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MONOGRAFIA PRONTA

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CRIMES CIBERNÉTICOS 
José Rogério da Silva
Araçatuba - SP
2018
CRIMES CIBERNÉTICOS
Trabalho de Conclusão de Curso de Direito
Orientador: Marcelo Pereira dos Reis
Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium
UniSALESIANO - Araçatuba
	
Araçatuba – SP
2018
	
Rogério, José da Silva – 1982
Crimes Virtuais
60 – Trabalho de conclusão de curso
UniSALESIANO – Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium
1. Palavras-chave: Crimes Cibernéticos, Crimes Virtuais, Crimes Informáticos, Lei nº 12.737/2012, Lei nº 12.965/14.
Crimes Cibernéticos
Acadêmico: José Rogério da Silva
Trabalho de Conclusão de Curso de Direito
Orientador: Marcelo Pereira dos Reis
Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium UniSALESIANO - Araçatuba
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Prof.
Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium - UniSalesiano
Data:
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Prof.
Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium - UniSalesiano
Data:
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Prof.
Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium - UniSalesiano
Data:
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho a minha amada Esposa, minha linda filha, minha mãe, sogra, demais familiares e amigos, que com muita força, equilíbrio e coragem sempre me apoiaram em todos os momentos da minha vida e trajetória acadêmica, tornando-se, para mim, um grande exemplo de vida e superação.
AGRADECIMENTO
A Deus, acima de tudo, que inspirou, me deu forças para chegar até aqui, que me despertou o amor pelo Direito, somado a vontade de fazer justiça. Ao meu orientador, Professor Marcelo Pereira dos Reis, pelo empenho e paciência em nos transmitir seus vastos conhecimentos jurídicos, esses, cumulados ao longo de uma carreira coroada de sucesso no sacerdócio do magistério, pelas horas dedicadas não só nas lições da matéria objeto maior da sua missão, mas também, nas primorosas lições de vida e da vida, e assim, conduzindo-nos pelos caminhos profissionais e da ciência do Direito, a nossa eterna gratidão. 
A minha família, minha base, meu tudo, Aline Jamariquele minha esposa, Valentina Silva Jamariquele minha amada filha que em busca da graduação fez com que seu pai se ausentasse por diversas noites. Minha mãe Ercília, minha rainha. Minha sogra Marlene que tanto me ajudou nesse caminho percorrido até aqui. Meus irmãos Wagner, Valdir e Paulo, que com muito carinho influenciaram a não desistir da jornada de estudos. A todos que colaboraram de uma maneira ou outra durante a trajetória de construção desse trabalho, minha profunda gratidão.
Aos meus amigos de sala, que diante de tantos obstáculos fizemos superá-los juntos, passando a sermos irmão nessa longa caminhada, finda-se o curso, mas a irmandade ficará pelo tempo que estivermos por aqui, DR. Brothers para sempre. 
RESUMO
O trabalho possui objetivo de evidenciar o surgimento de novas modalidades de crimes com o advento do desenvolvimento tecnológico, principalmente nos dispositivos móveis e softwares de comunicação, dentre eles principalmente o aplicativo WhatsApp. Como o foco do presente trabalho são práticas criminosas através destes meios tecnológicos, os chamados crimes cibernéticos, servirá o presente trabalho para evidenciação da conduta delituosa de invasão de privacidade, os famosos e populares crimes de “vingança pornográfica ou sexting”.
Basicamente a conduta criminosa tem por “modus operandi” à disponibilização de fotos da vítima ou vídeos íntimos compartilhados no mundo inteiro através do WhatsApp ou sites de conteúdo erótico, além de ocasionalmente criações de perfis falsos nas redes sociais com nome da própria vítima mostrando fotos e vídeos. 
A conduta que fere intimamente a moral da vítima surge em virtude da divulgação de momentos íntimos por terceiro, seja por motivo de desfazimento de enlace conjugal, por motivos de reafirmação sexual perante a sociedade, por furto ou roubo de aparelhos contendo tais arquivos, ou por motivos torpes em geral, que nada justificam a exposição da vítima.
Atualmente essa prática de crime, por analogia, está tipificada no Código Penal nos crimes contra a honra, injúria e difamação não existindo legislação específica que tipifique a prática delituosa.
Palavras-chave: Crimes Cibernéticos-Invasão de privacidade- Legislação.
ABSTRACT
The work has aimed to highlight the emergence of new forms of crimes with the advent of technological development, particularly in mobile devices and communications software, including mainly the whatsapp application. Since the focus of this work are criminal practices through these technological means, so-called cyber crimes, will this work for disclosure of criminal conduct of invasion of privacy, the famous and popular crimes of "sexual revenge or sexting".
Basically the criminal conduct has the "modus operandi" the available photos of the victim or intimate videos shared worldwide via whatsapp or erotic content sites, and occasionally creations of fake profiles on social networks with the very name of the victim showing photos and videos.
The conduct that intimately wound the moral of the victim arises from the disclosure of intimate moments by a third party, whether by reason of conjugal link undoing, for reasons of sexual reassurance to society, for theft or theft of devices containing such files, or vile motives in general, that nothing justifies the exposure of the victim.
Currently the practice of crime, by analogy, is typified in the Penal Code on crimes against honor, libel and defamation in the absence of specific legislation typifies the criminal practice.
Keywords: Cyber ​​Crimes-invasion of privacy- Legislation.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO......................................................................................................................10
1. BREVE HISTÓRICO DA INTERNET .........................................................................12
Internet no Brasil................................................................................................................14
Histórico das Primeiras Ameaças.......................................................................................15
2. DEFINIÇÃO DOS CRIMES CIBERNÉTICOS.............................................................18
Internet Hoje.......................................................................................................................18
Principais Delitos................................................................................................................20
3. WHATSAPP PRINCIPAL MEIO PARA DIVULGAÇÃO DE FOTOS E VÍDEOS.26
Principais Vitímas..............................................................................................................28
Problemas que a Vitima Enfrenta......................................................................................29
4.CRIMES COMETIDOS.....................................................................................................31
5.JUSTIÇA BRASILEIRA X WHATSAPP........................................................................34
Sanções...............................................................................................................................36
Repercussões......................................................................................................................38
6. LEGISLAÇÃO BRASILEIRA X CRIMES CICIBERNÉTICOS...............................41
6.1Lei n° 12.737/12..................................................................................................................41
6.2Lei n° 12.965/14..................................................................................................................417. COMPETÊNCIA NOS CRIMES CONTRA Á HONRA...............................................43
8. PROJETO DE LEI N° 6630/01..........................................................................................44
CONCLUSÃO.......................................................................................................................45
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................................46
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INTRODUÇÃO
No mundo dos crimes cibernéticos surge a figura do crime de invasão de privacidade que é a divulgação de material íntimo, fotos e vídeos de indivíduos nus ou tendo relações sexuais. Essa prática acontece mais entre os adolescentes do sexo feminino sendo as principais vítimas. Seu ex parceiro por vingança compartilha o material no aplicativo whatsapp.
O grande problema que as vítimas enfrentam é a dificuldade primeiramente de conseguir provar quem espalhou o conteúdo, e quando identificado o culpado recebe pena normalmente de multa por se enquadrar nos crimes contra à honra, injúria e difamação, com penas brandas.
O presente trabalho tem por objetivo alertar a sociedade que precisa de uma legislação específica para este tipo de crime, ou seja, uma pena compatível com o crime para não ter a sensação de impunidade e fomentar o aumento da criminalidade.
A criação da internet que apesar de facilitar a vida de milhões de pessoas, trouxe sérios problemas, como o surgimento dos crimes cibernéticos.
E com o passar do tempo a tecnologia só aumenta, como vemos hoje o aplicativo WhatsApp que envia fotos, vídeos, mensagens e áudios em tempo real. Utilizando um pacote mínimo de dados de internet.
Entretanto como se não bastasse o problema da identificação do criminoso, de provar sua autoria, é a aplicação de uma pena justa. A justiça brasileira enfrenta grande problema com a empresa dona do aplicativo WhatsApp quando solicita informações de seus usuários, a empresa alega que não tem filial no Brasil e por isso não está obrigada a seguir a lei brasileira e também alega que há criptografia de ponta a ponta no conteúdo compartilhado por seus usuários, ou seja, que nem ela armazena ou possui acesso a essas informações.
Nosso Poder Legislativo precisa estar atento a essa conduta criminosa, deve ser criada legislação especifica para punição adequada ao crime cometido, para não aumentar o número de crimes incidentes e os criminosos vejam que existe uma lei que pune severamente, por que o pensamento que eles têm é que o mundo virtual não tem lei. Ocorre um atraso muito grande no Brasil, o judiciário não acompanha a evolução tecnológica e cada vez mais os crimes no meio virtual vão aumentar em razão das empresas estrangeiras criarem sempre aplicativos que atraem milhões de brasileiros assim como os criminosos. 
