Buscar

ARTIGO PD

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 19 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 19 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 19 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

A QUESTÃO DA SEGURANÇA PÚBLICA NA FRONTEIRA OESTE
CURITIBA/PR
2016
A QUESTÃO DA SEGURANÇA PÚBLICA NA FRONTEIRA OESTE
RESUMO
O artigo apresentado buscou analisar a questão da Segurança Publica na Fronteira Oeste de Mato Grosso. Como procedimento metodológico utilizou-se a revisão bibliográfica e análise documental. Assim, contextualizou-se desde o início do povoamento desta área de fronteira com que possuí cerca de 3.400 km de extensão, relatando o grande fluxo comercial e cultural entre os habitantes envolvidos. Outro ponto importante que este trabalho buscou apresentar foi divulgar as ações dos policiais do GEFRON no combate ao tráfico Internacional de Drogas na faixa de fronteira Brasil x Bolívia.
Palavras-chave: Segurança Pública. Fronteira. Gefron. Tráfico de Drogas. Criminalidade.
INTRODUÇÃO
A história é uma ciência que estuda a vida do homem através do tempo. Neste sentido, entender o passado também é importante para a compreensão do presente, tendo em vista que a história investiga o que os homens fizeram, pensaram e sentiram enquanto seres sociais. Desta forma, o conhecimento histórico ajuda na compreensão do homem enquanto ser que constrói seu tempo.
Através da história poderemos analisar os processos históricos, personagens e fatos para poder compreender um determinado período histórico, cultura ou civilização, objetivando resgatar os aspectos culturais de um determinado povo ou região para o entendimento do processo de desenvolvimento.
As fronteira não se demarcam unicamente sobre as terras, pois existem diferentes tipos de fronteiras: aéreas, territoriais, fluviais, marítimas e lacustres. As fronteiras podem dividir qualquer coisa, desde classes sociais e econômicas até cidades e países.
A fronteira do Brasil com a Bolívia estende-se por 3.400 km. é a linha que limita os territórios da Bolívia e do Brasil, e que se estende desde Corumbá, em Mato Grosso do Sul, até Assis Brasil, no Acre começa no Pantanal e termina na Floresta Amazônica. Neste ocorre um fluxo de relações sociais, culturais e econômicas que conduz ao trato tanto da segurança dos cidadãos, que simplesmente transitam entre os países, quanto da transnacionalidade do delito, já que os crimes podem ser organizados em um país e materializados em outro.
Na última década, a segurança pública passou a ser considerada problema fundamental e principal desafio ao estado de direito no Brasil, o sistema nacional de segurança, garante as nossas fronteiras, para que nenhum pais venha invadi-lo. Para combate a tráfico de drogas e contrabando, o governo federal lançou o Plano Estratégico de Fronteiras, que une esforços das Forças Armadas, Polícia Federal e outros órgãos, e é pela nossa segurança que foi criado o Grupo Especial de Fronteira (GEFRON). 
A presente pesquisa enfocou a questão da segurança pública na fronteira oeste em especial o Grupo Especial de fronteira (GEFRON) que garante a proteção da fronteira do Brasil, precisamente no Estado de Mato Grosso na região de Cáceres, é o órgão que mantém a segurança pública da fronteira oeste.
CONTEXTUALIZAÇÃO DA FRONTEIRA DO BRASIL
O Brasil é o maior país da América do Sul, sua área compreende cerca de 47% da porção centro oriental do continente sul-americano. A leste o país é banhado pelo Oceano Atlântico, o Brasil possui 23.102 km de fronteiras, sendo 15.735 km terrestres e 7.367 km marítimas. A área total do território brasileiro é superior a 8.500.000 quilômetros quadrados, e antes mesmo de ser uma nação soberana, nosso território começou a ser delimitado pelos tratados de Madri (1750) e Santo Ildefonso (1777), que estabeleciam a separação das terras espanholas e portuguesas na América (OLIVEIRA, 1998).
