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Caderno DSI - Cor, Forma e Composição em Ambientes [2 ed - 2019 ETEPAC]

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Curso Técnico em Design de Interiores 
Educação a Distância 
2019 
 
Cor, Forma e Composição em 
Ambientes 
 
Andiara Valentina de Freitas e Lopes 
Sadi Silva Seabra Filho 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
EXPEDIENTE 
 
 
Professor Autor 
Andiara Valentina de Freitas e Lopes 
Sadi Silva Seabra Filho 
 
Design Instrucional 
Deyvid Souza Nascimento 
Maria de Fátima Duarte Angeiras 
Renata Marques de Otero 
Terezinha Mônica Sinício Beltrão 
 
Revisão de Língua Portuguesa 
Letícia Garcia 
 
Diagramação (2.ed.) 
Ana Cristina do A. e S. Jaeger 
 
Catalogação e Normalização (2.ed. 2019) 
Hugo Cavalcanti (Crb-4 2129) 
 
Coordenação 
Sadi Silva Seabra Filho 
 
Coordenação Executiva 
George Bento Catunda 
 
Coordenação Geral 
Paulo Fernando de Vasconcelos Dutra 
 
 
Conteúdo produzido para os Cursos Técnicos da Secretaria Executiva de Educação 
Profissional de Pernambuco, em convênio com o Ministério da Educação 
(Rede e-Tec Brasil). 
 
Maio, 2017 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) de acordo com ISDB 
 
L864c 
Lopes, Andiara Valentina de Freitas e. 
Cor, Forma e Composição em Ambientes: Curso Técnico em Design de Interiores: Educação 
a distância / Andiara Valentina de Freitas e Lopes, Sadi Silva Seabra Filho. – 2.ed. – Recife: Escola 
Técnica Estadual Professor Antônio Carlos Gomes da Costa, 2019. 
88p.: il. 
 
Inclui referências bibliográficas. 
Material produzido em maio de 2017 através de convênio com o Ministério da Educação 
(Rede e-Tec Brasil) e a Secretaria de Educação de Pernambuco. 
 
1. Desenho – Técnica. 2. Desenho – Estudo e ensino. I. Lopes, Andiara Valentina de Freitas 
e. II. Seabra Filho, Sadi Silva. III. Título. 
 
CDU – 744.42 
 
 
Elaborado por Hugo Carlos Cavalcanti | CRB-4 2129 
 
 
 
3 
Sumário 
Introdução .............................................................................................................................................. 6 
1. Competência 01 | Percepção Visual e Gestalt da Forma ................................................................. 7 
1.1 O que é percepção? ................................................................................................................................... 7 
1.2 O que é percepção visual? ....................................................................................................................... 12 
1.2.1 O olho: órgão da percepção visual ........................................................................................................ 14 
1.3 Tipos de Percepção .................................................................................................................................. 17 
1.4 Ilusões de ótica ......................................................................................................................................... 17 
1.5 Teorias da Gesltalt e Leis da Gestalt ........................................................................................................ 22 
1.5.1 O que é Gestalt? .................................................................................................................................... 22 
1.5.2 O que diz a Teoria da Gestalt? .............................................................................................................. 23 
1.5.3 Leis da Gestalt ....................................................................................................................................... 26 
2. Competência 02 | Composição da Forma ....................................................................................... 36 
2.1 O desenho ................................................................................................................................................ 36 
2.1.1 O que é Composição? ........................................................................................................................... 36 
2.1.2 O que é desenho? ................................................................................................................................. 37 
2.1.3 O Desenho como representação .......................................................................................................... 39 
2.1.4 O desenho como linguagem ................................................................................................................. 39 
2.2 Elementos do desenho ............................................................................................................................. 40 
2.2.1 O desenho como elemento básico........................................................................................................ 40 
2.2.2 Elementos conceituais .......................................................................................................................... 41 
2.2.3 Elementos visuais .................................................................................................................................. 42 
2.2.4 Elementos relacionais ........................................................................................................................... 43 
2.2.5 Elementos práticos ................................................................................................................................ 46 
2.3 Composição 1: aspectos e criação da forma ............................................................................................ 49 
2.3.1 Moldura de referência .......................................................................................................................... 49 
 
 
 
4 
2.3.2 Forma e espaço ..................................................................................................................................... 51 
2.3.3 Visualização da forma ........................................................................................................................... 52 
2.3.4 Desenho e forma ................................................................................................................................... 54 
2.3.5 Formas ................................................................................................................................................... 54 
2.3.6 Criando e relacionando formas geométricas e orgânicas ..................................................................... 56 
2.4 Composição 2: relacionando formas ....................................................................................................... 59 
2.5 Composição 3: relacionando formas II ..................................................................................................... 60 
2.5.1 Equilíbrio ............................................................................................................................................... 60 
2.5.2 Tensão ................................................................................................................................................... 62 
2.5.3 Nivelamento e aguçamento .................................................................................................................. 64 
2.5.4 A preferência pelo canto inferior esquerdo .......................................................................................... 65 
2.5.5 Atração e agrupamento ........................................................................................................................66 
2.5.6 Positivo e Negativo................................................................................................................................ 67 
3. Competência 03 | Cor ...................................................................................................................... 69 
3.1 Cor-luz e cor-pigmento ............................................................................................................................ 69 
3.1.1 Paleta RGB ............................................................................................................................................. 70 
3.1.2 Paleta CMYK .......................................................................................................................................... 71 
3.1.3 Paleta Pantone ...................................................................................................................................... 72 
3.2 Misturando cores ..................................................................................................................................... 74 
3.2.1 Cor Primária, Cor Secundária, Síntese Aditiva e Síntese Subtrativa ..................................................... 74 
3.3 Harmonia e contraste de cores ................................................................................................................ 77 
3.3.1 Círculo cromático .................................................................................................................................. 77 
3.3.2 Cores quentes e cores frias ................................................................................................................... 78 
3.4 Reagindo a cores ...................................................................................................................................... 81 
3.4.1 Preferências Cromáticas ....................................................................................................................... 81 
3.4.2 Cor e reação .......................................................................................................................................... 81 
 
 
 
5 
3.4.3 O significado das cores .......................................................................................................................... 82 
3.4.4 As cores no design de interiores ........................................................................................................... 84 
Conclusão ............................................................................................................................................. 86 
Referências ........................................................................................................................................... 87 
Minicurrículo do Professor .................................................................................................................. 88 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
Introdução 
Olá cursista, 
Seja bem-vindo (a) à disciplina Cor, Forma e Composição em Ambiente. Este é o seu 
caderno da disciplina. 
Neste caderno, vamos estudar o que é forma e Gestalt da forma, composição da forma e 
cor. O caderno possui três competências, cada uma delas é essencial para dar base à formação como 
Técnico com Design de Interiores. Aqui você vai aprender técnicas de composição da forma que vão 
enriquecer seu repertório e sua criatividade. 
O objetivo deste caderno é prepará-lo para o tema principal do curso que é o Design de 
Interiores. Isso porque precisamos entender como trabalhar com as formas e cores para utilizá-las no 
nosso processo criativo profissional. É fundamental compreender os processos de Gestalt da forma, 
composição da forma e conhecer as cores e sua relação com as emoções para podermos compor um 
repertório sólido e profundo que vai nos possibilitar utilizar todo esse conhecimento durante nossa 
vida profissional. 
Nós, os autores, somos fãs desse assunto e adoramos poder ensinar e aprender junto com 
você, compartilhando conhecimento e aprendizado durante esse processo. 
Bons estudos! 
Andiara Lopes e Sadi Seabra 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 
Competência 01 
 
1. Competência 01 | Percepção Visual e Gestalt da Forma 
O objetivo desta disciplina é: 
• Proporcionar ao estudante bases teóricas e práticas na área de Composição. 
• Desenvolver conceitos básicos sobre composição: ritmo, proporção e equilíbrio. 
• Desenvolver conceitos básicos sobre percepção visual e Gestalt do objeto. 
• Desenvolver conceitos básicos sobre cor, critérios relacionados. 
Nesta primeira competência vamos trabalhar com a percepção, a percepção visual e as 
teorias da Gestalt voltadas para o estudo da forma. Você irá conhecer como ocorre o processo da 
percepção, em especial a percepção visual. Vamos falar também porque acontecem as ilusões de 
ótica. Vamos conhecer o que é a Gestalt e quais suas implicações para o estudo do objeto e da forma. 
O objetivo principal desta primeira competência é prepará-lo (a) para o tema principal do curso que 
é Cor, Forma e Composição em Ambientes. Precisamos entender como funciona a percepção visual 
e seus elementos, para poder compreender como podemos controlar e utilizar esses elementos. 
1.1 O que é percepção? 
A percepção é a função cerebral que atribui significado a estímulos sensoriais. O mundo 
é cheio de estímulos a essa percepção. Um indivíduo percebe a realidade a sua volta através dos 
sentidos. O ato da percepção se dá exatamente no momento em que o indivíduo, através dos 
sentidos, percebe e interpreta os estímulos dessa realidade. 
Faça uma pesquisa no seu dicionário sobre o significado dessa palavra! 
Na observação que segue estão algumas definições encontradas: 
Percepção 
s.f.Impressão; capacidade para discernir; juízo consciencioso acerca de algo ou alguém: é 
necessário entender a percepção do certo e do errado. Assimilação ou compreensão feita através 
dos sentidos ou da inteligência: percepção do sofrimento; percepção do clima. 
[Por Extensão] Intuição geralmente de teor moral: percepção entre o bem e o mal. 
[Por Extensão] Avaliação sobre coisas ou seres a partir de um julgamento ou opinião. 
Ação ou efeito de perceber. (Etm. do latim: perceptio.onis) 
Fonte: www.dicio.com.br/percepcao/ 
 
 
 
 
 
 
8 
Competência 01 
Conforme a definição vista acima, a palavra percepção está ligada aos sentidos e à 
inteligência. Vamos lembrar um pouco dos sentidos que temos? O espectador é o sujeito da ação de 
perceber, para isso ele utiliza os cinco sentidos: tato, olfato, paladar, audição e visão. Nas figuras 
1.1.a., 1.1.b., 1.1.c., 1.1.d. e 1.1.e. que estão abaixo temos algumas imagens referentes aos nossos 
sentidos. 
 
