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Prova Paraná


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Prévia do material em texto

Olá professor (a)! 
 
A Prova Paraná tem a finalidade de fornecer informações sobre os conhecimentos dos 
estudantes nas disciplinas de Língua Portuguesa e Matemática. A partir dos resultados é possível 
redirecionar as ações educacionais para atender as fragilidades apontadas por este processo 
diagnóstico. 
 
Na disciplina de Língua Portuguesa, apresenta-se, como sugestão, um material pedagógico 
– uma sequência de aulas – com indicações de itens e possíveis encaminhamentos metodológicos 
para auxiliá-lo na sua prática docente. É mais uma possibilidade de trabalho que pode contribuir 
para o processo de ensino-aprendizagem. 
 
Vale lembrar que os itens selecionados não são inéditos, porém estão relacionados à Matriz 
de Referência da Prova Paraná. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AULA 15 – 9º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL 
 
Para esta aula foram selecionados dois descritores, um relacionado às relações entre recursos 
expressivos e efeitos de sentido e o outro relacionado à variação linguística. 
 
D19 – Reconhecer o efeito de sentido decorrente da exploração de recursos ortográficos e/ou 
morfossintáticos. 
 
Essa habilidade é avaliada por meio de um texto no qual o aluno é solicitado a perceber os efeitos 
de sentido que o autor quis imprimir ao texto a partir da escolha de uma linguagem figurada ou da ordem 
das palavras, do vocabulário, entre outros. 
A habilidade que pode ser avaliada por meio deste descritor, refere-se à identificação pelo aluno do 
sentido que um recurso ortográfico, como, por exemplo, diminutivo ou, aumentativo de uma palavra, entre 
outros, e/ou os recursos morfossintáticos (forma que as palavras se apresentam), provocam no leitor, 
conforme o que o autor deseja expressar no texto. 
Essa habilidade é avaliada por meio de um texto no qual se requer que o aluno identifique as 
mudanças de sentido decorrentes das variações nos padrões gramaticais da língua (ortografia, 
concordância, estrutura de frase, entre outros). Esses recursos estão presentes principalmente em textos 
literários e publicitários, nos quais exploram a linguagem de forma criativa e inusitada, fazendo uso de 
figuras de linguagem. 
 
D13 – Identificar as marcas linguísticas que evidenciam o locutor e o interlocutor de um texto. 
 
Por meio deste descritor pode-se avaliar a habilidade do aluno em identificar quem fala no 
texto e a quem ele se destina, essencialmente, por meio da presença de marcas linguísticas (o 
tipo de vocabulário, o assunto, etc.), evidenciando, também, a importância do domínio das 
variações linguísticas que estão presentes na nossa sociedade. 
Essa habilidade é avaliada em textos nos quais o aluno é solicitado a identificar, o locutor e o 
interlocutor do texto nos diversos domínios sociais, como também são exploradas as possíveis 
variações da fala: linguagem rural, urbana, formal, informal, incluindo também as linguagens 
relacionadas a determinados domínio sociais, como, por exemplo, cerimônias religiosas, escola, clube, 
etc. 
 
