Buscar

RESUMO PROCESSO PENAL

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 8 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 8 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

RESUMO PROCESSO PENAL
Art. 10 – o atual código de processo penal é valido em todo o território nacional, é uma regra prevista na Constituição e no próprio CPP.
Anteriormente tinha-se um CPP para cada estado.
Principio da unidade do CPP
Principio da territorialidade
O que é território? É o espaço físico (solo e subsolo), delimitado por fronteiras secas ou molhadas. Abrange as aguas interiores, rios, lagos, mar território. Espaço aéreo.
Obs: os crimes que são praticados em embarcações e aeronaves brasileiras ou a serviço do pais, aplica-se o CP e o CPP.
Princípios do Processo penal:
Contraditório, bilateralidade: as partes tem o direito não apenas de produzir suas provas e de sustentar suas razoes, mas também de vê-las seriamente apreciadas e valoradas pelo órgão jurisdicional. A prova do inquérito não bastaria exclusivamente para condenação, devendo ser confirmada por outras provas produzidas em contraditório judicial. A bilateralidade da ação gera a bilateralidade do processo, de modo que as partes, em relação ao juiz não são antagônicas, mas colaboradoras necessárias.
Ampla defesa: assegura a toda pessoa acusada de infração penal o direito de se defender pessoalmente e por meio de um defensor constituído ou nomeado pela justiça, quando lhe faltarem recursos suficientes para contratar algum.
Devido processo legal: consiste em assegurar à pessoa o direito de não ser privada de sua liberdade e de seus bens, sem a garantia de um processo desenvolvido na forma que estabelece a lei. No âmbito do processual garante ao acusado a plenitude de defesa, compreendendo o direito de ser ouvido, de ser informado pessoalmente de todos os atos processuais, de ter acesso à defesa técnica, de ter a oportunidade de se manifestar sempre depois da acusação e em todas as oportunidades.
Não auto incrminaçao: ninguém é obrigado a incriminar contra si, o silencio é um direito .
Publicidade: garantia de independência, imparcialidade, autoridade e responsabilidade do juiz. Exceção nos casos em que o decoro ou o interesse social aconselhem que eles não sejam divulgados, esta é a chamada publicidade restrita, segundo o qual os atos são públicos só para as partes e seus procuradores, ou para um reduzido numero de pessoas. Se baseia no art 5, LX CF, na qual a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem. A publicidade absoluta ou popular, as audiências, sessões e atos processuais são franqueados ao publico em geral, porem se a publicidade da audiência, da sessão ou ato processual, puder ressaltar escândalo, inconveniente grave ou perigo de perturbação da ordem, o juiz ou tribunal, câmara ou turma, poderá de oficio ou a requerimento da parte do MP, determinar que o ato seja realizado a portas fechadas, limitando o numero de pessoas que possam estar presentes.
Paridade de armas
Vedação de provas ilícitas
Verdade real: o juiz tem o dever de investigar como os fatos se passaram na realidade, não se conformando com a verdade formal constante dos autos.
Juiz natural: aquele previamente conhecido, segundo regras objetivas de competência estabelecidas anteriormente à infração penal, investido de garantias que lhe assegurem absoluta independência e imparcialidade, também a proibição de criação de tribunais de exceção, com os quais, evidentemente, não se confundem as jurisdições especializadas, que são meras divisões de atividade jurisdicional.
Promotor natural: ninguém sera processado senão pelo órgão do MP, dotado de amplas garantias pessoais e institucionais, de absoluta independência e liberdade de convicção e com atribuições previamente fixadas e conhecidas.
Imparcialidade do juiz: o juiz situa-se na relação processual entre as partes e acima delas, fato que aliado à circunstancia de que ele não vai ao processo em nome próprio, nem em conflito de interesses com as partes, torna essencial a imparcialidade do juiz.
Sistemas processuais penais
Inquisitivo ou inquisitorio: é sigiloso, sempre escrito, não é contraditório e reúne na mesma pessoa as funções de acusar, defender e julgar. O réu é visto nesse sistema como mero objeto da persecução, motivo pelo qual praticas como a tortura eram frequentemente admitidas como meio para se obter a confissão.
