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Questões Arbitragem - respostas

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Questões
1 – Trata-se de um mecanismo de solução de litígios decorrente do princípio da autonomia de vontade das partes que, por escolhem a arbitragem como meio alternativo da solução de suas controvérsias por via contratual. Nomeando, voluntariamente, um terceiro para apresentar a solução.
A arbitragem é um mecanismo extrajudicial, mas que equivale ao judicial, possuindo a natureza jurisdicional.
 Numa época em que a arbitragem dependia de homologação judicial, entendia Chiovenda que a arbitragem era contratual. Esse panorama mudou a partir do século XX, hoje o arbitro é tido como juiz arbitral (de fato e de direito) que prolata sentença arbitral.
2 – É um meio alternativo, pois a lei da à possibilidade das partes escolherem ou não a arbitragem como meio de solução de seus conflitos: “As pessoas capazes de contratar poderão valer-se da arbitragem para dirimir litígios relativos a direitos patrimoniais disponíveis.” (Art. 1º da Lei 9.307/96).
3- O NCPC no seu art. 42 confirma que a arbitragem é um instituto jurisdicional dispondo que “as causas cíveis serão processadas e decididas pelo órgão jurisdicional nos limites de sua competência, ressalvado às partes o direito de instituir juízo arbitral, na forma da lei”, afirmando a arbitragem como meio de solução de conflitos nos termos da Lei 9.307/96.
4- a) Heterocomposição: (jurisdição estatal), a solução da controvérsia é dada por um terceiro, diferente dos litigantes (juiz arbitral) e imposta à eles.
b) Autocomposição: Decisão dada pelas partes, e não por um terceiro. Não significando que não haverá a figura desse terceiro, mas este não irá impor sua decisão. Pode ocorrer:
b.1) Conciliação: sugestão da solução pelo conciliador, mas sem impor decisão, deixando as partes chegarem a solução.
b.2) Mediação: auxilia as partes a chegarem a solução do conflito, não decide nem tão pouco propõe soluções.
b.3) Transação: sem auxilio de ninguém, as partes chegam diretamente ao acordo.
5 – Na solução da controvérsia as partes podem escolher quais normas serão utilizadas pelo arbitro, desde que estas normas, inclusive as internacionais, não afrontem normas de ordem pública e os bons costumes. Essa liberdade não existe na jurisdição estatal, onde deve cumprir a lei nacional, sem entregar às partes a possibilidade de escolherem leis estrangeiras (direito); solução por meio de equidade; ou a solução por meio de aplicação de princípios gerais do direito.
6) Porque com a capacidade de contratar as pessoas podem ser representadas, assistidas ou podem estar abarcadas pela concessão de tomada de decisão apoiada na convenção de arbitragem, desde que respeitados os limites decorrentes da matéria, que deve versar sobre os direitos patrimoniais disponíveis e não necessariamente advindos de contratos. Os incapazes podem submeter-se à arbitragem, desde que representados, assistidos ou apoiados por seus tutores, curadores ou apoiadores, firmando cláusulas arbitrais sobre direitos patrimoniais disponíveis desses incapazes ou portadores de deficiência, não podendo realizar a venda de imóvel, sem a autorização judicial, nesse caso a clausula arbitral é nula. Os representantes e assistentes são autorizados a praticar atos de mera administração do patrimônio dos incapazes.
7) Para que a arbitragem seja válida é necessária a existência dos direitos patrimoniais e disponíveis. O direito ser disponível é dizer que há direitos que são passíveis de transação, podendo ser alienado por exemplo. Os direitos patrimoniais, são aqueles que estão ligados as relações de direito obrigacional, nos contratos e nas decisões unilaterais de vontade. A possibilidade da arbitragem está ligada à possibilidade de alienação e aos direitos passíveis de transação, excluindo os direitos indisponíveis os quais dependem da apreciação do mérito, assuntos esses penais, estado das pessoas, matérias tributárias e direitos de família. 
8) A arbitragem institucional é feita por uma instituição a qual vai administrar a arbitragem, com regras e procedimentos de acordo com a Lei acerca dos prazos, forma prática dos atos, maneira de escolher os árbitros, custos para a realização da arbitragem, formas de produção de provas e outras regras procedimentais. Por outro lado, exista a arbitragem avulsa, a qual é feita por um árbitro contratado pelas partes, para redução de custos, porém nesse caso, como não há a administração do procedimento por uma entidade, as partes que deverão dispor sobre o procedimento, e em caso de lacuna os árbitros deverão decidir, havendo assim um risco maior.
9) Embora a jurisdição seja entendida como monopólio estatal, o ordenamento jurídico também admite a autotela como exceção e a transação que é o ato jurídico bilateral que visa extinguir ou prevenir litígios mediante concessões recíprocas ou através de trocas pecuniárias. Nesse sentido, para que fosse determinada a constitucionalidade da SE 5206, foi analisado que a lei não determina que os interessados devem sempre levar o caso ao judiciário, admitindo a transação. E se tratando de direitos patrimoniais e disponível, devido ao acumulo de processos, é até recomendável levar o caso à arbitragem e por fim essa decisão decorre da autonomia das partes, nenhuma lei pode impor a aplicação compulsória da arbitragem.
10) Nos termos legais a arbitragem não pode ser imposta compulsoriamente, ou seja, a intenção do legislador foi de proteger a parte mais vulnerável da relação, no entanto, a clausula arbitral só terá eficácia se o consumidor não se mostrar juridicamente vulnerável ou se o consumidor preencher todos os requisitos legais e resolver concordar expressamente, firmando também o compromisso arbitral, além da cláusula. Caso seja submetida a causa à arbitragem quem irá avaliar é o próprio árbitro ou o Tribunal arbitral e só depois, eventualmente levada ao judiciário, para anular a sentença arbitral. 
11) Tratando-se de contrato de adesão, quais os requisitos para que seja possível a arbitragem? Estabeleça os parâmetros jurídicos em relação à cláusula arbitral e em relação ao compromisso arbitral.
