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Tecnologias_Educacionais_20183_COM_SEC

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EAD
TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS
Maria Conceição Mússio Bittencourt
Elaine Arns
Elaine Cristina Pereira da Silva 
TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS 
 
 
 
 
 
Maria Conceição Mússio Bittencourt 
Elaine Arns 
Elaine Cristina Pereira da Silva 
 
 
APRESENTAÇÃO 
Trabalhar com educação é uma tarefa complexa, tendo em vista os 
inúmeros fatores envolvidos nesta jornada. As duas principais e fundamentais 
condições para ser um bom educador são: antes de tudo, o afeto, o carinho pelas 
crianças e jovens que lhes são confiados; depois, gostar de ensinar e da matéria 
que ensina. Estando asseguradas essas duas condições, é ainda necessário dar-se 
conta, de que, na atividade de ensino, a autonomia do professor poderá ser 
apenas aparente, se ele não considerar os interesses políticos, econômicos e 
sociais a permearem essa atividade que, por si só, é capaz de manter toda uma 
sociedade em estado de conformismo, ou levá-la a transformar-se, para atender 
às necessidades da maioria da população jovem de uma nação. 
O professor tem nas mãos uma ferramenta poderosa e uma matéria prima 
a ser trabalhada, que pode impactar as estruturas sociais, políticas e econômicas 
de um país. Diante disso, eu me questiono: para que, com que intenção estou 
ensinando tecnologias educacionais para os futuros docentes? Resposta difícil 
para mim, mas buscando toda a reflexão que me é possível, posso dizer que o 
meu desejo é oferecer-lhes uma pequena colaboração, para que, como eu, 
embarquem nesta maravilhosa aventura que é ver desabrochar as novas gerações. 
Boa sorte neste caminho árduo e doce, mas que traz uma recompensa 
incomensurável: a alegria do crescimento moral e intelectual de seus alunos, e a 
gratidão dos pais, que, quando mandam seus filhos para a escola, pensam “se ele 
se formar, vai melhorar de vida”. Espero, sinceramente, que, no decorrer desta 
jornada, vocês possam ouvir muitas vezes: “Obrigado, professor(a)”. 
Maria Conceição Mússio Bittencourt 
 
PROGRAMA DA DISCIPLINA 
 
Ementa: A relação professor-aluno na sala de aula. Inclusão social e digital dos 
recursos didáticos. TIC - Tecnologias de Informação e Comunicação. 
 
OBJETIVOS GERAIS 
 Conceituar historicamente as tecnologias educacionais. 
 Compreender e refletir sobre os processos de ensino e de aprendizagem 
mediados pelas tecnologias. 
 Apresentar as possíveis estratégias instrucionais na educação a distância. 
 
CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS 
Conceito histórico de tecnologias. 
As novas tecnologias de comunicação e de informação. 
Os novos modos de compreender a realidade: o tempo e o espaço. 
As mudanças institucionais: os softwares. 
Conceito histórico de tecnologias. 
As estratégias mediadas pela tecnologia e a formulação do problema. 
A construção e desconstrução das imagens: o design instrucional. 
 
METODOLOGIA 
Adotamos para a disciplina Tecnologias Educacionais uma metodologia que alia a 
teoria à prática. 
A leitura contextualizada dos textos da bibliografia básica constitui o eixo principal 
da organização didática, devendo o aluno vivenciar a aprendizagem também no 
ambiente virtual, por meio da participação de chats, fóruns de debates, 
sistematizando esses conteúdos, posteriormente, nas apresentações de 
seminários. 
 
AVALIAÇÃO 
No sistema EAD, a legislação determina que haja avaliação presencial, sem, 
entretanto, se caracterizar como a única forma possível e recomendada. Na 
avaliação presencial, todos os alunos estão na mesma condição, em horário e 
espaço pré-determinados, diferentemente, a avaliação a distância permite que o 
aluno realize as atividades avaliativas no seu tempo, respeitando-se, obviamente, 
a necessidade de estabelecimento de prazos. 
A avaliação terá caráter processual e, portanto, contínuo, sendo os seguintes 
instrumentos utilizados para a verificação da aprendizagem: 
1) Trabalhos individuais, ou a partir da interatividade com seus pares; 
2) Provas bimestrais realizadas presencialmente; 
3) Trabalhos de pesquisa bibliográfica. 
 
As estratégias de recuperação incluirão: 
Retomada eventual dos conteúdos abordados nas unidades, quando não 
satisfatoriamente dominados pelo aluno; 
 
BIBLIOGRAFIA BÁSICA: 
LIBÂNEO, J. C. Didática. São Paulo: Cortez, 1994. 
VEIGA, I. P. A. (coord.) Repensando a didática. Campinas: Papirus, 2007. 
MORAN, J. M. MASETTO, M. e BEHRENS, M. Novas Tecnologias e Mediação 
Pedagógica. Campinas: Papirus, 2009. 
 
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR: 
FIORENTINI, L. M. R. e Moraes. Linguagens e interatividade na educação a 
distância. SP: DPA Ed., 2003. 
GRISPUM, M. P. S. (org.) Educação tecnológica: desafios e perspectivas. SP: 
Cortez, 1999. 
KENSKI, V. M. Educação e Tecnologias - O Novo Ritmo da Informação. Campinas: 
Papirus, 2003. 
LÉVY, P. As Tecnologias da inteligência. RJ: Ed. 34, 2008. 
MASETTO, Marcos. T. O Professor Universitário em Aula. São Paulo: MG Editores 
Associados, 1990. 
MORAN, J. M. MASETTO, M. e BEHRENS, M., V. M. Tecnologias e Ensino Presencial 
e a Distância. Campinas: Papirus, 2008. . 
PERRENOUD, P. 10 Novas competências para ensinar. Rio de Janeiro: Artmed. 
2008. 
PERRENOUD, P. Práticas pedagógicas e profissão docente: Três faceta. In: Práticas 
pedagógicas, profissão docente e formação. Perspectivas sociológicas. Lisboa: 
Dom Quixote, 1993. 
SILVA, M. (org.) Educação online. SP: Loyola, 2006. 
VIEIRA, A. T. (org.). Gestão Educacional e Tecnologia. SP: Avercamp, 2003. 
 
 
 
 
 
 
 
 
UNIDADE 1 - FUNDAMENTOS DA TECNOLOGIA 
 
CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE 
 
Objetivo: Compreender as finalidades e os processos de inserção das 
tecnologias de informação e comunicação na sociedade e no contexto 
pedagógico. 
 
ESTUDANDO E REFLETINDO 
 
Tecnologia e Sociedade 
Primeiramente vamos esclarecer o que entendemos por "tecnologia". Se 
procurarmos por definições em dicionários da Língua Portuguesa, encontraremos: 
do Gr. Technologia - téchne, arte + lógos, tratado. Estudo e aplicação de técnicas 
e procedimentos relacionados a um determinado ramo de atividade. (Michaelis) 
Ciência que quantifica o desenvolvimento nos estudos de outras ciências, tais 
como, a química, física, etc. (SAWAYA, 1999, p. 464). Conjunto complexo formado 
pelas artes e ofícios, interligados pelo conhecimento (saber) e pelo"saber-fazer" 
(Aurélio). 
Basicamente podemos compreender que tecnologia é qualquer artefato, 
método ou técnica criada pelo homem para tornar seu trabalho mais leve, sua 
locomoção e sua comunicação mais fáceis, ou simplesmente sua vida mais 
agradável. A tecnologia, neste sentido, não é algo novo - na verdade, é quase tão 
velha quanto o próprio homem. São ferramentas, técnicas, conhecimentos, 
métodos que ajudam a resolver problemas. 
As relações entre o homem e o meio, a natureza, sempre foram mediadas 
pelas tecnologias vigentes em cada momento histórico e sempre com o objetivo 
de proporcionar melhorias no bem estar coletivo. Dessa forma, elas tiveram um 
papel fundamental desde a pré-história, quando o homem primitivo começou a 
fabricar seus instrumentos com pedras lascadas, madeira e ossos, para caçar 
animais e garantir sua sobrevivência. Na revolução agrária, o homem, que era 
nômade, passou a se fixar em um espaço geográfico, movido pela possibilidade 
de semear a terra. Esse fato não teria sido consumado sem a criação de 
ferramentas pelo homem. 
Na Revolução Industrial, o uso das tecnologias teve consequência mais 
séria: o surgimento da classe operária e a consequente perda que tiveram os 
artesãos de suas ferramentas de trabalho (tecnologias), pois essas se tornaram 
"obsoletas" por não mais servir aos novos modos de produção. Como resultado, o 
trabalhador deixou de conhecer todo o processo de fabricação dos produtos que 
manufaturava (conhecimento geral e amplo) para ser um operário fabril, com 
qualificação apenas para inserir uma determinada peça em um lugar específico e 
predefinido por outro (conhecimentorestrito e "especializado"). 
A sociedade atual é caracterizada por múltiplas denominações, como a 
sociedade em rede (Castells, 1997), a revolução semiótica (Dieterich, 1999), a 
geração digital (Tapscott, 1999), além de outros termos mais utilizados como 
sociedade pós-moderna, sociedade da aprendizagem, sociedade da informação, 
sociedade do conhecimento e muitas outras. Mas o importante é que, qualquer 
que seja a denominação, sua "marca registrada" é a compressão do tempo e do 
espaço, que viabiliza o rápido avanço da globalização econômica, que 
potencializa cada vez mais a separação entre os que têm acesso aos - bens 
produzidos por esse modelo sócio-econômico daqueles que estão à margem 
desse processo. Para isso, contribuem, significativamente, as Tecnologias da 
Informação e da Comunicação - TICs. 
A atual fase de intensivos avanços tecnológicos é ao mesmo tempo causa e 
resultado de mudanças na forma de vida das pessoas. Eles provocam essas 
mudanças porque os produtos são lançados no mercado com o objetivo de gerar 
novas necessidades de consumo, as quais, por sua vez, suscitam novas 
necessidades de avanços tecnológicos. Esse efeito se repete em um ciclo, cujo 
limite é apenas o poder de compra. Vários exemplos de produtos tecnológicos 
dessa cadeia evolutiva poderiam ser citados para esclarecer, mas vamos optar 
pelo telefone celular. A humanidade vivia muito bem sem esse aparelho até 
pouco tempo atrás, quando se presumia que as necessidades básicas de 
comunicação eram satisfeitas. Mas a economia de mercado necessitava criar 
produtos para gerar novas necessidades, não básicas, apenas de consumo. Assim, 
surgiu o celular. Inicialmente um bem de consumo caro, mas as pessoas começam 
a comprá-lo - privilégio de poucos. A publicidade mostra suas infinitas vantagens, 
muita gente quer comprar, surge um forte desejo de possuí-lo, os preços baixam 
um pouco e ele se torna um bem mais popular. As melhorias tecnológicas vão 
sendo incorporadas: baterias com mais potência, tamanhos menores, conexão 
com a Internet. A cada novo "avanço' corresponde uma nova necessidade de 
compra que gera a necessidade de um novo "avanço". E é nessa lógica que 
evoluem muitos outros produtos; portanto, a partir desse exemplo, pode-se 
visualizar como acontece a globalização dos mercados mediante a criação das 
necessidades de consumo. 
 