O trabalho foi dividido em oito capítulos, no primeiro capítulo foi abordado um breve histórico da internet no mundo. No segundo capítulo a internet de hoje. O terceiro trouxe o software WhatsApp, principal meio para divulgação de fotos e vídeos objeto da infração. O quarto capítulo apontou os crimes cometidos. No quinto capitulo a justiça brasileira “versus” WhatsApp. O sexto capítulo trata da legislação brasileira. O sétimo capítulo aborda a competência para julgar os crimes; e por último, o oitavo capítulo que trata do projeto de lei.
Por fim, foram tecidas as considerações finais sobre o assunto.
11
1. BREVE HISTÓRICO DA INTERNET NO MUNDO
Em 1946 foi construído o primeiro computador digital, denominado ENIAC, com a finalidade de automatizar o cálculo de tabelas balísticas que permitiu reconhecer a utilidade universal do inverno e passou-se à construção de modelos com mais memória interna e que incorporam o conceito de programa armazenamento, fundamental para a utilização prática da máquina. Até os primeiros anos da década de 1950 várias maquinas foram construídas. Elas eram todas diferentes e todas artesanais, mas todas seguiam a chamada arquitetura Von Neumann, meados da década de 1950 começou a produção dos primeiros computadores comercialmente disponíveis IBM saiu na frente neste processo o que lhe valeu o domínio quase absoluto do mercado de informática até meados da década de 1980.
 A história da internet começa no ambiente da Guerra Fria (1945-1991) onde as duas superpotências envolvidas, Estados unidos e URSS, estavam divididas nos blocos: socialista e capitalista, disputando poderes e hegemonias. Não obstante, os Estados Unidos, temendo ataques da Rússia, criou um sistema de compartilhamento de informações, a fim de facilitar as estratégias de guerra, ou seja, criada exclusivamente para fins militares, como base de apoio para as comunicações feitas entre as forças de ataque norte-americanas em casos de investidas inimigas que pudessem pôr em risco as informações captadas e emitidas pelos meios convencionais.
No ano de 1957 a União Soviética lançou seu primeiro satélite espacial, o Sputnik. A contraofensiva a esse fato foi que o então presidente dos Estados Unidos John Kennedy prometeu enviar um americano para a lua e criar um sistema de defesa à prova de destruição. Com essa última finalidade e, também, para acelerar o desenvolvimento tecnológico dos pais e coordenar atividades relacionadas com e espaço e satélites foi criada a Agencia de Investigação de projetos Avançados (Advanced Research Projects Agency- ARPA).
 O objetivo original da agência Advanced Research Projects Agency- ARPA era manter a superioridade tecnológica dos EUA e alertar contra possíveis avanços tecnológicos de adversários potenciais. Esse objetivo evoluiu com o tempo, e hoje também inclui criar surpresas tecnológicas para os inimigos dos EUA. A agência é independente, com cerca de 240 funcionários e um orçamento de 2,8 bilhões de dólares, e se reporta diretamente ao Departamento de Defesa. Esse avanço tecnológico era capaz de evitar a perda de informações em casos de bombardeio, por exemplo, ficando resguardado o que já estava armazenado no banco de dados. 
O conceituado professor Gabriel Cesar ensina que: 
 “A partir dessa preocupação, o Departamento de Defesa dos Estados Unidos elaborou um Sistema de Telecomunicações, desenvolvido pela Agência de Projetos e Pesquisas Avançadas, a ARPA, criando assim uma rede denominada ARPAnet, que operaria através de inúmeras e pequenas redes locais, denominadas LAN (Local Area Network), que significa rede local responsável em ligar computadores num mesmo edifício, sendo instaladas em locais estratégicos por todo o País, os quais foram interligadas por meios de redes de telecomunicação geográficas, denominadas WAN (Wide Area Network), que significa rede de longo alcance, responsáveis pela conexão de computadores por todo o mundo, e assim, caso houvesse um ataque nuclear contra os Estados Unidos da América, as comunicações militares e governamentais não seriam interrompidas, podendo permanecer interligadas de forma contínua”(2009, pag 01). 
 No ano seguinte em 1970, a internet passou a ser disponibilizada para o uso acadêmico e científico no âmbito das instituições que eram destinadas a este fim, onde ela funcionava como auxiliadora para troca de mensagens e compartilhamento de informações entre os estudantes e professores. 
 Já no fim do ano de 1972, um estudioso famoso conhecido por Ray Tomlinson desenvolveu o correio eletrônico, hoje popularmente conhecido como e-mail, que permitia que seus usuários não só trocassem mensagens, mas também que pudessem armazená-las para consulta posterior.
 Já no ano de 1973 foi uma década fundamental para a mudança de padrão de conexão que permitiu que os atuais protocolos de Internet nascessem. São os protocolos TCP/IP, vindos de trabalhos experimentais em cooperação entre a DARPA e outras agências.
 A primeira descrição de protocolos TCP foi feita no ano de 1973, pelos especialistasNet Vinton Cerf e Bob Kahn. O uso do termo “Internet” para uma rede TCP/IP global se deu em dezembro de 1974, com a publicação da primeira especificação completa do TCP, assinada por Vinton Cerf, Yogen Dalal e Carl Sunshine, na Universidade de Stanford.
 A partir de então, bastou só dar mais qualidade aos protocolos e tentar implementar novas tecnologias para fazer com que estas novas redes pudessem suportar a quantidade de acessos que era crescente a partir daquele momento.
 O dia 1 de janeiro de 1983 marcou a entrada no ar da primeira rede de grande extensão baseada em TCP/IP. Todos os computadores que usavam a tal ARPANET trocaram os antigos sistemas de pacotes pela nova tecnologia. Dois anos depois, nasceu a National
Science Foundation Network, um conjunto de redes universitárias interconectadas em 56 kilobits por segundo (kbps).
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INELLAS, Gabriel César Zaccaria de. Crimes na Internet. 2º ed., atualizada e ampliada. São Paulo: Editora Juarez de Oliveira, 2009. p.1
 
 O Protocolo de Internet (Internet Protocol) permitia que a transição de dados entre redes. Assim, todas as redes conectadas pelo endereço IP na Internet poderiam navegar pelos arquivos e trocar mensagens. Então, nasceram os backbones, computadores que fazem estas tarefas. Estava estabelecido o modo de conexão.
 Mas foi somente em 1988, com a abertura da rede para interesses comerciais, começou a “popularização” da grande rede. Serviços de correio eletrônico e provedores que faziam a conexão à rede pelo antigo método dial-up começaram a surgir no final dos anos 80. O “boom” que a web teve na década de 90 só foi possível graças a esta atitude dos Estados Unidos em “comercializar” a Internet e ao modelo de “hipertexto” que surgiu em 1989.
Em 1992, o cientista Tim Berners-Lee criou a World Wide Web – ou esse “www” que se digita antes do nome de qualquer site. A rede nasceu na Organização Europeia para a Investigação Nuclear, que propôs a criação dos hipertextos para permitir que várias pessoas trabalhassem juntas acessando os mesmos documentos. Esta foi a gêneses do processo de conexão à Internet atual.
1.1. INTERNET NO BRASIL
A internet surgiu na década de 60, desenvolvida com objetivo de auxiliar a Guerra Fria, uma disputa de poderes pela comunicação, desencadeada por dois países, os Estados Unidos, contra a então União Soviética.
No entanto a história da internet no Brasil demorou um pouco mais para abrir seu caminho e espaços no meio tecnológico. No Brasil a internet surgiu a partir da década de 90 e foi disponibilizada apenas para pesquisas, para algumas universidades, as mesmas poderiam utilizar para fins apenas de pesquisas. A internet só começou a ser comercializada uns anos mais tarde, em meados de 1994 ela começou a ser vendida pela empresa de telecomunicação Embratel. Em 1995 o ministério das telecomunicações em conjunto com o Ministério da Ciência e Tecnologia, começaram atividades para disponibilizar acesso à internet para a população brasileira. 
Foi a partir deste momento que a internet no Brasil começou a ser utilizada também para a educação, como por exemplo, oferta de cursos virtuais, web conferências sobre temáticas educativas, seminários online, como outros que foram surgindo, como é o exemplo da educação a distância. Com incentivo do governo várias instituições desenvolveram cursos de formação continuada, cursos de longa duração e até mesmo curso de ensino superior sugiram com o benefício da utilização da internet.
O início do ensino á distancia – EAD no Brasil iniciou há muito tempo, desde a década de 40, esse recurso já era utilizado pelos militares do exército no brasileiro, esses realizavam cursos por correspondência, depois começou a ser realizada pelo rádio, televisão e telefone e a partir da década de 90 começou a utilizar a internet e os meios tecnológicos para levar ensino às pessoas através do uso da informática.
 Atualmente o ensino através do EAD trouxe grandes possibilidades de acesso à educação para população que não têm acesso por estar muito distante das escolas e universidades, bem como melhorou possibilitou acesso as pessoas que não tinham recursos financeiros para pagar uma faculdade presencial.