São necessários os seguintes requisitos para que seja possível a arbitragem no contrato de adesão:
Tratar-se de compromisso arbitral 
Tratar-se de cláusula arbitral
- Não se tratar de contrato que represente relação de consumo – vez que neste, em regra (havendo exceções), a cláusula arbitral é nula em razão da imposição da arbitragem ao consumidor quando surgir o conflito (art. 51, VII, do CDC);
- Respeitar a forma escrita, mesmo que por correspondência digital no bojo do contrato ou em documento apartado (aditivo contratual);
- A cláusula estiver em destaque, referindo-se à Lei 9.307/1996, da necessidade de estar “em negrito”;
- Houver assinatura específica para a cláusula arbitral no bojo do contrato ou em documento anexo.
O compromisso arbitral é aquela convenção de arbitragem que surge depois de instaurado o conflito entre as partes e, portanto, é firmada em documento apartado. Já a cláusula arbitral é contemporânea ao contrato ou pode ocorrer em ato posterior, mas anterior à existência de qualquer conflito entre as partes, mediante a qual se obrigam a submeter futuros conflitos à solução arbitral.
 
12) Estabeleça a possibilidade ou impossibilidade da arbitragem em razão das controvérsias trabalhistas.
Conflito coletivo: é possível eleger a arbitragem nos conflitos trabalhistas decorrentes de greve e participação nos lucros. 
Conflito individual: em razão da irrenunciabilidade dos direitos trabalhistas, costuma-se afirmar que não cabe a arbitragem no contrato de trabalho. Todavia, embora os direitos em si sejam de fato irrenunciáveis, nada obsta, depois de adquiridos e diante do conflito, que as partes firmem compromisso arbitral, vez que os direitos são patrimoniais e suscetíveis de transação. Então, o que não se admite é a renúncia prévia, mas nada obsta que as partes transijam sobre os valores decorrentes dos direitos que não foram previamente renunciados no contrato, tendo o TST admitido a hipóteseno AIRR 1475/2000-193-05-00 (7ª Turma, Min. Pedro Paulo Manus, DJ 17.10.2008).
Cláusula arbitral no contrato de trabalho: pode ser admitida, excepcionalmente, se o empregado for de alto escalão, ou seja, que receba mais que o dobro do limite máximo estabelecido para os benefícios do Regime Geral de Previdência Social (respeitado o art. 4º).
Compromisso arbitral: admitimos que qualquer empregado possa firmar compromisso, posto que não há vedação e tampouco, em regra, vulnerabilidade ou renúncia aos direitos que já foram adquiridos e passam à qualidade de patrimoniais disponíveis. 
13) Tratando-se de controvérsias decorrentes de contratos administrativos, é possível o pacto de arbitragem? Explique os pressupostos da sua resposta.
Para as empresas públicas e as sociedades de economia mista é possível a arbitragem na medida em que atuam como pessoas jurídicas dotadas de estrutura de direito privado e desde que se trate de exploração de atividade econômica em contrato que verse sobre direitos patrimoniais disponíveis (art. 173, § 1º, II, da CF e art. 41, parágrafo único, do CC).
No âmbito dos contratos de concessão, os arts. 23, XV e 23-A, da Lei 8.987/1995, autorizam o emprego da arbitragem.
Na parceria público-privada, o art. 11, III, da Lei 11.079/2004, igualmente, autoriza a arbitragem de forma expressa.
Em todas as relações em que estejam presentes pessoas jurídicas de direito público, a arbitragem poderá ser utilizada para solução de conflitos que tenham característica privada.
14) Os contratos sociais das sociedades limitadas e os estatutos das sociedades anônimas podem conter cláusula arbitral? Explique. Demais disso, como resolver a dissidência no caso de alteração estatutária no âmbito das sociedades anônimas, no caso de a alteração incluir cláusula arbitral no estatuto social?
Não há óbice quanto à existência de cláusula arbitra nos casos de sociedades e até mesmo nos estatutos das associações (arts. 54, V, 997 e 1.053 do CC). Os que se associarem, integrarem a sociedade ou adquirirem ações posteriormente, serão vinculados ao que, antes, foi decidido nos atos constitutivos por unanimidade. 
A lei das sociedades anônimas permite (art. 109, § 3º, da Lei 6.404/1976) e o dissidente no caso de alteração estatutária deverá exercer o direito de retirada mediante reembolso nas companhias de capital fechado ou liquidação no mercado nas companhias de capital aberto que atendam a critérios de dispersão e liquidez das ações no mercado e, caso não atendam, mediante reembolso. 
15) Como compatibilizar o art. 1.030 do Código Civil, com a arbitragem prevista no
contrato social de uma sociedade limitada? 
O art. 1.030, do CC, que fala em decisão judicial para exclusão de sócio, não pode ser entendido como exclusividade da solução estatal do conflito; deve, por outro lado, ser compreendido que será judicial a decisão se não for pactuada a arbitragem e se não houver previsão de exclusão por assembleia.
16) Discorra sobre a arbitragem à luz da falência e da recuperação judicial.
Com relação à falência, devem-se fazer as seguintes considerações: (i) nas ações sobre quantias ilíquidas que já se encontrem em discussão no juízo arbitral serão solucionadas pela via arbitral até a formação do título para habilitação no juízo universal da falência; (ii) ações sobre quantias ilíquidas ainda não propostas ou que versarem sobre bens, interesses e negócios do falido, serão atraídas pelo juízo da falência, sendo impossível a solução arbitral; (iii) ações trabalhistas ou fiscais e aquelas não reguladas pela Lei de Falências em que o falido figurar como autor ou litisconsorte, prosseguirão normalmente, ainda que seja pela via arbitral; (iv) em qualquer caso, o administrador judicial deverá ser intimado para representar a massa falida, sob pena de nulidade.
Já com relação à recuperação: (i) havendo divergência entre os credores sobre o cumprimento do plano aprovado, é possível a utilização de arbitragem, desde que haja cláusula arbitral aprovada; (ii) a cláusula arbitral aprovada, contudo, não vinculará os credores que opuseram a aprovação do plano de recuperação; (iii) as ações ainda não propostas, que versem sobre quantias ilíquidas ficarão suspensas no prazo de 180 dias quando poderão ser propostas normalmente pela arbitragem em respeito à convenção prévia de arbitragem; (iv) caso a sentença arbitral favoreça o devedor em recuperação, o credor poderá propor a ação anulatória do art. 33 da Lei de Arbitragem o prazo é decadencial e não prescricional (logo, não se interrompe, nem se suspende), não aplicando o art. 6 2 S 42 da Lei 11,101/05.
