Contra-Razões de Apelação

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ de direito de direito do juizado especial cível da comarca sINOP/mt.
Apelação nº 000983-19.2014.8.11.0101
IGNÊS TEREZINHA NUERNBERG, já qualificada nos presentes autos, através de seu procurador que esta subscreve, vem, respeitosamente, perante a ilustre presença de VOSSA EXCELÊNCIA, no prazo legal, apresentar CONTRARRAZÃO Aos EMBARGOS DE DECLARAÇÃO interposto pela UNIMED NORTE DO MATO GROSSO – COOPERATIVA DE TRABALHO MÉDICO. 
Do MÉRITO
SÍNTESE DO EMBARGOS DE DECLARAÇÃO
A Embargante alega incongruência no fundamento do acórdão com a matéria fática produzida, pugnando pela aplicação do efeito modificativo para ser excluída a condenação da Embargante, em razão de ter cumprido integralmente as cláusulas contratuais previamente ajustadas e não ter cometido ato ilícito que enseje danos morais.
Respectivo embargos não deve ser acolhido pelos motivos a seguir expostos.
Do não cabimento dos embargos declaratórios
Os embargos de declaração são cabíveis quando há obscuridade, omissão ou contradição no julgado, sendo que ausente uma dessas hipóteses, resta claro que os embargos declaratórios interpostos pela Embargante não são cabíveis, uma vez que, este órgão julgador enfrentou o mérito da questão, se pronunciando em conformidade com os elementos fáticos e probatórios contidos nos autos, como também em decisão embasada em jurisprudência já firmada pelo STF e tribunais superiores.
Importante destacar que, os embargos de declaração são, em regra, recurso integrativo, “que objetivam expungir da decisão embargada, o vício da omissão, entendida como aquela advinda do próprio julgado e prejudicial à compreensão de causa, e não aquela que entenda o embargante, ainda mais como meio transverso a impugnar os fundamentos da decisão recorrida.” (STJ, Edcl Resp 351490, DJ 23/09/2002).
O Eminente Doutrinador, Elpídio Donizetti�, assevera em uma de suas obras o seguinte: “embargos de declaração podem ser conceituados como o recurso que visa ao esclarecimento ou à integração de uma sentença ou acórdão” (pág. 320).
Pois bem, nos presentes autos, as questões aventadas pelo Embargante dizem respeito, de forma intrínseca, ao mérito da decisão combatida, não havendo, portanto, omissão, contradição ou obscuridade no acórdão em discussão, sendo que, de acordo com a jurisprudência do STJ os embargos de declaração não se constituem em espécie recursal adequada para discutir questões de mérito, e por conseguinte, pugnamos desde já pela sua improcedência.
Dessa forma observa-se que o acórdão proferido não incidiu em omissão, contradição ou obscuridade, motivo pelo qual não deve ser conhecido o Embargo de Declaração interposto pela Embargante.
Ca caracterização de embargos protelatórios
O Art. 1.026 do Código de Processo Civil dispõe em seu § 2º o seguinte: 
Quando manifestamente protelatórios os embargos de declaração, o juiz ou o tribunal, em decisão fundamentada, condenará o embargante a pagar ao embargado multa não excedente a dois por cento sobre o valor atualizado da causa.
Conforme já mencionado no tópico anterior, da análise do embargos opostos, verifica-se a nítida intenção da Embargante em rediscutir a matéria de mérito, ocasião em que devem ser sumariamente rejeitados os Embargos de Declaração pela inadequação da via eleita. Nesse sentido é o julgado�:
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO - HIPÓTESES PREVISTAS NO ART. 1.022, DO NOVO CPC - INOCORRÊNCIA - REEXAME DA MATÉRIA - IMPOSSIBILIDADE - MULTA.
- Os embargos de declaração são cabíveis conforme prevê o art. 1.022 do CPC (Lei 13.105/15), contra qualquer decisão judicial para esclarecer obscuridade ou eliminar contradição, suprir omissão de ponto ou questão sobre o qual devia se pronunciar o juiz de ofício ou a requerimento, bem como para corrigir erro material.
- Ausentes quaisquer das hipóteses mencionadas, incabível a utilização dos embargos de declaração para o reexame de matéria já apreciada e decidida.
- Ficando evidenciado o caráter protelatório dos embargos de declaração, o embargante deve ser condenado ao pagamento da multa prevista no art. 1.026, §2º do CPC.
Assim, resta caracterizada a natureza protelatória dos embargos opostos, e desta forma, pugnamos desde já pela condenação da Embargada ao pagamento da multa prevista no art. 1.025, §2º do Código de Processo Civil.
Do pedido
Diante do todo exposto, o Recorrido, vem respeitosamente perante Vossas Excelências requer que se dignem a receber e acolher a presente contrarrazões, bem como, seja TOTALMENTE IMPROCEDENTE OS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO, pugnamos pela condenação da Embargada ao pagamento da multa prevista no art. 1.025, §2º do Código de Processo Civil, dada a natureza protelatória dos embargos opostos.
Termos em que, 
Pede deferimento.
Sinop/MT, 9 de outubro de 2019.
Bruno Jivago Budny
OAB/MT – 11.626
MAICON SEGANFREDO
OAB nº 11.833
� DONIZETTI. ELPÍDIO. in Curso Didático de Direito Processual Civil, Del Rey, 6ª Ed., Belo Horizonte, 2005, pág. 319
� ED 10000160530796002 MG - Orgão Julgador Câmaras Cíveis /14ª Câmara Cìvel; Publicação: 02/12/2016
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