Figura 1.1.a - As mãos e o tato 
Fonte:https://fotolog.com/nirvana_9303/30485827 
Descrição: imagem de uma mão de um adulto sendo 
segurada pelo dedo mínimo por uma mão de um bebê. 
Figura 1.1.b - o nariz e o olfato 
Fonte:http://guineveremedicina.blogspot.com/2011/01
/seu-nariz-revela-quando-voce-ira-morrer.html 
Descrição: imagem de uma pessoa cheirando um 
punhado de grãos de café em sua mão. 
 
 
 
Figura 1.1.c - Os OLHOS e a VISÃO 
Fonte: https://metropolionline.com.br/2018/08/15/10-
dicas-para-cuidas-da-saude-dos-olhos/ 
Descrição: imagem de um rosto feminino onde apenas os 
olhos estão enquadrados. 
 
Figura 1.1.d - A boca e o paladar 
Fonte: 
https://www.naturalwellness.com/nwupdate/10-foods-
that-contain-probiotics-naturally/ 
Descrição: rosto de uma pessoa enquadrado apenas na 
boca, ressaltando que ela está mordendo um chocolate. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9 
Competência 01 
 
Figura 1.1.e - O ouvido e a audiçãoFonte: https://www.kootsjhuys.nl/luisteren-is-zeg-maar-wel-een-dingetje 
Descrição: rosto de uma pessoa com destaque para a orelha. A mão em forma de concha atrás da orelha destaca que a 
pessoa está tentando escutar. 
 
Deixando mais claro! Para essa disciplina, pelo fato de estarmos trabalhando com 
composição, cor e forma, faz-se absolutamente necessário compreendermos a Percepção, e 
especialmente a Percepção Visual. Dessa forma, o sentido da visão será mais destacado ao longo 
desse curso. 
 
Videoaula! 
Agora dê uma pausa na leitura e assista à primeira videoaula que mostra a importância 
do conteúdo dessa disciplina para a formação de um Designer de Interiores. 
 
Quando falamos de percepção visual e visão, existe uma clara relação entre o observador 
e a imagem. Ou ainda, entre o espectador e a imagem observada. Por um lado, temos o observador, 
que é um indivíduo que está em contato com o mundo, estabelecendo uma relação com a realidade 
a sua volta. Esse indivíduo não está isolado, apenas observando as situações. Por outro lado, temos 
a imagem que, por sua vez, possui características próprias. 
Imagem também é outra palavra que vamos trabalhar bastante ao longo do curso. A 
figura 1.1.f. abaixo mostra que essa relação não é uma via de mão única, mas sim uma via de duas 
mãos, na qual observador e imagem se influenciam mutuamente. Através da percepção, um indivíduo 
organiza e interpreta as suas impressões sensoriais para atribuir significado ao seu meio. 
 
 
 
 
 
 
10 
Competência 01 
 
Figura 1.1.f - diagrama da relação entre observador e imagem 
Fonte: o autor 
Descrição: diagrama mostrando a relação entre observador e imagem. 
 
Resumindo: A percepção consiste na aquisição, seleção e organização das informações 
obtidas pelos sentidos. Segundo Fayga Ostrower (1996), a percepção envolve outros dois 
significados: o de compreensão e o de interpretação. A percepção é um processo dinâmico e não 
simplesmente uma resposta a um estímulo, engloba todo o contexto no qual ocorre a situação. São 
muitas forças agindo! 
Observe por exemplo a sequência de imagens a seguir: 
 
 
Figura 1.1.g.: sequência de imagens contando uma estória 
Fonte: https://milemuma.wordpress.com/2008/11/28/uma-demonstracao-de-afeto/ 
Descrição: passarinho tenta reanimar outro passarinho morto. Depois, passarinho de boca aberta como se estivesse 
gritando na tentativa de acordar o passarinho morto. E, por fim, apenas o passarinho morto. 
 
O que você entendeu? 
 
 
 
 OBSERVADOR IMAGEM 
ESTÍMULO 
SENTIDOS 
 
 
 
 
 
 
11 
Competência 01 
Eu entendi que o passarinho matou o outro passarinho. Agora, observe as imagens 
seguintes: 
 
Figura 1.1.h.: Sequência de imagens contando uma estória 
Fonte: https://milemuma.wordpress.com/2008/11/28/uma-demonstracao-de-afeto/ 
Descrição: apenas o passarinho morto. Depois, passarinho de boca aberta como se estivesse gritando na tentativa de 
acordar o passarinho morto. Na sequência, passarinho tenta reanimar passarinho morto. 
 
E agora, o que você entendeu? 
Eu entendi que um passarinho morreu e o companheiro, quando percebeu, sofreu com a 
situação. 
O que podemos concluir disso? Que apesar de estarmos trabalhando com imagens iguais, 
elas não vão significar sempre a mesma coisa. Dependendo da sequência que as dispomos o conjunto 
de imagens vai adquirir significados diferentes. Isso acontece porque a nossa percepção também 
funciona através de um ordenamento e, além disso, esse exemplo nos mostra que não percebemos 
as coisas de forma isolada, mas sim dentro de um contexto. 
Para se pensar! Pense que o estímulo à percepção pode ser múltiplo e, além disso, uma 
mesma situação pode ser interpretada de forma diferente por pessoas diferentes, ou até mesmo pela 
mesma pessoa. Por exemplo: se você estiver de bom humor, feliz da vida ao assistir um filme com os 
amigos, você vai se divertir ou se emocionar, se for um drama. Mas se você assistir ao mesmo filme 
em outro dia em que esteja triste ou tenha passado recentemente por uma situação semelhante, ou 
que esteja sozinho, você provavelmente vai reagir diferente, pode até chegar às lágrimas. Pense 
nisso! 
 
 
 
 
 
 
12 
Competência 01 
Dessa forma, descobrimos que o sujeito responde ativamente ao estímulo, não sendo 
apenas um mero observador da situação. No mundo atual, cada pessoa está sujeita a uma quantidade 
enorme de estímulos. Vai depender das condições físicas, psicológicas e emocionais de cada pessoa 
como ela irá perceber compreender e interpretar esses estímulos. Além disso, cada pessoa tem 
expectativas e necessidades diferentes das outras pessoas e isso interfere na escolha de quais 
estímulos serão percebidos. 
1.2 O que é percepção visual? 
Em um primeiro momento, o que pensamos é: a percepção visual é aquela na qual 
utilizamos o sentido da visão para perceber algo. Essa definição não está errada, mas está muito longe 
de ser completa. Nesse tópico vamos trabalhar as definições e significados dessa percepção visual. 
De acordo com Aumont, a percepção visual é um processamento que acontece em etapas 
sucessivas, de uma informação que nos chega por intermédio da luz que entra em nossos olhos. O 
olho percebe a imagem, a imagem percebida no olho passa por um processo químico e, por último, 
do processo químico vai para a última etapa, que é o processamento neurológico. 
A nossa percepção do mundo é construída através da relação da nossa percepção com o 
mundo que nos cerca. Os estímulos visuais não são estáveis, mas o nosso cérebro de certa forma 
procura estabilizar esse processo que mistura o que é percebido com o que é conhecido. Portanto, 
podemos concluir que a nossa percepção de mundo é em grande parte autoconstruída. Vemos o 
mundo de acordo com a maneira como o nosso cérebro o organiza. O processo de ver é o de 
complementar o que está a nossa frente com aquilo que o nosso cérebro acredita estar vendo. 
Por exemplo: o tamanho da imagem de um objeto na retina varia de acordo com a nossa 
distância desse objeto. Mas, mesmo percebendo um mesmo objeto a distâncias diferentes o cérebro 
consegue perceber qual é o seu “verdadeiro” tamanho. Por que isso acontece? Cabe ao cérebro 
extrair as características constantes e invariantes dos objetos mesmo diante das características 
mutáveis que recebe. 
 
 
 
 
 
 
 
 
13 
Competência 01 
 
 
 
 
Videoaula! 
Vamos testar o seu cérebro? 
Agora dê uma pausa na leitura e assista à segunda videoaula que mostra duas ilusões de 
ótica. 
 
 
O que vemos é a luz e mais detalhadamente a intensidade, o comprimento de onda e a 
distribuição no espaço. 
A Intensidade é a percepção que temos da luminosidade dos objetos. Nós percebemos 
maior ou menor luminosidade de um objeto. O objeto pode ser luminoso, ou seja, ele próprio uma 
fonte luminosa, como é o caso de uma lâmpada, ou até mesmo o sol. Ou, o que ocorre geralmente, 
o objeto observado não é luminoso, mas sim iluminado por uma fonte de luz e essa luz é refletida. 
Nosso olho reage a LUZ! E cada olho pode reagir de forma diferente à luz. 
O olho humano possui limites de visibilidade da luz. O mínimo normalmente percebido é 
a luminosidade de uma folha de papel branca na luz da lua. O máximo de luminosidade que pode ser 
observada sem riscos é uma lâmpada com filamento de tungstênio. A luz do sol não pode ser 
observada a olho nu, ou seja, sem dispositivos de proteção. Caso isso ocorra pode haver uma 
queimadura na retina ou no sistema nervoso. 
 