17) A arbitragem é possível para dirimir conflitos nos condomínios edilícios? Quais as hipóteses e pressupostos da sua resposta? E na locação de Imóveis Urbanos?
As espécies de conflitos decorrentes do condomínio edilício e as hipóteses de cabimento da arbitragem são:
(i) Conflitos entre condomínio e condôminos: a arbitragem é possível desde que haja previsão na convenção de condomínio, obrigando a todos. Igualmente, é possível a arbitragem mediante compromisso arbitral, ainda que não haja previsão na convenção, (ii) Conflito entre condôminos: igualmente a arbitragem é possível desde que haja previsão na convenção ou que, posteriormente, os condôminos, diante do conflito, resolvam pactuar a arbitragem mediante compromisso.
(iii) Conflitos entre o condomínio e fornecedores de produtos e serviços, inclusive em face da administradora contratada para auxiliar o síndico: qualquer contrato firmado entre o condomínio e os fornecedores dependerá de pacto arbifral entre eles.
Por fim, considerando que a arbitragem cuida de bens disponíveis, a locação de imóveis se enquadra nesta modalidade, Logo, é possível arbitragem na locação de imóveis urbanos.
18) É possível compelir alguém a se submeter à arbitragem para solucionar uma controvérsia? Explique.
A arbitragem não e obrigatória se tomarmos como base que ninguém pode ser obrigado a se submeter a esta forma de solução de conflito/controvérsia quem por definição, e alternativa (lei nesse sentido seria inconstitucional). Todavia, manifestada a vontade pelas partes, surge uma obrigação, de tal que sorte quem a partir dela, a arbitragem e obrigatória.
19) A cláusula arbitral é incompatível com a cláusula de eleição de foro no mesmo Contrato? Explique.
A cláusula de eleição de foro não é incompatível com o juízo arbitral, pois o âmbito de abrangência pode ser distinto, havendo necessidade de atuação do Poder Judiciário, por exemplo, para a concessão de medidas de urgência; execução da sentença arbitral; instituição da arbitragem quando uma das partes não a aceita de forma amigávelA clausula arbitral e incompatível com a clausula de eleição de foro.
20) Suponhamos que um contrato já contenha obrigação. desde logo exercitável (líquida, certa e exigível). A arbitragem será útil? Explique e exemplifique.
Obrigação desde logo exercitável caracteriza titulo executivo, que pode conviver com clausula arbitral no mesmo contrato, bastando que a meteria a ser submetida a arbitragem não interfira na executividade, Se isso ocorrer, a arbitragem pode se desenvolver concomitantemente com a execução judicial, mesmo porque os atos de execução forcada são sempre judiciais. Exemplo - cntrato com cláusula arbitral, assinado pelas partes e por duas testemunhas com previsão de antecipação financeira no valor de US$ 502 mil, no prazo de 45 dias da assinatura da avença. Tal cláusula, por consfituir título executivo extrajudicial, prescinde da arbitragem e autoriza a provocação do Judiciário para promover os atos de constrição, assegurados ao executado os meios processuais da defesa.
21- A cláusula arbitral é a convenção através da qual as partes em um contrato (nasce no momento inicial como medida preventiva) comprometem-se a submeter à arbitragem em face dos litígios eventualmente derivados do contrato. Sendo assim, uma cláusula de compromisso, necessariamente escrita, a respeito de litígio futuro e incerto. 
Os arts. 854e 855 do Código Civil admitem o uso dessa cláusula, em que as partes, prevendo divergências futuras, remetem sua solução a árbitros por elas indicados, que serão chamados para dirimir eventuais conflitos que surgirem. É um pacto adjeto dotado de autonomia conforme dispõe os artigos 8° da Lei n° 9.307/96 e 853 do CC, ou seja, mesmo ocorrendo nulidade ou outros vícios não implicam, necessariamente, em nulidade da cláusula compromissória. Além disso, o judiciário tem interpretado a cláusula arbitral como sendo uma simples promessa de constituir o juízo arbitral (RT763/210). O Supremo Tribunal Federal também segue o mesmo entendimento. (RT777/189).
O compromisso arbitral é a convenção bilateral pela qual as partes renunciam à jurisdição estatal e se obrigam a se submeter à decisão se árbitros por elas indicados, ou ainda o instrumento de que se valem os interessados para, de comum acordo, atribuírem a terceiro (denominado árbitro) a solução de pendências entre eles existente, sendo assim, um litígio atual e específico.
22- Cláusula Compromissória Vazia é aquela que somente determina que as disputas surgidas em razão do contrato serão resolvidas por arbitragem, mas não faz referência expressa às regras que conduzirão tal arbitragem. Tendo como consequência, caso as partes não concordarem quanto às regras da arbitragem, é facultado às partes que solicite ao Poder Judiciário que determine sobre a constituição do compromisso arbitral.
Já a Cláusula Compromissória Cheia é aquela que de forma expressa faz referência as regras que conduzirão eventual procedimento arbitral surgido do contrato que se diferenciam pelo preenchimento de todos os requisitos obrigatórios previstos no art. 10 da lei de arbitragem. Essa cláusula pode indicar uma câmara arbitral e seu regulamento ou regras particulares para guiar a resolução de eventual conflito, no entanto, a ausência da parte regularmente convocada ou sua discordância em firmar o compromisso arbitral não evita o início do procedimento arbitral e a solução da controvérsia através da arbitragem.
