarca ou Presidente da República).
c) Conselho de segurança da ONU.
d) ONU – Organização das Nações Unidas.
Referências Bibliográficas:
PORTELA, Paulo Henrique Gonçalves. Direito internacional público e privado. Salvador: Jus PODIVM, 2011.
MELLO, Celso D. Albuquerque. Curso de direito internacional público. São Paulo:
Renovar, 2004, vol. I e II.
RESEK, Francisco. Direito Internacional Público. 10 ed. São Paulo: Saraiva, 2005.
DEL`OLMO. Florisbal de Souza. Direito internacional privado. Rio de Janeiro: Editora Forense, 2006.
NEVES, Gustavo Bregalda. Direito Internacional. São Paulo: Saraiva, 2011.
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