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LlSIAN FISCHER GASPARI AS INTELIGENCIAS MOL TIPLAS NA EDUCA<;:AO INFANTIL: UMA ANALISE DA PRATICA EM UMA ESCOLA PARTICULAR DE CURITIBA CURITIBA 2003 LlSIAN FISCHER GASPARI AS INTELIGENCIAS MOL TIPLAS NA EDUCA<;:Ao INFANTIL: UMA ANALISE DA PRATICA EM UMA ESCOLA PARTICULAR DE CURITIBA Monografia apresentada no curso de Pedagogia na Faculdade de Ciencias Humanas, Letras e Artes da Universidade Tuiuti do Parana na disciplina de TCC. Orientadora: Jurandi Serra Freitas. CURITIBA 2003 J:;rf ~~~~~!l~~~~,,~~~!!,~?~~~~~ UIlP l1NIVERSIDADE Tl1Il1TI DO PARANA FACULDADE DE ClENCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES CURSO DE PEDAGOGIA TERMO DE APROV AC;AO NOME DO ALUNO: LISIAN AYRES FISCHER GASPARI TiTULO: INTELIGENCIAS l\flJLTIPLAS TRABALI-IO DE CONCLUSAo DE CURSO APROVADO COMO REQUISITO PARCIAL PARA A OBTEN<;.6.0 DO GRAU DE L1CENCIADO EM PEDAGOGlA, CURSO DE PEDAGOGIA DA FACULDADE DE CrENCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES, DA UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA. ~A COMJSSAO AVALIADORA: p~pl\'i-JURANDI SERRA FREITAS ORI:ENTADORA PROF'_ JO~~6il:8'tANO LIMA TOMAZ PEREIRA l\"~BR~LA~ANCA f~RANDE MEl\Ul~Ob1~~~c~'n vnun~., DATA: 04/12/2003. MEDIA: ---'3"-,0-=--- __ CURITlBA- PARANA 2003 C'''''r.us"'~~;e Rei!"",:r••••~r...;~ ••lI.:iA;ItI:...n,. n'·I.Im.lnt:i~·CEpm\O·:UO·F_: '~l)Ul 77001""", (~1)>>111': Ca_k::n....,..;:IW.Ci_JAim ••E!.Iey,~.I~ •••r"'i·a.-~~I·cerwls-1&O.F<><oI«.t)'~C1.~IF ••••.(.l)tl.fOrU Camr••.•CI:aIl1I'>1JM1:""""'~...,3CN_otaI,$()l;.I.:_.C£f'10710.rioII·~9:4~1)3Jll'1DC1IF .••"(~1)nl1.10 C_M_",~e."""J<IM"I«loo.'~.M-.. ••••.CEf'll:r!:lC.JOO.F_('l)'ll~~I~\.I)'n5S«C~....,k """En", H."." :<1•••.,,., . ..,,,.. CEPefI10.!tC '''-''')JH4i)04IFu:(.1):lH+n4 C"""""k_cr.""".ItoMDfrr,in."IA:u.noIK"~:S.1·Plt~rDnM·C£P~'00::tC.F_('1)UI"llIF"A:('1»)"1']1;",:"~::::w~""c:..~"F'f.'-U.eo. .bN"'I>I<Sn"'.Cf.I"IOl\!H)IQ.F_(4\lmlo4:::II"-'(4\)lSl~!:( A todos os professores que respeitam a individualidade e 0 ritmo de aprendizagem de cada crianya e procuram transformar 0 ensino ern algo significativo e prazeroso. AGRADECIMENTOS Agrade<;o a Deus pelas benyaas recebidas na decarrer de tada cursa. As minhas avos Palmira dos Santos Ayres e Am'llia Fischer pelo arnor e amparo durante essa caminhada. E aD meu marido Rodrigo Trentim Gaspari que sempre me entusiasmou a estudar e a if a busea dos meus objetivos Em especial aos meus pais, Nay Sant'Ana Fischer e Jacira Ayres Fischer, que mesmo distante se fizeram presentes pelas palavras de forr;;a e coragem nos momentos de desanimo Gastaria de agradecer tambem, a Sueti de Sauza Pinta, a Leni Trentim Gaspari, a Giovana Bueno Fischer e a orientadora Jurandi Serra Freitas pelas dicas durante a realizagao da pesquisa, que faziam com que me senti sse mais segura e confiante no decorrer do processo. A Debora Vilar da Silva Santos e a Maria Ines Lacerda Carneiro dedicD a mlnha alegria e satisfar;ao em concluir es1a monografia, uma vez que sempre me apoiaram e me ampararam nos momentos de incertezas e angustias. iii ~A humanidade s6 sa elevara atraves da educagao. Educa~ao conhecimento, educacyao - amor. Por isso, a import~ncia dos educadores no mundo e a urgencia em bern pre para- los. Porque os pediatras fazem a raya dos atletas, mas 56 os professores constroem a comunidade dos homens de bem". (Agar) iv SUMARIO LlSTA DOS GRAFICOS .... RESUMO ... INTRODUr;:AO ... 2 INTELIGENCIAS MOL TIPLAS: BREVE HISTORICO E CONCEITUAc:;AO .. A pRATICA DAS INTELIGENCIAS MOLTIPLAS EM SALA DE AULA .. 3.1 0 PAPEL DO PROFESSOR NO DESENVOLVIMENTO DAS INTELIGENCIAS MUL TIPLAS . 3.2 IDENTIFICANDO AS INTELIGENCIAS MUL TIPLAS DOS ALUNOS. 3.3 SUGESTOES DE ABORDAGENS CURRICULARES DAS INTELIGENCIAS MUL TIPLAS . 3.4 TENDENCIOSIDADE DOS CURRicULOS . 4 RESULTADOS DA PESQUISA DE CAMPO .. 4.1 ENTREVISTA .. 4.2 QUESTIONARIOS .. 5 CONSIDERAC:;OES FINAlS .. REFERENCIAS .. APENDICE .. vi vii 01 05 12 12 13 15 24 25 25 32 41 43 44 LlSTAS DE GRAFICOS GRAFICO 1 - QUANTIDADE DE QUESTIONARIOS . . 33 GRAFICO 2 - QUESTAO 1: FAIXA ETARIA DOS PROFESSORES 33 GRAFICO 3 - QUESTAO 2 FORMAC;;Ao DOS PROFESSORES . . 34 GRAFICO 4 - QUESTAO 3: TEMPO DE INSTITUIC;;AO 34 GRAFICO 5 - QUESTAO 4: TURMAS EM QUE OS PROFESSORES LECIONAM 35 GRAFICO 6 - QUESTAO 5: QUANTI DADE DE ALUNOS POR TURMA 36 GRAFICO 7 - QUESTAo 6 VIABILIDADE DO TRABALHO COM AS INTELIGENCIAS MUL TIPLAS COM CRIANC;;AS DE 3 A6ANOS ... GRAFICO 8 - QUESTAo 7 BENEFiclOS DO TRABALHO COM AS INTELIG~NCIAS MUL TIPLAS .. GRAFICO 9 - QUESTAo 8: POSSIBILIDADE DE IDENTIFICAC;;Ao DAS INTELlG~NCIAS MAIS DESENVOLVIDAS DOS ALUNOS .. GRAFICO 10- QUESTAo 9: FINALIDADE DA IDENTIFICAC;;Ao DAS . 36 ...... 37 .. 38 INTELIG~NCIAS MUL TIPLAS . . 39 GR)\FICO 11 - QUESTAo 10 MANEIRAS DE ESTIMULAR AS INTELIGENCIAS MUL TIPLAS . ..40 RESUMO Este estudo teve como ponto de partida analisar a pratica educacional de urna escola particular de Educa~o Infantil em Curitiba, que incorporou a tearia das Inleligencias Multiplas em sua proposta pedag6gica. 0 presente trabalho tem por objet iva contribuir com as educadores que desejam implantar essa teoria em suas escolas, apontando caminhas e mostrando que essa pratica e passivel e funciona. A compreens~o desse tema passa palo relata da visao unitaria de inteligencia que S8 apresentava no seculo XX, ate as transformay6es que ocorreram ness a conceituat;ao a partir dos anos 80, com estudos de Gardner e sua equipe de pesquisadores da Universidade de Harvard, que ampliaram a canceito de inteligencia enfatizando urna vi sao pluralista da mente humana, influenciando dessa forma, a construt;ao de novas abordagens curriculares no processo de ensino-aprendizagem. A justificativa para a estudo insere-se na tentativa de relacionar teoria e priltica. Para tanto, a pesquisa aponta como ocorreu 0 processo de incorpora9ao das Inteliglmeias Multiplas ao curricula da eseola pesquisada. Identifica as difieuldades enfrentadas, antes, durante e de pais dessa implanta~o e oferece sugestOes praticas a quem desejar reestruturar a proposta pedagogica de sua eseola dentro de uma nova perspectiva educacional. Este trabalho indica caminhos para Qutros pesquisadores que queiram enveredar para discussOes sobre a questao do ensino atraves das Inteligencias Multiplas. Palavras-chave: Inteligencias Multiplas; Educayiio Infantil; Resposta Pedag6gica; Abordagens Curricula res. INTRODUCAO o psic6logo americana Howard Gardner (1995) vem propor um novo olhar sobre a intelig~ncia, considerando-8 como urn conjunto, urn espectro de compet~ncias, denominada por ele de Intelig~ncias Multiplas. A concep~ao de inteligencia, proposta pelo pesquisador, trouxe em seu rastra a necessidade de um pensar sobre a organiza~o da eseela e seus componentes curriculares, sugerindo reformulac;Oes nas 8c;Oes docentes, no sentido de promover uma reflexAo sobre 0 trabalho em crasse e estimular urn olhar que compreenda 0 aluno como urn todo. Essa tearia desperta no educador a confianya na capacidade dos alunos em aprender e se desenvolver, a esperanc;a em resgatar a auto-8stima de crianryas discriminadas devido a SLiB dificuldade de aprendizagem e 0 desejo em proporcionar um desenvolvimento cognitiv~ integral aDs educandos. Convem, no entanto, refletir sobre como se concretiza a pratica dessa teeria nas escolas. Apesar dos diversos modelos de incorporac;ao das Inteligencias Multiplas em centres edueaeionais do mundo todo, muitas indagac;6es surgem ao tentar transferir as experiemcias relatadas nos referenciais bjbliografieos, a nos sa reaJidade. Oiante desse questionamento surgiu 0 interesse em saber: Como a escola "Lapis de Cor" em Curitiba implantou 0 trabalho com as Inteligemcias Multiplas e cornoesta viabilizando a sua pratica no dia~a~dia? o interesse aeima mencionado justifica-se ao mostrar como a Teoria das Inteligencias Multiplas facilita 0 desenvolvimento cognitiv~ integral de erianc;as na faixa etaria de 2 a 6 anos, contribuindo para formar uma visao mais pluralista e contextualizada da inteligencia, considerando a possibilidade de identificar os talent05 exeepcionais das crianc;as numa idade bem inicial, bern como identificar precocemente as areas de dificuldades e poteneialidades dos educandos. Com 0 objetivo de analisar a viabilidade da incorpora~o dessa teoria e ate mesmo encorajar educadores que tenham a desejo em adapta-Ia a sua realidade, utilizDu-se como metodologia na realizagao deste trabalho monografico. bibliografia especifica sabre as Inteligencias Multiplas, e pesquisa de campo pelo recurso da entrevista corn a diretora da escola e de questionario distribuidos a oito professoras que lecionam para crianyas de 2 a 6 anos, au seja, do Maternal II ao Jardim III. A pesquisa tern a foco nessa faixa elaria, por acreditar que nessa fase as crianyas "[ ... ] estao com as inteligencias num grau de pureza nao encontrado em idades mais avan<;adas [ ... ]" (GARDNER, 1995, p.78). Quanto maior a crian9a, mais dificil se torna a identificayao de suas tendencias reais, uma vez que, "[ ... ] os graus de influencia dos sistemas culturalmente elaborados sao mais intensos~ (GARDNER, 1995, p.78). o trabalho com a faixa eta ria de 2 a 6 anos exige um conhecimento e entendimento muito grande do professor junto a sua responsabilidade na forma<;8o da personalidade do educando, jll que muitas vezes esses educadores pens am que a crian98 deve ser apenas feliz e cuidada nessa fase e esquecem do respeito e compromisso com 0 potencial de desenvolvimento desses anos essenciais e do seu dever em enrique~-Ios ao percorrer com seus alunos um despertar de capacidades e valores. Outro aspecto que exige