Pesquisa na web! 
Pesquise sobre Joseph Plateau, sábio Belga que ficou cego por observar diretamente 
o sol. 
 
 
O comprimento de onda é a percepçãoda cor. Assim como percebemos a luminosidade, 
também percebemos a cor. Como assim? A luz tem uma coisa chamada comprimento de onda, que 
é exatamente a cor emitida pelo objeto iluminado. Da mesma forma como ocorre com a 
luminosidade, a cor depende da percepção de cada pessoa. Falaremos mais detalhadamente sobre 
cor na competência 2 desse curso. 
 
 
 
 
 
 
14 
Competência 01 
A distribuição no espaço é a percepção dos limites dos objetos ou imagens, esses limites 
são as bordas visuais. O nosso olho percebe as bordas visuais. Mas o que são bordas visuais? São os 
limites das superfícies dos objetos. Vejamos a figura abaixo: 
“Qual é o quadrado maior?” 
 
 
 
 
Figura 1.2.c. 
Fonte: Os autores 
Descrição: Quadrado branco em um fundo preto. Na sequência, quadrado preto em um fundo branco. 
 
Ambos os quadrados têm o mesmo tamanho, mas o quadrado branco parece ser maior. 
Isso acontece porque mudamos o pano de fundo que contrasta com a figura destacada, o quadrado. 
É muito importante lembrar que os elementos da percepção, como luminosidade, bordas 
e cores não são produzidos de forma isolada. Se não são produzidos de forma isolada também não 
serão percebidos de forma isolada. Nossa percepção está interligada, ou seja, a percepção de uns 
afeta a percepção dos outros. 
1.2.1 O olho: órgão da percepção visual 
A luz é fundamental para a visão. Os olhos captam tanto os raios de luz que podem ser 
emitidos por fontes luminosas, como o sol ou uma lâmpada; como captam a luz que é refletida pelos 
mais diversos objetos. Agora, vamos falar simplificadamente como funciona nosso olho. O olho 
humano é um globo. Possui formato aproximadamente esférico com diâmetro em torno de dois 
centímetros e meio. Observe a figura abaixo. 
 
 
 
 
 
 
 
15 
Competência 01 
Figura 1.2.1.a.: Desenho esquemático do olho e seus componentes. 
Fonte: http://www.eav.eng.br/tech/fisiologia/Constituiodoolhohumano.html 
Descrição: desenho esquemático do olho e seus componentes. 
 
No olho, os raios luminosos atravessam a córnea, que funciona como uma lente e focaliza 
as imagens. Os raios de luz passam pelo humor aquoso, que separa a córnea da íris. A íris é o círculo 
colorido do olho, é um músculo, e no centro da íris está a pupila, que é uma abertura por onde entra 
a luz. A íris se contrai quando há muita luz no ambiente onde estamos e se distende quando há pouca 
luz. A íris regula o tamanho da pupila para evitar a entrada excessiva de luz no interior do olho. Atrás 
da pupila, há uma lente transparente, chamada cristalino. O cristalino focaliza a imagem sobre a 
retina, uma membrana muito sensível à luz que existe no fundo do olho. Os raios luminosos entram 
nos olhos de forma paralela. O papel do cristalino é fazê-los convergir, isto é, dirigi-los para um 
mesmo ponto sobre a retina. A imagem será formada invertida e de cabeça para baixo. Mas a imagem 
não fica invertida, no cérebro elas se formam corretamente. 
Figura 1.2.1.b: figura mostrando como a imagem se forma na retina. 
Fonte: http://espacoculturalrafaellevazquez.blogspot.com/2012/05/funcionamento-dos-olhos.html 
Descrição: desenho esquemático de um objeto sendo observado por um olho. No momento em que a imagem passa 
pela córnea ela é invertida no cristalino. 
 
 
 
 
 
 
16 
Competência 01 
 
A figura acima mostra como a imagem se forma na retina. A retina é a fonte principal de 
dados para a visão. Mas o que nós vemos é uma representação “virtual” 3D da cena em frente a nós. 
Não vemos uma imagem física do mundo, vemos objetos. O que vemos não é a imagem na nossa 
retina, é uma imagem tridimensional criada no cérebro, com base na informação sobre as 
características que encontramos, mas também com base nas nossas percepções e julgamentos sobre 
o que estamos vendo. 
Então, o que vemos é sempre uma ilusão? De certa forma sim! Porque a visão é um 
processo em que a informação que vem dos nossos olhos converge com a que vem das nossas 
memórias. As informações que temos armazenadas em nosso cérebro influenciam o modo como 
percebemos os objetos e suas características. A interpretação do que vemos no mundo exterior é 
uma tarefa muito complexa. Já se descobriram mais de 30 áreas diferentes no cérebro usadas para o 
processamento da visão. O nosso sistema visual e o nosso cérebro tornam as coisas mais simples do 
que aquilo que elas são na realidade. Essa simplificação por um lado nos permite uma apreensão mais 
rápida, embora imperfeita, do mundo, mas por outro dá origem às ilusões de ótica. Veremos esse 
assunto ainda neste capítulo. 
 
Você sabia? 
Nós não vemos as imagens que se formam na nossa retina. 
Por quê? Porque a imagem 
que se forma na nossa retina é apenas a primeira etapa do processo de visão. 
O que vemos de fato é o resultado do processo total que acontece em três etapas. 
Apenas um médico oftalmologista pode ver as imagens na nossa retina 
com auxílio de aparelhos específicos para isso. 
 
Geralmente o funcionamento do olho é comparado ao de uma câmera escura. Você já 
ouviu falar em câmera escura? A câmera escura foi a base da invenção da fotografia no início do 
século XIX. A câmera escura é um compartimento totalmente escuro com um pequeno orifício. Como 
funciona? A luz passa através do orifício e incide sobre a parte de trás, oposta ao orifício. Essa imagem 
que se forma dentro da caixa fica invertida por conta dos raios luminosos. Pesquise mais sobre isso! 
 
 
 
 
 
 
 
17 
Competência 01 
1.3 Tipos de Percepção 
1. Percepção do espaço: 
Percepção de relações espaciais, que envolve profundidade, orientação e movimento. A 
percepção do espaço não é feita apenas através do sistema visual. A ideia de corpo e movimento 
estão intimamente relacionadas à percepção do espaço. Em suma, a percepção do espaço está 
relacionada à ideia de movimento, de percurso, dentro desse espaço. É como se, além de ver o 
espaço, precisássemos sentir, nos movimentando nele. 
2. Percepção do movimento: 
A percepção de movimento está ligada à noção de deslocamento no espaço. Por isso, 
muitas vezes é difícil distinguir a percepção do espaço da percepção do movimento. 
3. Percepção da imagem: 
A percepção da imagem envolve a percepção de formas e bordas visuais, cores e 
luminosidade. Vamos estudar mais detalhadamente esses temas na próxima competência, fiquem 
atentos! 
• Percepção de formas; 
• Percepção de cores (ou visão em preto e branco); 
• Percepção de intensidade luminosa. 
 
1.4 Ilusões de ótica 
Agora vamos falar de algo que todos já experimentaram: as ilusões de ótica. É um assunto 
muito curioso. O termo Ilusão de ótica se aplica às ilusões que, de certa forma, enganam ou 
confundem o nosso sistema visual. As ilusões de ótica conduzem nossa percepção a acreditar em algo 
que não existe ou está errado. Mas como isso é possível? 
 
 
 
 
 
 
 
 
18 
Competência 01 
Utilizando artifícios gráficos, por exemplo: 
“Qual dos segmentos abaixo é mais longo?” 
 
 
 
 
Figura 1.4.a. 
Fonte:http://www.bmedreport.com/archives/32126 
Descrição: três segmentos de reta de mesmo tamanho 
com pontas de seta em diferentes posições causando a 
ilusão de que os segmentos têm tamanhos diferentes. 
 
O segmento mais abaixo não parece ser o 
maior? 
Mas se você observar bem todos têm o 
mesmo tamanho. O posicionamento das 
pontas das setas nos leva a acreditar em algo 
que não é verdade. 
 
“Qual círculo é maior?” 
Figura 1.4.b. 
Fonte: http://queriamuitodesverisso.blogspot.com/ 
Descrição: imagem de dois círculos vermelhos do mesmo 
tamanho. Entretanto, em volta de cada um deles estão 
outros círculos brancos.O círculo vermelho que tem 
círculos brancos grandes em volta parece ser menor do 
que o outro que tem círculos brancos pequenos. 
 
O círculo da direita parece ser o maior. 
Mais uma vez a composição geral afeta nossa 
percepção, nos levando a crer em algo 
errôneo. Na verdade, os dois têm o mesmo 
tamanho. 
 
 
As ilusões de ótica podem surgir naturalmente ou serem criadas propositalmente. 
Imagens que causam ilusão de ótica são muito utilizadas por artistas. Um dos maiores exemplos é 
M. C. Escher. 
 
 
 
 
 
 
19 
Competência 01 
 
 
 
Videoaula! 
Assista à terceira videoaula que mostra um pouco mais sobre os trabalhos magníficos de 
Escher. 
 
 
 
 
 
 
Pesquisa na Web! 
Pesquise mais sobre Escher:www.mcescher.com/ e 
http://cultura.culturamix.com/arte/obras-de-escher 
Você irá se surpreender com as ilusões criadas por ele. 
Escolha pelo menos três obras desse artista e discuta as interpretações possíveis de cada 
obra. 
 
