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INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA PERCEPÇÃO Prof. João Carlos Muniz Martinelli NÚCLEO ACPC Objetivo • Estabelecer razões para o estudo da percepção em nível comportamental e fisiológico • Introduzir o tema da psicologia da percepção com base na psicologia e na fisiologia Fontes •CARLSON, N.R. Fisiologia do Comportamento. SP: Manole, 2006. •CAVALCANTE, Simone Neno. Abordagem biocomportamental: síntese da análise do comportamento?. Psicol. Reflex. Crit., Porto Alegre, v. 10, n. 2, 1997 •ELCORO, Mirari. Incluindo dados fisiológicos na ciência do comportamento: uma análise crítica. Rev. bras.ter. comport. cogn., São Paulo, v. 10, n. 2, dez. 2008 . •TOURINHO, Emmanuel Zagury; TEIXEIRA, Eveny da Rocha; MACIEL, Josiane Miranda. Fronteiras entre análise do comportamento e fisiologia: Skinner e a temática dos eventos privados. Psicol. Reflex. Crit., Porto Alegre, v. 13, n. 3, 2000 . •SKINNER, B.F. (2003/1953) Ciência e Comportamento Humano. Porto Alegre: Artmed. •SKINNER, B.F. (2002/1974) Sobre o behaviorismo. São Paulo: Cultrix PREÂMBULO PREÂMBULO PREÂMBULO PREÂMBULO PREÂMBULO Na conferência “As ciências naturais e o cérebro”, de 1909, Pavlov reafirma as críticas de Schenov à Psicologia: “No momento em que o fisiólogo atinge os limites supremos do sistema nervoso central, o caráter de sua atividade muda bruscamente. Deixa de concentrar sua atenção na conexão entre os fatores exteriores e a reação que provocam no animal; em lugar de pesquisar relações concretas, começa a levantar hipóteses sobre o estado interior dos animais, inspirando-se em seus estados subjetivos.” (PAVLOV, 1972, p.28) – Citado em GALVÃO, 1999. PERCEPÇÃO BIOLÓGICO CULTURAL PSICOLÓGICO INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA PERCEPÇÃO ASPECTOS PSICOFISIOLÓGICOS E COMPORTAMENTAIS h tt p :/ /p si co lo gi a- 1 2 ab c. b lo gs p o t. co m .b r/ 2 0 0 9 /0 3 /p er ce p ca o .h tm l CARLSON, N.R. Fisiologia do Comportamento. SP: Manole, 2006. “A última fronteira no mundo – e talvez a maior delas – repousa dentro de nós. O sistema nervoso humano torna possível tudo o que podemos fazer , tudo o que conhecemos e tudo o que podemos vivenciar. Sua complexidade é imensa e a tarefa de estudá-lo e compreendê-lo minimiza todas as explorações já realizadas anteriormente pela nossa espécie” (p.2) “O período de 1990 a 2000 era chamado de a era do cérebro (Borestein, 2000) e, mais recentemente, o milênio seguinte tem sido considerado a era da mente a encontrar o cérebro (Borestein, 2001) ...” (ELCORO, 2008) CARLSON, N.R. Fisiologia do Comportamento. SP: Manole, 2006. “Uma das características dos seres humanos é a curiosidade. Nós desejamos explicar o que faz as coisas acontecerem. Em tempos remotos, as pessoas acreditavam que os fenômenos naturais eram causados por espíritos inanimados...” (p.2) “Desde os tempos remotos, as pessoas têm acreditado que possuem algo inatingível que as anima – uma mente, ou uma alma, ou um espírito. Esta crença repousa no fato de que cada um de nós está ciente de sua própria existência. Quando pensamos ou agimos, sentimos como se algo dentro de nós estivesse pensando ou decidindo agir. Mas qual é a existência da mente humana? (...)” (p.2) h ttp ://assu n to cien cia.b lo gsp o t.co m .b r/2 0 10_ 07_0 1_ arch ive.h tm l CARLSON, N.R. Fisiologia do Comportamento. SP: Manole, 2006. “Esse quebra-cabeça tem sido denominado, historicamente, como a questão cérebro-mente. Os filósofos tentaram responder estas questões durante séculos e, mais recentemente, os cientistas assumiram essa tarefa. Basicamente