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COLÉGIO TÉCNICO DE LIMEIRA - COTIL LABORATÓRIO DE ENFERMAGEM ANO 2017 2 UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS COLÉGIO TÉCNICO DE LIMEIRA DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM DISCIPLINA: LABORATÓRIO DE ENFEMAGEM Professoras Responsáveis Daniele Cristina Zuza Renata Luiz da Silva Barbosa Autoras Daisy Rodrigues Pommer Eliane Covre Rebolla Marilene Alice da Cunha dos Santos Colaboração Aline Salheb Alves Pivatti Andréa dos Santos Fonseca Andreza Silvestrin Avani M. L. Bertolini Beatriz J. Ferreira Clarice C. Pereira Cláudia Rossi Cristina M. D. G. Uhlmann Débora C. M. Alves Luiza H. Ribeiro Márcia Regina Prada Marla G. Carriti Mônica Aguiar Priscila Luders Rosângela B. T. Mathias Tânia M. Bernardo 3 ÍNDICE PROCEDIMENTOS PÁGINA Manual de Técnicas Básicas - O cliente e a enfermagem ...................................................................04 Introdução às Técnicas Básicas ...................................................................05 Higiene das mãos ...................................................................07 Técnica de lavagem das mãos ...................................................................08 Infecção Hospitalar ...................................................................11 Precauções Universais ...................................................................12 Sinais Vitais ...................................................................14 Tratamento de feridas -Curativos -Cateteres, Introdutores, fixadores externos e drenos de sistema fechado -Drenos abertos -Incisões simples e fechadas -Incisões com pontos subtotais ou totais -Lesões abertas -Cistostomia, gastrostomia e jejunostomia -Traqueostomia -Colostomia e ileostomia -Colocação de Luvas estéreis ...................................................................44 ...................................................................53 ...................................................................56 ...................................................................61 ...................................................................62 ...................................................................64 ...................................................................66 ...................................................................68 ...................................................................70 ...................................................................73 ...................................................................75 Produtos de uso hospitalares, ambulatoriais e domiciliares atualmente utilizados no tratamento de feridas Prevenção e Tratamento de Úlcera por Pressão ...................................................................78 ...................................................................90 Ataduras ...................................................................96 Cuidados com drenos e cateteres Sondagem Nasogástrica e Nasoenteral Gastrostomia,jejunostomia (Alimentação por cateteres, lavagem gástrica, Enterosclisma) .................................................................105 .................................................................114 .................................................................117 Cateterismo Vesical Medicações Vias Parenterais (ID,SC,IM) Via Endovenosa .................................................................122 .................................................................134 .................................................................149 .................................................................177 Cuidados com traqueostomia .................................................................192 Aspiração traqueal .................................................................201 4 MANUAL DE TÉCNICAS BÁSICAS O CLIENTE E A ENFERMAGEM “ENFERMAGEM É GENTE QUE CUIDA DE GENTE” (Wanda de Aguiar Horta) A hospitalização desafia o senso de privacidade do paciente, bem como o controle de sua vida. Será preciso que o paciente abra a mão, pelo menos em certo grau, de parte de sua rotina, devendo muitas vezes, depender de você e da equipe para satisfazer suas necessidades. Os objetivos da equipe de enfermagem devem estar voltados para promover a independência do paciente, através do seu conhecimento científico, motivação física e psicológica, ajudando-o no pronto restabelecimento. Segundo a Comissão de Credenciamento de Organizações Hospitalares, citadas por Christian Gauderer: TODO O PACIENTE TEM DIREITO: 1. De receber um atendimento atencioso e respeitoso. 2. À dignidade pessoal (inclusive o paciente não deve ser obrigado a ficar despido mais tempo do que o necessário e tem o direito de exigir a presença de outra pessoa do mesmo sexo, quando examinado). 3. A sigilo ou segredo médico. 4. De conhecer a identidade dos profissionais envolvidos em seu tratamento. 5. À informação clara, numa linguagem acessível, sobre o diagnóstico, tratamento e prognóstico. 6. De comunicar-se com pessoas fora do hospital e de ter, quando necessário, um tradutor. 7. De recusar tratamento e de ser informado sobre as conseqüências médicas dessa opção. 