conscientizagao por parte dos educadores e 0 fata de que cada aluno tem seu processo individual de aprender e seu amplo campo de vivencias e competencias que aliceryam seu desenvolvimento, e esse ocorrera em contato corn 0 meio em que vive e pela media9<3o do professor. Em seus primeiros anos de vida, a crianc;a esta desvendando a mundo e tem urna grande receptividade a tudo que Ihe e ensinado e curiosidade em descabrir e entender tudo que a rodeia. Esta em processo de descoberta do significado das palavras, dos ge5tos e dos simbolos que permeiam sua realidade, esta vivenciando novas experi~ncias e percebendo as limites de suas a90es. Portanto, a postura do educador, seu metodo de ensinar, suas atitudes, a jeito de se relacionar com os alunos, e ate mesrno a frequencia com que fala com cada urn, 0 interesse e 0 carinho que dernonstra ate sem querer, estariam influenciando todo a desenvolvimento afetivo a constru~o da auto-imagem dos alunos. Assim, pois, se os professores perceberem todos os alunos como individuos talentosos, com potencial para aprender e crescer, desenvolvera neles a autoconfian~ e a auto-estima. Ao eontrario, se e lima pessoa deseomprometida corn a educaC;ao e nAo reeonhece a importancia dessa fase inieial para 0 desenvolvimento da erianc;a, desrespeitando 0 seu tempo de aprender e julgando- a como "tabula rasa", ande as conhecimentos vao sendo depositados, ignorando, sua cultura e suas experi~ncias; esse professor podera deixar marcas negativas no aluno par toda vida. De acordo com as reflex6es realizadas ate a momento, percebemos a importimcia da contribui<;iio das Inteligimcias Multiplas para a aprendizagem de crianyas de 2 a 6 anos, LHna vez que propOe a implementa98.o de LIma vis~o difereneiada do desenvolvimento cognitiv~, na qual se respeita a diferenya entre os educandos e as multiplas variat;oos em suas maneiras de aprender e as modos pel os quais podem ser avaliados. A partir das razoes aeima mencionadas, eis as motivos pelos quais se deseja eonhecer a sua aplicabilidade em uma escola particular de Edueayao Infantil em Curitiba. Esse interesse e natural, uma vez que para verifiear a efici~ncia de uma teoria nada melhor do que observe-I a na pratica e saber qual 0 melhor eaminho para a sua incorparayao, seguindo dicas de quem ja reestruturou a pratica educacional de uma eseola ern busca de uma nova perspectiva educacional. A apresenta<;ao da monografia define-se em tres momentos. No primeiro momenta. e abordada a concept;ao de intelig€mda no inicio do seculo XX, e em seguida, a mudant;a paradigmatica de inteligencia oeorrida por volta da decada de oitenta, com a advento dos esludos do psic6logo americana Gardner (1995) que ampliou a conceito de intelig~neia lInka para a de urn ~feixe" de capacidades, que definiu a inteligemcia como a habilidade para resolver problemas au criar produtos que sejam significativos em um ou mais ambientes culturais. Em seguida foram apresentadas as modalidades de inteligencias e suas definir;6es, finalizanda esse primeiro momenta com uma visao geral de suas implicayOes educacionais. Num segundo momento, foi apontado 0 papel do professor diante do desenvolvimento das Inteligencias Multiplas dos alunos, enfatizando a imporfflncia desse em desenvolv~-Ias em si me sma para faeilitar 0 planejamento das aulas, para que essas envolvam todas as inteliglmeias e nao apenas as mais desenvolvidas do professor. Na sequencia. oferece dicas para auxiliar a professor ate que supere suas inte1ig~ncias negligenciadas. Outros aspectos interessantes, abordados no segundo momenta, sao as sugestoes para identificar as inteligencias mais desenvolvidas dos alunos, para assim poder ajuda-Ios em suas dificuldades de aprendizagem, utilizando-as como rota secunda ria para fazer com que cheguem ao entendimento. Outra proposta tambem apresentada foi sabre as abordagens curricula res para 5e trabalhar as Inteligencias Multiplas em sala de aula, sendo indicado por alguns estudiosos dessa area trabalhos com projetos e centres de aprendizagem, sendo sugerida a criayao de novas curriculos, oferecendo meios de planejar aulas diarias, unidades semanais au temas e programas, mensais au anuais, de tal rnaneira que todos os alunos tivessem suas inteligencias estimuladas e desenvolvidas. 0 segundo momento e finalizado corn os cuidados que se deve ter ao realizar 0 planejamento curricular para que nao haja tendenciosidades, isto e, verificar se 0 planejamento do curricula nao esta baseado apenas em urna au duas inteligencias, que correspondem as mais desenvolvidas da pessoa que a esta elaborando. E em fun<;ao disso, procurar eng lobar toda a extensao das capacidades humanas. No terceiro momenta, apresenta-se a am'llise da pesquisa de campo, sendo composta pela entrevista realizada com a diretora da escola de [~hll'{lrii{J IJ!ftmlil Lapis til' 'or e de questionarios que foram distribuidos as professor-as da mesma escola. Esta pesquisa propiciou a conhecimento do trabalho com as Inteliglmcias Multiplas realizado pela escola e ofereceu subsidios para fundamentar 0 problema proposto por esta pesquisa. INTELIGENCIAS MUl TIPlAS: BREVE HISTORICO E CONCEITUAr;:,ii,O No ano de 1905, relata Smole (2000) que Alfred Binet e Theodore Simon elaboraram em Paris 0 primeiro teste padronizado de aptidao mental, a pedido do Ministerio Frances de Educar;ao Publica, com as objetivos de selecionar alunos que pareciam incapazes de aproveitar 0 ensina nas escolas normais, como tambem classificar crianyas adequadamente em sua serie escolar. Em seus trabalhos, Binet citado por Smole (2000), atribui a cada tarefa urna idade minima em que urna criant;a de inteligemcia normal seria capaz de realiztHa com exito. A criant;a submetida aos testes comeyava a realizar tarefas que correspondiam ao primeiro nivel de idade,e ia em seguida realizando as tarefas posteriores, ate que chegasse a propostas que nao cons8guisse realizar. A idade correspondente as ultimas tarefas que a crianc;a conseguia fazer torn ava- S8 a sua idade mental. 0 nfvel intelectual geral da crianya era, entao, medido pel a diferenya entre a idade mental e sua verdadeira idade cronalogica. Gould afirma que "enlal'ada a concep"ao dos testes de 01, est,; a ideia de que 0 valor intelectual das pessaas e uma identidade mensuravel, situada na cabe98. [... J a maiaria das teorias hereditaristas dos testes mentais se baseia [... J na identifica\"'io da intelig~ncia com uma "coisa" unitaria, [ ... j" (GOULD citado por SMOlE, 2000, p. 18). Porem, essa nao era a inten"ao de Binet, ate porque ele era adversaria do hereditarismo e considerava a inteligemcia par demais complexa para ser expressa par um numero. De acordo com as colocac;Oes de Gould, referenciado por Smole (2000), 0 prop6sito da escala de Binet era identificar crianr;:as com problemas e ajuda-Ias a rnelhorar e nunca Ihes atribuir um rotulo ou impor-Ihes limita<;6es. No entanto, explica 0 teorico aeirna referido, psic61ogos americanos falsearam as inten,oes de Binet e inventaram a teoria do 01 hereditario, achando que a inteligeneia era em grande parte, herd ada e assim elaboraram uma serie de argumentos enganosos em que confundiam diferenyas culturais com 6 propriedades inatas. Estavam persuadidos de que 0 resultado obtido nos testes de QI indicava a posiyao inevitavel que cada pessoa deveria ocupar na vida. A partir dos anos 80, narra Smole (2000) que Gardner, psic61ogo da Universidade de Harvard, e sua equipe de pesquisadores come<;aram a questionar a tradicional visa.o da inteligencia, que enfatizava as habilidades linguisticas e 16gico-matematica desconsiderando as dernais faculdades como produtos de processes mentais. Sua insatisfac;ao com a ideia de QI e com visoes unitarias de inteljg~ncja, que focalizam sobretudo as habilidades importantes para o sucesso escolar, levau-o a redefinir a inteligencia a luz das origens biologicas da habilidade para resolver problemas. Em sua pesquisa, Gardner e sua equipe estudaram: ).. 0 desenvolvimento de diferenles habilidades em crianc;as normais e crianc;as superdotadas; adultos com lesoes cerebrais; ).. popula¢es ditas excepcionais lais como idiot-savants e autistas; como se deu 0 desenvolvimento cognitivo atraves dos mil~nios. A partir desses estudos, os pesquisadores puderam perceber que mesmo pessoas que apresentavarn disturbios mentais e tinham problemas em algumas areas, em outras conseguiam se destacar. E atraves dessas pesquisas procuraram mostrar a necessidade de expandir e reformular a concepc;ao do que e considerado como intelecto, para que se possam projetar meios mais adequados e eficazes para avaHs-lo e educa-Io. Nasceu, assim, a teoria de "uma visao pluralista da mente" (SMOlE, 2000, p.25), que ampliou 0 conceito de inteligencia unica, para 0 de um feixe de capacidades, que definiu a inteligencia como 0[ ... ] a habilidade para resolver problemas ou criar produtos que sejarn significativos em urn au mais ambientes culturais" (SMOlE, 2000, p.2S). Essa teoria foi denominada de Inteligencias Multiplas. A seguir serao examinadas as inteligE!'ncias ja identificadas par Gardner e sua equipe: L6gica-Matemiltica - Habilidade para raciocinio dedutivo e para solucionar problemas matematicos. E a mais associ ada com a ideia tradicional de inteligencia. Importante para pesquisadores, cientistas, ffsicos e engenheiros, etc. Lingiiistica - Habilidade para lidar com palavras de maneira criativa e de se expressar de maneira clara e objetiva. E a inteligencia da fala e da comunicac;ao verbal e escrita e nao tem relaC;8o com a cultura da pesso8. Importante para poetas, escritores, oradores, jornalistas, publicitarios, vendedores, etc. Musical - Capacidade de entender a linguagem sonora e de S8 expressar par meio dela. Permite organizar elementos sonoros (timbres, rjtmos, sons) de forma criativa e independe de aprendizado formal. E a mais associ ada com a ideia de talento. Importante para musicos e compositores. Espacia/ - Capacidade de reproduzir, pelo desenho, situac;oes reais ou menta is, de organizar elementos visuais de forma harmonica; de situar-se e localizar-se no espac;o. Permite formar urn modela mental precise de uma situac;ao espacial, utilizando-o para fins praticos (orientac;ao/disposic;ao). Capacidade de transportar- se mentalmente a urn espac;o. Irnportante para artistas plasticos, ilustradores, arquitetos, navegadores, pilotos, cirurgioes, engenheiros, escultores, etc. Cinestesica-Corporal - Capacidade de utilizar a proprio corpo para expressar ideias e sentimentos. Facilidade em usar as maos. Inclui habilidades como coordenaC;ao, equilibria, flexibilidade, farc;a, velocidade e destreza. Importante para atlet8s, magicos, bailarinos, malabaristas, mimicos, etc. Interpessoal - Capacidade de compreender as pessoas e de interagir bern com as outros, 0 que significa ter sensibilidade para 0 sentido de expressoes facia is, voz, gestos e posturas de habilidade para responder de forma adequada as situac;6es interpessoais. Importante para lideres de grupas, politicos, terapeutas, professares e animadores de espetaculos. Intrapessoal ~ Capacidade de conhecer-se e de estar bem consigo mesma, de administrar os pr6prios sentimentos a favor de seus projetos. Inclui disciplina, auto-estima e auto-aceitac;ao. Importante para todas as profiss6es. A fusao das inteligencias Interpessoal e Intrapessoal resulta na inteligencia Emocional, assim denominada por Daniel Goleman em seu best-seller; envolve a capacidade de interagir com 0 mundo levando em conta os proprios sentimentos e a habilidade de compreender as emor;:oes proprias e alheias, utilizando-as para decisoes pessoais e profissionais Naturalista - Consiste na capacidade de se relacionar com a natureza, de distinguir plantas, animais, rochas, perceber sons e sentir-se bern em uma mata fechada. Importante para bi61ogos, botElnicos, pescadores, agricultores, jardineiros. Espiritual au Existencial • E a capacidade de aplicar, nas aryoes do cotidiano, principios e valores espirituais, com 0 objetivo de encontrar paz e tranqOilidade. Envolve a capacidade de encontrar urn prop6sito para a pr6pria vida e de lidar com problemas existenciais (perdas, fracassos, rompimentos). Potencial de se situar em rela.y8o a elementos da condi.yao humana como a significado da vida, a senti do da morte, a destino final dos mundos fisico e psicol6gico e experiencias como a total imerseo numa obra de arte. Importante para misticos, iogues, lideres religiosos, pessoas que meditam. Segundo Smole (2000) Gardner e seus pesquisadores afirmam que este nao e urn nurnero de componentes do espectro definitiv~ e que outras inteligencias podem ser inseridas, desde que sigam os criterios estabelecidos par eles quando selecionaram as nove inteligencias. A partir da teoria de Gardner, Machado, citado por Guimaraes (1997), definiu outra habilidade utilizando os criterios estabelecidos pelos pesquisadores de Harvard. A partir da observac;ao de alunos em classe, propos na epoca uma oitava inteligencia, a pict6rica, que determina a capacidade de desenhar. 0 desenho, segundo Machado, "[ ... J e uma importante forma de expressao da crianc;a. Ele se revela antes mesmo das competencias lingOistica e logico- matematica. Depois, justa mente por valorizar essas ultimas habilidades, a escola abandona a atividade". ° referido autor prossegue afirmando que: "I ..1 0 que importa n~o e 0 numero de inteligEmcias. 0 importante e a no~o de que 0 aluno nao pode ser avaliado apenas por urna au duas de suas capacidades. [...r (MACHADO, citado por GUIMARAES,1997, pAl. Gardner, par sua vez, declara nao ter objeyOes as pesquisas de Machado nem as de Qutros pesquisadores que definam novas inteligemcias. E em urn depoimento esclarece: "Nao conhe~o bem 0 trabalho do Machado, entao nao posso comentar as conclus6es dele de urna mane ira responsavel" (GARDNER. citado par GUIMARAES, 1997, pAl, diz 0 psic61ogo america no. Ao observar a descri<;ao das inteligencias, pode-s9 perguntar: Ja nascemos com todas as inteligencias? Essas capacidades s~o herdadas geneticamente ou podem ser desenvolvidas, S8 exercitadas? Gardner (1995), na sua tearia, propoe que todos os individuos. em principia, tem a habilidade de questionar e procurar respostas usanda tadas as inteligencias. Excetuadas as casas de lesOes, tadas as ind;viduas passuem, como parte de sua bagagem genetica, certas habilidades bas;cas em tadas as inteligencias. A linha de desenvolv;mento de cada intelig~ncia, no entanto, sera determinada tanto par fatores geneticos e neurobiol6gicos quanto pDr condi~oes ambientais. Segundo Arrnstrong (2000) para se desenvolverem, as InteligE!I1cias Multiplas dependem de tres fatores principais: Dota~ao bio/6gica: incluindo hereditariedade au fatores geneticos e les6es cerebrais antes, durante e depois do nascimenta; Historia de vida pessoal: incluindo experiencias com os pais, professores. colegas, amigos e autros que estimulam as intelig~ncias au as impedem de se desenvolver; Referencial historico e cultural: incluinda a epoca e 0 local em que nasceu e foi criado, a natureza e a estado de desenvalvimenta cultural au historico nas diferentes areas. 10 Gardner (1995) ainda propOe que cada uma das intelig~ncias tem sua forma propria de pensamento, au de processamento de informaf):6es, alem de seu sistema simb6lico. Esses sistemas simb61icos 8stabelecem 0 cantata entre as aspectos basicos da cogni~o e a variedade de papeis e fun96es culturais. o pesquisador ressalla que, embera estas inteligencias sejam, ate certo ponto, independentes urna das Qutras, elas raramente funcionam isoladamente. Par exemplo, urn cirurgiao necessita de acuidade da inteligencia espacial combinada com a destreza da cinestesica, para realizar com suceSSD as cirurgias. Referente a esse assunto Smole afirma: "[".] sempre envolvemos rnais de urna habilidade na solu~o de problemas, embora existam predomimlncias" (SMOLE, 2000, p.20). Portanto, as intelig~ncias se integram Smole (2000) esclarece que nessas rela~Oes complernentares entre as inteligencias e que esta a possibilidade de S8 explorar uma em favor da autra. E a usa da chamada rota secundaria para se alcan~r a rota principal de uma determinada inteligencia, Par exempla: se uma crianc;a tem dificuldade para memorizar numeros, mas e musical, pade-se usar a musica como rota seeundar;a para ajuda-Ia na memariza~a matematica. Segundo a mesma autora, "[ ...] a concep~o da inteligemcia proposta por Gardner traz em seu rastro a necessidade de urn pensar sabre a organiza9ila esealar e seus companentes eurriculares, sugerinda reformulac;6es nas a96es dacentes, no senti do de que as professores reflitam sabre a trabalho em classe e olhem para 0 aluno por inteiro· (SMOLE, 2000, p.13). Ha muitas vantagens em adotar a referencial das inteligencias multiplas como uma das bases te6ricas do trabalho na eseola. Talvez a primeira del as seja a de acreditar que todo aluno tern potencial para S8 desenvolver intensamente em uma au em varias areas e a partir desse principia observar que nem tadas as pessoas tern as mesmos interesses e habilidades, nem tadas aprendem da me sma mane ira. Essa perspectiva nos permite alhar para as alunos de modo mais amplo e descobrir que eles podem ser "inteligentes" nao apenas em linguas e matematica, mas tarn bam no modo de movimentar seu carpo seguindo uma musica, no modo de produzir uma escultura, ou na maneira de 58 relacionar com as autros. II A aplica9Ao de uma teoria como a des Inteligencias Multiplas na pratica escolar n~o e simples nern rapida. Nao he. LIma receita, lima forma (mica a ser seguida, que funcione sempre, em todas as esee/as e ern qualquer realidade. Para quem deseja aplica-Ia, 0 primeiro passo consiste em mergulhar no estudo e na reflex~o, compreendendo que 0 centro do trabalho de Gardner para a escola e a crenya na pluralidade da mente e na capacidade de todos os individuos de S8 desenvolverem e serem capazes de aprender. Seguin do essa nova visao sobre 0 educando, Gardner (1995) ressalta a importancia de 0 ambiente educacional preparar 0 estudante para a vida, favorecendo 0 conhecimento de diversas disciplinas basi cas, encorajando-o a utiliza-Ias para resolver problemas e efetu8f tarefas que estejam relacionadas com a vida na comunidade a que pertence. Para Gardner (2000) 0 papel do professor nesse processo e de facilitador, orientador e provedor de recursos, sendo necessaria que conheca cada crianc;a como rea!mente 13, saiba a que ela 13capaz de fazer e centre a educacao nas capacidades, far9as e interesses dessa crianca para ajuda-Ia a atingir as objetivos educacionais que a escola, ou 0 distrito, ou a nac;a.o estabeleceu, utilizando para isso as Inteligemcias Multiplas como instrumento facilitador do processo de ensino-aprendizagem. Partindo dessa educacao mais personalizada, a processo de avaliac;:ao orienta as professores a observar as crianyas enquanto trabalham. Gardner (2000) coloca ainda que esse tipo de avaliac;::io se destina a identificar e estilTlular as areas de compet~ncia.s e interesses das crianyas, utilizando-as para melhorar o desempenho escolar global visando uma maior probabilidade de sucesso escolar. Ate porque quando as criancas percebem que suas competemcias sao reoonhecidas na sala, ~[... J elas se v~em como capazes no ambiente escolar, e sua auto-estima e autoconfianc;:a aumentam, reduzindo dessa maneira 0 risco de fracasso escclar [... ]" (CHEN; KRECHEVSKY; VIENS, 2001, p. 126). Urna das grandes vantagens do trabalho com as I.M e 0 fato de considerar que todos os jndividuos sao talentosos e possuem potencial para aprender e crescer, aspectos esses ignorados nos programas educacionais mais tradicionais. 