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MODELO DE IMPUGNAÇÃO AO CUMPRIMENTO DE SENTENÇA 3

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA CÍVEL DE 
 XXXXXXXXXXXXXXXX, já qualificado nos autos da presente CUMPRIMENTO DE SENTENÇA, em que litiga comXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX, por seu advogado in fine firmado, vem, respeitosamente, perante V. Exª., apresentar sua manifestação quanto a impugnação de fls. 387/391:
1. do excesso de execução
1.1 DO DIES A QUO DA INCIDÊNCIA DOS JUROS SOBRE VALOR DAS CUSTAS PROCESSUAIS
O impugnado pretende novamente por por meio de seu petitório de fls. 373/374 e 387/391, manter execução das custas processuais pagas quando da oposição dos presentes embargos à execução.
Pugna, assim, pela imposição, a este banco impugnante, de obrigação agora de R$ 6.108,20 (seis mil, cento e oito reais, vinte centavos) posicionado para 02/09/2011 – fls. 392, ao contrário do valor inicialmente informado que era de R$ 6.368,99 (seis mil, trezentos e sessenta e oito reais, noventa e nove centavos) , valor correspondente às referidas custas acrescido da correção monetária e dos juros de mora desde a data do desembolso, bem como da multa de 10% do art. 475-J do CPC.
Ocorre que, a decisão que embasa o pedido de cumprimento de sentença formulado pelo impugnado transitou em julgado, conforme certificado à fl. 354-verso destes autos, tão somente em 24 de fevereiro de 2011.
Após o trânsito em julgado de tal decisão, bem como da descida dos autos a esse MM. juízo, onde deve, de acordo com as normas procedimentais, ser processada a execução de título judicial, deu início, o impugnado, à execução, como visto acima.
Todavia, os valores vindicados pelo ora exequente se mostra absolutamente excessivo seja o de fls. 376 seja o de fls. 387, muito além daquele, portanto, devido em conformidade com o título executivo que embasa a impugnada execução.
Isso porque, fez incidir, o exequente, juros além dos devidos.
Para apurar o 1º (primeiro) valor exeqüendo - R$ 6.368,99 posicionado para 11/07/2011, o exequente fez incidir, sobre o valor das custas processuais, juros de mora desde a data do pagamento de tais custas, ou seja, desde 02.07.1998, o que se infere da simples leitura dos cálculos de fl. 376.
Para apurar o 2º (segundo) valor exeqüendo – R$ 6.108,20 posicionado para 02/09/2011, o exequente fez incidir, sobre o valor das custas processuais, juros de mora desde a data que o Banco foi intimado nos autos para impugnar os embargos à execução – fls. 117-v, ou seja, desde 09.05.2000, o que se infere da simples leitura dos cálculos de fl. 392.
Porém, e como é cediço, os juros de mora, no caso das custas processuais, que seguem a mesma lógica dos honorários advocatícios sucumbências, por serem, ambas, condenações impostas em razão da sucumbência, somente incidem a partir do trânsito em julgado da decisão que fixa a condenação ao seu pagamento. Nesse sentido se posiciona, de forma unânime, o STJ, conforme demonstram os arestos abaixo transcritos:
Ementa 
PROCESSUAL CIVIL. OFENSA AOS ARTS. 165, 458, I e II, E 535 DO CPC. JULGAMENTO CONTRÁRIO À PARTE. FALTA DE FUNDAMENTAÇÃO. OMISSÃO. NÃO OCORRÊNCIA. INCIDÊNCIA DE JUROS DE MORA NOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. TERMO A QUO. TRÂNSITO EM JULGADO. 
1. Não viola os arts. 165, 458, I e II e 535 do CPC o decisório que está claro e contém suficiente fundamentação para dirimir integralmente a controvérsia, não se confundindo decisão desfavorável com omissão e/ou negativa de prestação jurisdicional. 
2. Os juros moratórios incidem no cálculo dos honorários advocatícios a partir do trânsito em julgado do aresto ou da sentença em que foram fixados. 
3. Recurso especial provido. (STJ - REsp 771029 / MG - SEGUNDA TURMA - MAURO CAMPBELL MARQUES - DJe 09/11/2009) 
(sem grifos no original)
 Ementa 
 AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO ESPECIAL. CUMPRIMENTO DE SENTENÇA. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. JUROS MORATÓRIOS. TERMO INICIAL. ART. 535 DO CPC. OFENSA. NÃO OCORRÊNCIA. DECISÃO AGRAVADA. MANUTENÇÃO. 
