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UROANÁLISE Prof. Ms. Rulian Ricardo Faria 2019-2 EXAME DE URINA TIPO I ou EAS PRINCÍPIO DOS EXAMES QUÍMICOS Prof. Ms. Rulian Ricardo Faria 2019-2 É um dos mais solicitados pelos médicos. Faz parte da lista de rotina para pacientes de todas as idades. O método de diagnóstico é antigo, pois é usado desde o século II para fornecer pistas de algumas doenças que ainda não apresentam sinais. EXAME DE URINA Existem 3 tipos de exame de urina: Urina tipo 1 (mais comum); Exame de urina 24 horas; Urocultura. Obs.: Engana-se quem pensa que uma urina clara e aparentemente normal não possa conter alterações, na maioria dos casos, a presença de anomalias é microscópica, sendo fundamental a avaliação laboratorial para detectar algo como infecções, células epiteliais intrusas e até a gravidez. Em todos eles, o procedimento de coleta é simples, rápido e indolor. EXAME DE URINA Avalia: a presença de fungos, bactérias e cristais que podem indicar infecções urinárias; células sanguíneas e epiteliais do trato urinário; cálculos nos rins, insuficiência renal, entre outros. EXAME DE URINA TIPO I OBS.: exercícios físicos antes da coleta, desidratação, estresse emocional e febre podem alterar o exame de urina, especialmente, as quantidades de proteínas. Avaliação solicitada quando é necessário verificar alterações na urina durante o período de 24 horas. Isso significa que o paciente deve armazenar em um recipiente toda a urina desse período e levá-la até o laboratório para posterior análise. Esse exame detecta: EXAME DE URINA 24 HORAS - problemas de filtração dos rins; - pré-eclâmpsia em mulheres grávidas; - perda de proteínas. Essa avaliação identifica a presença de bactérias que por sua vez, podem indicar uma infecção ativa. Diagnóstica cistite e pielonefrite (ambas são infecções urinárias). O resultado de uma urocultura demora em média 48-72 horas para ficar pronto, pois depende do crescimento da bactéria no meio de cultura. UROCULTURA PATOLOGIAS AVALIADAS PELOS EXAMES DE URINA Prof. Ms. Rulian Ricardo Faria 2019-2 Avalia as propriedades químicas da urina, identificando a ausência ou presença de determinadas substâncias, pH e também densidade. Os mais comumente avaliados são: pH: a capacidade ou incapacidade dos rins de secretar ou reabsorver ácidos ou bases. Valores altos ou baixos podem indicar cálculos renais e presença de microrganismos. Densidade: capacidade de concentração de substâncias sólidas diluídas na urina. Baixa, pode representar uso excessivo de líquido, até diabetes e hipertensão. Já alta densidade pode ser indicativo de desidratação, insuficiência cardíaca etc. ANÁLISE BIOQUÍMICA Bilirrubina: característico de doenças hepáticas e biliares. Urobilinogênio: indica danos ao fígado e distúrbios hemolíticos. Corpos cetônicos (cetona): produtos da metabolização das gorduras, comum durante jejum prolongado e pacientes diabéticos. Glicose: detecção e monitoramento de diabetes. ANÁLISE BIOQUÍMICA Proteína: relacionada a doenças do trato urinário e renal. Sangue: indica hemorragia que atinge o sistema urinário (infecção, cálculo renal etc). Nitrito: infecção bacteriana (enterobactérias) nos rins ou do trato urinário. Leucócitos (glóbulos brancos): doença do trato urinário e inflamação renal. ANÁLISE BIOQUÍMICA O exame microscópico do sedimento urinário pode revelar a presença de células, cristais minerais e agentes patogênicos, como bactérias ou fungos. Leucócitos (glóbulos brancos): indica doença do trato urinário e inflamação renal. Hemácias (glóbulos vermelhos): infecções, pedras nos rins e doenças renais graves. ANÁLISE MICROSCÓPICA Células epiteliais: pode estar relacionada a algum problema