1.2. HISTÓRICO SOBRE AS PRIMEIRAS AMEAÇAS
 No mesmo passo que a evolução dos recursos tecnológicos, as ameaças praticadas via computador se aprimoraram com o passar dos anos. Nesse sentido, a informação sobre programas de computador que se autorreplicassem remonta do fim da década de 50, oriunda do matemático John Von Neumann. Na década seguinte surgiram os legítimos antecessores dos códigos maliciosos. Tudo começou quando um grupo de programadores desenvolveu um jogo chamado Core Wars, capaz de se reproduzir cada vez que era executado, sobrecarregando a memoria da maquina do outro jogador. Os inventores desse jogo também criaram o primeiro antivírus, batizado de Reeper, com capacidade de destruir as cópias geradas pelo Core wars. A existência desse jogo, seus efeitos e a forma de desativá-lo, no entanto, vieram a público somente em 1983, por artigo escrito por um de seus criadores, publicado em uma conceituada revista cientifica da época. 
 No ano de 1971, em laboratório, o Creeper Virus foi criado por um funcionário conhecido como Bob Thomas, de uma empresa que trabalhava com a construção da ARPANET, e consistiu em uma prova de conceito. Esse artefato malicioso era um vírus autorreplicante cujo objetivo era infectar computadores DEC PDP -10 que rodavam o sistema operacional TENEX. O vírus acidentalmente ganhou acesso a ARPANET, apresentando a mensagem a seus usuários “ Im the creeper, catch m eif you can”
 Richard Skrenta, com apenas quinze anos de idade, em 1982, criou o Elk Cloner, considerado por alguns estudiosos do assunto o primeiro vírus desenvolvido para infectar computadores, apesar de, na época, o termo “vírus de computador” não ter ainda sido criado. Esse artefato contaminava o computador Apple DOS 33 e se difundia por cópias do disquete contaminado. É importante acervar que esse código malicioso não causava grandes problemas, mas faria escola. Além de apresentar um pequeno poema na tela do equipamento infectado, ele era capaz de gerar cópias de si mesmo quando um disquete era inserido no computador. Quando essa mídia era utilizada em outro sistema, o processo se propagava. 
 Dois anos depois, em 1984, Fred Cohen apresentou um paper, chamado Experiments With Computer Viruses, em que criou o termo “vírus de computador”, que denomina programas maliciosos, nocivos ao sistema como um todo.
 Dois irmãos paquistaneses, no ano de 1986, criaram um vírus de computador chamado Brain. Esse vírus atingia o setor de inicialização do disco e tinha como finalidade detectar uso não autorizado de um software médico de monitoramento cardíaco que haviam desenvolvido. Porém o código sofreu modificações maliciosas as quais o transformaram em um vírus que se espalhava através de disquetes infectados. O Brain causava lentidão nas operações do sistema e ocupava valiosos Kibbutes de memorias dos computadores.
 Em relação ao assunto, porém, não exige uma posição pacifica quando surgiu o primeiro vírus de computador, tendo em vista que, para alguns, o primeiro vírus foi o Elk Cloner e, para outros, o Brain.
 Cabe esclarecer que em 1986 também surgiam os primeiros cavalos de Troia de que se tem notícia. Exemplo disso é o caso do PC Write, pois apresentava-se com uma versão de demonstração de processador de textos, mas, quando era executado, apagava e corrompia os arquivos do disco rígido do computador.
 O primeiroantivírus foi criado no ano de 1988, por Denny Yanuar Ramdhani em Bandung, Indonésia e tinha a funcionalidade de imunizar o sistema do computador contra o vírus Brain
 Segundo estudo elaborado pela Kaspersky, até 1995 os vírus de boot representavam aproximadamente 70% das ameaças, mas também existiam outros, como por exemplo aqueles que infectavam arquivos executáveis DOS.
 Com a popularização de dispositivos utilizados para o acesso à rede mundial de computadores, também surgiram novos meios para a difusão de ameaças. No ano de 2004 surgiu o primeiro vírus de celular, oriundo das Filipinas denominado Cabir a praga foi criada para infectar aparelhos que utilizavam o sistema operacional Symbian (hoje presente em mais de 70% dos celulares).
 O objetivo do Cabir, que é disseminado por Bluetooth, é descarregar toda a bateria dos celulares infectados. Em aparelhos contaminados pelo vírus, uma mensagem características, com a palavra “caribe” aparece no visor e se repete sempre que o equipamento é ligado.
2. DEFINIÇÃO DOS CRIMES CIBERNÉTICOS
Cibercrime é o nome dados aos crimes cibernéticos que envolvam qualquer atividade ou prática ilícita na rede. Essas práticas podem envolver crimes financeiros, privacidade, pedofilia infantil, pornografia, roubo de identidade, bulling cibernético, estão atualmente entre os temas que mais atraem a atenção quando se fala em tecnologia e segurança da informação. São diversos casos que vimos na mídia e ouvimos falar, isso quando não conhecemos alguém ou nós mesmos somos vítimas. 
O termo "cibercrime" (ou "cybercrime", em inglês) apareceu em uma reunião de um subgrupo do G-8 (grupo composto pelos sete países mais ricos do mundo, mais a Rússia, por sua importância histórica e militar) próximo do final dos anos 90. Essa reunião abordava exatamente as maneiras e os métodos utilizados para combater as práticas ilícitas da internet.
Uma das fortes características do cibercrime é a predominância transnacional, o que dificulta as investigações e a apuração de provas contra o acusado. Outra característica também tem relação com o aumento dos computadores pessoais, que permitem que qualquer pessoa no mundo possa realizar práticas criminosas contra indivíduos de qualquer lugar do planeta sem mesmo sair de casa.
A prática do cibercrime é tão comum que, segundo dados divulgados pela Norton, empresa especializada em segurança digital, cerca de 65% dos internautas já foram vítimas de alguma forma de cibercrime. A maior dificuldade para combater esses crimes é a falta de leis e punições eficientes em diversos países na luta contra os crackers.
Existem vários tipos de cibercrimes e esse fato deixa as autoridades com ainda mais dificuldades para punir os transgressores, por falta de leis aplicáveis a determinadas infrações.
2.1. A INTERNET HOJE
 A internet tem sido utilizada para inúmeras finalidades, seja para realizar negociações comerciais, buscar conhecimento, conhecer pessoas, manter relacionamentos, produzir atividades de marketing pessoal, buscar diversão e, em alguns casos, promover transtorno para outras pessoas, incluindo prejuízos financeiros das vítimas.
 A utilização da internet tem sofrido um aumento exponencial a cada ano que passa, muito em virtude da evolução tecnológica e do barateamento dos computadores e dispositivos móveis de acesso à rede mundial.
 A imagem a seguir apresenta uma estatística que demostra a proporção de usuários de internet no Brasil:
 Atualmente com a criação dos chamados dispositivos móveis como celulares smartphones e tablets os crimes virtuais teve um aumento muito expressivo, por causa da facilidade oferecida para acessar as redes sociais, e-mails, aplicativos de qualquer lugar do mundo. E nestes dispositivos móveis são praticados os mesmos crimes virtuais dos computadores, sendo eles a propagação de códigos maliciosos, furto de dado, envio de spam, além de poder fazer parte de botnets e serem usados para disparar ataques na internet. Com a grande quantidade de informações que possuem os dispositivos móveis, tais como:
- grande quantidade de informações pessoais armazenadas;
- maior possibilidade de perda e furto;
- grande quantidade de aplicações desenvolvidas por terceiros;
- rapidez de substituição de modelos
Com todas essas características se tornou mais atraentes para os criminosos. A imagem a seguir apresenta uma proporção de usuários de internet através do aparelho celular.
2.2. PRINCIPAIS DELITOS
A lista de crimes cometidos por meio eletrônico é extensa. Na grande maioria dos casos é possível adaptar os crimes virtuais á legislação vigente. O judiciário vem coibindo diariamente a sensação de impunidade que reina no ambiente virtual e combatendo a criminalidade cibernética com a aplicação do código penal, do código civil e de legislações especificas.
Para o judiciário, 95% dos delitos cometidos eletronicamente já estão tipificados no código penal brasileiro por caracterizarem crimes comuns praticados através da internet. Os outros 5% para os quais faltaria enquadramento jurídico abrangem transgressões que só existem no mundo virtual, a exemplo da distribuição de vírus eletrônico e dos seus ataques DDos.
Alguns exemplos de crimes e leis que podem ser utilizados no meio eletrônico:
1- Uso indevido de imagem: postar fotos de terceiros sem autorização pode levar a processo.
O artigo 5° Inciso X da Constituição Federal diz que:
 “são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação.”
2- Insultos: falar mal ou insultar alguém numa rede social pode gerar processo com base no Artigo 140 do Código Penal diz que:
Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro:
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
§ 1º - O juiz pode deixar de aplicar a pena:
I - quando o ofendido, de forma reprovável, provocou diretamente a injúria;
II - no caso de retorsão imediata, que consista em outra injúria.