8. De ser informado de projetos de pesquisa referentes ao tratamento, e de se recusar a participar do mesmo. 9. De receber uma explicação completa referente à sua conta hospitalar. 10. De reclamar (e a reclamação não deverá ter influência na qualidade do tratamento). 11. De recusar a realização de exames desnecessários (por exemplo: raios X, exames de sangue e urina executados recentemente). 12. De ter acesso a uma segunda e/ou terceira avaliação. 13. De escolher o médico e/ou especialista dentro do ambiente hospitalar. 5 14. De questionar a medicação prescrita. 15. De ter acesso à ficha médica. INTRODUÇÃO ÀS TÉCNICAS BÁSICAS Este Manual pretende ser um guia para as ações de enfermagem, cujas técnicas visam propiciar um senso de similaridade e continuidade, que ofereça segurança tanto a quem executa o cuidado, como a quem o recebe, devendo ser adaptadas à realidade e às necessidades do cliente. Os riscos a que se pode expor o paciente devem exigir de nós maior preocupação, quanto às habilidades técnicas na execução do cuidado que lhe é devido. A finalidade principal das técnicas de enfermagem é de propiciar à equipe de enfermagem e ao paciente SEGURANÇA, CONFORTO e ECONOMIA, evitando ou diminuindo os riscos que podem ocorrer ao cliente. Quanto a SEGURANÇA, visam prevenir: - Acidentes (quedas, lesões, queimaduras) por falta de conhecimento, imperícia ou atenção. - Infecção hospitalar. - Esquecimentos. Quanto ao CONFORTO, têm por finalidade evitar: - Posições incômodas. - Ruídos desnecessários. - Úlceras de decúbito - Excesso de calor ou frio. - Outros fatores que incomodem o paciente, tais como: má iluminação. maus odores. Quanto à ECONOMIA, procuram reduzir os custos, poupando: - Tempo: simplificando as ações, executando com método e organização. - Esforço: planejando o trabalho, evitando movimentos desnecessários. 6 - Material: usando o material adequado, de modo correto, mantendo-o sempre em ordem. PRINCÍPIOS BÁSICOS DOS PROCEDIMENTOS 1. Conversar com o paciente e familiares explicando os procedimentos, por mais simples que sejam. 2. Preparar e manterum ambiente seguro e confortável com iluminação e ventilação adequadas, mantendo a privacidade do paciente. 3. Lavar as mãos. 4. Manter em ordem a mesa de cabeceira. 5. Separar e organizar o material a ser utilizado, se possível em bandejas. 6. Executar o cuidado com segurança, mantendo postura correta, agilidade, observando o paciente e interagindo com ele. 7. Providenciar a limpeza do ambiente e a ordem do material. 8. LAVAR AS MÃOS antes e após cada procedimento. 9. Fazer o relatório de enfermagem no prontuário do paciente, referente as intercorrências e cuidados prestados. CUIDADOS PESSOAIS 1. Cuidar para que as unhas estejam aparadas e limpas. Se necessário, limpá-las com escova. 2. Evitar o uso de anéis e pulseiras, possíveis fontes de microrganismos e causas de traumatismos. 3. Cabelos compridos devem ficar presos. 4. Manter o uniforme sempre limpo, evitando seu uso fora do ambiente hospitalar. 5. Usar calçados limpos, fechados e laváveis (preferencialmente de couro). 6. Fazer seu trabalho sempre com a máxima atenção, para evitar acidentes. 7. Não levar as mãos ao rosto e cabelos, durante a execução do serviço. 8. Seguir as precauções universais. 7 HIGIENE DAS MÃOS Na palma de nossas mãos encontramos verdadeiras fendas e labirintos que servem de depósito de sujeira e abrigo de microorganismos. Estes microorganismos podem causar infecções hospitalares e doenças infecciosas, o que pode acarretar dias adicionais de estadia no hospital, aumentando o custo do tratamento, quando não culminam na morte do paciente. Existem dois tipos de flora microbiana nas mãos: a residente e a transitória. A FLORA RESIDENTE oferece proteção contra a invasão de outros microorganismos patogênicos e raramente causa infecções, exceto quando a introduzimos no organismo por meios invasivos. Nestes casos a patogenicidade da flora microbiana pode transformar-se de não patogênica para patogênica. A maioria dos microorganismos residentes encontra-se ao redor e abaixo das unhas e nos espaços interdigitais. Consiste basicamente de: cocos Gram-positivos como o Staphylococcus epidermidis, micrococcus Gram-positivos como a Diphtheroides (Corynebacterium) e Bacilos Gram-negativos como a Klebsiella. Na FLORA TRANSITÓRIA, os microorganismos existentes possuem vida curta por não estarem localizados no seu ambiente natural. São adquiridos facilmente e permanecem nas camadas superficiais da pele, concentrando-se nas pontas dos dedos, principalmente abaixo das unhas. Podem ser facilmente removidos através da fricção com água e sabão. Os microorganismos mais comumente encontrados na flora transitória são: Staphylococcus aureus, Streptococcus, Bacilos Gram-negativos como E.coli e Pseudomonas, Vírus e outros. Estes microorganismos permanecem inofensivos, a menos que ocorra algum distúrbio. Todos os microorganismos existentes nas mãos são capazes de colonizar e infectar feridas, ou uma ferida cirúrgica de um paciente imunodeprimido, onde a presença de microorganismos “normais” pode exceder a capacidade de defesa orgânica e conseqüentemente causar uma infecção. Neste caso são chamadas INFECTANTES porque causam infecção. Então, o OBJETIVO da lavagem das mãos é remover a flora transitória através do uso de água corrente e sabonete líquido; manter a higiene, a estética; diminuir sujidade; reduzir contaminações cruzadas e quebrar a cadeia da infecção. Este procedimento é de baixa eficácia sobre a flora residente. Deve ser realizado antes e após o contato com pacientes, equipamentos ou materiais na área de assistência à saúde. Importante: O uso de luvas não dispensa a lavagem das mãos antes e após contatos que envolvam mucosas, sangue ou outros fluidos corpóreos, secreções ou excreções. A decisão para a lavagem das mãos com ANTI-SÉPTICO é recomendada em: realização de procedimentos invasivos como inserção de cateteres vasculares e urológicos. Nesse caso, deve-se massagear a pele por 3 a 5 minutos com solução degermante. As unhas devem ser mantidas sempre curtas. 