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DIREITO CIVIL ANTICRESE E LAJE

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ANTICRESE
A Anticrese tem como característica o direito real de garantia sobre coisa alheia.
Funciona da seguinte maneira, ocorrendo a transferência da posse e da fruição do imóvel do devedor em face do credor, ou seja, o credor retém a posse do bem e retira dos frutos o valor necessário para a quitação de seu crédito. 
Como direito real de garantia, a Anticrese possui efeitos de sequela, que é buscar o bem de quem injustamente o possui ou detenha, e de aderência, desde que seja registrada.
Resumidamente, a anticrese só recai sobre bem imóvel, é indivisível e extingue-se pelo adimplemento da dívida ou pelo perecimento do bem (fim do prazo estipulado ou prazo máximo de quinze anos). 
EMENTA: CIVIL. CESSÃO DE PROPRIEDADE IMÓVEL PARA QUE, COM OS FRUTOS, FOSSE EXTINTA DÍVIDA EXISTENTE ENTRE AS PARTES. HIPÓTESE DE ANTICRESE. CESSÃO SUBSEQUENTE ONEROSA E DEFINITIVA QUE FAZ PRESUMIR A EXTINÇÃO DA DÍVIDA E, CONSEQUENTEMENTE DA ANTICRESE.
1. Ainda se cogite que a cessão de um imóvel para locação importe em inexorável transferência da posse, uma vez que o contrato fora celebrado em nome próprio e não como mera mandatária do cedente, chama atenção o fato de que esta cessão se estenderia tão somente no interregno necessário para que os frutos com a exploração da coisa compensassem dívida no valor de R$-200.000,00.
2. Ou seja, a relação jurídica é de anticrese (art. 1506, CC) e, nada obstante legítima a locação (art. 1507, § 2, CC), não se cogita da possibilidade de alienação, sendo certo que assim procedendo, presume-se extinta a garantia e, por conseguinte, a posse dela decorrente. 
3. Recurso improvido.
(TJ-SP - APL: 10165023220168260100 SP 1016502-32.2016.8.26.0100, Relator: Artur Marques, Data de Julgamento: 03/04/2017, 35 Câmara de Direito Privado, Data de Publicação: 03/04/2017)
Trata-se de ação revisional de aluguel, anexada à ação de despejo por falta de pagamento c/c cobrança, que a apelante promove em face da apelada, e foram extintas sem resolução do mérito. 
A parte autora alegou que se tornou detentora dos direitos possessórios bem como dos direitos incidentes sobre Instrumento Particular de Locação Comercial firmado com a ré, devido a um contrato de cessão de direitos possessórios firmado anteriormente. 
LAJE
Popularmente ou em linguagem tipicamente brasileira, a laje é conhecida como o "puxadinho". O direito de laje, é consequência de uma situação histórica e real na vida de muitos brasileiros. Filhos e filhas (descendentes) que edificam suas casas sobre a laje da casa de seus pais, e através desse acontecimento corriqueiro, ocasionou problemas de natureza prática (tributária e de propriedade imóvel) ficando sem disciplina legal. Mas mais uma vez, o princípio da adequação social se fez presente, e houve a necessidade de existir uma norma que garantisse o direito desses. 
Legalmente falando, o direito de Laje é a "possibilidade de coexistência de unidades imobiliárias autônomas de titularidades distintas situadas em uma mesma área, de maneira a permitir que o proprietário ceda a superfície de sua construção a fim de que terceiro edifique unidade distinta daquela originalmente construída sobre o solo.”
EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO DE ADJUDICAÇÃO COMPULSÓRIA - PROMESSA DE COMPRA E VENDA DE DIREITO DE LAGE - PENDÊNCIA DE PROVIDÊNCIAS NECESSÁRIAS PARA A REGULARIZAÇÃO DO IMÓVEL - MEDIDAS A CARGO DO PROMITENTE-VENDEDOR - CONDENAÇÃO AO CUMPRIMENTO DA OBRIGAÇÃO DE FAZER - DANOS MORAIS - NÃO CARACTERIZAÇÃO - MERO INADIMPLEMENTO CONTRATUAL - CLÁUSULA PENAL - INCIDÊNCIA DA MULTA - RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO - O direito real de lage, quando fundando em negócio jurídico inter vivos, só nasce imediatamente o registro do título, com "a abertura de uma matrícula própria no registro de imóveis e por meio da averbação desse fato na matrícula da construção-base", nos termos do artiho 171, § 9, da Lei de Registros Públicos (Lei 6.015/1973)- A promessa de compra e venda de direito real de lage não confere ao primissário-comprador o direito à adjudicação compulsória, enquanto pendentes prévias providências de regularização do imóvel necessárias para viabilizar o registro, mas permite que ele exija o cumprimento de tais providências do promitente-vendedor, se este se obrigou contratualmente a realizá-las.
(TJ-MG - AC: 10223150156956001 MG, Relator: Vasconcelos Lins, Data de Julgamento: 12/03/2019, Data de Publicação: 14/03/2019)
Trata-se de recurso de APELAÇÃO CÍVEL, interposto pelos apelantes para a reforma da sentença, de ação de adjudicação compulsória de imóvel c/c pedido liminar de danos morais, proposta contra os apelados. Os autores afirmam que adquiriram por meio de contrato de compra e venda celebrado com os réus, o direito de construir os apartamentos sobre a laje da edificação existente, no lote discriminado nos autos, de propriedade dos réus. Os autores alegaram que após o pagamento ajustado e concluído, inclusive a construção já realizada dos apartamentos, os réus não lhe entregaram a competente escritura para registro, à qual têm direito.

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