Para definirem as bases de nossas fronteiras foi usado como características naturais as paisagens, tais como rios e lagos, montanhas, serras e picos elevados. Nos lugares impossibilitados de se aplicar esse recurso demarcatório é que foram utilizadas as linhas geodésicas, que correspondem às linhas traçadas no terreno tendo como referências as coordenadas geográficas: paralelos e meridianos. 
Os limites territoriais - tanto os que separam internamente os estados, quanto os que marcam a separação do Brasil de seus vizinhos - é definida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) desde 1944. A partir de 1991, com a modernização da tecnologia, os limites passaram a ser determinados por satélites de posicionamento, com a criação do Sistema de 15 Posicionamento Global (GPS). Os definidores das fronteiras brasileiras são: rios correspondendo a 50%; serras que correspondem a 25%; lagos que representam 5% e linhas geodésicas que correspondem a 20% (IBGE, 2014).
O conflito social aqui é o que há de mais relevante para se caracterizar a fronteira. E esse é, certamente, o aspecto mais negligenciado entre os pesquisadores que têm tentado conceituá-la. Na minha interpretação, nesse conflito, a fronteira é essencialmente o lugar da alteridade. É isso o que faz dela uma realidade singular. À primeira vista é o lugar do encontro dos que por diferentes razões são diferentes entre si, como os índios de um lado e os civilizadores de outro; como os grandes proprietários de terra, de um lado, e os camponeses pobres, de outro. Mas o conflito faz com que a fronteira seja essencialmente, a um só tempo, um lugar de descoberta do outro e de desencontro. (MARTINS, 1997 apud Silva, 2009)
Houve uma preocupação com a fronteira, que teve como primeiro intuito não deixar invasores chegarem a suas terras e as anexadas, como exemplo as terras brasileiras que eram dos portugueses, depois a questão da mineração assegurando-a nos tratados e posteriormente este motivo de impedir intervenção de outros países, estes se sentiram na necessidade de estabelecer fronteiras promovendo a separação entre os países para que não houvesse uma intervenção da soberania, ou seja, para que um país não tentasse ingressar no território do outro.
Fronteira Brasil/Bolívia: breve histórico
A linha que limita a fronteira do território do Brasil com a Bolívia se estende desde Corumbá, em Mato grosso do Sul, até Assis Brasil, no Acre. Atravessando uma variedade de terrenos percorrendo desde desertos e floresta, até grandes áreas urbanas, começando no Pantanal e terminando na floresta Amazônica, totalizando 3.400 km de fronteira.
As zonas próximas às fronteiras entre duas nações normalmente são urbanizadas e produzem um grande fluxo comercial e cultural entre habitantes das nacionalidades envolvidas. Um grande número de países possui um esquema de defesa nas faixas de fronteiras no continente e no mar, com intuito de proteger o território e conservar a soberania, além de evitar a entrada de contrabando, drogas, armas, imigrantes ilegais, entre outros.
O primeiro tratado entre Brasil/Bolívia foi assinado em 1867, quando ainda não se conhecia corretamente a situação geográfica dos rios na Bacia Amazônica, onde foi verificada que a região do Acre não pertencia ao Brasil, e sim a Bolívia causando atritos entre os países, pois a maioria da população da região eram brasileiros e não aceitavam ordem do governo boliviano, após tentativa deste governo de arrendar o Acre aos anglo-americanos, surgiram diversas revoltas onde a situação de insubmissão se estendeu até meados de 1903, quando o Brasil ocupou militarmente o território até que se decidisse definitivamente as questões.
Conseguiu-se pacificar o acre, e no mesmo ano o Brasil propôs à Bolívia um acordo e finalmente iniciaram-se as conversações e depois de uma série de propostas e contra-propostas, foi assinado o Tratado de Petrópolis, ficando acordado que o Brasil teria que construir a estrada de ferro Madeira-Marmoré, (que nunca saiu) mediante compensações territoriais em vários pontos da fronteira, a liberdade de trânsito pelos rios da região até o Oceano Atlântico e mais uma indenização de dois milhões de Libras Esterlinas, o Brasil comprou o Acre(PILETTI, 1998).