23- As partes não poderão recorrer ao judiciário de imediato, tendo em vista a autonomia da cláusula arbitra. Qualquer alegação de nulidade da clausula arbitral deverá ser alegada ao arbitro, ainda que a disputa verse sobre a existência, validade ou eficácia da clausula arbitral ou do compromisso arbitral. Qualquer questão envolvendo a invalidade, ineficácia ou nulidade da convenção de arbitragem, pelo princípio da competência, disposto nos arts. 8 e 20 da lei de arbitragem, deve ser levada inicialmente para decisão arbitral. Somente se o árbitro não reconhecer a pretensa invalidade, o poder judiciário poderá fazer o controle por meio da ação anulatória prevista nos arts. 32, I e II, e 33, § 1º, da lei de arbitragem
24- De acordo com o art. 13 da Lei de Arbitragem, qualquer pessoa capaz que goze confiança das partes pode ser árbitro. Apesar da lei mencionar que qualquer pessoa pode ser árbitro, o art. 95, p. único, I da Constituição Federal dispõe que o juiz togado não pode ser árbitro. Com relação à pessoa jurídica, a maioria da doutrina sustenta que não há a possibilidade de ser árbitro, somente pessoa natural. Contudo, há doutrinador que sustenta que a pessoa jurídica é dotada de capacidade de fato e personalidade jurídica. Portanto, seria possível que em determinados casos a pessoa jurídica fosse árbitro.
25- O arbitro é juiz de fato e de direito que tem o poder de proferir sentença com a mesma força de uma sentença judicial transitada em julgado. O arbitro tem o dever de imparcialidade, deve decidir sem se envolver com as partes. Deve ser independente, deve se manter distante das partes. Deve ser competente para decidir, deve conhecer da matéria que lhe é submetida. E ainda, tem o dever de discrição, deve ser discreto e não divulgar os conflitos que lhe são submetido s. O descumprimento de qualquer dos deveres impostos ao arbitro, por lei ou pela convenção de arbitragem a que o arbitro adere ao aceitar o mister, obriga-o a responder pelos danos que causar.
26) A Lei de Arbitragem equipara os árbitros aos funcionários públicos. Qual o conteúdo jurídico e qual o motivo (“mens legis”) dessa equiparação?
A equiparação entre os árbitros e os funcionários públicos está prevista no art. 17 da LA, visando que sejam gerados os mesmos efeitos aos dois no âmbito da legislação penal.
O legislador teve o intuito de imputar a mesma responsabilidade do juiz ao árbitro, visando maior segurança jurídica às partes para evitar desvios, corrupção e etc.
 27) O que significa, para a Lei de Arbitragem, “tribunal arbitral”? Por qual motivo o Tribunal Deontológico da OAB/SP veda ao advogado a expressão “tribunal arbitral” e qual a extensão dessa vedação ética? 
O Tribunal Arbitral é o colegiado de árbitros, tendo a arbitragem desenvolvida por mais de um árbitro, não se trata do local onde ocorre a arbitragem.
O Tribunal Deontológico da OAB/SP vedou a expressão para não causar confusão com o Poder Judiciário.
A extensão da vedação ética é que a arbitragem não pode ser exercida no mesmo local de um escritório de advocacia, tendo em vista que pode configurar captação de clientes, mas o advogado por ser árbitro.
28) Explique quais os critérios legais para escolha dos árbitros e do presidente do tribunal arbitral, inclusive na arbitragem multiparte. 
Em regra geral, os árbitros serão escolhidos conforme a cláusula arbitral das partes ou no compromisso arbitral, caso contrário serão escolhidos indiretamente conforme os critérios da entidade especializada.
No caso da arbitragem multiparte caberá à convenção de arbitragem ou supletivamente ao regulamento do centro de arbitragem.
29) Quais as razões que tornam alguém nomeado como árbitro impedido ou suspeito e, caso não revele a causa, como deve agir aquele que se sentir prejudicado pela nomeação do árbitro? Em outras palavras, explique a arguição de recusa do árbitro e seus pressupostos. 
Conforme o art. 14 da LA o árbitro possui o dever de revelar, antes da sua aceitação, os fatos que o impeça de ser árbitro do caso.
Haverá impedimento quando o árbitro for parte; caso o advogado da parte seja seu cônjuge ou tenha parentesco em linha reta ou colateral até terceiro grau; o árbitro integrar na administração de pessoa jurídica de parte da causa; caso a parte seja cliente do escritório do árbitro, do seu cônjuge ou possua parentesco e quando promover contra a parte ou seu advogado.
Haverá suspeição quando o árbitro for amigo íntimo ou inimigo da parte; quando a parte for credora ou devedora do árbitro, cônjuge ou de seus parentes; quando o árbitro for herdeiro ou empregador de uma das partes; receber ou ofertar presente das partes depois de iniciado o processo ou aconselhar as partes; se o árbitro estiver interessado no julgamento a favor a uma das partes ou se o árbitro se declarar suspeito por motivo íntimo.
Mesmo com tais circunstâncias as partes podem aceitar o árbitro, tendo em vista que não se trata de um juiz natural.
O árbitro tem o dever de revelar o motivo de sua recusa quando for instado a aceitar a nomeação. Se não o fizer, as partes poderão arguir a recusa, caso o árbitro não acate a recusa, a sentença arbitral poderá ser nula em arguição posterior ao procedimento arbitral, junto ao Poder Judiciário.
O árbitro poderá expressar a suspeição ou impedimento, podendo se escusar antes mesmo de aceitar.
30) Se deparando com a morte, incapacidade superveniente, recusa, reconhecimento de impedimento ou suspeição com o consequente afastamento do árbitro, qual a solução para o interessado iniciar ou dar continuidade à arbitragem? Existem hipóteses em que, nesses casos, a arbitragem resta extinta? Explique. (LARISSA)
Diante dessas circunstâncias o árbitro poderá ser substituído, caso as partes não concordem, ocorrerá a extinção do compromisso arbitral.
As partes podem convencionar expressamente a impossibilidade da substituição do árbitro ou concordar com a substituição nos termos do art. 16 da LA, devendoser seguida a vontade das partes e da convenção de arbitragem ou acordo entre as partes.
 No caso de não ser realizado acordo e inexistir disposição expressa, deverá o juiz escolher o novo árbitro.
31) Diferencie ação, processo e procedimento. Demais disso, discorra sobre o “procedimento arbitral”, sua liberdade e seus limites, notadamente decorrentes dos princípios impositivos.