têm sido discutidas duas abordagens diferentes: o dualismo e o monismo...” (p.2) “... O dualismo é a crença em uma natureza dupla da realidade. A mente e o corpo estão separados; o corpo é constituído de matéria comum, mas a mente não o é...” (p.2). “... O monismo é a crença em que tudo no universo é constituído de matéria e energia e a mente é um fenômeno produzido pelo trabalho do sistema nervoso”. (p.2). h ttp ://7 m aravilh as.m u ltip ly.co m /jo u rn al/item /3 /U m -p o u co -d e -D e scarte s... CARLSON, N.R. Fisiologia do Comportamento. SP: Manole, 2006. “... Os psicofisiologistas utilizam uma abordagem empírica, prática e monística para estudar a natureza humana. A maioria deles acredita que, no momento em que compreendermos o funcionamento do corpo humano – e, em particular, o funcionamento do sistema nervoso – o problema mente-corpo estará solucionado. Seremos capazes de explicar como percebemos , como pensamos, como nos lembramos e como agimos; seremos capazes de explicar até a essência de nossa própria autoconsciência...” (p.2) “... Em qualquer situação, não existe a possibilidade de estudar fenômenos não-físicos em laboratório. Tudo o que podemos detectar com os nossos órgãos do sentido e com nossos equipamentos de laboratório são manifestações do mundo físico: matéria e energia” (p.2). h tt p :/ /e lle ve n d h .b lo gs p o t. co m .b r/ 2 0 1 2 /1 0 /c u ra -m en te co rp o -j o se -c ar lo s- ca rt u ra n .h tm l CARLSON, N.R. Fisiologia do Comportamento. SP: Manole, 2006. “O termo consciência pode ser usado para referir-se a uma variedade de conceitos, incluindo a própria vigília. Desta maneira, um pesquisador, ao escrever sobre um experimento, pode afirmar que usou “ratos conscientes”, referindo-se ao fato de que os animais estavam acordados e não anestesiados. Por consciência, refiro-me ao fato de que nós, humanos, estamos cientes dos nossos pensamentos, percepções, memórias e sentimentos, e podemos relatar a outros sobre eles” (p.3). “.Nós sabemos que a consciência pode ser alterada por mudanças na estrutura ou na química do cérebro, entretanto, podemos levantar a hipótese de que a consciência seja uma função fisiológica, assim com o comportamento” (p.2). h tt p :/ /j an et eb ri d o n .b lo gs p o t. co m .b r/ 2 0 1 1 /0 1 /c o n sc ie n ci a -o -p en sa d o r- ro d in -n o -l iv ro .h tm l O pensador - Rodin CARLSON, N.R. Fisiologia do Comportamento. SP: Manole, 2006. “... A consciência e a habilidade de comunicação parecem andar lado a lado. Nossa espécie, com sua complexa estrutura social e a enorme capacidade para aprender, está dotada de uma habilidade para comunicar-se: expressar intenções e solicitações uns aos outros. A comunicação verbal torna possível a cooperação e permite-nos estabelecer tradições e leis do comportamento. Talvez a evolução desta característica tenha dado origem ao fenômeno da consciência. Isto é, nossa habilidade para enviar e receber mensagens de outras pessoas capacita-nos a enviar e receber nossas próprias mensagens – em outras palavras, pensar e estarmos ciente de nossa própria existência ” (p.3). h tt p :/ /f o n o d an is ch ep i.b lo gs p o t. co m .b r/ 2 0 1 1 /0 6 /l in gu ag em -e -c o n si d er ad a- p ri m ei ra -f o rm a. h tm l SABEMOS: A consciência pode ser alterada por • Mudanças na estrutura do cérebro • Mudanças na química do cérebro Consciência – hipótese – com função fisiológica, assim como o comportamento • Especular sobre a origem Consciência e a habilidade de comunicação parecem andar lado a lado • A comunicação verbal torna possível a cooperação e permite