 
QUESTÃO 1 
Leia o texto abaixo: 
A CHUVA 
A chuva derrubou as pontes. A chuva transbordou os rios. A chuva molhou os transeuntes. A chuva 
encharcou as praças. A chuva enferrujou as máquinas. A chuva enfureceu as marés. A chuva e seu cheiro 
de terra. A chuva com sua cabeleira. A chuva esburacou as pedras. A chuva alagou a favela. A chuva de 
canivetes. A chuva enxugou a sede. A chuva anoiteceu de tarde. A chuva e seu brilho prateado. A chuva 
de retas paralelas sobre a terra curva. A chuva destroçou os guarda-chuvas. A chuva durou muitos dias. 
A chuva apagou o incêndio. A chuva caiu. A chuva derramou-se. A chuva murmurou meu nome. A chuva 
ligou o para-brisa. A chuva acendeu os faróis. A chuva tocou a sirene. A chuva com a sua crina. A chuva 
encheu a piscina. A chuva com as gotas grossas. A chuva de pingos pretos. A chuva açoitando as plantas. 
A chuva senhora da lama. A chuva sem pena. A chuva apenas. A chuva empenou os móveis. A chuva 
amarelou os livros. A chuva corroeu as cercas. A chuva e seu baque seco. A chuva e seu ruído de vidro. 
A chuva inchou o brejo. A chuva pingou pelo teto. A chuva multiplicando insetos. A chuva sobre os varais. 
A chuva derrubando raios. A chuva acabou a luz. A chuva molhou os cigarros. A chuva mijou no telhado. 
A chuva regou o gramado. A chuva arrepiou os poros. A chuva fez muitas poças. A chuva secou ao sol. 
ANTUNES, Arnaldo. As coisas. São Paulo: Iluminuras, 1996. 
 
 
 
 
 
 
Todas as frases do texto começam com "a chuva". Esse recurso é utilizado para 
 
A) provocar a percepção do ritmo e da sonoridade. 
B) provocar uma sensação de relaxamento dos sentidos. 
C) trazer rimas e facilitar a leitura. 
D) sugerir a intensidade e a continuidade da chuva. 
 
Comentários: Nesta questão, temos um exemplo de verificação da habilidade relativa ao D19 
“Reconhecer o efeito de sentido decorrente da exploração de recursos ortográficos e/ou morfossintáticos”. 
Em análise às alternativas apresentadas, a indicação pelos estudantes da alternativa A “provocar a 
percepção do ritmo e da sonoridade”, demonstra o pouco domínio do estudante com relação à 
linguagem poética, visto que a repetição da palavra chuva não provoca nem ritmo, tampouco sonoridade. 
O mesmo ocorre em “B) provocar uma sensação de relaxamento dos sentidos”, uma vez que o 
poema não provoca esta sensação no leitor, e que este recurso, muitas vezes pode ser provocado pela 
musicalidade, o que não ocorre nesse texto. Os estudantes que assinalaram a alternativa “C) trazer 
rimas e facilitar a leitura.”, também incorreta, demonstram a leitura aligeirada do poema, já que a 
aliteração presente na repetição indicada não tem este objetivo. Os estudantes que indicaram a alternativa 
“D) sugerir a intensidade e a continuidade da chuva.”, gabarito da questão, como correta, demonstram 
a compreensão da linguagem poética utilizada pelo autor por meio da repetição no poema, sugerindo a 
intensidade por meio da aliteração e continuidade da chuva, intensificada pela insistência na repetição, o 
que pode sugerir seu efeito contínuo, se aliado à leitura do poema como um todo. 
 
QUESTÃO 2 
Leia o texto abaixo e responda. 
Nino quer um AMIGO 
– Nino, por que você está sempre tão sério e cabisbaixo? 
Nino vivia triste. Ele se sentia sozinho. Ninguém queria ser amigo dele. Pobre menino. 
Um dia, na praia, ele ficou esperançoso de encontrar um amigo. 
– Ah, um menino. Quem sabe..., e tentou chegar perto dele. 
Mas o menino virou para o lado, cavou um buraco. 
E ainda jogou areia no Nino. 
Coitado dele. [...] 
Até que um dia, ele tinha desistido de procurar. 
Pensando em por que quanto mais tentava encontrar um amigo, mais sozinho se sentia... 
Ficou distraído, pensando, e adormeceu. 
Quando acordou, olhou-se no espelho. 
Enquanto escovava os dentes, percebeu que fazia muitas caretas. 
Achou engraçado. Enxugou a boca e continuou brincando com o espelho. 
Era riso daqui, riso de lá. Era língua do Nino e língua do espelho. Piscadela aqui, piscadela ali. 
Começou ali uma verdadeira folia. Era um jogo de reconhecimento entre Nino e sua imagem no 
espelho. E não é que Nino era bem engraçadinho? Ele mesmo nunca tinha reparado nisso antes. 
Que cara legal era o Nino. 
Que garoto charmoso, bem-humorado! 
Nino ficou encantado com seu espelho. 
Fez-se ali uma grande amizade. 
E, depois dessa amizade, surgiram muitas outras. 
Nino hoje é um cara cheio de grandes amigos. Incluindo ele mesmo. 
Valeu, Nino. 
CANTON, Kátia. NovaEscola. v. 4, 2007. 
 
