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UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP CURSO SUPERIOR TÉCNICO EM GESTÃO PÚBLICA PAULO HENRIQUE RAMOS DA SILVA RA: 1856949 PROJETO INTEGRADO MULTIDISCIPLINAR VII PREFEITURA MUNICIPAL DE PALMAS-TO PALMAS 2019 CURSO SUPERIOR TÉCNICO EM GESTÃO PÚBLICA PROJETO INTEGRADO MULTIDISCIPLINAR VII PREFEITURA MUNICIPAL DE PALMAS-TO Aluno: Paulo Henrique Ramos da Silva RA: 1856949 Projeto Integrado Multidisciplinar VII para obtenção do título de Tecnólogo em Gestão Pública apresentado à Universidade Paulista - UNIP PALMAS 2019 RESUMO O presente Projeto Integrado Multidisciplinar tem por objetivo aplicar os conhecimentos adquiridos nas disciplinas estudadas. Estudaremos uma Prefeitura de uma capital do norte – Palmas -TO a qual possui área de 2.219 km² e população estimada em 2010 era de 217.056 habitantes. Analisaremos como é feita a Captação e o Gerenciamento dos Recursos da entidade, e como é feito o planejamento desses recursos, passamos então a analisar como ela Controla e Audita o uso desses Recursos Públicos e em seguida como lida com questões de Desenvolvimento Sustentável. Palavras chave: Captação de Recursos. Gerenciamento de Recursos. Gestão Pública. Auditorias Públicas. Desenvolvimento Sustentável. ABSTRACT The present Multidisciplinary Integrated Project aims to apply the knowledge acquired in the subjects studied. We will study a City Hall of a northern capital - Palmas -TO which has an area of 2,219 km² and estimated population in 2010 was 217,056 inhabitants. We will look at how the entity's Fundraising and Management is done, and how these resources are planned, and then we look at how it controls and audits the use of these Public Resources and then how it deals with Sustainable Development issues. Keywords: Fundraising. Resource Management. Public Management. Public Audits. Sustainable development. SUMÁRIO 1.INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 5 2.CAPTAÇÃO E GERENCIAMENTO DE RECURSOS .............................................. 8 2.1.A IMPORTÂNCIA DA GESTÃO DE PROJETOS NA CAPTAÇÃO DE RECURSOS PARA A ADMINISTRAÇÃO MUNICIPAL ........................................... 9 3.CONTROLE E AUDITORIA PÚBLICA ................................................................... 11 4.DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL ................................................................. 13 4.1.O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL NO ÂMBITO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ................................................................................................................ 15 5.CITAÇÕES E REFERÊNCIAS ............................................................................... 18 5 1.INTRODUÇÃO Este Projeto Integrado Multidisciplinar tem por objetivo analisar uma Prefeitura de uma cidade do Centro do Tocantins, sob a ótica dos aspectos de Captação e Gerenciamento de Recursos, Controle e Auditoria Pública e Desenvolvimento Sustentável; baseando-se nos conceitos estudados das disciplinas a que se referem. A cidade possui área de área de 817.727 km² e população estimada em 2010 era de 217.056 habitantes. Sua estrutura é composta por dez secretarias, um órgão, uma empresa pública e uma autarquia. A análise da instituição se baseará nos conceitos das disciplinas estudadas e contemplará: Captação e Gerenciamento de Recursos, a análise visa identificar a principal fonte de entrada de recursos e como é feito o planejamento orçamentário e estratégico; Controle e Auditoria Pública, onde identificaremos como órgão de controle está estruturado, quais os principais modelos de auditoria adotados e os métodos utilizados. Desenvolvimento Sustentável que visa demonstrar como a entidade lida com os aspectos sociais e ambientais. A análise pretende evidenciar como é realizada a captação de recursos, como é feito o planejamento dos recursos da entidade e como é feito o controle do uso desses recursos, em seguida, se existe preocupação com o desenvolvimento sustentável na utilização deles. Também, na conclusão faremos sugestões para mitigar alguns dos problemas encontrados. 