Tecnologia Educacional 
Quando se fala em tecnologia educacional, automaticamente associa-se 
com atividades que envolvam computadores e softwares, ou seja, a informática 
auxiliando o processo de ensino-aprendizagem em ambientes de aprendizagem. 
Mas será que tecnologia educacional se resume a isso? 
A experiência de implantação do uso da tecnologia em escolas, tanto 
particulares como públicas, já nos mostrou que não basta ter computadores em 
salas de aula ou laboratórios, internet, softwares, projetores multimídia, livros 
apostilas, se esses recursos não forem utilizados para produzir conhecimento. Por 
mais versátil que essas ferramentas possam parecer à primeira vista, é preciso algo 
mais para que se produzam ganhos significativos nos processos educacionais 
contando com tais recursos. 
Todas as vezes que alguém se depara com um problema - a menos que 
simplesmente o abandone - tende a buscar para ele alguma solução e, quando 
criamos uma solução para um problema, construímos conhecimento. Se a solução 
mostra-se eficaz para um número significativo de casos semelhantes, então 
estamos diante de uma tecnologia. O conhecimento é produzido como resposta a 
um problema, como menciona Gaston Bachelard, em sua obra “O novo espírito 
científico”. Uma tecnologia é uma solução elaborada que pode ser aplicada em 
situações-problema semelhantes. 
Portanto, não existe uma única tecnologia educacional, mas tecnologias, 
isto é soluções resultantes do enfrentamento de problemas. 
Ao que parece, não existe tecnologia ideal, absoluta, completa ou 
definitiva; sempre tem sido possível alcançar soluções cada vez melhores - no 
sentido de serem mais próximas da solução ideal de um problema - e essa 
característica central tende a permanecer. 
Embora novas soluções sejam encontradas, ao longo do tempo, nada se 
pode afirmar a respeito de sua permanência: outras soluções, mais eficazes, 
poderão vir a substituir as já existentes. 
Levy (1987) define tecnologia educacional como "conjunto de recursos 
técnicos que influenciam a cultura e as formas de construção do conhecimento de 
uma sociedade". Nessa perspectiva, a tecnologia sempre esteve presente nos 
contextos educacionais, seja pelo uso do quadro-negro, do livro didático ou da 
televisão. 
A mídia, como a origem da palavra sugere: meios, é algo que se coloca 
entre, no mínimo, dois participantes da dinâmica educacional: aluno-professor, 
aluno-aluno, professor-aluno, dentre outras possibilidades de configuração. 
 A mídia não é só a mensagem. Toda mídia, como meio que se interpõe e 
viabiliza a interação entre pessoas participantes de um processo educacional, não 
é o agente criativo; ela pode carregar mensagens em informações, mas, por si só, 
é incapaz de produzir conhecimento, pronto para ser oferecido. 
A Informática aplicada à educação 
A informática na qualidade de Ciência deve ser visualizada pela ótica 
mecanicista e cognitivista, pois o computador e as linguagens que o fazem 
funcionar foram concebidos com base no pensamento natural, humano (Marchelli 
1990). Na busca das raízes do que se tornou a ciência da informação automática - 
a informática - encontra-se a cibernética. 
Tradicionalmente utilizado para processar, armazenar e transferir 
informações e como elemento para tomada de decisões, o fato é que o 
computador está sendo cada vez mais utilizado para apoiar e potencializar a 
educação. Com métodos mais dinâmicos e interativos, desperta maior interesse 
dos alunos na busca pela informação e sua participação efetiva no processo de 
ensino-aprendizagem. 
Norbert Wiener (1970) definiu cibernética, que vem do grego kybernetiké. 
como "a ciência do controle e da comunicação, no animal e na máquina", ou seja, 
o conjunto de regras utilizadas para que a mensagem codificada seja traduzida e 
compreendida (além de armazenada) por meio de um objeto que realize 
operações como o computador ou o cérebro do homem. Pierre Levy fez uma 
constatação muito importante sobre o computador, pois ele é incompleto sem 
principalmente o homem ao seu comando, "o computador não é o centro, mas 
um pedaço, um fragmento da trama, um componente incompleto de uma rede 
calculadora universal" (Levy 1996, p.47). 
O uso de tecnologias cada vez mais avançadas pela sociedade e exigido 
das instituições educacionais uma revisão de seus conceitos, de seus métodos, de 
seus recursos. Com a missão de preparar os jovens que estão sob sua 
responsabilidade para exercer plenamente a cidadania num mercado cada vez 
mais competitivo, nenhuma instituição pode fechar os olhos para as grandes 
mudanças que se anunciam para aqueles que têm o domínio tecnológico, 
tampouco pode se eximir de refletir sobre o significado da adoção destas novas 
tecnologias em seus projetos pedagógicos. 
A descoberta de novas formas de ensinar e aprender por meio da 
informática é um desafio extremamente motivador, que implica e que demanda 
trabalhos de investigação voltados para a produção de meios e materiais que 
possibilitem também a teorização a respeito de sua aplicação em relações 
mediadas por esta tecnologia. 
No meio escolar, o uso pedagógico do computador é apontado como um 
fator que pode efetivamente contribuir para o avanço qualitativo do processo 
ensino - aprendizagem. 
 
BUSCANDO CONHECIMENTO 
 
Para ampliar seu conhecimento sugerimos a leitura do Texto: “A 
metamorfose do aprender na sociedade da informação” de Hugo Assmann. Ci. Inf, 
2000. Disponível em: 
http://www.scielo.br/pdf/ci/v29n2/a02v29n2 
 
 
 
 
 
UNIDADE 2- A INTERNET 
 
CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE 
 
Objetivo: Estudar conceitos de Internet e a contribuição da informática 
educativa no processo ensino - aprendizagem. 
 
ESTUDANDO E REFLETINDO 
 
A Internet é o nome reduzido que significa Internetwork System (sistema 
de interconexão de rede de comunicação). É considerada a rede das redes de 
comunicação. Ela significa muitas redes de comunicação diferentes, que são 
dirigidas e operadas por uma grande quantidade de organizações, que estão 
ligadas, interconectadas coletivamente para formar a Internet. A Internet pode 
permitir a comunicação e o compartilhamento de recursos e dados com pessoas 
em sua rua ou ao redor do mundo. Uma das maiores vantagens da Internet é que 
ela é uma ferramenta que fornece acesso a uma enorme quantidade de 
informações que estão disponíveis em todo o mundo. 
O conceito de Internet, ou web, ou rede representa exatamente o que a 
Internet é: uma grande teia de cabos e comunicações via satélite, ligando 
servidores e microcomputadores de todo o mundo entre si, através de um padrão 
de comunicação. 
A rede mundial de computadores interconectados surgiu na década de 60, 
num panorama mundial cercado pela Guerra Fria. O Departamento de Defesa 
norte-americano queria ter posse de um meio de comunicação que não sofresse 
danos num suposto ataque nuclear da URSS aos EUA, que, portanto, tivesse 
dentre das suas principais características a descentralização, quando as 
informações poderiam ser transmitidas por vários pontos do território americano, 
e mesmo que um deles fosse atingido, esta rede ainda estaria funcionando. 
Na década de 70, a rede foi apropriada pelas universidades e centros de 
pesquisa, e daí tornou-se um meio não de troca de informações militares, mas de 
resultados científicos, como um meio para pesquisadores comunicarem e 
compartilharem seus trabalhos. 
Em 1990, pesquisadores suíços desenvolveram a WWW (Wide World Web), 
para organizar de maneira mais prática e simples os dados que transitam no 
ciberespaço através da Internet. A WWW proporcionou a aplicação de interfaces 
gráficas bastantes funcionais (como os browsers ou navegadores) e possibilitam a 
criação de Web sites, hipertextos dispostos na rede e que hoje quase se fundem 
com o conceito de Internet. 
Hoje, a Internet é um privilégio da vida moderna para a sociedade. É o maior 
repositório de informações acessíveis a qualquer pessoa que acesse de qualquer 
parte do mundo. Entretanto, é pertinente alertar para a confiabilidade das 
informações apresentadas, consequências e riscos, exigindo usuários com 
capacidade crítica para posicionarem-se frente às informações recebidas. Pois 
como não existe nenhum tipo de censura, nem tudo que está publicado na web é 
correto, é importante. 
Cabe, portanto à escola, mostrar um caminho para o desenvolvimento do 
senso crítico aos alunos para que saibam analisar, selecionar e utilizar as 
informações de forma adequada, como também interromper qualquer 
movimento de alienação. Confirma-se a era do homem virtual, que se lança no 
espaço cibernético em busca da informação pelos meios de comunicação. 
 