FRONTEIRA OESTE MATOGROSSENSESegundo Silva (2009) essa necessidade de demarcar o território português, foi dificultada, não só pela extensão das terras, como também pela falta de povoamento nas fronteiras, ocupar o território era a maneira de legitimar o poder sobre o território. A Comissão Demarcadora que se dividia em duas: uma partia do sul até atingir o rio Jauru e tinha à frente, pelo lado português, Gomes Freire de Andrada e, pelo lado espanhol, o Marquês de Valdelírios. A segunda partindo do rio Jauru, percorria toda a faixa setentrional, tendo sua demarcação ficado a cargo, pelo lado português, de Francisco Xavier de Mendonça Furtado (governador da Capitânia do Pará), sucedido por D. Antônio Rolim de Moura (governador da Capitânia de Mato Grosso). Pelo lado espanhol, fora designado D. José de Iturriaga. 
Em 1748, foi desmembrado de São Paulo o território da Capitania de Mato Grosso que abrangiam os distritos de Cuiabá e vila Bela da Santíssima Trindade. A partir de 1750, houve o processo de colonização do Centro-Oeste. No período Colonial as fronteiras de Mato Grosso eram delimitadas pela movimentação dos homens no território, as demarcações foram dificultadas não só pelo fato das terras serem imensas, mas também pela falta de homens para povoarem a fronteira.
Os limites de Mato Grosso na época colonial eram incertos, mas reconhecia-se fazendo divisa com as capitanias de Goiás a leste, São Paulo e Paraná ao Sul e ao norte com as capitanias de Pará e Rio Negro, quanto aos limites externos somente fazia com as terras espanholas representadas pelos povos Bolivianos.
Segundo Volpato (1987) Embora não fosse a principal área de conflito entre os interesses luso-espanhóis, na América, a fronteira oeste não pode ser desprezada como zona de tensão. Isso porque além das jazidas que encerrava Mato Grosso garantia a defesa do interior da colônia, principalmente na região de Minas Gerais. Era, assim o interesse da política colonial espanhola estender seus domínios mais para leste e se possível dominar a região de Cuiabá e Mato Grosso. A ameaça do avanço espanhol sobre a capitania sempre esteve presente em sua população sendo um significativo fator da insegurança social. 
Com o rápido esgotamento do ouro em Mato Grosso, e as dificuldades encontradas pelos habitantes para superar a crise da mineração, fez com que o povoamento ocorresse mais para oeste. Assim a formação de núcleos de povoamento português no vale do Guaporé e depois no vale do Paraguai, aproximou seus habitantes dos núcleos de povoamento espanhol e facilitou o intercâmbio como elemento de apoio na luta pela sobrevivência. Estabeleceu-se, dessa forma, uma teia de relacionamento entre os habitantes de uma e de outra área de colonização. 
O contrabando com a região espanhola era de interesse do comerciante local e sua prática perdurou por todo período colonial, apesar dos riscos que corriam os contrabandistas, o comércio clandestino entre Mato Grosso e as províncias espanholas desenvolveu-se e tomou corpo. Por mais estreitas que estas relações chegassem a ser, Mato Grosso permanecia como antemural do Brasil, e era, portanto, responsável pela defesa de larga fronteira. (VOLPATO, p 53, 63)
Fronteira Brasil-Bolivia: interações e características do espaço fronteiriço.
A fronteira da Bolívia com Estado de Mato Grosso é a principal rota de entrada de drogas oriundas dos Andes bolivianos segundo informações dos órgãos de segurança: Policia Federal, GEFron, Exercito brasileiro e outros. Devido a grande extensão territorial acabam que dificultando as ações de combate aos crimes típicos da fronteira (GEFRON, 2011).
Quadro 1 – Principais vias de acesso à Bolívia.