6 Figura 1 Prefeitura Municipal de Palmas-TO 7 Figura 2 Bandeira de Palmas-TO 8 2.CAPTAÇÃO E GERENCIAMENTO DE RECURSOS Por se tratar de uma entidade classificada como Poder Executivo o seu planejamento orçamentário é feito por meio do Orçamento-Programa que se compõe da tríade PPA – Plano Plurianual, LDO – Lei das diretrizes Orçamentárias, LOA – Lei do Orçamento Anual por meio da qual a entidade estima as suas receitas e fixa as suas despesas. “O orçamento, no Brasil, passou por muitas mudanças. Saiu de um modelo tradicional, que se pautava pela agregação de valores nos objetos de gastos, distribuídos em itens de despesa que eram executados por unidades administrativas. Posteriormente evoluiu para o Orçamento de Desempenho cujo objetivo era a avaliação não somente dos gastos realizados, mas também dos resultados produzidos. A seguir, veio o Orçamento Base Zero que se caracterizava, a cada novo período, pela reavaliação das necessidades e despesas, como se o orçamento anterior não existisse, ou seja, ele partia de uma base zero de informação e criava um novo orçamento. Deste processo evolutivo, que aqui resumimos em poucas palavras, chegamos ao Orçamento – Programa que é o atual modelo utilizado no Brasil, para os orçamentos da União, Estados, Distrito Federal e Municípios.” (SCHENEIDER, 2013,p 63- 64 ) Concomitante e de acordo com as peças orçamentárias legais, a entidade também elabora um planejamento estratégico, onde o prefeito estabelece suas metas e prioridades. Os secretários, diretores, chefes e demais servidores envolvidos na área desmembram essas metas em atividades com prazos definidos. As atividades possuem indicadores de realização e um responsável. As metas definidas compõem o caderno anual de metas. Esse planejamento abrange três os níveis de atuação da seguinte maneira: I. Nível Estratégico: Neste nível está o planejamento macro e a definição das metas e das políticas públicas que estão envolvidas nelas. De acordo com quais realidades são atendidas / modificadas pela meta. Neste nível estão os Secretários municipais e próprio Prefeito. II. Nível Tático: Este nível estabelece indicadores de desempenho para as atividades descritas no nível operacional e as formas de mensurá-los. Também acompanha o desenvolvimento das atividades e cobra os resultados 9 necessários para que a meta seja atingida. Neste nível estão os Diretores da Divisão. III. Nível Operacional: Neste nível é extremamente micro. Aqui as metas são desmembradas em atividades necessárias para alcançar os objetivos, além disso, são descritos os modos de executaras atividades. Aqui também se estabelece responsáveis diretos por cada atividade. Este nível é composto pelos Chefes de Setor e pelos demais servidores do município. A principal fonte de obtenção de recursos da entidade, ouseja, de Receitas Públicas, é sem dúvida a arrecadação de receitas correntes de origem tributária. Os tributos com valores mais significativos são o IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) e ITR (Imposto Territorial Rural). Porém a entidade também recebe recursos oriundos das Transferências Constitucionais como: Fundo de Participação dos Estados e do Distrito federal (FEP), Fundo de Participação dos Municípios (FPM), Contribuições de Intervenção no Domínio Econômico. A prefeitura também arrecada ISS – Imposto Sobre Serviço, de todas as empresas do gênero instaladas no município. Para aumentar sua arrecadação, a entidade realizou a atualização da planta genérica e de modo a atualizar os valores de IPTU e aumentar a arrecadação. Há também na prefeitura, um órgão responsável diretamente por esta atividade chamada Escritório de Captação de Recursos, responsável principalmente por gerir recursos de convênios com os governos: Estadual e Federal. 