I. O termo inicial dos juros moratórios em execução de honorários advocatícios é a data do trânsito em julgado da causa e não a data de interposição do recurso especial; 
II. Embora rejeitando os embargos de declaração, o acórdão recorrido examinou, motivadamente, todas as questões pertinentes, logo, não há que se falar em ofensa ao art. 535 do Código de Processo Civil. 
Agravo Regimental improvido. STJ - AgRg no Ag 1144060 / DF - TERCEIRA TURMA - SIDNEI BENETI - DJe 06/11/2009)
(sem grifos no original)
Vê-se, portanto, que somente incidem os juros de mora, sobre o valor dos honorários advocatícios, bem como, por inferência lógica, das custas processuais impostas na sentença, após o trânsito em julgado desta. Isso porque, somente a partir do trânsito em julgado é que passa a ser devido o reembolso das custas, sendo que a mora se constitui quando, após devidos os valores, tais não são pagos.
Sendo assim, os juros de mora somente passaram a incidir sobre o valor dos honorários fixado na decisão final proferida nestes autos a partir de 24 de fevereiro de 2011, quando transitou em julgado a referida decisão, conforme certidão de fls. 354-verso.
Nessa toada, temos que, conforme demonstra planilha de cálculo em anexo, quando da apresentação do pedido de execução de sentença formulado pelos ora exequentes, ou seja, em 11 de julho de 2011, o valor devido, em conformidade com o acórdão proferido, e com a incidência dos juros de mora na forma correta, ou seja, a partir do trânsito em julgado desse acórdão, era de R$ 2.671,39 (dois mil, seiscentos e setenta e um reais e trinta e nove centavos) posicionado para 15/08/2011, e não os excessivos R$ 6.368,99 posicionado para o dia 11/07/2011 ou R$ 6.108,20 posicionado para o dia 02/09/2011, que pretende, o impugnado, receber.
O termo inicial para a contagem dos juros moratórios, deve ser a partir do momento em que o Executado foi constituído em mora, isto é, quando do trânsito em julgado da condenação.
Mora pressupõe dívida vencida e inadimplemento do devedor. Logo, não pode existir mora antes do trânsito em julgado da r. sentença condenatória.
Assim não há que se falar em dívida vencida ou em inadimplemento do devedor desde o pagamento das custas ocorridos em 07/09/1998 ou da intimação para oferecimento de impugnação aos embargos à execução ocorridos em 09/05/2000, datas estas oferecidas pelo exeqüente.
Há, portanto, claro excesso de execução, visto que fez incidir, o ora impugnado, sobre qualquer dos valores que pretende o exeqüente receber, a título de reembolso das custas processuais, juros além daqueles realmente devidos.
1.2 Da não incidência da multa de 10% do art. 475-J do cpc
O impugnado, conforme se infere do cálculo de fl. 376 e 392, fez incidir, ainda, sobre o cálculo dos valores exequendos, a multa de 10% do art. 475-J do CPC.
Ocorre que, conforme demonstraremos nas próximas linhas, absolutamente inadequada é a incidência de tal multa no caso vertente.
O art. 475-J do CPC impõe seja efetuado, pelo devedor, o pagamento, dentro do prazo de 15 (quinze) dias, do valor da condenação; caso não o faça, e ainda nos termos do mesmo dispositivo legal, deve incidir sobre o valor da execução multa de 10%.
Porém, o início de contagem de tal prazo não se dá de forma automática; deve, para que passe a fluir o prazo de 15 (quinze) dias, ser instado, por meio de intimação dirigida ao seu patrono, o devedor, a efetuar o pagamento do valor da condenação. Nesse sentido vem decidindo o STJ, conforme de infere da leitura dos arestos abaixo transcritos:
PROCESSUAL CIVIL E CIVIL. AGRAVO NO RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DE ADIMPLEMENTO CONTRATUAL. VIOLAÇÃO DE DISPOSITIVO CONSTITUCIONAL E DE SÚMULA. DESCABIMENTO. PREQUESTIONAMENTO. AUSÊNCIA. SÚMULA 211/STJ. INDICAÇÃO DO DISPOSITIVO LEGAL VIOLADO. AUSENTE. SÚMULA 284/STF. HARMONIA ENTRE O ACÓRDÃO RECORRIDO E A JURISPRUDÊNCIA DO STJ. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO PROTELATÓRIOS. MULTA AFASTADA. CUMPRIMENTO DE SENTENÇA. MULTA.