Acusatório: é contraditório, imparcial, assegura a ampla defesa; há distribuição das funções de acusar, defender e julgar a órgãos distintos.
Misto: há uma fase inicial inquisitiva, na qual se procede de uma investigação preliminar e uma instrução preparatória, e uma fase final, em que se procede ao julgamento com todas as garantias do processo acusatório.
Lei processual penal no tempo e no espaço
Tempo: no CP a lei somente retroagirá em beneficio do réu. No processo penal aplica-se imediatamente, desde logo.
Ex: os atos já praticados com a lei antiga permanece, a partir da existência de nova lei os atos praticados serão regidos pela lei nova.
Espaço: aplica-se a lei penal processual em todo território nacional, exceto quando houver alguns casos em que a lei brasileira poderá ser aplicada no estrangeiro.
É necessário analisar dois tipos de normas:
Normas genuinamente processuais: lei que trata de técnicas exclusivas de processo penal. (aplica-se desde já)
Normas processuais materiais ou mista: normas que abrange o direito penal e o processo penal. (aplica-se desse já se for benéfica ao réu, se for gravosa não se aplica desde já)
Principio da territorialidade
Não aplica-se o processo penal.(mesmo crime sendo aplicado no território brasileiro)
Em caso de tratados, convenções e regras de direito internacional.
Prerrogativas constitucionais do presidente da republica e de outras autoridades.
Justiça militar
Tribunal especial (não existe mais)
Crimes de imprensa
Crimes eleitorais
Outras exceções (leis que tem regulamentações próprias)
Tribunal penal internacional
Inquérito policial
É um procedimento administrativo de caráter informativo com finalidade de apurar indícios de autoria e materialidade presidido pelo delegado de policia. É uma fase preliminar ao processo, não é o processo propriamente dito, é uma fase investigatória. É uma atividade privativa do delegado de policia, Lei 12830/13. O delegado não pode delegar a atividade
Tipos de policias:
Policia administrativa, ofensiva: PM/CBM, PRF/PFF (é a policia administrativa que atua antes do crime)
Policia judiciaria, repressiva: PC, PF (atua após o criem, responsável por presidir o inquérito.
Persecução criminal: o Estado é o único legitimado para punir, para aplicar sanção penal
2 fases, persecutio criminis: 
Preliminar ou ultraprocessual (fase de inquérito)
Processual ou judicial (é o processo)
Quando o delegado, a policia, realiza uma pericia e apreende os objetos do crime se houver, a autoridade competente realiza um relatório e encaminha ao juiz
O relatório é dado ao destinatário imediato que é o MP ou o querelante. O MP se convencido dos fatos faz a denuncia para o juiz.
Natureza jurídica do inquérito: procedimento administrativo
Destinatário imediato: ultimo a receber
MP (ação penal publica)
Querelante (ação penal privada)
Destinatário mediato: primeiro a receber 
Juiz 
Objetivo do inquérito: apurar autonomia e materialidade (função do delegado)
Finalidade: é a apuração do fato que configure infração penal e a respectiva autoria para servir de base à ação penal ou às providencias cautelares.
Características do inquérito:
Inquisitivo:
Concentração de poderes na mão do advogado
Não há acusação: a acusação é uma função do MP, que é o fiscal da lei
Não há partes: não admite contraditório e ampla defesa.
Discricionário: 
Possibilidade de margem de escolha:
Conveniência
Oportunidade
Não tem um rito: o delegado pode dar abertura do inquérito, de oficio. (pode fazer ou não)
Diligencia: negativa do delegado. Se o delegado negar o inquérito ou diligencia cabe recurso ao chefe de policia.
OBS.: não cabe discricionariedade ao delegado se o juiz e o MP ordenarem a abertura doinquérito
Negativa do delegado: se a diligencia for licita por parte do juiz e MP. O delegado comete prevaricação e infração administrativa; se for licita o delegado deve negar
OBS.2: requisição do ministro da justiça não é ordem.