	N.°
	Rodovia
	Município Brasileiro
	Acesso ao Município Boliviano
	1
	BR 070
	Cáceres-MT
	San Matias
	2
	BR 174
	Cáceres/MT a Vilhena/RO
	Guajará Mirim
	3
	MT 246
	Pontes e Lacerda a Vila Bela S.S. Trindade
	Marquito, San Vicente e San Inacio
	4
	MT 199
	Vila Bela SS Trindade-MT
	Las Petas
	5
	MT 199
	Vila Bela SS Trindade-MT
	Concepcion
	6
	MT 473
	Pontes e Lacerda-MT
	San Vicente
	7
	MT 265
	Porto Esperidião-MT
	Las Petas, Assuncion, San Bartollo e San Vicente
	8
	MT 473
	Pontes e Lacerda-MT
	Ascencion
Fonte: Grupo Especial de Fronteira – GEFRON (2012).
A divisa entre Brasil e Bolívia tem uma extensão de 3.423 km, ou seja, 20% da linha divisória continental do Brasil com os países vizinhos, desse total, 751 km é fronteira seca e 2.672 km de água (fluvial) (MACHADO et al, 2006). A zona de fronteira formada pelos dois países engloba faixas fronteiriças pertencentes a quatro estados brasileiros (Acre, Rondônia, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul) e três departamentos bolivianos (Pando, Beni e Santa Cruz de la Sierra) (MACHADO et al, 2006).
Durante décadas, essa extensa fronteira pouco chamou a atenção dos respectivos governos centrais, porém na atualidade vários eventos mostram sua importância estratégica e geográfica, entre eles, projetos públicos e privados de integração sul-americana, e novas políticas desencadeadas pelo governo Evo Morales. (MACHADO et al, 2006). 
O isolamento dos respectivos centros políticos é uma marca histórica na estruturação territorial da fronteira entre os dois países e as dificuldades na implementação de um povoamento estável e duradouro tornaram essa área pouco aproveitada no desenvolvimento de atividades econômicas relevantes e foi um desafio para a consolidação e demarcação dos limites dos Estados-nacionais na América do Sul (BRUSLÉ, 2007).
O GEFRON e o combate ao tráfico na rodovia da integração Brasil-Bolívia
Sabemos que a criminalidade vem assolando o Estado de Mato Grosso principalmente na extensa faixa de fronteira que se limita com a Bolívia, um país sem regras nem leis eficazes, considerado por ser uns dos grandes produtores de entorpecentes sendo o seu principal produto de exportação. 
E com a estrada destes produtos em nossas fronteiras, vem trazendo consigo a criminalidade devido à dificuldade de se adquirir o produto, fazendo que os usuários ou os traficantes causem risco à sociedade de bem. 
Mato Grosso com uma vasta área de fronteira não conseguia manter a segurança o patrulhamento da fronteira somente com a delegacia de Policia Federal que se localiza em Cáceres, com ponto de fiscalização da Policia Rodoviária Federal, e algumas guaritas do exercito montada na região da Corixa que se localiza na fronteira Brasil/Bolívia. 
Esse efetivo não era suficiente para intensificar e coibir o narcotráfico que entrava pela nossa fronteira bem como os produtos e bens tomados em assaltos e roubos que eram levados para a Bolívia para serem moeda de troca pelo entorpecente. Com essa demanda e o efetivo militar deficiente se faz um estudo coerente e preciso pra uma nova segurança de fronteira que ficou a cargo do Cel. PM Leovaldo Emanoel Sales da Silva, que elaborou um projeto na integração das forças policias tanto militar como civil e o corpo de bombeiros. 
O projeto foi estudado e posteriormente aprovado pelo Governo do Estado e pela Secretaria do Estado de Justiça e Segurança Pública e se deu a criação do Grupo Especial de Fronteira (GEFRON), composto por: Policia Militar, Polícia Judiciária Civil, Corpo de Bombeiros Militar e Secretaria de Estado de Fazenda e com apoio dos órgãos Federal como: a Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal e Receita Federal, todos para demandar a segurança na região de fronteira entre Brasil e Bolívia. O GEFRON foi criado pelo Decreto nº 3.994 de 13 de março de 2002:
O Governador do Estado de Mato Grosso no uso das atribuições que lhe confere o artigo 66, inciso III da Constituição Estadual, e considerando a necessidade de desencadear na região de Fronteira Oeste operações sistemáticas de combate a criminalidade através de esforço: conjunto da Polícia Militar, Polícia Judiciária Civil e Corpo de Bombeiros Militar 
DECRETA:
Art. 1ª Fica criado à estrutura da Secretaria do Estado de Justiça e Segurança Pública, o GRUPO ESPECIAL DE FRONTEIRA – GEFRON.