8 TÉCNICA DE LAVAGEM DAS MÃOS MATERIAL - Água corrente - Sabão líquido ou anti-séptico. - Toalhas de papel. TÉCNICA DE LAVAGEM DAS MÃOS COM TORNEIRA SEM CONTATO MANUAL 1. Retirar objetos decorativos, relógios, anéis e outros. 2. Abrir a torneira, regulando a água para um jato constante, sem tocar a pia com o corpo ou com as mãos. 3. Molhar as mãos em direção aos cotovelos. Evite molhar suas roupas posicionando-se levemente afastado da pia. 4. Colocar mais ou menos 3 ml de sabão líquido nas mãos. 5. Ensaboar a pele por 30 segundos nas seguintes regiões: palma, dorso das mãos, espaços interdigitais, dorso dos dedos fletidos, polpas digitais e unhas, punho. 6. Enxaguar as mãos deixando a água escorrer em direção aos cotovelos, retirando totalmente os resíduos de sabão. 7. Secar cuidadosamente, iniciando pelas mãos e seguindo pelos punhos e cotovelos com papel-toalha descartável. 8. Desprezar o papel no cesto de lixo. TÉCNICA DE LAVAGEM DAS MÃOS COM TORNEIRA DE CONTATO MANUAL 1. Abrir a torneira. 2. Molhar as mãos. 3. Passar sabão ou anti-séptico nas palmas das mãos. 4. Fazer movimentos de fricção com as palmas das mãos. 9 5. Fechar a torneira e a seguir ensaboá-la e esfregá-la. 6. Ensaboar e friccionar a pele por 30 segundos nas seguintes regiões: dorso das mãos, espaços interdigitais, dorso dos dedos, polegares, polpas digitais e unhas, punhos. 7. Abrir a torneira. 8. Enxaguar as mãos deixando a água escorrer em direção aos cotovelos, retirando totalmente os resíduos de sabão. 9. Fazendo uma concha com a mão pegar um pouco de água para enxaguar a torneira. 10. Pegar um papel toalha e, com ele, fechar a torneira. Logo após tê-la fechado, desprezá-lo no cesto de lixo. 11. Pegar mais papel toalha e secar as mãos. Situações como falta de sabão, locais onde não haja água acessível como ambulâncias, falta de suprimento de água, calamidades, interrupção de fornecimento, lavatórios insuficientes, pode-se usar apenas uma SOLUÇÃO DE ÁLCOOL GLICERINADO A 2% OU GEL BACTERICIDA EM SOLUÇÃO ALCOÓLICA, friccionando as mãos pelo tempo estipulado pelo produto, geralmente um minuto, ao invés da lavagem das mãos. Situações com baixo risco de contaminação das mãos como aferição de sinais vitais ou dos parâmetros de um equipamento, também podem ser uma das indicações. Quando em uso domiciliar, utilizaremos o sabão ou sabonete em pedra, o mesmo deverá ser enxaguado antes do uso e do retorno à saboneteira. Observações: 1. Fazer movimentos de fricção, rotatório em cada um dos dedos. 2. Esfregar as unhas, que devem estar sempre curtas, da mão direita com movimentos de vai-e-vem na palma da mão esquerda fechada em concha, e vice-versa. 3. Esfregar o punho com movimentos circulares. 10 Técnica de LAVAGEM DAS MÃOS com torneira sem contato manual 11 INFECCÇÃO HOSPITALAR Infecção hospitalar é qualquer infecção adquirida após a internação do paciente e que se manifesta durante a internação ou mesmo após a alta, quando puder ser relacionada com a internação ou procedimentos hospitalares. A infecção é a mais freqüente e grave complicação que acomete pacientes hospitalizados. Uma infecção hospitalar acrescenta, em média, 5 a 10 dias ao período de internação. Eleva os custos e se constitui em importante causa de morte durante a hospitalização. As infecções hospitalares podem ser originadaspor: - Flora do próprio paciente (endógena): os microorganismos existentes na flora do paciente convertem-se em patógenos pelas manipulações ou atos terapêuticos, que modificam a sua estrutura e sensibilidade. - Flora de outro paciente: a infecção transmite-se de um para outro paciente (INFECÇÃO CRUZADA). Os mecanismos mais comuns de transmissão são: - Contato direto ou físico de dois indivíduos: mão, corpo. - Contato indireto ou por objetos contaminados. Este mecanismo tem grande variedade de formas: contato com comadres, papagaios, mamadeiras, copos, materiais sujos, mal desinfetados, mal esterilizados. - Vias respiratórias: quando se disseminam os microorganismos em aerosol, podendo ser inalados ou depositados na pele ou nas mucosas. - Vetores: quando os mecanismos de transmissão são os insetos ou artrópodes, que depositam os microorganismos nos objetos e alimentos por onde passam, podendo infectar o paciente. - Inoculação traumática: quando se introduz o microorganismo no paciente, mediante alguma técnica médica, cirúrgica ou de enfermagem. A Portaria do Ministério da Saúde 2.616 de 1999, obriga a todos os hospitais a terem Comissões de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH). A prevenção das infecções hospitalares deve ser feita por todos os profissionais. Devemos ter muita preocupação com o vírus da Hepatite B e com o vírus da AIDS. Na hepatite B, o risco de adquirir infecção por manipulação de sangue e secreções é de 6 a 30%, e na AIDS é menor que 1%. Cumprir e fazer cumprir as normas da CCIH é obrigação de todos os que trabalham no hospital. 