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RESUMO AULA 4 - DISTÚRBIOS PSICOLÓGICOS - LEI ANTIMANICOMIAL - HIERARQUIA DE GÊNERO

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PSICOLOGIA APLICADA AO DIREITO 
DISTÚRBIOS PSICOLÓGICOS - Psicose - Neurose – Perversão 
LEI ANTIMANICOMIAL E HIERARQUIA DE GÊNERO 
 
DISTÚRBIOS PSICOLÓGICOS 
Muitas pessoas que apresentam uma doença psicológica não costumam exibir 
manifestações físicas aparentes. 
O Manual Diagnóstico e Estatístico de Desordens Mentais (DSM) é um sistema de 
classificação que organiza cada diagnóstico psiquiátrico em cinco níveis, tais como: 
distúrbios, disfunções, transtornos ou perturbações. 
Muitos distúrbios psicológicos conhecidos atualmente são atribuídos ao estilo de vida, 
cultura e sociedade em que a pessoa vive. Depressão e ansiedade são exemplos de 
doenças psicológicas comuns nas atuais sociedades industrializadas. 
Transtornos clínicos, incluindo principalmente transtornos mentais, bem como problemas 
do desenvolvimento e aprendizado. 
Nesse eixo é comum incluir os transtornos de: 
 Esquizofrenia, depressão, ansiedade, distúrbio bipolar, 
 TDAH = Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade 
Uma das abordagens mais conhecidas nesta área de estudo é a dos cinco traços ou fatores. 
Estes traços são: socialização/amabilidade, extroversão, realização/ 
conscenciosidade, abertura para experiências, e neuroticismo. P. 37 
Transtorno de Personalidade Borderline: 
 Explosões de raiva, ou tristeza, 
 Impulsividade, euforia, 
 Teimosia, instabilidade de humor, 
 Ciúmes intensos, 
 Apego afetivo, 
 Desespero exagerado, 
 Descontrole emocional, 
 Medo de rejeição, 
 Insatisfação pessoal, 
 Tendência ao suicídio. 
 
Síndrome de Borderline, ou transtorno de personalidade Limítrofe, é uma 
grave doença psicológica. 
Os indivíduos vivem no limite entre a normalidade e os surtos psicóticos. Dificuldades para 
se relacionar, oscilações de humor e impulsividade são algumas características da síndrome 
de Borderline, que o paciente pode apresentar, atingindo também as pessoas que o cercam. 
Esses sintomas começam na adolescência, e se tornam mais frequentes no início da vida 
adulta, frequentemente confundida transtorno bipolar, porém possui características 
diferentes, como a duração e intensidade das emoções. 
Podem ter oscilações de humor, agressividade, irritabilidade, depressão, automutilação, 
comportamentos suicidas, medo de abandono, dificuldade em lidar com as emoções, 
mudanças de planos profissionais e nos círculos de amizades, impulsividade e baixa 
autoestima. 
 
DISTÚRBIOS PSICOLÓGICOS 
Transtorno de personalidade esquizoide 
O termo foi criado por Eugen Bleuer, no início do século XX, para definir a tendência de uma 
pessoa em dirigir a sua atenção para o mundo interior, fechando-se ao exterior. 
 Afeta mais o sexo masculino, 
 Não deseja nem gosta de relacionamentos íntimos, inclui fazer parte de uma família, 
 Quase sempre opta por atividades solitárias, 
 Manifesta pouco interesse em ter experiências sexuais, 
 Tem prazer em poucas atividades, ou em nenhuma, 
 Não tem amigos íntimos ou confidentes, sem ser parentes em primeiro grau, 
 Mostra-se indiferente a elogios ou críticas dos outros, 
 Demonstra frieza emocional, distanciamento ou afetividade embotada (inexpressão 
facial de afetividade). 
Esquizofrenia 
 
 
 
O psiquiatra Jorge Jaber, Membro da Sociedade Brasileira de 
Psiquiatria e especialista em dependência química e recuperação 
de viciados, e esquizofrênicos, acredita que surtos psicóticos 
acontecem provavelmente, por abandono ao tratamento isso é 
comum de acontecer, pois o paciente melhora, esquece que tem a 
doença, pensa estar curado, e aí fica sujeito ao surto, geralmente 
acometido de uma forte sensação de perseguição. 
 
No Brasil, a doença afeta mais de 2,5 milhões de pessoas que apresentam algum 
transtorno mental grave ligado à esquizofrenia e que precisam de um tratamento 
psiquiátrico. 
 