Crimes vestigiais e não transerente: quando o crime deixar vestígios o corpo de delito é obrigatório e é produzido no inquérito.
Sigiloso: visa blindar o investigado por conta de julgamento social (proteção a vitima e ao investigado)
Para o juiz e MP não há sigilo pois tem amplo acesso
Advogado: art. 7, XIV, EOAB. O advogado tem acesso amplo aos autos documentados, mas na pratica isso não funciona. Súmula vinculante 14.
Negativa do advogado: 
Cabe medida de segurança, reclamação constitucional, habeas corpus preventivo.
Ação penal 
Publica: o titular é o Ministério Publico, a petição inicial é a denuncia. 
Privada: iniciativa privada – o titular é ofendido ou seu representante legal, a petição é a queixa – crime. 
a diferença das duas é a titularidade.
A ação penal publica se divide em:
Incondicionada: o MP não precisa de autorização para iniciar a ação (crimes contra a vida)
Condicionada: o MP precisa de uma autorização
Representação da vitima (ofendido)
Requisição do Ministro da justiça.
Princípios da ação penal pública
Obrigatoriedade: o MP é obrigado a iniciar a ação penal, exceto quando ocorre a transação penal que é o acordo que o MP e o suspeito faz para que não haja processo penal. É uma troca de pena, aplica-se a pena de multa ou restritiva de direito.
Quais crimes pode aplicar a transação penal? De menor potencial ofensivo, onde a pena máxima não exceda 2 anos.
Exceto em caso de colaboração premiada poderá o MP deixar de denunciar o suspeito, desde que ele não seja o chefe da organização criminosa.
Indisponibilidade: o MP não pode desistir da ação penal já iniciada. Iniciado o processo o MP deve ir ate o fim, mesmo que seja para absolvição. O MP não pode desistir dos recursos interpostos.
Oficialidade: somente o MP tem a capacidade de titular a ação publica incondicionada.
Instranscendencia: a ação penal só pode ser proposta contra a pessoa a quem se imputa a pratica do delito.
Oficiosidade: devem agir de oficio salvo nas hipóteses em que a ação penal publica for condicionada à representação ou à requisição do ministro da justiça.
Autoridade: somente o membro do MP tem a tutalidade da ação penal publica incondicionada.
*se o MP não oferecer a denuncia, a pessoa pode manifestar.
Representação do ofendido: existe alguns crimes em que a ação vai se iniciar com a representação do ofendido. 
Ex: ameaça, lesão corporal de natureza leve.
O prazo para a vitima representar é de 6 meses desde o conhecimento da autoria.
Se passar o prazo ocorrera a extinção da punibilidade pela decadência.
Obs.: se a vitima morrer o direito de representação é transmitido ao CADI (conjuge, ascendente, descendente, irmão).
A vitima pode desistir da representação? Em regra a representação pode se retratar ate o oferecimento da denuncia. Exceto nos casos de violência domestica ou familiar contra a mulher ou vitima, só poderá se retratar perante o juiz até o recebimento da denuncia.
Requisição do Ministro da Justiça: em alguns crimes dependerá da requisição do ministro da justiça
Crime contra a honra do presidente ou chefe de governo estrangeiro. Qual o prazo? Não tem prazo, podendo ser feita enquanto o crime não prescrever.
Ação Pena Privada
 
o titular é o ofendido ou seu representante.
Princípios:
oportunidade: a vitima oferece a queixa se quiser. (ex crime contra a honra)
disponibilidade: a vitima pode desistir da ação penal já iniciada. Pode abandonar o processo, o que ensejará a extinção da punibilidade por perempção.
Indivisibilidade: havendo dois ou mais criminosos a vitima deve oferecer a queixa contra todos (ou processa todos ou ninguém)
Intranscendencia: somente é processado o autor da infração.
Espécies de ação penal privada
Ação penal privada propriamente dita: é a regra geral, acontece principalmente nos crimes contra a honra. O prazo para a vitima oferecer queixa são de 6 meses até o conhecimento da autoria. Se a vitima falece o direito de oferecer a queixa é transmitido ao C.A.D.I.