12 PRECAUÇÕES UNIVERSAIS Devem ser utilizadas no contato com fluídos ou secreções corporais de qualquer paciente, independentemente do mesmo ser ou não portador de qualquer doença transmissível. 1. Lavagem das mãos: Deve ser realizada antes e após o contato com fluído corporal de qualquer paciente, mesmo que usando luvas. 2. Luvas: As luvas devem ser utilizadas para a manipulação de sangue e outros fluídos corporais, membranas mucosas ou pele não íntegra de todos os pacientes, para procedimentos em equipamentos ou superfícies contaminados com sangue ou outros fluídos corporais, para venopunção e outros procedimentos de acesso vascular. As luvas devem ser trocadas após o contato com cada paciente. Equipes cirúrgicas devem utilizar 2 pares de luvas. Este procedimento previne os riscos de contaminação determinados pelo índice de perfuração de luvas durante o ato operatório. 3. Avental: Utilizar avental fechado sobre as roupas de uso comum, ou uniforme de mangas longas – quando houver contato direto com o paciente, principalmente em procedimentos com risco de contaminação com sangue ou outros fluidos corporais. Se estiver sendo manipulada grande quantidade de sangue ou outros líquidos corporais (líquido amniótico, por exemplo), deve ser utilizado avental impermeável, bem como proteção para pernas e pés (em procedimentos obstétricos, principalmente). 4. Instrumentos pérfuro-cortantes: Cuidados especiais devem estar presentes para prevenir exposições acidentais com sangue e outros fluidos corporais provocados por instrumentos pérfuro-cortantes (agulhas, escalpes, lâminas), durante os procedimentos que os exigem e na manipulação subseqüente (limpeza, desinfecção, esterilização ou descarte no resíduo hospitalar). As agulhas não devem ser reencapadas, entortadas ou quebradas, nem removidas das seringas descartáveis ou manipuladas de outras formas – depois de usadas. 13 Utilizar recipientes de paredes rígidas, resistentes à punctura, para transporte ou recolhimento de todos os materiais pérfuro-cortantes contaminados. Os objetos pérfuro-cortantes reutilizáveis devem ser transportados de forma segura, em recipientes de paredes resistentes à perfuração, para a área de reprocessamento de materiais. Os recipientes utilizados para o descarte desses materiais devem ser preenchidos apenas até 2/3 de sua capacidade, para que permitam seu adequado fechamento, sem causar riscos de acidentes. Desprezá-los, devidamente selados, no lixo hospitalar. 5. Máscara e óculos: Usar máscaras e óculos ou visor quando houver risco de contaminação das mucosas da face (olhos, boca, nariz) com respingos de sangue ou outros fluídos corporais. Ex: durante aspiração de traqueostomia, oro-nasal, do tubo endotraqueal. 6. Lesões de pele: Profissionais de saúde portadores de lesões de pele (ferimentos, dermatite) devem evitar o contato direto com os pacientes, principalmente em situações de risco de exposição a sangue ou outros fluídos corporais, bem como evitar contato com equipamentos contaminados, até que a lesão tenha desaparecido. Este procedimento confere proteção tanto ao profissional de saúde como ao paciente. 7. Materiais e artigos sujos: Materiais e artigos sujos com sangue ou secreções devem ser transportados em sacos plásticos, a fim de evitar a dispersão destas partículas e contaminação de outros artigos e/ou superfícies. BIBLIOGRAFIA López, M.A & Cruz M..J.R.Guias Práticos de Enfermagem – Hospitalização, McGrawHill Interamericana do Brasil Ltda: Rio de Janeiro, 1998, pág. 293-294. Normas e Rotinas da Irmandade Santa Casa de Misericórdia de Limeira/2002 Koch, R.M. et alii Técnicas Básicas de Enfermagem 15ed., Florence Distribuidora de Livros Ltda: Curitiba, 1998, pág. 17-19. 14 SINAIS VITAIS Os sinais vitais são indicadores das funções vitais. Através da aferição dos sinais vitais podemos identificar o estado clínico do paciente e reflexos de mudanças neste estado que orientam para um diagnóstico e um adequado acompanhamento do paciente. São eles: * Temperatura Corporal: T * Frequência Cardíaca ou Pulso: FC * Frequência Respiratória: FR * Pressão Arterial: PA E atualmente temos a presença do quinto sinal vital : Dor Os sinais vitais (SSVV) são aferidos para estabelecer os padrões basais, observar tendências, identificar problemas fisiológicos e monitorar a resposta do paciente ao tratamento. O profissional de enfermagem deve estar ciente dos valores normais para que mediante intercorrências possa detectar e comunicar imediatamente o médico responsável pelo paciente. A temperatura corporal de um indivíduo pode variar conforme a temperatura ambiente, atividade física, alteração emocional, ritmo circadiano (ao acordar a temperatura é mais baixa do que a noite), uso inadequado das roupas e processos patológicos, dentre outros. O equilíbrio entre a produção e a perda de calor determina a temperatura do corpo. O