R: Ação é o direito subjetivo de demandar para alcançar uma pretensão. Processo é a via pela qual se realiza a jurisdição, em face do exercício da ação, visando aplicar a norma. Procedimento é sequência de atos coordenados, materializando o processo no mundo jurídico. 
A arbitragem permite que as partes convencionem o procedimento que será adotado pelo árbitro na convenção, mas devem ser observados alguns limites, dentre eles os chamados princípios impositivos, que determinam a necessidade de respeito ao contraditório, a igualdade entre as partes, a imparcialidade do árbitro e o livre convencimento do árbitro. Caso as partes não convencionem, o árbitro será responsável por disciplinar o procedimento.
32) É obrigatória a audiência de conciliação ou a tentativa de conciliação das partes no procedimento arbitral? Explique.
R: Sim, a tentativa de conciliação é obrigatória no início do procedimento arbitral, conforme disposto no artigo 21, §4º da Lei de Arbitragem.
33) As partes precisam estar representadas por advogados na arbitragem? Como fica princípio da igualdade processual entre as partes nesse contexto?
R: Não é obrigatório a participação de advogado, conforme artigo 21, §3º. As partes podem constituir um advogado, mas caso não o façam, a ausência de advogado em qualquer ato tornará o ato nulo ou anulável.
34) Como se dá a interrupção da prescrição no procedimento arbitral? Compare com o mesmo fato no procedimento judicial e explique se há ou não possibilidade de interromper a prescrição sem que haja a instituição da arbitragem.
R: A prescrição se dá com a instituição da arbitragem, que é quando o árbitro aceita a incumbência, mas retroage até o momento em que foi feito o pedido de instauração.
Há a possibilidade de interromper a prescrição sem a instituição da arbitragem, através dos meios judiciais previstos no art. 202 do Código Civil.
 35) Sabe-se que na Lei de Arbitragem, nos casos de impedimento ou suspeição do árbitro, incompetência absoluta ou relativa, nulidade absoluta ou relativa da convenção de arbitragem, exige-se a alegação na primeira oportunidade e, bem assim, se o árbitro não acatar a alegação do prejudicado, a propositura de ação anulatória da sentença arbitral prolatada no prazo de 90 dias. Há uma falha grave na previsão legal. Qual é essa falha? Como resolvê-la sistematicamente? Explique e justifique.
A falha é a previsão de que incompetência e nulidade absolutas precisam ser alegadas na primeira oportunidade, sendo que, por serem normas cogentes, não são atingidas pela preclusão. Sistematicamente, ao se verificar uma nulidade ou incompetência no caso concreto, analisa-se para verificar se a mesma é relativa ou absoluta e, caso for absoluta, poderá ser alegada em outro momento, enquanto a relativa deverá ser alegada em primeira oportunidade
36) O que significa “relação de coordenação entre a arbitragem e o Poder Judiciário”? Qual a necessidade dessa coordenação? Explique as funções da “carta arbitral” nesse contexto.
A relação de coordenação entre a arbitragem e o poder Judiciário é a relação que decorre da necessidade de executar qualquer medida coercitiva originada no curso da arbitragem.
Nota-se a necessidade dessa coordenação entre arbitragem e o Poder Judiciário, pois é o órgão do Poder Judiciário que detém competência para executar as decisões proferidas pelo árbitro que, por sua vez, detém apenas poderes decisórios. Portanto, a arbitragem necessita do Poder Judiciário para dar eficácia à decisão arbitral.
Neste contexto, a carta arbitral é o instrumento processual por meio do qual o árbitro comunica o juiz do Poder Judiciário para que este, dotado de competência executório, determine o cumprimento da decisão arbitral ou algum ato necessário à arbitragem como, por exemplo, a oitiva de testemunhas.
37) Diferencie os aspectos probatórios no procedimento arbitral e no procedimento judicial.
O primeiro ponto que merece destaque refere-se à maior liberdade procedimental do processo arbitral, isto porque, o árbitro pode requerer documentos e informações de órgãos públicos com maior liberdade se comparado ao juiz do Poder Judiciário, inclusive, se bem entender, determinar a repetição de provas para o seu convencimento. 
Outro aspecto probatório de destaque é o fato de que qualquer prova é admitida no processo arbitral, mesmo que não seja uma prova tradicional no direito (prova típica do procedimento judicial). Portanto, é possível o discovery da common law, ou seja, o exame de documentos de negócio jurídico referido pela parte contrária.
Quanto à comunicação das partes para depoimento pessoal, bem como para depoimento das testemunhas, no procedimento arbitral, a comunicação tem forma livre sendo possível realizá-la de diversas formas desde que haja prova de comunicação e de recebimento.
Com relação à confissão, não tem o mesmo efeito que tem no procedimento judicial. É dizer, na arbitragem, o árbitro levará em consideração o comportamento da parte no momento da sentença, no entanto, não está obrigado a admitir fato verdadeiro se a parte, devidamente intimada, não comparecer. 
Por fim, quanto à oitiva das testemunhas, no procedimento arbitral, vale destacar a possibilidade da realização de tal ato por meios eletrônicos desde que acordado pelas partes, sem a necessidade das formalidades contidas no procedimento judicial.
38) As tutelas de urgência e de evidência são compatíveis com o procedimento arbitral? Explique e justifique. Quem defere e como são executadas essas medidas?
As tutelas de urgência e evidência são compatíveis com o procedimento arbitral.
Existe a possibilidade de Tutela Provisória de urgência, cautelares ou antecipadas com pedido antecedente que se dará antes da instalação da arbitragem. Nestes casos, o juiz togado que terá competência para deferir tal tutela e, se assim o fizer, o requerente providenciará o necessário para instalar a arbitragem. Assim que instalada, caberá ao arbitro manter, revogar ou modificar a referida tutela, não cabendo interposição de agravo.
É possível, também, a tutela por meio de pedido incidental, ou seja, com a arbitragem já instalada. Nesta situação, o arbitro é competente para deferir a tutela pleiteada. Nesse contexto, por meio de carta arbitral, é o juiz togado que viabilizará as decisões do arbitro, inclusive, se houver o deferimento de tutela.