Ação penal privada personalíssima: somente a vitima poderá oferecer queixa. Se a vitima morre acontece a extinção da punibilidade. Em qual crime a ação penal vai ser personalíssima? Indenização em erro essencial ou ocultação de impedimento matrimonial (236 CP)
Ação penal privada subsidiaria da publica: no crime de ação penal publica, se o MP perdeu o prazo para oferecer a denuncia, a vitima pode oferecer a queixa subsidiaria. Qual o prazo que o MP tem para oferecer denuncia?
Indiciado solto: 15 dias
Indiciado preso: 5 dias
A vitima tem o prazo de 6 meses a contar da inercia do MP.
Ação Penal nos crimes contra a dignidade sexual 
Foi alterada a redação do 225 CP, onde os crimes contra a dignidade sexual, a ação penal passa a ser publica incondicionada, deixando de ser condicionada a representação.
Ação Civil Ex delito
É uma ação que é da esfera civil, quando por exemplo alguém sofreu um dano em decorrência do crime e quer uma indenização.]
A vitima deve pegar a sentença condenatória transitada em julgado e executa-la na esfera cível ( é um titulo executivo)
Então, podemos pensar que, toda vez que alguém cometer um delito surge para o estado o jus puniendi, surge para a vitima o direito de ser reparada pelo dano que sofreu.
Influencia da jurisdição penal sobre a civil: a jurisdição penal não influencia na esfera civil, são independentes, mas quando o fato gerado das duas responsabilidades é o crime aí sim terá influencia. (alguém sofre um dano patrimonial em decorrência de um crime)
Ação de execução ex delito: já tem uma sentença penal condenatória transitada em julgado, basta o ofendido executa-la na esfera civil (se o juiz penal já tiver fixado um valor para o ofendido ser ressarcido, basta executar.
Se o juiz não tiver fixado nenhum valor, o ofendido promove a liquidação da sentença 
Uma terceira hipótese é quando o juiz fixar o valor mas o ofendido não concorda com o valor, pode este também liquidar no juízo cível.
Ação civil ex delicto: antes do ajuizamento ou no transcorrer da causa penal (não há sentença penal condenatória)
(no primeiro já tinha a sentença condenatória, era só executar; neste não há sentença , o ofendido ajuíza uma ação de indenização antes de ser julgado o caso)
OBS: o juiz pode suspender a ação cível ate a sentença penal condenatória transitar em julgado.
A doutrina entende que o juiz deve suspender a ação cível pois pode ter conflitos na ação penal e cível.
Sentença absolutória. Esta impede de ajuizar a ação cível? Não impede, mas depende da fundamentação da absolvição.
Se a sentença absolutória decidir que o acusado não é autor do crime ou de que não houve crime, não há que se falar em dano, portanto não poderá ajuizar ação civil
Quando o fato não é crime mas causou um dano, o ofendido poderá ajuizar ação civil
Art 65, as excludentes de ilicitude impedem o ajuizamento da ação civil.
Arquivamento do inquérito policial não impede a busca de reparação do dano. Art 67, I.
Competência: 
É a delimitação do poder jurisdicional (fixa os limites dentro dos quais o juiz pode prestar jurisdição). Aponta quais os casos que podem ser julgados pelo órgão do Poder judiciário. É uma verdadeira medida da extensão do poder de julgar.
Espécies de competência: 
A doutrina distribui a competência considerando três aspectos diferentes:
Ratione materiae: estabelecida em razão da natureza do crime praticadp;
Ratione personae: de acordo com a qualidade das pessoas incriminadas;
Ratione loci: de acordo com o local em que foi praticado ou consumou-se o crime, ou o local de residência do seu autor.
Como saber qual juiz é competente? Em primeiro lugar, cumpre determinar qual o juízo competente em razão da matéria, isto é, em razão da natureza da infração penal. Para a fixação dessa competênciaratione materiae importa verificar se o julgamento compete à jurisdição comum ou especial (subdividida em eleitoral, militar e politica).