§ 2º - Se a injúria consiste em violência ou vias de fato, que, por sua natureza ou pelo meio empregado, se considerem aviltantes:
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa, além da pena correspondente à violência.
§ 3o Se a injúria consiste na utilização de elementos referentes a raça, cor, etnia, religião, origem ou a condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência:
(Redação dada pela Lei nº 10.741, de 2003)
 Pena - reclusão de um a três anos e multa. (Incluído pela Lei nº 9.459, de 1997).
3- Calúnia: quem inventar histórias falsas sobre alguém no facebook ou twitter pode ser enquadrado como no Artigo 138 do Código Penal diz que:
- Caluniar alguém, imputando-lhe falsamente fato definido como crime:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa.
§ 1º - Na mesma pena incorre quem, sabendo falsa a imputação, a propala ou divulga.
§ 2º - É punível a calúnia contra os mortos.
Exceção da verdade
§ 3º - Admite-se a prova da verdade, salvo:
I - se, constituindo o fato imputado crime de ação privada, o ofendido não foi condenado por sentença irrecorrível;
II - se o fato é imputado a qualquer das pessoas indicadas no nº I do art. 141;
III - se do crime imputado, embora de ação pública, o ofendido foi absolvido por sentença irrecorrível.
4- Difamação: associar uma pessoa a um fato que ofende sua reputação. Artigo 139 do Código Penal diz que:
Difamar alguém, imputando-lhe fato ofensivo à sua reputação:
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
Exceção da verdade
Parágrafo único - A exceção da verdade somente se admite se o ofendido é funcionário público e a ofensa é relativa ao exercício de suas funções.
5- Ameaça: significa intimidar alguém, podendo ser o gesto, telefone, deforma escrita e e-mails. O artigo 147 do Código Penal diz que :
Ameaçar alguém, por palavra, escrito ou gesto, ou qualquer outro meio simbólico, de causar-lhe mal injusto e grave:
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
Parágrafo único - Somente se procede mediante representação.
6- Divulgação de segredos: revelar segredos de terceiros na internet, ou de documentos/correspondência confidencial que possam causar dano, pode levar a processo com base no Artigo 153 do Código Penal:
Divulgar alguém, sem justa causa, conteúdo de documento particular ou de correspondência confidencial, de que é destinatário ou detentor, e cuja divulgação possa produzir dano a outrem:
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa, de trezentos mil réis a dois contos de réis.
Parágrafo único - Somente se procede mediante representação.
§ 1º Somente se procede mediante representação. (Parágrafo único renumerado pela Lei nº 9.983, de 2000)
§ 1o-A. Divulgar, sem justa causa, informações sigilosas ou reservadas, assim definidas em lei, contidas ou não nos sistemas de informações ou banco de dados da Administração Pública: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
§ 2o Quando resultar prejuízo para a Administração Pública, a ação penal será incondicionada. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000).
7- Furto: utilizar dados da conta bancaria de outrem para desvio ou saque de dinheiro. Artigo 155 do Código Penal:
Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
§ 1º - A pena aumenta-se de um terço, se o crime é praticado durante o repouso noturno.
§ 2º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor a coisa furtada, o juiz pode substituir a pena de reclusão pela de detenção, diminuí-la de um a dois terços, ou aplicar somente a pena de multa.
§ 3º - Equipara-se à coisa móvel a energia elétrica ou qualquer outra que tenha valor econômico.
8- Dano: enviar vírus, realizar ataques de DoS ou DDos ou outro que destrua equipamentos a o seu conteúdo. Artigo 163 do Código Penal diz que:
 Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa alheia:
Pena - detenção, de 1 (um) a 6 (seis) meses, ou multa.
Dano qualificado
	Parágrafo único - Se o crime é cometido:
I - com violência à pessoa ou grave ameaça;
II - com emprego de substância inflamável ou explosiva, se o fato não constitui crime mais grave;
III - contra o patrimônio da União, Estado, Município, empresa concessionária de
serviços públicos ou sociedade de economia mista;
IV - por motivo egoístico ou com prejuízo considerável para a vítima:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, e multa, além da pena
correspondente à violência.
 9- Favorecimento a prostituição. Artigo 228 do Código Penal diz que :
Induzir ou atrair alguém à prostituição ou outra forma de exploração sexual, facilitá-la, impedir ou dificultar que alguém a abandone: (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009)
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009)
§ 1o Se o agente é ascendente, padrasto, madrasta, irmão, enteado, cônjuge, companheiro, tutor ou curador, preceptor ou empregador da vítima, ou se assumiu, por lei ou outra forma, obrigação de cuidado, proteção ou vigilância: (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009)
Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos. (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009)
§ 2º - Se o crime é cometido com emprego de violência, grave ameaça ou fraude:
Pena - reclusão, de quatro a dez anos, além da pena correspondente à violência.
§ 3º - Se o crime é cometido com o fim de lucro, aplica-se também multa.
 10- Ato obsceno.Artigo 233 do Código Penal diz que :
 
Praticar ato obsceno em lugar público, ou aberto ou exposto ao público:
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.
 11- Apologia ao crime: criar comunidades virtuais (fóruns, blogs etc.) para ensinar como fazer trambiques ou divulgar ações ilícitas realizadas no passado, que estão sendo realizadas no presente ou serão realizadas no futuro.
 Artigo 287 do Código Penal diz que:
Fazer, publicamente, apologia de fato criminoso ou de autor de crime:
Pena - detenção, de três a seis meses, ou multa.
 12- Falsa identidade: criar um perfil falso numa rede social, blog ou microblog pode levar a processo judicial.
 Artigo 307 do Código Penal diz que:
Atribuir-se ou atribuir a terceiro falsa identidade para obter vantagem, em proveito próprio ou alheio, ou para causar dano a outrem:
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa, se o fato não constitui elemento de crime mais grave.
 13- Pedofilia: troca de informações ou imagens envolvendo crianças e adolescentes.
 Artigos 241-A/241-B/241-C/241-D/241-E da lei n°. 8069/90ECA:
Art. 241-A. Oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, distribuir, publicar ou divulgar por qualquer meio, inclusive por meio de sistema de informática ou telemático, fotografia, vídeo ou outro registro que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente: (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
Art. 241-B. Adquirir, possuir ou armazenar, por qualquer meio, fotografia, vídeo ou outra forma de registro que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente: (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
Art. 241-C. Simular a participação de criança ou adolescente em cena de sexo explícito ou pornográfica por meio de adulteração, montagem ou modificação de fotografia, vídeo ou qualquer outra forma de representação visual: (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas quem vende, expõe à venda, disponibiliza, distribui, pública ou divulga por qualquer meio, adquire, possui ou armazena o material produzido na forma do caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
Art. 241-D. Aliciar, assediar, instigar ou constranger, por qualquer meio de comunicação, criança, com o fim de com ela praticar ato libidinoso: (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008).
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre quem: (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
Art. 241-E. Para efeito dos crimes previstos nesta Lei, a expressão “cena de sexo explícito ou pornográfica” compreende qualquer situação que envolva criança ou adolescente em atividades sexuais explícitas, reais ou simuladas, ou exibição dos órgãos genitais de uma criança ou adolescente para fins primordialmente sexuais. (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008).
3. WHATSSAP PRINCIPAL MEIO PARA DIVULGAÇÃO FOTOS E VÍDEOS.
Quando falamos a respeito de redes sociais mais usadas no Brasil são facebook, twitter, instagram e tinder. Eles facilitam o encontro de pessoas que por algum motivo entram nesse mundo virtual, apesar desses aplicativos não serem cobrados, mas o preço é pago com a privacidade dos usuários, que está aberta a todos que também utilizam dos mesmos serviços, ou seja, todos passam a obter informações sobre a rotina, identidade, estilo de vida.
Quanto mais popular o uso, torna-se uma arma mais potente para os atacantes, o que está ocorrendo com o aplicativo WhatsApp.
O WhatsApp Messenger é um aplicativo de multiplataforma de mensagens instantâneas e chamadas de voz para smartphones. Além de mensagens de texto, os usuários podem enviar imagens, vídeose documentos em pdf, e também fazer ligações gratuitamente por meio de uma simples conexão com a internet.
O aplicativo WhatsApp foi criado em 2009 por Brian Acton e Jan Koun em Santa Clara , Estado da Califórnia, e em 19 de fevereiro de 2014, o facebook adquiriu a empresa pelo montante de 16 bilhões de dólares.
Seu uso é muito simples basta a pessoa baixar o aplicativo e com o uso de um pacote mínimo de dados de internet para usufruir de seus serviços.
Com toda essa facilidade de comunicação oferecida pelo aplicativo WhatsApp hoje é um dos mais populares aplicativos no Brasil, sendo cerca de 38 milhões de usuários, e 900 milhões de usuários no mundo.
 E com toda essa modernidade criada vem sendo utilizada como plataforma para pratica de crimes virtuais. Os crimes mais comuns atualmente são: compartilhamento de conteúdo ofensivo, ameaças, cunho sexual, de caráter difamatório e envolvendo crimes de intolerância e pornografia infantil.