estabelecertradições e leis • talvez a evolução dessa característica (comunicação verbal) tenha dado origem ao fenômeno consciência CARLSON, N.R. Fisiologia do Comportamento. SP: Manole, 2006. A visão cega (Blindsight) “... a crença comum de que a percepção faz parte da consciência, no intuito de afetar nosso comportamento, está incorreta. O cérebro contém não apenas um, mas vários mecanismos envolvidos na visão...” “Os neurologistas têm verificado que danos localizados em apenas um dos lados do sistema visual de mamíferos produzem cegueira no campo visual do lado oposto do corpo, ou seja, se o lado direito do cérebro está danificado, quando o paciente fixar o olhar para a frente, estará cego para qualquer objeto localizado à sua esquerda...” h tt p :/ /w w w 7. u c. cl /s w _e d u c/ n eu ro ci en ci as /e sq u e m as /1 1 5 .g if CARLSON, N.R. Fisiologia do Comportamento. SP: Manole, 2006. A v is ão c eg a (B lin d si gh t) “... Weiskrantz et al. (1974) relataram um fenômeno intrigante, que denominaram blindsight: se alguém colocar um objeto no campo cego do paciente e lhe for solicitado para pegá-lo, ele será capaz de realizar a tarefa com muita precisão. Estes pacientes ficam surpresos ao verificarem que sua mãos tocam, repetidamente, um objeto localizado no que lhes parece ser escuridão: eles relatam que não estão vendo nada ali.” “O fenômeno blindsight mostra que a informação visual pode controlar o comportamento sem produzir uma sensação consciente... Aparentemente, os humanos podem utilizar o sistema visual primitivo de seus cérebros para guiar o movimento das mão...” “... A consciência não é uma propriedade geral de todas as regiões do cérebro... Apenas o sistema visual de mamíferos comunica-se com as regiões cerebrais responsáveis pela consciência. O sistema primitivo (sistema visual mais simples, que evolui primeiro, p.e., em anfíbios; peixes)... não apresenta conexão direta com estas regiões cerebrais...” h tt p :/ /w w w 2. u o l.c o m .b r/ sc ia m /r ep o rt ag e n s/ im g/ fo rw eb si te _ ce go 01 .jp g h tt p :/ /w w w 2. u o l.c o m .b r/ sc ia m /r ep o rt ag e n s/ im g/ fo rw eb si te _ ce go 01 .jp g CARLSON, N.R. Fisiologia do Comportamento. SP: Manole, 2006. Os cérebros divididos (split- brains) “Estudos realizados em humanos, submetidos a um determinado procedimento cirúrgico, revelam que quando as áreas envolvidas com a percepção são desconectadas daquelas envolvidas com o comportamento verbal, também ficam desconectadas da consciência. Estes resultados sugerem que as regiões cerebrais envolvidas no comportamento verbal podem ser responsáveis pela consciência.” Corpus callosotomy: The corpus callosum is a band of nerve fibers connecting the two halves (hemispheres) of the brain. A corpus callosotomy is an operation in which all or part of this structure is cut, disabling communication between the hemispheres and preventing the spread of seizures from one side of the brain to the other. This procedure, sometimes called split-brain surgery, is for patients with extreme forms of uncontrollable epilepsy who have intense seizures that can lead to violent falls and potentially serious injury. Fonte: http://www.webmd.com/epilepsy/surgical-options- epilepsy Os cérebros divididos (split- brains) .“... O hemisfério direito de um paciente epiléptico submetido à cirurgia split- brain parece ser capaz de compreender instruções verbais razoavelmente bem, mas é totalmente incapaz de produzir a fala.” h tt p :/ /w w w .t h es ta rg ar d en .c o .u k/ im ag es /8 2 .% 2 0 U n iv er se .jp g Os cérebros divididos (split-brains) .