Art. 2ºO GEFRON será uma força integrada de repressão composta por 70 (setenta) policiais militares, 50 (cinqüenta) policiais civis e 20 (vinte) bombeiros militares que terão formação e treinamentos específicos para atuação na Fronteira Oeste entre Mato Grosso (Brasil) e Bolívia.
Art. 3º O GEFRON será subordinado administrativa e operacionalmente ao Secretario de Estado de Justiça e de Segurança Pública. 
Art. 4º O GEFRON terá sua sede no Município de Porto Esperidião – MT às margens da BR-174 e 03 (três) bases fixas operacionais localizadas nas localidades denominadas Lagoa Verde, Vila Cardoso e Matão. 
Art.5º Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 6º Revogam-se as disposições em contrário.
O GEFRON tinha como objetivo transformar a região de fronteira em uma área segura para os condutores de veículos bem como as propriedades ali instaladas e intensificar e coibir o tráfico de entorpecentes e produtos de descaminhos que traziam e geravam a violência e a criminalidade no estado. 
Sua atuação na área de fronteira é realizada por bases fixas denominadas lagoa verde popularmente conhecido como avião caído, vila Cardoso uma pequena localidade distrito de Porto Esperidião, Matão localizado no município de Pontes Lacerda e atualmente o posto de corixa; Como consta em seu projeto de criação a sua sede é à beira da BR 174 na cidade de Porto Esperidião, sendo o principal objetivo do Grupo Especial de Fronteira a fiscalização a todos os veículos e pessoas que trafegam nas estradas da fronteira, que contam ainda com as bases móveis as chamadas home-car que se deslocam de um local para outro conforme a necessidade de patrulhamento terrestre, sendo este o mais utilizados pelos “mulas”, contam ainda com o monitoramento aéreo através de helicóptero e barcos velozes para monitoramento fluvial
Segundo diversas reportagens vinculadas nas mídias de jornais tanto escrita como televisada, os traficantes usam da vasta fronteira seca e a alagada para a estratégia do caminho a ser percorrido para levar a droga até o seu destino final. 
Passo a relatar esses caminhos segundo as várias reportagens pesquisadas, onde relato com as minhas próprias palavras estes percursos.
Por Vias Terrestres: Essas vias também chamadas como estradas vicinais ou cabriteiras, que são usadas pelas mulas humanas. Nas estradas cabriteiras os traficantes fazem o trajeto por veículos, onde estes trazem as drogas que podem ser camufladas nos chamados “mocós” que são pequenos alojamentos feitos no veiculo para colocar a droga, ou mesmo podem ser acondicionadas misturadas em meios a cargas que dificulta a fiscalização dos policiais. 
Foto 1 - barreira móvel em estradas vicinais (cabriteiras)
Fonte: Gefron
Na maioria das vezes esses veículos conseguem passar pelos postos de fiscalização sem serem interceptados e ganham as rodovias brasileiras até o ponto de entrega. 
Muitas das vezes esses métodos de transporte, já não são mais um meio seguro devido a intensificação das ações policias nas estradas em pontos estratégicos, e também devido ao alto treinamento que os policiais recebem quando fiscalizam um veiculo suspeito com este tipo de ilícito.
Foto 2 - Mocó feito em um assoalho de um veículo
Fonte: Gefron
Foto 3 - Drogas são acondicionadas no banco traseiro de veiculo 
Fonte: Gefron.
Outra forma utilizada pelos traficantes são as chamadas “mulas humanas” ou os mochileiros, estes saem do país vizinho, a Bolívia com o entorpecente ou a pasta base de cocaína que e a mais frequente na região, acondicionada em seu corpo seja externo ou interno por meio do estômago, nas partes íntimas em se tratando de mulheres ou amarradas em seu corpo, ou até mesmo em mochilas. Estes trajetos são feito pelas trieiras feitas no meio da mata percorrendo e passando entre as propriedades rurais. 