DISTÚRBIOS PSICOLÓGICOS 
Transtorno de Personalidade Narcisista – Obsessão por fantasias de poder, 
genialidade, beleza ou riqueza, dificuldade em nutrir empatia pelos outros, 
necessidade de admiração, e possível comportamento megalômano. 
Condições psicológicas agudas ou desordens físicas - fatores ambientais ou 
psicossociais contribuindo para desordens. 
 
Transtorno de personalidade antissocial – Não se sabe ao certo quais são as 
causas deste transtorno, é muito provável que o fator genético esteja envolvido, 
mas há indícios de que fator ambiental também esteja relacionado ao 
aparecimento desse transtorno, principalmente na infância. 
Pesquisas psiquiátricas apontam que crianças que foram abusadas na infância ou 
que cresceram com pais alcoólatras, viciados ou que tinham o transtorno de 
personalidade antissocial tem maior tendência a desenvolver esta condição. 
Não confundir “Transtorno” com o “Comportamento antissocial”, também 
caracterizado pela transgressão às leis, ou desrespeito às normas da sociedade, 
mas que está associado a um comportamento agressivo, ou seja, a falta de 
educação, um aprendido na família ou meio onde vive. Ter comportamentos 
antissociais em algum momento não indica necessariamente um transtorno de 
personalidade antissocial. 
Além disso, crianças que cresceram em ambientes familiares instáveis ou 
caóticos, que perderam os pais devido a algum acontecimento traumático, como: 
assassinados, violentados, também são mais propensas ao problema. 
Pode haver uma relação entre a falta de empatia desde cedo (capacidade de 
entender o sentimento do outro e se colocar em seu lugar) e o aparecimento 
desse transtorno evoluir mais para frente. 
Fatores de Risco 
O transtorno de personalidade antissocial é mais comum em homens do que 
mulheres. Não é possível diagnosticar esse transtorno antes dos 18 anos de 
idade. Por isso qualquer criança que apresente os sintomas do transtorno de 
personalidade antissocial é diagnosticada com transtorno de conduta. 
Entretanto, nem toda criança com transtorno de conduta desenvolverá 
personalidade antissocial, mas este é um fator de risco, e deverá ser 
diagnosticado a tempo de controlar o processo. 
PSICOSE 
Psicose é um termo psiquiátrico genérico que se refere a um estado mental no 
qual existe uma "perda de contato com a realidade". Nos períodos de crises mais 
intensas, que podem ocorrer, irá variar de caso a caso, alucinações ou delírios, 
desorganização psíquica que inclua pensamento desorganizado e/ou paranoico, 
acentuada inquietude psicomotora, sensações de angústia intensa e opressão, e 
insônia severa, confusão mental, pânico. 
Frequentemente acompanhado por uma falta de “autocrítica" ou de "insight" que 
se traduz numa incapacidade de reconhecer o carácter estranho ou bizarro do 
próprio comportamento. 
 
Desta forma surgem também, nos momentos de crise, dificuldades de interação social e 
em cumprir normalmente as atividades de vida diária. Como tal, a psicose pode ser causada 
por predisposição genética, fatores exógenos orgânicos, mas desencadeados por fatores 
ambientais e psicossociais, com acentuadas falhas no desempenho de papéis, na 
comunicação, no autocontrole, no comportamento da afetividade, na percepção 
sensorial, na memória, no raciocínio, pensamento, e linguagem. 
O personagem Dom Quixote ficou famoso por seus delírios de grandeza e 
alucinações visuais. 
 
Alucinação 
Alucinação é a percepção real de um objeto que não existe, ou seja, são percepções sem 
um estímulo externo material. 
Tudo que pode ser percebido pelos 5 sentidos: audição, visão, tato, olfato e gustação, 
podem também ser alucinados. 
Geralmente são características típicas da paranoia e da esquizofrenia, mas outras 
possíveis causas das alucinações incluem as reações às drogas, álcool, e medicamentos. 
NEUROSE 
 
 
Na psicologia moderna, é sinônimo de psiconeurose
ou distúrbio neurótico, e se 
refere a qualquer desordem mental que, embora cause tensão, não interfere com 
o pensamento racional, ou com a capacidade funcional da pessoa, na 
realização das tarefas cotidianas. 
Essa é uma diferença importante se comparado à psicose, uma desordem mais 
severa, de ordem psiquiátrica. 
 