3 A PRATICA DAS INTELIGENCIAS MULTIPLAS EM SALA DE AULA Muitos educadores interpretam 0 trabalho de Gardner como sugestivo de muitas aplic8c;oes no curricula tradiciona! e 0 fazem de maneiras diversas em escolas do mundo inteiro. A esse respeito, Gardner esclarece dizendo que nao existe urna aplica~o de sua teoria que seja necessariamente ·certaH e outra "effada", e sugere aos educadores que reftitam sobre qual das abordagens das Inteligencias Multiplas corresponderiam de forma mais benefica aos seus alunos e comunidades escolares. Neste capitulo, portanto serao explorados alguns modelos curriculares das Inteligencias Multiplas como sugest6es para educadores que desejam incorpora- las a sua pratica pedagogica. No entanto, e importante ressaltar que as interessados podem criar outras formas au f6rmulas para a planejamenta das aulas au desenvolvimento tematico, e assim ir alam das inteligencias para as quais podem estar ensinando atualmente, para que dessa forma todas as criancyas tenham a oportunidade de se sair bem na escola. 3.1 0 PAPEL DO PROFESSOR NO OESENVOLVIMENTO OAS INTELIGENCIAS MUL TIPLAS Armstrong (2000) faz uma alerta para a fata de que qualquer pessaa que queira aplicar um modelo de aprendizagem em urn ambiente de sala de aula, deve primeiro aplica-Io em si mesmo. o autor enfatiza que esse a um passo importante no usa da tearia de Gardner, uma vez que e necessaria que todo educador determine a natureza e a qualidade de suas multiplas inteligencias e busque maneiras de desenvolve-las em sua vida. Ate porque a fluemcia ou falta de fiuencia especificaern cada urna delas alela a campel~ncia nas varias pap"is que as educadares desempenhgJIL ~ n~D?' no cotidiano escolar. ~I". -;; \ (:::; I:IIWI.Ja7k.'3'\ ~-"""'''~''''''',"I''\,e~I.~\ E importante ressaltar que 0 professor que procura de ~~/ as multiplas inteligencias, passa a ajustar 0 seu e5tilo de ensina ao maior numero de inteligencias, procurando explore-las pDf igual, sem valorizar as suas mais desenvolvidas, proporcionando, dessa forma, urn repert6rio vasto aos seus alunos e buscando atingir as suas competencias mais desenvolvidas au deles, facilitando assim, 0 processo ensino-aprendizagem. Armstrong (2000) oferece algumas dicas para auxiliar os prolessores a suprir as suas deficiencias em algumas inteligencias, enquanto buscam urn meio para ativa-Ias e equilibrar seu usa em sala de aula. Essas dicas consistem em pedir ajuda aos alunos nas areas em que nao tenham tanta habilidade, aproveitar as recursos tecnol6gicos da escola para transmitir informa<;6es que talvez n~o possam ofereeer, por estar envolvendo algumas de suas inteligemeias negligenciadas, e trabalhar em equipe eom outros professores, ja que em um grande grupo cada membro passui um diferente espectro de competencias e unidos poderao trocar ideias e sugestOes e dessa maneira realizar um planejamento que envoi va 0 trabalho com todas as inteligencias, promovendo, assim, um desenvolvimento cognitiv~ integral aos seus educandos. o autor acima mencionado ressalta a importimcia do papel do professor no desenvolvimento das inteligencias, afirmando que est.e pode proparcionar uma experiencia criswli:adora au paralisae/om aas seus educandos, ou seja, "[ ... J as experiemcias cristalizadoras s~a como faiscas que ligam uma inteligencia e iniciam seu desenvolvimento rumo a maturidade e as experiencias para/isadoras desligam as inteligencias· (ARMSTRONG, 2000, p.33). Varias outras influencias ambientais tambem promovem ou retardam a desenvolvimento das inteligencias. Elas incluem acesso a recursos au mentores, fatores hist6rieo-culturais, geograficos, familiares e situacionais. 3.2 IDENTIFICANDO AS INTELlG~NCIAS MUL TIPLAS DOS ALUNOS Normalmente, as eriangas possuem as nove inteligencias e podem desenvolve-Ias em urn nrvel bem elevada de compete-nera. Porem, ao ingressarem na Educagaa Infantil, ja estabeleceram maneiras de aprender que seguem mais as linhas de algumas inteligencias do que outras, uma vez que 14 desde tema idade come<;am a mostrar suas inclina<;Oes em inteligencias especificas. A escola pode tirar urn grande prove ito dessa situa~o ao conseguir identificar e descrever as inteligencias mais desenvolvidas de seus alunos, permitindo, a partir de entaD, que a maior parte da aprendizagem ocorra atrav8S das inteligencias preferidas par eles. Armstrong (2000) alerta para 0 fato de que nao existe urn "11Ic!ua /t".\{l··· capa' de proporcionar uma avalia<;oiiocompleta das Inteligencias Multiplas dos alunos, porem esclarece que as testagens formals existentes, podem oferecer auxilio, dando informa96es e varias pistas para identifica-Ias. o referido autor ressalta ainda que Qutfa maneira de identificar as inteligencias mais desenvolvidas dos educandos e observar seu rl'lau comportamento na sala de aula, ja que geralmente, a crianca expressara seu mau cornportamento de acordo com sua inteligencia mais desenvolvida, a aluno com inclina¢es interpessoais se socializara com outros, 0 aluno altamente lingu[stico estara canversanda fora de hara, e assim par diante. Esses maus comportamentos especificos de cada inteligencia tI[, .. ] s~o uma especie de grito de socorro, urn indicador diagnostico de como as alunos precisam ser ensinados" (ARMSTRONG, 2000, p, 39), Urn outro born indicador para analisar as tendencias dos alunos e como eles passarn seu tempo livre na escola. Observar as crian98s ness as atividades auto-iniciadas pode dizer muito sabre como elas aprendem mais efetivamente. Certamente, a professor que possui uma enorme quantidade de alunos (150 alunos), tera maior dificuldade em idenlificar as suas inclina¢es. Portanto, Armstrong (2000) recomenda que esse trabalho seja realizado apenas corn os alunos mais problematicos da turma. Ja para as turmas que tiverem entre vinte e cinco e trinia alunos, 0 auter aconselha escrever algumas linhas sobre cada urn tadas as semanas, 0 que renderi8, em dez meses, tres ou quatro paginas de s6lidos dad as observacionais par atuno. Alem das observa¢es e listas de verifica920, existem outras excelentes formas de se abter informar;oes sobre as lnteliglmcias Multiplas dos alunos, as quais 0 mencionado autor se refere: Reunir documentos: fotos, desenho5, amostras de trabalho escolar, fitas cassete, fitas de video, fotocopias coloridas; das diversas atividades desenvolvidas pelas crianyas. Examinar as registros escolares cumlliativos: examinar as notas escolares dos alunos ao longo dos anos. Conversar com outros professores: obter informay6es adicionais sobre a crianya com professores de aulas especiais au de Qutras disciplinas. Conversar com as pais: os pais sao os verdadeiros peritos nas Inteligencias Multiplas de uma crianya, uma vez que tiveram a oportunidade de observar a crianya crescendo e aprendendo em diversas circunstimcias. Perguntar aos aiunos: os alunos sao os maiores conhecedares de seus estilos de aprendizagem. Preparar atividades especiais: ensinar a mesmo conteudo atraves das Intelig~ncias Multiplas, ou seja, de nove maneiras diferentes. Ao se preocupar em trabalhar corn as inteligencias mais desenvolvidas dos alunos, para facilitar-Ihes a aprendizagem, e ao estar atento para desenvolver todo leque de competencias, 0 educador necessita "[ ... ] expandir seu repertorio de tecnicas, instrumentos e estrategias [ .. .]" (ARMSTRONG, 2000, p. 59) para atingir uma gama cada vez maior e mais diversa de aprendizes. 3.3 SUGESTOES DE ABORDAGENS CURRICULARES DAS INTELIGENCIAS MUL TIPLAS E de grande valia ressaltar que a teoria das Inteligemcias Multiplas n~o sugere uma unica abordagem preferencial aos planejamentos das aulas, ou das unidades, e sim apresenta aos educadores muitos desafios curriculares, deixando a cargo da escola e de seus professores adaptar a teoria de Gardner a sua 16 realidade, uma vez que nao existe urna receita, urna forma unica a ser seguida, que funcione sernpre, em todas 85 escolas e em qualquer realidade. A esse respeito Antunes esclarece: "[ ... J Intelig~ncias Multiplas nao constituem urn metoda pedagogico e sim urna maneira de se pensar 0 ser humano e urna forma do professor medializar a construc;ao de saberes pelo aluno, e nesse sentido, existem diferentes abordagens possiveis." (ANTUNES, 2000, p.2) Na verdade, 0 ponto fundamental para a eseela que queira incorporar a teoria das Inteliglmcias Multiplas em sua proposta pedag6gica e acreditar na pluralidade da mente e na capacidade de todos os indivlduos de S8 desenvolverem e serem capazes de aprender. Existe urn conjunto de par~metros propostos par estudiosos das inteligencias multiplas dentro dos quais as educadores podem criar novas curriculos. Ao elaborar 0 curriculo ou trabalhar os conteudos deve-s8 procurar desenvolver as nove inteligencias de tal maneira que atinja os diversos canais de aprendizagem dos educandos para que estes tenham suas inteligencias mais fortes aproveitadas pelo men as, em parte do tempo. Armstrong (2000) propOe sete passos para planejar aulas au unidades curriculares, usando a teoria das Inteligencias Multiplas como uma estrutura organizadora: 1. Focalizar urn Objetivo ou T6pico Especifico: apresentar 0 objetivo do conteudo a ser trabalhado, clara e concisamente, e escreve-Io no centro de uma folha de papel. 