Outros critérios para se saber qual o juiz competente: devem ser formuladas as seguintes indagações:
Qual a jurisdição competente? Justiça comum ou justiça especial?
Qual o órgão jurisdicional hierarquicamente competente? O acusado tem foro privilegiado por prerrogativa de função?
Qual o foro territorialmente competente? Competência ratione loci (lugar da infração ou domicilio do réu?)
Qual o juízo competente? Qual a vara competente, de acordo com a natureza da infração penal? Vara comum ou vara do júri? É a chamada competência de juízo.
Qual o juiz competente? (competência interna)
Qual o órgão competente para julgar o recurso?
Desse modo, em primeiro lugar deve-se procurar saber se o crime deve ser julgado pela jurisdição comum ou especializada; depois, se o agente goza ou não da garantia de foro privilegiado; em seguida, qual o juízo dotado de competência territorial; por ultimo, dentro do juízo territorialmente competente, indaga-se qual o juiz competente, de acordo com a natureza da infração penal e com o critério interno de distribuição.
Diferença entre competência material e competência funcional: 
A competência material é a delimitação de competência ditada por três aspectos
Ratione materiae(cpp, art. 69,III): em razao da relação de direito, isto é, em razão da natureza da infração penal; por exemplo, o Júri popular tem competência para julgar os crimes dolosos contra a vida e a jurisdição eleitoral, para os julgamentos dos crimes das contravenções eleitorais;
Ratione personae (CPP art. 69, VII): em razão da qualidade da pessoa do réu, como nos casos de foro especial por prerrogativa de função;
Ratione loci (CPP art. 69, I,II): em razão do território, levando-se em conta o lugar da infração ou da residência ou domicilio do reu.
OBS.: nesse critério de classificação, competência material é um termo mais amplo do que competência ratione materiae.
A competência funcional é ditada por outros três aspectos:
Fase do processo: pode haver juiz do processo, juiz da execução, juiz do sumario de culpa do Júri etc.;
Objeto do juízo: no Júri, ao juiz presidente incumbe resolver as questões de direito suscitadas no curso do julgamento, proferindo sentença condenatória ou absolutória e fixando a pena, enquanto aos jurados compete responder aos quesitos que lhes são formulados;
Grau de jurisdição (competência funcional vertical): a competência pode ser originaria (como no foro por prerrogativa de função) ou em razão do recurso (principio do duplo grau de jurisdição).
Prorrogação de competência necessária e voluntaria
A necessária ocorre nas hipóteses de conexão e continecia (art 76 e 77)
A voluntaria ocorre nos casos de competência territorial, quando não alegada no momento processual oportuno (art 108), ou no caso de ação penal exclusivamente privada, onde o querelante pode optar pelo foro do domicilio do réu, em vez do foro do local da infração (art 73)
Delegação da competência: 
É a transferência da competência de um juízo para outro, sempre que os atos processuais não puderem ou não tiverem de se realizar no foro originalmente competente.
Podem ser das seguintes espécies:
Delegação externa: quando os atos são praticados em juízos diferentes, como nos casos das cartas precatórias citatórias e instrutórias, e das cartas de ordem dos tribunais para juízes;
Delegação interna: quando a delegação é feita dentro de um mesmo juízo, como no caso de juízes substitutos e juízes auxiliares.
Competência pelo lugar da infração (ratione loci): teoria dotada e regras especiais
Existem três teorias a respeito do lugar do crime:
Teoria da atividade: lugar do crime é o da ação ou omissão, sendo irrelevante o lugar da produção do resultado,
Teoria do resultado: lugar do crime é o lugar em que foi produzido o resultado, sendo irrelevante o local da conduta;
Teoria da ubiquidade: lugar do crime é tanto o da conduta quanto o do resultado.
Teoria adotada:
No caso de um crime ser praticado em território nacional e o resultado for produzido no estrangeiro, aplica-se a teoria da ubiquidade, prevista no art. 6 do CP; o foro competente será tanto o do lugar da ação ou omissão quanto o do local em que se produziu ou deveria se produzir o resultado. O for competente será o do lugar em que foi praticado o ultimo ato de execução no Brasil, ou o local estrangeiro onde se produziu o resultado.