Hipertexto 
O termo hipertexto foi cunhado por Theodor Holm Nelson, em 1964, para 
referir uma escritura eletrônica não-sequencial e não-linear, que se bifurca e 
permite ao leitor o acesso a um número praticamente ilimitado de outros textos, a 
partir de escolhas locais e sucessivas, em tempo real. Assim, o leitor tem 
condições de definir interativamente o fluxo de sua leitura a partir de assuntos 
tratados no texto sem se prender a uma sequência fixa ou a tópicos estabelecidos 
por um autor. Trata-se de uma forma de estruturação textual que faz do leitor 
simultaneamente co-autor do texto final. O hipertexto se caracteriza, pois, como 
um processo de escritura/ leitura eletrônica multilinearizado, multissequencial e 
indeterminado, realizado em um novo espaço de escrita. 
Em certo sentido, o hipertexto perturba nossa noção linear de texto, 
rompendo a estrutura convencional e as expectativas a ela associadas (v. Snyder, 
1997, p. 17). A ordem das informações não está dada na própria estrutura da 
escrita. Diferentemente do que o texto de um livro convencional, o hipertexto não 
tem uma única ordem de ser lido. A leitura pode dar-se em muitas ordens. Tem 
múltiplas entradas e múltiplas formas de prosseguir. Há maior liberdade de 
navegação pelas informações como se estivéssemos imersos num continuo de 
discursos espalhados por imensas redes digitais. 
Para Levy (1993), o hipertexto é um conjunto de nós ligados por conexões. 
Os nós podem ser palavras, páginas, imagens, gráficos, sequências sonoras, 
documentos complexos, que podem eles mesmos ser hipertexto. Os itens de 
formação não ligados linearmente, como em uma corda como nó, mas cada um 
deles, ou a maioria, estende suas conexões em estrela, de modo reticular. 
Poderíamos considerar como hipertexto o conjunto de informações 
textuais, podendo estar combinadas com imagens (animadas ou fixas) e sons, 
organizadas de forma a permitir uma leitura (ou navegação) não linear, baseada 
em indexações e associações de ideias e conceitos, sob a forma de links. 
Em um hipertexto, cada unidade de informação é chamada de nó e o 
tamanho é variável, de acordo com a necessidade. Pode ser uma tela, um arquivo, 
uma citação. Pode-se dizer que a ligação (link) é o conceito básico mais 
importante no hipertexto. No hipertexto, ligações são marcas que conectam um 
nó com outro. Quando uma ligação é ativada, um salto é feito para o ponto 
associado pela ligação, que pode ser uma palavra, frase ou nó inteiro do mesmo 
documento ou de outro. 
Vejamos o hipertexto em suas especificidades, relacionando-o às formas 
clássicas de produção textual. Em geral, entre as características que determinam a 
natureza do hipertexto, apontam-se as seguintes: 
(a) O hipertexto é um texto não-linear: apresenta uma flexibilidade 
desenvolvida na forma de ligações permitidas/sugeridas entre nós que constituem 
redes que permitem a elaboração de vias navegáveis (Nelson, 1991); a não-
linearidade é tida como a característica central do hipertexto; 
(b) O hipertexto é um texto volátil: não tem a mesma estabilidade dos 
textos de livros, por exemplo, (Bolter, 1991:31), e todas as escolhas são tão 
passageiras quanto às conexões estabelecidas por seus leitores, sendo um 
fenômeno essencialmente virtual; 
(c) O hipertexto é um texto topográfico: não é hierárquico nem tópico, por 
isso ele é topográfico (Bolter, 1991, p. 25); um espaço de escritura e leitura que 
não tem limites definidos para se desenvolver; esta é uma característica inovadora 
já que desestabiliza os frames ou 'enquadres' de que dispomos para identificar 
limites textuais; 
(d) O hipertexto é um texto fragmentário: consiste na constante ligação de 
porções em geral breves, com sempre possíveis retornos ou fugas; carece de um 
centro regulador imanente, já que o autor não tem mais controle do tópico e do 
leitor; 
(e) O hipertexto é um texto de acessibilidade ilimitada: acessa todo tipo de 
fonte sejam elas dicionários, enciclopédias, museus, obras científicas, literárias 
arquitetônicas etc. e, em princípio, não experimenta limites quanto às ligações que 
permite estabelecer; 
(f) O hipertexto é um texto multissemiótico: caracteriza-se pela 
possibilidade de interconectar simultaneamente à linguagem verbal com a não-
verbal (musical cinematográfica, visual e gestual) de forma integrativa, impossível 
no caso do livro impresso (Bolter, 1991, p. 27); 
(g) O hipertexto é um texto interativo: procede pela interconexão interativa 
(Bolter 1991, p. 27) que, por um lado, é propiciada pela multisemiose e pela 
acessibilidade ilimitada e, por outro lado, pela contínua relação de um leitor 
navegador com múltiplos autores em quase sobreposição em tempo real, 
chegando a simular uma interação verbal face-a-face.Cibercultura e ciberespaço 
Ciberespaço é um espaço de comunicação em que não é necessária a 
presença física do homem para constituir a comunicação como fonte de 
relacionamento, dando ênfase ao ato da imaginação, necessária para a criação de 
uma imagem anônima, que terá comunhão com os demais. 
Apesar de a internet ser o principal ambiente do ciberespaço, devido a sua 
popularização e sua natureza de hipertexto, o ciberespaço também pode ocorrer 
na relação do homem com outras tecnologias como celular, pagers, ou rádio-
amadores. 
Por cibercultura entendemos as interações sociais ligadas às novas 
tecnologias, que, com o avanço extraordinário dos hardwares e softwares, 
causaram alteração nas relações sociais. 
Consequentemente, essa mudança estende seus domínios a vários campos 
do saber, e é na comunicação que esta transformação talvez mais transpareça seu 
caráter evolutivo. Comunicar-se por telefones celulares, navegar na Web e bater 
papo nos chats passaram a ser coisas cotidianas, ligadas a nossa esfera social. 
Quando enviamos uma correspondência por e-mail, ou visitamos um 
determinado site ou link, desconhecemos o caminho ou rota pelo qual se realiza o 
encontro. Podemos até pensar que, ao enviar um e-mail de Curitiba para o Rio de 
Janeiro, não sabemos qual é a infovia percorrida. Não podemos descrever a 
paisagem pela qual a comunicação percorre. Os provedores de acesso são 
inúmeros, podemos até imaginar, mas as referências de lugar desaparecem. 
Com essa nova forma de sociabilidade, surgem personagens como hackers, 
crackers e zippies, todos nascidos da chamada "era digital", em que se 
estabelecem novos conceitos de espaço, tempo e interação social. Encontramo-
nos, de certa maneira, em um lugar ou, melhor, num não-Iugar, onde novas 
formas de realizarmos os procedimentos comunicativos são apresentados de 
maneira multimidiática, um local que é definido como ciberespaço. 
O termo ciberespaço foi utilizado pioneiramente pelo escritor William 
Gibson, também pai do movimento cyberpunk na literatura, em seu notório livro 
Neuromancer, de 1984. Segundo ele, o ciberespaço é uma "alucinação consensual, 
que pode ser experimentada através de softwares especiais". 
De acordo com Levy (1996), o ciberespaço é um meio em que será possível 
se consolidar a tecnodemocracia, ou seja, uma nova formação política, na qual a 
tecnologia da eletrônica tomará viável o desenvolvimento de comunidades 
inteligentes capazes de se autogerir. A autogestão estará ligada aos grupos que 
se formariam através das preferências individuais, dando origem a territórios 
imaterializados. O grande perigo é que, atualmente, existe um pequeno grupo de 
pessoas privilegiadas que detém a "senha de acesso" à tecnologia de informação. 
Logo, o ciberespaço faz também surgirem sociedades marginalizadas, os Info-
excluídos. A era tecnológica cria ou recria uma nova divisão social, uma 
redistribuição de saberes, poderes, dois mundos que se separam de acordo com a 
participação ou não na vida digital. 
 
BUSCANDO CONHECIMENTO 
 
Para você ampliar seu conhecimento referente a cibernética e a 
comunicação, sugerimos a leitura do livro: 
WIENER, Norbert. Cibernética, ou controle e comunicação no animal e na 
máquina. (trad. Gita K. Ghinzberg). São Paulo: Polígono/Edusp, 1970. 
 
 
 
UNIDADE 3 - TECNOLOGIA E MÍDIA 
 
CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE 
 
 Objetivo: Compreender as finalidades e os processos de inserção das 
tecnologias de informação e comunicação na sociedade e no contexto pedagógico. 
 
ESTUDANDO E REFLETINDO 
 
Educação e comunicação possuem ligações muito importantes, 
principalmente, quando se salienta a educação, como sendo a interação entre o 
educador e o educando, e a comunicação como sendo troca de mensagens entre 
duas ou mais pessoas. 
"Comunicar não é de modo algum transmitir uma mensagem ou receber 
uma mensagem. Isso é a condição física da comunicação, mas não é 
comunicação. É certo que, para comunicar, é preciso enviar mensagens, 
mas enviar mensagens não é comunicar. Comunicar é partilhar sentido". 
(Pierre Lévy) 
 
Segundo Manuel Morán, pesquisador e professor da Universidade de São 
Paulo, comunicação e educação andam juntas. Quanto mais a primeira se valer da 
segunda, melhor será o ambiente e, portanto, melhor serão as práticas educativas. 
Para ele, "o educador é um comunicador que precisa fazer uma interação, uma 
ponte como forma de lidar com o conhecimento, diferente de como vem fazendo. 
Uma pessoa que se comunique mais e fale menos, parece contraditório, mas 
comunicar-se mais, sem preocupar-se com o conteúdo programático. Ele é um 
comunicador, porque fala com todo o corpo, porque ele é uma mensagem 
complexa e, junto com esse conteúdo programático, coloca sua experiência de 
vida, seu modelo de adulto realizado ou não, feliz ou não, de uma pessoa que 
vale a pena conhecer ou não. E isso é importante. Não basta ser só um professor 
competente, numa área específica. Tem que ser um competente comunicador de 
toda uma experiência de vida que vale a pena transmitir junto com aquele 
conteúdo programático específico. Essa é uma questão de fundo profundamente 
tecnológico, quer dizer, ele é um comunicador total. Isso não se improvisa, não se 
muda com cursos rápidos (...)". 
É comum as pessoas empregarem os termos tecnologia e mídias como 
sinônimos, mas, sob um aspecto científico, isso não é correto. A tecnologia é o 
veículo para comunicar mensagens e essas são representadas em uma mídia. 
Existem quatro tipos de mídia: 
Texto; Imagens (estáticas e em movimento); Sons; Filmes. 
Cada tecnologia suporta pelo menos um meio, e algumas podem suportar 
mais do que um. No quadro a seguir exemplificaremos: 
 
Embora cada mídia possua características próprias, existe também 
variabilidade em cada mídia em função da tecnologia que a distribui. Para cada 
momento, existe uma combinação de mídia e tecnologia mais adequada, mas 
sem dúvida o poder e a atração da tecnologia on-line estão no seu potencial para 
dispor de todas as formas de mídia. 
 