 
A ilusão da cor: o tabuleiro de damas 
Cada ponto da imagem formada na retina é analisado e transmitido para o cérebro em 
forma de sinais codificados. As zonas visuais do nosso cérebro analisam esses sinais e nos dão uma 
representação do objeto percebido. Essas interpretações às vezes são ambíguas, causando ilusões de 
ótica. As ilusões de ótica são percebidas de forma diferente pelas pessoas. A ilusão do tabuleiro de 
damas criada por E. Adelson é impressionante! 
 
 
Luminância é a quantidade de 
luz visível que chega ao olho 
vindo da superfície. 
 
Figura 1.4.e.: a ilusão da cor: o tabuleiro de damas 
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Ilus%C3%A3o_de_%C3%B3ptica 
Descrição: tabuleiro de damas com cilindros fazendo sombra. O quadrado A é tão escuro quanto o quadrado B, 
embora não pareça. 
 
 
 
 
 
 
20 
Competência 01 
Vemos o quadrado A como sendo mais escuro do que o quadrado B. No entanto, a cor 
cinza de A é exatamente igual à cor cinza de B. Se você observar a figura da direita, foram adicionadas 
duas barras com a mesma cor de A e B. E agora deu para creditar que A e B têm a mesma luminância? 
Como é feita essa ilusão? A luminosidade é uma variável subjetiva e não uma quantidade física. Nesse 
caso, o sistema visual foi influenciado pelas sombras. Não vemos nada isolado, vemos sempre o todo, 
o contexto. 
A ilusão da perspectiva 
O sistema visual possui uma noção intuitiva da perspectiva e isso é muito útil para 
interpretar uma imagem tridimensional. Mas isso gera algumas ilusões, por exemplo, quando uma 
figura é plana, mas fornece margem para uma interpretação tridimensional, isso pode enganar o 
cérebro levando-o a interpretá-la como sendo uma perspectiva. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 1.4.f. 
Fonte: Os autores 
Descrição: duas retas paralelas com outras duas 
inclinadas em simetria, próximas às extremidades das 
primeiras retas citadas. 
Na figura ao lado isso acontece, então nosso 
cérebro interpreta o segmento horizontal que 
está abaixo como sendo menor do que o 
segmento acima. 
Isso ocorre porque os segmentos laterais estão 
concorrentes, simulando uma situação de 
perspectiva. Mas, na verdade, ambos os 
segmentos são do mesmo tamanho. 
 
 
 
 
Vamos brincar um pouco com a sua percepção? Observe as imagens abaixo atentamente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
21 
Competência 01 
 
Figura 1.4.g. 
Fonte: Os autores 
Descrição: 25 quadrados pretos e pequenos dispostos em 
5x5 com a mesma distância formando cruzamentos 
brancos. 
“Olhe para a figura e diga o que você vê?” 
 
Percebeu que se formam pequenos quadrados 
cinzas quando movimentamos os olhos nos 
cruzamentos das linhas brancas? 
 
 
Figura 1.4.h. 
Fonte: os autores 
Descrição: duas retas de mesmo tamanho em posição 
perpendicular entre sim, formando um “T” de cabeça para 
baixo. 
“E agora, qual dos segmentos é maior, o horizontal 
ou o vertical?” 
 
Ambos têm o mesmo tamanho, não acredita? É 
só medir! 
 
 
 
Figura 1.4.i. 
Fonte: os autores 
Descrição: dois círculos azuis de mesmo tamanho, cada 
um em uma extremidade de um quadrado preto. Um dos 
círculos está sobre duas retas que formam a letra V. 
 
“Qual dos círculos azuis é maior?” 
 
Os dois são do mesmo tamanho. 
 
 
 
 
 
 
 
 
22 
Competência 01 
 
 
Figura 1.4.k. 
Fonte: os autores 
Descrição: duas retas pretas paralelas e três retas 
vermelhas interseccionando as retas pretas de maneira 
oblíqua. 
“Qual das linhas vermelhas da esquerda são a 
continuação da linha vermelha da direita?” 
 
A linha vermelha da esquerda que está acima! 
 
1.5 Teorias da Gesltalt e Leis da Gestalt 
Até agora vimos como funciona a percepção e lançamos as bases para estudar a forma. 
Muitas áreas do saber estudam a forma. Mas você sabe o que significa a palavra “forma”? No 
dicionário pesquisado (ver fonte abaixo), a palavra forma possui dezenove significados e permeia, 
inclusive, diversas áreas do saber como Linguística, Direito, Filosofia, Biologia, Música, dentre outras. 
Para essa disciplina o que nos interessa aqui é o significado atrelado à Geometria. 
 
Forma 
GEOMETRIA: conjunto dos contornos exteriores de uma superfície ou de um sólido. 
Fonte: www.infopedia.pt/dicionarios/lingua-portuguesa/forma 
 
 
 
 
 
1.5.1 O que é Gestalt? 
Gestalt é uma palavra alemã que significa "configuração" ou "padrão". Quando é 
traduzido para inglês, português e espanhol o termo Gestalt fica associado a palavras como estrutura, 
figura e forma. 
 
 
 
 
 
 
23 
Competência 01 
A Gestalt é uma linha teórica da Psicologia Experimental. Tem início em finais do século 
XIX com Von Ehrenfels, filósofo Vienense e considerado o fundador da Psicologia da Gestalt. A partir 
de 1910 a Escola da Gestalt tomou mais fôlego com três nomes importantes na Universidade de 
Frankfurt: Max Wertheimer (1880 – 1943), Wolfgang Kohler (1887 – 1967) e Kurt Koffka (1886 – 
1941). 
1.5.2 O que diz a Teoria da Gestalt? 
A teoria da Gestalt propõe que o cérebro humano tende automaticamente a desmembrar 
a imagem em diferentes partes para organizá-las de acordo com semelhanças de forma, tamanho, 
cor, textura etc., depois as partes são novamente reagrupadas num conjunto gráfico que possibilita 
a compreensão. 
Quando o cérebro divide a imagem em partes estabelece oito relações através das quais 
as partes da imagem são agrupadas na percepção visual, são elas: Unidade, Segregação, Unificação, 
Fechamento, Continuidade, Proximidade, Similaridade ou Semelhança e Pregnância. 
Esse dom natural de “arrumar” as informações passadas em seu cérebro possibilita ao 
homem assimilar esses dados com maior facilidade e rapidez. É mais fácil entender o todo com as 
partes arrumadas. Na figura abaixo, a primeira imagem mostra uma série de formas aparentemente 
desconectadas. No entanto, podemos agrupá-las de modo que se assemelhem a uma imagem 
conhecida, no caso uma bicicleta. 
 
 
 
 
 
 
Figura 1.5.2.a. 
Fonte: https://crioepercebo.wordpress.com/2009/11/18/unidade-ii-aulas-5-e-6/design-gestalt/ 
Descrição: À esquerda, partes misturadas de elementos gráficos. À direita, mesmos elementos colocados de maneira 
ordenada que formam a representação de uma bicicleta. 
 
 
 
 
 
 
24 
Competência 01 
A psicologia da Gestalt em trabalhos das décadas de 1930 e 1940 levantou muitas das 
hipóteses que são estudadas pelos cientistas da visão atualmente. De acordo com João Gomes Filho 
(2000), o termo Gestalt significa integração de partes em oposição à soma do todo. As leis de 
organização da Gestalt têmguiado os estudos sobre como as pessoas percebem componentes visuais 
como padrões organizados (todo) ao invés dos componentes (partes). 
 
 
Figura 1.5.2.b.: O todo e as partes 
Fonte: os autores 
Descrição: diagrama mostrando a relação do todos e suas partes. 
 
Quebrando a cabeça! Você já parou para pensar sobre o todo? O que é o todo? É a soma 
das partes? É claro que o todo é formado por partes, mas não é simples assim! O todo não é apenas 
a soma das partes, na realidade, elas se organizam segundo determinadas leis. 
Existe uma relação entre as partes e existe uma relação entre cada parte e o todo. Todas 
essas relações também fazem parte do todo! 
O que diz a teoria da Gestalt sobre isso? O todo é percebido antes das partes que o 
constituem. A forma corresponde à maneira como as partes estão dispostas no todo. 
Os elementos constitutivos de uma figura são agrupados espontaneamente e esta 
organização, segundo as leis da Gestalt, é inata. Para a teoria da Gestalt a percepção que acontece 
no cérebro é diferente do que acontece na retina. Na retina processamos imagens, formas. Já o 
cérebro processa o todo, o conjunto. Por isso ocorrem as ilusões de ótica, estão lembrados? Por 
exemplo, observe as três imagens abaixo: 
 
TODO 
PARTE PARTE PARTE 
PARTE 
PARTE 
 
 
 
 
 
 
25 
Competência 01 
 
 
Figura 1. 5.2.c. 
Fonte: os autores. 
 
 
Figura 1.5.2.d. 
Fonte: os autores. 
 
 
Figura 1.5.2.e. 
Fonte: os autores. 
Descrição: sequência de três imagens: na primeira, um triangulo preto em um fundo branco. Na segunda, o mesmo 
triângulo agora em um fundo cinza claro. E na terceira, o mesmo triângulo agora em um cinza mais escuro. 
 
São três triângulos idênticos, com tamanhos e cores iguais. No fundo temos três 
quadrados de tamanhos semelhantes, porém as cores mudam. Notem que o triângulo se destaca 
mais no fundo branco. Na medida em que o colocamos em um fundo cinza claro, ele passa a se 
destacar menos. Na terceira figura o triângulo está colocado em um fundo cinza escuro, notem que 
ele quase não se destaca. O que quero mostrar com isso é que nosso cérebro não percebe as formas 
separadamente, percebemos as formas dentro do contexto em que estão inseridas. 
Observe agora os dois quadrados abaixo, qual é o mais escuro? 
 
