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FACULDADE SÃO LEOPOLDO MANDIC - MEDICINA Letícia Aranega Dalari TERAPÊUTICA AULA 3 - ADMINISTRAÇÃO POR VIA ORAL Administração de um comprimido de 500 mg de Amoxicilina a um voluntário sadio – curva de concentração em função do tempo Pico = Cmax e Tmax (onde tivermos o Cmax teremos o Tmax) Cmax é a concentração/absorção máxima atingida pelo medicamento administrado VO Todo medicamento administrado por VO precisa de um tempo de absorção até cair na corrente sanguínea, por isso temos essa linha ascendente que não existe nos medicamentos administrados VE. O ponto mais alto dos gráficos VO representa o momento em que o medicamento apresenta sua concentração máxima. Um mesmo medicamento administrado por vias diferentes irá apresentar um clearance muito parecido ATENÇÃO: MEDICAMENTOS VO NÃO POSSUEM 100% DE BIODISPONIBILIDADE Administração de uma cápsula de 150 mg de Venlafaxina a um voluntário sadio – curva de concentração em função do tempo Esse gráfico representa um medicamento de liberação prolongada/controlada, significa que fica no TGI e vai liberando aos poucos e aumentando a concentração plasmática (Cmax de 8h). No caso da Venfalaxina, após uma dose única, até 48h depois ainda teremos um pouco no plasma. Medicamentos de liberação prolongada facilitam o tratamento pois muitas vezes o paciente precisa tomar apenas 1x ao dia e a concentração plasmática se mantém mais constantes por mais tempo. Temos novas fórmulas farmacêuticas onde em um único comprimido temos 1/2 dele com liberação rápida e a outra 1/2 com liberação prolongada Administração de um comprimido de 5 mg de Amlodipina a um voluntário sadio – curva de concentração em função do tempo AUC/ASC - área sob a curva, permitindo saber a biodisponibilidade do fármaco Biodisponibilidade: fração do fármaco INALTERADO que atinge a circulação sistêmica FACULDADE SÃO LEOPOLDO MANDIC - MEDICINA Letícia Aranega Dalari Biodisponibilidade absoluta (F) Área sob a curva na adm VO dividido pela área sob a curva EV (sempre será 100%) Se as áreas forem números iguais teremos uma biodisponibilidade de 1 (mesmo fármaco na MESMA dose) Como calcular a biodisponibilidade Caso não seja possível utilizar a mesma dose, devemos fazer a ASC x a dose EV MEDICAMENTO GENÉRICO É A MESMA COISA QUE O MEDICAMENTO DE REFERÊNCIA. O que acontece é que rola muito dinheiro por trás, por isso rola muito o médico falar que genérico não funciona. O que MUDA é a QUALIDADE DA INDÚSTRIA. Existem empresas multinacionais de genéricos que são melhores que os de referência Biodisponibilidade relativa Utilizada quando queremos ver se 2 medicamentos são bioequivalentes (um dos testes que é feito no genérico). Medicamento genérico TEM QUE TER A MESMA BIODISPONIBILIDADE DO GENÉRICO. OU SEJA, MESMO PERFIL DE ABSORÇÃO, DEPURAÇÃO, EXCREÇÃO. Se for DIFERENTE não é genérico. Sabemos que não é 100% igual (F=1), mas existe uma tolerância onde o resultado tem que ser de 0,8 a 1,25. No genérico, o perfil do gráfico tem que ser muito parecido com o referência, caso contrário ele será considerado SIMILAR. Um medicamento VO com biodisponibilidade de 0% continua sendo IMPORTANTE pois para agir no TGI/ intestino/ação local ele não precisa cair na corrente sanguínea (é até melhor não cair no sangue para não causar efeitos adversos) Trajeto do fármaco VO no nosso corpo Perdemos biodisponibilidade nas fezes, no metabolismo da luz intestinal, na parede intestinal, na veia porta e no metabolismo hepático (metabolismo/efeito de primeira passagem). É por isso que NÃO TEMOS 100% DE BIODISPONIBILIDADE nos medicamentos VO. TODO MEDICAMENTO VO PASSA PELO FÍGADO ANTES DE CAIR NA CIRCULAÇÃO SISTÊMICA Para burlar o efeito de primeira passagem devemos utilizar um pró-fármaco, pois este só irá entrar na forma ativa depois de ser metabolizado. O Cmax de medicamentos VO demoram mais devido ao trajeto que o medicamento precisa percorrer antes de ser metabolizado. FACULDADE SÃO LEOPOLDO MANDIC - MEDICINA Letícia Aranega Dalari No caso