Sigmund Freud propôs que a Neurose pode ser causada por 
emoções de uma experiência passada que causa forte choque 
emocional que dificulta reação, ou interfere nas experiências 
presente. 
 
Por exemplo: alguém que foi atacado por um cachorro quando criança pode ter 
fobia ou um medo intenso de cachorros. Uma pessoa neurótica passa a ter 
reações e comportamentos diferentes: fica muito ansiosa, evita sair de casa 
para ir a determinados lugares, tem medo de certos ambientes, imagina 
situações críticas que pode fazer mal, ficam deprimidos mais constantemente, 
são muito mais preocupados com o entorno. 
O individuo sente tudo o que qualquer um sente no seu dia-a-dia, mas sempre 
exageradamente. Em geral a pessoa sabe do seu problema, sofre com isso, 
mas, se sente incapaz de solucioná-lo. 
Todas as formas neuróticas causam ansiedade e pode ser descarregada como um sintoma 
físico, e uma variedade sem fim de fobias. As pessoas com alguns sintomas neuróticos, 
são frequentemente manifestados nos mecanismos de defesa do ego que as ajudam a lidar 
com a ansiedade. 
O termo neurose foi criado pelo médico escocês Willian Cullen em 
1769, para indicar "desordens de sentidos e movimento" 
causadas por efeitos gerais do sistema nervoso central. A 
Neurose é uma doença emocional, afetiva e de personalidade, 
e acontece quando o sistema nervoso de uma pessoa reage com 
exagero a uma determinada experiência traumática vivida. 
Os mecanismos de defesa que resultam em dificuldades para viver são chamados de 
neuroses e tratados pela psicanálise, pela psicoterapia e aconselhamento, ou outras 
técnicas psiquiátricas. 
Neuroses são quadros patológicos psicogênicos, ou seja, de origem psíquica muitas vezes 
ligadas a situações externas na vida do indivíduo, os quais provocam transtornos na área 
mental, física ou da personalidade. 
De acordo com a visão psicanalítica, as neuroses são fruto de tentativas ineficazes de lidar 
com conflitos e traumas inconscientes. O que distingue a neurose da normalidade é: 
1) A intensidade do comportamento exagerado repetitivo; 
2) A incapacidade do doente de resolver os conflitos internos e externos de maneira 
satisfatória; 
Ansiedade - Ânsia ou nervosismo é uma característica biológica do ser humano, que 
antecede momentos de perigo real ou presumido, sendo uma reação normal diante de 
situações que podem provocar medo, dúvida ou expectativa, mas se tornando excessiva, 
evidencia um distúrbio que se manifesta em todos os transtornos psicológicos. 
Histeria - A palavra está em circulação há mais de dois mil anos, desde a antiguidade com 
Hipócrates, a histeria já era usada para designar transtornos nervosos em mulheres que 
não conseguiam engravidar e desenvolviam a gravidez psicológica, sentindo todos os 
sintomas de uma gestação. 
Na Idade Média, a histeria era definida como possessão pelo demônio e muitas mulheres 
foram queimadas na fogueira da inquisição. 
Há muitas formas específicas diferentes de neurose como: 
Piromania – consiste no desejo mórbido e incontrolável de provocar incêndios, de 
queimar ou atear fogo às coisas. Está ligada a adultos com personalidade antissocial, 
suspeitos de transtornos mentais, esquizofrênicos, usuários de álcool e drogas, 
transtornos de conduta e transtornos mentais orgânicos. 
Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC) é caracterizado por pensamentos obsessivos-
compulsivos no qual o indivíduo tem comportamentos considerados estranhos para a 
sociedade e para si próprio; normalmente trata-se de ideias exageradas e irracionais de 
saúde, higiene, organização, simetria, ou manias e rituais incontroláveis, ou difíceis 
de controlar. É considerado o quarto diagnóstico psiquiátrico mais frequente na população. 
 