equilíbrio entre a produção e a perda de calor deve-se basicamente ao seguinte mecanismo, controlado pelo hipotálamo. TEMPERATURA 15 Quando há necessidade de perda de calor: impulsos nervosos provocam vasodilatação periférica com aumento do fluxo sanguíneo na superfície corporal e estimulação das glândulas sudoríparas, promovendo a saída de calor. Quando há necessidade de calor: estímulos nervos provocam vasoconstrição periférica com diminuição do sangue circulante local e portanto menor quantidade de calor é transportada e perdida na superfície corpórea. E a febre? Manifestação comumente associada às infecções, a febre é uma condição de anormalidade na regulação da temperatura corporal em que o nosso termostato endógeno (do próprio corpo) é desregulado. Os neurônios que respondem ao frio e ao calor, citados anteriormente,continuam a exercer suas modulações, porém agora quando uma faixa superior de temperatura é atingida. Ou seja, se antes os mecanismos de compensação do excesso de calor eram ativados com temperaturas acima de 36,5ºC agora essa compensação só é atingida quando a temperatura se elevar a partir de 38,5ºC. Essa mudança acontece devido à ação de mensageiros químicos denominados pirogênios endógenos liberados por células de defesa do organismo (macrófagos). Outros pirogênios, ditos exógenos, liberados pelos organismos infecciosos alteram a função do hipotálamo. Com isso dentro de pouco tempo a temperatura corporal sobe, por deficiência do mecanismo regulador hipotalâmico adequado. 16 É muito difícil delimitar a temperatura corporal normal, porque há variações individuais, e, num mesmo indivíduo, a temperatura é diferente nas diversas áreas de seu corpo. Em média, considera-se a temperatura oral normal 37ºC, sendo a temperatura axilar 0,6ºmais baixa e a temperatura retal 0,6ºC mais alta. T E R M I N O L O G I A B Á S I C A Afebril ou Apirexia: temperatura em parâmetros normais Valores normais: 35,8ºC a 37,5ºC Hipotermia ou hipopirexia: temperatura abaixo do normal; pele e extremidades frias, cianose e tremores. Valores: abaixo de 35ºC Normotermia 36-36,9ºC Estado febril varia de 37 a 37,5ºC Febre ou hipertermia: aumento patológico da temperatura corporal. T >ou igual 37,5 C Pirexia 39º a 40C Hiperpirexia > 40ºC T I PO S D E AL T E R AÇ ÃO D E F E B R E CONTÍNUA OU PERSISTENTE: elevação persistente da temperatura com mínima variação. Ex: leucemia. RENITENTE: flutuações diárias ultrapassando 1ºC, sendo que a temperatura não retorna aos níveis normais. É típica da tuberculose, viroses e processos bacterianos. INTERMITENTE: há um aumento da temperatura constante, voltando ao normal frente a medicações antitérmicas, mas subindo novamente quando cessado o efeito da medicação. Ex: septicemia. RECORRENTE OU RECIDIVANTE: os aumentos da temperatura são intercalados com intervalos de temperatura normal. Ex: Malária (a cada 48/72h → febre terçã/quartã). 17 T E R M ÔM ET R O S Termômetro de mercúrio Termômetro clínico redondo sem mercúrio: TERMOMETROS CLÍNICOS REDONDOS S/ MERCURIO: Tecnologia Exclusiva Geratherm Galinstan®, Não Tóxico, Livre de Mercúrio, Ecologicamente Correto, Não Agride a natureza, Design Robusto,Higiênico de fácil limpeza, Não necessita pilha. Termômetro timpânico: Termômetro de testa: 18 V E R I F I C AÇ ÃO D E T EM P E R AT U R A Bandeja com: 1. Termômetro clínico de mercúrio ou digital. 2. Recipiente para algodão limpo com álcool a 70º e algodão sujo. 3. Na temperatura oral: além de desinfetar, limpar o termômetro com água e sabão. ATENÇÃO Em caso de quebra de termômetro de mercúrio ou coluna de esfigmomanômetro devemos: • Retirar as pessoas do local; • Fechar todas as portas e janelas; • Efetuar a limpeza com luvas de borracha e máscara; • Recolher os restos de vidro; • Recolher o mercúrio utilizando seringa sem agulha; • Acondicionar o mercúrio em recipiente de plástico resistente ou vidro; • Fechar hermeticamente; • Descontaminar o piso com lavagem com hipoclorito de sódio e água; • Abrir as portas e janelas por um período de 24 horas após a limpeza. 19 4. Na temperatura retal acrescentar papel higiênico e biombo. TEMPERATURA BUCAL OU ORAL MÉTODO 1. Lavar as mãos. 2. Conferir o material. 3. Explicar o procedimento ao paciente. 4. Fazer a desinfecção do termômetro com algodão embebido em álcool à 70%, no sentido da haste para o bulbo. 5. Acomodar o paciente em decúbito dorsal. 6. Observar se a coluna de mercúrio está abaixo de 35ºC. 7. Colocar o termômetro sob a língua do paciente, recomendando que o conserve na posição, mantendo a boca fechada por 7 minutos. 8. Solicitar ao paciente que sele os lábios ao redor do termômetro. 9. Retirar o termômetro, ler a temperatura e anotá-la, escrevendo a letra B para indicar o local onde foi verificada. 10. Agitatr novamente o termômetro para fazer descer a coluna de mercúrio e proceder a desinfecção utilizando algodão com álcool à 70º da haste para o bulbo. 11. Lavar o termômetro com água e sabão antes de guardá-lo. 12. Lavar as mãos. OBSERVAÇÕES 1. O termômetro apropriado (longo e chato) propicia mais segurança e rapidez de aquecimento. 20 2. Não verificar temperatura bucal de pacientes em delírio, inconscientes, que estejam com lesões na boca ou com problemas nas vias respiratórias. 