da Aspirina, quando utilizada para infarto, devemos pedir para o paciente MASTIGAR e MANTER o medicamento na boca, pois dai esse será absorvido via sublingual, caindo rapidamente na veia cava Acetoaminofeno é o Paracetamol. Quanto administrado com outras substâncias que retardam ou adiantem a sua absorção temos Cmax e Tmax diferentes. O esvaziamento gástrico é diferente de pessoa para pessoa, por isso devemos tomar cuidado com interação medicamentosa e como/quando o medicamento é ingerido. Abaixo podemos ver como o Cmax e o Tmax mudam de acordo com o tipo de alimentação que o paciente. Um maior Tmax significa que o paciente irá demorar mais para atingir o Cmax e ter o efeito desejado. A AUC não altera. FACULDADE SÃO LEOPOLDO MANDIC - MEDICINA Letícia Aranega Dalari Alguns medicamentos podem ter seu Tmax e Cmax mais breves dependendo da alimentação que temos. No caso da Nifedipina por exemplo, em uma refeição com maior quantidade de lipídios teremos um Cmax maior e liberando uma concentração maior, o que pode ser perigoso em alguns casos. A AUC não altera No caso do Posaconazol (suspensão) a alimentação interfere MUITO na sua concentração, é por isso que devemos sempre observar na bula o correto. Biodisponibilidade A fração do fármaco não modificado que atinge a circulação sistêmica independente da via de administração Biodisponibilidade absoluta – via oral comparada à via endovenosa Biodisponibilidade relativa – comparação de duas outras vias Tetracyclines - NÃO ACEITA MUITO ALIMENTAÇÃO JUNTO The bioavailability of tetracycline is reduced by 46 to 57% when taken with food, by 50 to 65% when taken with dairy products and by up to 81% when taken with iron supplements because of chelation. This interaction may result in treatment failure in cases involving pathogens with a moderate resistance to tetracycline. Even the use of a small volume of milk in tea or coffee is sufficient to cause a 49% reduction in tetracycline bioavailability. ACE Inhibitors- CAPTOPRIL TEM A SUA BIODISPONIBILIDADE REDUZIDA EM 56%. Captopril deve ser tomado pela manhã em JEJUM Enalapril já pode ser tomado com alimentos. Alguns medicamentos podem ser tomandos tanto em jejum quanto com alimentos que não muda sua biodisponibilidade, como podemos ver no gráfico abaixo. Food intake decreases the bioavailability of captopril by 42 to 56%. Food intake also decreases the bioavailability of perindopril by 35% which is associated with a clinically significant decrease in ACE inhibition. The bioavailability of cilazapril, enalapril and lisinopril is unaffected by food intake FACULDADE SÃO LEOPOLDO MANDIC - MEDICINA Letícia Aranega Dalari The bioavailability of lovastatin increases by 50% when taken with a regular meal; this is reflected in an increased drug effect. In contrast, the ingestion of fibres or fruit as part of a lipid-lowering diet may strikingly reduce the absorption of lovastatin and increase the risk of treatment failure.[89] The bioavailability of pravastatin is reduced by when taken with food; however, since its lipid-lowering efficacy is unchanged the interaction is not clinically important. For atorvastatin and fluvastatin, bioavailability and lipid- lowering efficacy are unaffected by food intake. Excessive ingestion of grapefruit juice increases the bioavailability of lovastatin, atorvastatin and simvastatin by 1400, 200 and 1500%, respectively The bioavailability of tetracycline is reduced by 46 to 57% when taken with food, by 50 to 65% when taken with dairy products and by up to 81% when taken with iron supplements because of chelation. This interaction may resultin treatment failure in cases involving pathogens with a moderate resistance to tetracycline. Even the use of a small volume of milk in tea or coffee is sufficient to cause a 49% reduction in tetracycline bioavailability. Dermatological Agents The bioavailability of the anti-acne agent isotretinoin is increased by 72 to 86% when administered with or shortly after a meal.