[...]
- É necessária a intimaçãodo devedor na pessoa do seu advogado para que se inicie o prazo de quinze dias para o pagamento da obrigação imposta na sentença, findo o qual incide a multa de 10% prevista no art. 475-J do CPC.
- Agravo no recurso especial não provido. (STJ - AgRg no REsp 1223691 / RS - TERCEIRA TURMA - Relator(a) Ministra NANCY ANDRIGHI - DJe 16/05/2011).
Ementa
PROCESSUAL CIVIL E COMERCIAL. AGRAVO REGIMENTAL. MANUTENÇÃO DA DECISÃO POR SEUS PRÓPRIOS FUNDAMENTOS. DECISÃO CONFORME JURISPRUDÊNCIA PACIFICADA DESTA CORTE. AGRAVO REGIMENTAL IMPROVIDO, COM APLICAÇÃO DE MULTA.
1. Na hipótese em que o trânsito em julgado da sentença condenatória com força de executiva (sentença executiva) ocorrer em sede de instância recursal (STF, STJ, TJ E TRF), após a baixa dos autos à Comarca de origem e a aposição do "cumpra-se" pelo juiz de primeiro grau, o devedor haverá de ser intimado na pessoa do seu advogado, por publicação na imprensa oficial, para efetuar o pagamento no prazo de quinze dias, a partir de quando, caso não o efetue, passará a incidir sobre o montante da condenação, a multa de 10% (dez por cento) prevista no art. 475-J, caput, do Código de Processo Civil. Precedente (REsp 940.274/MS, Rel. Ministro HUMBERTO GOMES DE BARROS, Rel. p/ Acórdão Ministro JOÃO OTÁVIO DE NORONHA, CORTE ESPECIAL, julgado em 07/04/2010, DJe 31/05/2010).
2. Agravo regimental a que se nega provimento com aplicação de multa. (STJ - AgRg no Ag 1312480 / MG - QUARTA TURMA - Relator(a) Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO - DJe 12/04/2011).
No caso destes autos, observamos que somente agora, por meio da publicação do despacho de fl. 376-verso, é que fora notificado, o devedor, na pessoa de seu advogado, para fins cumprir a sentença, pagando, assim, o valor das custas processuais iniciais.
Em sendo assim, somente à partir da data da publicação de tal despacho, ou seja, somente a partir de 29 de julho de 2011, é que passou a fluir o prazo de 15 (quinze) dias a que alude o art. 475-J do CPC.
Tal entendimento já é pacífico perante o Colendo STJ conforme decisão abaixo transcrita:
	Processo
	REsp 940274 / MS
RECURSO ESPECIAL
2007/0077946-1 
	Relator(a)
	Ministro HUMBERTO GOMES DE BARROS (1096) 
	Relator(a) p/ Acórdão
	Ministro JOÃO OTÁVIO DE NORONHA (1123)
	Órgão Julgador
	CE - CORTE ESPECIAL
	Data do Julgamento
	07/04/2010
	Data da Publicação/Fonte
	DJe 31/05/2010
RSTJ vol. 219 p. 35 
	Ementa 
	PROCESSUAL CIVIL. LEI N. 11.232, DE 23.12.2005. CUMPRIMENTO DA SENTENÇA. EXECUÇÃO POR QUANTIA CERTA. JUÍZO COMPETENTE. ART. 475-P, INCISO II, E PARÁGRAFO ÚNICO, DO CPC. TERMO INICIAL DO PRAZO DE 15 DIAS. INTIMAÇÃO NA PESSOA DO ADVOGADO PELA PUBLICAÇÃO NA IMPRENSA OFICIAL. ART. 475-J DO CPC. MULTA. JUROS COMPENSATÓRIOS. INEXIGIBILIDADE.
1. O cumprimento da sentença não se efetiva de forma automática, ou seja, logo após o trânsito em julgado da decisão. De acordo com o art. 475-J combinado com os arts. 475-B e 614, II, todos do CPC, cabe ao credor o exercício de atos para o regular cumprimento da decisão condenatória, especialmente requerer ao juízo que dê ciência ao devedor sobre o montante apurado, consoante memória de cálculo discriminada e atualizada.
2. Na hipótese em que o trânsito em julgado da sentença condenatória com força de executiva (sentença executiva) ocorrer em sede de instância recursal (STF, STJ, TJ E TRF), após a baixa dos autos à Comarca de origem e a aposição do "cumpra-se" pelo juiz de primeiro grau, o devedor haverá de ser intimado na pessoa do seu advogado, por publicação na imprensa oficial, para efetuar o pagamento no prazo de quinze dias, a partir de quando, caso não o efetue, passará a incidir sobre o montante da condenação, a multa de 10% (dez por cento) prevista no art. 475-J, caput, do Código de Processo Civil.
