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PODER FAMILIAR E PROTEÇÃO DOS FILHOS

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AULA 13 - Poder Familiar e Proteção dos Filhos
Prof. DR. Thiago Serrano
PODER FAMILIAR
O Poder Familiar é uma decorrência do vínculo jurídico de filiação, constituindo o poder exercido pelos pais em relação aos filhos, dentro da ideia de família democrática (1), do regime de colaboração familiar (2) e de relações baseadas no afeto (3) (Tartuce).
Poder Familiar não deve ser confundido com Pátrio Poder.
CÓDIGO CIVIL E A DISCIPLINA DO PODER FAMILIAR
Art. 1.630, CC: Os filhos estão sujeitos ao poder familiar, enquanto menores.
Art. 1.631, CC: Durante o casamento e a união estável, compete o poder familiar aos pais; na falta ou impedimento de um deles, o outro o exercerá com exclusividade.
Parágrafo único. Divergindo os pais quanto ao exercício do poder familiar, é assegurado a qualquer deles recorrer ao juiz para solução do desacordo.
Art. 1.632, CC: A separação judicial, o divórcio e a dissolução da união estável não alteram as relações entre pais e filhos senão quanto ao direito, que aos primeiros cabe, de terem em sua companhia os segundos.
O presente artigo fundamenta a Responsabilidade Civil por Abandono Afetivo.
INFORMATIVO 496, STJ
1. O abandono afetivo decorrente da omissão do genitor no dever de cuidar da prole constitui elemento suficiente para caracterizar dano moral compensável in re ipsa. 
2. O descumprimento comprovado da imposição legal de cuidar da prole acarreta o reconhecimento da ocorrência de ilicitude civil sob a forma de omissão. É que, tanto pela concepção quanto pela adoção, os pais assumem obrigações jurídicas em relação à sua prole que ultrapassam aquelas chamadas necessarium vitae. É consabido que, além do básico para a sua manutenção (alimento, abrigo e saúde), o ser humano precisa de outros elementos imateriais, igualmente necessários para a formação adequada (educação, lazer, regras de conduta etc.). 
3. O cuidado, vislumbrado em suas diversas manifestações psicológicas, é um fator indispensável à criação e à formação de um adulto que tenha integridade física e psicológica, capaz de conviver em sociedade, respeitando seus limites, buscando seus direitos, exercendo plenamente sua cidadania. 
4. A Min. Relatora salientou que, na hipótese, não se discute o amar, que é uma faculdade, mas sim a imposição biológica e constitucional de cuidar, que é dever jurídico, corolário da liberdade das pessoas de gerar ou adotar filhos. 
5. Compensação por danos morais de R$ 200 mil.
ART. 1.634, CC: DEVERES DO PODER FAMILIAR
Compete a ambos os pais, qualquer que seja a sua situação conjugal, o pleno exercício do poder familiar, que consiste em, quanto aos filhos: 
I - dirigir-lhes a criação e a educação;     
II - exercer a guarda unilateral ou compartilhada nos termos do art. 1.584;    
III - conceder-lhes ou negar-lhes consentimento para casarem;    
IV - conceder-lhes ou negar-lhes consentimento para viajarem ao exterior;     
V - conceder-lhes ou negar-lhes consentimento para mudarem sua residência permanente para outro Município;     
VI - nomear-lhes tutor por testamento ou documento autêntico, se o outro dos pais não lhe sobreviver, ou o sobrevivo não puder exercer o poder familiar;     
VII - representá-los judicial e extrajudicialmente até os 16 (dezesseis) anos, nos atos da vida civil, e assisti-los, após essa idade, nos atos em que forem partes, suprindo-lhes o consentimento;    
VIII - reclamá-los de quem ilegalmente os detenha;    
IX - exigir que lhes prestem obediência, respeito e os serviços próprios de sua idade e condição. 
IX - exigir que lhes prestem obediência, respeito e os serviços próprios de sua idade e condição
Vedação aos maus tratos e à relação de cunho ditatorial.
Abuso de Direito (art. 187, CC).
Suspensão ou destituição do poder familiar.
Os pais não podem explorar economicamente os filhos.
Vedação da exploração do trabalho infantil.
Pagamento de indenização.