[76] Because isotretinoin dosage is titrated according to drug effect and the appearance of adverse effects, the drug should be taken with a consistent relationship to meals. Food intake increases the bioavailability of the antipsoriatic agent acitretin by 91% and reduces the interpatient variability in bioavailability.[5] Accordingly, coadministration of acitretin with food may be preferred. Since dissolution rate is a function of surface area, a nano-formulation will have better bioavailability than a micronized formulation of the same drug where bioavailability is dissolution rate limited FACULDADE SÃO LEOPOLDO MANDIC - MEDICINA Letícia Aranega Dalari METABOLISMO Metabolismo é uma alteração química que ocorre no fármaco, geralmente deixando ele mais hidrofílico, e depois que for metabolizado ele pode ficar menos ativo ou mais ativo, ficar menos tóxico ou ficar até mais tóxico. Quando passa por qualquer órgão metabolizador (sangue, fígado, rim, pulmão…), esse órgão tenta preparar o fármaco, que é estranho para ele, para excreção. Um exemplo, sempre que tomamos paracetamol, o fígado pode transformá-lo num produto hepatotóxico, podendo levar até a morte do paciente. O metabolismo pode ser dividido em fase 1 e fase 2, mas alguns fármacos só passam pela fase 1, enquanto outros podem passar direto para a fase 2 e ainda temos alguns que não são metabolizados. Algumas pessoas, mesmo tomando a mesma dose, pode apresentar concentração plasmática da droga diferente de outras pessoas. Concentrações diferentes significa que teremos respostas terapêuticas diferentes. É aqui que entra a farmacogenética, onde cada paciente é olhado de forma única, por isso é importante a realização de um exame de farmacogenoma. Dependendo do seu caráter de metabolismo, você terá concentrações plasmáticas diferentes de um medicamento. Geralmente o metabolismo é dividido em: Fase 1 - biotransformação, onde a molécula é modificada sutilmente, podendo deixar o fármaco, mais ativo, menos ativo, mais tóxico ou menos tóxico. A molécula também tende a ficar mais polar, tende a ficar mais hidrossolúvel, preparando para uma fase de excreção/eliminação. É formada principalmente pelas enzimas da família P450- CYPs ex:CYP2E1, CYP1A1 Os fármacos são metabolizados por enzimas diferentes, cada uma metaboliza um fármaco de forma mais específica Fase 2- conjugação, responsável por conjugar um grupo com alto peso molecular e consequentemente faz com que o fármaco fique extremamente polar, facilitando sua eliminação. A metabolização é um fator determinante para o fármaco, contribuindo na concentração plasmática e tempo de eliminação. A família P450 varia de pessoa para pessoa, onde cada enzima trabalha de forma diferente. Existem isoformas da mesma enzima, onde na mesma enzima podemos ter diferentes atividades delas. Um teste farmacogenômico permite identificar cada CYP (a varfarina por exemplo é metabolizada pela CYP2C9, paciente com CYP2C9 *1/*1 metaboliza mais lentamente e precisa de maior dose, enquanto quem tem CYP2C9*3/*3 precisa de menor dose por metabolizar mais rápido. A maioria da população é *1/*1) Temos medicamentos que induzem o metabolismo enzimático, onde estes irão aumentar a reação enzimática, ou seja a biotransformação do outro fármaco pode ser maior (será mais degradado). Se eu biotransformo mais rapidamente, o tempo de meia vida diminui, sua excreção é mais rápida e a sua concentração também reduz. Nos inibidores teremos uma menor atividade enzimática, levando a uma maior concentração e maior tempo de meia vida. Ex: fármaco 1 indutor - maior atividade enzimática e menor concentração plasmática de F2 Ex: fármaco 2 inibidor - menor atividade enzimática e maior concentração plasmática de F2 O metabolismo de primeira passagem pode alterar a concentração de alguns medicamentos. Toda família P540 além de variar de pessoa para pessoa, varia também com a idade. Uma mesma medicação tem dosagens diferentes por diferente quantificação enzimática para neonatos, bebês, crianças e adultos.
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