2.1.A IMPORTÂNCIA DA GESTÃO DE PROJETOS NA CAPTAÇÃO DE RECURSOS PARA A ADMINISTRAÇÃO MUNICIPAL É constante o crescimento dos desafios da administração pública municipal em atender a grande demanda gerada pelas necessidades em educação, saúde, habitação, infraestrutura e assistência social, as quais raramente podem ser supridas somente pela arrecadação habitual dos municípios. Diante disso, e como forma de documentar adequadamente a aplicação dos recursos públicos, o Governo Federal adotou uma nova postura na liberação de verbas públicas para atender as demandas dos municípios, através da exigência da elaboração de projetos. Com 10 isso, mecanismos foram desenvolvidos para a recepção e avaliação de projetos elaborados nas esferas municipais. O presente estudo, realizado a partir de análise documental, apresenta resultados da prática da gestão de projetos aplicada à captação de recursos na administração pública. Os resultados observados permitiram identificar elementos significativos relativamente à contribuição da gestão de projetos para o aumento dos recursos captados e, consequentemente, investidos no desenvolvimento dos municípios. 11 3.CONTROLE E AUDITORIA PÚBLICA A prefeitura em questão possui um órgão de controle interno denominado Controladoria Geraldo Município, que possui status de órgão de Staff e um dirigente máximo chamado Controlador Geral do Município. A Controladoria Geral do Município foi instituída através de lei, com o objetivo de melhorar a Governança Coorporativa e promover o Accontability. Por accountability entendemos o conjunto de mecanismos e de processos que conduzem os gestores públicos a prestarem contas dos resultados de suas ações, sempre como fito de ampliar a Gestão Pública e Políticas Públicas no Brasil transparência e a exposição das políticas públicas. A exigência de prestação de contas, entretanto, é diferente conforme a natureza da respectiva entidade. (DITTICIO, 2014, p.62-63) A controladoria Geral do município possui as seguintes atribuições: I. Avaliar, no mínimo por exercício financeiro, o cumprimento das metas previstas no Plano Plurianual, a execução dos programas de governo e dos orçamentos do município; II. Verificar o atingimento das metas fiscais, físicas e de resultados dos programas de governo, quanto à eficácia, à eficiência e à efetividade da gestão nos órgãos e nas entidades da Administração Pública Municipal, bem como da aplicação de recursos públicos por entidades de direito privado, estabelecidas na lei de diretrizes orçamentárias; III. Comprovar a legitimidade dos atos de gestão; IV. Exercer o controle das operações de crédito, avais e garantias bem como dos direitos e deveres do Município; V. Apoiar o controle externo no exercício de sua missão institucional; VI. Realizar o controle dos limites e das condições para a inscrição de despesas em Restos a Pagar; VII. Cientificar a(s) autoridade(s) responsável (eis) quando constadas ilegalidades ou irregularidades na administração municipal. Para promover esta melhora na Governança Coorporativa a controladoria adotou o método de Auditorias Operacionais. Auditoria Operacional tem como 12 característica principal estabelecer auditorias específicas nos diversos órgãos ou departamentos, procurando identificar quais são os pontos fracos e fortes de determinado segmento. (PARDINI, 2015, p106) A controladoria utiliza para elencar os objetos de auditoria uma matriz de riscos, com o intuito de selecionar as principais áreas a serem auditadas e a ordem em que as auditorias devem ser realizadas. Para cada auditoria é escolhido um coordenador que será responsável pelo estudo e apresentação do escopo da auditoria para o restante da equipe, bem como da organização da auditoria em si. O coordenador também é o responsável ao final da auditoria pela elaboração do relatório de auditoria que é pela matriz de achados daquela auditoria. Após a elaboração do relatório de auditoria, este é encaminhado ao Controlador Geral do Município que após lê–lo e assiná-lo em conjunto com o coordenador da auditoria, o encaminha ao Prefeito Municipal e ao Gestor da Área Auditada, para análise e se for o caso discutir as providências a serem adotadas para a correção dos problemas encontrados. O Controlador Geral do Município se manifesta por meio de pareceres e recomendações as quais ele no caso de pareceres responde a questionamentos feitos a controladoria e no caso de recomendações estabelece ações e medidas que a Administração Pública deve tomar com relação a algum achado de auditoria ou algum outro assunto que venha a tomar conhecimento de oficio ou por denúncia. A controladoria também é a responsável por toda comunicação feita com o tribunal de contas estadual e de lhes receber e lhes atender quando da auditoria anual. 