renal grave, como síndrome nefrótica (distúrbio dos glomérulos em que quantidades excessivas de proteína são excretadas na urina). Cristais: podem indicar cálculos renais. Parasitas: infecção por cândida ou protozoários. Bactérias ou leveduras: infecção urinária. ANÁLISE MICROSCÓPICA PADRONIZAÇÃO DOS EXAMES DE URINA Prof. Ms. Rulian Ricardo Faria 2019-2 ANÁLISE QUÍMICA DE DENSIDADE Princípio: na presença de cátions, libertam-se prótons através da interferência de um agente complexante e produz-se uma mudança de cor no Azul de Bromotimol (indicador de cor), de azul esverdeado para amarelo. Valor Referência: 1,015 a 1,025 Obs.: A fita reagente não sofre interferência de temperatura e nem de glicosúria e proteinúria, mas pode sofrer uma variação de mais ou menos cinco em relação a leitura da densidade física. Fita reagente: Indicadores de cor Vermelho de metila (fração ácida) e Azul de bromotimol (fração alcalina). ANÁLISE QUÍMICA DE pH Valores de referência: 5,0 a 6,0 (pH ácido) Obs.: Importante na diferenciação de cristais. Princípio: Indicador de cor azul de tetrabromofenol tamponado em pH 3,0; esta área é amarelada, quando na presença de proteínas fica verde escuro, capta apenas albumina. É um método qualitativo apenas para triagem. Sensibilidade: 5 a 20mg de albumina/dL. Valor de referência: ≤ 30 mg/dL. ANÁLISE QUÍMICA DE PROTEÍNA Princípio: O Vermelho de Pirogalol reage com o Molibdado de Sódio formando um complexo corado que, quando combinado com a proteína em meio ácido desenvolve um cromóforo de cor azul, com o máximo de absorção em 600nm. A absorvância resultante é proporcional à concentração de proteínas na amostra. Metodologia: Vermelho de Pirogalol Sensibilidade: 0,2 mg de proteína Linearidade: 100mg/dL Valor de referência: < 30mg/dL de Urina ANÁLISE QUÍMICA DE PROTEÍNA Técnica: Obs.: Homogeneizar e incubar por 5 minutos em banho Maria 37ºC. Ler teste contra branco em λ 600 nm. Reação estável por 30 minutos. A presença de açúcares redutores na urina é denominada glicosúria. Princípio químico: a detecção está fundamentada na reação Glicose oxidase - peroxidase - cromogênio (indicador de cor). É um método qualitativo apenas para triagem. Sensibilidade: 50 mg/dL urina. Valor de referência: 0,0 mg/dL. Obs.: Altas concentrações de Ácido Ascórbico dão glicosúria falso-negativa. ANÁLISE QUÍMICA DE GLICOSE Reativo Benedict: 17,3g Sulfato de Cobre 100mL H20 destilada Aquecida. 173g de Citrato de Sódio + 100g de Carbonato de Sódio Anidro + 700mL de H20 destilada e aquecida. Em constante agitação, misturar as duas soluções a frio e elevar o volume à 1000mL com H20 destilada fria. Obs.: Conservar em frasco âmbar em temperatura ambiente, validade por tempo indeterminado. Técnica: 5 mL do reativo de Benedict 8 gotas de urina límpida e recente 2 minutos no BMª 100º C ANÁLISE QUÍMICA DE GLICOSE Leitura: Azul ou verde sem precipitado negativo Verde com precipitado (+/4+) Verde oliva (++/4+) Marrom laranja (+++/4+) Vermelho tijolo (++++/4+) Princípio da Reação de Benedict: Baseia-se na ação redutora da glicose sobre os sais de cobre em meio alcalino, produzindo um precipitado amarelo ou vermelho de óxido cuproso. Em condições normais podem-se encontrar vestígios de acetona, ácido acetoacético e ácido beta-hidroxibutírico, não reveláveis pelas reações ordinárias. Os valores patológicos situam-se acima de 25 mg/dia, procedentes principalmente do metabolismo graxo, surgindo na urina primeiramente à acetona, nos casos patológicos. ANÁLISE QUÍMICA DE CORPOS CETÔNICOS Principais estados cetonúricos (acidósicos) - Síndrome respiratória nervosa, digestiva e hidrogênica, acidose gravídica, infecção, pós-operatório, desidratação, acidose hepática