 
 
 
 
Nesse texto, no trecho “E não é que Nino era bem engraçadinho?” (ℓ. 27-28), a palavra destacada foi 
empregada no diminutivo para indicar 
 
A) afetividade. 
B) desprezo. 
C) ironia. 
D) tamanho. 
 
Comentários: Nesta questão, temos um exemplo de verificação da habilidade relativa ao D19 
“Reconhecer o efeito de sentido decorrente da exploração de recursos ortográficos e/ou morfossintáticos”. 
Em análise às alternativas apresentadas, é possível pressupor que os estudantes que marcaram a 
alternativa “A) afetividade.”, gabarito da questão, demonstram a compreensão não só do comando, mas 
também no efeito de sentido no texto, na opção do autor pelo uso do sufixo “–inho”, ao final da palavra 
indicada. Embora a significação dos diminutivos de uma palavra dependa do contexto e só exista em 
relação a ele, foi necessário ao estudante acessar seus conhecimentos sobre o uso deste recurso de 
linguagem e demonstrar que compreendeu que o uso do diminutivo, neste caso, denota sentimentalismo, 
carinho ou cuidado com algo ou com a outra pessoa envolvida na comunicação. Os estudantes que 
optaram pela alternativa “B) desprezo”, demonstram que não compreenderam o trecho destacado em seu 
contexto, pois se considerar todo o fragmento, perceberá que não há intenção do autor em utilizar o sufixo 
de maneira depreciativa. O mesmo ocorre em “C) ironia”, visto que não há intenção de manifestar ironia. 
Aqueles que escolheram a alternativa “D) tamanho”, consideram apenas um dos elementos sentidos do 
uso do diminutivo como uma indicação formal de diminuição de tamanho, o que não foi o objetivo do 
emprego pelo autor. 
 
QUESTÃO 3 
Leia o texto abaixo: 
 
Bye, bye - Sandy e Júnior 
Resolvi mudar, vou por um fim e tentar te esquecer 
Não sei como pude amar assim, mas sei o que fazer 
Não me enrole, nem me use 
Fique longe, não abuse 
Nada vai me convencer, Deus me livre de você 
Decidi vou dar um tempo e levantar o meu astral 
Meu instinto agora diz que olhar pra cima é o canal 
Não me obrigue, que eu não brigo 
Não me ligue, eu te ligo. 
[...] 
Bye, bye, me toquei e decidi 
Bye, bye, demorei mas aprendi 
Bye, bye, só vou amar de novo assim 
se alguém demonstrar o mesmo amor por mim. 
Fonte: https://www.vagalume.com.br/sandy-junior/bye-bye.html 
 
A canção acima é voltada para o público jovem. Isso fica evidente porque: 
 
A) a linguagem da música é informal, repleta de gírias e expressões que são usadas por esse tipo de 
público. 
B) é usada estrangeirismos na escrita da letra, tipo de variação linguística típica dos jovens. 
C) o assunto da canção é um tema recorrente na vida de pessoas jovens, mas não tanto nas mais velhas. 
D) o uso de rimas ao final de algumas estrofes indica uma tentativa de usar uma linguagem próxima dos 
jovens. 
 