No caso da conduta e do resultado ocorrerem dentro do território nacional, mas em locais diferentes (delito plurilocal) aplica-se a teoria do resultado, prevista no art. 70 do CPP: a competência será determinada pelo lugar em que se consumar a infração, ou, no caso de tentativa, pelo lugar em que for praticado o ultimo ato da execução.
No caso de crimes de menor potencial ofensivo, sujeitos ao procedimento da lei 9099/95, adotou-se a teoria da atividade. Art. 63 da Lei “A competência do Juizado será determinada pelo lugar em que foi praticada a infração penal”
Regras especiais:
Quando incerto o limite entre duas comarcas, se a infração for praticada na divisa, a competência será firmada pela prevenção (art. 70, 3o)
No caso de crime continuado ou permanente, praticado em território de duas ou mais jurisdições, a competência será firmada pela prevenção.
No caso de alteração do território da comarca, por força de lei, após a instauração da ação penal, o Superior Tribunal de Justiça tem aplicado analogicamente o art 87 do CPC, que trata de perpetuatio jurisdictionis, mantendo-se a competência original.
Sumula 521 do STF: “o foro competente para o processo e o julgamento dos crimes de estelionato, sob a modalidade da emissão dolosa de cheque sem provisão de fundos, é o local onde se deu a recusa do pagamento pelo sacado”. O STJ editou sumula idêntica ao STF, de numero 244. Ambas as sumulas seguem a teoria do resultado, adotada pelo art. 70 do CPP.
No homicídio, quando a morte é produzida em local diverso daquele em que foi realizada a conduta, a jurisprudência entende que o foro competente é o da ação ou omissão, e não do resultado (STJ, 5A T, RHC 793, DJU, 5nov. 1990, p. 12435). Esta posição é majoritária na jurisprudência, e tem por fundamento a maior facilidade que as partes tem de produzir provas no local em que ocorreu a conduta. Ela é contraria à letra expressa da lei, que dispõe ser competente o foro do resultado.
No crime de falso testemunho praticado por precatória, a jurisprudência tem entendido como competente o juízo deprecado, uma vez que foi nele que ocorreu o depoimento fraudulento. 
No uso de documento falso, a competência é no lugar em que se deu a falsificação.
O TJSP entende que, no delito de aborto, o juízo competente é o do local da conduta, e não o do lugar da morte do feto.
Competência pelo domicilio ou residência do réu (ratione loci)
Não sendo conhecido o lugar da infração, a competência será firmada pelo domicilio do réu;
Se o réu tiver mais de um domicilio, a competência será firmada pela prevenção;
Se o réu não tiver residência certa ou for ignorado o seu paradeiro, será competente o juiz que primeiro tomar conhecimento do fato.
No caso de ação penal exclusivamente privada, o querelante poderá preferir o foro do domicilio ou residência do réu, em vez do foro local do crime, ainda que este seja conhecido;
Domicilio é o lugar onde a pessoa se estabelece com animo definido, onde exerce suas ocupações habituais.
No caso da pessoa ter vários domicílios, qualquer um será considerado como tal.
Competência pela natureza da infração (ratione materiae)
A competência pela natureza da infração será regulada pelas leis de organização judiciaria, salvo a competência privativa do tribunal do júri.
Competência por distribuição
Quando houver mais de um juiz competente no foro do processo, a competência será determinada pelo critério da distribuição, nesse caso existem dois ou mais juízes igualmente competentes, por qualquer dos critérios,para o julgamento da causa. A distribuição por inquérito policial e a decretação de prisão preventiva, a concessão de fiança ou a determinação de qualquer diligencia, antes mesmo da distribuição do inquérito, tornam o juízo competente para a futura ação penal.
Competência por conexão
Conexão é o vinculo, o liame, o nexo que se estabelece entre dois ou mais fatos, que os torna entrelaçados por algum motivo, sugerindo a sua reunião no mesmo processo, a fim de que sejam julgados pelo mesmo juiz, diante do mesmo compêndio probatório e com isso se evitem decisões contraditórias. São efeitos da conexão: a reunião de acoes penais em um mesmo processo e a prorrogação de competência.