 
 
Mídia Tecnologia 
Texto 
Livros, guias de estudo e documentos eletrônicos pela 
tecnologia on-line 
Sons 
CDs, DVDs, fitas de áudio, por telefone, tecnologia on-
line 
Imagens 
Livros, outras tecnologias impressas, CDs, DVDs, 
tecnologia on-line 
Filmes 
Videoteipes, teletransmissão, CDs, DVDs, tecnologia 
on-line 
Multimídia 
Etimologicamente, mídia (mídias) vem do Latim médium (media) ou meio, 
e multi significa muitos. Portanto, muitos meios ou multimídia é caracterizada pela 
utilização integrada de diferentes meios de comunicação: áudios (sons como 
vozes humanas, músicas, efeitos sonoros especiais); gráficos e imagens estáticas 
(desenhos, gravuras, fotografias); animações (imagens em movimento ou 
dinâmicas, em projeção a duas ou três dimensões) e vídeos. 
De acordo com os dias atuais multimídia é como qualquer combinação de 
texto, gráficos, sons, animações e vídeos mediados através do computador ou 
outro meio eletrônico. Seriam todos os programas e sistemas em que a 
comunicação entre homem e computador se dá através de múltiplos meios de 
representação da informação. 
São características de produtos multimídia: 
 O acesso não-linear, o usuário não fica preso a uma sequência linear. 
 A interatividade, a situação do usuário diante do computador pode não 
ser a de espectador passivo, mas de participante de uma atividade. 
 A integração com outros programas aplicativos, dependendo do caso o 
computador pode executar outras tarefas de outros aplicativos. 
Quase que imediatamente após os hipertextos terem surgido, surgiu o 
conceito de hipermídia, que reúne não somente textos como também imagens 
sons, vídeos e quaisquer outras informações que venham possuir sua 
representação no formato digital. 
A hipermídia une os conceitos de hipertexto e multimídia. Ou seja, um 
documento não-linear que contém imagens,sons, textos e vídeos. Títulos 
multimídia apresentam os conteúdos de forma intuitiva e prazerosa. 
Como crianças e adolescentes de hoje dedicam grande parte de seu tempo 
aos videogames, o que lhes afasta do estudo e da literatura, a multimídia 
apresenta um potencial de conjunção desses dois mundos. Os CD-ROMs 
educativos e de referência, através da tecnologia interativa e multimídia, podem 
apresentar conteúdos através das mais variadas mídias envoltos em um ambiente 
similar ao dos videogames, tanto em estética quanto em interatividade. 
Para tanto, é preciso que os títulos multimídia consigam uma alta 
qualidade em termos de design, navegação e interatividade. Sabe-se que os 
produtos multimídia têm um forte apelo sobre os sentidos e inúmeras 
possibilidades para a aprendizagem, mas é preciso que educadores se adequem a 
essa tecnologia para que os produtos multimídia educacionais sejam uma 
importante ferramenta de suporte ao ensino. 
 
Audio conferência, Teleconferência, Videoconferência e Web conferência. 
As tecnologias que permitem que pessoas distantes, situados em dois ou 
mais lugares geograficamente diferentes, comuniquem são classificados 
basicamente em: 
 Áudio Conferência - Consiste na realização de uma conferência com dois 
ou mais interlocutores por meio do áudio. Por ser o telefone uma rede 
existente mundialmente, a áudio conferência via telefone permite cursos a 
distância com baixo custo e organizáveis rapidamente. Otimiza a 
comunicação entre grupos, estimula a colaboração e agiliza a tomada de 
decisões. São utilizados avançados recursos de áudio, que permitem que o 
interlocutor interaja naturalmente com os ouvintes de um ponto remoto, 
como se eles estivessem na mesma sala. Os recursos técnicos devem servir 
apenas como meio de aproximação das distâncias. 
 Teleconferência - Acontece via satélite, de forma unidirecional. Consiste na 
geração via satélite de palestras, apresentações de expositores ou aulas 
com a possibilidade de interação via fax, telefone ou Internet. O 
conferencista ou professor faz sua apresentação de um estúdio de 
televisão. Fala "ao vivo" para seu público alvo, que recebe a imagem em 
um aparelho de televisão. Os equipamentos necessários para transmissão 
por teleconferência são de custo elevado, mas a recepção nos dias de hoje 
é muito barata (antena parabólica, receptor e aparelho de televisão). 
 Videoconferência - possibilita a conversa em duas vias, permitindo que o 
processo de ensino/aprendizagem ocorra em tempo real (on-line) e possa 
ser interativo, entre pessoas que podem se ver e ouvir simultaneamente, 
ou seja, "face a face". Devido às ferramentas didáticas disponíveis no 
sistema, ao mesmo tempo em que o professor explica um conceito, pode 
acrescentar outros recursos pedagógicos tais como gráficos, projeção de 
vídeos, pesquisa na Internet, imagens bidimensionais em papel ou 
transparências, arquivos de computador, etc. O sistema permite ainda ao 
aluno das salas distantes tirar suas dúvidas e interagir com o professor no 
momento da aula, utilizando os mesmos recursos pedagógicos para a 
comunicação. 
Através da videoconferência, podem-se executar todas as atividades 
inerentes a uma reunião como se os participantes estivessem todos no mesmo 
espaço físico, independentemente da localização geográfica. 
 Webconferência - É a videoconferência via Internet, a qual surgiu da 
possibilidade de utilização dos microcomputadores como um equipamento 
de Videoconferência. As palavras em inglês - Web (teia mundial) e 
Conference (conferência) somam os dois ingredientes básicos para 
promoverem sessões de Videoconferência através da Internet, utilizando 
microcomputadores atuais convencionais, uma quantidade razoável de 
software livre e proprietário e a disseminação dos links de banda larga 
oferecidos pelas operadoras. Para ter um bom resultado, depende da 
velocidade de transmissão da Internet, na qual, requer uma câmera e um 
módulo (placa de digitalização e transmissão), bem como microfones e 
placa de som. Como não se necessita de equipamentos especiais, como o 
caso de teleconferências (precisam de antena parabólica) e 
videoconferências (salas especificamente preparadas para este fim com 
equipamentos onerosos), torna-se muito mais versátil e acessível a 
qualquer pessoa que possua conexão à internet. 
 
BUSCANDO CONHECIMENTO 
 
Nesta unidade sugerimos a leitura do texto: “Multimídia na Educação: o 
vídeo digital integrado ao contexto escolar” de Maria Serafim e Robson de Sousa. 
Disponível em: 
http://books.scielo.org/id/6pdyn/pdf/sousa-9788578791247-02.pdf 
 
 
 
UNIDADE 4 - EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 
 
CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE 
 
 Objetivo: Apresentar as especificidades de comunidades virtuais bem como 
conceitos e concepções em Educação a Distância. 
 
ESTUDANDO E REFLETINDO 
 
A Internet proporciona oportunidades de acesso à informação sediada em 
computadores em qualquer ponto do globo, oferece também possibilidade de 
comunicação com pessoas espalhadas por todo o mundo, enviando mensagens, 
documentos, imagens, etc, e proporciona, ainda, a oportunidades de publicação, 
permitindo exprimir a criatividade de qualquer pessoa num espaço próprio que se 
pode tornar acessível a todos os interessados. Desse modo, a Internet conduz-nos 
a viver de forma diferente o espaço, o tempo, as relações sociais, a representação 
das identidades, os conhecimentos, o poder, as fronteiras, a legitimidade, a 
cidadania e a pesquisa, permitindo, um novo modo de inserção na realidade 
social, política, econômica e cultural. 
Nesse contexto social, surge a Educação a Distância (EaD) como uma nova 
prática educativa. Contando com o apoio dos avanços das tecnologias da 
informação e comunicação, a EAD se mostra como uma alternativa eficiente às 
amplas e diversificadas necessidade de qualificação de pessoas adultas. 
No mundo atual globalizado, em que aumentam as diferenças sociais, o 
encontro entre culturas de diferentes países que acontecem de modo impensado 
até poucas décadas atrás, entre outras transformações. Neste cenário a EaD vem 
se redefinindo à luz dessas transformações sociais e culturais, na base do impacto 
dos novos desenvolvimentos tecnológicos. A aquisição de computadores 
individuais cada vez mais sofisticados e potentes, por parte de uma parcela da 
população, a instalação de rede e de redes de redes, o barateamento de tarifas 
telefônicas, a existência da fibra ótica, as habilidades requeridas para o uso da 
tecnologia no âmbito do trabalho, o uso de mídia na formação, no campo da 
informática inauguram novas formas culturais de impacto nos modos de 
construção do conhecimento e dos processos de aprendizagem (MAGGIO, 2001). 
 