Mais entre esses crimes citados o que é mais praticado são o de cunho sexual envolvendo uma pessoa que é conhecido como “ pornografia de vingança” ou “ sexting, que é a divulgação de imagens e vídeos de nudez. Isso tudo tem início com o chamado “nude selfie” é um jogo sexual em que são enviadas fotos nuas, assim como a gravação de vídeos íntimos praticando sexo e para muitos é uma prova de cumplicidade e intimidade com o parceiro, seja namorado ou com alguém que mantém algum tipo de relação amoroso, muitas vezes as mulheres são induzidas pelo homem a enviar as fotos no momento íntimo do casal, aquela conversa calorosa. E confiante que as imagens não sairão do celular do parceiro, ou também em alguns casos o próprio casal se filma na hora do sexo, podendo depois ser usado pelo ex parceiro como citado acima “ pornografia de vingança” a divulgação dos vídeos.
São várias as formas que fotos e vídeos são espalhados de forma veloz pelo WhatsApp, sendo que muitas vezes ocorre sem mesmo a pessoa saber que foi filmada ou fotografada no momento íntimo, ou seja, por exemplo a pessoa está numa festa, dançando, beijando ou está sobre efeito de álcool e drogas, instalações de câmaras escondidas, perder ou ter celular furtado, levar para arrumar etc. 
Todavia a facilidade que possui WhatsApp de tirar a foto ou filmar no momento que está acontecendo algo e já compartilhar com milhares de pessoas praticamente ao vivo, como ocorre nos acidentes de transito, graças a criação de grupos, usuários podem criar “grupos fechados” e adicionar somente quem desejar. Quem é adicionado não recebe nem um convite, mas entra de imediato, isso faz com que imagens e vídeos se propaguem numa velocidade inexplicável, e em questão de segundos já estão em milhares de celulares no mundo todo. 
E em seguida em alguns casos, a pessoa que divulgou o material ou quem recebeu cria perfis falsos na internet em redes sociais, exemplo do facebook e joga no youtube para se propagar no mundo inteiro, onde a vitima se torna conhecida mundialmente e sua reputação fica acabada, tornando-se motivo de piadas, deboches e insultos.
Um exemplo bem conhecido foi o que aconteceu com a adolescente Giana de 16 anos, em 14 de novembro de 2013, na cidade de Veranópolis, se matou por não suportar a humilhação, após o vazamento de sua foto íntima mostrando os seios foram publicados na internet, e através do WhatsApp a foto se espalhou no Brasil todo. De acordo com as investigações, um amigo da adolescente de 17 anos repassou a foto em uma mensagem privada numa rede social, ele confirmou que a captação da imagem ocorreu durante uma conversa dele com Giana pelo Skype (Skype é um software que permite conversar, filmar, e trasmitir arquivo), ele pediu a ela que mostrasse os seios, e nesse momento, gravou a imagemn em formato de foto, e em seguida foi essa foto repassada para outros quatro amigos, que pelo whatsapp repassaram para milhares de pessoas. O adolescente foi denunciado pelo artigo 241 – A do Estatuto da Criança e Adolescente que diz: 
 Art. 241-A. Oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, distribuir, publicar ou divulgar por qualquer meio, inclusive por meio de sistema de informática ou telemático, fotografia, vídeo ou outro registro que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente.
 Pena - reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.
Mas a polícia considerou que não houve elementos suficientes para indiciar os acusados por indução ao suicídio e o ministério público pediu o arquivamento do caso.
3.1 PRINCIPAIS VÍTIMAS
E mais uma vez as principais vítimas são as mulheres, nos casos de crime contra a honra, de cunho sexual na internet, quando fotos e vídeos caem na rede as mulheres são taxadas como: “biscate, puta, garota de programa, vagabunda”. São inúmeras ofensas e humilhações, já o homem sai com fama de garanhão ou pegador.
Os casos na maioria das vezes são provocados por ex companheiros que não aceitaram o término do relacionamento, como uma forma de vingança ou até de despeito, eles procuram um jeito de atingir a integridade física, moral e psicológica da ex companheira.
Contudo surge a grande polêmica, a vítima permitiu que fosse fotografada ou filmada em situações íntimas. Mas mesmo assim não é permitido a ninguém divulgar tal conteúdo.
De acordo com uma pesquisa realizada pela ONG Safernet Brasil, entidade que monitora crimes e violações dos direitos humanos na internet, em parceria com a Polícia Federal (PF) e o Ministério Público (MP), mostra que, em 2013 a Safernet atendeu 101 casos de pessoas que tiveram a intimidade exposta indevidamente na web. O número mais que dobrou em relação a 2012, e o número de atendimentos psicológicos on-line oferecidos pela ONG Safernet Brasil aumentaram, as vítimas pediram ajuda e denunciaram o uso de a veiculação indevida e sem autorização de fotografias, vídeos e conversas com conteúdo erótico ou pornográfico.
Também a Safernet em 2013 em parceria com a operadora de telecomunicações GVT, mostrou que 20% de 2.834 jovens brasileiros entrevistados afirmaram ter recebido conteúdos de "nude selfie" e "sexting". E que 6% deles reenviaram essas imagens para outras pessoas.
Perfil das vítimas de 'nude selfie' e 'sexting' no levantamento da Safernet:
	Gênero:
	
	Feminino
	77,14%
	Masculino
	22,86%
	Faixa Etária:
	7,14%
	10-12 anos
	7,14%
	13-15 anos
	35,71%
	16-17 anos
	17,86%
	18-25 anos
	32,14%
	Acima de 25 anos
	7,15%
Como pode se notar a pesquisa revela que garotas de 13 a 15 anos representam a maioria das vítimas de "nude selfie" e "sexting" que buscam ajuda psicológica.
Para a psicóloga Juliana Cunha, da Safernet, isso tudo é uma maneira dos jovens e adolescente encontraram nos smartphones para expressar sua sexualidade, através do “nude selfie” e o “sexting” como um jogo sexual que mostra uma prova de cumplicidade e intimidade com o parceiro.
3.2. - PROBLEMAS QUE A VITÍMA ENFRENTA
Os tempos são outros, se antes a vítima comparecia à polícia ou a um escritório de advocacia com cópias das postagens, hoje comparece informando que “ouviu dizer” que em algum no WhatsApp suas fotos ou vídeos em situações intimas está circulando. 
Esse é o grande agravante a mensagem com conteúdo proibido corre de celular para celular, ponto a ponto, e é postado em grupos que se quer a vítima faz parte ou conhece, sendo que muitas vezes não tem como especificar o “ local” em que o conteúdo foi compartilhado dentro do serviço, precisamente “qual celular realizou a postagem inicial”.
Além disso, outro problema é que qualquer pessoa pode se cadastrar no WhatsApp com um número de celular “chip’ que pode não ser cadastrado no nome dele, ou não possui mais número, porque o aplicativo para ser instalado só pede o número de telefone, e como para se adquirir um número telefone e utilizá-lo é necessário somente para o cadastro o número do CPF que muitas vezes é usado de outra pessoa.
E quando a vítima chega no judiciário a situação é ainda mais complicada, ocorre que o WhatsAppdeclara em seus termos de uso está sob a lei da Califórnia, ao tratar de informações aos brasileiros, mas já “lei n° 12.965/2014 do Marco Civil da Internet” que regula o uso da internet no Brasil, por meio da previsão de princípios, garantias, direitos e deveres para quem usa a rede, bem como da determinação de diretrizes para atuação do Estado, diz que está obrigada a guardar os registros de acesso a aplicação por 6 (seis) meses.
Mas este ano em 05 de abril, o serviço de mensagens WhatsApp fez uma atualização do aplicativo que permite criptografar integralmente todas as comunicações, incluindo mensagens de voz, texto, foto e vídeos.
A criação da criptografia que é chamada de “ponta a ponta”, porque ela faz com que as mensagens sejam embaralhadas ao deixar o telefone celular da pessoa que está enviando e só conseguem ser decodificadas no telefone de quem as recebe, ou seja, quando você manda uma mensagem, a única que pode vê-la é a pessoa ou grupo para quem você a enviou, ninguém pode entrar dentro das mensagens, nem os cibercriminosos, hackers, e a própria empresa dona do aplicativo.
4. CRIMES COMETIDOS
Ocorre a prática dos chamados crimes contra a honra que atentam a honra subjetiva e objetiva, seja prejudicando a dignidade pessoal ou a fama profissional, retirando do indivíduo seu direito ao respeito pessoal.
São crimes cometidos utilizando qualquer meio de comunicação que faça transmitir uma ofensa. Casos de divulgação ou compartilhamento de fotos ou vídeos íntimos no WhatsApp, seja tanto para quem fez a divulgação, ou seja, a postagem inicial, e para quem compartilha sem autorização fazendo que haja um aumento de exposição negativa e de ofensa contra o indivíduo, ambos podem responder pelo crime de difamação – quando se expõe a pessoa a um constrangimento ou se mancha sua imagem perante ao público, e pelo crime de injúria – quando uma pessoa sofre “ cyberbullyng”.