“... Uma das primeiras coisas que os pacientes relatam após a cirurgia é que sua mão esquerda parece ter uma “mente própria”. Por exemplo, eles podem surpreender-se fechando um livro que se encontra em sua mão esquerda, ainda que o estejam lendo com grande interesse. Este conflito acontece porque o hemisfério direito, que controla a mão esquerda, não pode ler e por isso julga o livro desinteressante. Outras vezes, os pacientes surpreendem-se fazendo gestos obscenos (com a mão esquerda) mesmo quando não tenha sido essa sua intenção...” h tt p :/ /2 .b p .b lo gs p o t. co m /- t9 4 4 zM 0 R n c0 /U K D ke t6 5 JG I/ A A A A A A A A A 7 0 /0 Q ez 3 5 fU R 9 o /s 1 6 0 0 /4 % C 2 % A A +c o lu n a+ -+ fi gu ra +1 .jp g h tt p :/ /w w w .f o rt is m al ar .c o m /s u cc es st o ri es /C D C 2 0 0 .jp g RELAÇÕES ENTRE PSICOLOGIA E FISIOLOGIA NA EXPLICAÇÃO DO COMPORTAMENTO: ALGUNS ASPECTOS CONSIDERADOS NAS PERSPECTIVAS DE : ARGUMENTOS SOBRE A RELAÇÃO ENTRE PSICOLOGIA E FISIOLOGIA: a perspectiva da análise do comportamento CAVALCANTE (1997) SKINNER (1953; 1974) TOURINHO, TEIXEIRA, MACIEL (2000) ELCORO (2008) B.F.Skinner (2003/1953) Ciência e Comportamento Humano. Porto Alegre: Artmed “Estamos interessados, então, nas causas do comportamento humano. Queremos saber por que os homens se comportam da maneira como o fazem. Qualquer condição ou evento que tenha algum efeito demonstrável sobre o comportamento deve ser considerado. Descobrindo e analisando estas causas poderemos prever o comportamento; poderemos controlar o comportamento na medida em que o possamos manipular.” B.F.Skinner (2003/1953) Ciência e Comportamento Humano. Porto Alegre: Artmed B.F.Skinner (2003/1953) Ciência e Comportamento Humano. Porto Alegre: Artmed B.F.Skinner (2003/1953) Ciência e Comportamento Humano. Porto Alegre: Artmed B.F.Skinner (2003/1953) Ciência e Comportamento Humano. Porto Alegre: Artmed B.F.Skinner (2002/1974) Sobre o behaviorismo. São Paulo: Cultrix B.F.Skinner (2002/1974) Sobre o behaviorismo. São Paulo: Cultrix B.F.Skinner (2002/1974) Sobre o behaviorismo. São Paulo: Cultrix B.F.Skinner (2002/1974) Sobre o behaviorismo. São Paulo: Cultrix B.F.Skinner (2002/1974) Sobre o behaviorismo. São Paulo: Cultrix B.F.Skinner (2002/1974) Sobre o behaviorismo. São Paulo: Cultrix B.F.Skinner (2002/1974) Sobre o behaviorismo. São Paulo: Cultrix B.F.Skinner (2002/1974) Sobre o behaviorismo. São Paulo: Cultrix “A análise do comportamento tem se mostrado uma alternativa produtiva para o estudo dos processos básicos relativos ao comportamento dos organismos em geral e tem sustentado interpretações do comportamento humano complexo, com o aparato conceitual dali derivado. Neste último caso, ela poderia se beneficiar do conhecimento produzido em outro campo -o das neurociências- para corroborar seu modelo de análise. Isso é o que postula a abordagem biocomportamental (Donahoe, Burgos, & Palmer, 1993; Donahoe & Palmer, 1994), ao propor um modelo de conexões neurais capaz de conferir maior poder explicativo ao selecionismo skinneriano... (CAVALCANTE, 1997). CAVALCANTE, Simone Neno. Abordagem biocomportamental: síntese da análise do comportamento?. Psicol. Reflex. Crit., Porto Alegre, v. 10, n. 2, 1997 Se esse paralelo histórico for acatado, argumentam Donahoe e colaboradores (1993), "...então a aceitação de um princípio de seleção por reforçamento aguarda a identificação de seus mecanismos biológicos e o desenvolvimentode técnicas para interpretar suas implicações, que sejam mais rigorosas que interpretações verbais...Isso não significa dizer que a identificação de mecanismos biológicos e desenvolvimento de técnicas