2. Fazer perguntas de Intelig~ncias Mt'lltiplas:fazer perguntas sobre 0 tipo de atividade a ser realizada para atingir 0 objetivo determinado anteriormente, de forma que trabalhe cada inteliglmcia, para que estas sejarn desenvolvidas. Exemplo: Inteligencia Espacial: Como posse usar recurses visuais: cor, arte au metafora para atingir 0 objetivo nessa inteligencia? 17 3. Considerar as possibilidades: examinar as perguntas feitas em cada inteligencia e pensar em metodos e materiais que seriam apropriados para atingir 0 objetivo atraves de cada inteligencia. 4. Explosao de ideias: Listar 0 maximo passive I de abordagens de ensina para cada inteligencia de forma especifica, par exemplo: video de urna floresta tropical; ao inves de simplesmente, video. A regra pratica para esse procedimento e listar as idaias que surgirem, e valida e enriquecedora a ajuda de colegas. 5. Se/ecionar Atividades Apropriadas: das idaias listadas selecionar as que S8 encaixarem melhor ao objetivo. 6. Estabelecer urn Plano Sequencial: Utilizar as abordagens selecionadas para planejar urna aula QU unidade em torna do objetivo especifico escolhido. 7. Implementar 0 Plano: Reunir os materia is necessaries, selecionar urn momenta adequado e executar a plano de aula. E cada vez maior a busca dos educadores par um model a de instruc;aa que espelhe a vida de uma maneira significativa. Com esse intuito, buscam as artiflcios do trabalho interdisciplinar, para proporcionar aos alunos uma visi30 mais abrangente do conhecimento e ate mesmo da vida, para que estes percebam a existencia da teia de relac;6es que envolvem tudo que as rodeia. Dessa forma, os professores anseiam combater um ensino fragmentado e desconectado do mundo real, caminhanda em dire~a a uma educac;:io mais significativa. Ao promover um trabalho centrado na interdisciplinaridade, Dias (2002) afirma que os educadores estarao estimulando em seus alunos a exercicia plena e consciente da cidadania, urna vez que estes passam a perceber a grandiosidade dos impactos de suas a¢es sobre sua propria vida e tambem sabre a comunidade planetaria. 18 A instruy80 par meio da interdisciplinaridade geralmente S8 baseia em temas que entrelac;am assuntos e habilidades que sao encontrados natural mente na vida e proporcionam aos alunos a oportunidade de usar suas Inteligemcias Multiplas de maneira pratic8. Alem disso, ela S8 propoe a ens;nar as crianC;8s sabre seu mundo e ensinar-Ihes as habilidades necessarias para agir sabre ele: "[ ... ] em seus primeiros anos de vida a crianC;8 reune urna riqueza de informac;6es - e desinformac;oes, urna vez que desenvolve teorias abrangentes e" caseiras "para perceber 0 mundo." (CAMPBELL; CAMPBELL, 8.; DICKINSON, 2000, p. 253). Par esse motivD, as autores alertam as educadores para 0 fata de que, embora a educ8c;ao dev8 partir da realidade dos alunos e aproveitar seus conhecimentos previos para ensina-Ios, e tambem responsabilidade das institui90es escolares rever as ideias err6neas das crian98s e ensina-Ias para 0 entendimento, David Perkins, citado pelos autores acima mencionados, contrasta a conceito de entendimento com 0 de conhecimento, explicando que "[ ... ] quando uma pessoa conhece alga, significa que ela tern informalYoes mental mente armazenadas e pode prontamente recupera-Ias [, ..J" Ja "[ ... 1 0 entendimento, refere-se ao que os individuos podem fazer com a informayiio [ .. .]" (CAMPBELL; CAMPBELL, B.; DICKINSON, 2000, p. 253), ou seja, os individuos conseguem explicar os conceitos com suas pr6prias palavras, usam as informa90es adequadamente em novos contextos, fazem novas analogi as e generaliza96es. Essa conceituar;:ao de Perkins sobre conhecimento e entendimento gera indagac;6es com relac;ao ao tipo de abordagem de ensino e aprendizado que se deva utilizar para que os alunos cheguem ao entendimento. Campbell; Campbell, B., Dickinson. (2000) esclarecem que ha varias abordagens passiveis de serem utilizadas; no entanto, ressaltam que existem seis aspectos importantes na ensina para a entendimento, as quais seraa explicados a seguir: 1. Os educadores podem partir de conceitos essenciais que os alunos precisam saber, procurando empenharem-se na profundidade do \0 conhecimento, ao inves de preocupar-se em atingir uma ampla faixa de conteudos sem significado e de forma superficial. 2. Determinados as topicos que mere~m atenyao e as objetivos au resultados essenciais, os professores podem pensar na melhor mane ira de ajudar seus aiunos a adquirirern entendimento. Alguns educadores comeyam organizando 0 curricula em torna de temas amp los e para seleciona-Ios e indicado conversar com diversos grupos como, professores, intelectuais, especialistas, lideres empresariais e governamentais, pessoas que trabalham em institui90es culturais, pais e alunos. Ao identificar as temas com 0 envolvimento comunitario, e mais facit conseguir a aceitayao de urn curricula inovador. Outra forma de organizar a curricula e em tarna de perguntas abertas a serem respondidas pelos ailinos no final de cada unidade. Trabalhando com perguntas abertas os alunos aprendem as habilidades basicas, e no processo, aprofundam seu entendimento do conteudo por meio da gera<;8o e da defesa de suas respostas para algumas das perguntas mais interessantes da vida. 3. Alern do curriculo dirigido pelo professor, os alunos beneficiam-se de, ocasionalmente, determinar seu proprio curriculo. Isso pode ser realizado mediante projetas ou de objetivos escolares pessoais identificados e realizados pelos alunos. Atraves de experiencias iniciadas par eles pr6prios na escola, os alunos n~o apenas aprofundam seu entendimento do conhecimento do canteudo. mas tambem aprendenl a ser aprendizes, pensadores e criadores aut6nomos. E par esse motivo que Gardner, citado pelos autores acirna mencionados, recomenda que os curriculos incluam projetos que preparem os alunos para suas vidas. Oessa forma as crianc;as prontamente ganham conhecimento e habilidades, quando os adquirem ern contextos realistas, atraves da explora98o ativa de seus ambientes e da participar;ao em experil§ncias do mundo real. Os projetos normalmente duram entre duas seman as e dais meses. Alguns 10 professores incluem tres au rnais projetos no curricula de um ana, alegando que estes permitem que os alunos cubram mais informa90es do que e passive I com as abordagens de ens ina convencionais. Alem disso, os projetos sao, em geral, de natureza interdisciplinar, isto e, [ida com uma grande variedade de inteligend8s em sua execu!f-8o. 4. Outra estrategia para 0 entendirnento e oferecer aos alunos oportunidades de aprendizagem nas quais eles possam observar e interagir com especiahstas que incorporem 0 conhecimento e as praticas das disciplinas. 5 Em vez de demonstra968S de aprendizagem par meio de respostas curtas e preen chimento de lacunas, dever-se-ia esperar que todos as alunos usassem em seus estudos habilidades de pensamento superiores, sendo capazes de generalizar 0 que aprenderam, dar exemplos, relacionar 0 conteudo a SUBS experiencias pessoais e aplicar seu conhecimento a novas situa96es. 6. A avaliayao pode ser natural mente integrada ern todas as atividades de aprendizagem. 0 trabalho dos alunos deve ser avaliado atraves de perspectivas multiplas: com a professor avaliando os alunos, as alunos avaliando urn 80 outro e as alunos avaliando a si mesmas. Corn base nesses aspectos, veremos a seguir ap<;Oes de abordagens curriculares que propiciarn urn ensina para a entendimento. Campbell; Campbell, B.; Dickinson. (2000) propOem a instru9Ao por meio de centros de aprendizagem. Dessa forma, 0 curriculo e tematicamente organizado mediante os centros de aprendizagem. No inicio do ano 1etivo, os alunos relacionam 0 que desejamestudar. 0 professor rev~ as objetivos da aprendizagem e os livros-texto do programa. Sao selecionados temas que integram as exig~ncias e as recursos educacionais com as interesses dos alunos. Os objetivos de aprendizagem dos alunos sao deliberadamente ensinados nas unidades tematicas sem estarem 21 atreladas as sequ{mcias do livro. Urna vez identificado 0 tema, ele e dividido em urna serie de aulas especificas. Cada dia, 0 professor apresenta urn aspecto da unidade, come9ando com urna aula principal, que da urna vis~o geral do t6pico daquele dia. Os alunos, entao dividem-se em pequenos grupos para trabalhar, alguns preferem se movimentar atraves dos nove centres de urna maneira organizada e estruturada. Qutros gostam de andar mais ao aeaso. Todos, param, devem realizar algumas tarefas no decorrer do dia. No final das experi~ncias nos centros, e dedicado urn tempo para 0 compartilhamento dos trabalhos realizados. Os centres podem ser nomeados segundo as nove intelig~ncias de Gardner ou apresentar nomes dos individuos que caracterizam urna determinada inteligencia. Para ilustrar esse posicionamento, pode·se observar 0 seguinte exemplo: Centro Picasso trabalha com a inteligimcia espacial e 0 Centro Madre Teresa com inteligEmcia Interpessoa1. 0 infcio do ana letivo e dedicado em parte, ao estudo dos personagens escolhidos para nomear as centres, e ao modo como eles desenvolveram e usaram suas inteligencias. Outra abordagem do ens ina baseado nos centros esta sendo usada no Projeto Spectrum, urn projeto-piloto com crian<;:as pequenas realizado nas Universidades de Harvard e Tufts. Campbell; Campbell, B., Dickinson explicam que "[ ... ] em uma sala de aula do Spectrum, as crian<;:as interagem diariamente com varios tipos de material e muitos centros" (CAMPBELL; CAMPBELL, B.; DICKINSON, 2000, p. 248). Em vez de tentar ter acesso direto a cada urna das intelige!ncias, os centres sao estabelecidos para refletir papeis adultos e competlmcias significativas na sociedade. Ao trabalhar em centres complementados com atividades de papeis adultos, muitas intelig~ncias sao combinadas. Segundo Chen; Krechevsky; Viens "[ ... ] 0 Espectro foi primeiramente um projeto de pesquisa com a objet iva de aplicar a sala de aula urna viseD mais pluralista e contextualizada da inteligencia" (CHEN; KRECHEVSKY; VIENS, 2001, p. 53). Portanto, percebe-se a preocupa<;ilo de todos os centros em estar integrando e estimulando as varias inteligencias ao oferecer as crian<;:as atividades interessantes e significativas e prepiciar a intera<;ilo destas com materiais estimulantes. 