As mulas humanas algumas vezes andam em escolta para a proteção contra outros traficantes adversários que queiram tomar a droga, conhecido no meio policial como o famoso “arrocho”, sendo que os mesmos não andam armados para não serem penalizados pelo crime de porte ilegal de arma de fogo, assim podem ficar menos tempo na cadeia, caso forem pego pelos policiais. Esta tática é a mais difícil e árdua missão, tanto para os traficantes como também para os policias que ficam no monitoramento, devido à dificuldade da mata e do trajeto, mas uma vez preso, os policiais em entrevista com o suspeito o encaminham até o Hospital Regional de Cáceres, ou se concretizando que o suspeito realmente esta transportando a droga em mochilas, o mesmo é encaminhado até a sede da policia Federal para as providências cabíveis localizado em Cáceres, por se tratar de trafico internacional de drogas é de competência da mesma, caso contrário o mesmo é entregue a delegacia da policia judiciária Civil para que seja confeccionado o auto de prisão em flagrante.
Figura 4 - Cápsula de pasta base de cocaína (estômago)
Fonte: Gefron 
Por Vias Aéreas: Este meio e o mais novo e inovador trajeto dos traficantes, em que os mesmos podem transportar grandes quantidades de drogas com destino nacional ou internacional.
As aeronaves de porte médio ganham o céu brasileiro sem nenhuma dificuldade de monitoração aérea, em que este recurso ainda é precário por parte dos radares dos sistemas de segurança das forças policiais brasileiras. Os aviões voam em baixa altitude com isso dificultando a sua presença no espaço aéreo brasileiro e posteriormente arremessando a droga em sacos nos campos das propriedades rurais, onde são pegos pelos traficantes, já em solo brasileiro, ou até mesmo são arremessadas em balsas que ficam nos rios que cortam a fronteira Brasil/Bolívia ganhando os terrenos alagados do pantanal sul mato-grossense com destino a Corumbá-MS, que fica na divisa entre os dois países como forma de burlar a fiscalização por terra na região oeste, em Cáceres-MT.
Muitas dessas aeronaves devida a sua precariedade, já chegaram a cair em território brasileiro com grande quantidade de cocaína, a mais recente foi pega na região de Poconé - MT, tentando atravessar os trechos alagados do pantanal com quase 600kg.
O Gefron através de helicóptero tenta dificultar as ações dos traficantes, nessa modalidade de tráfico, mas devido a imensa área de patrulhamento fica difícil manter a região segura, como sabemos a fronteira entre a Bolívia e o estado de Mato Grosso tem 983 km de extensão, sendo que 233 km ficam alagados metade do ano, na época das chuvas os 750 km são de fronteiras secas, isso dificulta muito o trabalho de monitoração da fronteira e facilita para a passagem das drogas.
Figura 6 – Monitoração aérea das estradas vicinais
Fonte: Gefron.
Por Vias Fluviais: Esta modalidade já se destina aos grandes cartéis internacionais onde a droga é levada para fora do país cruzando os rios de fronteira assim alcançando os grandes portos, eles utilizam das embarcações em parceria com as balsas que transportavam a soja saindo do porto de Cáceres- MT, e com destino ao porto de Corumbá- MS, onde ganham as saídas internacionais chegando até o oceano atlântico. Sendo esta uma das modalidades que ainda não foram presas pelas policias e nem ainda registradas nos autos de prisões em flagrantes. Mas as pequenas embarcações que levam contrabandos até as grandes embarcações já foram autuadas em flagrante como relata a reportagem vinculada no site: www.midianews.com.br:
“Uma balsa carregada com fardo de meias, cobertores e artesanato foi flagrada pelos policiais no rio Cuiabá, próximo à região do Porto Cercado. A mercadoria seria descarregada em dois caminhões com placa da Paraíba que estavam esperando em Porto Cercado” .[1: Reportagem vinculada ao site: www.midianews.com.br: Balsa e flagrada com contrabando no rio Cuiabá. Acessado em 14 de maio de 2015.]