 
 
 
 
Comentários: Nesta questão, temos um exemplo de verificação da habilidade relativa ao D13 “Identificar 
as marcas linguísticas que evidenciam o locutor e o interlocutor de um texto”. O comando do item solicita 
ao estudante que caracterize as marcas de linguagem presentes no texto. Analisando as alternativas, o 
estudante que optou pela alternativa “A) a linguagem da música é informal, repleta de gírias e 
expressões que são usadas por esse tipo de público.”, gabarito da questão, soube identificar as 
marcas linguísticas que caracterizam a variedade linguística de um texto voltado para jovens. Expressões 
como “se tocar” e “levantar o meu astral” são ótimos indicativos de informalidade. Aquele que optou pela 
alternativa “B) é usada estrangeirismos na escrita da letra, tipo de variação linguística típica dos 
jovens.”, atentou para apenas um dos detalhes abordados, ignorando o todo. Ele está correto sobre o 
uso dos estrangeirismos em “bye, bye”, porém é uma variação linguística não só típica dos jovens, mas 
presente na nossa sociedade como um todo. Palavras como “notebook”, por exemplo, são usadas por 
jovens e por mais velhos. Já a alternativa “C) o assunto da canção é um tema recorrente na vida de 
pessoas jovens, mas não tanto nas mais velhas.”, assim como em “B”, considerou apenas uma das 
informações presentes no texto, visto que dores de amor todos sofrem, não tendo idade para isso. Por 
fim, o aluno que escolheu a alternativa “D) o uso de rimas ao final de algumas estrofes indica uma 
tentativa de usar uma linguagem próxima dos jovens.”, desconsiderou que o uso de rimas é uma 
escolha de som e ritmo para a música, mas nada indica que seja algo que aproxime a canção do público 
jovem. Existem várias canções para jovens sem rimas e várias canções para mais velhos com rimas. 
 
QUESTÃO 4 
Leia o texto abaixo. 
O mestre da faxina 
Subitamente, minha faxineira desapareceu. Deixou chinelos, um avental [...]. Três semanas depois, 
resolvi: 
– Eu mesmo vou limpar o apartamento! 
Peguei um saco de lixo grande, botei dois coadores de café usados, a casca de uma mexerica e 
algumas torradas secas. No processo, um pedaço de torrada caiu no chão. Esmigalhei-o com o pé, sem 
querer. Observei horrorizado os pedacinhos se espalharem pelo piso. 
– Não tem importância, depois vou lavar o chão. 
Joguei o lixo. Voltei. Abri a geladeira. Duas cenouras mumificadas me observavam. Retornei ao lixo. 
Foram dez idas e vindas. Sempre esquecia alguma coisinha! Finalmente, encarei a cerâmica da cozinha. 
Originalmente, é branca. A alvura ocultava-se sob manchas marrons, vermelhas e cinzentas. Passei a 
vassoura. As manchas continuavam lá. Tocou o telefone. 
– Estou às voltas com a vassoura – expliquei, sorridente. 
– Vai voar? – perguntou meu interlocutor. 
Desliguei e voltei à cozinha. Tinha espalhado as migalhas de torrada por todo o trajeto. Achei melhor 
me concentrar e pensar na sala mais tarde. Cautelosamente, espalhei o líquido limpador multiuso no chão. 
Puxei a sujeira com o rodinho. As manchas desapareciam magicamente! 
– Venci as faxineiras – comemorei. 
Só então descobri estar do lado oposto à porta. Ao voltar sobre a área limpa e molhada, na ponta 
dos pés, minhas botas espalharam marcas pretas, bem redondinhas. Dava a impressão de que uma cabra 
havia passado por lá. Suspirei. Tirei os sapatos, as meias e arregacei as calças. Joguei limpador de novo. 
Puxei o rodinho, dessa vez ao contrário. Trouxe uma horrível borra cinza até a porta da sala. Quando ia 
atingir meu tapete persa, corri até a pia, peguei um pano e ajoelhei-me para eliminar a borra. O pano estava 
imundo, emporcalhei tudo mais ainda. Pior: meus joelhos também se sujaram e minhas próprias calças 
passaram a criar manchas. Não tive dúvida: tirei a roupa toda. [...] 
Retornei à pia, tentei lavar o pano. A pia entupiu. Corri ao banheiro, acrescentando mais marcas no 
chão. Molhei e torci o trapo. Mais limpador. Notei que as casquinhas da torrada, apesar de todo o meu 
empenho, pareciam ter colado na cerâmica. Agachei-me e, com a ponta das unhas, fui tirando uma por 
uma. Até quase enlouquecer. Quis chorar. Pus a mão nos cabelos, e o líquido de limpeza começou a 
escorrer pelo meu rosto. Espirrei. Joguei água por tudo, espalhei sapólio e passei o rodinho. Meus pés 
 