3. É contra-indicada a verificação de temperatura bucal logo após a ingestão de alimentos gelados ou quentes, ou se fumou a menos de 30 minutos. TEMPERATURA AXILAR MÉTODO 1. Lavar as mãos. 2. Conferir o material. 3. Explicar o procedimento ao paciente. 4. Fazer a desinfecção do termômetro com algodão embebido em álcool à 70%, no sentido da haste para o bulbo. 5. Acomodar o paciente em decúbito dorsal. 6. Observar se a coluna de mercúrio está abaixo de 35ºC, utilizando força centrífuga (com movimentos firmes). 7. Abduzir o braço do paciente e enxugar bem a axila sem friccioná-la. 8. Colocar o bulbo do termômetro bem no côncavo da axila. (vide figura) 9. Aduzir o braço do paciente. 10. Flexionar o antebraço do paciente e apoiá-lo sobre o tórax. 11. Deixar o termômetro no local durante 7 minutos. 12. Retirar o termômetro, segurando-o pela haste, abduzindo o braço. 13. Segurar o termômetro mantendo-o ao nível dos olhos, rodando-o entre os dedos, até que a linha de mercúrio possa ser visualizada. 14. Proceder à leitura. 15. Desinfetar o termômetro da haste ao bulbo com algodão embebido em álcool. 16. Desprezar o algodão. 17. Sacudir cuidadosamente o termômetro até que a coluna de mercúrio desça abaixo de 35ºC. 18. Recompor a unidade. 21 19. Lavar as mãos. 20. Proceder às anotações no prontuário OBS: Termômetro digital: ligar até mostrar o sinal Lo. Colocar o termômetro na região axilar em contato direto com a pele, deixando-o até tocar o alarme sonoro. Contra-indicação: furunculose axilar. TEMPERATURA INGUINAL Temperatura semelhante à axilar. 1. O método é o mesmo, variando apenas o local: o termômetro é colocado na região inguinal. 2. É mais comumente verificada nos recém-nascidos. Neste caso, manter a coxa da criança flexionada sobre o abdome. 22 TEMPERATURA RETAL Materiais: -Termômetro retal -Lubrificante (vaselina) -Luvas de procedimento, biombo, bandeja MÉTODO 1. Lavar as mãos. 2. Conferir o material e colocar biombo. 3. Explicar o procedimento ao paciente. 4. Calçar as luvas. 5. Colocar o paciente em decúbito lateral esquerdo e proteger com lençol. 6. Observar se a coluna de mercúrio está abaixo de 35ºC. 7. Lubrificar a ponta do termômetro que vai ser inserida no reto. 8. Descobrir o paciente e separar as nádegas de modo que o esfincter anal seja visto claramente. 9. Inserir lentamente o termômetro por 4 cm em direção a coluna vertebral. Solicitar ao cliente que inspire durante a introdução. 10. Retirar o termômetro depois de 3 a 5 minutos, e ler a temperatura. 11. Limpar a região anal com umpano ou lenço úmido para retirar as fezes e o lubrificante. 12. Posicionar o paciente de maneira confortável. 13. Retornar a coluna de mercúrio ao ponto inicial. 14. Imergir o termômetro em solução de hipoclorito de sódio a 1º por 30 minutos e lavar em água corrente. 15. Retirar as luvas. 16. Lavar as mãos. 17. Anotar a temperatura escrevendo a letra “R” para indicar o local onde foi verificada. 23 OBSERVAÇÕES 1. A técnica para verificação da temperatura corpórea por via oral é contraindicada em crianças menores de 5 anos. A técnica por via retal é extremamente traumática para essa faixa etária, porém é uma via bastante usada em pediatria. O termômetro lubrificado deve ser introduzido 2,5 cm. Conforme a idade pode ser necessário segurar as pernas da criança e mantê-la em posição confortável. 2. É contra-indicado verificar a temperatura retal em casos de inflamação, obstrução ou operação de reto. O pulso é um indicador da função circulatória e cardíaca. Caracteriza-se pela sensação de impacto ou batimento.Toda vez que o sangue é lançado do ventrículo esquerdo para a aorta, a pressão e o volume provocam oscilações ritmadas em toda a extensão da parede arterial, evidenciadas quando sob toque se comprime moderadamente a artéria contra o osso ou músculo subjacente. Determinados fatores podem provocar alterações passageiras no pulso, como: emoções, exercícios físicos, alimentação, drogas etc. Normalmente, faz-se a verificação do pulso radial, mas o pulso periférico pode ser verificado nas seguintes artérias: radial, carótida, temporal, axilar, braquial, femoral, poplítea, pediosa e tibial posterior. Os pulsos periféricos devem ser avaliados quanto às seguintes características: - frequência (número de batimentos por minuto) - ritmo (dado pela sequência de pulsações) - amplitude (volume de sangue bombeada a cada batimento) - tensão (compressibilidade da parede arterial) - tipo de onda 1. CARACTERÍSTICAS DO PULSO Característica do pulso Descrição FREQUÊNCIA CARDÍACA 24 Frequência Normal Taquicárdico (frequência elevada) Bradicárdico (frequência baixa) Ritmo Ritmico ou Regular (intervalos iguais) Arritmico ou Irregular (intervalos variáveis) Amplitude Amplo ou cheio Mediano Pequeno ou fino VALORES DE REFERÊNCIA: Intra-útero: 120 – 160 batimentos por minuto (b.p.m) Recém-nascido: 120 – 140 b.p.m. 0dia a 28 dias: 120 – 140 b.p.m. Lactente: 29dias até 1 ano: 100 – 120 b.p.m. Infância e adolescência: 80 – 100 b.p.m. Adulto: 60 – 80 b.p.m. TERMINOLOGIA: Normocárdico: pulso normal. Bradicárdico: pulso abaixo da faixa de normalidade para a faixa etária. Taquicárdico: pulso acima da faixa de normalidade para a faixa etária. Taquisfígmico: pulso fino e taquicárdico. Bradisdígmico: pulso fino e bradicárdico. Tensão: é a resistência das artérias à pressão dos dedos. Tensão alta: artéria dura, difícil de comprimir. Tensão baixa: mole, sem tônus, fácil de comprimir. 