e endócrina, jejuns prolongados e dietas. Constituindo a acidose diabética a de maiorsignificado clínico. Princípio químico - O ácido acetoacético reage com o Nitroprussiato de sódio em solução alcalina dando um composto de cor roxa. Sensibilidade: de 5 a 10 mg/dL urina de ácido acetoacético, reage também com acetona, mas não reage com o ácido beta hidroxibutírico. É um método qualitativo apenas para triagem. Valor de referência: Negativo. Reação de Rothera - Imberte modificado Reativo: Nitroprussiato de sódio 1g Sulfato de Amônia 100g Pulverizar o nitroprussiato de sódio em um gral, adicionar o sulfato de amônio e misturar até a homogeneização. Tampão alcalino ANÁLISE QUÍMICA DE CORPOS CETÔNICOS Obs.: Reagente conservado em frasco âmbar, temperatura ambiente, com validade por tempo indeterminado. Técnica: Utilizar o reativo na quantidade suficiente para saturar um pouco de urina (presença de depósito) escorrendo o amoníaco suavemente pelas paredes do tubo inclinado. Leitura: Anel roxo ao nível de contato do reagente com a urina em presença de acetona. Produto da degradação da hemoglobina, formada nas células retículo endotelial do baço e da medula óssea, é transportada no sangue por proteínas (albumina). A bilirrubina livre ou não conjugada não tem capacidade de passar através da barreira glomerular do rim. Quando a bilirrubina livre é conjugada no fígado, com o ácido glicurônico, ela torna- se hidrossolúvel e pode passar através do glomerulo renal. A bilirrubina conjugada é normalmente excretada pela bilis. A bilirrubina na urina indica doença hepática, em geral antes de quais quer sinais clínicos tornar-se evidentes. ANÁLISE QUÍMICA DE BILIRRUBINA Princípio químico - O teste baseia-se na ligação da bilirrubina com a Dicloroanilina diazotizada (sal diazônico 2-4-dicloroanilina) em um meio fortemente ácido. É um método qualitativo apenas para triagem. Sensibilidade: 0,5 mg de bilirrubina/dL urina. Valor de referência: Negativo. REAÇÃO DE FOUCHET ou VAN DEN BERGH Reagentes: Cloreto de Bário 10g qsp 100mL H20 destilada Ac. Tricloroacético 25g qsp 100mL H20 destilada, em outro frasco dissolver 1g de cloreto férrico em 10mL de H20 destilada e adicionar a solução de Tricloracético (Reativo de Fouchet). Obs.: Os reagentes são conservados em frasco âmbar, temperatura ambiente, com validade por tempo indeterminado. Técnica: Cloreto de Bário a 10% em partes iguais com a urina, filtrar a mistura em papel de filtro. Sobre o precipitado pingar 2 gotas do reativo de Fouchet. Leitura: Cor verde ao azul, positivo. O urobilinogênio e o estercobilinogênio são formados no intestino pela ação redutora de bactérias sobre a bilirrubina aí lançada pela bilis. É reabsorvida na circulação porta, novamente excretada pelo fígado, sendo uma parte eliminada na urina (cerca de 2mg/24h). A taxa é elevada quando há hemólises, anemia hemolítica ou hepatopatias, também na policitemia (aumento exagerado de eritrócitos), cisto hemorrágico do ovário, eritroblastose fetal, em alguns estágios da malária, insuficiência cardíaca e cirrose hepática. A ausência de urobilinogênio ou diminuição é observada na icterícia obstrutiva completa. É o indicador mais sensível e precoce das disfunções hepato celulares. ANÁLISE QUÍMICA DE UROBILINOGÊNIO Fita reagente: Considera-se 1 mg/dL o valor normal de excreção. Valores superiores são patológicos. A ausência completa de urobilinogênio na urina não pode ser demonstrada pela tira, apesar de também ser um valor patológico. Princípio químico: O teste baseia-se na reação de Ehrlich na qual o paradimetilaminobenzaldeído reage com o urobilinogênio. As cores variam do bege até o rosa escuro. É um método qualitativo apenas para triagem. Valor