 
 
 
arderam. Ao puxar os detritos, eles voaram no tapete persa. Deitei-me sobre o tapete para caçar os 
pontinhos de sujeira. Nesse instante, o rodinho escorregou e caiu em direção ao ralo. Na batida, uma poça 
d’água explodiu. Com fúria, agarrei o pano e passei em cada milímetro do piso. Desmaiei no tapete, 
exausto. Olhei a cozinha. 
Surpresa! O piso estava limpo! Suspirei, quis tomar um café. Duas gotas negras caíram da xícara. 
Desesperado, quase lambi o chão. Limpei com meu próprio lenço. Respirei profundamente,senti minha 
franja grudada nos cílios. Uma mancha de sapólio se instalara na minha barriga! Corri para a ducha. 
Adormeci pensando como seria fascinante limpar a sala, no dia seguinte. 
De manhã bem cedo, a faxineira reapareceu, com uma história complicadíssíma. Quase beijei seus 
pés. Sempre desdenhei os trabalhos domésticos. Quando ouvia alguém falar em dona de casa, torcia o 
nariz. Já me arrependi. Francamente! Que vida! 
CARRASCO, Walcyr. Pequenos delitos e outras crônicas. Rio de Janeiro: Best Seller, 2006. p. 64-65. 
 
Um dos trechos que identifica o personagem como um homem é: 
 
A) “– Eu mesmo vou limpar o apartamento!”. 
B) “– Não tem importância, depois vou lavar o chão.”. 
C) “– Estou às voltas com a vassoura...”. 
D) “– Venci as faxineiras...”. 
E) “Quis chorar.”. 
 
Comentários: Este item exemplifica a habilidade relativa ao D13 “Identificar as marcas linguísticas que 
evidenciam o locutor e o interlocutor de um texto”. Para isso, foi utilizada como suporte uma crônica, que 
por apresentar uma linguagem simples e ser um gênero muito comum à realidade escolar, pode contribuir 
para a resolução do item. A dificuldade em proceder à leitura desse texto, no entanto, deve-se à sua 
extensão, que exige atenção dos leitores para os detalhes apresentados pelo autor e para as inferências 
necessárias ao seu completo entendimento. O comando exige que os estudantes identifiquem nos 
fragmentos apresentados pistas textuais que caracterizem o narrador personagem da história como um 
homem. Assim, aqueles que optaram pela alternativa A) “– Eu mesmo vou limpar o apartamento!”, o 
gabarito, desenvolveram a habilidade aferida, reconhecendo a desinência de gênero masculino (-o) em 
“mesmo”. As outras alternativas, embora expressem o discurso do narrador personagem, que é um 
homem, não apresentam pistas que permitam essa identificação. Portanto, os estudantes que escolheram 
esses distratores, possivelmente, basearam-se na leitura do texto como um todo e não se concentraram 
nos fragmentos apresentados, levando-os ao equívoco. Os estudantes que marcaram as alternativas B) 
“– Não tem importância, depois vou lavar o chão.”, C) “– Estou às voltas com a vassoura...” e D) 
“– Venci as faxineiras...”, relacionaram os termos flexionados no fragmento presente nessas alternativas 
com o trecho “olhei horrorizado”, identificando corretamente tratar-se de um narrador masculino; porém, 
não associaram corretamente os marcadores presentes nas alternativas. 
 