Comunidade Virtual 
Comunidade virtual pode ser definida como uma comunidade de pessoas 
compartilhando interesses comuns, ideias e relacionamentos, através da Internet, 
ou outras redes colaborativas. É um espaço digital onde um grupo de pessoas 
troca informações sobre um tema ou área específica, discutindo, interagindo e 
construindo conhecimento de forma cooperativa. O possível inventor do termo, e 
um de seus primeiros proponentes, foi Howard Rheingold, que define 
"comunidade virtual" como "um agregado social que surge na internet, quando 
um conjunto de pessoas leva adiante discussões públicas longas o suficiente, e 
com suficiente emoção, para estabelecerem redes de relacionamentos no 
ciberespaço" [1993]. Para Castells, as comunidades virtuais "se entendem como 
uma rede eletrônica de comunicação interativa autodefinida, organizada em torno 
de um interesse ou finalidade compartilhada, embora algumas vezes a própria 
comunicação se transforme no objetivo" [1999]. 
No princípio dos anos 70, a Internet nasceu como uma comunidade na 
qual só os cientistas do Departamento de Defesa americano trocavam 
informações. Em seguida, conectaram-se à rede universidadese laboratórios 
privados de pesquisa. Houve então uma proliferação de subcomunidades. Em 
1979, a chamada Usenet ganhou notoriedade, permitindo que os usuários 
publicassem mensagens em murais virtuais, o que desencadeou milhares de 
newsgroups (grupos de discussão de temas). 
No começo da década de 90, popularizaram-se os chats (salas de bate-
papos on-line) e hoje existem milhares de salas onde seus membros se 
comunicam. Assim, entendemos que a comunicação virtual hoje constitui a 
essência da Internet. 
Podemos diferenciar as comunidades virtuais de outros grupos de 
discussão pela qualidade dos laços de relacionamento entre os participantes. Os 
participantes de uma comunidade virtual se agrupam movidos por interesses 
comuns, para auxiliarem-se mutuamente na tarefa de produzir conhecimento. 
Segundo PALOFF e PRATT (2002), as especificidades das comunidades 
virtuais de aprendizagem seguem os seguintes pressupostos: 
 Destinar-se a interesses comuns a todos os sujeitos participantes; 
 Ênfase no trabalho em equipe; 
 A comunidade deve centrar sua dinâmica nos objetivos a serem 
alcançados; 
 Todos os sujeitos têm o mesmo direito de participação; 
 As normas, valores e comportamentos são definidos na própria 
comunidade; 
 Educador assume o papel de orientador e animador da 
comunidade; 
 A aprendizagem é cooperativa/colaborativa; 
 Sujeito assume o papel ativo na construção do seu conhecimento 
de acordo com tema da comunidade; 
 Interação permanente. 
 
Educação a Distância 
A ideia básica de educação a distância é muito simples: alunos e 
professores estão em lugares diferentes durante todo ou grande parte do tempo 
que ocorre a aprendizagem. Estando distantes geograficamente, eles dependem 
de algum tipo de tecnologia para garantir a transmissão de informações e 
interações. 
Nesta modalidade de educação, o aprendizado é sempre muito planejado 
e não acidental e está muito mais focado no aluno. 
Educação a distância é a forma organizada de autoestudo, com a qual o 
aluno constrói seu conhecimento a partir do material de estudo que lhe é 
apresentado, na qual o acompanhamento e a supervisão do sucesso do estudante 
são levados a cabo por um grupo de professores/ orientadores. Isso é possível de 
ser feito através da aplicação de meios de comunicação capazes de vencer longas 
distâncias. 
O site do Califórnia Distance Learning Project (1997) apresenta várias 
definições de educação a distância, que geralmente se referem ao oferecimento 
de recursos para a aprendizagem de alunos "remotos". O projeto propõe os 
seguintes elementos definidores de aprendizagem a distância: 
 A separação do professor durante, pelo menos, a maior parte de cada 
processo de instrução; 
 Uso de mídia educacional para unir professor e aluno e para transmitir o 
conteúdo do curso; 
 O oferecimento de uma via dupla de comunicação entre professor, tutor 
ou agente educacional e o aluno; 
 A separação do tempo e do aluno no tempo e no espaço; 
 O controle volitivo da aprendizagem com o estudante, em vez de com o 
professor. 
Ao contrário do que muitos pensam a educação a distância não induz a 
separação entre o aluno e o professor. Segundo Edith Litwin (2000), ela busca 
reduzir as distâncias que a vida criou, mas não se intimidando com elas, nem lhes 
sendo submissa. O termo distância, que indica a separação física entre o aluno e o 
educador, não exclui o contato direto dos alunos entre si, ou do aluno com 
alguém que possa apoiá-lo no processo de aprendizagem. A este tipo de contato 
direto, os teóricos do ensino a distância chamaram de presencialidade. Haver ou 
não momentos de presencialidade no processo de aprendizagem, depende da 
estratégia usada. Em algumas destas estratégias, educadores e alunos encontram-
se diariamente para resolver problemas, receber material, entre outros. Há outras, 
em que os educadores e alunos se encontram esporadicamente. Há ainda outras, 
em que o único momento presencial é o da avaliação final, e há aqueles em que o 
momento presencial nunca acontece (uma situação de avaliação que, por 
exemplo, permita consultas de documentos de qualquer natureza, não tem 
porque ser presencial). Seguem algumas definições sobre educação a distância: 
 Ensino à Distância é um sistema de ensino em que o aluno realiza a maior 
parte de sua aprendizagem por meio de materiais didáticos previamente 
preparados, com um escasso contato direto com os professores. Ainda 
assim, pode ter ou não um contato ocasional com outros alunos. (DERECK 
ROWNTREE) 
 O Ensino a Distância é tipo de método de instrução em que as condutas 
docentes acontecem à parte das discentes, de tal maneira que a 
comunicação entre o professor e o aluno se possa realizar mediante textos 
impressos, por meios eletrônicos, mecânicos ou por outras técnicas. 
(MICHAEL G. MOORE) 
 O Ensino a Distância é um sistema tecnológico de comunicação 
bidirecional, que pode ser massivo e que substitui a interação pessoal, na 
sala de aula, de professor e aluno, como meio preferencial de ensino, pela 
ação sistemática e conjunta de diversos recursos didáticos e pelo apoio de 
uma organização e tutoria que propiciam a aprendizagem independente e 
flexível dos alunos. (GARCIA ARETIO, L. (1994). Educación a Distancia hoy. 
Madrid: UNED). 
 
A inexistência e deficiência de oferta de formação profissional fora dos 
grandes centros urbanos tem se constituído em todos os tempos na sociedade 
brasileira em um dos grandes motivos de exclusão social. O acesso aos sistemas 
de formação agravados por outros determinantes sociais e econômicos como, por 
exemplo, a pobreza, a falta de esclarecimentos, entre outros, tem resultado em 
uma grande demanda de formação do estudante bem como do professor, seja 
ela inicial ou de educação continuada que o sistema escolar presencial parece não 
mais comportar. Nessa perspectiva, a Educação a Distância com o uso da 
tecnologia de comunicação e informação, parece se mostrar como um 
alargamento de solução de atendimento a essa demanda na atualidade 
(VILLARDI, 2005). 
 
BUSCANDO CONHECIMENTO 
 
Para aprofundar seu conhecimento sugerimos que acesse os seguintes 
sites: 
http://www.abed.org.br/site/pt/ 
 
 
UNIDADE 5 - CONTEXTO HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 
 
CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE 
 
 Objetivo: Possibilitar a compreensão histórica e crítica dos fundamentos, 
políticas e os objetivos da Educação a Distância. 
 
ESTUDANDO E REFLETINDO 
 
A origem da educação a distância, já longe das cartas de Platão e das 
epístolas de São Paulo, está nas experiências de educação por correspondência 
iniciadas no final do século XVIII e com largo desenvolvimento a partir de meados 
do século XIX, chegando aos dias de hoje a utilizar multimeios que vão desde os 
impressos a simuladores on-line, em redes de computadores, avançando em 
direção da comunicação instantânea de dados, voz, imagem, via satélite ou por 
cabos de fibra ótica, com aplicação de formas de grande interação entre o aluno e 
o centro produtor, quer utilizando-se de inteligência artificial-IA, ou mesmo de 
comunicação instantânea com professores e monitores. 
Segundo Moore (2007), a educação a distância evoluiu ao longo de 5 
gerações: 
1. A primeira geração com o texto como meio de comunicação, a instrução 
por correspondência. Considerada o fundamento para a educação 
individualizada a distância. 
2. A segunda geração foi o ensino por meio da difusão pelo rádio e televisão. 
Com pouca ou quase nenhuma interação de professores com alunos, 
exceto quando relacionada a um curso por correspondência, agregou a 
utilização de som e imagem à apresentação da informação na EAD. 
3. A terceira geração das universidades abertas não foi muito caracterizada 
pela tecnologia de comunicação, mas pela forma de organização. 
Experiências que integravam áudio/vídeo e correspondência com 
orientação face a face,usando equipes de cursos em um método prático 
em uma abordagem sistêmica. Em 1969, cria-se na Inglaterra a British Open 
University, uma Universidade Aberta, instituição verdadeiramente pioneira 
do que hoje se entende por Educação Superior a Distância. 
4. A quarta geração é da teleconferência. Na década de 1980, iniciaram-se 
experiências de interação de um grupo em tempo real e a distância, em 
cursos por áudio e videoconferência transmitidos por telefone, satélite, 
cabo e redes de computadores. Esse método era apreciado para 
treinamentos corporativos. 
5. A quinta geração é a mais recente, envolve ensino e aprendizado on-line, 
em classes e universidades virtuais, baseadas em tecnologias da internet. 
Trabalha o aprendizado colaborativo e com a convergência entre texto, 
áudio e vídeo em uma única plataforma de comunicação. 
A partir dos anos 90, as Instituições de Ensino Superior começam a 
distribuir seus cursos pela Internet, atendendo a milhões de estudantes nas suas 
Universidades Virtuais. 
 