Todos tipificados no Código Penal :
Difamação:
Art. 139 - Difamar alguém, imputando-lhe fato ofensivo à sua reputação:
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
Injuria:
Art. 140 - Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro:
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
§ 1º - O juiz pode deixar de aplicar a pena:
I - quando o ofendido, de forma reprovável, provocou diretamente a injúria;
II - no caso de retorsão imediata, que consista em outra injúria.
§ 2º - Se a injúria consiste em violência ou vias de fato, que, por sua natureza ou pelo meio empregado, se considerem aviltantes:
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa, além da pena correspondente à violência.
§ 3º Se a injúria consiste na utilização de elementos referentes a raça, cor, etnia, religião ou origem: (Incluído pela Lei nº 9.459, de 1997)
§ 3o Se a injúria consiste na utilização de elementos referentes a raça, cor, etnia, religião, origem ou a condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência: (Redação dada pela Lei nº 10.741, de 2003)
Pena - reclusão de um a três anos e multa. (Incluído pela Lei nº 9.459, de 1997).
E nos casos em que o crime envolva criança ou adolescente, está tipificado no Estatuto da Criança e Adolescente em seu artigo: 
Art. 241. Vender ou expor à venda fotografia, vídeo ou outro registro que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente: (Redação dada pela Lei nº 11.829, de 2008)
Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 11.829, de 2008)
Art. 241-A. Oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, distribuir, publicar ou divulgar por qualquer meio, inclusive por meio de sistema de informática ou telemático, fotografia, vídeo ou outro registro que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente. Pena - reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
§ 1o Nas mesmas penas incorre quem:
I - assegura os meios ou serviços para o armazenamento das fotografias, cenas ou imagens de que trata o caput deste artigo;
II - assegura, por qualquer meio, o acesso por rede de computadores às fotografias, cenas ou imagens de que trata o caput deste artigo;
§ 2o As condutas tipificadas nos incisos I e II do § 1o deste artigo são puníveis quando o responsável legal pela prestação do serviço, oficialmente notificado, deixa de desabilitar o acesso ao conteúdo ilícito de que trata o caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
Art. 241-B. Adquirir, possuir ou armazenar, por qualquer meio, fotografia, vídeo ou outra forma de registro que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
§ 1o A pena é diminuída de 1 (um) a 2/3 (dois terços) se de pequena quantidade o material a que se refere o caput deste artigo.
§ 2o Não há crime se a posse ou o armazenamento tem a finalidade de comunicar às autoridades competentes a ocorrência das condutas descritas nos arts. 240, 241, 241-A e 241-C desta Lei, quando a comunicação for feita por:
I - agente público no exercício de suas funções;
II - membro de entidade, legalmente constituída, que inclua, entre suas finalidades institucionais, o recebimento, o processamento e o encaminhamento de notícia dos crimes referidos neste parágrafo;
III - representante legal e funcionários responsáveis de provedor de acesso ou serviço prestado por meio de rede de computadores, até o recebimento do material relativo à notícia feita à autoridade policial, ao Ministério Público ou ao Poder Judiciário.
§ 3o As pessoas referidas no § 2o deste artigo deverão manter sob sigilo o material ilícito referido. (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
Art. 241-C. Simular a participação de criança ou adolescente em cena de sexo explícito ou pornográfica por meio de adulteração, montagem ou modificação de fotografia, vídeo ou qualquer outra forma de representação visual:
Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.
Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas quem vende, expõe à venda, disponibiliza, distribui, pública ou divulga por qualquer meio, adquire, possui ou armazena o material produzido na forma do caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
Art. 241-D. Aliciar, assediar, instigar ou constranger, por qualquer meio de comunicação, criança, com o fim de com ela praticar ato libidinoso:
Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre quem
I - facilita ou induz o acesso à criança de material contendo cena de sexo explícito ou pornográfica com o fim de com ela praticar ato libidinoso
II - pratica as condutas descritas no caput deste artigo com o fim de induzir criança a se exibir de forma pornográfica ou sexualmente explícita. (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
Art. 241-E. Para efeito dos crimes previstos nesta Lei, a expressão “cena de sexo explícito ou pornográfica” compreende qualquer situação que envolva criança ou adolescente em atividades sexuais explícitas, reais ou simuladas, ou exibição dos órgãos genitais de uma criança ou adolescente para fins primordialmente sexuais. (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008).
 Todavia o simples fato do uso indevido de imagem, seja ela qual for, de cunho sexual ou não, postar fotos de terceiros sem autorização pode levar a processo, direito prescrito na Constituição Federal : 
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
 X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação.Portanto há responsabilidade jurídica tanto na esfera criminal quanto na cível, existindo dois processos o criminal para condenação da autoria do crime e o cível para reparação dos danos materiais e morais.
 De acordo com o código civil: 
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.
 Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem.
 No entanto ocorre que os responsáveis por compartilhar as informações são punidos apenas com indenizações, mas isso depende de cada caso, porque deve ser analisado pela polícia para saber se quem compartilhou teve o dolo (intenção) ou não, a pessoa acusada de compartilhar pode alegar que divulgou o vídeo ou foto com a intenção de mobilizar a sociedade contra casos semelhantes, e também com a intenção de denunciar. Mas tudo depende da decisão do juiz. 
 O que acontece na hora da sentença é que como os crimes tem a pena pequena de até um ano quando é por difamação ou injuria até 6 meses de detenção ou multa, a pessoa identificada como quem disponibilizou o conteúdo, e os que compartilhou, aceitam o pagamento de cestas básicas, algo nesse sentido, não sofrendo pena de reclusão.
5. JUSTIÇA BRASILEIRA X WHATSAPP
A legislação brasileira está sendo descumprida por parte da empresa facebook que é a dona do aplicativo WhatsApp, sobre o argumento de que têm sede no exterior, só cumprem legislação de seus países, o que está gerando um enorme prejuízo nas investigações dos crimes praticados pela internet.
O problema é que a empresa não fornece os dados para o judiciário brasileiro investigar os crimes cometidos pelo WhatsApp.
Mas de acordo coma lei n° 12.965/14 do Marco Civil que trata da proteção da privacidade dos usuários e estabelece que a prestação de serviço a cidadãos brasileiros deve seguir as leis nacionais, e com respaldo no decreto 8.771/16, que regulamenta a norma, deixa claro que tal obrigação também se refere a transmissão de dados às autoridades brasileiras sempre que requisitados, e não precisando de cooperação jurídica internacional, sempre observar a lei processual brasileira.
De acordo com o Ministério Público e o Conselho Nacional de Procuradores tentaram negociar com a empresa, mas não obteve êxito. O Ministério Público afirma que as empresas de aplicativos de internet não colaboram de forma eletiva nem manifestaram real disposição para negociar o fornecimento imediato de dados a determinados por ordem judicial, ou seja, o serviço por elas prestados no país é inadequado, o que gera enorme prejuízo e impunidade para quem pratica os crimes pelo aplicativo.
A lei do Marco Civil em seus artigos 10° a 12° e o artigo 5°, inciso XXXV da Constituição Federal, estabelece que a prestação de serviços de internet a cidadãos brasileiros devem seguir as leis nacionais, para ter efetividade das decisões judiciais e proteger os cidadãos.
Art. 10.  A guarda e a disponibilização dos registros de conexão e de acesso a aplicações de internet de que trata esta Lei, bem como de dados pessoais e do conteúdo de comunicações privadas, devem atender à preservação da intimidade, da vida privada, da honra e da imagem das partes direta ou indiretamente envolvidas.
§ 1o O provedor responsável pela guarda somente será obrigado a disponibilizar os registros mencionados no caput, de forma autônoma ou associados a dados pessoais ou a outras informações que possam contribuir para a identificação do usuário ou do terminal, mediante ordem judicial, na forma do disposto na Seção IV deste Capítulo, respeitado o disposto no art. 7o.
§ 2o O conteúdo das comunicações privadas somente poderá ser disponibilizado mediante ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer, respeitado o disposto nos incisos II e III do art. 7o.
§ 3o O disposto no caput não impede o acesso aos dados cadastrais que informem qualificação pessoal, filiação e endereço, na forma da lei, pelas autoridades administrativas que detenham competência legal para a sua requisição.
§ 4o As medidas e os procedimentos de segurança e de sigilo devem ser informados pelo responsável pela provisão de serviços de forma clara e atender a padrões definidos em regulamento, respeitado seu direito de confidencialidade quanto a segredos empresariais.
Art. 11.  Em qualquer operação de coleta, armazenamento, guarda e tratamento de registros, de dados pessoais ou de comunicações por provedores de conexão e de aplicações de internet em que pelo menos um desses atos ocorra em território nacional, deverão ser obrigatoriamente respeitados a legislação brasileira e os direitos à privacidade, à proteção dos dados pessoais e ao sigilo das comunicações privadas e dos registros.