22 Ha oito 1 centros na sala de aula do Spectrum, esses centros e as habilidades fundamentais que abordam estao descritos abaixo (CAMPBELL; CAMPBELL, B.; DICKINSON, 2000, p. 248): 1- Centro de Artes: percep9ao, produc;ao e composic;ao de artes visuais (pap;,is adultos: pintor, escultor, ...). 2- Centro de Linguagem: narrac;aode hist6rias, relatos e jogos de palavras (pap;,is adultos: romancista, rep6rter, advogado ..). 3- Centro de Matematica: raciocinio numerico, raciocinio espacial e resoluc;aode problemas (pap"'is adultos: fisico, engenheiro, ...). 4- Centro de Mecanica: habilidades motoras especiais, habilidades visuoespaciais, resolu~~o de problemas com objetos mecanicos e entendimento dos relacionamentas causais (papeis adultos: mecanico,...). 5- Centro de Movimento: controle corporal, sensibilidade ao ritmo, expressao, gera~o de ideias de movimento, reagao a musica (papeis adultos: bailarinas, coreografos, ..). 6- Centro de Musica: percep9ao, produ9ao e composic;ao de musicas (papeis adultos: compositores, cantores,...). 7- Centro de Ciencias: observa<;6es, identifica9ao de semelhan,as e diferenc;as, cria~o e experimentac;:.ao de hip6teses, interesse no conhecimento do ambiente natural au de fen6menas cientificos (papeis adultos: biologos, zo6Iogos,...). I Atunlmente e.xis1ifiam nove eentros na sala de aula do Spectrum, uma vez Que Gardner identificou mais uma intelig~ncia, a Existencial, definida anteriormente no item 2. 23 8- CiEmcias Sociais: conhecimento do eu e dos Qutros (papeis adultos: lider, facilitador, amigo, ... ). Os pap';is adultos variam eonforme 0 foeo das atividades do centro. Esses centres permitem a crian.y8 experienciar cada area de conhecimento, e ass;m demonstrar todo seu potenCial, alem de oportunizar aos professores observa-Ias enquanto trabalham, evitando, dessa forma, situ8¢es semelhanles a testes. No projeto Spectrum, 0 curricula eo apresentado em "kits" de temas que S8 baseiam na gama completa de inteligemcias. 0 formata tematico permite que as crianyas percebam as relacionamentos entre as disciplinas e examinem urn topico a partir de perspectivas multiplas. Chen; Krechevsky; Viens (2001) fazem a abordagem do Spectrum no contexto de Qutros modeJos de currfculos e considera ser de grande relevancia ressaltar que 0 Spectrum n~o 59 relaciona com model os mais didaticos de curriculo, que enfatizam a instrugao direta em habilidades e a preparac;lIo das crian~s para os tradicionais objetivos escolares. Tambem nllo se encaixa facilmente nos modelos de ·curriculo emergente", em que 0 curriculo e fortemente determinado pelos interesses das crianyas, sen do minimizados 0 conhecimento anterior e 0 papel do adulto. Na verdade, 0 Spectrum serve como uma liga~o entre a abordagem escolar e aquela mais centrada na crianga da educayao infanti!. Assim, como Montessori, 0 Spectrum enfatiza 0 envolvimento ativQ das crianc;as na aprendizagem, a individualizayaa do curricula e a importlmcia de um meio ambiente preparado. A filosofia do Spectrum talvez S8 pareC;8 mats com ados modelos construtivistas e baseados em projetos, na tradigao de Piaget e Dewey. Enfim, 0 Spectrum segundo Chen; Krechevsky; Viens (2001) nao e um curriculo, nem tampouco uma maneira de organizar a sala de aula e tambem nao diz aos professores au as escalas 0 que devem ensinar. Aa contrario, ele e urn instrumento valioso para trabalhar uma am pia variedade de metas educacionais, podendo ser usado para dar as criang8s experiencias em multiplos dominios, ou para desenvolver capacidades em areas de conteudo selecionadas. 24 3.4 TENDENCIOSIDADE DOS CURRicULOS A esla altura, apos tamar conhecimento de varias propostas de abordagens curriculares, Campbell; Campbell, B.; Dickinson (2000) trazem a tona uma discuss~o a respeito da tendenciosidade do curricula, afirmando que "[...) atualmente com 0 advento da t80ria de Gardner, as educadores podem examinar qualquer modele curricular atraves das nove lentes para ver S8 este inclui toda a extens~o das capacidades humanas [...j" (CAMPBELL; CAMPBELL, B., DICKINSON, 2000, p. 248-249). Ao realizar este feito, fica logo evidente que muitos programas realmente tern uma forte tendenciosidade. Parecem estar baseados ern uma ou duas inteligencias, excluindo as outras. Ao examinar curriculos, constatam-se tendenciosidades intrinsecas a seus formatos. Na verdade, pode~seperguntar S8 as te6ricos do curricula geram modelos que refletem as pontcs fortes de sua inteligencia individual. Quando urn professor, uma escola au urn distrito for considerar a irnplanta~a de urn curricula, seria conveniente formular varias perguntas antes de adotar urn novo programa. As perguntas que se seguem revelam as pontos fracas e fortes de um modelo: Qual e a perspectiva filos6fica promovida pelo curricula? Quais sao SUBS suposi90es? Quais sao as principais componentes do curricula (procedirnentas, avalia9Ba e materia is)? Que inteligencias a programa enfatiza? Que inteligemcias as alunas devem passuir para serem bern sucedidas na vida? Que inteligencias ele exige do professor? Que inteligemcias foram negligenciadas? Comoa curricula pode ser adaptado para incluir todas as inteligencias? Canvem enfatlzar que, aa integrar a tearia de Gardner nos programas escolares, e desnecessario descartar os programas em usa corrente au novas. Assim como os professores adaptam as aulas e as unidades, as principais programas curriculares tambem podem ser melhorados, sendo desaconselhavel descartar 0 que esta funcionanda bern. 4 RESULTADOS DA PESQUISA DE CAMPO 4.1 ENTREVISTA A pesquisa de campo2 realizada veia aD encontro das proposIg6es mencionadas nesse trabalho pelos educadores estudiosos da teoria das Inteligemcias Multiplas. Constatou-se na narrativa da entrevistada que a pratica escolar desenvolvida em sua instituic;:ao eo norteada pelo embasamento te6rica descrito anteriormente, conforme S9 relata a seguir, tornando par base as resposlas obtidas duranle a entrevista (ver apEmdice 1). Em 1999, a diretora da Escola "Lapis de Cor" leve contato com os estudos de Gardner sobre as Inteligemcias Multiplas; foi entao que surgiu 0 interesse em adequar a proposta de sua escola as diretrizes sugeridas pelo pesquisador Assim, apontou a entrevistada: - f. ..} J:,.'m1997 jllic:iamo.\" () lrab(lfJw ('(1m Pl'ojclOs 110 &llIc{1~'c70 hrfimlil " em 19'19 liwlltos cOII"ec;imcnlO dos ('.~IlIdo.\· de Gordner C ocrctiilOntm 'lilt: ena pro/Hula .n' ~'l/calxt1ri{/ pt'r.r.:lta"ti'lIf~ {1 nOS.m prdfiCt1, jiJi l'lIltlo, lIW..' hI/scali/OJ £llm!fimdar 1I0.HOJ cOII/u:cil1lt!lIIoj" lIt!na an'"tl. (J't:II~J- 5)"' Nesta entrevista, a diretora esclarece duvidas sobre a aplicayao da teoria das Intelig~ncjas Multiplas no ensino e explica como ocorre sua pratica no dia-a- dia escolar. : A pesquisa de campo foi realizada em uma escola particular em Curiliba, chamada lapis de Cor, na qual foi entrevistada a diretora e entao proprietaria da referida escola, Luzian.oelaComelsen de Queiroz Telles . .1 05 dado, aqui mencionados sobre a entrevistada foram extlllidos do, seus relatos. 0 nllmero mencionado no pa~nleses refcre·se a pergunta contida no formulano, conforme a~ndice 01. Optamos por mencionar 0 nome de nossa entrevistada procurando com isso registrar a sua contribuilfAo ns construcAo deste Irnbalho. Optamos Olindapar colocar a transcri~o da narrativa d<1entrevistnda em ittllico para diferencia..la das demais citac;6escontidas no COrp<)do trabalho. 26 A escola conta atualmente com duzentos e trinta alunos, na faixa eta ria de quatro meses a 11/12 anos, au seja, do berc;ario ate a 411 serie, existindo urn limite de alunos per turma, como esclareceu neste relata: - { .. , No berr,.rlrio oumtli!mru flO mtiximo 11 crifllJV(l!l. Jelle/o que pam coda lri:.\· criml~"(u /('111 lima "ty~kjJora. Nil M15(10 I J ahmru JXlm dum projc!!lJom.'f ..M I/O Mil . .11c" nmiriClIlamo,\" Jf; alllllOS c! "0 JII/, 20 aillno~. No clllallfo hi/lima Ollxiliar 1110\'\:1 pom c!.fSfU qualro fllrmas. ({'clll's - 4) Nota-s8 a preocupa9A<> da diretora em nao extrapolar 0 numero de alunos par turma e em proporcionar urn atendimento individualizado as crianyas. Esse aspecto da fala da entrevistada vern ao encontro das indicacyoes de Gardner (2000), que diz nilo haver muitas condi<;Oes de desenvoiver uma educa~o mais personalizada em uma turma de alunos muito grande. Os primeiros passos para adotar a teoria de Gardner como norteadora da pratica pedagogica da escola foi conhecer a fundo a teoria e acreditar que daria certo. Esse e um ponto fundamental, referido par varios autores, para quem deseja adequar a proposta de uma escola as Inteligencias Multiplas, uma vez que essa e uma teoria complexa, que exige estudo e reflexao, e mais do que investimento financeiro, exige crenc;a na real possibilidade em desenvolver esse trabalho, bem como vontade em implementiHo par parte de todos as envolvidos, como se express a neste relata: - /, ..1 No ,;poca d cscp/a ('ra /IIcI/or C 0 cOfJX) doci'nlL' ('m bt!m M!(,.'