Espécies de conexão:
Intersubjetiva, que se subdivide em:
Conexão intersubjetiva por simultaneidade: quando duas ou mais infrações são praticadas ao mesmo tempo, por varias pessoas reunidas, sem que exista liame subjetivo entre elas, ou seja, sem que estejam atuando em concurso de agentes. É o caso da autoria colateral. Exemplo: ao final do jogo entre Corinthians e Portuguesa, em 1980, após o arbitro ter apitado um pênalti contra o Corinthians, seus torcedores, impulsivamente, sem ajuste prévio e de inopino, começaram a destruir todo o estádio. O ideal é que o mesmo juiz julgue todos os infratores.
Conexão intersubjetiva concursal ou por concurso: quando duas ou mais infrações são praticadas por varias pessoas em concurso, embora diversos o tempo e o lugar, nesse caso os agentes estão unidos pela identidade de propósitos, resultando os crimes de um acerto de vontades visando ao mesmo fim. Ao contrario da primeira hipótese, não há reunião ocasional, mas um vinculo subjetivo unindo todos os agentes.
Conexão intersubjetiva por reciprocidade: quando duas ou mais infrações são praticadas por varias pessoas, umas contra as outras. É o caso das lesões corporais reciprocas, em que dois grupos rivais bem identificados se agridem. Os fatos são conexos e devem ser reunidos em um mesmo processo.
Conexão objetiva, logica ou material: quando uma infração é praticada para facilitar a execução de outra (conexão objetiva teleológica) ou para ocultar, garantir vantagem ou impunidade a outra (conexão objetiva consequencial).
Instrumental ou probatória: quando a prova de uma infração influir na outra. A questão é de exclusiva conveniência da apuração da verdade real.
Competência por continência
Na continência não é possível a cisão em processos diferentes, porque uma causa esta contida na outra.
Hipóteses:
Quando duas ou mais pessoas forem acusadas pela mesma infração: nesse caso existe um único crime, cometido por dois ou mais agentes em concurso, isto é, em coautoria ou em participação. Aqui o vinculo se estabelece entre os agentes e não entre as infrações. Exemplo o crime da rixa.
No caso de concurso formal: existe pluridade de infrações, mas unidade de conduta. No concurso formal o sujeito pratica uma única conduta, dando caso a dois ou mais resultados. 
Foro prevalente
Ocorrendo a reunião dos processos pela conxao ou continência, poderá haver prorrogação de competência em relação a um dos crimes, gerando a duvida: qual o juízo que fará prevalecer a sua competência sobre a do outro? Resposta está no art. 78 CPP.
Competência por prevenção 
Prevenção significa prevenir, antecipar.
Verificar-se-á a competência por prevenção toda vez que houver dois ou mais juízes igualmente competentes, em todos os critérios, para o julgamento da causa. Neste caso, a prevenção surge como uma solução para determinar qual o juízo competente.
Trata-se de uma prefixação da competência, que ocorre quando o juiz toma conhecimento da pratica de uma infração penal antes de qualquer outro igualmente competente, sendo necessário que determine alguma medida ou pratique algum ato no processo ou inquérito.
Exemplos de prevenção: decretação da prisão preventiva, concessão da fiança, pedido de explicações em juízo, diligencia de busca e apreensão no processo dos crimes contra a propriedade imaterial, distribuição de inquérito policial para concessão ou denegação de pedido de liberdade provisória, etc.
Casos em que não ocorre a prevenção: pedido de habeas corpus, remessa de cópia de auto de prisão em flagrante, decisão do tribunal que anula o processo, etc.
A nulidade decorrente da não observância da regra da prevenção é relativa, considerando-se sanada, quando não alegada no momento oportuno, uma vez que não se vislumbra, aqui, ofensa direta a principio constitucional do processo. Esse entendimento, inclusive, é objeto da Súmula 706 do STF: “ é relativa a nulidade decorrente da inobservância da competência penal por prevenção”.

Continue navegando