EAD no Brasil 
No Brasil, as primeiras iniciativas de ensino a distância têm como ponto de 
partida a criação da Rádio Sociedade do Rio de Janeiro por Roquete Pinto em 
1922, que tinha como objetivo a utilização da radiodifusão com fins educativos 
para ampliar o acesso da população à educação. 
O Ministério da Educação, em 1937, cria o Serviço de Radiodifusão 
Educativa – SINRED - e este sistema de escolas radiofônicas se expande aos 
estados do nordeste, fazendo surgir, em 1956, o MEB - Movimento de Educação 
de Base, considerado como uma das maiores propostas de educação a distância 
não formal desenvolvida em nosso país. Tinha como pressuposto básico a 
alfabetização de jovens e adultos das classes populares por meio do rádio. 
Paralelamente, em 1941, começam a proliferar no Brasil os cursos por 
correspondência do instituto Universal Brasileiro (lUB). 
Em 1970, o MEC define a obrigatoriedade da transmissão gratuita de 5 
horas semanais de programas educativos pelas emissoras comerciais de rádio e 
televisão. São irradiados os cursos ginasiais - Projeto Minerva. 
Durante as décadas de 60 e 70, começa a Rádio Difusão Educativa, cujos 
trabalhos deflagraram o Programa Nacional de Teleducação (PRONTEL). Nesse 
contexto, são criados também outros programas com o suporte de material 
impresso. 
Em 1971 nasce a Associação Brasileira de Tele-Educação (ABT), pioneira em 
cursos a distância para capacitação de professores. A partir de 1973 começam a 
ser produzidas e ofertadas pela televisão os cursos de 1º e 2º graus, exemplo o 
Telecurso 2º Grau da Fundação Roberto Marinho. 
Em 1976, o SENAC e, mais tarde, em 1993, o SENAI, começam a ofertar 
cursos através de material impresso para milhões de alunos. 
Em 1979, a Universidade de Brasília (UnB) inicia uma prática de oferta de 
cursos veiculados por jornais e revistas, fundou em 1989 o seu Centro de EaD -
CEAD e lança o programa Brasil EAD. 
Em 1991, a partir da criação de uma Secretaria de Educação a Distância, no 
MEC, a SEED/MEC, vários programas de EaD de qualidade são implantados, em 
nível nacional: Programa "Um Salto para o Futuro", Programa TV Escola, PROINFO, 
FUNDESCOLA, PROFORMAÇÁO. 
A partir do ano de 2000, o MEC credencia as Universidades para 
oferecerem cursos a distância. Apropriando-se da prática educativa das redes de 
cooperação, as instituições de ensino superior que trabalham com EaD passam a 
se reunir em consórcios, integrado por internet, tele e videoconferências. Como 
resultados, são criados Associações, como a ABED (Associação Brasileira de 
Educação a Distância), a UVB (Universidade Virtual Brasileira, reunindo instituições 
privadas e comunitárias) a Univir (voltada para o treinamento corporativo) e a 
UniRede (consórcio em rede de instituições públicas de ensino superior). 
 
Políticas de educação a distância 
Ao longo das décadas de 70 e 80, o Governo Federal criou várias 
comissões ou grupos de trabalho para discutir a questão do ensino a distância no 
Brasil. Desde então, o Ministério da Educação vem demonstrando interesse pela 
criação de uma política de EaD no Brasil, com o objetivo maior de ampliar a oferta 
e democratizar o acesso ao ensino superior. Para tanto, vem utilizando grande 
potencial dos parques editoriais, das redes e emissoras de rádio e TV e dos 
sistemas de comunicação postal, telefônica, via satélite e digital. 
A partir da Lei n° 5.692/71, começaram a surgir propostas de utilização de 
rádio, TV, correspondência, para atingir um maior número de alunos. 
Segundo Niskier (1996), em 1977 foi criado um grupo de trabalho para 
estudar a possível implantação de uma Universidade Aberta e a Distância nos 
moldes da Open University britânica. Mais de dez anos depois, no Governo Sarney 
outro grupo de trabalho concluiu um documento denominado "Por uma Política 
Nacional de Educação Aberta e a Distância" (1989). 
Somente na década de 90 pode-se observar uma gradativa implementação 
de iniciativas governamentais com certa perenidade. O Ministério da Educação e a 
Fundação Roquete Pinto (TVE-RJ) lançaram, em 1990, o Programa "Um Salto Para 
o Futuro", com o objetivo de qualificar professores do Ensino Fundamental em 
serviço, através da modalidade de teleducação. O Programa "TV-Escola", lançado 
em 1995, por sua vez, constituiu um avanço em relação ao "Um Salto para o 
Futuro'", ao incorporar e produzir novas formas de aprendizagem para os 
docentes e novos materiais audiovisuais para uso em sala de aula. 
ALONSO (1996) ressalta que, em 1993, foi estabelecido um Convênio entre 
o MEC e as Universidades Públicas Brasileiras no sentido de criar um Sistema 
Público de EAD em nível de terceiro grau. A consequência prática deste foi a 
constituição do Consórcio Inter universitário de Educação Continuada e a 
Distância. A proposta era viabilizar projetos e programas, de acordo com as 
demandas regionais, definindo linhas de trabalho em EAD que contemplassem a 
diversidade, os problemas e as características de um país como o Brasil. 
Complementando: 
O Art. 80 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB n° 9.394/96) 
estabelece que a União incentivará o desenvolvimento de programas de ensino a 
distância, em todos os níveis e modalidades de ensino e regulamentará os 
requisitos básicos necessários para a realização de exames e registro de diplomas 
relativos a cursos a distância. 
O Decreto-Lei n° 2.494/98 veio regulamentar o Artigo 80 da LDB, definindo 
a compreensão (oficial) do que é EAD, da oferta, do credenciamento, da 
autorização e dos exames. Aborda a flexibilização, a autoaprendizagem, a 
mediação através de recursos didáticos e dos meios de comunicação. 
A Portaria n° 301/98, que regulamenta o Decreto-Lei n° 2.561/98, normatiza 
os procedimentos de credenciamento para a oferta de cursos de graduação e 
educação profissional tecnológica a distância. 
 
Objetivos da educação a distância 
O objetivo maior da educação a distância é a construção do conhecimento, 
através do auto desenvolvimento orientado, que pretende melhorar a qualificação 
do aluno, futuro profissional exigido pela sociedade atual e permitindo que o 
ensino, a pesquisa e a extensão sejam indissociáveis. 
Os responsáveis por políticas em nível institucional e governamental têm 
introduzido a educação a distância para atender certas necessidades. Estudiosos 
do assunto têm analisado alguns resultados, ainda é uma área que requer muita 
discussão e análise, mas podemos relacionar alguns objetivos importantes na sua 
utilização: 
 Aumentar o acesso ao conhecimento e a oportunidade de treinamento 
diminuindo barreiras geográficas (atendimento simultâneo de alunos em 
qualquer lugar no Brasil ou no exterior); 
 Proporcionar oportunidades para atualizar aptidões; 
 Oferecer uma combinação de educação com trabalho e vida familiar; 
 Agregar uma dimensão internacional à experiência educacional; 
 Nivelar as desigualdadesentre grupos etários; 
 Facilitar o estudo flexibilizando o local e o horário das aulas; 
 Possibilitar a aprendizagem por demanda, atendendo especificidades 
institucionais ou públicos-alvo específicos; 
 Aumentar aptidões para a educação em novas áreas de conhecimento; 
 Melhorar a redução de custos dos recursos educacionais; 
 Aprimorar as possibilidades de desenvolvimento de material educacional 
por meio de equipe multidisciplinar de especialistas; 
 Proporcionar interatividade e feedback imediatos; 
 Formar comunidades de aprendizagem; 
 Utilizar diferentes estratégias pedagógicas, atendendo a diferentes perfis e 
necessidades de desenvolvimento de competências; 
 Reduzir custos em relação a capacitações presenciais; 
 Auxiliar no processo de gestão do conhecimento, por meio do 
desenvolvimento de objetos de aprendizagem-conhecimento explícito e 
tácito. 
 
BUSCANDO CONHECIMENTO 
 
Sugerimos o acesso ao site abaixo, para que possa ler na Íntegra a 
Regulamentação da EAD no Brasil. Disponível em: 
http://portal.mec.gov.br/seed 
 
UNIDADE 6 - AMBIENTES VIRTUAIS DE APRENDIZAGEM 
 
CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE 
 
 Objetivo: Apresentar os conceitos, as ferramentas, bem como aspectos 
pedagógicos dos Ambientes Virtuais de Aprendizagem. 
 
ESTUDANDO E REFLETINDO 
 
Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA), segundo ATANÁSIO (2006), é 
um local disponibilizado na Internet que permite a realização de processos de 
aprendizagem significativa, colaborativa e contextualizada, onde conteúdo e 
atividades são organizados e disponibilizados aos estudantes pelos professores. 
Os ambientes virtuais de aprendizagem (EBERSPÀCHER et al 1999) são um dos 
principais elementos definidores das novas tecnologias de informação e 
comunicação educacionais. Segundo BELLONI (1999), esses ambientes oferecem 
condições para que a interatividade, essencial para uma comunicação extraclasse 
entre professor, tutor e alunos, possa ser desenvolvida. 
Se for considerada a dimensão de colaboração, estes são chamados de 
ambientes virtuais colaborativos de aprendizagem: espaços compartilhados de 
convivência que dão suporte à construção, inserção e troca de informações pelos 
participantes, visando à construção social do conhecimento (BITTENCOURT et al, 
2004). 
Sistemas Colaborativos são ferramentas de software utilizadas em redes de 
computadores para facilitar a execução de trabalhos em grupos. Essas 
ferramentas devem ser especializadas o bastante, a fim de oferecer aos seus 
usuários formas de interação, facilitando o controle, a coordenação, a colaboração 
e a comunicação entre as partes envolvidas que compõe o grupo, tanto no 
mesmo local como em locais geograficamente diferentes e que as formas de 
interação aconteçam, tanto ao mesmo tempo ou em tempos diferentes. Percebe-
se com isso que o objetivo dos Sistemas Colaborativos é diminuir as barreiras 
impostas pelo espaço físico e o tempo (CAMARGO, KHOURI, GIAROLA, 2005). 
 E, com base nas teorias sociais, a aprendizagem colaborativa encara o 
aluno como elemento ativo no processo de aprendizagem, oferece aos alunos 
grandes possibilidades de desenvolvimento de competências sociais e cognitivas. 
Sistemas de Gestão de Aprendizagem (LMS), ou Learning Management 
System - LMS, também denominado por "plataforma de e-leaming", é um sistema 
que permite a organização e o acesso a serviços de aprendizagem online. Esse 
tipo de sistema inclui normalmente o controle de acesso, a disponibilização de 
conteúdos de aprendizagem, ferramentas de comunicação e organização de 
grupos de usuários. 
A utilização do e-learning implica o uso dos recursos das novas tecnologias 
de informação inclusos nos LMS e que favorecem os Ambientes Virtuais de 
Aprendizagem. Estes, pelo apelo de uso são capazes de incentivar a 
autoaprendizagem, encurtar as distâncias, otimizar os recursos e igualar as 
oportunidades. 
Os ambientes virtuais de aprendizagem colaborativa são espaços, 
compartilhados de convivência que dão suporte à construção, inserção e troca de 
informações pelos participantes visando à construção social do conhecimento. 
Existem vários termos para designar Sistemas Colaborativos, porém a ideia 
principal ou objetivo desses sistemas continua sendo os mesmos, que é o suporte 
e a promoção da colaboração. Um termo muito utilizado no mercado de sistema: 
colaborativos é o Groupware, junção das palavras inglesas group (grupo) e 
software (programas de computação). Outro termo também utilizado para se 
referir aos sistemas colaborativos, citado por Sarmento, são os Sistemas Workflow. 
 