USUFRUTO E ADMINISTRAÇÃO DOS BENS DOS FILHOS MENORES
Art. 1.689, CC: O pai e a mãe, enquanto no exercício do poder familiar:
I - são usufrutuários dos bens dos filhos;
II - têm a administração dos bens dos filhos menores sob sua autoridade.
Art. 1.691, CC: Não podem os pais alienar, ou gravar de ônus real os imóveis dos filhos, nem contrair, em nome deles, obrigações que ultrapassem os limites da simples administração, salvo por necessidade ou evidente interesse da prole, mediante prévia autorização do juiz.
O art. 1.693, CC evidencia o rol de possiblidades que excluem o usufruto e a administração pelos pais, dentre eles estão os bens deixados ou doados ao filho, sob a condição de não serem usufruídos, ou administrados, pelos pais e os bens que aos filhos couberem na herança, quando os pais forem excluídos da sucessão.
EXTINÇÃO DO PODER FAMILIAR 
(ARTS. 1.635, 1.637 e 1.638, CC)
Morte dos pais ou do filho.
Emancipação, nos termos do art. 5o, parágrafo único.
Maioridade.
Adoção.
Decisão judicial, que destitui ou suspende um ou ambos os pais do poder familiar. 
São hipóteses de destituição: castigar imoderadamente o filho; deixar o filho em abandono; praticar atos contrários à moral e aos bons costumes (atualmente atos contrários à dignidade); e, a prática reiterada das situações abaixo relatadas.
São hipóteses de suspensão: abusar de sua autoridade, faltando com os deveres legais; arruinar os bens dos filhos; quando um dos pais for condenado por sentença irrecorrível, em virtude de crime cuja pena exceder a dois anos de prisão; e, a prática de alienação parental.
ALIMENTOS DIANTE DA DESTITUIÇÃO
A DESTITUIÇÃO DO PODER FAMILIAR NÃO EXONERA O DESTITUÍDO DO PAGAMENTO DOS ALIMENTOS - STJ
Art. 1.638. Perderá por ato judicial o poder familiar o pai ou a mãe que:
I - castigar imoderadamente o filho;
II - deixar o filho em abandono;
III - praticar atos contrários à moral e aos bons costumes;
IV - incidir, reiteradamente, nas faltas previstas no artigo antecedente.
V - entregar de forma irregular o filho a terceiros para fins de adoção. 
Parágrafo único. Perderá também por ato judicial o poder familiar aquele que: 
I – praticar contra outrem igualmente titular do mesmo poder familiar: 
a) homicídio, feminicídio ou lesão corporal de natureza grave ou seguida de morte, quando se tratar de crime doloso envolvendo violência doméstica e familiar ou menosprezo ou discriminação à condição de mulher; 
b) estupro ou outro crime contra a dignidade sexual sujeito à pena de reclusão;
II – praticar contra filho, filha ou outro descendente: 
a) homicídio, feminicídio ou lesão corporal de natureza grave ou seguida de morte, quando se tratar de crime doloso envolvendo violência doméstica e familiar ou menosprezo ou discriminação à condição de mulher; 
b) estupro, estupro de vulnerável ou outro crime contra a dignidade sexual sujeito à pena de reclusão.
ALIENAÇÃO PARENTAL
Na alienação parental, um dos pais (alienador) tem como objetivo prejudicar a relação do outro com o filho em comum, realizando a inserção de memórias falsas neste, induzindo-o a pensamentos e sentimentos, tendo como consequência o afastamento e a destruição de todo e qualquer vínculo afetivo existente. Decorrente do presente problema e com o propósito de dirimi-lo, o Poder Legislativo promulgou a Lei 12.318/10 (Lei da Alienação Parental) que tipifica este comportamento como crime, além de apresentar em seu contexto o conceito e as possíveis sanções a serem aplicadas alternativamente ou cumulativamente, conforme a necessidade. 
Segundo o art. 2º da Lei 12.318/10, “considera-se ato de alienação parental a interferência na formação psicológica da criança ou do adolescente promovida ou induzida por um dos genitores, pelos avós ou pelos que tenham a criança ou adolescente sob a sua autoridade, guarda ou vigilância para que repudie genitor ou que cause prejuízo ao estabelecimento ou à manutenção de vínculos com este”.