 
 
DNA E PERSONALIDADE 
 
Na metade do século XX até agora, a partir da 
descoberta da estrutura do DNA pelo americano James 
Watson, biólogo molecular, e pelo inglês Francis Crick 
em 1953, até o mapeamento completo do genoma 
humano, em 2003, abriu-se um campo de exploração 
sem precedentes para entender as origens biológicas 
da personalidade autores do "modelo de dupla 
hélice“ para a estrutura da molécula de DNA. 
Hoje se sabe que os comportamentos dependem da interação entre fatores genéticos e 
ambientais. Além disso, as descobertas mais recentes nesse campo mostram que 
as influências dos hábitos e do estilo de vida de cada um, na ação dos genes 
são bem maiores do que se pensava. 
Depressão e a Hereditariedade 
Pessoas com genes associados à depressão têm mais probabilidade de desenvolver a doença 
se forem expostas a eventos traumáticos durante a vida. 
Fala-se que questões vivenciais podem servir como gatilho para disparar certas 
predisposições geneticamente determinadas. 
Síndrome pós-parto – Depressão Infantil – Depressão adolescência/adulto 
 
Está mais do que comprovado que a depressão é uma doença que precisa ser tratada, 
mas muitos ignoram esse assunto. Poucos sabem, por exemplo, que a depressão é uma 
doença hereditária. Quando o casal é depressivo, os filhos podem ter 75% de 
probabilidade de herdarem a doença dos pais. 
Pessoas que possuem algum tipo de deficiência física, viciadas em bebidas ou drogas, 
que possuam doenças crônicas, diabetes, câncer Aids, e traumas psicológicos durante a 
infância ou adolescência, são fortes candidatos para se tornarem depressivos. 
No Brasil, para se ter uma ideia, 15% dos homens sofrem de depressão, mas são as 
mulheres que apresentam maior incidência, com 25%. 
Perversão 
Perversão => empregado para designar atos e pensamentos de uma pessoa má. Este é o 
sentido mais popular do ponto de vista psicológico. Entretanto, se a perversão definir um 
quadro ou uma síndrome patológica, no qual o individuo busca encontrar prazer enquanto 
uma outra pessoa sofre, isso é um grave distúrbio. 
É um termo usado para designar o desvio de comportamento por parte de um indivíduo 
ou grupo qualquer, que pode ser considerado normal ou anormal para um determinado 
grupo social. A perversão está também condicionada à violência, e se os pais são violentos 
as crianças absorvem este tipo de comportamento. 
 
Os conceitos de normalidade e anormalidade, no entanto, variam no tempo e no espaço, 
em função de várias circunstâncias. A perversão distingue-se da neurose e da psicose 
como modo de funcionamento e organização defensiva do aparelho psíquico. 
O termo é também frequentemente utilizado com o sentido específico de perversão sexual, 
ou desvio sexual. 
 
Lei Antimanicomial - ALGUMAS QUESTÕES DA PSICOLOGIA SOCIAL 
Em 1987, em um Encontro Nacional de Trabalhadores da Saúde Mental, nasceu o 
Movimento da Luta Antimanicomial. Uma das conquistas deste Movimento foi a Lei nº 
10.216/2001, que determinou o fechamento progressivo dos hospitais psiquiátricos e 
das instalações de serviços substitutivos. 
A partir desta lei, o Brasil tem eliminado leitos psiquiátricos e substituído pelos serviços dos 
Centros de Atenção Psicossocial Caps: residências terapêuticas, programas de 
redução de danos, centros de convivência, oficinas de geração de renda, entre outros. 
Algumas abordagens críticas como a Antipsiquiatria e a Psiquiatria Social denunciaram o 
saber científico, nesta área, como manipulação, retirada da humanidade e dignidade dos 
portadores de transtornos mentais, além das condições inadequadas de tratamento e 
internação. 
Essas abordagens não negam que os transtornos mentais existam, mas se propõem
a enfrentá-
los, utilizando uma postura crítica aos métodos tradicionais. Acreditam que o portador de 
transtorno mental não é um ―monstro‖, por isso, não deve ser desumanizado, mas, sim, 
avaliado por meio de sua história de vida. A lei surgiu como uma garantia de direitos e de 
reinserção social das pessoas estigmatizadas por serem portadoras de transtornos 
mentais. 
Ainda se faz necessária uma luta mais ampla pelo respeito e garantia de direitos à 
diversidade e à singularidade de cada um. A saúde mental pode incluir a capacidade de um 
indivíduo para viver a vida em equilíbrio entre as suas atividades e os seus esforços para 
atingir a resiliência psicológica. A resiliência é um conceito psicológico, emprestado 
da Física, definido como a capacidade de o indivíduo lidar com problemas, superar 
obstáculos, ou resistir à pressão de situações adversas — choque, estresse etc., sem 
provocar danos psicológicos. O conceito de Saúde Mental é mais amplo que apenas a ausência 
de transtornos mentais. 
Filme: Nise O Coração da Loucura https://youtu.be/irF9k-ON4gw 
HIERARQUIA DE GÊNERO 
É a construção cultural coletiva dos atributos da feminilidade e 
masculinidade. Esse conceito foi proposto para distinguir-se do conceito de 
sexo, que define as características biológicas de cada indivíduo. 
O sistema de gênero ordena a vida nas sociedades contemporâneas a partir da 
linguagem, dos símbolos, das instituições, das hierarquias da organização 
social, da representação política, e do poder, com base na interação desses 
elementos, ou seja: Os papeis sociais e profissionais desempenhados por 
homens e mulheres não interferem seus suas condições biológicas. Suas 
formas de expressão distinguem-se os papéis do homem e da mulher na família, 
na divisão do trabalho, na oferta de bens e serviços, e até na instituição e 
aplicação das normas legais. 
Papéis masculinos e femininos 
A estrutura de gêneros delimita também o poder entre os sexos. Mesmo 
quando a norma legal é de igualdade, na vida cotidiana encontramos a 
desigualdade e a iniquidade na distribuição do poder e da riqueza entre 
homens e mulheres. 
Durante séculos, as mulheres foram rigorosamente educadas para 
submeterem-se aos homens. A "domesticação" da mulher foi consequência da 
necessidade dos homens, em assegurarem a posse de sua descendência, ou 
seja, ter certeza de sua paternidade. 
Cotidiano comum Incomum 1 Incomum 2 Incomum 3 
 