39) Na arbitragem, a revelia conta com significado próprio e diverso daquele do procedimento judicial. Qual a diferença? Explique.
No procedimento judicial, a revelia resulta na presunção de veracidade das alegações de fato da parte contrária. Por outro lado, no procedimento arbitral, a revelia significa mera ausência da prática de ato, ou seja, sem qualquer efeito que vincule a decisão do árbitro (não há presunção de veracidade).
40) Explique como são comunicados os atos processuais e como se disciplina a questão do pagamento das despesas com a arbitragem, bem como a sucumbência.
Com relação à comunicação dos atos processuais, diferentemente do procedimento judicial, na arbitragem as partes disciplinam tal procedimento, ou seja, valerá aquilo que foi convencionado entra as partes.
Quanto ao pagamento de despesas, há necessidade de adiantamento de valores mediante aplicação de regras estipuladas pelas partes, ou, na ausência, por meio de regras específicas da entidade que administra a arbitragem ou, por fim, por meio de procedimento estipulado pelo árbitro.
Neste sentido, é o entendimento quanto à sucumbência, uma vez que a sentença arbitral decidirá sobre as despesas de cada parte, englobando, portanto, o pagamento de sucumbência.
41) É possível a intervenção de terceirosna arbitragem? Explique. 
É possível a intervenção de terceiros, porém há dois posicionamentos doutrinários com referência ao ingresso dos terceiros. Majoritariamente, a doutrina afirma que é necessária a concordância expressa das partes e dos árbitros para que o terceiro integre a lide, já a doutrina minoritária entende que tal concordância só é necessária na assistência simples.
 Capítulo V 
42) O que é sentença arbitral parcial? Qual a sua consequência? 
Sentença arbitral parcial é aquela que abarca apenas parte da pretensão, prosseguindo  o procedimento, sendo que sendo proferida, a parte interessada pode, desde logo, exigir o cumprimento daquilo que já foi decidido e prosseguir na parte que ainda dependa de decisão arbitral.
43) Toda sentença arbitral - condenatória, constitutiva ou declaratória - é passível de cumprimento forçado? Explique esse aspecto à luz da natureza da sentença prolatada e esclareça como se dá tal cumprimento. 
Toda sentença arbitral que constitua uma obrigação líquida de dar, fazer ou não fazer, independentemente da natureza, pode ser requerida perante o Poder Judiciário no caso de haver resistência da parte contra quem foi proferida.
O requerimento de cumprimento de sentença arbitral será levado a efeito por petição dirigida ao juízo que seria competente para julgar o mértio caso nçao houvesse a convenção de arbitragem, instruindo-a com cópia integral do processo arbitral, atribuindo o valor correspondente ao atribuído à sentença arbitral e requerendo a citação daquele contra quem a sentença foi prolatada. 
44) É possível a liquidação de sentença na arbitragem? Explique a possibilidade de sentenças ilíquidas à luz da possibilidade de sentenças parciais.
Não cabe liquidação de sentença no Poder Judiciário tendo em vista que o procedimento de liquidação implica a necessidade de provimentos que atingem o mérito. A sentença arbitral  deve ser líquida. A Lei de Arbitragem permite a prolação de sentenças arbitrais parciais e ainda estabelecem a regra de sentença líquida no sistema , sendo que no caso de não ser líquida a competência da liquidação será do árbitro e não do juiz togado, que deverá proferir a sentença parcial naquilo que puder e prosseguir com a liquidação da parte que nçao for possível e, desde logo, quantificar
 45) Ultrapassado o prazo para prolação da sentença arbitral, quais as consequências? Há necessidade de alguma providência pela parte que se sentir prejudicada pela demora? Explique. 
Se ultrapassado o prazo para sentença, notifica-se o árbitro para que profira a sentença no prazo de 10 dias e, não proferida no prazo, aquele que notificou, e apenas ele, poderá pleitear a nulidade da sentença proferida depois do prazo em razão da extinção do compromisso arbitral. Não sendo proposta a ação anulatória no prazo de até 90 dias, a sentença, mesmo extemporânea produz efeitos
46) Qual o prazo e quais as consequências do pedido de esclarecimentos no âmbito arbitral?
Quando da prolatação da sentença começa a correr o prazo de 5 dias (ou de outro acordado entre as partes) para pedido de esclarecimentos (“embargos de declaração”) em razão de erro material, dúvida fundada, omissão, contradição ou obscuridade, podendo ser atribuído o efeito modificativo. Se acolhidos os embargos, a rigor ocorrerá a alteração do resultado sentencial. Se não acolhidos, se inicia o prazo de 90 dias para o ajuizamento de ação anulatória.
47) Discorra sobre a nulidade da sentença arbitral, suas causas e incongruências no sistema.
A nulidade absoluta diz respeito aquelas que infringem normas de ordem pública, sendo o ato produzido considerado nulo. Neste caso, a sentença que ataca a nulidade será meramente declaratória e, como tal, não está sujeita à prescrição ou à decadência, produz efeitos ex tunc e não pode ser ratificado. Qualquer interessado pode alegá-la, bem como o Ministério Público (quando couber sua intervenção — art. 178 do CPC) ou até mesmo o juiz de ofício.
Já a nulidade relativa, afronta aos interesses individuais, sendo o ato produzido anulável. A sentença que ataca a nulidade será de desconstitutiva e produz efeitos ex nunc. Além disso, está sujeita à decadência de quatro anos nos casos de erro, dolo coação, estado de perigo, lesão e fraude contra credores e de dois anos nos demais casos, salvo lei que disponha diversamente. Só cabe ao interessado alegar a nulidade e o ato anulável poderá ser ratificado desde que expressa ou tacitamente.
A sentença arbitral poderá ser absoluta ou relativa, dependendo da causa. Por exemplo, se for nula a convenção de arbitragem, a nulidade será absoluta caso haja ausência de alguns dos requisitos do art. 10 da L.A no compromisso, se a sentença versar sobre direitos indisponíveis, incompetência absoluta do árbitro, não contiver os requisitos do art. 26 da L,A, forem desrespeitados os princípios impositivos do art. 21, parágrafo 2 da L.A.