 
Figura 1.5.2.f. 
Fonte: os autores. 
 
 
Figura 1.5.2.g. 
Fonte: os autores. 
 Descrição: dois quadrados cinzas. O da esquerda um pouco mais claro que o da direita. 
 
 
Você muito provavelmente respondeu que era o da direita, não? Correto, mas observe 
que nas três figuras dos triângulos sobrepostos esse tom de cinza era o mais claro. Isso mostra que 
não existe uma percepção fixa da cor, o que existe é a percepção de uma relação. Na figura anterior 
o quadrado da direita possui um cinza mais escuro do que o da esquerda, já nas três figuras dos 
triângulos sobrepostos esse mesmo tom de cinza, quando colocado diante de um tom ainda mais 
escuro, passa ser o mais claro. 
 
 
 
 
 
 
26 
Competência 01 
“Nosso cérebro percebe as partes, mas, sobretudo percebe as relações entre as 
partes”. 
 
1.5.3 Leis da Gestalt 
De acordo com a teoria da Gestalt há oito fatores principais que determinam como nós 
agrupamos coisas de acordo com a percepção visual, são as chamadas leis da Gestalt: unidade, 
segregação, unificação, fechamento, continuidade, proximidade, similaridade ou semelhança, 
pregnância. Vamos estudar cada uma delas separadamente? É importante ressaltar que em uma 
composição esses princípios se relacionam entre si e nem sempre é fácil identificá-los 
separadamente, pois, além de se relacionarem, eles se complementam. 
 
 
Figura 1.5.3.a - A palavra Gestalt representada de forma a exemplificar seus princípios aplicados. 
Fonte: http://rndg.com.br/blog/design/gestalt 
Descrição: palavra Gestalt onde cada uma das letras está exemplificando um dos princípios. Segregação, proximidade, 
semelhança, unidade, fechamento, continuidade e pregnância. 
 
1) Unidade 
O princípio da unidade diz que cada parte é um todo. Cada elemento possui uma unidade 
em si mesmo. Isso significa que cada parte pode ser entendida separadamente. Não é verdade? Sim! 
Cada parte pode ser entendida em si mesma, a diferença que isso vai fazer para o todo é a 
“arrumação” das partes. 
 
 
 
 
 
 
 
27 
Competência 01 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 1.5.3.b - pessoas em uma rua. 
Fonte: www.jornalibiapaba.com.br/beta/wp-content/uploads/2015/08/pessoas-caminhando-rua.jpg 
Descrição: homens e mulheres caminhando em uma rua movimentada, provavelmente de comércio. 
 
Se você olhar rapidamente a imagem acima verá uma multidão, esse é o todo. Mas você 
também pode, se quiser, olhar detalhadamente para cada pessoa e perceber detalhes de cada uma 
delas: se são homens ou mulheres, cor da camisa que vestem, se carregam bolsa, se estão na calçada 
ou no meio da rua... 
Esse é o princípio da unidade: embora o todo seja formado por partes e elas estejam 
dispostas a formar um todo, ainda assim cada parte possui um sentido e um significado em si mesma. 
2) Segregação 
O princípio da segregação é a divisão do campo visual em regiões separadas por 
contornos. Contornos são bordas visuais fechadas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
28 
Competência 01 
Figura 1.5.3.c. 
Fonte: www.e-farsas.com/ilusao-de-otica-dois-rostos-na-
cabeca-de-uma-vaca.html 
Descrição: silhueta de uma taça preta e na parte branca da 
imagem a silhueta de dois rostos. 
 
O que você vê? Um vaso ou dois rostos? 
Na figura ao lado a imagem é composta por 
uma zona clara e outra escura formando 
diferentes imagens. 
 
 
Figura 1.5.3.d. 
Fonte:https://br.pinterest.com/pin/531635930994814839/ 
Descrição: imagens de uma estampa que mostra anjos e 
morcegos. Em alguns momentos percebemos os anjos e 
em outros os morcegos. 
 
Anjos ou morcegos? 
 
As imagens apresentadas mostram duas figuras que podem ser percebidas 
diferentemente dependendo se são realçados os tons escuros de uma imagem ou os tons claros. 
 
 
 
 
 
 
29 
Competência 01 
O princípio da segregação também nos faz diferenciar algo que está mais à frente de algo 
que está atrás da imagem. 
Figura 1.5.3.e. 
Fonte: https://pixabay.com/pt/mala-pessoa-feliz-calma-jovem-1488516/ 
Descrição: mulher loira sentada em uma mala em uma estrada de barro. À margem da estrada há plantas com flores e 
ao fundo uma paisagem árida. 
 
Observe que no interior do contorno está a figura central da pessoa percebida em 
destaque. Essa figura em destaque é percebida mais perto do que a paisagem ao fundo. No segundo 
plano a paisagem aparece depois que é vista a figura central. A separação figura-fundo funciona como 
um processo contrário ao da camuflagem. Observe a figura abaixo. 
Figura 1.5.3.f. 
Fonte: https://www.taringa.net/+imagenes/camuflajes-increibles_12q3fe 
Descrição: imagem de peixe de camuflado na areia. É quase imperceptível onde termina o peixe e começa a areia e 
vice-versa. 
 
 
 
 
 
 
 
30 
Competência 01 
Na camuflagem se procura esconder a figura. Para isso deixamos a figura com 
características semelhante às do fundo. A teoria da Gestalt propõe que a separação figura-fundo é 
uma propriedade organizadora e espontânea do sistema visual. 
3) Unificação 
A unificação consiste, segundo Gomes Filho, na igualdade ou semelhança dos estímulos 
fornecidos pelo objeto. Ocorre quando há harmonia, equilíbrio e ordenação visual. O símbolo do yin 
yang é um dos exemplos mais emblemáticos desse princípio. A simetria, o equilíbrio e a harmonia das 
formas e cores dessa imagemsão muito expressivas. 
 
 
Figura 1.5.3.g. 
Fonte: www.lascartasdelavida.com/imagenes/yin-yang.png 
Descrição: símbolo chinês de yin yang com um círculo dividido em duas partes semelhantes entre si com forma e 
tamanho iguias, uma parte preta com um detalhe branco e outra parte branca com um detalhe preto. 
 
4) Fechamento ou boa continuidade 
É o princípio de que a boa forma se completa, se fecha sobre si mesma, formando uma 
figura delimitada conhecida previamente. O conceito de fechamento se relaciona com o de 
fechamento visual, como se completássemos visualmente um objeto incompleto. 
 
 
 
 
 
 
31 
Competência 01 
 
Figura 1.5.3.h. 
Fonte: https://best-alzheimers-
products.com/alzheimers-affects-perception.html 
 
Figura 1.5.3.i. 
Fonte: https://laaquarela.wordpress.com/tag/cor-e-
gestalt/ 
Descrição: figuras geométricas planas que pelo princípio do fechamento formam outras figuras planas. 
 
O conceito de boa continuidade ou fechamento está ligado ao alinhamento, pois dois 
elementos alinhados passam a impressão de estarem relacionados. Nossos cérebros adicionam 
componentes que faltam para interpretar uma figura parcial como um todo. 
 
Figura 1.5.3.j. e figura 1.5.3.k. 
Fonte: http://photos.com.br/a-gestalt-na-sua-fotografia/ 
Descrição: À esquerda, marca de um conhecido uísque que é representada pela silhueta de um senhor que usa cartola. À 
direita, a marca de uma ONG que é representada pela silhueta de um urso panda. 
 
5) Continuidade 
Esse princípio está relacionado à coincidência de direções ou alinhamento das formas 
dispostas. Se vários elementos de um quadro apontam para o mesmo canto, por exemplo, o resultado 
final “fluirá” mais naturalmente. Isso logicamente facilita a compreensão. Uma vez que um padrão é 
formado, é mais provável que ele se mantenha, mesmo que seus componentes sejam redistribuídos. 
 
 
 
 
 
 
 
32 
Competência 01 
 
 
 
 
 
 
Figura 1.5.3.l. 
Fonte: http://pepsic.bvsalud.org/img/revistas/cc/v16n2/2a06f4.jpeg 
Descrição: oito círculos pretos e em cada um deles está desenhado de branco um vértice de um cubo. Estão dispostos de 
tal maneira que parecem representar um cubo. 
 
 
Um exemplo de como funciona nosso cérebro com relação à ideia de continuidade pode 
ser visto quando nos deparamos com algumas frases muito conhecidas, logo completamos com o que 
vem em seguida: 
Para bom entendedor... (meia palavra basta) 
Água mole em pedra dura... (tanto bate até que fura) 
Pau que nasce torto... (nunca se endireita) 
Casa de ferreiro... (espeto de pau) 
 
6) Proximidade 
Segundo essa lei, os elementos são agrupados de acordo com a distância a que se 
encontram uns dos outros. É claro que elementos que estão mais perto de outros numa região 
tendem a ser percebidos como um grupo, mais do que se estivessem distantes de similares. Os 
objetos mais próximos entre si são percebidos como grupos independentes dos mais distantes. 
Observando a figura abaixo percebemos a princípio dois grupos: primeiro o da esquerda 
– com vários círculos equidistantes – e segundo o da direita, com fileiras distantes duas a duas. 
Quando observamos mais cuidadosamente, vemos que existem quatro grupos. Um 
grande grupo com vários círculos equidistantes à esquerda. E outros três grupos, cada um com duas 
fileiras de círculos à direita. 
 
