RESPOSTA À ACUSAÇÃO (2)

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA 2ª VARA CRIMINAL DA COMARCA DE ___ 
 
 
 
 
PROCESSO CRIMINAL Nº ......... 
 
 
 
 
 
MATEUS (NOME COMPLETO), JÁ QUALIFICADO NOS AUTOS DO PROCESSO EM EPÍGRAFE, VEM ATRAVÉS 
DO SEU ADVOGADO QUE A ESTA SUBSCREVE (PROCURAÇÃO EM ANEXO), TEMPESTIVAMENTE, 
APRESENTAR 
 
RESPOSTA À ACUSAÇÃO 
 
COM FUNDAMENTO NO ARTIGO 5º, INCISO LV, DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL 
DE 1988 E ARTIGO 396-A, DO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL, PELOS FATOS E FUNDAMENTOS A SEGUIR 
EXPOSTOS. 
 
I. DOS FATOS 
 
O ACUSADO FOI DENUNCIADO PELO MINISTÉRIO PÚBLICO COMO INCURSO NAS PENAS PREVISTAS NO 
ARTIGO 217-A,§1º, c/c ARTIGO 234-A, AMBOS DO CÓDIGO PENAL, POR CRIME PRATICADO CONTRA A 
PARTE AUTORA, DE 19 ANOS DE IDADE. 
NA PEÇA ACUSATÓRIA, A CONDUTA DELITIVA ATRIBUÍDA AO ACUSADO FOI NARRADA NOS SEGUINTES 
TERMOS: NO MÊS DE AGOSTO DE 2016, EM DIA NÃO DETERMINADO, O RÉU DIRIGIU-SE À RESIDÊNCIA DE 
MAÍSA, ORA VÍTIMA, PARA ASSISTIR, PELA TELEVISÃO, A UM JOGO DE FUTEBOL. NAQUELA OCASIÃO, 
APROVEITANDO-SE DO FATO DE ESTAR A SÓS COM A VÍTIMA, O DENUNCIADO CONSTRANGEU-A A 
MANTER COM ELE CONJUNÇÃO CARNAL, FATO QUE OCASIONOU A GRAVIDEZ DA VÍTIMA, ATESTADA EM 
LAUDO DE EXAME DE CORPO DE DELITO. CERTO É QUE, EMBORA NÃO SE TENHA VALIDO DE VIOLÊNCIA 
REAL OU DE GRAVE AMEAÇA PARA CONSTRANGER A VÍTIMA COM ELE A MANTER CONJUNÇÃO CARNAL, 
O DENUNCIADO APROVEITOU-SE DO FATO DE MAÍSA SER INCAPAZ DE OFERECER RESISTÊNCIA AOS SEUS 
PROPÓSITOS LIBIDINOSOS ASSIM COMO DE DAR VALIDAMENTE O SEU CONSENTIMENTO, VISTO QUE É 
DEFICIENTE MENTAL, INCAPAZ DE REGER A SI MESMA. 
OCORRE QUE O ACUSADO NÃO SABIA QUE A VÍTIMA ERA DEFICIENTE MENTAL, QUE JÁ A NAMORAVA 
HAVIA ALGUM TEMPO, QUE SUA AVÓ OLINDA, E SUA MÃE, ALDA, QUE MORAM COM ELE, SABIAM DO 
NAMORO E QUE TODAS AS RELAÇÕES QUE MANTEVE COM A VÍTIMA ERAM CONSENTIDAS. 
INTA SALIENTAR QUE NEM A VÍTIMA E NEM A FAMÍLIA DELA QUISERAM DAR ENSEJO À AÇÃO PENAL, 
TENDO O PROMOTOR, SEGUNDO O RÉU, AGIDO POR CONTA PRÓPRIA. 
POR FIM, O ACUSADO INFORMA QUE NÃO HAVIA QUALQUER PROVA DE DEBILIDADE MENTAL. 
 