A nulidade será relativa, por exemplo, se o compromisso ou cláusula compromissória tiverem sido assinados por pessoa relativamente incapaz, se há a incompetência ou capacidade relativa do árbitro, se a sentença for proferida fora dos limites da convenção de arbitragem, for proferida sentença fora do prazo.
48) Explique as características, a natureza jurídica e o procedimento da ação anulatória da sentença arbitral, inclusive a possibilidade de arguir a nulidade na impugnação ao cumprimento de sentença, esclarecendo a questão dos prazos nesses casos.
 
Características da ação anulatória da sentença arbitral: I) só terá possibilidade jurídica do pedido anulatório judicial depois da sentença arbitral, II) não se admite renuncia previa na convenção arbitral, III) a ação sera declaratória, se for caso de nulidade absoluta da sentença arbitral e, IV) a ação sera desconstitufiva se for caso de nulidade relafiva, aplicando-se prazo decadencial de 90 dias.
O procedimento da ação anulatória sera o comum, conforme artigo 318 e seguintes do CPC.
O prazo para arguir a nulidade na impugnação ao cumprimento de sentença sera de 90 dias, por uma leitura sistemática do artigo 33, SS I Q e 3 2 LA, prazo esse que não se aplica as causas de nulidade absoluta
49) Se o árbitro não decidir todo o litígio, qual a solução legal para o prejudicado? xplique, inclusive nos termos da alteração havida na redação original da lei de arbitragem nesse ponto.
De acordo com o artigo 33,S4Q, da LA, a parte interessada poderá ingressar em juízo requerendo a prolação de sentença arbitral complementar.
Nesse caso, caberá ação de obrigação de fazer pelo procedimento comum, com pedido de tutela provisoria de urgência, se for o caso, para imposição de multa diária afim de compelir o arbitro a prolatar a sentença arbitral.
Cap'tulo VI
50) Por qual razão é necessária a homologação de sentença arbitral estrangeira? Qual o rocedimento e qual a competência?
A homologação da sentença arbitral estrangeira é necessária, pois o sistema brasileiro exige por norma constitucional, descrito no artigo 105, I, 1 , da CE Ademais, a sentença arbitral estrangeira, assim como as sentenças judiciais estrangeira, também é sentença e, nesta medida, é abarcada pelo comando constitucional.
O procedimento de homologação esta disposto no artigo 37, da LAJ artigo 319 c/c artigos 960 a 965, do CPC e Resolução 9/2005 STJ. A petição é dirigida ao Presidente do STJ, 
Capítulo VII
51) O que significa "sociedade da informação"? Qual a relação possível entre a arbitragem e a "sociedade da informação"? Explique:
É A NOVA SOCIEDADE, OU SEJA, AQUELA PAUTADA PELAS NOVAS TECNOLOGIAS,
PERMITINDO ACESSAR GRANDE NÚMERO DE INFORMAÇÕES GERADAS PELOS ATORES
SOCIAIS DE MANEIRA SIMPLES E CÉLERE. EM RAZÃO DA ESPECIALIZAÇÃO DO ÁRBITRO E DA POSSIBILIDADE DE ESCOLHA DAS REGRAS APLICÁVEIS, O DIREITO DIGITAL PODE
SERVIR AO DIREITO ARBITRAL, COLABORANDO COM O APRIMORAMENTO JURÍDICO DA
CELERIDADE PROCEDIMENTAL NESSE NOVO TERRITÓRIO DA SOCIEDADE DA
INFORMAÇÃO) RESSALTANDO QUE A CELERIDADE É UMA DAS GRANDES VANTAGENS DA ARBITRAGEM»
52) Qual a diferença entrea mediação e a conciliação? Essa diferenciação é estanque? aça a sua análise à luz da regulamentação empreendida pela Lei de Mediação e pelo Código de Processo Civil.
MEDIAÇÃO É A ATIVIDADE TÉCNICA EXERCIDA POR UM TERCEIRO
IMPARCIAL E SEM PODER DECISÓRIO, QUE, ESCOLHIDO OU ACEITO
 PELAS PARTES, AS AUXILIA E ESTMULA A IDENTIFICAR OU
DESENVOLVER SOLUÇÕES CONSENSUAIS PARA A CONTROVÉRSIA. JÁ A
CONCILIAÇÃO É A TENTATIVA, FEITA PELO CONCILIADOR, DE OBTENÇÃO DA SOLUÇÃO DOS CONFLITOS APENAS SUGERINDO A SOLUÇÃO, SENDO QUE AS PARTES DEVEM ANUIR COM ESSA SOLUÇÃO.
DE ACORDO COM O ARTIGO 165, PARÁGRAFOS 20 E 3 0 DO cpc, OS
CENTROS JUDICIÁRIOS DE SOLUÇÃO CONSENSUAL DE DEMANDAS SÃO
RESPONSÁVEIS PELA NEDIAÇÃO E CONCILIAÇÃO, HAVENDO, EM REGRA, ESTRANHA DETERMINAÇÃO PARA QUE HAJA A UTILIZAÇÃO DA
MEDIAÇÃO (QUANDO HOUVER VÍNCULO ANTERIOR ENTRE AS PARTES) E CONCILIAÇÃO (QUANDO NÃO HOUVER VÍCULO ANTERIOR ENTRE AS PARTES).
53) Entre os princípios da mediação e da conciliação está o "princípio da decisão informada". No que ele consiste e qual a sua importância?
O PRINCÍPIO DA DECISÃO INFORMADA TRAZ QUE AS PARTES DEVEM SER
DEVIDANfENTE INFORMADAS DOS FATOS E DOS DIREITOS QUE AS
CERCAM, ALÉM DAS CONSEQUÊNCIAS DA SOLUÇÃO ESCOLHIDA PARA O CONFLITO, PARA QUE, POSTERIORMENTE, NÃO SEJAM SURPREENDIDAS POR ALGO QUE DESCONHECIAM.