13 4.DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL A própria Constituição Federal nos garante o acesso ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, para tanto é necessário que este seja preservado da ação predatória. Entretanto é preciso que haja desenvolvimento econômico, e esse desenvolvimento muitas vezes se antagoniza com a preservação. Qual seria a solução para esse dilema Desenvolvimento X Preservação? O Desenvolvimento sustentável. A definição mais aceita para desenvolvimento sustentável é o desenvolvimento capaz de suprir as necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade de atender as necessidades das futuras gerações. É o desenvolvimento que não esgota os recursos para o futuro. Essa definição surgiu na Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, criada pelas Nações Unidas para discutir e propor meios de harmonizar dois objetivos: o desenvolvimento econômico e a conservação ambiental. (WWF-Brasil). Sendo assim, podemos dizer que a prefeitura estudada está comprometida com o desenvolvimento sustentável, pois isso se dá principalmente pelo seu planejamento estratégico o qual visa maximizar os recursos financeiros inclusive de maneira a tirar o máximo dos produtos e serviços que adquiri. Levando em conta, a lei determina que as compras públicas sejam efetuadas através de processos licitatórios, assim sendo imprescindível que se fale em licitações sustentáveis. A licitação sustentável é uma solução para integrar considerações ambientais e sociais em todos os estágios do processo da compra e contratação dos agentes públicos (de governo) com o objetivo de reduzir impactos à saúde humana, ao meio ambientee aos direitos humanos. A licitação sustentável permite o atendimento das necessidades específicas dos consumidores finais por meio da compra do produto que oferece o maior número de benefícios para o ambiente e a sociedade. (BIRDMAN. 2008, p.21) Vale salientar que na contratação de serviços a entidade se preocupa com a responsabilidade ambiental e social da empresa contratada, fazendo a verificação das licenças ambientais desta conforme o caso, e também verificando se há um real comprometimento da empresa com o desenvolvimento sustentável, se a 14 empresa respeita a legislação ambiental e ainda com relação à responsabilidade social é feita uma verificação se a empresa em questão está em dia com os recolhimentos e obrigações pertinentes, caso a empresa não esteja de acordo com esses requisitos a contratação pode ser suspensa e até mesmo realizado o distrato do contrato administrativo. Com relação à compra de materiais, a prefeitura está desenvolvendo um plano de compras sustentáveis, que visa a aquisição de produtos que atenda mais classificações e normas ambientais e sustentáveis. Este plano está sendo desenvolvido pela Divisão de Suprimentos e estão envolvidos no processo aproximadamente 40 funcionários distribuídos entre os diversos níveis (Estratégico, Tático e Operacional) de maneira que não haja entraves funcionais no desenvolvimento do projeto. Com relação à Captação de Recursos, após essa análise, percebemos que a principal forma de arrecadação da prefeitura é a de receitas correntes, mais precisamente as de cunho tributário. A entidade já realizou a reavaliação da planta genérica e dos valores venais dos imóveis de maneira a ampliar a arrecadação de IPTU. E também recebe diversos recursos provenientes de Convênios com os Governos Federal e