Os Governos atuais utilizam quase que exclusivamente o Método da REPRESSÃO, que é visto por muito como o único instrumento realmente eficaz no combate ao Narcotráfico, é claro que a Repressão ajuda e muito reduzirsubstancialmente os crimes relacionados às drogas, e consequentemente a reduzir os índices de violências no país. Contudo isso contribui para o aumento da população carcerária no Brasil, dados do Departamento Penitenciário Nacional (Depen) de 1995 a 2010, apontam que triplicou a quantidade de presos no Brasil que possui aproximadamente mais de 500 mil detentos, sendo que mais de 1/5 desses presos são oriundos do tráfico de drogas.
O tráfico de Drogas é considerado a segunda maior economia do mundo, perdendo apenas para o tráfico de armas, funciona como uma empresa multinacional, movida pelo lucro fácil e vertiginoso. O crime é altamente organizado conta em seu favor, a disseminação do uso das drogas, através dos jovens que é a faixa etária que mais consomem, e ainda fatores sócios e econômicos da sociedade.
 O crescimento do trafico de drogas no Brasil está ligado à fonte de lavagem de dinheiro, que contou com apoio de carteis de Calí e Medelín na Colômbia, que teve como apoio nos grandes centros urbanos como (Comando Vermelho-CV) no Rio de Janeiro e o (Primeiro Comando da Capital-PCC) em São Paulo. Essas duas organizações criminosas que comandam atualmente o Sistema Carcerário Brasileiro, mesmo com seus líderes presos são capazes de promover o caos com ataques a instituições de segurança publica, rebeliões em presídios, assaltos cinematográficos, incêndios em ônibus, chacinas e etc.
Segundo Procópio “O narcotráfico na América latina dança de acordo com a música que embala a corrupção nos três poderes”. Parece ousadia, mas a desregulamentação abraçou igualmente o comercio e a produção de drogas. Nos anos de 1970, agiam praticamente apenas dois carteis colombianos. No final dos anos 90, o narcotráfico pulverizou-se entre máfias, gangues, bandos e carteis de diferentes procedências geográficas. Tal desregulamentação tornou-o ágil e fora de alcance das tradicionais estratégias de repressão.
CONSIDERAÇÕES FINAIS.
A Questão da segurança pública na fronteira na faixa de fronteira oeste BRASIL X BOLÍVIA é um tema complexo e composto por uma diversidade muito grande, seja por: população, economia, cultura, situação social e etc. Quando o tema é segurança pública surgem diversas teorias sobre o assunto, mas qual será a mais eficaz no combate a criminalidade.
Para muitos criminalistas relatam que a prisão é um meio ultrapassado no combate ao narcotráfico, que, na maioria dos casos, o encarceramento apenas contribui para a “profissionalização do crime”. Por isso muitos juristas defendem a flexibilização das penas, A lei de Drogas (lei nº 11.343/06) em seu Artigo 33, conceitua a prática através de 18 verbos: “importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender, expor à venda, oferecer, ter em depósito, transportar, trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar, entregar a consumo ou fornecer drogas, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com a determinação legal ou regulamentar”. 
Com a nova lei de drogas a diferenciação entre usuários e grandes traficantes foi aprofundada: usuários primários e com bons antecedentes criminais podem, a partir de então, responder pelo crime de tráfico de drogas com penas alternativas, enquanto aqueles que, supostamente, vivem do lucro do comércio de DROGAS tiveram a pena agravada para até 20 anos de prisão.
Entretanto, é necessário promover políticas públicas sociais com ações coordenadas pelos três setores governamentais (Federal, Estadual e Municipal). Com a implantação do GEFRON e com os relatórios anuais por ele produzidos, foi possível explorar mais sobre essa problemática da Fronteira Oeste no quesito Segurança Publica, com o volume de apreensões têm aumentado gradativamente ano após ano, confirmou a importância do GEFRON no combate a criminalidade nessa faixa de fronteira. Mas se faz necessário avançar muito ainda nos seguintes quesitos; Aumento do Efetivo Policial, Investimento no Setor de Inteligência, Ampliação do numero de viaturas, Construção de uma Base Aérea da Aeronáutica para auxiliar no combate ao narcotráfico por vias aéreas. 