de interpretação são logicamente necessárias para a seleção por reforçamento ser eleita como a descrição alternativa do comportamento complexo. Mais exatamente, o registro histórico sugere que ambas são ‘psicologicamente’ necessárias para a aceitação geral do reforçamento como a chave para o ingresso na origem da complexidade do comportamento". (p.19) CAVALCANTE, Simone Neno. Abordagem biocomportamental: síntese da análise do comportamento?. Psicol. Reflex. Crit., Porto Alegre, v. 10, n. 2, 1997 Donahoe e colaboradores (1993) prosseguem argumentando que: "... a análise experimental do comportamento deveria ser suplementada (não substituída) por análises experimentais das neurociências e a síntese resultante interpretada através de técnicas formais. A integração de achados comportamentais e neurocientíficos constituiria uma nova e moderna síntese que poderia reivindicar a complexidade comportamental como seu domínio, assim como faz a sintética teoria da evolução com a complexidade morfológica". (p.19) A síntese da Análise do Comportamento e das neurociências foi denominada de abordagem biocomportamental (Donahoe et al., 1993; Donahoe & Palmer, 1994). CAVALCANTE, Simone Neno. Abordagem biocomportamental: síntese da análise do comportamento?. Psicol. Reflex. Crit., Porto Alegre, v. 10, n. 2, 1997 De acordo com Donahoe e Palmer (1994), "subjacente a todo comportamento humano... está a fisiologia do organismo" (p. 23). A forma como essa biologia é modificada é explicitada pelos autores: "Os efeitos seletivos dos ambientes ancestral e individual modificam essa biologia em termos de conexões entre neurônios. Algumas dessas mudanças são retidas; isto é, elas são aprendidas. Tais mudanças ocorridas nas conexões neurais perduram no sistema nervoso e [então], ambientes subsequentes exercem seus efeitos seletivos sobre um organismo modificado". (p.23) CAVALCANTE, Simone Neno. Abordagem biocomportamental: síntese da análise do comportamento?. Psicol. Reflex. Crit., Porto Alegre, v. 10, n. 2, 1997 http://www.amazon.com/Learning- Complex-Behavior-John- Donahoe/dp/0205139965 A Análise do Comportamento postulou um modelo de seleção pelas consequências, mas não tem o conhecimento de como opera o mecanismo de seleção a um nível neurofisiológico. Sem explicar esse modelo, como assinalam Donahoe et al. (1993) ela estaria distante de ser reconhecida como uma descrição alternativa para o fenômeno do comportamento complexo. Apesar das críticas que tem recebido, a abordagem biocomportamental demonstra ser uma tentativa talvez não de se estabelecer uma síntese definitiva, mas de dar um passo em direção a uma compreensão mais razoável dos mecanismos da seleção por reforçamento. CAVALCANTE, Simone Neno. Abordagem biocomportamental: síntese da análise do comportamento?. Psicol. Reflex. Crit., Porto Alegre, v. 10, n. 2, 1997 TOURINHO, Emmanuel Zagury; TEIXEIRA, Eveny da Rocha; MACIEL, Josiane Miranda. Fronteiras entre análise do comportamento e fisiologia: Skinner e a temática dos eventos privados. Psicol. Reflex. Crit., Porto Alegre, v. 13, n. 3, 2000 . “Os processos através dos quais as variáveis fisiológicas vêm a participar de relações comportamentais delimitam o alcance de explicações nelas baseadas. Em qualquer circunstância, as relações admitidas como propriamente comportamentais são aquelas das quais participa o organismo como um todo; um evento interno controla respostas discriminativas do organismo como um todo. A referência a eventos internos sob a forma de especificação do comportamento de partes do organismo ainda não corresponde a explicações comportamentais ...” (TOURINHO, TEIXEIRA, MARCIEL, 2000) “O aparato anátomo-fisiológico produzido pela história ambiental (filogenética e ontogenética) é reconhecido como um aspecto relevante do fenômeno comportamental. Como as contingências de reforçamento operante afetam processos fisiológicos é uma questão indubitavelmente importante. (Skinner, 1988/1989b, p. 82)....” (TOURINHO, TEIXEIRA, MARCIEL, 2000) TOURINHO, Emmanuel Zagury; TEIXEIRA, Eveny da Rocha; MACIEL, Josiane Miranda. Fronteiras entre análise do comportamento e fisiologia: Skinner e a temática dos eventos privados. Psicol. Reflex. Crit., Porto Alegre, v. 13, n. 3, 2000 . “Como o universo em geral, o universo privado, que inclui eventos internos anátomo-fisiológicos, é indiferenciado ao indivíduo até que contingências de reforçamento promovam sua diferenciação (Skinner, 1953/1965, 1974). Estas contingências podem ser de natureza física quando, por exemplo, promovem que partes do corpo controlem discriminativamente seqüências de comportamento motor (andar, pular, etc.), mas são de natureza social quando promovem o controle de respostas descritivas por eventos internos, diante das quais afirma-se que o indivíduo tem consciência (Skinner, 1971). A ênfase nas contingências sociais aparece, portanto, quando se está primariamente interessado em falar da participação de eventos internos no controle de respostas verbais, como descrições de sentimentos, emoções, pensamentos, atitudes, preferências, etc., fenômenos para os quais as teorias psicológicas usualmente se voltam, e com base nos quais postulam determinantes internos para o comportamento.” (TOURINHO, TEIXEIRA, MARCIEL, 2000) TOURINHO, Emmanuel Zagury; TEIXEIRA, Eveny da Rocha; MACIEL, Josiane Miranda. Fronteiras entre análise do comportamento e fisiologia: Skinner e a temática dos eventos privados. Psicol. Reflex. Crit., Porto Alegre, v. 13, n. 3, 2000 . “Também o fenômeno da percepção, usualmente identificado pela psicologia mentalista com eventos internos mentais ou fisiológicos, pode ser interpretada nos limites do recorte próprio de uma ciência do comportamento. Na percepção de estímulos (ou propriedades de estímulos) visuais, uma sequência de eventos físicos e fisiológicos ocorre e é condição para o próprio fenômeno perceptivo (luz refletida, anatomia do aparelho visual, fisiologia da visão, cf. Skinner, 1963/ 1969). “A percepção enquanto comportamento, porém, é um responder diferenciado ao mundo circundante produzido por contingências de reforçamento...” (TOURINHO, TEIXEIRA, MARCIEL, 2000) TOURINHO, Emmanuel Zagury; TEIXEIRA, Eveny da Rocha; MACIEL, Josiane Miranda. Fronteiras entre análise do comportamento e fisiologia: Skinner e a temática dos eventos privados. Psicol. Reflex. Crit., Porto Alegre, v. 13, n. 3, 2000 . “... Neste caso, aprendemos a perceber no sentido de que aprendemos a responder a coisas de modos particulares por causa das contingências das quais elas são parte (Skinner, 1971, p.188). Novamente, tanto o mundo físico como estruturas orgânicas são requisitos para o fenômeno, mas não o definem, nem sua indicação permite a identificação das variáveis que podem de fato explicá-lo. Não haveria, é claro, nenhuma percepção se não existisse um mundo para ser percebido, mas um mundo que exista não seria percebido se não houvesse contingências apropriadas (Skinner, 1971, p.187) (TOURINHO, TEIXEIRA, MARCIEL, 2000). TOURINHO, Emmanuel Zagury; TEIXEIRA, Eveny da Rocha; MACIEL, Josiane Miranda. Fronteiras entre análise do comportamento e fisiologia: Skinner e a temática dos eventos privados. Psicol. Reflex. Crit., Porto Alegre, v. 13, n. 3, 2000 . “... o