Estadual. Porém, foi observado que a arrecadação de ISS- Imposto Sobre Serviços ainda é modesta devido aos poucos recursos empregados na fiscalização. Sugerimos que a entidade desenvolva um planejamento de ações que visem a intensificar a arrecadação desses impostos, de modo a engrossar a arrecadação e poder investir de maneira mais tranqüila nos programas e projetos desenvolvidos no município. A respeito da Auditoria e Controles, verificamos que o órgão do município, Controladoria Geral, ainda está preso na Validação dos Atos da Administração, na Execução Fiscal e nas Auditorias, ou seja, das quatro macro funções do controle, o órgão desenvolve atividades contempladas em apenas duas delas: Controladoria e Auditoria Governamental. E embora exista na estrutura a área de Ouvidoria, esta não está em operação. Sugerimos que seja feita uma reestruturação do órgão de maneira a contemplar em sua estrutura a função Corregedoria e ainda que a função Ouvidoria entre em efetivo funcionamento. Já o Desenvolvimento Sustentável, embora seja um tema em tratado desde 1968, sua abrangência é maior no setor privado. Por se tratar de uma 15 entidade pública, a prefeitura em questão está até bem encaminhada, tendo em vista que esses conceitos são muito pouco aplicados no setor público, principalmente em cidades pequenas do interior. 4.1.O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL NO ÂMBITO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA O presente texto pretende abordar, de forma breve e despretensiosa, a aplicação ao cenário burocrático estatal brasileiro do ideário atinente ao que se convencionou chamar “desenvolvimento sustentável”. Para tanto, será necessário trazer a lume os conceitos apresentados por Fernando Kinoshita no artigo intitulado “Ciência, Tecnologia e Sociedade: uma proposta renovada de desenvolvimento sustentável de caráter universal”, para que depois se faça uma reflexão mais restrita no âmbito do Direito Administrativo brasileiro, mormente em face dos mecanismos de contratação do Poder Público, marcados pela regra licitatória. Impõe-se registrar, todavia, que o presente texto não se reveste do caráter formal de um artigo acadêmico. Trata-se, ao contrário, de mera síntese analítica, cujo intento é promover um enfrentamento prefacial da temática tratada, passível de maior aprofundamento em momento diverso. A dicotomia entre o desenvolvimento econômico e a preservação de recursos naturais aparece como uma constante ao longo da segunda metade do século XX. Com efeito, ao perceber que a globalização e o aparecimento de novas tecnologias poderia, além de permitir avanços concretos no aspecto econômico, causar também severa degradação do patrimônio ecológico, o homem passou a vivenciar um perigoso dilema. E é justamente em face desse dilema que surge a idéia de desenvolvimento sustentável. Afinal, de nada adianta o desenvolvimento econômico 16 se, na outra ponta, o homem estiver a deteriorar um bem tão caro e necessário à sua própria sobrevivência, que é o meio-ambiente sadio e equilibrado. Faz-se imperioso reconhecer, no entanto, que embora esteja marcadamente relacionado com a temática ambiental, o desenvolvimento sustentável não deve ser reduzido a tal aspecto. Nesse sentido é a manifestação de Kinoshita, ao aduzir que [...] o conceito de ‘Desenvolvimento Sustentável’ deve ser a base para a fusão das demais acepções de desenvolvimento, visto que enquanto conceito é extremamente dinâmico, relativo, pleno de diferentes dimensões e sujeito a numerosas interpretações que por si só abarca os aspectos sociais (Desenvolvimento Social), econômicos (Desenvolvimento Econômico) e ambientais (Desenvolvimento Sustentável), tendo como principal sujeito e objeto o próprio ser humano (Desenvolvimento Humano). (KINOSHITA). Ao tratar da atuação estatal brasileira em matéria ambiental, e marcadamente na perseguição do desenvolvimento sustentável referido no tópico anterior, poderia o presente texto enfrentar questões de variadas ordens, desde a análise das competências legislativas em