54) Explique os requisitos impostos por lei para que alguém possa ser conciliador. Qual discussão existente acerca da formação dos conciliadores e dos mediadores em razão do CPC e da Lei de Mediação? Explique e dê a sua opinião.
TANTO AO CONCILIADOR JUDICIAL (ARTIGOS 165 A 175 E 334, CPC) COMO AO EXTRAJUDICIAL APLICAM-SE AS REGRAS, POR EXTENSÃO, DA LEI
13.140/2015 E REQUER-SE, PREFERENCIALÀENTE, A FORMAÇÃO JURÍDICA.
PRECISA, AINDA, DE UM CADASTRO NACIONAL E NO TRIBUNAL DE ATUAÇÃO SE FOR JUDICIAL, ALÉM DA REALIZAÇÃO DE UM CURSO DE CAPACITAÇÃO.
O CONCILIADOR PODE SER ESCOLHIDO LIVRENENTE PELAS PARTES,
 
MESMO SEM CADASTRO E, SE NÃO FOR ESCOLHIDO, SERÁ NDICADO POR
DISTRIBUIÇÃO (ARTIGO 168, PARÁGRAFO 1 0, CPC). JÁ O NEDIADOR DEVE SER ESCOLHIDO PELAS PARTES OU DESIGNADO PELO TRIBUNAL NO
CASO DE SER JUDICIAL (ARTIGO 40, LEI 13.140/2015). OUTRA DISCUSSÃO É 
SOBRE A EQUIPARAÇÃO APENAS DO MEDIADOR COM O FUNCIONÁRIO
PÚBLICO PARA FINS PENAIS, DE ACORDO COM O ARTIGO 80 DA LEI DE 
MEDIAÇÃO. NA NOSSA OPnq1ÃO, ESSE POSICIONANENTO É VÁLIDO, POIS, COM A AUSÊNCIA DE PREVISÃO EXPRESSA, NÃO É POSSÍVEL EQUIPARAR O CONCILIADOR EM RAZÃO DO PRINCÍPIO DA LEGALIDADE PENAL. 
 
55) É possível escolher o mediador/conciliador? Diferencia a mediação/conciliação judicial e extrajudicial nesse contexto.
Sim, é possível às partes escolher tanto o mediador, quanto o conciliador, seja no âmbito judicial ou extrajudicial. De acordo com o art. 42 da Lei 13,140/2015, os mediadores devem ser escolhidos pelas partes ou designados pelo tribunal em caso de mediação judicial (art, 168, SI Q do Novo CPC).
O conciliador/ mediador judicial é aquele que atua como auxiliar da justiça nas audiências de conciliação (art, 334 do CPC/73 ou artigos 165 a 175 do Novo CPC/15)R Enquanto a mediação/ conciliação extrajudicial é aquela que ocorre fora do âmbito do processo judicial
Vale ressaltar que o conciliador judicial em razão do "princípio da decisão informada", é necessária formação superior (não necessariamente jurídica), nos termos do art. 11. da Lei 13,.140/2015. Enquanto, os mediadores extrajudiciais não necessitam de qualquer formação superior, bastando a confiança das partes (art. 9 2 da Lei 13. 140/2015).
56) Como se dá o pagamento dos conciliadores e dos mediadores?
Nos termos dos artigos. 169 do Novo CPC e artigo 12 da Lei 13.140/2015, os conciliadores e mediadores serão pagos nos termos da tabela fixada pelo Tribunal, conforme os parâmetros estabelecidos pelo CNJ. Para as câmaras privadas de mediação e conciliação cadastradas, o tribunal determinará o percentual mínimo de gratuidade.
57) Discorra sobre o procedimento de conciliação e de mediação e, bem assim, sobre a rmação do título executivo e seus requisitos no caso de mediação ou de conciliação que resultarem em transação.
Preliminarmente, faz-se válido salientar que as regras básicas da conciliação e mediação estão previstas no Capítulo V do Novo Código de Processo Civil (artigo 334). O novo Código Processual, não tratou especificamente do procedimento da conciliação, assim, as regras de mediação, trazidas pela Lei 1.3* 140/2015, devem ser aplicadas, por extensão, à conciliação.
O procedimento da mediação está previsto na Lei 13. 140/2015. Considera instituída a mediação na data que foi marcada a primeira reunião de mediação, sendo recomendável a assinatura do termo inicial. Uma vez instituída a mediação, ocorrerá a suspensão do prazo prescricional) até o termo final da mediação e, a suspensão de eventual processo judicial ou arbitral
De acordo com o art. 334, S9 Q do Novo CPC, a mediação ou conciliação no curso do procedimento judicial é obrigatória a presença de um advogado, ainda que nomeado «ad hoc". Mesmo que não haja homologação por sentença, a transação representará título executivo extrajudicial Cart- 784, IV do Novo CPC)- Se houver homologação, facultativa ou por requerimento da parte, o título será executivo judicial, nos termos do Artigo 20, parágrafo único da Lei 13140/2015 e do Art. 515, II do Novo CPCu
Quando tratar-se de procedimento extrajudicial, a presença do advogado é facultativa na mediação/ conciliação, contudo para que seja constituído título executivo extrajudicial, é necessária a assinatura do advogado se o conciliador/mediador não for credenciado pelo tribunal (art- 784, IV do Novo CPC).
58) Discorra sobre a mediação e a conciliação no direito público.
O artigo 32 da Lei 13.140/2015 e o Art. 174 do Novo CPC preveem a possibilidade de conciliação ou mediação por meio de Câmaras de Mediação e Conciliação; quando os conflitos ocorrerem entre particulares e a União, Estados ou Municípios.
 	— 	 
O procedimento mediador/conciliatório será instaurado após o órgão ou entidade pública emitir seu juízo de admissibilidade, que suspenderá a prescrição, retroagindo à data de formalização do pedido de resolução consensual do conflito (arta 3$ SI Q da Lei 13.140/2015).
Vale salientar que não se aplica a resolução consensual de conflitos envolvendo pessoas jurídicas de Direito Público, às controvérsias que devem ser dirimidas mediante atos ou concessões de direitos sujeitos a autorização do Poder Legislativo (art- 32, 542 da Lei 13.140/20.15).

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