('/)/i\YJ, quando :wrginm II0l'rJ,t idhas lOdm .)c ('m/x'nhowl/tl ("III hllscor injomlClftk.\' (' ,~c di.\'/xmibili=mnm 0 parlicipar dt: .n:mimlrios e 1?1II1iik.\' de ~'$//l/lo, H.y.ore !cliOI' cvmrihlli l1Iuilo IW ado(,'cio da [('oria dm tAl. lima 1'(:= que' /Xlr n'r 11111a:UllnfO compl('xo ('xigia ha..,'umh' d.dic(lf,,10 pvr part;: daqlldn' qlle c,ftmnm di,'f/x).\'f!JJ a adair 0 (,s.w 110\'(1 propo.f/a, ({'('/lc,f - 6) A instituiyao trabalha mais especificamente com as Inteligencias Multiplas em projetos, nos quais os professores, ao planeja-Ios, enfatizam as inteligemcias que estao sendo desenvolvidas em cada atividade e estimulam e desenvolvem as dez inteliglmcias no decorrer da semana, Apesar dessa declara9Eio, a diretora acrescentou: - /. .. / As nllilliplo$ imdig;'II(:ios 5i'/O fmhllfhado$ 5t'mprL', lima \1(>= qlle flf10 \~jo a possihilidodc dc ignmu-Ja.r cm dcferminadof /I/ommto.t. rFr:lln - 7) 27 A entrevistada cita 0 desenvolvimento de dez inteligencias, e par esse motivD, logo explicou: - /. ..j ('ito dez inu:ligellcias. porque traha/hamos (/ inteligenc.:ia Pic/orfen propos/a por Kalia Smo/e. qlll.! nao e prcvista pur Gardner, porem consideramos de eXII"I.!ma impor/{lIIcia desellvolve-Ia no,\'criom;as da l!.'dllcor£io Infimlil. (relies - 7) Nessa declaray80, fica explicito 0 conhecimento profundo da diretora com rela9ao a teofia das Inteligencias Multiplas, sem falar de sua atualiz89c30 no assunto, uma vez que a nona inteligencia, a Espiritual, foi considerada par Gardner recentemente, e a inteligemcia Pict6rica4, resultado de urn estudo brasileiro, validado com muita rigorosidade pelo pesquisador Nilson Jose Machado, mas que realmente naG e considerado par Gardner. Como 58 pode observar, a escola implementou em seu curricula 0 trabalho com projetos5 Percebe, que essa implementa9.30 condiz com a indica9ao de Campbell; Campbell, B.; Dickinson (2000), ao citarem os seis aspectos importantes no en sino para 0 entendimento, no qual 0 terceiro aspecto referia-se a determina9ao do currlculo pelos pr6prios alunos, sendo a sugestao desses autores a elabora9ao de projetos. Na sequEmcia serao mostradas as instru90es6 fornecidas pela institui9ao pesquisada, de como trabalhar com projetos na educa9ao infanti!. A entrevistada iniclou sua fala definindo 0 que e urn projeto: - f...j JJ: /lm Irabalho de invesligaFio, 11 partir de tim lema especUko (0 Mar. As Pll1l11a,~, Nossa Gdade ...), de/erminac/o pelo projessor, Oil pelos altmos. 011 ambos. onde .l"e Imba/ham as con/dIdos perljnenrcs a c/OS.H', arrave,\' de pesqllisas. COIlSfI"1lP'JeS, GlIlas passeios, videos. I.' dc. (relll.'s - 7) Caracterizou 0 trabalho com projetos da seguinte forma: :;. "Da urn novo passo no uso de estrategias de Ensino e Aprendizagern"; ~A inteligeneia Piet6rica foi elassifieada peto pesquisador Nilson Jose Machado e nao por Kalia Sloceo Smole, como narra a entrevislada, uma vez que, a autora meneionada apenas relata os r~,~s~sddo~S~~o~::~~~~~e~~~r~~:,~~sC~~a:~ aposliias do DOM BOSCO, que segundo a direlora, tern um material exce\ente para a educaryaoinfantiI, 6Essas instrUl;oes foram fomeeidas em um curso promovido pela esco/a Lapis de Cor, inlitulado, Trabalhando com projetos na Educa9ao 'nfanHI, no qual foi distribuida uma apostila contendo os passos para se e/aborar projetos, 28 ~Ajuda a organizar 0 saber escolar"; ). "Conta com a iniciativa dos alunos·; "Cria novas formas de conviv~ncia"; "Introduz novas tecnologias de informac;ao e comunica9~o~; "Compartilha com outras modalidades de ensino"; , "E flexivel, sempre pode ser mudado' (TELLES, 2001). Em sua narrativa, a diretora explica que 0 trabalho com projetos pode ser implantado como metodologia de trabalho, no qual 0 curricula da escola e organizado a partir de projetos, au como, atividade pedag6gica complementar, isto e, 0 projeto e trabalhado como mais uma atividade dentro do curricula escolar,sem deixar de trabalhar todas as areas. Ap6s a defini9ao da implantagao do trabalho com projetos na escola, e necessiuio definir 0 tempo de duracyao desle, que podercfl sar urn bimestre, urn semestre ou ate urn ana letiva. Sobre esse assunto a entrevistada relatou: - {.j Em noua t:.R.'o/a 0 pro) .•.·10 (em a durop.io dt: urn ano It!fi\'o .. fl:lldo (raba{}u'Il/o todru os dias em 11m horario di'h'rminodo, A, pf"(~fc.'.'f.'forr.u jit,,,,, 11111 .H:momlrio para mc mOS/mr. I/O qual ~ nccenari() ('~/~cijic."(1r a alh·idad~' a st!r ~ali=ada. (1.1( Objt:tilYJS que' Ji: dt'.H'ja alc.'Ol1f(W c quais {U illlelig~lIc:ia$ Irnbalhadm IW rmli=a¢o do a{i\·idad,' pmIX).\"/(I (l"t'lIcs - 8). A seguir, ser~o apresentadas as eta pas de um projeto: 1) Planejamento: pode ser iniciado na semana pedag6gica , no caso de temas escolhidos pelos professores, ou no inicio do periodo letivo, quando o tema e escolhido em conjunto com os alunos. No planejamento, devera ser definido 0 tema a ser trabalhado, a justificativa da escolha do tema, os objetivos do projeto, como este sera realizado, cronograma de atividades a serem desenvolvidas e os recursos que ser~o utilizados. 0 planejamento pode ser alter ado no decorrer do processo, a medida que novas ideias forem surgindo. 29 2) Montagem e Execucao: Este e 0 momento de colocar em pratica tudo que foi planejado. 0 professor deve estar atento ao proeesso motivaeional, procurando envolver cada urn dos alunos Nesta etapa devera ser montado 0 Quadro de Pesquisa da seguinte forma: o QUE SABEMOS ? o QUE QUEREMOS SABER? o QUE DESCOBRIMOS? Conhecimento previa do QuestOes, duvidas e curiosidades Tudo que os alunos •duno sobre 0 lema. dos "Iunos sebre 0 lema . aprenderam sabre 0 lema. FONTE: TELLES, L. Trabalhando com projetos na Educa~o Infantil, 2001, p. 3. o papel do professor neste momenta e de mediador, faeilitador, oeupando o papel daquele que propicia e nao apenas daquele que informa, que da a soluyao. 0 professor devera instigar e motivar as alunos para a busca do conhecimento, seja atraves de pesquisas, jogos au traca de experiencias. Oesta forma, 0 processo de pesquisa e descobertas e de potencializa~o das diferentes competencias sera maior. 2.1) Desafio: as alunos devem construir urn material coletivamente, que sera a sintese de todo a trabalho realizado durante 0 projeto, como, urn livro, album de fotos, jornal, 'cd room', video, etc. 3) Depuracao e Ensaio: E a momenta de reflexao e da descoberta de novas hip6teses; 0 que aprendemos durante a processo? Como sera apresentado este trabalho a comunidade escolar? Como a pr6xima etapa sera a Apresentayao, a ensaio deve acontecer para uma melhor avalia~o da forma e do estilo. Para que a apresenta~ao seja a represenla~ao autantica do objetivo do projeto, 0 produto desta devera advir de ideias do grupo. Todos deverao opinar sabre a melhor forma de apresentar a projeto e seus produtos. Cabe aqui ressaltar que a professor devera ter a sensibilidade de observar a interesse de cada um de seus alunos, e nao impor que todos participem da mesma forma. Assim, respelta-se a individualidade de cada urn, e, ao mesmo tempo, todos participam, iniciando assim a no~o do trabalho em equipe. 4) Apresentacao: a apresentavao serve para corear a fechamento do projeto, a qual dara a oportunidade ao grupo de expor suas descobertas, hip6teses, criac;oes e conclus6es. Na apresentac;ao, podera se perceber nitidamente se a processo de aprendizagem foi valida, se realmente aconteceu. A forma como os alunos se apresentam, como comunicam suas ideias, descobertas e conclusOes garante (au nao) a aquisi.;:ao do conhecimento. 5) Avaliac<lo: 0 pracesso de avalia.;:ao de prajetos deve passar por todos os envolvidos no processo, au seja, comunidade, pais, professores e alunos. Esta avalia~a deve acorrer de forma natural, quase sem reflexao cansciente, sem datas e horarias pre-estabelecidos e, se passlvel, sem rotulac;oes de resultados mensuraveis, assim como apontou a entrevistada: - [. . .; () prr.,U:1.'fO dt' fflY1li .f{'lto " lYflli=mltl tvln 11T{1<!~J()1Y1 }lO d('{,(l1'rr:r tic) fir ')elO me: (I (lpr,',"t'IIf(t(.'ilo, (' U~ m.pe,·'o$ amlitltlo.f.rtf ()..f :~r'gl/i1J!r!,~ rTdJr"f - J J) ENVOLVIMENTO DO ALUNO NO: ~A~a~fI~~~.I~,,"=.,~)ro~:----------TA.~==re~lu~a~'~~:----------I""~)t~e/~i~·n~c~rn~s---d~.~Ina~' h"1.bilidade: H=~~~~~---+~~~~~~~~Molltagem e execu9f#O: Afillida(R:!t de "miar interesse: ! Inte/i¢ndas de menor i Imbilidade: DepUrtl~aO e ensaio: FONTE: TELLES, L Trabalhando com projetos na Educa.;:ao Infanti!. 2001, p. 6 Ap6s tamar conhecimento da pn3tica das Inteligencias Multiplas na referida escala de educac;1lo infantil, hauve a curiosidade em saber se existiram au ainda 31 existem dificuldades ao trabalhar com essa teoria, e a diretora, com muita naturalidade, relatou: - [ ..} Arualnll:nt,· a 1f1i'liM "Ulclllda(k, (0 quando rn(mm flOWU proji:norm que V\:11I cit: ol/lraJ "."alit/adt,.y, ('(nil olilra /ormafllo ~ ifm.: 11(10 c:mucgl/cm sc otiC/pUtI' (7 1II1J() propm'to diftrenti.' OIt aul I/Ielmo /lilo a acritmll. t! mllifos \-'t'=c.r, !(iJo prl~f1.'{.'{i(J"ai.f COl1ljJl'(Cf11t:x mas qlle /Ulo COI1St:gllt'11I abrir a ,·i.ffJo t! sc fl.-cham as non')s diri:'n=~·.\· edllcoc:ionaj,\'. (li-/If: - 9) Em seguida desabafou: - {. .. j '/'C/I/:b611 L'/,(rcl/{tlmo.f d!ficl/'dad~'.\·. ,",(Jill rdartlo (/ a/gwl.f IX/i.••qUi.' odlol'(ll1/ qlle all'(/I'(}.,' de proj':los I,U aiom;cu lIi'lu nfJn:ndiam " (JIX/l<H brinc(ll"(Il1I, Tin-ram poi.f que clu.:~amm II a/irmar '1m: 1/(1 I.:m/x) deb:.f "l'scula t'ra coi.m serio. ! ..jll!/dbm://(t' cht'gamo.r a perdi:r alwulf /xJr ('.ut: m()(in), a/A'Jar do: rodo t'J/ort;o da ('Jcola ('m mo.-amr OJ belU:jiciOJ do Imba/J/() com OJ InrcIiX'-~lfcia.f Il'liilriplm I! COlli projelos (' l':~lar a disposir,."rlo fX1m C(mw:r.