25 Pulso rítmico: regular. Pulso arrítmico: irregular. Pulso dicrótico: percepção e ausculta de batimentos duplos. 26 Pulso apical: A verificação deste destina-se a clientes digitalizados (ou cardiotôncios – iniciando em arrtimias ou insuficiência cardíaca) e com doenças cardíacas. A verificação faz-se com o estetoscópio no cruzamento da linha médio clavicular com o quarto espaço intercostal. 27 VERIFICAÇÃO DA FREQUÊNCIA CARDÁICA (FC) MATERIAL Relógio com ponteiro de segundos, cronômetro ou digital. MÉTODO 1. Lavar as mãos. 2. Explicar ao paciente o que vai ser feito. 3. Manter o paciente confortável (deitado ou sentado). Posicionar o membro superior (braço direito ou esquerdo) ao lado do corpo, sobre o leito. Se o paciente estiver sentado, flexione o antebraço em um ângulo de 90º e mantenha-o apoiado. 4. Colocar os dedos indicador e médio sobre uma artéria superficial do paciente, fazendo leve pressão, suficiente para sentir a pulsação. Procurar sentir bem o pulso antes de iniciar a contagem. 5. Contar os batimentos durante um minuto, avaliar frequência, volume e ritmo. 6. Se necessário repetir a contagem. 7. Anotar no papel. 8. Lavar as mãos. 9. Anotar no prontuário do paciente. OBSERVAÇÕES 1. Não usar o polegar para verificar o pulso, pois a própria pulsação pode ser confundida com a pulsação do paciente. 2. Aquecer as mãos para verificar o pulso. 3. Em caso de dúvida, repetir a contagem. 4. Não fazer pressão forte sobre a artéria, pois isso pode impedir de sentir os batimentos do pulso. 28 A respiração constitui uma das funções vitais do organismo. O pulmão tem como função efetuar a troca gasosa entre as células e o meio ambiente. Através dos alvéolos, entra oxigênio e sai dióxido de carbono, havendo também a troca gasosa entre o sangue e as células corporais. A respiração é controlada, principalmente, pelo centro respiratório, no bulbo. O mecanismo de ventilação é realizado através dos chamados músculos da respiração, principais ou acessórios, o diafragma, os intercostais externos e um pequeno número de músculos do pescoço, aumentando os diâmetros antero-posterior e céfalo-caudal da caixa torácica, resultando na criação de um gradiente de pressão negativa com a entrada de ar atmosférico, ou seja, inspiração. RESPIRAÇÃO 29 A expiração é um processo passivo, ou seja, a partir do relaxamento muscular, há saída de ar dos pulmões, desde que não haja a presença de obstruções ao fluxo de ar, o que resultaria em um processo ativo de expiração, com o auxílio de músculos abdominais e intercostais internos. A respiração é caracterizada pela expansão e retração da caixa torácica, em movimentos rítmicos, inconscientes, que podem se apresentar alterados até por situações afetivas. Nos recém-nascidos e lactentes, a respiração é predominantemente abdominal ou diafragmática, e apenas por volta dos seis a sete anos de idade é que a respiração torna-se progressivamente torácica. Durante a verificação da freqüência respiratória é importante observar o ritmo, a freqüência, a profundidade, a simetria da expansibilidade pulmonar e possíveis ruídos audíveis – sem a colocação do estetoscópio – que podem resultar de obstrução das vias aéreas alta (laringe e traquéia) ou baixa (brônquios, bronquíolos ou alvéolos). O fato de a respiração ser caracterizada por movimentos torácicos e abdominais permite o controle da freqüência respiratória, contando-se esses movimentos durante um minuto, a fim de se constatar a existência de alguma arritmia. 30 A ausculta pulmonar, porém, não deve ser excluída, pois é através desta técnica, que se detectam eventuais alterações na ventilação, audíveis apenas a partir da utilização do estetoscópio. VALORES DE REFERÊNCIA * Prematuro: 50 r.p.m. * Lactentes: 30 – 40 r.p.m. * Um ano de idade: 25 – 30 r.p.m. * Pré-escolares: 20 – 25 r.p.m. * 10 anos de idade: ± 20 r.p.m. * Adolescente e adulto: 14-20 r.p.m. TERMINOLOGIA Eupnéico: frequência respiratória normal Dispnéico: dificuldade para respirar Bradpneico: frequência respiratória diminuída Taquipneico: freqüência respiratória aumentada Ortopnéia: difiuldade para respirar deitado Apnéia: ausência de movimentos respiratórios Respiração Cheyne Stokes: movimentos profundos e rápidos intercalados por períodos de apnéia Respiração Kusmaul: aumento da frequência e profundidade, é o extremo da hiperventilação. Respiração Estertorosa: respiração com ruídos Anóxia: privação de oxigênio 31 PRINCÍPIOS GERAIS Não deixar que o paciente fale ou perceba que está sendo feita a contagem O padrão respiratório normal inclui intervalo regular, simetria na elevação do tórax, ausência de esforço ou ruído A verificação da respiração deve ser realizada durante 1 minuto, dado a possibilidade de alterações VERIFICAÇÃO DA FREQUÊNCIA RESPIRATÓRIA (FR) MATERIAL Relógio com ponteiro de segundos, cronômetro ou digital. MÉTODO 1. Lavar as mãos 2. Deitar o paciente ou sentá-lo confortavelmente. 3. Colocar os dedos no pulso do paciente como se fosse verificá-lo, apoiando sobre o tórax a fim de disfarçar a observação. 4. Observar os movimentos de abaixamento e elevação do tórax. Os dois movimentos (inspiração e expiração) somam um movimento respiratório. 