O fato de que a maternidade era certa e a paternidade apenas presumível (ou 
incerta) sempre foi um fantasma para a organização da cultura patriarcal. 
 O controle da sexualidade e da vida reprodutiva da mulher garante a 
imposição das regras de descendência e patrimônio e, posteriormente, um 
sistema rígido de divisão sexual do tipo de trabalho. 
 Assim, a mulher passou a ser “tutelada” por algum homem, seja o pai, o tio, 
ou marido. 
 Este sistema de divisão sexual do trabalho, cuja finalidade primeira foi a de 
regulamentar a reprodução e organizar as famílias, acabou por dar aos 
homens e mulheres uma carga simbólica de atributos, gerando uma correlação 
entre sexo e personalidade que foi interpretada como característica inerente 
aos sexos. 
A Questão da Hierarquia de Gênero 
O patriarcado era uma forma de hierarquia, em que os homens detinham o poder e as 
mulheres eram subordinadas. Numa sociedade patriarcal, a autoridade social efetiva sobre 
as mulheres era exercida através dos papéis de pai e de marido. 
Sob as condições patriarcais, as mulheres às vezes exerciam autoridade através do papel de 
mãe, em oposição aos outros papéis familiares, tais como esposa, filha, irmã, ou tia. 
Com o advento do teste de paternidade, criado em 1985 pelo geneticista Alec Jeffreys, e 
aperfeiçoado no Brasil pela Fiocruz, proporcionou aos homens a comprovação de suas 
hereditariedades, e indiretamente permitiu menor controle da sexualidade e da vida 
reprodutiva feminina. 
Hoje, através do Teste de DNA é possível identificar pessoas para esclarecer uma possível 
participação em um crime e também na realização de testes de paternidade. É importante 
lembrar que, com exceção dos gêmeos univitelinos, o DNA de cada pessoa é único. 
O teste de DNA, chamado de DNA figerprint ou impressão digital genética, fornece um 
grau de confiabilidade bastante alto, ultrapassando 99,9% de certeza em seu resultado. 
Devido a isso, esse teste é muito empregado na determinação de paternidade e na 
resolução de crimes. 
Tradições Culturais 
Atribuiu-se à natureza de homens e mulheres aquilo que era da cultura. Pensar que a 
mulher é frágil, dependente do homem, ou que o homem é o chefe do grupo familiar 
pode levar as pessoas a concluírem que é natural que os homens tenham mais poderes que 
as mulheres. 
Esta é uma cultura passada por gerações, regida pelo pátrio poder, que atravessou os 
séculos, e este tipo de pensamento sempre justificou o autoritarismo masculino, 
interpretando a violência do homem contra a mulher como algo natural. 
Alguns homens, devido à educação recebida, se julgam acima das leis, e exercem sobre suas 
mulheres o sentimento de posse, o que os fazem acreditar que podem fazer com elas o 
que bem entender. Isso impregnou de tal forma nossa cultura que, assim como muitos 
homens não assumem que estão sendo violentos, muitas mulheres também, não 
reconhecem a violência a qual estão submetidas. (conformismo). 
 