3. O juízo competente para o cumprimento da sentença em execução por quantia certa será aquele em que se processou a causa no Primeiro Grau de Jurisdição (art. 475-P, II, do CPC), ou em uma das opções que o credor poderá fazer a escolha, na forma do seu parágrafo único – local onde se encontram os bens sujeitos à expropriação ou o atual domicílio do executado.
4. Os juros compensatórios não são exigíveis ante a inexistência do prévio ajuste e a ausência de fixação na sentença. 
5. Recurso especial conhecido e parcialmente provido.
	Acórdão
	Prosseguindo no julgamento, após o voto-vista do Sr. Ministro Fernando Gonçalves, os votos dos Srs. Ministros Felix Fischer, Aldir Passarinho Junior, Eliana Calmon, Laurita Vaz, Teori Albino Zavaski,
Castro Meira e Arnaldo Esteves Lima e a retificação de voto do Sr. Ministro Luiz Fux, acordam os Ministros da Corte Especial, por unanimidade, conhecer do recurso especial e, por maioria, dar-lhe parcial provimento. Vencidos os Srs. Ministros Relator e Ari Pargendler. Os Srs. Ministros Fernando Gonçalves, Felix Fischer, Aldir Passarinho Junior, Gilson Dipp, Eliana Calmon, Laurita Vaz, Luiz
Fux, Teori Albino Zavascki, Castro Meira e Arnaldo Esteves Lima votaram com o Sr. Ministro João Otávio de Noronha, que lavrará o acórdão. Impedida a Sra. Ministra Nancy Andrighi. Não participaram do julgamento os Srs. Ministros Hamilton Carvalhido e Francisco Falcão.
	Processo
	EDcl no AREsp 585 / RS
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL
2011/0028268-6 
	Relator(a)
	Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO (1140) 
	Órgão Julgador
	T4 - QUARTA TURMA
	Data do Julgamento
	12/04/2011
	Data da Publicação/Fonte
	DJe 15/04/2011 
	Ementa 
	EMBARGOS DE DECLARAÇÃO RECEBIDOS COMO AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. MULTA DO ART. 475-J DO CPC. INÍCIO DO PRAZO PARA CUMPRIMENTO DE SENTENÇA. NECESSIDADE DE INTIMAÇÃO DO ADVOGADO. ACÓRDÃO QUE ESTABELECEU A DESNECESSIDADE. VERIFICAR A OCORRÊNCIA DA
NOTIFICAÇÃO. SÚMULA 7/STJ.
1. A recorrente não indica qualquer omissão, obscuridade ou contradição na decisão embargada, pretendendo, na realidade, a reforma do decidido. Assim, em homenagem ao princípio da fungibilidade recursal, recebo os embargos de declaração como agravo regimental.
2. O acórdão do Tribunal de origem foi proferido em sede de agravo de instrumento contra decisão do Juízo de primeiro grau de jurisdição, determinando a intimação da devedora para o cumprimento de sentença.
3. Entendeu aquela Corte Estadual ser desnecessária qualquer intimação, fluindo o prazo de 15 (quinze) dias, para o cumprimento espontâneo da sentença, a partir do trânsito em julgado. Todavia, esse entendimento se revela dissonante com o posicionamento firmado neste Superior Tribunal de Justiça, no sentido de ser necessária a intimação, por nota de expediente publicada no nome do advogado do devedor.
4. Não ficando caracterizado o transcurso do prazo previsto no art. 475-J do CPC sem o adimplemento espontâneo, não cabe a aplicação da multa a que se refere o dispositivo legal. Incidência da Súmula 7
desta Corte Superior de Justiça.
5. Embargos de declaração recebidos como agravo regimental a que se nega provimento.
	Acórdão
	A Turma, por unanimidade, recebeu os embargos de declaração como agravo regimental e negou-lhe provimento, nos termos do voto do Sr. Ministro Relator. Os Srs. Ministros Raul Araújo, Maria Isabel
Gallotti e João Otávio de Noronha (Presidente) votaram com o Sr. Ministro Relator.
Ausente, justificadamente, o Sr. Ministro Aldir Passarinho Junior.
Vejamos os mais recentes julgados do E. Tribunal de Justiça de nosso estado, acompanhando o entendimento do C. Tribunal:
	2.  024100918911
	Classe: Agravo Interno - (Arts 557/527, II CPC) Agv Instrumento
	Relator : CARLOS ROBERTO MIGNONE
	Orgão Julgador: QUARTA CÂMARA CÍVEL 
	Data do Julgamento: 25/04/2011
	AGRAVO INTERNO NO AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 024100918911
AGRAVANTE: MIGUEL VIEIRA
AGRAVADA: FUNDAÇÃO VALE DO RIO DOCE DE SEGURIDADE SOCIAL - VALIA
RELATOR: DES. CARLOS ROBERTO MIGNONE
 
