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ORÇAMENTO, PLANEJAMENTO E CONTROLE DE OBRAS. AZENIL DE CARVALHO FILHO INTRODUÇÃO – AULA 1 A Construção Civil é um setor industrial de importante estratégia para a economia, apresentando sérias deficiências em seus processos de gestão e, portanto, necessita cada vez mais de ferramentas que auxiliem os profissionais atuantes na área. O Processo Construtivo forma um conjunto de atividades multidisciplinares e rotineiras de um cronograma sequencial que algumas vezes não se tornam práticas constantes devido a alguns contratempos existentes, destinadas a cumprir uma determinada meta, caracterizadas por um início e um fim, delimitadas no tempo, compatibilizadas no custo e otimizadas no desempenho técnico e produtivo.. Assim, gerenciá-lo significa utilizar recursos materiais, financeiros e humanos, empregados de acordo com o escopo de trabalho pré-estabelecido em um plano que fixa datas, um planejamento que define prioridades e um controle para garantir sua qualidade assegurando o lucro e o prazo de execução, almejando técnicas construtivas que ofereçam rapidez, economia e redução da geração de resíduos O mercado da Construção Civil está cada vez mais exigente, sempre buscando a qualidade e o menor custo. Uma obra para ser bem executada e gerar lucros para construtora, necessita, antes de tudo, de um bom planejamento e gerenciamento em todas as suas etapas, principalmente em sua fase projetual. Vieira Netto (1988) afirma que “o gerenciamento geral compreende a atuação sobre as áreas de: Projetos; Recursos Financeiros e Construção.”. Todavia, agrupa-se estes itens de acordo com seu encadeamento temporal de implantação na obra, que ocorre em três diferentes fases: Planejamento, Programação e Controle. PLANEJAMENTO O planejamento é fundamental na vida de todas as pessoas, seja no ambiente profissional, familiar ou pessoal, podendo interferir de maneira positiva ou negativa, modificando-se conforme sua necessidade. No âmbito da construção civil não é diferente. Porém, este processo consiste, basicamente, em uma análise minuciosa da lógica construtiva do empreendimento, relacionando todas as suas partes a um detalhado estudo de todos os métodos, materiais e práticas construtivas. Passando a cumprir um papel fundamental nas empresas, o planejamento e o controle têm um forte impacto no desempenho da função de produção. Inúmeros estudos realizados no Brasil e no exterior comprovam este fato, indicando que deficiências relacionadas a este assunto estão entre as principais causas da baixa produtividade do setor, de elevadas perdas, da baixa qualidade de produtos e no grande atraso na entrega dos empreendimentos. Segundo Formoso (1991), planejamento é o processo de tomada de decisão que envolve o estabelecimento de metas e dos procedimentos necessários para atingi-las, sendo efetivo quando seguido de um controle. FERRAMENTAS No atual estágio da construção, não se pode mais dispensar o auxílio de computadores no planejamento, projeto, gerenciamento e acompanhamento das obras. Assim sendo, um número imenso de softwares vem sendo desenvolvido para cada uma dessas diferentes atividades, convergindo sempre para o mesmo ponto: melhoria da qualidade e aumento da produtividade na ação de construir (THOMAZ, 2001 p.277). Franco (1993) lembra que a etapa de concepção é de fundamental importância, visto que não existem soluções construtivas que sejam padronizadas. As soluções devem estar submetidas tanto às condições da cultura e da economia dos locais onde vão ser aplicadas, quanto ao perfil e à estrutura da empresa que a aplicará. O autor também reforça que o desrespeito a esses condicionantes levará a erros graves de concepção e ao inevitável insucesso. No mesmo sentido, Almeida (1990) afirma que “está exaustivamente comprovado que, em qualquer projeto, as etapas de concepção e planejamento, têm peso decisivo no desenvolvimento de fases seqüentes e no resultado final”. É necessário que se faça um planejamento inicial para a obra desde a elaboração de seus projetos até a sua execução e entrega, de modo que se evitem os excessivos gastos presentes na construção civil, que variam dos insumos de materiais à Mão-de-obra. Um planejamento pode ser definido como uma sequência de atividades ou eventos, com início e fim, definidos e dirigidos por pessoas que se destinam a alcançar um dado objetivo dentro de parâmetros de custo, tempo, recursos e qualidade. Todavia é único, mesmo que haja alguma similaridade com um empreendimento executado, há características específicas e diferenciadoras. Segundo Araújo (2005), o controle gerencial nada mais é que a comparação sistemática entre o previsto e o realizado, tendo como objetivo fornecer subsídios para as análises físicas, econômicas e financeiras e estabelecer critérios lógicos para a tomada de decisões. Para Varalla (2003), planejar é um processo de previsão de decisões que envolve o estabelecimento de metas e a definição dos recursos necessários para atingi-las, enquanto que controlar é acompanhar o que foi planejado, de forma a subsidiar a tomada de decisões apropriadas. Sendo assim, é notório que Planejamento e