 
 
Masculino X Feminino 
O sexo: diz respeito às características fisiológicas relativas a anatomia, aos órgãos 
sexuais, a procriação, à reprodução biológica – as diferenças sexuais são físicas. 
E o cérebro? Ele se difere? 
Simon Baron-Cohen (2003) é um dos maiores pesquisadores sobre o funcionamento do 
cérebro masculino e feminino. 
De acordo com suas pesquisas teóricas, essas diferenças se dão antes do nascimento, ainda 
na vida intrauterina, causadas por hormônios sexuais pré-natais; esses hormônios, 
posteriormente, afetam as aptidões. 
– Aptidão espacial: mais identificada no sexo masculino, é suprimida pelo estrogênio; 
– Aptidão para memória verbal: mais identificada no sexo feminino, devido a reposição 
hormonal. http://mundodapsi.com/cerebro-feminino-masculino/ 
Identidade de Gênero: se refere ao gênero com que a pessoa se identifica, se ela se 
identifica como sendo um homem, uma mulher, ou neutro. É como ela vê a si como fora do 
convencional, mas pode também ser usado para referir-se ao gênero atribuído ao indivíduo 
como, masculino, ou feminino, tendo como base o papel social de gênero (roupas, 
comportamento, corte de cabelo, etc.) 
*Convencional – o que é de uso ou de praxe; consolidado pelo uso ou pela prática. 
 
Hierarquia Social 
A mulher do século 21 exerce atividades que antes eram restritamente masculinas, devido 
o grau de autoridade que os cargos exigem. Entretanto, o poder social atualmente, ainda é 
identificado e considerado como atributos masculinos. 
Pessoas do sexo masculino ou feminino podem desempenhar papéis, através dos quais o 
poder pode ser exercitado, mas eles permanecem como “papéis masculinos”. 
Tratorista de Aeroporto Caminhoneira Piloto de avião 
 
A posição de gênero é um dos eixos essenciais para a manutenção do poder na hierarquia 
social, que é essencialmente masculina no seu topo e tem estratégias de fragmentação 
(por classes, por idades, por grupos ou culturas minoritárias). 
Assim, essa hierarquia nos leva a viver rivalidades e lutas entre pessoas jovens e idosas, 
pobres e ricas, negras e brancas, mulheres e homens. Essas relações antagônicas estruturam a 
dependência e a submissão. 
O que é subordinação e como se expressa? 
Subordinação pode ser definida como uma relativa falta de poder. 
Em termos de autoridade social, um grupo subordinado tem pouco ou nenhum controle
sobre a tomada de decisões que afetam o futuro daquele grupo. 
Podemos falar em subordinação de gênero quando as mulheres não estão no controle das 
instituições que determinam as políticas que afetam as mulheres, tais como os direitos 
reprodutivos nas políticas de emprego, discriminação nos salários e nas promoções são 
exemplos da subordinação das mulheres na nossa sociedade. Entretanto, este quadro vem 
apresentando consideráveis mudanças. 
As Mudanças 
De acordo com o levantamento de grupo especializado em recrutar executivos, as mulheres 
estão assumindo as vagas dos homens, ascendendo mais rapidamente aos altos postos e 
ganhando mais. A grande virtude é colocar a liderança como uma orientação, e não como 
uma ditadura. Os homens e as mulheres podem ser igualmente eficientes. 
Ainda não se sabe sobre números seguros sobre o espaço que as mulheres ocupam no 
mercado, mas elas estão sendo recrutadas em bom ritmo e nos últimos dois anos, a 
participação feminina nos cursos de Mestrado de Administração de Empresas na área de 
Finanças dobrou. As principais características profissionais que diferenciam homens e mulheres 
são: 
 As mulheres são mais persistentes numa negociação; 
 Sabem trabalhar em equipe; 
 Sabem fazer planejamento em longo prazo; 
 Preocupa-se com detalhes e são mais resilientes aos conflitos. 
As mulheres estão começando a servir também como modelo na hora de contratar. 
 
 
Material de Aula elaborado pela Prof.ª Claudia S. Goularth – Psicologia Aplicada ao Direito - 2019.1

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