De acordo com a lei, constituem formas exemplificativas de alienação parental:
Realizar campanha de desqualificação da conduta do genitor no exercícioda paternidade ou maternidade: 
- Considerada como a implantação de falsas memórias na criança ou no adolescente. 
Dificultar o exercício da autoridade parental.
Dificultar contato de criança ou adolescente com genitor: 
- Conforme explicita Dias (2010, p. 24): “A Síndrome de Alienação Parental é uma condição capaz de produzir diversas consequências nefastas, tanto em relação ao cônjuge alienado como para o próprio alienador, mas seus efeitos mais dramáticos recaem sobre os filhos”.
Dificultar o exercício do direito regulamentado de convivência familiar.
Omitir deliberadamente a genitor informações pessoais relevantes sobre a criança ou adolescente, inclusive escolares, médicas e alterações de endereço. 
Apresentar falsa denúncia contra genitor, contra familiares deste ou contra avós, para obstar ou dificultar a convivência deles com a criança ou adolescente. 
Mudar o domicílio para local distante, sem justificativa, visando a dificultar a convivência da criança ou adolescente com o outro genitor, com familiares deste ou com avós.
CONSEQUÊNCIAS JURÍDICAS
Declarar a ocorrência de alienação parental e advertir o alienador. 
Ampliar o regime de convivência familiar em favor do genitor alienado. 
Estipular multa ao alienador. 
Determinar acompanhamento psicológico e/ou biopsicossocial. 
Determinar a alteração da guarda para guarda compartilhada ou sua inversão. 
Determinar a fixação cautelar do domicílio da criança ou adolescente. 
Declarar a suspensão da autoridade parental.
GUARDA
Art. 1.583, CC:  A guarda será unilateral ou compartilhada.
§ 1o  Compreende-se por guarda unilateral a atribuída a um só dos genitores ou a alguém que o substitua (art. 1.584, § 5o) e, por guarda compartilhada a responsabilização conjunta e o exercício de direitos e deveres do pai e da mãe que não vivam sob o mesmo teto, concernentes ao poder familiar dos filhos comuns. 
§ 2o  Na guarda compartilhada, o tempo de convívio com os filhos deve ser dividido de forma equilibrada com a mãe e com o pai, sempre tendo em vista as condições fáticas e os interesses dos filhos. 
LEI Nº 13.058, DE 22 DE DEZEMBRO DE 2014
LEI DA GUARDA COMPARTILHADA
Atualmente a regra é pela Guarda Compartilhada, em respeito aos interesses da criança e do adolescente, que gozam da proteção integral do Estado.
Quando não houver acordo entre a mãe e o pai quanto à guarda do filho, encontrando-se ambos os genitores aptos a exercer o poder familiar, será aplicada a guarda compartilhada, salvo se um dos genitores declarar ao magistrado que não deseja a guarda do menor.
Para estabelecer as atribuições do pai e da mãe e os períodos de convivência sob guarda compartilhada, o juiz, de ofício ou a requerimento do Ministério Público, poderá basear-se em orientação técnico-profissional ou de equipe interdisciplinar, que deverá visar à divisão equilibrada do tempo com o pai e com a mãe.
ENUNCIADOS 
VII JORNADA DE DIREITO CIVIL
Enunciado 603: A distribuição do tempo de convívio na guarda compartilhada deve atender precipuamente ao melhor interesse dos filhos, não devendo a divisão de forma equilibrada, a que alude o § 2º do art. 1.583 do Código Civil, representar convivência livre ou, ao contrário, repartição de tempo matematicamente igualitária entre os pais.
Enunciado 604: A divisão, de forma equilibrada, do tempo de convívio dos filhos com a mãe e com o pai, imposta na guarda compartilhada pelo § 2° do art. 1.583 do Código Civil, não deve ser confundida com a imposição do tempo previsto pelo instituto da guarda alternada, pois esta não implica apenas a divisão do tempo de permanência dos filhos com os pais, mas também o exercício exclusivo da guarda pelo genitor que se encontra na companhia do filho.
Enunciado 607: A guarda compartilhada não implica ausência de pagamento de pensão alimentícia.

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