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Projetos de separação Arranjos Produtivos II Prof. Yago Veloso Mecanismos de separação gás/líquido • Separação inercial: ao chocar-se com uma dada superfície, o fluido sofre mudança brusca de velocidade e direção, fazendo o gás desprender-se do líquido, devido à inercia que este possui; • Força centrífuga e diferença de densidade: ao ser impelido a um movimento giratório por um difusor, as fases do fluido se separam, por adquirirem forças centrifugas diferentes, em função da diferença de densidades. • Aglutinação das partículas: o contato em uma superfície de gotículas de liquido dispersas no gás facilita sua aglutinação e consequente decantação; • Ação da gravidade e diferença de densidades: o fluido mais pesado é decantado e, durante certo tempo de retenção, continua liberando bolhas de gás. Mecanismos de separação gás/líquido Separadores • Numa instalação de processamento primário de fluidos o gás, por ser menos denso, é inicialmente separado do liquido por ação da gravidade ou força centrifuga em equipamentos denominados separadores; • Pode-se dizer que em um separador típico, existem 4 seções: ➢ Seção de separação primária; ➢ Seção de acumulação (ou coleta de líquido); ➢ Seção de separação secundária (ou de decantação); ➢ Seção de aglutinação. Separadores Tem a função de separar o gás do líquido. Tem a função de separar as bolhas de gás remanescentes no liquido (tempo de retenção de 3 a 4 min.) Tem a função de separar as gotículas menores de óleo, carreadas pelo gás (separação por decantação- gravidade). Tem por finalidade a remoção de gotículas de liquido arrastadas pela corrente gasosa através de extratores de névoa (demister). Separadores • A pressão no separador é mantida por um controlador que atua regulando o fluxo de saída do gás na parte superior; • O liquido separado deixa o vaso através de uma válvula de descarga, cuja abertura ou fechamento é efetuada através de um controlador de nível. Separadores • Os separadores são fabricados nas formas horizontal e vertical; • Os separadores horizontais: ➢ Apresentam uma maior área superficial de interface entre as fases líquido/gás e gás/líquido e devido a isso são mais eficientes; ➢ São mais indicados para sistemas que apresentam espumas e altas razões G/O; ➢ Apresentam como desvantagens a difícil remoção de sólidos produzidos (os separadores apresentam uma geometria mais propicia para a deposição de sólidos produzidos). • Os separadores verticais: ➢ Apresentam como vantagem uma maior economia de espaço; ➢ Maior facilidade de remoção de sólidos devido a sua geometria. Separadores • Os separadores são ainda classificados como bifásico e trifásico; • Os separadores bifásicos promovem a separação gás/líquido (separador de gás); • Separadores trifásicos (extratores de água livre), que adicionalmente promovem a separação do gás. Separador bifásico horizontal. Separador trifásico vertical. Separadores Esquema de um separador trifásico horizontal. Principais problemas operacionais • Formação de espuma: ➢ Devido as impurezas presente na fase liquida, essas podem ser arrastadas pela fase gasosa e gerar espumas; ➢ A formação de espumas no interior dos vasos separadores por se tratar de uma estrutura de grande volume pode causar a diminuição da área de escoamento do gás e aumento do arraste de liquido na saída de gás; ➢ Se tais líquidos chegarem aos compressores, podem causar danos a esses que são um dos equipamentos de maior custo nas facilidades de produção; ➢ Um dos procedimentos adotados para combater a formação de espumas e/ou evitar é aquecer os fluidos a serem separados ou utilizar antiespumantes (silicone ou poliésteres) e instalação de pratos quebra- espuma. Principais problemas operacionais • Produção de areia: ➢ Proveniente dos reservatórios, a areia que vem com o liquido causa erosão das válvulas e obstrução dos internos acumulando-se no fundo do separador, de onde é removida pelos drenos. ➢ A melhor solução do problema é evitar a sua produção. • Parafinas: ➢ São hidrocarbonetos de elevado peso molecular que podem separa-se do petróleo caso a temperatura de produção dos fluidos seja inferior à temperatura inicial de aparecimento de cristais (TIAC); ➢ Os cristais de parafina são arrastadas pelo fluido até chegar aos vasos separadores, onde devido a redução da velocidade de escoamento acabaram depositando-se e obstruindo o equipamento. Principais problemas operacionais • Arraste de óleo pelo gás: ➢ Ocorre quando o nível de liquido está muito alto devido, a falha no sistema de medição, subdimensionamento do vaso ou formação de espuma; • Arraste de gás pelo óleo: ➢ Ocorre quando o nível de liquido está muito baixo ou falha no sistema de controle de nível. • Defletor de entrada: provocam mudança brusca na velocidade e direção do fluxo, promovendo separação do gás e do liquido; • Modelos mais utilizados: placa plana, calota esférica e defletor centrífugo; Acessórios internos do vaso separador Defletores de impacto (placa plana e calota esférica). Defletores centrífugo (entrada tipo ciclone). • Pratos quebra- espuma: são placas paralelas inclinadas instaladas nos separadores; • Ao entrarem em contato com as placas, as bolhas de