 
 
Aspectos pedagógicos dos ambientes virtuais de aprendizagem 
A construção desses espaços, que se interligam, supõe canais de 
comunicação que permitam e garantam o acesso contínuo. Os canais de 
comunicação bem como os espaços devem ser diversificados, sob o ponto de 
vista tecnológico, permitindo o uso de instrumentos de tecnologias em situações, 
síncronas e assíncronas, com variação dos processos de interação. 
São aspectos pedagógicos que sustentam o princípio da aprendizagem-
colaborativa: 
 Conhecimento compartilhado: experiências pessoais, estilos e ritmos de 
aprendizagem, línguas, estratégias e culturas que alunos e os professores 
trazem para a situação de aprendizagem; 
 Autoridade compartilhada entre professores e alunos; 
 Professores, atuando como mediadores da aprendizagem; 
 A construção de significações e ressignificações no processo de 
aprendizagem. 
 
Ferramentas de comunicação síncrona e assíncrona 
As ferramentas síncronas permitem uma comunicação simultânea e 
instantânea entre os participantes, portanto, todos os envolvidos devem estar 
conectados, ou seja, o aluno e professor interagem no mesmo momento 
cronológico, em tempo real. 
As ferramentas síncronas permitem a realização de um encontro virtual 
dando chance à socialização; constituem mecanismos de comunicação rápida. 
As ferramentas assíncronas provêm da comunicação em tempos diferentes, 
a interação não é simultânea. As trocas de texto e mensagens entre as pessoas 
ocorrem de acordo com a disponibilidade de tempo de cada uma. Há uma maior 
flexibilidade de acesso oferecida pela independência do local de trabalho e de 
horário e tem a vantagem dos alunos disporem de um tempo maior para formular 
suas ideias e consequentemente realizar uma contribuição mais rica. 
De maneira geral, um AVA (ou uma parte de um LMS) é a integração de 
vários recursos de comunicação e colaboração em um só sistema, dotado de 
controles e segurança para quaisquer que sejam os usuários. 
A tabela a seguir mostra a tradução do esquema mostrado no site Usability 
First (http://www.usabilityfirst.com/groupware), que classifica e exemplifica as 
formas de interação dos Sistemas Colaborativos. 
 
 
Ao mesmo Tempo 
“Síncrono” 
Em Tempo diferente 
“Assíncrono” 
Mesmo lugar 
(colaboração local) 
 Pessoas votando em 
auditório 
 Computadores 
compartilhados 
Lugar diferente 
(colaboração a distância) 
 Conferências de áudio 
 Mensagens 
instantâneas 
 Videoconferências 
 E-mail 
 Workflow 
 
Existem algumas características pedagógicas que são fundamentais para 
que o processo de aprendizagem ocorra em um espaço virtual de aprendizagem: 
 A flexibilidade dos papéis e movimentos no processo das 
comunicações e relações que fazem a mediação da aprendizagem; 
 A democratização das participações nos diferentes espaços do 
ambiente e da inserção de colaborações individuais e coletivas; 
 A ocorrência de debates que privilegiam novas leituras, 
interpretações, associações e críticas em espaços formais e informais; 
Todo ambiente colaborativo de aprendizagem deve permitir acesso a 
materiais externos referentes a temáticas abordadas. Esse ambiente fundamenta-
se na complexidade da ciência e da produção de conhecimento, oferecendo 
situações que permitem o desenvolvimento de estratégiasmediadoras no 
processo de aprendizagem. As concepções desse ambiente distanciam-se de um 
ensino tradicional aproximando-se de um ensino alternativo, quando a educação 
se apropria da tecnologia. 
 
Tutoria em ambientes EAD 
A tutoria é o método mais utilizado para efetivar a interação pedagógica e 
é de grande importância na avaliação do sistema de ensino a distância. 
O tutor deve promover a realização de atividades e apoiar sua resolução, e 
não apenas mostrar a resposta correta; deve oferecer novas fontes de 
informações e favorecer sua compreensão. "Guiar, orientar, motivar, apoiar" 
devem se referir à promoção de uma compreensão profunda. 
O tutor deve deixar claras as regras do curso; ser capaz de comunicar-se 
textualmente, com clareza, não deixando margem para questões e colocações 
dúbias que venham a prejudicar a aprendizagem. 
O tutor deve sugerir formas de organização do tempo e estratégias para o 
estudo; orientar a utilização dos espaços e recursos disponibilizados pela 
instituição como, por exemplo, a biblioteca; estar atento às dificuldades dos 
alunos e buscar soluções para as mesmas; corrigir avaliações; coordenar 
discussões e trabalhos em grupo. Enfim, oferecer oportunidades para que os 
estudantes construam o caminho do seu aprendizado com autonomia e 
segurança. 
 
BUSCANDO CONHECIMENTO 
 
Sugerimos a leitura do material sobre tutoria para que aprofunde seus 
estudos. SOUZA, C.A. de; SPANHOLF, J; LIMAS, J.C; CASSOL, M.P. Tutoria na 
Educação a Distância. Disponível em: 
http://www.abed.org.br/congresso2004/por/htm/088-tc-c2.htm 
 
 
UNIDADE 7 - ESTRUTURAÇÃO DE AMBIENTES VIRTUAIS DE 
APRENDIZAGEM 
 
CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE 
 
 Objetivo: Possibilitar o entendimento das características e a estruturação 
dos ambientes virtuais de aprendizagem. 
 
ESTUDANDO E REFLETINDO 
 
O ambiente de aprendizagem colaborativa deve ter sempre definido os 
personagens que farão parte do processo e suas responsabilidades. As regras 
sempre devem estar muito claras para todos os participantes. 
O ambiente aceitará a formação de grupos, com acessos diferenciados, 
como tutor que seria a figura do professor, ou seja, tais grupos deverão ter áreas 
coletivas de trabalho com controle de acesso e ferramentas adequadas para 
gerenciar as atividades de grupo, produção de material e pesquisas 
sistematizadas. 
Definem-se três grandes áreas para a estruturação de uma ferramenta de 
aprendizado colaborativo: área de coordenação, área de conteúdo e área de 
comunicação. 
Área de Coordenação 
Controle dos participantes: cadastramento, atualização de cadastro e 
validação dos participantes; planejamento das atividades do grupo: definição e 
distribuição de tarefas, elaboração do cronograma do grupo, verificação de 
conflitos e dependências de tarefas; acompanhamento das atividades do grupo: 
aviso da proximidade de datas de conclusão de tarefas, aviso de ocorrências 
importantes ao trabalho do grupo, espaço para percepção dos participantes que 
estão no ambiente: quais os participantes estão ativos, quais as ferramentas que 
estão utilizando, etc. 
Área de Conteúdo 
Espaço para conteúdo: repositório das informações geradas pelos 
participantes: textos, imagens, vídeos, sons, animações, dados, simuladores, 
softwares diversos, referências hipertextuais, etc. Tais informações estarão 
organizadas em módulos intercambiáveis, ou seja, que permitam uma mobilidade 
entre eles, uma interligação por conceitos, ideias e referências. A decisão sobre as 
condições de disponibilização dos módulos aos alunos será do professor, que 
determinará a cadência do curso, avaliando e respeitando as trajetórias 
pedagógicas dos alunos. 
O professor deverá selecionar e organizar os conteúdos, assim como 
decidir como apresentá-los de forma significativa aos alunos, utilizando as 
ferramentas mais apropriadas. Na comunicação mediada por computador, as 
questões de linguagem se tornam fundamentais, já que este meio eletrônico faz 
uso de uma linguagem híbrida, que agrega a linguagem desenvolvida pelos 
outros meios de comunicação em massa e também apresentam novos gêneros de 
textos, hipertextos fechados e abertos, que demandam novas estratégias de 
produção e de leitura. 
O professor deverá se preocupar em garantir o máximo de comunicação, 
isto é, o espaço plausível para que ocorram os significados na aprendizagem. 
Espaço para estudo individual: Área de trabalho individual, onde o aluno possa 
coletar organizar e sistematizar o material explorado no ambiente e na rede bem 
como produzir os seus trabalhos pessoais. 
Área de Comunicação 
Nesta área deve haver ferramentas que possibilitem tanto a comunicação 
síncrona como a comunicação assíncrona entre os participantes. 
As ferramentas síncronas: 
 Chat ou bate-papo: é o recurso que permite que o tutor realize uma 
"conversa" em tempo real, síncrona, ou seja, com troca simultânea de 
informações com todos os participantes conectados, mesmo estando em 
locais diferentes; 
 Whiteboard: é um espaço compartilhado de trabalho na Internet, que 
permite duas ou mais pessoas comunicarem-se usando imagens gráficas e 
ferramentas básicas de texto e desenho; 
 Videoconferência: comunicação bidirecional através de envio de áudio e 
vídeo em tempo real via WEB, através de câmeras acopladas e 
computador; 
 Teleconferência: definida como todo tipo de conferência a distância em 
tempo real, envolvendo transmissão e recepção de diversos tipos de mídia, 
assim como suas combinações; 
 Áudio conferência: sistema de transmissão de áudio, recebido por um ou 
mais usuários simultaneamente. 
As ferramentas assíncronas: 
 E-mail ou correio eletrônico: esta opção funciona como um servidor de 
correio eletrônico (e-mail) usual, permitindo aos participantes do curso 
uma troca de mensagens de uma pessoa para outra ou várias, com a 
possibilidade de anexar arquivos. O "correio" permite ao tutor uma 
comunicação direta com um ou mais participantes do curso. 
 Fórum: nesta opção, o tutor, ou qualquer outro participante, pode colocar 
em discussão, de uma maneira assíncrona, ou seja, não é necessário que 
todos os participantes estejam conectados simultaneamente, assuntos que 
sejam de interesse comum para o grupo. O "fórum", um espaço coletivo 
organizado em tópicos e contribuições, atua como elemento aglutinador 
através de discussões monitoradas pelo tutor e mantendo o histórico das 
discussões; 
 FTP (transferência de arquivos) e download (carga): disponibilização de 
arquivos contendo áudio, texto, imagens e vídeo; 
 Mural ou edital: é um mecanismo de transmissão de avisos de interesse 
onde as informações aparecem assim que um participante acessa o 
ambiente/curso; 
 Cronograma: nesta opção o professor ou o tutor pode disponibilizar para 
os participantes do curso a relação das atividades com suas respectivas 
características: tipo, assunto, descrição, data de início, data de término; 
 Links: nesta opção, o tutor, ou qualquer outro participante, pode 
disponibilizar, para que todos possam ter acesso, endereços da Internet 
bem como comentários sobre os endereços apresentados, criando uma 
biblioteca que pode ser utilizada como repositório de documentos ou 
banco de dados para realização de diferentes atividades. 
Há, também, ferramentas para construção de textos em grupos: o WIKI por 
exemplo. Nessa ferramenta assíncrona, há a troca entre diversas pessoas para o 
desenvolvimento de trabalhos coletivos, ou seja, há uma composição dinâmica do 
conteúdo. Um texto pode ser escrito e rescrito por diversas pessoas, qualquer um 
tem acesso ao texto, podendo modificá-lo ou completá-lo como bem entender. 
A avaliação deve ser qualitativa, privilegiando a produção dos alunos, 
valorizando processos dinamizados, em que o aluno pode ser estimulado e 
recuperado, o que não exclui a possibilidade de avaliações somativas. 
O professor estará acompanhandoos alunos individualmente pelas suas 
trajetórias pedagógicas, pela sua participação em eventos síncronos e assíncronos 
e pela sua produção. As perguntas formuladas pelos alunos também são 
fundamentais para perceber as suas formas de elaboração do conhecimento. 
O processo de aprendizagem colaborativa também exige uma avaliação 
colaborativa, na qual os próprios alunos irão comentar e avaliar os textos dos 
colegas. Assim o "poder" passa a ser do coletivo e não apenas do professor. 
 