 
 
 
 
 
33 
Competência 01 
 
Figura 1.5.3.m. 
Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/5/5f/Gestalt_ley_de_proximidad.png/400px-
Gestalt_ley_de_proximidad.png 
Descrição: À esquerda, conjunto de pequenos círculos brancos dispostos em 6 filas e 6 colunas com mesma distância 
entre eles. À direita, os mesmos círculos, só que agora separados a cada duas colunas por uma distância maior. 
 
Nas duas imagens abaixo vemos dois grupos de imagens. A proximidade entre os 
elementos, círculos e quadrados já define os dois grupos. O grupo da esquerda é formado apenas por 
círculos e, como estão próximos, são entendidos como um grupo. Já no grupo da direita, embora 
tenhamos círculos e quadrados, ainda assim vemos o conjunto como um grupo. Isso ocorre por conta 
da proximidade. 
 
Figura 1.5.3.n. 
Fonte: http://www.atpm.com/9.10/images/design-columns.gif 
Descrição: À esquerda, conjunto de pequenos círculos pretos dispostos 6x6. À direita, mesma imagem, entretanto sete 
círculos foram substituídos por quadrados com mesmo tamanho proporcional e de maneira aleatória. 
 
 
7) Similaridade ou semelhança 
Este princípio define que os objetos similares tendem a se agrupar. A similaridade pode 
acontecer na cor dos objetos, na textura e na sensação de massa dos elementos. Estas características 
podem ser exploradas quando desejamos criar relações ou agrupar elementos na composição de uma 
figura. Por outro lado, o mau uso da similaridade pode dificultar a percepção visual como, por 
 
 
 
 
 
 
34 
Competência 01 
exemplo, o uso de texturas semelhantes em elementos do “fundo” e em elementos do primeiro 
plano. 
Objetos similares em forma, tamanho ou cor são facilmente interpretados como um 
grupo. No desenho abaixo, os círculos brancos e pretos parecem se agrupar, mesmo que a distância 
entre as fileiras seja igual. A lei da semelhança diz que objetos similares se agrupam entre si. 
 
Figura 1.5.3.o. 
Fonte: https://www.taringa.net/+salud_bienestar/evolucion-de-la-percepcion_12psv7 
Descrição: mesmo conjunto de círculos 6x6, entretanto agora aparecem com linhas de círculos brancos e linhas de 
círculos pretos alternadas. 
Na imagem abaixo vemos três linhas de figuras, essa sensação é causada pela semelhança das formas. 
Sendo assim, a primeira linha é de quadrados, a segunda de círculos e a terceira de estrelas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 1.5.3.p. 
Fonte: https://designculture.com.br/leis-da-gestalt-semelhanca-e-pregnancia-da-forma 
Descrição: a primeira linha é de 6 quadrados, a segunda de 6 círculos e a terceira de 6 estrelas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
35 
Competência 01 
 
8) Pregnância 
É a mais importante de todas as leis da Gestalt. Também é chamada de Lei da 
Simplicidade, porque diz que os objetos em um ambiente são vistos na forma mais simples possível. 
Isso ocorre porque quanto mais simples, mais fácil de assimilar a forma. 
Figura 1.5.3.q. e figura 1.5.3.r. 
Fonte: https://static.significados.com.br/foto/1400-lei-da-simplicidade_bg.jpg 
Descrição: à esquerda, a figura geométrica é formada pela interseção de 3 quadrados vazados. À direita, apenas a silhueta 
da figura anterior, ou seja, a parte interna foi preenchida na cor preta. 
 
Um homem pode ser um aglomerado de formas geométricas. É o princípio da 
simplificação natural da percepção. Quanto mais simples, mais facilmente assimiladas: desta forma, 
a parte mais facilmente compreendida em um desenho é a mais regular, que requer menos 
simplificação. 
Além das oito leis básicas da Gestalt, podemos ainda observar outros critérios: 
 
Videoaula! 
Agora dê uma pausa na leitura e assista à quarta videoaula que mostra uma aplicação 
dos princípios da Gestalt para o Design de Interiores. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
36 
Competência 02 
 
2. Competência 02 | Composição da Forma 
 
Nesta segunda competência, vamos trabalhar com técnicas de composição voltadas para 
o estudo da forma. Vamos estudar a composição propriamente dita. Estudar o desenho, os elementos 
do desenho e da composição, forma e tipos de composição. 
Você irá conhecer o que é uma composição e como esta pode ser criada, especialmente 
sobre os elementos de que dispomos para isso. Vamos falar também sobreo desenho e sobre a 
forma, que são conteúdos básicos para trabalharmos com composição. 
2.1 O desenho 
2.1.1 O que é Composição? 
O processo de composição é o passo mais crucial na solução dos problemas visuais. Uma 
composição não se dá apenas pela inspiração do autor. É o resultado de decisões feitas pelo autor 
com base em seus conhecimentos. Os resultados das “decisões compositivas” determinam o objetivo 
e o significado da manifestação visual e têm fortes implicações com relação ao que é recebido pelo 
espectador. É nessa etapa vital do processo criativo que o Designer de Interiores exerce o mais forte 
controle sobre seu trabalho e tem maior oportunidade de expressar o estado de espírito que a obra 
deseja transmitir. 
E você, como você define “composição”? O que é composição, qual é sua definição? No 
dicionário podemos encontrar algumas definições: 
 
Composição 
(latim compositio, -onis) s. f.1. Todo (proveniente da reunião de partes). 2. Modo de 
reunir partes (para formar um todo). 3. Produção. 4. Preparado. 5. Disposição. 6. 
Combinação. 7. Matéria. 8. Acordo (entre desavindos). 9. Arte de escrever música. 10. 
Trecho ou peça musical. 11. Ling. Processo de formação de palavras na qual há a 
junção de elementos autônomos, normalmente palavras, mas também radicais gregos 
e latinos. 12. Mecân. Resultado das forças e movimentos. 13. Fís. Agrupamento de 
moléculas. 14. Modo por que elas se agrupam. 15. Tip. Trabalho de compositor. 16. 
Original composto. 
 
 
 
 
 
 
 
37 
Competência 02 
Aqui destacamos as definições que estão em negrito. Porque elas se aproximam mais da 
definição que queremos para esta disciplina. Dessa forma, composição é: Todo, proveniente da 
reunião de partes; Modo de reunir partes (para formar um todo); Produção; Disposição; 
Combinação; Modo por que elas se agrupam. 
Para fazer uma composição precisamos combinar partes para formar um todo. 
Mas é muito importante entender que essa combinação pode e deve ser controlada 
através da utilização de técnicas e conhecimentos. Exatamente essas partes é que são os chamados 
ELEMENTOS DE COMUNICAÇÃO visuais. É a partir deles que se planejam e expressam todas as 
variedades de manifestações visuais. 
Muitos autores classificam e conceituam esses elementos de diversas maneiras: Dondis 
(1997) os classifica como: linha, ponto, direção (que conduz o olhar à leitura), forma, cor, textura, 
tom e movimento. Wong (1998) se atém mais aos elementos do desenho que são a base da 
composição: ponto, linha, plano, volume. Aqui, em um primeiro momento, vamos falar de quatro 
elementos do desenho que são base para composição: ponto, linha, plano e volume. Depois, vamos 
falar de movimento ou direção. 
2.1.2 O que é desenho? 
Antes de começarmos a trabalhar com os elementos básicos da composição: ponto, linha, 
plano e volume - é preciso entender o que é desenho. Você sabe o que é desenho? Quando falamos 
a palavra desenho, muitas pessoas pensam no desenho como arte, sem dúvida. O desenho é arte, 
mas também é mais que isso. 
Olhe à sua volta, perceba que os objetos têm uma forma que, além de poderem ser belos, 
possuem também uma função. Uma cadeira é um objeto que foi projetado: a altura do acento, do 
encosto, do braço, tudo foi planejado. 
O desenho está presente em tudo, desde uma caneta, uma roupa, uma porta, até o um 
carro, uma casa, um avião. Tudo é feito, projetado, pensado, planejado com base no desenho. 
 
 
 
 
 
 
38 
Competência 02 
 
A expressão desenho, historicamente, vem sendo associada tanto às atividades artísticas 
como a uma vertente técnica, esta última desvinculada da ciência que a embasa. São inúmeras as 
definições que podemos encontrar, desde as mais reducionistas até as que mais se aproximam 
daquela que trabalhamos. 
 