~ar c rimr {illvidas. (Telles - 9) Dianle dessa indaga98o, outro ponto tambem evidenciado pela entrevistada roi quanto ao acompanhamento, ou seja, superviseo do trabalho dos protessores com as Intelig,mcias Multiplas: - {"/ mcsmo a.1'pl'(~ri''''wms que CJfi10 a mais h'",/KI troba/hartl/o del1lro d .J.r~'c.w/l/{'ma. acC/bam .H~ acomodan(/u e I1cCt:.uiram de COIUfC/llfes il/centivo.r fX1m que Oi plom:jamf.'lIfo.r est~jtlm self/pr<.' (:lIm/r'f!IIf('J e (·.Jlimlllonre.~. (Iel/e.f - 9) Aproveitando a ensejo, foi perguntado a ela se ao contratar uma professora e exigido 0 conhecimento da teoria de Gardner, diante do que, respondeu' - / ... .1 A .I'c1efl1o de pl'Of~!u'ur,-·.\·, a" .•mlf:c(' atrrnY!!I' de clftr~vi.ffG Cprow.! I.:lIr;co. Nfl prom I("OriOO C .kiftl WIlli im .••.·,fligar,. .•io !i/)bn .•0.\' cf)1Iht!t:imel/l()J da /x:,,'.HK1 "VIII r.'lafr,Jo (IS lilli/lip/OJ" illl£'!ix[onc:ias, mas i.f!l'o 11(70 in.ll/ll.:llcia na collfralm/iTo, lima \'c:'= que, GOclUmr na cscola as proji:.txfJIYJ.\· IXI.r;.'wm por /m/ II'einom('lIlo C ,ulo 1£'/11l..·01lW.tical' SCIII ('~'I/(d(/r c:ce aprojlllrdar "" as.Htl/lo. (relle.Y - 10) Para finalizar a entrevista a diretora comparou ° desempenho escolar de alunos mais antigos e alunos que entraram na escola recentemente, dizendo que os alunos mais antigos estao no ritmo dos projetos, s~o criticos, questionadores e possuem facilidade em cooperar com os amigos e com a professora, Afirma que evidencia a quest~o da cooperac;ao porque a escola trabalha com inclusao, e, sendo assim, e de grande impor1ancia desenvolver nas crian98s esse aspecto. Em sua narrativa, ressaltou: 32 - /. ./ Ni,o pollfl/O a qllt!J/tio da co()p~ra¢o apena.5 de\'ido (U crjtm~'Gs dl!jici~lIf(,s, IIIlIS pc/O lI10lim de qlli' fodru pos.wimoJ algl/ma.f illfi!lig2ncia.f de maior habilidade. como tambl..:m illll.'li;.:cm ..-ias neg!ig IIciotia.f (' qm: //0 cxmfato com O.'i oufrOJ /xK!eI/lQS bt'ncjiciclr (' tamMIII :«'rmo.'f b('lwfic:iadol. lim l.'xemplon('m legal pam illl.'amr 0 fill(' l~.\"/OII di=('If<lo (: 0 de lima criom,:o 'flit" ~ por/adura de .~illdro,,,,~ de dO\1"1Ic qu(' fem a illfr:lig;;nda corp()ral-cjllL'S/l~.tit.:a I1Il1ito drsc/wo/\'ida, I.:mlo ('.ua jacilit/(I("/I.' cia ajuda os co/egos fla {llIla de Edw:ap:;o FhiC(J, ('ml,wllfo clC.f a ajlldam com m /i~":(H:S dc marl-matico. (ri!l/c~J - /3) o encerramento da entrevista foi ilustrado com esse caso, uma vez que af esta a grande finalidade dessa visao pluralista da mente, proporcionada pela teoria das Inteligencias Multiplas de Gardner, que at raves de seus fundamentos vem trazer esperanr;a e dignidade as pessoas que foram injusti9adas e estigmatizadas como sendo incompetentes e incapazes, ao serem analisadas par uma vi sao tradicional de inteligencia, que enfatiza apenas as habilidades lingufsticas e l6gico-matematicas. 4.2 QUESTIONARIOS Foram elaborados questionarios para serem aplicados a professores de Educa~ao Infantil da Escola Lapis de Cor, que implantou a teoria das Intelig{mcias Multiplas em sua proposta pedag6gica. Estes questionarios foram feitos com 0 intuito de oferecer maio res subsidios a fundamentagao do problema proposto para essa pesquisa, alem do estudo te6rico e da entrevista ja mencionada. Apresentam-se a seguir gr<lficos que demonstram 0 pensamento dos professores respondentes, com relayilo a pratica das Inteligencias Multiplas com crianc;:asna faixa etaria de 2 a 6 anos. 4.2.1 Grafieo 1 - Quantidade de Questionarios 025% I C Respondido5 o 75e>AI, 0 Nao respondidos FONTE: Coleta de dados da autera Foram distribuldos oito questionarios aos professores da Edue8C;c3oInfantil na escola pesquisada, e, como se pode observar no grafico, apenas sets fcram respondidos. 4.2.2 Grafico 2 - Questao 1: Faixa Etaria dos Professores FONTE: Coleta de dados da autera 34 Ao verificar 0 gn3.fico percebe-se que a maioria dos professores tern entre 25 e 29 anos. 4.2.3 Gralico 3 - Questao 2: Forma9ao dos Prolessores I~ 1-__ "",""-'.+ FONTE: Coleta de dados da autora No que diz respeito a formac;ao dos professores, a pesquisa aponta, conforme grafico que, 50% s~o graduados e os outros 50% estao cursando gradua9ao. 4.2.4 Gralico 4 - Questao 3: Tempo de Institui9ao FONTE: Coleta de dados da autora 35 Observando 0 grafico, fica evidente que a maioria dos professores trabalham na institui9ao ha mais de urn ana. Portanto, supOe-se que estao bern integrados e adaptados com a proposta da escola, sendo assim, devem ter pratica no trabalho com as Inteligencias Multiplas. 4.2.5 Grafico 5 - Questfto 4: Turmas em que os professores lecionam FONTE: Coleta de dados da autora Os questionarios fcram distribuidos aos professores das turmas do Maternal I, Maternal II, Jardim I, Jardim II e Jardim III, pelo motivo de a pesquisa ter 0 foco em crianyas na faixa eta ria de 2 a 6 anos e por essas se encaixarem nas referidas turmas. Porem, ficou explicito no grafico que nenhum professor do Matemall respondeu ao questionario. Outro aspecto importante a destacar e a existencia de duas turmas em alguns niveis, como e 0 caso do Jardim I e do Jardim III. 4.2.6 Grafico 6 - Questao 5: Quantidade de alunos par turma FONTE: Coleta de dados da autora 36 :::~;·'::::1 tI&II:.,'.= •••• Nesse grafico, fica confirmado 0 relato da diretora na entrevista descrita anteriormente a respeito do ntlmero de alunos por turma. Perce be- se que realmente existe um limite de alunos por sal a e que esse limite nao e extrapolado, uma vez que, ao se necessitar de vagas, logo e aberta uma nova turma, como ficou evidente no grafico anterior. 4.2.7 Gr<ifico7 - Questao 6: Viabilidade do trabalho com as Inteligencias Multiplas com crian,as de 3 a 6 anos '''' 17"-, "" FONTE: Coleta de dados da autora .~--_._ ..--_ ...-.--.-=:.::._.- E Dn--:::"""-- . 37 Com 0 objetivo de conhecer a opiniao dos professores, foi perguntado a eles se achavam viavel 0 trabalho com as Inteligencias Multiplas na Educayiio Infantil e pedido para que justificassem sua resposta. A resposta foi unanime, todos disseram que sim, porem no momento de explicar, cada um apresentou respostas diferentes, como pode ser constatado no gnlfico. No entanto, uma resposta chamou a atenl'ao, na qual 0 professor da uma justificativa "vazia" ao dizer que "esse trabalho e 0 objetivo da escola". Essa resposta demonstra a falta de comprometimento e de integral'ao com a proposta da escola. 4.2.8 Gnlfico 8 - Quest~o 7: Beneficios do trabalho com as inteligencias multiplas 17" I C='~oIA~ aCl'N.rt!»~'jr••.t"...,......n. .•.... <l0MI-. D,,"~_.I_iIlI>IiI;u,j._.N_ ..,..~--D"' __ "c~·-- FONTE: Coleta de dados da autora 38 Ao serem questionadas sabre as beneficios do trabalho com as InteligEmcias Multiplas na faixa elaria de 2 a 6 anas a maioria das professoras se deteve em responder que esse trabalho proporciona ·um aprendizado prazeroso e a respeito a individualidade dos alunos". Essas coloca\,oes sao corretas, porem em nenhuma das res pastas apresentou-se uma explica\'iio mais aprofundada, relalando que nessa fase a crian9a esta com as inteligencias num grau de pureza nao encontrada posteriormente e que por esse motiv~, he uma maior facilidade em visualizar as reais tendElncias e estimular todas as inteligencias de maneira uniforme, e dessa forma "abrir" todos os canais de aprendizagem da crian\,a, dando-Ihe a oportunidade de interagir em um variado espectro de habilidades. 4.2.9 Grafico 9 - Questao 8: Possibilidade de identifica\'iio das inteligencias mais desenvolvidas dos alunos FONTE: Coleta de dados da autora 39 4.2.10 Gr<ifico10 - Questao 9: Finatidade da identificac;ao das Inteligencias Multiplas 17" I ! 17" ·_· .. ,.....-1••-.;_~alMl1w•••.• ~_ ••~1oK a~""'~ •..•ma•• l,m.od\>Ooi'UoM !!I•••••,~r ••"'''I,.tK iMlIi)Mci"~"irbr'4'" ! ."'''~"H_"_Ir'W>U~I!_.~MfdIW~",".sr.", FONTE: Coleta de dados da autora Nessas questt5es sentiu-se a necessidade de saber se os professores S8 preocupam em identificar as inteligencias mais desenvolvidas de seus alunos e qual a finalidade dessa identifica9<'!o. Ao analisar os graficos acima, constata-se que a maioria dos professores sempre consegue identifica-Ias e que seus objetivos com tal identifica9ao sao relevantes e oportunos. Porem, urn aspecto de grande importiincia nao foi abordado por eles, no que diz respeito a utilizac;ao dessa identifica9ao para auxiliar os alunos em suas dificuldades, utilizando as inteligEmcias mais desenvolvidas como rota secundaria para facilitar a aprendizagem. 40 4.2.11 Grafico 11 - Questao 10: Maneiras de estimular as Intelig~ncias Multiplas '71' I Dr'"*I.".rr, ••"""",,,~ ."'_nillte<tgtn"."~~::.~!=.~ FONTE: Coleta de dados da autora A ultima questao aborda a exist{mcia ou nao de uma preocupa9ao em realizar um planejamento de aula que trabalhe as Inteligencias Multiplas. A tal questionamento, todos os professores responderam que sim e que procuravam faze-Io de forma a "proporcionar vivencias em todas as inteligencias e estimula-Ias durante os projetos" Essas respostas vao aD encontro da narrativa da diretora entrevistada, ja que esta afirmou que todas as atividades desenvolvidas nos projetos sao planejadas envolvendo as Inteligencias Multiplas, de maneira que as dez inteligencias sejam trabalhadas no decorrer da semana. CONSIDERA90ES FINAlS o primeiro contato com a teoria das Intelig{mcias Multiplas no ana de 1999, causou urn grande encantamento ao perceber a oportunidade de todo tipo de inteligemcia manifesta pelo ser humano, ser considerada e valorizada pela sociedade e em especial pelos professores de todos os niveis de ensina. A referida teoria trouxe, em sua essEmcia a esperanya
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