espuma se quebram, conduzindo ao coalescimento da parte liquida nelas contida. Acessórios internos do vaso separador Pratos quebra-espuma. • Placas quebra- ondas: em vasos horizontais longos às vezes é necessário a instalação de placas verticais, para evitar a propagação de ondas causadas pelas golfadas de líquido, permitindo maior eficiência no controle desses níveis; • Nas plataformas marítimas flutuantes, tais placas reduzem o efeito do balanço de mar sobre o nível de líquido dos vasos. Acessórios internos do vaso separador Pratos quebra-espuma. • Quebra-vórtice: são instaladas no bocal de saída de líquido, no fundo do vaso, com a finalidade de interromper o desenvolvimento do vórtice, quando a válvula de saída é aberta; • O vórtice pode succionar algum gás e arrastá-lo com o liquido de saída, ou mesmo arrastar óleo pela saída de água. Acessórios internos do vaso separador Quebra- vórtice: (a) tubo perfurado, (b) plataforma e (c) cruzeta. • Extrator de névoa (demister): dispositivo instalado na saída do gás na parte superior do vaso, composto de um meio poroso, cuja finalidade é aglutinar as gotículas de líquido arrastadas pelo gás e serem recuperadas por gravidade; • Tipos mais comuns: almofadas de telas de arame (wire- mash), aletas e placas cilíndricas. Acessórios internos do vaso separador Extratores de névoa: (a) telas de arame, (b) aletas e (c) placas cilíndricas. • Jatos espalhadores de areia (sander jet): são instalados nos vasos sistemas de jatos de água para espalhar a areia; • A água (geralmente a produzida), é bombeado por uma tubulação que se ramifica dentro do vaso, carreando a areia pelos drenos. Acessórios internos do vaso separador Sander jet (jatos espalhadores de areia). Sistemas de separação • Os separadores gravitacionais, podem ser distribuídos em série e em paralelo pela planta de processamento; • A distribuição em série destina-se à separação em estágios decrescentes de pressão de operação, o ultimo tanque desse estágio opera à Pressão atm (surg tank ou tanque acumulador); • A distribuição em paralelo tem a finalidade de distribuir as vazões e combinar poços de características parecidas. Sistemas de separação • Os sistemas de separação de fluidos de produção podem ser subdivididos em quatro tipos: ➢ Sem separação de fluidos; ➢ Com separação bifásica; ➢ Com separaçãotrifásica; ➢ Com separação trifásica e tratamento de óleo. Sem separação de fluidos • A planta de processo visa somente executar testes e avaliação da produção dos poços; • O fluxo multifásico segue por um oleoduto até uma planta central onde ocorrerá o processamento. Sem separação de fluidos • Teste de produção: o separador de teste é um vaso de separação trifásica que tem por finalidade realizar testes de produção periódicos em cada poço produtor; • Procedimento para a realização do teste de produção: ➢ O poço a ser testado é separado dos demais no manifold de produção e direcionado para o separador de teste; ➢ As vazões de óleo, gás e água do poço são medidas em períodos de teste, que costumam ser de 12 ou 24 horas. Com separação bifásica • A planta do processo é bastante simples consistindo em: coletores de produção, separador teste, separador bifásico, tanque acumulador (surge tank) e sistema de transferência e medição de produção; • A água produzida é transferida junto com o óleo. Com separação trifásica • A planta do processo apresenta uma maior complexidade, possuindo permutadores de calor (petróleo x água quente), separadores de teste, separador trifásico, sistema de tratamento de água oleosa, medição e transferência de óleo por oleoduto e sistema para tratamento e aproveitamento do gás; Com separação trifásica e tratamento do óleo • Similar ao sistema de separação trifásica, apenas com a adição de um tratador eletrostático (com o objetivo de reduzir o teor de água emulsionada no óleo); Separação em estágios • Quando a pressão dos poços é suficientemente alta, pode ser conveniente fazer a separação por estágios, isto é, com separadores em série trabalhando a pressões sucessivamente menores; • A finalidade da separação por estágios é obter uma recuperação final de liquido máxima e dar uma estabilidade maior ao líquido separado (menos tendência a evaporar-se) – estabilização do óleo; Separação em estágios • As pressões de trabalho dos separadores podem variar, afim de otimizar a produção de óleo e gás produzido; • As pressões mais comuns são: ➢ 8 kgf/cm² - alta pressão; ➢ 3 kgf/cm² - média pressão; ➢ Próxima a atm – baixa pressão (surge tank). • Depois de separadas as fases óleo, gás e água seguem para o tratamento individualizado afim de enquadrar tais produtos as especificações de venda ou consumo. Separação atmosférica • Ocorre no último estágio de separação e tem por finalidade armazenar e estabilizar o óleo para bombeamento; • O vaso responsável por fazer esse tipo de separação é o surge tank e tem por finalidade fazer emergir ou evaporar os últimos componentes leves contidos no petróleo; • Quanto mais estabilizado o óleo, menor será a tendência de existir evaporação de compostos e maior será a eficiência do bombeamento, evitando cavitações nas bombas causadas pelo gás liberado.
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