Sugestões de procedimentos e estratégias metodológicas: 
Professor(a), para melhor compreensão dos textos apresentados, sugerimos que você utilize 
diferentes estratégias de leitura, tais como: antecipação, levantamento de hipóteses, seleção, dentre 
outras. Procure, sempre que possível, realizar uma leitura coletiva, a fim de verificar as dificuldades de 
compreensão de palavras e expressões que seus alunos podem apresentar. Procure trabalhar o 
significado dessas palavras de forma reflexiva, levando os/as estudantes a inferirem seus possíveis 
significados. Verifique também se os estudantes compreendem o que está sendo proposto em cada 
atividade. A não compreensão das questões propostas já nos oferece um indício das dificuldades em 
leitura apresentadas pelos estudantes. 
Para a exploração de recursos estilísticos por meio da ortografia ou da sintaxe é preciso levar para 
a sala de aula textos da literatura, principalmente os poéticos em que esses recursos sejam visíveis, 
trabalhando também com as figuras de linguagem. É preciso que eles consigam perceber que o uso da 
letra, da palavra, da frase, pode ser direcionado para o efeito que o autor quer com o texto. Outra 
 
 
 
 
possibilidade também é levar textos/gêneros discursivos da esfera publicitária, nesses a exploração dos 
recursos como pontuação ou escolha de palavras se tornam a parte mais importante na produção e efeito 
de sentido para alcançar o público desejado. 
Segue uma sugestão de aula, que pode ser adaptada para as diversas séries/ano, disponibilizada 
no site do MEC pela professora Edna Maria Santana Magalhães, disponível em: 
http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=20284. Acesso em 15/05/2019. 
Além da aula, sugirimos também a leitura do artigo “A estilística aplicada a poemas como estratégia 
de leitura”, publicado nos Anais do SILEL. Volume 3, Número 1. Uberlândia: EDUFU, 2013. Disponível 
em: < http://www.ileel.ufu.br/anaisdosilel/wp-content/uploads/2014/04/silel2013_115.pdf> . Acesso em 
15/05/2019. 
Para o estudante desenvolver a habilidade de saber reconhecer as diferentes formas de uso da 
linguagem, sugerimos levar para a sala de aula e realizar a leitura com eles de textos técnicos como 
manuais, relatórios, comunicados, processos jurídicos, normas administrativas etc., textos formais como 
artigos de opinião, científicos, ofícios etc., bem como textos menos formais como carta pessoal, e-mail, 
bilhetes, literatura de cordel, entre outros. E realizar comparativos na forma de usar a linguagem nestes 
textos. 
 
 
 
 
Caro estudante, você pôde, nesta aula, refletir sobre os conhecimentos de reconhecer o efeito de sentido 
decorrente da exploração de recursos ortográficos e/ou morfossintáticos e identificar as marcas linguísticas 
que evidenciam o locutor e o interlocutor de um texto. Lançamos um desafio a você, resolva as questões 
que seguem: 
 