A C Ó R D Ã O
 
EMENTA: AGRAVO INTERNO NO AGRAVO DE INSTRUMENTO- CUMPRIMENTO DE SENTENÇA - ARTIGO 475-J DO CPC – MULTA DE 10% - TERMO INICIAL DO PRAZO DE 15 DIAS - INTIMAÇÃO DA PARTE VENCIDA - NECESSIDADE - RECURSO DESPROVIDO.
1. O prazo de 15 (quinze) dias para cumprimento espontâneo da obrigação previsto no art. 475-J do CPC somente tem início com a intimação específica do devedor para tal fim, não se efetivando de forma automática, logo após o trânsito em julgado da decisão.
2. O pronunciamento de primeiro grau não merece retoque ao condicionar a incidência da multa do art. 475-J do CPC à intimação do devedor para cumprimento da obrigação.
3. Recurso desprovido.
 
VISTOS, relatados e discutidos estes autos em epígrafe, em que figuram as partes acima descritas,
 
ACORDA, esta c. Quarta Câmara Cível, na conformidade da ata de julgamento e notas taquigráficas que integram o julgado, À UNANIMIDADE, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO DE AGRAVO INTERNO INTERPOSTO, nos termos do voto proferido pelo eminente Relator.
Vitória (ES), 25 abril de 2011.
 