II. DA AUSÊNCIA DE REPRESENTAÇÃO (ARTIGO 564, INCISO III, ALÍNEA A, DO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL 
 
EM DETERMINADAS SITUAÇÕES, O MINISTÉRIO PÚBLICO SOMENTE PODE DENUNCIAR MEDIANTE 
REPRESENTAÇÃO DA VÍTIMA. É CHAMADA DE AÇÃO PENAL PÚBLICA CONDICIONADA À REPRESENTAÇÃO 
DE PROCEDIBILIDADE. 
DIANTE DA AUSÊNCIA DE REPRESENTAÇÃO, É INCABÍVEL QUE O MINISTÉRIO PÚBLICO OFEREÇA A 
DENÚNCIA, AINDA QUE TENHA ELEMENTOS INFORMATIVOS SUFICIENTES SOBRE A AUTORIA E 
MATERIALIDADE DO CRIME. 
SE O MINISTÉRIO PÚBLICO IGNORA O FATO DE NÃO HAVER REPRESENTAÇÃO DO OFENDIDO, IMPÕE-SE O 
RECONHECIMENTO DA NULIDADE DO PROCESSO DESDE SEU INÍCIO. PORTANTO, HÁ NULIDADE 
ABSOLUTA POR FALTA DE JUSTA CAUSA, ANTE A AUSÊNCIA DE SUPORTE MÍNIMO PROBATÓRIO, EM 
CONFORMIDADE COM O ARTIGO 225, DO CÓDIGO PENAL. 
 
III. DA AUSÊNCIA DE PROVA PERICIAL SOBRE A DEFICIÊNCIA MENTAL 
 
DEVEMOS NOS ATENTAR PARA O FATO DE QUE O RÉU DESCONHECIA A ALEGADA CONDIÇÃO DE TRATAR-
SE A VÍTIMA DE DÉBIL MENTAL, SENDO ESTE UM DOS REQUISITOS PREVISTOS EM LEI PARA QUE SE 
PRESUMA A VIOLÊNCIA. DE ACORDO COM A REDAÇÃO ANTIGA DO ARTIGO 224, DO CÓDIGO PENAL. 
NÃO SENDO A DEBILIDADE APARENTE E, PORTANTO, DESCONHECIDA PELO RÉU, OS ATOS SEXUAIS, NAS 
CIRCUNSTÂNCIAS EM QUE FORAM PRATICADOS, DERAM-SE DE FORMA NÃO CRIMINOSA POR MANIFESTA 
ATIPICIDADE. NÃO BASTASSEM TAIS CIRCUNTÂNCIAS, COMPULSANDO OS AUTOS, OBSERVA-SE AINDA A 
INEXISTÊNCIA DE LAUDO PERICIAL COMPROVANDO A ALEGADA DEBILIDADE MENTAL, QUE ALIÁS, NÃO 
PODE SER PRESUMIDA, EM CONFORMIDADE COM O ARTIGO 156, DO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL E O 
PRINCÍPIO DA INOCÊNCIA. 
 
IV. DA ATIPICIDADE DA CONDUTA 
 
VALE RESSALTAR AINDA QUE O CRIME IMPUTADO AO RÉU É UM CRIME DOLOSO, ONDE É EXIGIDO QUE 
O AUTOR TENHA CONHECIMENTO DOS ATOS PRATICADOS. TODAVIA, EM NENHUM MOMENTO, O 
AGENTE TEVE CIÊNCIA DO ESTADO DA VÍTIMA. ESTADO ESSE QUE NÃO SE SABE SER VERDADEIRO OU NÃO, 
UMA VEZ QUE NÃO HÁ NENHUM TIPO DE LAUDO PARA COMPROVAÇÃO DO ESTADO MENTAL DA VÍTIMA. 
ASSIM, HÁ ATIPICIDADE POR AUSÊNCIA DE DOLO, POIS AGIU EM ERRO DE TIPO, NOS TERMOS DO ARTIGO 
20 DO CÓDIGO PENAL. 
 
V. DO PEDIDOS 
 
POR TODO O EXPOSTO, REQUER A VOSSA EXCELÊNCIA: 
 
A) A ABSOLVIÇÃO SUMÁRIA DO RÉU COM FUNDAMENTO NO ARTIGO 397, INCISO III, DO CÓDIGO DE 
PROCESSO PENAL DIANTE DA ATIPICIDADE DA CONDUTA; 
B) NÃO ENTENDENDO, ASSIM REQUER O RECONHECIMENTO DA NULIDADE PREVISTA NO ARTIGO 564, 
INCISO III, DO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL; 
C) SUBSIDIARIAMENTE, REQUER A ELABORAÇÃO DE PERÍCIA MÉDICA NA SUPOSTA VÍTIMA E A OITIVA DA 
MESMA. 
 
 
PEDE DEFERIMENTO. 
LOCAL E DATA. 
ADVOGADO/OAB 
 
 
ROL DE TESTEMUNHA 
1 - NOME (QUALIFICAÇÃO) 
2 - NOME (QUALIFICAÇÃO) 
3 - NOME (QUALIFICAÇÃO)