controle são atividades essenciais em qualquer ramo de atividade econômica. A ausência de planejamento em uma obra atrapalha seu desenvolvimento, podendo apresentar, desta maneira, dificuldades administrativas, financeiras e/ou executivas. Cabe, portanto, ao engenheiro encontrar soluções para evitar e/ou minimizar as dificuldades encontradas na obra, dando seguimento a execução sem permitir que estes contratempos venham intervir de forma negativa no andamento da construção. Sabe-se que na construção civil há muito desperdício de material, falta de controle das etapas, gastos excessivos e muitas vezes desnecessários, deficiências que atrapalham o andamento da obra, distanciando-se do almejado. Logo, é fundamental elaborar um planejamento de obra, indicando os principais pontos críticos, para que, assim, os obstáculos e contratempos que ocorrerem possam ser, se não solucionados, minimizados, dando continuidade ao andamento da construção sem nenhuma intervenção. PLANEJAMENTO Com o avanço da tecnologia no ramo construtivo surgem novas técnicas, procedimentos, métodos e processos que conduzem a necessidade de que sejam efetuadas mudanças, particularmente, no setor estratégico e na visão sistêmica, direcionando, sem qualquer dubiedade, a implementação de tecnologias de informação que possam proporcionar um ambiente integrado e produtivo. Desta maneira, faz-se necessário instigar primeiramente a conscientização do caráter imprescindível de tais mudanças de posicionamento para depois partir efetivamente para a transformação. o planejamento se constitui atualmente em um dos principais fatores para o sucesso de qualquer empreendimento. Na construção civil, é essencial um sistema que possa canalizar informações e conhecimentos dos mais diversos setores e, em seguida, direcioná-los de tal forma que todas essas informações e conhecimentos possam ser utilizados pela empresa, sendo a realimentação do sistema uma de suas características. DEFINIÇÕES - PLANEJAMENTO O planejamento é uma função de apoio à coordenação das várias atividades de acordo com os planos de execuções, de modo que os programas preestabelecidos possam ser atendidos com economia e eficiência. Dessa feita, o planejamento é a definição do momento em que cada atividade deve ser concluída e o desenvolvimento de um plano de produção que mostre as entregas das atividades conforme necessidade e ordem de execução. Além disso, o mesmo é responsável em demonstrar o tipo de atividade a ser executada, quando executar, os sistemas construtivos e os recursos utilizados Planejamento pode ser definido como um método de decisão adotada, realizado para antecipar uma ação futura almejada, usando de meios eficazes para materializá-la. O objetivo do planejamento é reduzir o custo, juntamente com o tempo de execução dos projetos e as incertezas relacionadas ao seu escopo. O planejamento é consideradocomo processo de tomada de decisão que resulta em um conjunto de ações necessárias para transformar o estágio inicial de um empreendimento em um desejado estágio final. O planejamento é a ferramenta administrativa que permite compreender a realidade, avaliar os caminhos, organizar um referencial futuro, estruturando o caminho adequado e reavaliar todo o processo a qual o mesmo se destina, sendo, portanto, a parte racional da ação. Com relação à elaboração do projeto básico, que serve como fundamento para as concorrências, o projetista desenvolve o planejamento geral do empreendimento, considerando todos os elementos disponíveis. É nesta fase onde são gerados os números para serem gerenciados a fim de cumprir os objetivos do gerenciamento. O planejamento requer muito tempo para a sua elaboração, exige profissionais com ampla experiência no ramo, representa um trabalho intenso – mesmo para as pessoas com experiência considerável – e deve ser elaborado no canteiro, utilizando-se das equipes mobilizadas. Caso o planejamento venha a ser elaborado nos escritórios centrais das empresas interessadas, por equipes afastadas dos problemas a serem enfrentados, certamente, conterá imperfeições O planejamento é essencial para o sucesso de um empreendimento, sua importância aumenta quando, na sociedade, existe pouca disponibilidade de recursos, instabilidade no mercado, entre outros obstáculos. O planejamento da construção torna-se indispensável para que se canalize informações e conhecimentos, direcionado à utilização nas execuções dos serviços da construção civil. Em função destas situações, é fundamental a criação de um sistema capaz de garantir o perfeito cumprimento das metas preestabelecidas para a execução da obra. O planejamento tem várias funções, entre elas a de servir como assessor para aquisição de materiais, para fechamentos de contratos, para orientações técnicas nas aplicações de materiais ou nas execuções de serviços O planejador, antes de tudo, deve deixar claro que planejamento não é adivinhação. As principais funções do planejamento são: orientar, estudar, definir os métodos construtivos e o caminho crítico, dimensionar os recursos, e detectar as dificuldades da obra em tempo. A sua essência assessorial à produção pesa significativamente para acentuar