O Material Didático no Aprendizado Colaborativo 
Como pudemos observar com os estudos anteriores, os processos de 
ensinar e aprender em ambientes colaborativos não acontece de forma 
simultânea, às propostas de ensino são midiatizadas através de materiais que são 
disponibilizados. Segundo Edith Litwin (2000), em todas as modalidades de 
educação, uma das principais ferramentas de que dispõem os estudantes e os 
professores para atingir a construção do conhecimento é a linguagem. No 
aprendizado colaborativo, a linguagem escrita é, logicamente, um dos mais 
importantes meios de comunicação entre os participantes. 
Como afirma Mercer (1983), para que o aproveitamento do curso seja 
satisfatório é importante determinar quais são os conhecimentos prévios do 
grupo ao qual é destinado o curso, quais são os níveis de compreensão e 
conhecimento alcançados em relação a uma determinada área e quais são os 
objetivos que se pretendem alcançar. 
É necessário expressar com clareza os propósitos do curso, oferecer ao 
estudante um panorama global dos problemas, a partir dos quais se organiza o 
estudo, mostrar com clareza a estrutura do curso, a fundamentação da proposta 
escolhida, os eixos que organizam os diferentes temas, a localização da matéria 
no plano de estudo e as relações verticais e horizontais com outras matérias e 
com os conhecimentos prévios que o aluno possa ter. 
Os materiais de curso deverão ser concebidos de forma a estimular os 
alunos a desempenhar um papel ativo em sua própria aprendizagem. Hoje, com a 
possibilidade de uso da multimídia e a interatividade, existem várias maneiras de 
produzir materiais que ofereçam uma forma mais eficaz de gerar uma experiência 
comum tanto para os estudantes como para os tutores que às vezes estão 
dispersos em uma ampla área geográfica. 
 
O suporte informático permite a incorporação de outras novas 
estratégias para favorecer a compreensão, na medida em que permite 
utilizar variadas formas perspectivas, figurativas e não-figurativas, 
textuais e musicais, animações, etc., sem perder de vista a estrutura do 
campo de conhecimento de que se trata. As modernas tecnologias 
podem resolver muitas de nossas preocupações em relação ao 
conhecimento disponível e as ações necessárias para sua utilização. 
(LITWIN, 1998) 
 
A qualidade dos materiais é observada, por outro lado, em sua capacidade 
de criar boas explicações, levantar perguntas autênticas mais do que respostas 
contundentes, revelar contradições ou paradoxos, abrir e não somente fechar os 
problemas. A compreensão também é favorecida quando são propostos 
exemplos que ajudem a concretizar ideias abstratas e a relacionar os conteúdos 
do curso com a experiência real dos alunos. Quando as atividades buscam aplicar 
conceitos teóricos à prática, as respostas adquirem relevância. 
Para autores como Resnick (1991) ou Perret-Clermont (1991), a 
aprendizagem é, antes de tudo, um processo social no qual, interações com o 
outro desempenham papel fundamental. A apresentação de um caso e sua 
análise ou a apresentação de um problema para resolver são também estratégias 
a partir das quais o grupo pode analisar conceitos e procedimentos, levando a 
situações de aprendizagem significativas. 
Nesse âmbito, os trabalhos de Salomon (1993) sobre a distribuição da 
cognição fornecem um contexto particularmente rico para uma abordagem 
renovada da aprendizagem por meio da tecnologia. Para esse autor, o 
conhecimento envolvido em uma situação de aprendizagem é compartilhado não 
apenas entre o aprendiz e os diferentes parceiros sociais (professor, colegas...), 
mas também com certos objetos que constituem o ambiente de aprendizagem: 
os objetos desempenham um papel de ferramentas cognitivas ou artefatos que, 
ao modificar a representação da tarefa, dão sustentação ao aprendiz em seu 
tratamento cognitivo da situação. 
Os maiores desafios a que se propõem os materiais utilizados em 
ambientes virtuais de aprendizagem é conseguir a participação dos alunos e 
envolvê-los ativamente na reflexão. 
 
BUSCANDO CONHECIMENTO 
 
Sugerimos a leitura do artigo de Maria Cristina Lima Paniago Lopes. Paulo 
Freire e Formação do Professor na Sociedade Tecnológica. Disponível em: 
http://cpd1.ufmt.br/meel/arquivos/artigos/312.pdf 
 
UNIDADE 8 - PRÁTICAS PEDAGÓGICAS NA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 
 
CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE 
 
 Objetivo: Apresentar as práticas pedagógicas para auxiliar no processo de 
ensino/aprendizagem na sociedade do conhecimento. 
 
ESTUDANDO E REFLETINDO 
 
Após o delineamento dos modelos de educação a distância que atendem 
as demandas e objetivos específicos, é necessário definir quais estratégias serão 
utilizadas, o que envolve a forma de apresentação de conteúdo, recursos a serem 
empregados, forma de interação e avaliação. 
O que seria a prática? Seria aquisição de experiência? 
Vamos utilizar o conceito de Vasquez (1977) sobre prática criadora ou 
repetitiva. A prática criadora é considerada como aquela que, em seu processo de 
realização, transforma uma realidade a partir de objetivos traçados. Esses 
objetivos são analisados, partindo de atos conscientes. A prática repetitiva é 
aquela realizada de forma mecânica, espontânea, com um nível de baixa 
consciência. Vasquez ressalta que, em toda prática, existe uma relação entre o 
espontâneo e o reflexivo, ou seja, entre os níveis de baixa e elevada consciência. 
Adotar estratégias tecnológicas na EAD exige um repensar na relação 
professor-aluno e dos meios de comunicação e interação que poderão aproximar 
as pessoas, como também afastá-las. É importante salientar, porém, que não é o 
ambiente em si próprio que determina a interatividade, mas os atores que fazem 
parte desse cenário, objetivando a construção do conhecimento, de forma 
colaborativa. 
 
 
Estratégias de aprendizagem 
Estratégias de recordação - (recall) são úteis para aprender conteúdos que 
carecem de significado (por exemplo, listas de personagens históricas e datas, 
nomes de rios e seus afluentes, tabelas de elementos químicos) e quando a tarefa 
é meramente reprodutiva. Apoiam-se na memorização do conceito. 
Estratégias de elaboração - consistem em buscar uma relação, um 
referencial ou um significado comum entre os itens que devem ser aprendidos. O 
objetivo é facilitar sua recuperação, mas sem alterar o significado do material. 
Exemplo, elaborar resumos escritos, tomar notas a partir de textos escritos, 
locutados ou animados. 
Estratégias de organização - Ajudam a explicitar de que maneira as novas 
ideias se relacionam às ideias anteriores. Ao organizar os materiais, o aluno cria 
maior número de conexões, atribuindo maior significado aos elementos que 
compõem o material. Essas estratégias implicam a construção de classificações 
hierárquicas ou semânticas (taxionomias) dos elementos. Por exemplo, estudar ou 
elaborar mapas conceituais, estruturar um tema na forma de perguntas e 
respostas. 
Estratégias de criatividade - Envolvem a percepção de lacunas na 
informação, o levantamento de hipóteses e deduções, o teste e revisão de ideias e 
a comunicação de resultados. Exemplo: a técnica do brainstorming: escrever 
livremente sobre um tópico que deve ser aprendido, elaborar histórias completas, 
continuar histórias iniciadas por outros, redigir boletins informativos, preparar 
charges, histórias em quadrinhos e cartuns, criar enigmas, manter diários. 
Estratégias

Outros materiais