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Enterobius vermicularis Introdução Classificação Reino: Animalia Filo: Nematoda Classe: Secernentea Superfamília: Oxyuroidea Família: Oxyuridae Gênero: Enterobius Espécie: E.vermicularis Características gerais Doença: Enterobiose, enterobíase ou oxiurose Enterobius vermicularis: oxiúro Parasito exclusivamente humano (monoxeno) Disputa com os áscaris o primeiro lugar entre as endemias parasitárias Maior incidência nas regiões de clima temperado, tanta na Europa como na América do Norte, em comparação às outras helmintíases que são geralmente rotuladas como “doenças tropicais” Infecção costuma ser benigna, porém incômoda, com produção de prurido anal Morfologia Nítido dimorfismo sexual. Sexuais apresentam características similares: cor branca, filiformes. Na extremidade anterior, lateralmente à boca, notam-se expansões vesiculosas muito típicas, chamadas "asas cefálicas". A boca é pequena, seguida de um esôfago também típico: é claviforme, terminando em um bulbo cardíaco Fêmea: Cauda pontiaguda e longa 1,0 cm x 0,4mm Macho: Cauda recurvada 5,0 mm x 0,2 mm Presença de espículo Ovo: Aspecto de D Membrana dupla, lisa e transparente Liberação de ovo embrionado Habitat Machos e fêmeas vivem no ceco e apêndice. As fêmeas, repletas de ovos (5 a 16 mil ovos), são encontradas na região perianal. Em mulheres, as vezes pode-se encontrar esse parasito na vagina, útero e bexiga. Vivem aderidos à mucosa ou livres na cavidade, alimentando-se saprozoicamente do conteúdo intestinal. Ciclo evolutivo Tipo monoxênico Após a cópula, os machos são eliminados com as fezes e morrem. Fêmeas, repletas de ovos, se desprendem do ceco e dirigem-se para o ânus (principalmente à noite). Migração relacionada ao abaixamento diário da temperatura retal do paciente durante a noite. Rompimento das fêmeas e liberação dos ovos (5.000 a 16.000 ovos). Fêmeas não tardam a morrer. Obs.: ovos já embrionados. Se tornam infectantes em 6 horas Ovos ingeridos pelo hospedeiro. No intestino delgado, as larvas rabditóides eclodem e sofrem duas mudas no trajeto intestinal até o ceco. Chegando, transformam-se em vermes adultos. Um a dois meses depois as fêmeas são encontradas na região perianal. Não havendo reinfecção, o parasitismo extingue-se aí. Ciclo dura de 25 dias a 2 meses, dependendo da literatura. Transmissão Heteroinfecção: quando ovos presentes na poeira ou alimentos atingem novo hospedeiro (é também conhecida como primoinfecção); Indireta: quando ovos presentes na poeira ou alimentos atingem o mesmo hospedeiro que os eliminou; Autoinfecção externa ou direta: a criança (frequentemente) ou o adulto (raramente) levam os ovos da região perianal a boca. E o principal mecanismo responsável pela cronicidade dessa verminose; Autoinfecção interna: parece ser um processo raro no qual as larvas eclodem ainda dentro do reto e depois migrariam até o ceco, transformando-se em vermes adultos; Retroinfecção: as larvas eclodem na região perianal (externamente), penetram pelo ânus e migram pelo intestino grosso chegando até o ceco, onde se transformam em vermes adultos Patogenia Apenas 1 em cada 20 crianças parasitadas apresentam sintomas. Geralmente assintomático. Prurido anal, principalmente à noite. Possibilidade de infecção bacteriana local pelo ato de coçar. Mucosa local mostra-se congesta, recoberta de muco contendo ovo e, às vezes, fêmeas inteiras. Perturbação do sono, irritabilidade, insônia, e, devido à proximidade dos órgãos genitais, pode levar à masturbação e erotismo, principalmente em meninas. Em infecções maiores, pode provocar enterite catarral por ação mecânica e irritativa. O ceco apresenta-se inflamado e, às vezes, o apêndice também é atingido. Presença de vermes nos órgãos genitais femininos pode levar a vaginite, metrite, salpingite e ovarite. Diagnóstico Clínico: prurido anal pode levar a suspeita. Laboratorial: Exame de fezes não funcionam. Revelam apenas cerca de 5 a 10% dos casos. Melhor método é o da fita adesiva (transparente) ou método de Graham: Corta-se um pedaço de 8 a 10cm de fita adesiva transparente; Coloca-se a mesma com a parte adesiva para fora, sobre um tubo de ensaio ou dedo indicador (nesse último caso, é perigoso pela possível contaminação do executor do método); Apõe-se várias vezes a fita na região perianal; Coloca-se a fita (como se fosse uma lamínula) sobre uma lâmina de vidro; Leva-se ao microscópio e examina-se com aumento de 10 e 40x. Esta técnica deve ser feita pela manhã, antes que o paciente defeque ou tome banho, e repetida, em dias sucessivos, caso o resultado seja negativo. Epidemiologia Alta prevalência nas crianças em idade escolar. Transmissão eminentemente doméstica ou de ambientes coletivos fechados (creches, asilos, enfermarias infantis etc.). Os fatores responsáveis por essas situações são: Somente a espécie humana alberga o E. vermicularis; Fêmeas eliminam grande quantidade de ovcis na região perianal; Ovos em poucas horas se tornam infectantes, podendo atingir os hospedeiros por vários mecanismos (direto, indireto, retroinfecção); Ovos podem resistir até três semanas em ambiente domésticos, contaminando alimentos e "poeira"; Hábito de, pela manhã, se sacudir roupas de cama ou de dormir pode disseminar os ovos no domicílio. Profilaxia Roupa de dormir e de cama usada pelo hospedeiro não deve ser "sacudida" pela manhã, e sim enrolada e lavada em água fervente, diariamente; Tratamento de todas as pessoas parasitadas da família (ou outra coletividade) e repetir o medicamento duas ou três vezes, com intervalo de 20 dias, até que nenhuma pessoa se apresente parasitada; Corte rente das unhas, aplicação de pomada mercurial na região perianal ao deitar-se, banho de chuveiro ao levantar-se e limpeza doméstica com aspirador de pós, são medidas complementares de utilidade. Tratamento Albendazol: 400 mg, 1 vx /dia, por 3 dias. Mebendazol: 100mg 2 vx /dia durante 3 dias. Anti-helmíntico de largo espectro Pirantel: Dose única 10 mg/kg. Produz paralisia espástica do heminto Piperazina: 50 a 75 mg/kg (máximo de 3g em crianças, e 4g em adultos) 1vx/dia, por 5 dias em média Levamisol: 2,5g/kg em dose única.
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