a diferença entre obra bem ou mal administrada. O resultado de todo o trabalho deverá ser o mais conciso e simples possível. Aqueles que contêm excesso de detalhes, inúteis à produção, são os mais cheios de falhas, sendo assim com maiores possibilidades de não serem acompanhados e se converterem em malogro e duras críticas. A linguagem deve ser a mais abrangente e natural, para ser entendida pelos envolvidos. Em outras palavras: o planejamento deve ser simples o bastante para que o mestre-de-obras possa entender, e sintético o suficiente para o presidente da empresa ter tempo para isto. O ato de planejar requer muito tempo e conhecimento específico, o planejador, por sua vez, deve ter experiência principalmente no canteiro de obras, pois os fundamentos que se tem nas referências bibliográficas de consumo de material, produtividade e quanto às técnicas construtivas são apenas um parâmetro, sendo assim, para se executar um planejamento da forma mais adequada, é de suma importância a experiência no canteiro de obra, haja vista que é neste ambiente que ocorrem os problemas. No papel tudo ocorre perfeitamente, não apresentando dificuldades nem empecilhos, mas quando começa a implantação das técnicas e procedimentos, surgem as dificuldades que antes eram invisíveis Pode-se verificar como o planejamento e controle (físico-financeiro) de uma obra estão diretamente ligados a outros setores importantes para todo o tipo de empreendimento. O planejamento da obra é parte de um processo que tem interfaces com outros processos e sistemas internos da empresa, conforme fluxograma na Figura 1. Estrutura de um setor de Planejamento técnico Na fase inicial - planejamento -, devem ser desenvolvidos o memorial descritivo, as especificações técnicas (definindo as características dos materiais e serviços), o caderno de encargos (que estabelece as normas técnicas e de conduta a serem seguidas) e o orçamento. A seguir serão apresentadas as etapas de um planejamento. ESTUDOS PRELIMINARES DA OBRA Para que se possa dar início ao planejamento de uma obra, faz-se necessário efetuar estudos preliminares do empreendimento. É importante também analisar a viabilidade técnica e econômica da construção, que vai desde a escolha do local a estudos geotécnicos e topográficos, para verificar se há alguma interferência significativa que possa vir a trazer problemas futuros, de tal modo que comprometa a margem de lucro esperada. Também se deve montar um cronograma para atendimento das datas de início e fim, fixadas pelo proprietário. Para começar a um projeto, deve-se, primeiramente, fazer o planejamento dos serviços iniciais, iniciando com o levantamento de informações gerais, que serão indispensáveis para a elaboração da planilha orçamentária, a qual determinará em parte a viabilidade do empreendimento. o planejamento deve ser desenvolvido de forma acentuada, desde os primeiros estudos que envolvem o empreendimento, procurando-se as melhores alternativas para orientar as decisões. Além das características reais de cada projeto, devem ser discutidos: FATORES A SEREM CONSIDERADOS NO PLANEJAMENTO • Escopo dos serviços; • Local de execução dos serviços, facilidades e dificuldades dos locais; • Prazos de mobilização, de execução dos serviços, e desmobilização; • Documentos integrantes do pedido (projetos, Especificações, planilhas de quantidades, etc.); • Atribuições e responsabilidades da contratada – relativas à execução dos serviços, à mão-de-obra, fornecimento de materiais e equipamentos; • Atribuições e responsabilidades da contratante; • Sistema de contratação e pagamento; • Reajuste de preços; • Critério de medição dos serviços executados; • Critério de aceitação dos serviços; • Considerações sobre serviços extracontratuais; • Cláusulas relativas à multa; • Critérios de garantia dos serviços; • Critérios de rescisão contrato. MEMORIAL DESCRITIVO Memorial Descritivo É parte integrante dos contratos de compra e venda na planta ou em construção, descrevendo minuciosamente o que está sendo comprado. Precisam constar no memorial a metragem da área privativa, de uso comum e total, o sistema de localização da vaga na garagem (privativas ou área comum), os acabamentos e sua qualidade, com a especificação de fabricantes ou marca dos materiais. Deve fornecer uma visão global da obra identificando todos os seus elementos construtivos com clareza. Seu objetivo é resumir as etapas para racionalizar o período do planejamento, evitando as perdas qualitativas e quantitativas ao empreendimento, podendo ser feita uma compactação, de forma que no Memorial Descritivo contenha as referências dos materiais, equipamentos e especificações técnicas. GERENCIAMENTO DE PROJETOS Gerenciamento de projetos é a aplicação de conhecimentos, habilidades, ferramentas e técnicas nas atividades de um projeto, objetivando atender ou exceder as necessidades e expectativas do cliente e de nossa empresa, naquele projeto. Um projeto é constituído por cinco fases distintas, que compõem o ciclo de vida do mesmo, que são: Iniciação, planejamento, controle, execução e finalização. CICLO DE VIDA DE UM PROJETO
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