direito ambiental até a efetiva estruturação dos órgãos e entidades do poder público atuantes nessa seara, como são exemplos o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais e Renováveis – IBAMA e o Instituto Chico Mendes de conservação da Biodiversidade - ICMBio. Entretanto, pretende-se atribuir um enfoque diferenciado à análise pretendida, fruto da vivência particular deste estudioso no acompanhamento das licitações e contratações do poder público, notadamente na esfera federal, porquanto exercente do cargo de Procurador Federal, inserido na estrutura da Advocacia-Geral da União. Afinal, não raramente o Estado brasileiro vive contradições entre o papel fiscalizatório ou fomentador que exerce e a sua efetiva atuação ou vivência prática. Apenas para citar um exemplo, singelo, mas de fácil compreensão, é bastante comum a existência de escritórios e estruturas da Administração Pública federal incompatíveis com a adequada proteção da saúde dos servidores públicos, seja porque não possuem mecanismos de acessibilidade (rampas de acesso ou elevadores) ou mesmo porque os equipamentos utilizados (computadores, mesas, 17 cadeiras etc.) não permitem a ergonomia adequada para o trabalhador bem desenvolver o seu mister. Curiosamente, e marcadamente no âmbito dos empreendimentos privados, cabe ao próprio Estado a fiscalização da questão aqui versada, promovendo a efetiva proteção de direitos basilares dos trabalhadores brasileiros, relacionados ao meio ambiente do trabalho saudável e adequado, o que se dá através dos órgãos de fiscalização insertos na estrutura do Ministério do Trabalho e Emprego. Ou seja, sói reconhecer que muitas vezes o agente estatal responsável pela fiscalização do trabalho nas empresas privadas não goza, na estruturainterna de funcionamento do próprio órgão ao qual pertence, das proteções que exige dos empregadores em face dos seus empregados. O exemplo supracitado, em que pese aparentemente não tenha correlação com a estreita temática ambiental aqui versada, serve apenas para demonstrar que o Estado brasileiro, através da Administração Pública, muitas vezes se vê diante da desarrazoada contradição de ter a função de fiscalizar ou fomentar determinada prática, em face de preceitos constitucionais e legais expressos nesse sentido, mas ao mesmo tempo não consegue sequer vencer o mesmo problema no âmbito da sua estruturação e organização internas. E essa premissa pode ser perfeitamente visualizada sob a ótica do desenvolvimento sustentável ambiental aqui tratado. Com efeito, exercendo consultoria em licitações e contratos em favor de entidades públicas federais, este estudioso percebeu um padrão absolutamente corriqueiro nas contratações levadas a efeito pelos entes estatais. Na tentativa de assegurar a vantajosidade econômica dos enlaces que pretende realizar, a Administração Pública muitas vezes olvida por completo do aspecto ambiental, cuja relevância reclamaria maior atenção e preocupação por parte do gestor. 18 5.CITAÇÕES E REFERÊNCIAS • DITTICIO, Claudio. Gestão pública e políticas públicas no Brasil, São Paulo: Editora Sol, 2014. • PARDINI, Rubens. Controle e Auditoria Pública, São Paulo: Editora Sol, 2015. SCHNEIDER, César; MIGUEL, Marcos Portela. Manual da Contabilidade Pública. São Paulo: IOB Folha matic, 2013. • BIDERMAN, Rachel. et al.Guia de Compras Públicas Sustentáveis: Uso do poder de compra do governo para a promoção do desenvolvimento sustentável. 2ª Edição. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2008. • CEBDS. Manual de Compras Sustentáveis. Rio de Janeiro, 20 14. • WWF – O que é Desenvolvimento Sustentável? Disponível em http://www.wwf.org.br/natureza_brasileira • https://semarh.to.gov.br/noticia/2019/2/26/desenvolvimento-de-ferramenta-de- sustentabilidade-de-paisagens-do-tocantins-e-tema-de-reuniao-tecnica/ • https://online.unisc.br/seer/index.php/redes/article/view/2041 • https://jus.com.br/artigos/33828/o-desenvolvimento-sustentavel-no-ambito-da- administracao-publica
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