1 Arte de representar objetos por meio de linhas e sombras. 2 Objeto desenhado. 3 Delineação 
dos contornos das figuras. 4 Delineamento ou traçado geral de um quadro. 5 Arquit Plano ou 
projeto de edifício etc. 6 Desígnio. 7 Figura de ornatos, em tecidos, vasos etc. D. animado: série 
de desenhos, cada um dos quais representa uma posição sucessiva de uma figura ou objeto em 
movimento e que são fotografados sobre um filme ou produzidos diretamente sobre um filme, 
de modo que a projeção deste produz uma imagem na qual as figuras e objetos desenhados 
parecem mover-se como se fossem dotados de vida e mobilidade. D. a traço: ilustração na qual 
objetos são desenhados usando linhas finas, sem sombreamento ou textura de superfície. D. 
baseado em caracteres, Inform: desenho na tela produzido usando caracteres ASCII em vez de 
janelas gráficas. D. cotado: desenho com as dimensões inscritas. D. de imitação: reprodução de 
figuras, paisagens, decorações. D. de pormenor: desenho separado, em escala grande, de uma 
parte pequena de máquina ou estrutura; também chamado desenho detalhado. D. 
detalhado: o mesmo que desenho de pormenor.D. industrial: a) o que se ocupa na 
representação de produtos industriais; b) estudo dos princípios de tal desenho. D. 
leucográfico: o que é constituído por traços brancos contra um fundo negro. D. linear: o que 
representa especialmente decorações, objetos, máquinas concernentes à indústria. D. 
mecânico: desenho executado com o auxílio de instrumentos; também chamado desenho 
técnico. D. técnico: a) desenho de máquinas e mecanismos e de peças mecânicas ou elétricas; 
b) desenho mecânico. D. traçográfico do relevo: em mapas de pequena escala, representação 
do relevo por linhas pequenas e curvas; a altura das curvas indica o relevo relativo, a espessura, 
a inclinação média. D. vigoroso: o de traços feitos com firmeza” 
Fonte:https://michaelis.uol.com.br/moderno-portugues/busca/portugues-brasileiro/DESENHO/ 
 
 
A definição de FERREIRA [1] faz referência aos objetivos do desenho, mais próxima 
daqueles com que trabalhamos, ou seja, definindo seus objetivos como lúdico, artístico, científico ou 
técnico: 
“O desenho é um processo de criação visual que tem propósito. Diversamente da pintura 
e da escultura, (...), o desenho preenche necessidades práticas. Um trabalho de desenho gráfico deve 
ser colocado diante do olhar do público e transmitir uma mensagem pré-derterminada. Um produto 
industrial tem de atender às exigências dos consumidores. (...) Um bom desenho, em resumo, 
constitui a melhor expressão visual possível da essência de ‘algo’, seja uma mensagem, seja um 
produto” (Wong [9], grifo nosso). 
 
 
 
 
 
 
39 
Competência 02 
2.1.3 O Desenho como representação 
Quando falamos de composição é imprescindível falarmos de forma. Mas, ainda para 
“falar” de forma, precisamos “desenhar”. O desenho é o meio de representação mais comum e 
utilizado para estudar a forma. Como recurso de representação, o desenho é de fácil expressão e 
compreensão, bastando apenas um papel e um lápis para ser feito. É claro que podemos sim usar 
papel e lápis, mas podemos chegar até os recursos mais sofisticados graças à tecnologia. Hoje, temos 
supercomputadores, capazes de resoluções de alto nível e da mesma forma têm diversos tipos de 
softwares específicos para design gráfico. Você já ouviu o ditado: “Uma imagem vale mais que mil 
palavras?”, pois é, no nosso caso vale sim. 
 
Figura 2.1.3.a. 
Fonte: www.doceshop.com.br/blog/index.php/encomenda-do-hannibal-lecter/ 
Descrição: imagem de uma mãe segurando um bebê. 
 
É claro que podemos falar sobre qualquer coisa utilizando as palavras. No entanto, para 
“falar” de composição vamos precisar utilizar o desenho para expressar ideias e conceitos. O 
desenho aqui terá o propósito de comunicar nossas ideias para vocês. 
2.1.4 O desenho como linguagem 
O desenho é uma linguagem! Lembrem-se de que a Linguagem é um sistemade signos que serve de meio de comunicação de ideias ou sentimentos. 
 
 
 
 
 
 
40 
Competência 02 
O signo linguístico foi descrito por Ferdinand Saussure, em seu Curso de Linguística Geral, 
como uma combinação de um conceito com uma imagem sonora. Ou seja, um signo consiste em um 
conceito (o significado) e uma imagem sonora (o significante). Os signos podem ser sonoros, gráficos, 
gestuais, entre outros. A linguagem é percebida através dos órgãos dos sentidos, conforme 
estudamos na primeira competência. Daí, surge a derivação de várias espécies de 
linguagem: visual, auditiva, tátil, etc. 
A partir do momento em que comunica uma ideia, o desenho também pode ser visto 
como uma forma de linguagem. Se dissermos: FLOR. Você provavelmente vai pensar em uma flor, vai 
entender sobre o que estamos falando. Mas por quê? Porque você é alfabetizado em português, 
então sabe ler e, mais que isso, sabe o significado dessa palavra. Mas se eu mostrar o seguinte 
desenho: 
 
Você também irá entender o que estamos querendo dizer. O 
importante é comunicar uma ideia, isso é o que a linguagem 
faz: comunica, transmite significado. O desenho, nesse 
sentido, é uma linguagem. E, como linguagem, possui um 
“alfabeto” que é composto pela forma. Isso é exatamente o 
que vamos estudar no próximo capítulo: a forma!!! 
Figura 2.1.4.b 
Fonte: os autores 
Descrição: Desenho de uma flor 
 
Experimente “falar” a linguaguem do desenho. Tente explicar, através do desenho, 
sentimentos como alegria, amor, raiva, desapontamento, etc. 
2.2 Elementos do desenho 
2.2.1 O desenho como elemento básico 
Os elementos básicos da linguagem visual estão também no desenho. Isso porque tudo o 
que vemos pode ser representado através do desenho, porque tudo tem uma forma. Concorda? 
 
 
 
 
 
 
41 
Competência 02 
Wong lista quatro elementos do desenho: elementos conceituais, elementos visuais, elementos 
relacionais e elementos práticos. Os quatro elementos estão relacionados entre si, por isso muitas 
vezes é difícil separá-los. 
2.2.2 Elementos conceituais 
Os elementos conceituais são o ponto, a linha, a superfície e o volume. No entanto, os 
elementos conceituais não são visualizáveis, são um conceito. Os elementos conceituais são 
abstratos, não existem de fato. Difícil de entender? Vejamos, quando estamos na praia e observamos 
o horizonte porque somos capazes de distinguir entre o mar e o céu? 
 Porque existe uma linha divisória, a linha do 
horizonte. Mas essa linha existe de fato? Não! 
Essa linha divisória é o que nos proporciona 
distinguir as coisas a nossa volta, caso contrário 
tudo seria uma coisa só. Concorda? Coloque sua 
mão sobre a mesa. 
Figura 2.2.2.a 
Fonte:http://olhares.sapo.pt/uma-linha-do-horizonte-diferente-foto1111503.html 
Descrição: paisagem do oceano e o céu, onde é possível ver a linha do horizonte. 
 
 Você percebe uma linha contornando a 
superfície da sua mão? Essa linha existe? Não, o 
que existe é a delimitação de uma superfície, o 
contorno. Quando “desenhamos” um ponto, 
uma linha, um plano ou um volume esses 
conceitos deixam de ser conceitos e passam a 
ser formas ou representações. 
 
Figura 2.2.2.b 
Fonte: http://caroleau.blogspot.com.br/2006_06_01_archive.html 
Descrição: foto de uma mão com os dedos abertos. 
 
 
 
 
 
 
 
42 
Competência 02 
 
 
As formas podem se apresentar como caracterizadas, basicamente, por quatro elementos 
trabalhados pelo desenho: ponto, linha, plano e volume 
Para estudarmos a composição do que vemos, precisamos entender primeiro que tudo o 
que vemos são imagens. Precisamos entender quais são, o que são e como funcionam esses 4 
elementos. 
 
Videoaula! 
Agora dê uma pausa na leitura e assista à primeira videoaula que mostra os 
Elementos Conceituais do Desenho. 
 
 
 
2.2.3 Elementos visuais 
No tópico anterior, dissemos que os elementos conceituais não são visualizáveis, são um 
conceito. Portanto, os elementos conceituais são abstratos, não existem de fato. No entanto, quando 
desenhamos um objeto utilizamos representações dos elementos conceituais. Dessa forma, o ponto, 
a linha, o plano e o volume adquirem novos aspectos como um formato, um tamanho, uma cor e uma 
textura. Assim, quando representamos os elementos conceituais, eles ficam visíveis, e, portanto, 
damos a eles propriedades visuais como forma, tamanho, cor e textura. 
1) Formato 
Um objeto quando pode ser visto possui um formato. É o formato que é percebido. Até 
mesmo um ponto possui um formato, a partir do momento em que é representado. Veja a figura 
abaixo. 
 
 
Figura 2.2.3.a 
Fonte: os autores 
Descrição: imagem de um ponto preto e a sua volta 
um degradê cinza circular. 
Figura 2.2.3.b 
Fonte: os autores 
Descrição: à direita, um ponto dentro de um 
quadrado branco. 
 
 
 
 
 
 
 
43 
Competência 02 
2) Tamanho 
Tudo que tem forma possui também um tamanho. O tamanho pode ser medido em 
termos de largura, altura e profundidade, em centímetros, por exemplo, ou em qualquer outro 
sistema de medidas. O tamanho de um objeto também pode ser medido com referência a outro 
objeto. Na figura abaixo poderíamos medir os triângulos ou apenas dizer que o da esquerda é o maior 
dos três, ou que o da direita é o menor dos três. 
 
 
Figura 2.2.3.c 
Fonte: os autores 
Descrição: sequência de três triângulos que vão diminuindo de tamanho. 
 
3) Cor 
Um formato se distingue do seu entorno através da sua forma, do seu tamanho, mas 
também através da sua cor, conforme dissemos no início deste caderno. Dedicaremos uma 
competência inteiramente ao estudo da cor. Será na próxima competência 3. 
4) Textura 
A textura se refere à textura na superfície de um formato. Esse assunto será trabalhado 
juntamente com o tema Cor na competência 3. 
2.2.4 Elementos relacionais 
Os elementos relacionais organizam a direção, posição, espaço e gravidade de um 
desenho e de uma composição. 
 
 
 
 
 
 
 
44 
Competência 02 
1) Direção 
A direção de um formato depende da sua relação com o observador, da moldura que a 
contém e dos demais formatos em uma composição. Nas figuras abaixo podemos perceber que a 
linha está, com relação ao observador, horizontal na primeira figura; vertical na segunda figura e 
oblíqua na terceira. 
 
