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EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DO ____ TRIBUNAL DO JURI DA COMARCA DA CAPITAL DO ESTADO XXXXXXX. Processo n.:____, Tício, já qualificado nos autos do processo criminal em epígrafe, vem à presença de Vossa Excelência, dentro do prazo legal, por intermédio do seu advogado (procuração anexada), apresentar ALEGAÇÕES FINAIS com fulcro no artigos 411, § 9 c/c 403, §3º, do Código de Processo Penal, e artigo 5º, LV da CRFB/88, pelas razões de fato e de direito a seguir expostas: I. DOS FATOS Tício, sendo amigo de Maria,oferece-lhe carona pois são colegas de trabalho sabendo que a mesma encontrava-se grávida, após mais um dia de trabalho. Ocorre que quando estava dirigindo, Tício, denunciado nesta ação penal ao fazer uma curva fechada, perdeu o controle do veículo automotor que capotou. Os bombeiros que prestaram socorro ao acidente encaminharam Maria para o Hospital mais próximo onde ficou constatado que a mesma não havia sofrido qualquer lesão. Contudo, na mesma ocasião constatou -se que a gravidez de Maria havia sido interrompida em razão da violência do acidente automobilístico, conforme comprovou o laudo do Instituto Médico Legal, às fls. 14 dos autos. II. DO DIREITO Como se comprovará, não encontra-se respaldo legal, não sendo possível, portanto, a pronúncia do acusado nos termos da denúncia. Assim , como expresso no artigo 125 do Código Penal, dispõe que será penalizado aquele que provocar aborto, sem o consentimento da vítima. O aborto tem o tipo subjetivo de crime, sendo somente aceito em sua forma dolosa, e não em sua forma culposa. Assim, após analisar todos os fatos, pode-se afirmar que a conduta do réu ocorreu na modalidade culposa, portanto, há atipicidade na conduta do agente, tornando a tipificação em que se lastrou esta denuncia, um fato atípico. Não há o que se falar em aborto, pois Tício jamais quis prejudicar ou interromper a gravidez de Maria, visto que além de colegas de trabalho, tinham relação de amizade. Sua intenção foi somente a de, como amigos que eram, dar uma carona e proporcionar maior conforto no retorno do trabalho. Portanto, não havendo dolo direto ou eventual de provocar o acidente e gerar o resultado aborto, torna-se a denúncia do Ministério Público atípica, na forma do Artigo 415, III do CPP, pede-se pela procedência do pedido de ABSOLVIÇÃO SUMÁRIA do réu, devido não constituir infração penal. III - DO PEDIDO: Isso posto, requerer a V. Exa.que seja reconhecida a atipicidade da conduta de Tício com a consequente absolvição sumária do acusado, ora que a conduta do referido artigo enseja a conduta dolosa do agente e a do referido caso, ocorreu na modalidade culposa na forma do artigo 415, inciso III, do CPP. Nesses Termos Pede deferimento. Comarca xxxxxx, xx de Mês de xxx. ___________________ ADVOGADO OAB XXXX
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