DESEMBARGADOR  PRESIDENTE             DESEMBARGADOR RELATOR
	.  024100911106
	Classe: Agravo de Instrumento
	Relator : ANNIBAL DE REZENDE LIMA
	Orgão Julgador: PRIMEIRA CÂMARA CÍVEL 
	Data do Julgamento: 16/11/2010
	AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 024.100.911.106
AGRAVANTE: PORTO SEGURO COMPANHIA DE SEGUROS GERAIS
AGRAVADO: ESPÓLIO DE ANNA ENAGYDIA DA CONCEIÇÃO
RELATOR: DES. ANNIBAL DE REZENDE LIMA
 
1ACÓRDÃO
EMENTA
CIVIL E PROCESSUAL CIVIL - AGRAVO DE INSTRUMENTO - CUMPRIMENTO DE SENTENÇA -  MULTA DO ART. 475-J, DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL - PRAZO PARA PAGAMENTO - `DIES A QUO¿. O prazo de 15 (quinze) dias, previsto no art. 475-J, do Código de Processo Civil, para o devedor, condenado  ao pagamento de quantia certa ou já fixada em liquidação, proceder ao pagamento espontâneo  do ¿quantum¿ devido, inicia-se a partir da intimação pessoal daquele devedor para o respectivo pagamento.  
 
VISTOS, relatados e discutidos os presentes autos de recurso de agravo de instrumento, em que são partes PORTO SEGURO COMPANHIA DE SEGUROS  GERAIS E ESPÓLIO DE ANNA ENAGYDIA DA CONCEIÇÃO, 
 
ACORDA a Colenda 1a. Câmara Cível, na conformidade da ata e notas taquigráficas da sessão, à unanimidade, dar provimento parcial ao recurso, nos termos do voto do Relator.
 
Vitória, 16 de Novembro de  2010.
 
PRESIDENTE
 
RELATOR
 
PROCURADOR DE JUSTIÇA
	 
	4.  021109000840
	
	Classe: Agravo Interno - (Arts 557/527, II CPC) Agv Instrumento
	
	Relator : MAURÍLIO ALMEIDA DE ABREU
	
	Orgão Julgador: QUARTA CÂMARA CÍVEL 
	
	Data do Julgamento: 21/09/2010
	
	EMENTA: AGRAVO DE INSTRUMENTO - EXECUÇÃO - CUMPRIMENTO DE SENTENÇA - APLICAÇÃO DA MULTA DO ART. 475-J DO CPC - INTIMAÇÃO NA PESSOA DO ADVOGADO - NECESSIDADE. 
I. A orientação jurisprudencial mais recente do c. STJ, decidida pela sua Corte Especial, consagrou o entendimento no sentido de que para a aplicação da multa prevista no art. 475-J do CPC, necessário se faz a intimação, ao menos do patrono da causa, para que no prazo de 15 dias cumpra a obrigação.
II - In casu, não ocorreu a intimação pessoal do devedor, nem mesmo de seu causídico, exsurgindo, desta forma, o entendimento de que resta afastada a incidência da multa prevista no art. 475-J do CPC, em atenção a mais recente orientação da corte Especial do Tribunal da Cidadania. 
III - Recurso a que se dá provimento.
	5.  024099159824
	Classe: Agravo de Instrumento
	Relator : ANNIBAL DE REZENDE LIMA
	Orgão Julgador: PRIMEIRA CÂMARA CÍVEL 
	Data do Julgamento: 13/04/2010
	AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 024.099.159.824
AGRAVANTE: BANCO SANTANDER S⁄A
AGRAVADO: DERALDO MESSNER DA SILVA
RELATOR: DES. ANNIBAL DE REZENDE LIMA
A C O R D Ã O
E M E N T A
PROCESSUAL CIVIL - AGRAVO DE INSTRUMENTO - MULTA PREVISTA NO ART. 475-J, DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL - NECESSIDADE DE INTIMAÇÃO PESSOAL DO DEVEDOR.  
Em homenagem ao princípio da segurança jurídica, o prazo de 15 (quinze) dias a que se refere o art. 475-J, do Código de Processo Civil, deve iniciar-se a partir da intimação pessoal do devedor para pagamento espontâneo do respectivo débito.  
 