 
Figura 2.2.4.a 
Fonte: os autores 
Descrição: sequência de 3 segmentos de reta - o primeiro horizontal, o segundo vertical e o último oblíquo. 
 
2) Posição 
A posição também depende da relação com a moldura. Na primeira figura abaixo 
podemos perceber que os círculos pretos estão posicionados diagonalmente. Na segunda figura os 
círculos estão lado a lado. Na terceira figura os círculos estão um acima e outro abaixo. 
 
 
 
Figura 2.2.4.b 
Fonte: os autores 
Descrição: sequência de três imagens de dois círculos pretos dentro de um quadrado branco. Na primeira imagem os 
círculos estão nos cantos do quadrado de maneira diagonal, na segunda imagem os círculos estão lado a lado de maneira 
horizontal e na terceira imagem os círculos estão lado a lado de maneira vertical. 
 
 
 
 
 
 
 
 
45 
Competência 02 
3) Espaço 
Qualquer formato ocupa espaço, por menor que seja. Assim, o espaço dentro de uma 
moldura pode ser ocupado ou deixado vazio. Um formato ocupa espaço dentro de uma moldura e o 
espaço ocupado mantém uma relação com o espaço não ocupado. 
Nas figuras abaixo podemos perceber a diferença na relação do círculo preto com relação 
à moldura. Na primeira figura o círculo ocupa quase o todo o espaço compreendido da moldura. A 
relação entre espaço ocupado eespaço não ocupado é desequilibrada, porque há mais espaço 
ocupado do que espaço não ocupado. 
Na segunda moldura a relação é o contrário, nesse caso há mais espaço não ocupado do 
que espaço ocupado. Na terceira figura a relação entre espaço ocupado e espaço não ocupado é mais 
equilibrada. 
 
 
Figura 2.2.4.c 
Fonte: os autores 
Descrição: sequência de três imagens de círculos pretos dentro de um quadrado branco. Na primeira, o círculo tangencia 
as arestas do quadrado. Na segunda, o círculo é bem menor dentro do quadrado. Na última, a proporção entre o círculo 
e o quadrado é parecida. 
 
4) Gravidade 
A gravidade é um componente mais psicológico na nossa relação com a forma. Uma forma 
pode transmitir estabilidade, instabilidade, leveza, peso, por exemplo. Na primeira figura abaixo 
vemos um quadrado preto. O quadrado é uma figura que possui uma estabilidade intrínseca quando 
posicionado com um dos lados na horizontal do observador. Porém, quando mudamos a direção 
desse mesmo quadrado, produzimos uma figura instável, conforme a segunda figura. 
 
 
 
 
 
 
 
46 
Competência 02 
 
 
Figura 2.2.4.d 
Fonte: os autores 
Descrição: sequência de imagem de dois quadrados. Um apoiado na aresta e outro apoiado em um dos vértices 
(oblíquo em relação à folha). 
 
Na primeira figura abaixo vemos um triangulo que é uma figura que, quando posicionada 
com um dos lados na horizontal do observador, adquire um peso. 
Porém, quando invertemos a posição da figura produzimos uma figura que faz referência 
à leveza, conforme podemos ver na segunda figura. 
 
 
 
Figura 2.2.4.e 
Fonte: os autores 
Descrição: dois triângulos, um apoiado pela aresta e outro apoiado pelo vértice (um invertido em relação ao outro). 
 
 
2.2.5 Elementos práticos 
Os elementos práticos, assim como os elementos conceituais, também são abstratos e 
estão relacionados com a representação, o significado e a função de um desenho. 
1) Representação 
Um desenho pode ser derivado de algo que está na natureza ou pode ser uma criação do 
homem. Em ambos, é uma representação. No entanto, essa representação pode ser realista, 
estilizada ou abstrata. Realista, baseada na observação e representação o mais próximo possível 
 
 
 
 
 
 
47 
Competência 02 
da realidade. Na figura abaixo podemos ver um exemplo de representação realista. Nesse caso, o 
profissional procurou desenhar o mais próximo possível da realidade, retratando o artista da foto. 
 
Figura 2.2.5.a 
Fonte: https://desenhosrealista.files.wordpress.com/2013/09/desenho-realista-michael-jackson.jpg 
Descrição: fotografia de Michael Jackson e um desenho realístico em tons de cinza da fotografia. 
 
A representação estilizada é uma imitação modificada de algo. Essa modificação pode ser 
uma tendência de simplificação ou, pelo contrário, uma tendência ao exagero de alguns aspectos. Na 
figura abaixo podemos ver um exemplo do desenho estilizado, o artista desenha frutas, flores e um 
coração, de forma estilizada, e não uma cópia do modelo real, utilizando sua própria interpretação 
dos objetos reais. 
 
Figura 2.2.5.b 
Fonte: https://bananacraftblog.files.wordpress.com/2009/02/kitcarimbofrutas.jpg 
Descrição: desenhos estilizados de flores, maçãs e peras. 
 
 
 
 
 
 
 
48 
Competência 02 
Representação abstrata é o processo ou resultado de generalização por redução do 
conteúdo da informação de um conceito, nesse caso um desenho. Isso é feito com o intuito de reter 
apenas a informação que é considerada relevante. Na figura abaixo vemos um clássico exemplo de 
desenho abstrato, nesse caso podemos perceber uma clara referência aos elementos geométricos. 
 
Figura 2.2.5.c Composição 8 de Wassily Kandinsky, 1923 
Fonte: https://www.arteeeducacao.net/_Media/kandinski_02_med.jpeg 
Descrição: quadro abstrato com referências geométricas coloridas. 
 
2) Significado 
O significado em um desenho existe quando o desenho transmite uma ideia. 
3) Função 
A função existe quando um desenho serve a um propósito como, por exemplo, os 
desenhos das figuras abaixo. Na primeira figura podemos ver um desenho técnico que possui a função 
de representar algo que será construído de fato. Na segunda figura podemos ver um desenho de um 
casaco, que possui um propósito específico, nesse caso relacionado à moda, que poderá tornar-se 
real. 
 
 
 
 
 
 
 
 
49 
Competência 02 
 
 
Figura 2.2.5.d 
Fonte: http://s3.amazonaws.com/magoo/ABAAABatIAJ-172.jpg 
Descrição: desenho técnico de um parafuso com três vistas ortográficas. 
 
 
 
Figura 2.2.5.e 
Fonte: http://www.cursotecnicors.com.br/dicas-de-carreira/o-que-faz-um-tecnico-em-vestuario.html 
Descrição: desenhos técnicos de roupas. À esquerda, desenho técnico de um vestido longo e à direita desenho técnico 
de um casaco. 
 
2.3 Composição 1: aspectos e criação da forma 
2.3.1 Moldura de referência 
Conforme foi dito no capítulo anterior, os elementos do desenho estão relacionados entre 
si. Por isso, é muito difícil separá-los. Quando pensamos em cada elemento em separado é quase 
 
 
 
 
 
 
50 
Competência 02 
impossível percebê-los. Mas quando juntamos todos os elementos, estes determinam a aparência e 
o conteúdo final do desenho. Todos os elementos descritos acima estão localizados no interior de 
uma fronteira, como uma folha de papel, uma tela, etc. Essa fronteira é chamada de Moldura de 
Referência. Segundo Wong, “a moldura de referência marca os limites externos de um desenho”. A 
moldura de referência define uma área dentro da qual os elementos criados e o espaço não utilizado 
(chamado de espaço vazio, residual) trabalham juntos. Mas o que isso quer dizer? Quer dizer que 
todos os espaços dentro da moldura de referência são parte integrante da composição! Veja o 
exemplo das figuras abaixo. Note a relação entre o círculo preto e a moldura de referência nas duas 
figuras. 
 
 
 
Figura 2.3.1.a 
Fonte: os autores 
Figura 2.3.1.b 
Fonte: os autores 
Descrição: à esquerda, círculo preto pequeno em um quadrado branco, o círculo está localizado no canto esquerdo 
inferior. À direita, mesma figura, só que dessa vez o quadrado branco tem aproximadamente o dobro do tamanho. 
 
Percebeu a diferença? Temos o mesmo desenho, no caso um círculo preto, mas 
modificando o tamanho da moldura de referência modificamos também a relação entre espaço 
utilizado, pelo círculo, e espaço não utilizado. Dessa forma, temos duas composições diferentes. 
Portanto, note que a moldura de referência também faz parte da composição. A moldura de 
referência não precisar ser, obrigatoriamente, real. Como assim? Caso seja real então o limite (linhas) 
deve ser considerado como desenho. Mas, caso a moldura esteja implícita (não desenhada), como as 
bordas de uma folha de papel, ou os limites de um cartaz, a página de uma revista, esses limites se 
tornam molduras de referência para os desenhos contidos dentro dessa superfície. 
 
 
 
 
 
 
51 
Competência 02 
 
Figura 2.3.1.c 
Fonte: https://site-amb-s3.clubedaana.com.br/ 
Descrição: Capa da Revista Ana Maria, com a 
apresentadora Ana Maria Braga. 
 
Figura 2.3.1.d 
Fonte: http://www.abcdesign.com.br/ 
Descrição: cartaz de concurso de design em que aparece 
uma colher vazada, usada geralmente para pegar 
macarrão. Essa colher também lembra um olho. 
 
 
A moldura de referência cria uma relação entre o desenho ou figura que utiliza espaço 
dentro da moldura. O espaço não utilizado dentro da moldura é o segundo plano. Essa relação é 
chamada de relação figura-fundo. No interior de uma moldura pode ser inserida uma, duas ou mais 
formas.

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