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ALUNA: REGINA CÉLIA COSTA ALENCAR - RA: 52264488 PEÇA: RESE _____________________________________________________ EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA __ VARA DO TRIBUNAL DO JÚRI DA COMARCA DE _________________ Processo nº ________________________________ Mário, qualificado nos autos em epígrafe, representado por seu advogado e procurador abaixo assinado, vem, à presença de Vossa Excelência, com fulcro no artigo 581, inciso IV do Código de Processo Penal, interpor RECURSO EM SENTIDO ESTRITO por não se conformar com a r. Decisão que pronunciou o autor do presente recurso. Requer, que Vossa Excelência se retrate da decisão proferida, nos termos do artigo 589 do Código de Processo Penal. Termos em que, Pede Deferimento. LOCAL / DATA ADVOGADO OAB Nº RAZÕES DE RECURSO EM SENTIDO ESTRITO EMÉRITOS JULGADORES Processo n° __________________________ Recorrente: Mário Recorrido: Ministério Público O presente recurso em sentido estrito deve ser provido conforme razões a seguir elencadas: FATOS - SÍNTESE DO PROCESSO Mário foi denunciado por homicídio qualificado .Segundo o Ministério Público o acusado passava por uma ponte quando encontrou Dionísio, seu suposto pai. Após discussão Mário teria efetuado tiros contra Dionísio que veio a óbito. Durante a instrução foram ouvidas testemunhas (......). Ao final a acusação requereu a pronúncia por homicídio consumado e qualificado . O juiz acolheu o pedido do Ministério Público e pronunciou o acusado. DO DIREITO Vale salientar que o presente recurso é tempestivo, porquanto proposto até o final do prazo que findaria em __/__/__. Consta nos autos que o acusado foi interrogado antes da oitiva das testemunhas, o que configura nulidade processual. De acordo com artigo 411 do Código de Processo Penal, que traz a ordem da realização dos atos da audiência de instrução no rito do júri, a oitiva das testemunhas deve preceder o interrogatório do acusado. Entretanto, no caso, primeiro foi interrogado o acusado, para somente depois proceder-se à oitiva das testemunhas de acusação e de defesa, o que contraria o mencionado dispositivo do diploma processual penal e configura cerceamento de defesa, em afronta ao artigo 5ª, inciso LV, da Constituição Federal, acarretando a nulidade processual, nos termos do artigo 564, inciso IV, do Código de Processo. No mérito, deve o réu ser absolvido sumariamente, eis que agiu em legítima defesa. Nos termos dos artigos 23, inciso II, e 25, ambos do Código Penal, age acobertado pela excludente de ilicitude da legítima defesa aquele que, “usando moderadamente dos meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem”. No caso em tela, restou devidamente comprovado que o ora recorrente agiu em legítima defesa, repelindo injusta agressão da vítima. De fato, as testemunhas de defesa afirmaram que o acusado simplesmente defendeu-se da agressão da vítima, que empunhava uma faca em sua direção. Segundo as testemunhas, ainda, o acusado estava no chão quando disparou os tiros contra a vítima, que estava em cima dele. O acusado, ao ser ouvido em Juízo, trouxe a mesma versão apresentada pelas testemunhas. Portanto, verificada a incidência da referida causa excludente de ilicitude, nos termos do artigo 23, inciso II, e do artigo 25, ambos do Código Penal, deve Mário ser absolvido sumariamente, nos termos do artigo 415, inciso IV, do Código de Processo Penal. Em caso de pronúncia, deve ser afastada a qualificadora prevista no §2º, inciso IV, do artigo 121 do Código Penal. Conforme a mencionada previsão legal, deve responder por homicídio qualificado aquele que o pratica com surpresa à vítima, dificultando ou impedindo a sua defesa. No caso em tela, entretanto, além de ter sido a vítima quem iniciou a agressão, não houve o fator de surpresa, pois a vítima e o acusado brigavam há bastante tempo, sendo constantes as discussões e brigas entre eles. Ora, tal fator afasta a possibilidade de aplicação da qualificadora em questão, pois a constância nos desentendimentos demonstra que não houve surpresa para a vítima em relação à conduta de Mário. Assim, deve ser afastada a qualificadora em questão, eis que não há que se falar em surpresa da vítima. Deve ser concedido a Mário o direito de recorrer em liberdade. ] DOS PEDIDOS Pelo exposto, requer seja conhecido e provido e presente recurso em sentido estrito, para reformar a R. Decisão, nos termos do artigo 581, IV, do Código de Processo Penal. Subsidiariamente, em caso de pronúncia, requer-se a exclusão da qualificadora prevista no inciso IV do parágrafo 2º do Código de Processo Penal. Por fim, pleiteia-se a concessão do direito de recorrer em liberdade. Termos em que, Pede Deferimento. LOCAL, DATA ADVOGADO OAB Nº
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