§ 1o O disposto no caput aplica-se aos dados coletados em território nacional e ao conteúdo das comunicações, desde que pelo menos um dos terminais esteja localizado no Brasil.
§ 2o O disposto no caput aplica-se mesmo que as atividades sejam realizadas por pessoa jurídica sediada no exterior, desde que oferte serviço ao público brasileiro ou pelo menos uma integrante do mesmo grupo econômico possua estabelecimento no Brasil.
§ 3o Os provedores de conexão e de aplicações de internet deverão prestar, na forma da regulamentação, informações que permitam a verificação quanto ao cumprimento da legislação brasileira referente à coleta, à guarda, ao armazenamento ou ao tratamento de dados, bem como quanto ao respeito à privacidade e ao sigilo de comunicações.
§ 4o Decreto regulamentará o procedimento para apuração e infrações ao disposto neste artigo.
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
 XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito;
Outro grande problema é a questão do armazenamento dos registros no aplicativo, acontece que a empresa se nega a guardar os registros de acesso.
Isso ocorre porque o aplicativo criou a chamada “criptografia” de “ponta a ponta” em maio de 2016, para garantir a segurança do uso do aplicativo. 
A criptografia faz com que as mensagens sejam embaralhadas ao deixar o telefone da pessoa que as enviou e só conseguem ser decodificadas no telefone de quem as recebe. Isso significa que a mensagem enviada só poderá ser vista pela pessoa ou grupo para quem foi enviada, ninguém pode olhar dentro das mensagens, nem cibercriminosos, hackers e nem mesmo a própria empresa dona do aplicativo.
Eles criaram a criptografia para garantir a segurança de seus usuários, para não ter seu aplicativo invadido por hackers, e de acordo com a análise de Gabriel Alexo, pesquisador de criptografia do ITS-RIO, só quatro ou cinco governos do mundo talvez consigam quebrar a criptagrafia que o WhatsApp implementou.
Para Aleixo:
“Cada mensagem enviada no aplicativo seja de texto, vídeo, foto ou áudio é criptografado usando uma única chave, e mesmo que uma pessoa ou empresa quebre essa chave e leia uma mensagem, não conseguiria ler a outra, mesmo que esteja na mesma conversa. ” 
Mais uma vez á legislação brasileira é descumprida, o artigo 11° do Marco Civil da Internet determina que as empresas que prestam serviço no Brasil, ainda que não possua filiais no Brasil, devem observar a lei brasileira quanto aos procedimentos de coleta, armazenagem, guarda ou tratamento de dados de registro, dados pessoais ou dados de comunicações.
E também a Lei do Marco Civil da Internet em seu:“Art. 15. O provedor de aplicações de internet constituído na forma de pessoa jurídica e que exerça essa atividade de forma organizada, profissionalmente e com fins econômicos deverá manter os respectivos registros de acesso a aplicações de internet, sob sigilo, em ambiente controlado e de segurança, pelo prazo de 6 (seis) meses, nos termos do regulamento.”
Diante da análise conclui-se que o provedor de aplicações de internet tem a obrigação de manter os registros de acesso por um período legal, e a situação do WhatsApp é que ele não armazena nada em nenhum período, acarretando dificuldades e inviabilizando a responsabilização cível e criminal de autores de atos ilícitos na internet.
Entretanto ao invés da empresa colaborar com o judiciário brasileiro, está complicando e dificultando mais ainda as investigações que dependem de dados do aplicativo.
E como a própria empresa diz que não tem acesso aos registros, vem usando isso como argumento para se esquivar da obrigação de fornecer registros de comunicação, dados armazenadas.
5.1 SANÇÕES
A justiça brasileira diante dessa dificuldade que se apresenta para cumprimento de ordens judiciais do WhatsApp, o aplicativo já foi bloqueado no país quatro vezes.
O primeiro bloqueio se deu em 25 de fevereiro de 2015, o juiz Luiz de Moura Correia determinou que a polícia civil do Piauí cumprisse a decisão de tirar o WhatsApp do ar por não colaborar com as investigações de um processo que corre em segredo de justiça desde de 2013, que envolvem crianças e adolescentes.
E antes que a medida fosse cumprida, o desembargador Raimundo Nonato da Costa Celemar, do Tribunal de Justiça do Piauí, caçou o mandado no dia seguinte, sob a alegação de que a ordem afetaria “milhões de pessoas”, tudo por causa de uma investigação local.
O segundo bloqueio aconteceu 10 meses depois da tentativa do primeiro em 16 de dezembro de 2015, o aplicativo WhatsApp ficou sem funcionar no Brasil por 12 (doze) horas, a decisão saiu da 1° Vara Criminal de São Bernardo do Campo – SP, determinou às operadoras de telefonia móvel o bloqueio total do aplicativo WhatsApp, pelo período de 48 (quarenta e oito) horas em todo o país. Tudo pelo mesmo motivo anterior, o WhatsApp não atendeu a uma determinação judicial de 23 de julho de 2015, e em 07 de agosto de 2015 a em presa foi novamente notificada, de um processo criminal que corre em segredo de justiça, sob pena de fixação de multa em caso de não cumprimento, e mesmo assim a empresa não atendeu a determinação judicial, e foi bloqueada pelo prazo de 48 horas a pedido do Ministério Público, com base na lei do marco civil da internet.
O terceiro bloqueio foi por determinação da justiça de Sergipe por 72 horas em 02 de maio de 2016, a decisão foi do juiz Marcel Maia Montalvão, da Vara Criminal de Largato – SE, foi bloqueado a pedido de medida cautelar da Policia Federal. A causa foi porque o facebook que é do dono do WhatsApp não cumpriu uma decisão judicial anterior de compartilhar informações que subsidiaram uma investigação criminal de apreensão de drogas na cidade de Largato, a 75 Km de Aracaju, o juiz pediu que a empresa informasse o nome dos usuários de uma conta no WhatsApp em que informações de drogas eram trocadas.
Antes que a medida de bloquear o aplicativo fosse tomada o vice-presidente da rede social Facebook da América Latina Diego Dzodan tinha sido preso em 01 de março de 2016, porque a empresa Facebook não forneceu os dados para investigações de tráfico de drogas. Como a prisão do vice-presidente do Facebook não surgiu efeitos foi pedido o bloqueio do aplicativo WhatsApp. 
Quarto e último bloqueio foi a pedido da justiça do Rio de Janeiro da 2ª Vara Criminal de Duque de Caxias pela Juíza Daniella Barbosa Assumpção de Souza. Tudo se deu pelo motivo de sempre o dono do Facebook se recusar a cumprir a decisão judicial e fornecer informações para uma investigação policial, o famoso caso do estupro coletivo no Rio de Janeiro que chocou o Brasil. O caso envolveu uma jovem de 16 anos que foi estuprada por 33 homens e estava dopada sob efeitos de álcool e drogas. Foi feito um vídeo com gravações do crime, com a vítima nua e desacordada, foi postado em redes sociais.
A decisão do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro de bloquear o aplicativo foi derrubada pelo ministro Lewandowsk que entendeu que a decisão da juíza foi desproporcional, porque deixou milhões de brasileiros sem o meio de comunicação.
 Já em 27 de julho de 2016 a Justiça Federal do Amazonas autorizou o bloqueio de R$ 38 milhões do Facebook em razão do descumprimento de uma decisão judicial que determinava a quebra de sigilo de mensagens trocadas por meio do whatsapp para investigação criminal.
 O bloqueio do WhatsApp é uma medida subsidiaria a ser adotada quando outras sanções capazes de inibir o descumprimento das ordens judiciais, como por exemplo: advertências, multas e bloqueio de contas bancárias dessas empresas não forem suficientes para fazer cumprir a legislação vigente.
Tudo está previsto na lei do Marco Civil da internet em:
“Art. 12.  Sem prejuízo das demais sanções cíveis, criminais ou administrativas, as infrações às normas previstas nos arts. 10 e 11 ficam sujeitas, conforme o caso, às seguintes sanções, aplicadas de forma isolada ou cumulativa:
 I - advertência, com indicação de prazo para adoção de medidas corretivas;
 II - multa de até 10% (dez por cento) do faturamento do grupo econômico no Brasil no seu último exercício, excluídos os tributos, considerados a condição econômica do infrator e o princípio da proporcionalidade entre a gravidade da falta e a intensidade da sanção;
 III - suspensão temporária das atividades que envolvam os atos previstos no art. 11; ou
 IV - proibição de exercício  das  atividades  que  envolvam os atos previstos no art. 11.
 Parágrafo único.  Tratando-se de empresa estrangeira, responde solidariamente pelo pagamento da multa de que trata o caput sua filial, sucursal, escritório ou estabelecimento situado no País.
5.2 REPERCUSSÕES
Todavia a suspensão na forma de sanção aplicada na empresa dona do aplicativo Whatsapp gera enorme repercussão tanto para especialistas em tecnologia, no Poder Judiciário e cidadãos que todas asa vezes são contra o bloqueio do aplicativo e a favor de derrubar as decisões de suspensão sob o motivo que prejudica milhões de brasileiros que dependem do aplicativo para trabalhar.