VISTOS, relatados e discutidos os presentes autos de agravo de instrumento, em que é Agravante BANCO SANTANDER S⁄A e Agravado DERALDO MESSNER DA SILVA, 
 
ACORDA a Colenda 1a. Câmara Cível, na conformidade da ata e notas taquigráficas da sessão, à unanimidade, dar provimento ao recurso, nos termos do voto do Relator.
Vitória, 13 de abril de 2010.
PRESIDENTE
RELATOR
PROCURADOR DE JUSTIÇA
Por tais razões, não há que se falar em aplicação da multa de 10%, uma vez que não houve a intimação do devedor para cumprimento da obrigação espontânea.
A orientação mais recente do Colendo STJ, decidida pela sua Corte Especial, consagrou o entendimento no sentido de que para a aplicação da multa prevista no art. 475-J do CPC, necessário se faz a intimação, ao menos do patrono da causa, para que no prazo de 15 dias cumpra a obrigação, assim inocorrendo a intimação pessoal do devedor, exsurgindo, desta forma, o entendimento de que resta afastada a incidência da multa prevista no art. 475-J do CPC.
Nessa toada, e considerando-se que a presente impugnação fora apresentada no prazo de 15 (quinze) dias do referido artigo de lei, bem como que segue acompanhada do comprovante de recolhimento do valor pugnado pelo impugnado, deve ser afastada a incidência multa de 10%, pois inaplicável a regra legal invocada pelo impugnado.
1.3 DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS NA FASE CUMPRIMENTO DE SENTENÇA
Os honorários advocatícios no cumprimento de sentença só são devidos em caso de infundado a impugnação ao cumprimento de sentença, o que não ocorre nos autos, até mesmo porque o próprio Exeqüente apresentou dois cálculos nos autos como sendo o correto:
1º (primeiro) cálculo no montante de R$ 6.368,99 posicionado para 11/07/2011, o exequente fez incidir, sobre o valor das custas processuais, juros de mora desde a data do pagamento de tais custas, ou seja, desde 02.07.1998, o que se infere da simples leitura dos cálculos de fl. 376.
2º (segundo) cálculo no importe R$ 6.108,20 posicionado para 02/09/2011, o exequente fez incidir, sobre o valor das custas processuais, juros de mora desde a data que o Banco foi intimado nos autos para impugnar os embargos à execução – fls. 117-v, ou seja, desde 09.05.2000, o que se infere da simples leitura dos cálculos de fl. 392.
Assim o exeqüente já confessou que os cálculos inicialmente apresentados estão INCORRETOS, não faz jus a verba honorária.
Cumpre destacar que o Executado ao ser devidamente intimado para cumprimento da obrigação, cumpriu de imediato e de forma espontânea a decisão, e mesmo discordando dos valores apresentou sua impugnação ao cumprimento de sentença e DEPOSITOU INTEGRALMENTE O VALOR, assim há portanto que se falar em fixação de honorários advocatícios em favor do Exeqüente.
E mesmo que assim não o fosse, não há que se falar em honorários em favor do exeqüente, uma vez que os mesmos deixam de existir em caso de acolhimento da impugnação com extinção do procedimento executório, ocasião em que serão arbitrados honorários únicos em favor do impugnante/executado.
2. Conclusão
Diante do exposto, resta claro o excesso de execução, razão pela qual requer que seja julgada procedente a presente impugnação e declarado tal excesso de execução, bem como o valor correto da execução, qual seja, R$ 2.671,39 (dois mil, seiscentos e setenta e um reais e trinta e nove centavos) conforme constou da impugnação ao cumprimento de sentença de fls. 378/382 e planilha de fls. 383.
Reconhecido o excesso de execução, inclusive já reconhecido parcialmente pelo Exeqüente, e acolhido como correto o valor indicado pelo Banco impugnante, requer seja resolvida a impugnação com a extinção da execução, ante o adimplemento, pelo Banco impugnante, da obrigação de pagar estabelecida na decisão transitadaem julgado, bem como expedido alvará judicial, em favor deste Banco impugnante, para levantamento do valor depositado em excesso.
Ratifica, por fim, seja condenado, o ora impugnado/exeqüente, ao pagamento das custas processuais e dos honorários advocatícios sucumbenciais da fase de execução, além da litigância em má fé.
Nesses termos,
pede deferimento.
Vitória/ES, 14 DE OUTUBRO DE 2016

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