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Produtos naturais bioativos
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tectores e glandulares na região da nervura central (escala 100 μm); (B) superfície adaxial da folha mostrando tricoma capitado e estômato (escala 20 μm); (C) superfície abaxial, tricoma capitado (escala 20 μm); (D) face adaxial da folha, mostrando tricoma peltado e células epidérmicas (escala 30 μm); (E) face abaxial, mostrando nervura secundária (escala 100 μm); (F) tricoma peltado na face adaxial da folha (escala 100 μm) Nas imagens: (seta) estômato; (nc) nervura central; (tt) tricoma tector; (tc) tricoma capitado; (cp) célula pedun- cular; (cb) célula basal; (cc) célula colar; (ca) célula apical. Fonte: Martins, M.B.G. (2004) Miolo_Produtos_naturais_bioativos_(GRAFICA)-v3.indd 15Miolo_Produtos_naturais_bioativos_(GRAFICA)-v3.indd 15 18/11/2016 23:02:3218/11/2016 23:02:32 16 LOURDES CAMPANER DOS SANTOS • MAYSA FURLAN • MARCELO R. DE AMORIM (ORGS.) Figura 1.2. Micrografia eletrônica de varredura da folha evidenciando tricomas secretores: (A) MEV do folíolo central da folha de Jacaranda puberula (Bignoniaceae) na região da epiderme abaxial, evidenciando tricoma glandular do tipo peltado, com a “cabeça” da glândula cons- tituída por 7 células secretoras; (B) MEV da superfície abaxial da folha de Tetradenia riparia (Lamiaceae), evidenciando o tricoma glandular do tipo capitado; (C) MEV da superfície abaxial de folhas de Plantago major (Plantaginaceae) evidenciando tricoma glandular do tipo capitado tendo a “cabeça” do tricoma formada por 2 células secretoras Nas imagens: (tp) tricoma peltado; (tc) tricoma capitado Fonte: (A) Martins et. al., 2008a; (B) Martins et. al., 2008b; Martins; Mesquita (não publicado) Figura 1.3 – Micrografia eletrônica de varredura de folhas adultas de Avicennia schaueriana (Avicenniaceae): (A) superfície adaxial evidenciando glândulas de sal; (B) superfície abaxial com inúmeras glândulas de sal recobrindo a epiderme Fonte: Martins; Moreira (2007) Miolo_Produtos_naturais_bioativos_(GRAFICA)-v3.indd 16Miolo_Produtos_naturais_bioativos_(GRAFICA)-v3.indd 16 18/11/2016 23:02:3218/11/2016 23:02:32 PRODUTOS NATURAIS BIOATIVOS 17 Figura 1.4 – (A) Secção transversal da nervura central da folha de Schinus terebinthifolius (Anacardiaceae) vista sob microscopia de luz. Observação de três canais secretores ao redor do feixe vascular; (B) micrografia eletrônica de varredura da folha de Malva sylvestris (Mal- vaceae) na face abaxial Nas imagens: (tc) tricoma glandular capitado; (t est) tricoma estrelado Fonte: (A) Martins; Garcia (não publicado) (B) Martins; Romitelli (2013) Segundo Fahn (1979), as estruturas secretoras são separadas em duas categorias: 1) as estruturas são supridas direta ou indiretamente pelo sistema vas- cular (hidatódios servem à gutação; glândulas de sal armazenam e exsudam sal; e nectários auxiliam na polinização), e as substâncias eliminadas podem ou não ser modificadas; 2) as estruturas sintetizam as substâncias secretadas: tecidos secreto- res de mucilagem (babosa, guaco), células de mirosina (idioblastos contendo enzima mirosinase, como ocorre em Brassicaceae, Cappa- raceae), glândulas digestivas de plantas insetívoras (plantas com sistema radicular pouco desenvolvido), tricomas de defesa (como em Urticaceae, Euphorbiaceae), tricomas secretores de substâncias lipofílicas (associados à resistência genética e ao ataque de pra- gas). Nesse caso, os terpenos representam o grupo mais impor- tante de substâncias químicas secretadas e que fornecem matéria- -prima para indústrias (resinas para papéis e têxteis; aglutinantes para papéis e tecidos; cola para preparo de inseticidas, antissépti- cos, produtos farmacêuticos, perfumes e condimentos; laticíferos e hidropótios). Miolo_Produtos_naturais_bioativos_(GRAFICA)-v3.indd 17Miolo_Produtos_naturais_bioativos_(GRAFICA)-v3.indd 17 18/11/2016 23:02:3318/11/2016 23:02:33 18 LOURDES CAMPANER DOS SANTOS • MAYSA FURLAN • MARCELO R. DE AMORIM (ORGS.) Estruturas secretoras supridas direta ou indiretamente pelo sistema vascular Hidatódios De acordo com Pimenta (2008), quando as condições ambientais não permitem transpiração, como alta umidade relativa do ar, mas existe pres- são de raiz atuando na planta, o conteúdo do xilema, principalmente água e sais minerais, é expelido na forma líquida, através de estruturas encontradas nas margens das folhas, os hidatódios, no processo denominado gutação. O líquido vertido tem composição variável, desde água pura até soluções diluídas de solutos orgânicos e inorgânicos na forma de íons (NH 4 +, K+, Mg2+, Ca2+, PO3-, Cl-, NO 3 -). Os hidatódios são elementos de condução ex- clusivamente xilemáticos, caracterizados pela presença de bainha do feixe aberta, epitema (parênquima de paredes finas, geralmente destituídas de cloroplastos) e poros aquíferos semelhantes a estômatos modificados com câmaras aquíferas. As traqueídes terminais liberam a solução nos espaços intercelulares do epitema. O exsudado é liberado para fora da planta através de poros aquíferos. Glândulas de sal De acordo com Perazzolo e Pinheiro (1991), muitas halófitas apresen- tam estrutura de secreção de sal, como glândulas ou micropelos, que eli- minam ativamente os sais, que podem ser íons (Na+, K+, Mg2+, Ca2+, Cl-, SO 4 2-, NO 3 -, PO 4 3-, HCO 3 -) ou carbonatos (CaCO 3 , MgCO 3 ). A estrutura e a função das glândulas de sal foram estudadas para o gênero Spartina, por Fahn nos anos de 1980. A análise da ultraestrutura da glândula de sal foi realizada por outros autores, que registraram a presença de membra- nas divisórias na célula basal e relacionaram a eficiência da secreção de sal segundo os tipos de glândulas de posição emergentes, semiemergen- tes e aprofundadas na epiderme foliar. Há um mecanismo para explicar a secreção de sal, baseado na existência de três tipos morfológicos de micro- pelos: cloridoide, panicoide e enapogoide. Essas glândulas são formadas por duas células: uma grande e interna, a célula basal, e outra pequena, a célula apical. A célula basal aparece em contato com o clorênquima e célu- las epidérmicas adjacentes. A porção superior da célula basal, que está em contato com a célula apical, apresenta um estreitamento que se assemelha Miolo_Produtos_naturais_bioativos_(GRAFICA)-v3.indd 18Miolo_Produtos_naturais_bioativos_(GRAFICA)-v3.indd 18 18/11/2016 23:02:3318/11/2016 23:02:33 PRODUTOS NATURAIS BIOATIVOS 19 a um “pescoço”, região onde se pode observar o citoplasma extremamente denso na glândula de sal e as células do mesofilo que a rodeiam. A célula apical apresenta parede celular mais espessa que a parede da célula basal, enquanto que a cutícula que recobre a glândula é delgada, diferenciando- -se em espessura da cutícula que recobre as células epidérmicas. A Figura 1.3 evidencia a glândula de sal de Avicennia schaueriana (Aviceniaceae) por meio de MEV. Na Figura 1.3, observa-se a epiderme adaxial com glândulas de sal esparsas (A) e a superfície abaxial, com inúmeras glândulas de sal recobrindo a epiderme (B). As células secretoras morrem em decorrência dos níveis elevados de íons em seu vacúolo, como nas espécies de Atriplex (glândula holócrina), ou permanecem vivas quando os íons são liberados do protoplasto da célula secretora, através de microvesículas (processo de exocitose), e da cutícula, via microporos, como em espécies de Spartina e de Avicennia (Castro; Machado, 2006). Nectários De acordo com Raven et al. (2007), os estames nas famílias mais primiti- vas desempenharam o papel óbvio de atração de polinizadores. No entanto, em outras famílias, tornaram-se estéreis, passando a exercer outras funções. Uma delas é a de nectários, isto é, glândulas que secretam néctar, líquido açucarado que atrai polinizadores em busca de alimento. Conforme Cas- tro e Machado (2006), os principais componentes do néctar são sacarose, glicose e frutose; monossacarídeos (galactose), dissacarídeos