QUESTÃO 1 
Leia o texto abaixo. 
Barba Ruiva 
Aqui está a lagoa de Paranaguá, limpa como um espelho e bonita como noiva enfeitada. 
Espraia-se em quinze quilômetros por cinco de largura, mas não era, tempo antigo, assim grande, 
poderosa como um braço de mar. Cresceu por encanto cobrindo mato e caminho, por causa do pecado 
dos homens. 
Nas salinas, ponta leste do povoado de Paranaguá, vivia uma viúva com três filhas. O rio Fundo 
caía numa lagoa pequena no meio da várzea. 
Um dia, não se sabe como, a mais moça das filhas da viúva adoeceu e ninguém atinava com a 
moléstia. Ficou triste e pensativa. 
Estava esperando menino e o namorado morrera sem ter ocasião de levar a moça ao altar. 
Chegando o tempo, descansou a moça nos matos e querendo esconder a vergonha, deitou o 
filhinho num tacho de cobre e sacudiu-o dentro da lagoa. 
O tacho desceu e subiu logo, trazido por uma Mãe-d’Água, tremendo de raiva na sua beleza 
feiticeira. Amaldiçoou a moça que chorava, e mergulhou. 
As águas foram crescendo, subindo e correndo, numa enchente sem fim, dia e noite, alagando, 
encharcando, atolando, aumentando sem cessar, cumprindo uma ordem misteriosa. Tomou toda a 
várzea, passando por cima das carnaubeiras e buritis, dando onda como maré de enchente na lua. 
Ficou a lagoa encantada, cheia de luzes e de vozes. Ninguém podia morar na beira, porque, a noite 
inteira, subia do fundo d’água um choro de criança, como se chamasse a mãe para amamentar. 
Ano vai e ano vem, o choro parou e, vez por outra, aparecia um homem moço, airoso, muito claro, 
menino de manhã, com barbas ruivas ao meio-dia e barbado de branco ao anoitecer. 
Muita gente o viu e tem visto. Foge dos homens e procura as mulheres que vão bater roupa. Agarra-
as só para abraçar e beijar. Depois, corre e pula na lagoa desaparecendo. 
Nenhuma mulher bate roupa e toma banho sozinha, com medo do Barba Ruiva. Homem de respeito, 
doutor formado tendo encontrado o Filho da Mãe-d’Água, perde o uso de razão, horas e horas. 
DESAFIOS 
 
 
 9 
 
Mas o Barba Ruiva não ofende a ninguém. Corre sua sina nas águas de Paranaguá, perseguindo 
mulheres e fugindo dos homens. 
Um dia desencantará. Se uma mulher atirar na cabeça dele água benta e um rosário indulgenciado. 
Barba Ruiva é pagão e deixa de serencantado sendo cristão. 
CASCUDO, Luís Câmara. Lendas brasileiras. Rio de Janeiro: Ediouro, 2000. p. 39-40. 
 
No trecho “As águas foram crescendo, subindo e correndo...”, a ordem em que as palavras destacadas 
aparecem nesse texto sugere 
 
A) exagero. 
B) gradação. 
C) oposição. 
D) repetição. 
 
QUESTÃO 2 
Leia o texto abaixo. 
UM MUNDO DE COISAS PARA LER 
Na próxima década, a massa de informação que circula no mundo dobrará de volume a cada oitenta 
dias. Pelo menos é o que dizem os especialistas. Reduzir o tempo gasto nessa leitura toda não é má 
ideia. Mas seria possível? 
“Não conheço estudos que indiquem isso”, afirma o neuroftalmologista Paulo Imamura da 
Universidade Federal de São Paulo. Jorge Roberto Pagura, neurocirurgião do hospital paulista Albert 
Einsten, discorda. 
“Atividades cerebrais podem ser adestradas”, afirma. O fato é que pouco se sabe sobre a fisiologia 
da leitura. 
Para a diretora da Faculdade de Educação da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Marlene 
Carvalho, a técnica funciona para jornais, relatórios e processos. Mas não para textos literários. O 
cineasta americano Woody Allen pensa do mesmo modo. Criou até uma piada sobre o assunto: “Fiz um 
curso de leitura dinâmica e consegui ler o romance Guerra e Paz, de Leon Tolstoi em apenas 15 minutos! 
É sobre a Rússia.” 
(UM MUNDO de coisas para ler. Revista Superinteressante, v.112, p.64, 1997. CD-ROM. Fragmento) 
 
No artigo, o autor reproduz a fala dos especialistas consultados com a intenção de 
 
A) elogiar os entrevistados. 
B) evidenciar a polêmica referente ao tema tratado. 
C) mostrar erudição. 
D) enfatizar a velocidade da leitura.

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