modo como Skinner equaciona a referência à Fisiologia pode ser organizado num quadro definido pelas seguintes proposições: a) os sistemas interoceptivo, proprioceptivoe exteroceptivo são condição para o fenômeno comportamental privado, mas não definem aquela relação; b) estímulos interoceptivos e proprioceptivos não controlam autonomamente respostas autodescritivas; c) descrições do funcionamento de partes do organismo não são descrições comportamentais; d) localização, contato, acesso e conhecimento dizem respeito a aspectos diversos da relação organismo-ambiente, inclusive privado; e) no caso da estimulação interoceptiva ou proprioceptiva, a natureza diferenciada do contato está associada a restrições no acesso e impossibilidade do conhecimento; f) o recorte analítico comportamental frente aos fatos anátomo-fisiológicos tem validade não apenas enquanto campo de investigação, mas é pertinente também enquanto limite de intervenção....” (TOURINHO, TEIXEIRA, MARCIEL, 2000) TOURINHO, Emmanuel Zagury; TEIXEIRA, Eveny da Rocha; MACIEL, Josiane Miranda. Fronteiras entre análise do comportamento e fisiologia: Skinner e a temática dos eventos privados. Psicol. Reflex. Crit., Porto Alegre, v. 13, n. 3, 2000 . ARGUMENTOS A FAVOR DA INCLUSÃO DE DADOS FISIOLÓGICOS NA ANÁLISE DO COMPORTAMENTO ELCORO, Mirari. Incluindo dados fisiológicos na ciência do comportamento: uma análise crítica. Rev. bras.ter. comport. cogn., São Paulo, v. 10, n. 2, dez. 2008 . “De acordo com Schaal (2003), a inclusão de dados fisiológicos ajuda a responder perguntas críticas de por que quando meras descrições de comportamento não são suficientes. Por exemplo, as análises do comportamento provêm evidência convincente e descrição da efetividade de reforço imediato porém, de acordo com Schaal, a parte crítica da resposta a essa efetividade se situa na fisiologia do organismo”. “A inclusão de dados fisiológicos na análise do comportamento melhora a predição e o controle (Schaal, 2003). Esse conceito é baseado no fato que muitas regularidades comportamentais correspondem `as fisiológicas (Schaal). Apesar de que tal inclusão implique num reducionismo (Reese, 1996) no sentido que o comportamento seja reduzido ao seus constituintes fisiológicos, isso não implica na eliminação do estudo do comportamento como uma função de contingências ambientais. Isso significa que os dados fisiológicos podem suplementar a descrição do comportamento, mas não substituem o estudo do comportamento”. ARGUMENTOS A FAVOR DA INCLUSÃO DE DADOS FISIOLÓGICOS NA ANÁLISE DO COMPORTAMENTO ELCORO, Mirari. Incluindo dados fisiológicos na ciência do comportamento: uma análise crítica. Rev. bras.ter. comport. cogn., São Paulo, v. 10, n. 2, dez. 2008 . “... é óbvio que a fisiologia dos organismos é parte da proveniência do comportamento. Isso então não deveria levar a pensar que o comportamento pode ser definitivamente substituído pela fisiologia. Uma linha que enfatiza o que está além dos limites deve ser construída por analistas do comportamento.” A inclusão de dados fisiológicos na análise do comportamento representa uma vantagem verdadeira se: (a) A predição e o controle do comportamento forem aumentados; (b) Uma melhora dos tratamentos for realizada; (c) Avanços conceituais e produtivos forem obtidos; (d) O foco no comportamento for mantido. Todas essas condições não têm necessariamente de ser alcançadas de uma vez para que a inclusão de dados fisiológicos seja uma vantagem para a análise do comportamento Referências adicionais • Imagem da capa: andromedalive.blogspot.com
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