Neste contexto entende-se que o governo deveria implementar políticas públicas na área de prevenção com investimentos na educação com uma legislação federal contemplando, incentivando e obrigando o ministério da educação a implantar na grade curricular das escolas públicas e privadas de todo país, cursos palestras, debates e oficinas sobre as diversas drogas já existentes e seus riscos para com a saúde e até com a vida, iniciando-se nas turmas de educação infantil. Pois, a cada dia que passa crianças e pré-adolescentes tem sido presas fáceis para os traficantes de drogas. 
Quanto ao dependente químico deverá ser tratado como problema de saúde pública e não como um caso de polícia, sendo necessário que as secretarias de saúde recebam verbas específicas para instalação, modernização e equipagem das unidades médicas de reabilitação, denominadas CAPS (Centro de apoio psico social), atualmente sucateadas, com profissionais altamente capacitados permitindo ao paciente receber um atendimento com nível de excelência, pois é obrigação do Estado, conforme está previsto na Constituição Federal de 88, “fornecer saúde pública de qualidade para todos os brasileiros”. 
Ressalta-se que na nossa faixa de fronteira é necessário avançar ainda mais na REPRESSÃO ao combate do narcotráfico aliada a PREVENÇÃO (educação e tratamento ao dependente químico) a fim de barrar um problema que assola milhares de famílias, pois o problema tem solução, porém não depende apenas de alguns, nem tão somente da policia, pois envolve questões políticas e econômicas de conjuntura macro, onde estão envolvidas grandes figuras públicas da sociedade mundial.
Esta pesquisa não se esgota nesta produção, pois, busca abrir um debate polemico e emblemático, que se faz necessário novas discussões.
.
REFERÊNCIAS 
BARROS, José D’Assunção. “A História Social: seus significados e seus caminhos” in LPH - Revista de História da Universidade Federal de Ouro Preto. N° 15, 2005; p.235-256.
BURKE, Peter, O que é História Cultural? Trad. Sergio Goes de Paula 2ª ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editora. 2008.
CAMPOS NETO, M. F. Mulas Humanas: suicidas em potencial. 
CHARTIER, Roger, “A História hoje: dúvidas, desafios, propostas.” 1994
GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2007.
MACHADO, Lia Osório. O comércio de drogas e a geografia da integração financeira: uma simbiose? Rio de Janeiro: Bertrand, Brasil, 1996.
MENDES, Natalino Ferreira. História de Cáceres (História da Administração Municipal) Tomo I. Cáceres, 1973.
MINAYO, M. C. S. (Org.). Pesquisa social: teoria, método e criatividade. Petrópolis: Vozes, 2001.
OLIVEIRA, Roberto Monteiro de. A última página do Gênesis: a formação territorial do Estado brasileiro na Amazônia oriental (o caso do Amapá). Tese (Doutorado) de Geografia. Universidade de São Paulo. São Paulo, 1998. 
PILETTI, Nelson. Toda História: História Geral e História do Brasil. 8ª ed. São Paulo: Atica, 1998. p. 158. 
PROCÓPIO, Argemiro. O Brasil no mundo das drogas. 2 ed. Petrópolis: Vozes, 1999. 
SILVA, Márcio Greick. Fronteiras Brasileiras e Seus Limites: uma questão de segurança –Tese (bacharelado) de Direito. Universidade do estado de Mato Grosso. Cáceres, 2012.
SOUZA, Augusto Fausto de. Estudo sobre a divisão territorial do Brasil. Brasília: Fundação Projeto Rondon, 1988
XAVIER, Lidia de Oliveira. Conflitos e intercâmbios: a construção política e social da fronteira entre o Brasil e a Bolívia, às margens do Guaporé e do Paraguai, de 1825 a 1867. Dissertação de Mestrado, Universidade de Brasília, 2000.

Outros materiais