de referência: ≤1,0 mg/dL ou Normal Urobilinogênio (Reação de Ehrlich) Reativo: Paradimetilaminobenzaldeído 2g Ácido Clorídrico 75mL H2O destilada 75mL Obs.: Reagente conservado em frasco âmbar, temperatura ambiente, com validade por tempo indeterminado. Técnica: 5mL de urina recente e límpida 1mL do reativo Obs.: Agitar energicamente Leitura: Após 3 minutos, vermelho cereja, positivo. Princípio: O paradimetilaminobenzaldeído provoca o aparecimento de coloração vermelha cereja na presença de urobilinogênio. O teste baseia-se na liberação do peróxido pela atividade do tipo peroxidase, do heme, da hemoglobina livre ou dos eritrócitos lisados, em um espécie de urina bem misturada. A hematúria é muito frequente, a hemoglobinúria é pouco frequente e a mioglobinúria é rara. Qualquer espécime de urina de cor rosada, vermelha ou castanha é hemática até que se prove o contrário. ANÁLISE QUÍMICA DE SANGUE Indicador de cor: Orto-toluidina ou Trametilbenzidina Sensibilidade: é sensível a hemoglobina e a mioglobina, mas é menos sensível a eritrócitos intactos. Este se completa com a observação microscópica de eritrócitos (0,015mg/dL hemoglobina livre ou 5 a 10 eritrócitos por microlitro de urina). É um método qualitativo apenas para triagem. Especificidade: hemoglobina, mioglobina e eritrócitos dão reação positiva. Valor de referência: Negativo Hemoglobinúria: Reação da Hemossiderina (método de Gomori) para pesquisa de hemoglobina. Reagente: Solução A: Ferrocianeto de potássio 2% Solução B: Ácido Clorídico 1% Obs.: Frascos conta gotas preparar 10 mL de solução, validade por tempo indeterminado em temperatura ambiente. Técnica: 1gota solução A + 1gota solução B + 1gota do sedimento em lâmina e cobrir com lamínula. Leitura: Após 3 minutos, precipitado preto, positivo. Liberar resultado em cruzes por comparação com a escala de cores da fita reagente. ANÁLISE QUÍMICA DE HEMOGLOBINA Reação indicadora de bactérias no sistema gênito urinário. Baseia-se na capacidade de que tem os microrganismos de reduzir o nitrato, através de um processo enzimático, em nitrito. Aconselha-se a primeira amostra da manhã, por que permaneceu por mais tempo em contato com a bexiga; uma permanência prolongada da urina na bexiga, é a condição ideal para a pesquisa do nitrito (4 - 8h). Tratamentos com antibióticos ou quimioterápicos devem ser interrompidos 3 dias antes. O teste está fundamentado no princípio de reativo de Griess. ANÁLISE QUÍMICA DE NITRITO Fita reagente: O teste detecta concentrações de 0,03 e 0,1mg de nitrito/dL urina. Qualquer coloração rosada indica uma infecção bacteriana. A intensidade da cor depende somente das concentrações de nitrito, mas não indica a extensão ou amplitude da infecção. Um resultado negativo não elimina a possibilidade de uma infecção urinária que não reduz nitrato em nitrito. Princípio químico: O teste está baseado na conversão do nitrato (derivado da alimentação) em nitrito pela ação das bactérias gram negativas na urina. No pH ácido da área reagente, o nitrito da urina reage com o Ácido p-arsanílico para formar um composto de diazônico. O composto de diazônico se liga com o N-I-Naftileno Diamina Dihidrocloreto para produzir uma cor rosa. Valor de referência: Negativo Este teste é baseado no desenvolvimento de cor variando do bege para leitura negativa ao rosa violáceo para leitura positiva. A reação revela a presença de estearase que ocorre nos granulócitos. Indicador de cor: Naftol-AS-D-Cloroacetato (Sal diazônico: grupo de compostos orgânicos). Sensibilidade: 10.000 leucócitos/mL (leitura de 60 a 120 segundos). Valor de referência: Negativo ANÁLISE QUÍMICA DE LEUCÓCITO
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