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Aula prática: Extração do DNA da banana Discentes: Cassiano Prates, Flávia Goulart, Tiego Ferreira Profª Drª Analía del Valle Garnero São Gabriel, 19 de agosto de 2019 Introdução “Na década de 1940, várias correntes de pesquisa mostraram que o elemento que contém a informação biológica nos cromossomos é a molécula de DNA. A estrutura molecular detalhada do DNA foi elucidada por James Watson e Francis Crick na década de 1950, que deduziram a partir dessa estrutura que o DNA contém a informação escrita em um código genético.” (GRIFITHS, 2015, p. 3) Extração de DNA é um passo importante em muitos processos de Biologia Molecular, segmentos laboratoriais e investigações forenses. Diversos métodos foram estabelecidos para isolar as moléculas de DNA a partir de materiais biológicos como sangue, saliva, urina e outros fluidos corporais. Partindo disso, o objetivo desse experimento é tentar mostrar de maneira simples e usando métodos caseiros uma prática que é rotineira em laboratórios para os mais diversos fins. Materiais e métodos Sal de cozinha Detergente comum ½ banana Água destilada Corante Álcool (gelado) Colher de chá Saco plástico Béquer Coador Tubo de ensaio O experimento teve início com a mistura de 1 colher de chá de sal em um béquer com 50ml de água destilada. Com o sal diluído, foi adicionada uma colher de chá de detergente mexendo vagarosamente até a completa diluição, tomando cuidado para não formar espuma. Em seguida, a banana foi cortada em pequenos pedaços e esmagada no saco plástico até formar uma papa com a polpa da fruta. Essa polpa foi adicionada à solução previamente preparada e incorporada a mesma. Com a ajuda de um coador, fez-se a filtração do extrato para um tubo de ensaio, ocupando cerca de 1/8 do volume. Por fim, a solução teve complemento com álcool etílico gelado até perfazer ½ do volume do tubo e a adição de corante na mistura, a fim de destacar o DNA extraído. Béquer com polpa da fruta sendo misturada à solução Material genético extraído Resultados e discussão Com o experimento, foi possível observar nos frascos como resultado da extração, a amostra de um emaranhado de material genético vista a olho nu aderido à parede do tubo, misturado a outras substâncias, pois se tratou de um método caseiro de extração de DNA vegetal, não podendo ser comparado a uma extração laboratorial. Questões: Por que é necessário macerar? A banana é macerada para que os constituintes da solução (água, detergente e sal) atinjam mais facilmente todas as células da fruta. Em que etapa do procedimento ocorre o rompimento das membranas das células da banana? Explique. No momento em que a polpa da fruta entra em contato com a solução preparada, o detergente (que contém lauril sulfato de sódio) presente na solução atua no rompimento da bicamada lipídica que compõe a membrana plasmática das células da banana (onde está contido o DNA) e das organelas. Assim, os lipídios constituintes, sob 234a ação do detergente. tornam-se solúveis e são removidos juntamente com as proteínas que também estão presentes na membrana. Qual a função do sal de cozinha? O cloreto de sódio (NaCl) contribui com íons positivos (Na+) que neutralizam a carga negativa do DNA e são de fundamental importância para ajudar a manter as proteínas dissolvidas no líquido extraído, bloqueando a sua precipitação associado com o DNA. Qual a função do álcool? O álcool etílico tem a função de precipitar o DNA, o que ocorre devido a sua baixa solubilidade nesse solvente. Por que o álcool deve estar gelado? Quanto mais gelado o álcool estiver, menos solúvel o DNA será, pois além de formar uma mistura heterogênea em ambiente salino, ele fará com que as moléculas do DNA se aglutinem, constituindo uma massa esbranquiçada e filamentosa. Por que você não pode ver a dupla hélice do DNA extraído? A dupla hélice da molécula de DNA é muito pequena para se observar a olho nu. Apesar do DNA ser a maior molécula na célula, só pode ser visto com um microscópio eletrônico. A razão pela qual podemos observar o DNA na nossa experiência é que temos milhões de cadeias de DNA e RNA aglomerados, junto de proteínas. Considerando os procedimentos da extração do DNA genômico, você espera obtê-lo sem quebras mecânicas e/ou químicas? Explique O DNA genômico é formado por moléculas muito longas, o que impossibilita a extração do DNA sem que nenhuma quebra mecânica e/ou química ocorra durante o procedimento. Quais as diferenças entre as formas B, Z e A do DNA? A comparação dessas três estruturas mostra claramente a diferença nas hélices de cada conformação, que hoje estão bem estabelecidas (Dickerson et al., 1982; Calladine & Drew, 1984; Dickerson, 1992). Primeiramente a forma Z possui hélices de mão esquerda enquanto as hélices A e B ocorrem na mão direita. A forma Z ainda apresenta hélices extremamente alongadas e estreitas. No entanto, o que difere a forma A da forma B é que na forma A nota-se hélices achatadas e mais largas em relação a forma B. Na forma B por sua vez as bases encontram-se praticamente perpendiculares ao eixo central, enquanto que, na forma A os planos estão bastante inclinados. Conclusão Conclui-se com a aula prática de extração de DNA que é possível extrair o DNA de forma caseira e simplista, que o mesmo pode-se ser avistado a olho nu não necessitando de materiais utra tecnológicos para sua observação. Evidencia-se também como o DNA é surpreendentemente extenso. Isto é, a prática mostra uma forma de chegar em resultados, pensar em possibilidades e pô-las em práticas indiferentemente de todo o maquinário necessário. Consegue-se observar mesmo de forma não microscópica, algo que, por sua vez é microscópico somente sabendo como pôr em pratica. Também se mostra e acentua-se a diversidade e o tamanho da informação genômica de uma célula, elucida-se a sua importância e sua capacidade de transmitir informação juntamente com sua complexidade que a acompanha. Fixando a magnitude do que possuímos em cada célula e sua importância como um todo, tornando tangível e palpável o que estudamos de forma teórica, assim, nota-se que está visando-se transmitir o conhecimento para aula pratica fazendo-o fixar-se ainda mais em quem o pratica. Bibliografia GRIFFITHS et al.; Introdução à genética. 10ª edição. Rio de Janeiro: Editora Guanabara, 2013. CRUZ, V.L.G.; Extração do DNA da banana: aliando teoria e prática no ensino de ácidos nucleicos em Bioquímica. 2012, disponível em: http://www.abq.org.br/simpequi/2012/trabalhos/219-13358.html. Acesso em 14 ago. 2019 RISSI; GRAVINA, A, B e Z-DNA: caracterização conformacional e importância biológica, 2007, disponível em: https://lume.ufrgs.br/handle/10183/69826. Acesso em 14 ago. 2019
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