De acordo com o entendimento do diretor executivo do SINDITELEBRASIL - Sindicato Nacional das Empresas de Telefonia e de Serviço Móvel Celular e Pessoal Eduardo Levy. Essa ação de bloqueio prejudica o consumidor e afeta milhões de usuários da noite para o dia em todo o Brasil, sob a alegação que não dá tempo de comunicar os clientes do bloqueio, que acabam achando que o problema é com a operadora.
Já o presidente da agencia nacional de telecomunicações (ANATEL), João Rezende entende que o bloqueio não é a solução. Pois prejudica milhões de usuários e é uma medida desproporcional como sanção para o aplicativo WhatsApp.
E os cidadãos brasileiros entendem que a decisão é equivocada, pois prejudica principalmente a população do país inteiro, que utiliza o aplicativo para trabalhar. E a pena de multa seria a mais adequada, pois atinge apenas o alvo. 
E alguns projetos de leis que estão sendo elaborados por ministros da justiça, deputados e senadores.
 O Ministro da Justiça Alexandre de Moraes para regulamentar o acesso a informações de aplicativos como Whatsapp elaborou proposta que visa possibilitar o acesso a dados necessários a investigações policiais, dessa forma, evitar que eventuais bloqueios do aplicativo por decisões judiciais.
O Ministro defende que as empresas estrangeiras que fornecem os serviços de troca de informações entre usuários tenham sede no Brasil e tecnologia para fornecer quando necessários dados requisitados por autoridades policiais e judicias.
No congresso nacional tem duas propostas em tramitação, mas sem previsão de votação dasmatérias tanto na câmara quanto no senado.
Na câmara o projeto de lei que proíbe o judiciário de conceder medidas cautelares ou outras decisões que bloqueiam o acesso ao aplicativo de troca de mensagens como WhatsApp, proposta essa apresentada pelo Deputado Arthur Maia (PPS-BA). Podendo ser votado esse ano ainda.
E no senado, a autoridade, o Senhor Senador José Medeiros (PSD-MT), apresentou um projeto semelhante que proíbe a suspensão ou interrupção de aplicativos de internet como medida coercitiva em investigação criminal ou processo judicial cível ou penal, E também pode ser votado até o final do ano.
As autoridades competentes parecem ignorar os crimes que são praticados e que estão aumentando cada vez mais, como os crimes de maior gravidade, informações de tráfico de drogas, sequestros, terrorismo e roubo. Todos são contra o bloqueio do aplicativo como pena, dessa forma o problema continuará persistindo toda vez que o judiciário precisar de informações do aplicativo para fins de investigações. Pois sabem da dificuldade do judiciário para obter provas.
 
6. LEGISLAÇÃO BRASILEIRA E O CYBERCRIME
6.1. – LEI N° 12.737/12 – INVAÇÃO DE PRIVACIDADE
 Essa é a famosa lei Carolina Dieckmann que foi elaborada justamente quando fotos em momentos íntimos da atriz Carolina Dieckmann foram furtadas de seu computador pessoal.
 A Lei Carolina Dieckman, como ficou conhecida, Lei Brasileira 12.737/2012, sancionada em 2 de dezembro de 2012 pela Presidente Dilma Rousseff, que promoveu alterações no Código Penal Brasileiro (Decreto-Lei 2.848 de 7 de dezembro de 1940), tipificando os chamados delitos ou crimes informáticos. A legislação é oriunda do Projeto de Lei 2793/2011, apresentado em 29 de novembro de 2011, pelo Deputado Paulo Teixeira (PT-SP), que tramitou em regime de urgência e em tempo "recorde" no Congresso Nacional. 
 A repercussão do caso foi tão grande que a nova lei ganhou o nome da atriz antes mesmo do ser publicada e sancionada. Então a atriz vitimada abraçou a causa e acabou cedendo seu nome que agora está vinculado a nova lei.
 Os delitos previstos na Lei Carolina Dieckmann são:
1) Art. 154-A - Invasão de dispositivo informático alheio, conectado ou não à rede de computadores, mediante violação indevida de mecanismo de segurança e com o fim de obter, adulterar ou destruir dados ou informações sem autorização expressa ou tácita do titular do dispositivo ou instalar vulnerabilidades para obter vantagem ilícita. Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa.
2) Art. 266 - Interrupção ou perturbação de serviço telegráfico, telefônico, informático, telemático ou de informação de utilidade pública - Pena - detenção, de um a três anos, e multa.
3) Art. 298 - Falsificação de documento particular/cartão - Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa.
6.2. LEI N° 12.965/14 – MARCO CIVIL
 A lei n° 12.965/14 tem por objetivo regularizar o uso da internet e garantir que direitos e deveres aos usuários, empresas e governos na web sejam cumpridos.
 O projeto surgiu em 2009 e foi aprovado na Câmara dos Deputados em 25 de março de 2014 e no Senado Federal em 23 de abril de 2014, sendo sancionada logo depois pela Presidente Dilma Rousseff. Ele ganhou uma enorme força quando foram descobertas as práticas de espionagem usada pelo governo americano contra o Brasil e outros países.
 A lei foi criada pelo Deputado Federal Alessandro Medon (PT-RJ), que trata primeiramente da privacidade, vigilância na web, internet livre, dados pessoais, fim do marketing dirigido liberdade de expressão, conteúdo ilegal e armazenamento de dados.
 A criação da lei, que já foi elogiada pela ONU e pelo próprio criador da internet Tim Barnes que disse que a lei pode se tornar um importante mecanismo de defesa contra danos a privacidade dos internautas, além de garantir também que cada um tenha responsabilidade por aquilo que publica e compartilha.
 O projeto surgiu em 2009 e foi aprovado na câmara dos deputados em 25 de março de 2014 e no senado federal em 13 de abril de 2014, sendo logo sancionada pela Presidente Dilma Rouseff.
 A lei conta com 32 (trinta e dois) artigos, divididos em 5 capítulos: disposições gerais, dos direitos e garantias dos usuários, da previsão de conexão e aplicações da internet, da atuação do poder público e disposições finais.
 7 . COMPETÊNCIA NOS CRIMES CONTRA A HONRA
 Ressaltando primeiramente a falta de legislação nacional envolvendo os crimes virtuais, usam-se as leis processuais penais, que ao mesmo tempo não acompanha o ritmo acelerado das inovações tecnológicas.
 O Código de Processo Penal trata em seu artigo nº 70 a teoria do resultado que define a competência pelo local em que se consumar a infração ou, no caso da tentativa pelo lugar em que foi praticado o último ato da execução.
 Já a lei nº 9.099/95 dos juizados especiais civis e criminais adota a teoria da atividade que entende como competente o foro do local onde se encontra o responsável pela publicação das ofensas. Dispõe em seu artigo regulamentando as infrações de menor potencial ofensivo a competência rege-se pelo local que foi praticado a infração penal. Mas diante da dificuldade de encontrar o local em que foi praticada a infração ou mesmo onde se verificou o resultado dos delitos virtuais.
 Para analisar a competência dos delitos virtuais dos delitos virtuais divide-se em dois aspectos:
Quando ao crime analisado importar em pena máxima não superior a dois anos, incidira a lei dos juizados especiais.
Na sequência quando o crime contra a honra a pena for superior a limite de dois anos, aplica-se á do código penal.
 Nos crimes contra a honra que a pena máxima de dois anos for extrapolada a solução do problema é o local, de acordo com o acordão oriundo do TJ-PR no qual restou assentado que:
“(...) nos crimes cometidos via internet a jurisprudência já se manifestou no sentido de que o local consumativo é onde são recebidas as mensagens eletrônicas. ”
 Mas com a adoção desse entendimento cria uma regra de competência inexistente no ordenamento jurídico pátrio, eis que a consumação dos crimes contra a honra, excluindo em relação ao delito de injúria, cuja consumação ocorre com a ciência da vítima, ocasionando alterações da regra nos procedimentos aos crimes de calúnia e difamação por causa do transferimento para o local de recebimento das mensagens eletrônicas.
8. PROJETO DE LEI N° 6630/01
 O Deputado Federal Romário (PSB-RJ) apresentou uma proposta que visa tornar crime a divulgação de material intimo na internet.
 Para ele essa prática de crime está aumentando cada vez mais e fazendo mais vítimas, sendo as principais vítimas as mulheres e adolescentes, a lei brasileira não está acompanhando esse crescimento, deixando de aplicar uma pena justa para combater esse tipo de crime.
 O projeto de lei n° 6630 de 2013 prevê pena de até três anos de detenção, além de ser obrigado a indenizar a vítima por todas as despesas decorrentes das consequências de ter sua intimidade exposta, tais como: mudança de domicilio, de instituição de ensino, tratamentos médicos e psicológicos, perda de emprego.
 O deputado argumenta que a maioria dos casos de propagação de fotos e vídeos íntimos foi motivado por ex parceiros que não aceitam o fim do relacionamento.

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