5. Observar tipo, ritmo e profundidade da respiração 6. Contar durante um minuto. 7. Anotar no papel. 8. Lavar as mãos. 9. Anotar no prontuário do paciente o valor obtido. OBSERVAÇÕES 1. Não permitir que o paciente fale. 2. Não contar a respiração logo após esforços do paciente. 32 É A PRESSÃO QUE O SANGUE EXERCE NAS PAREDES DAS ARTÉRIAS AO SER IMPULSIONADO (ESTIMULADO) PELO CORAÇÃO. A pressão arterial (PA) ou tensão arterial (TA), depende: 1. Da força de contração do coração 2. Da quantidade de sangue circulante 3. Do calibre dos vasos 4. Da viscosidade do sangue Ao medir a PA consideramos a pressão sistólica (máxima), que resulta da contração dos ventrículos para ejetar o sangue nas grandes artérias, e a pressão diastólica (mínima), que ocorre assim que o coração relaxa. A pulsação normal ocorre em intervalos regulares. A PA é medida em mmHg (milímetros de mercúrio) ou em cmHg (centímetros de mercúrio). Podemos dizer PA= 130x80mmHg ou 13x8cmHg, que estaremos falando dos mesmos valores utilizando unidades diferentes. É difícil definir exatamente o que é uma pressão arterial normal. Fatores constitutivos e ambientais interferem na pressão arterial. PRESSÃO ARTERIAL 33 Fatores que influenciam: Emoções * Ambiente (temperatura) Doenças * Repouso Drogas Alimentação Exercícios Dor Sexo Raça Jejum Fumo Doenças: choque, hemorragias, cardiopatias Diretrizes da Sociedade Brasileira de Cardiologia (2010) que classificam a PA Classificação da PA de acordo com a medida casual no consultório (>18 anos) Classificação PA sistólica (mmHg) PA diastólica (mmHg) Ótima <120 <80 Normal <130 <85 Limítrofe (pré-hipertensão) 130-139 85-89 Hipertensão - Estágio 1 140-159 90-99 Hipertensão – Estágio 2 160-179 100-109 Hipertensão – Estágio 3 >ou igual 180 >ou igual 110 Hipertensão sistólica isolada >ou igual 140 <90 34 Para sabermos os valores de normalidade da criança podemos utilizar a seguinte regra: PA sistólica é = 80mmHg + 2 vezes a sua idade e a PA diastólica é = 2/3 da PA sistólica. O paciente tem direito de saber o resultado dos seus SSVV. Caso esteja alterado, questione-o sobre as suas variações, tranqüilize-o, solicite auxílio do seu supervisor caso perceba inquietação do mesmo e comunique o médico responsável. PRESSÃO ARTERIAL – exemplificando... A pressão arterial é aquela exercida nas artérias pela circulação do sangue e se relaciona com a força do músculo cardíaco e com a elasticidade dos vasos sangüíneos. O sangue está normalmente sob certa pressão dentro dos vasos sangüíneos. Esta pressão varia desde uma pressão mais alta nas artérias até uma pressão mais baixa nos capilares e finalmente a uma pressão negativa quando o sangue retorna ao coração pelas veias. A aorta se expande quando o ventrículo esquerdo força o sangue para dentro dela. A pressão do sangue diminui à medida que esta se afasta do ventrículo esquerdo. A pressão sangüínea depende de muitos fatores, tais como a força do sangue contra as artérias, a resistência das paredes das artérias e a viscosidade do sangue. O sangue circula pelas artérias do modo parecido com a água que passa por uma mangueira. Imagine uma pessoa abrindo e fechando constantemente uma torneira e terá uma idéia da série de jorros que obrigam o sangue a sair do coração. Podemos comparar assim o Aparelho Circulatório a um sistema constituído por: 1. Uma torneira, ou seja, uma bomba de ejeção comparável ao nosso Coração. 2. Um esguicho, que seria comparável aos nossos vasos sangüíneos. 3. Um ralo, isto é, um sistema de eliminação e filtração comparável ao nosso rim, se ele tivesse um sistema de vasos para levar a água limpa de volta à torneira, passando antes por uma aparelho semelhante ao de ozonização, mas que seria de oxigenação, o pulmão. 35 Podemos, agora, introduzir o conceito de Pressão. Pressão é toda força que um corpo exerce sobre outro: se apertarmos a mão de alguém, ele sentirá a pressão da minha mão sobre a dele. Se eu aperto uma tachinha sobre uma mesa, eu sinto a força (pressão) que eu exerço na ponta do meu dedo. No nosso sistema acima, podemos sentir a força da água saindo pelo esguicho, colocando a ponta de um dedo na saída da água. Esse mesmo tipo de força, o sangue exerce sobre as paredes dos vasos enquanto circula dentro deles. Essa força, quando medida com aparelho próprio, nas artérias do nosso corpo, nos dá a medida da Pressão Arterial, ou seja, a força que o sangue exerce nas paredes dos vasos arteriais. No entanto, a nossa bomba de ejeção, que é o coração, funciona diferentemente de uma torneira aberta. Ele manda o sangue para os nossos vasos, contraindo-se e em seguida, relaxando-se, para novamente contrair-se. Ou seja, seria comparável a uma torneira que abre-se mais e, em seguida, menos, constantemente, isto é, a força da água varia seguidamente da mesma forma, mais forte, menos forte, mais forte, menos forte... Assim é que dentro dos nossos vasos temos uma força maior seguida de uma menor, que corresponde respectivamente à força do sangue nos vasos, quando o coração se contrai e quando ele se relaxa. Assim é que, ao medirmos a Pressão Arterial, verificamos duas medidas: a Pressão Máxima (de contração do coração) e a Pressão Mínima (de relaxamento do coração). Explicaremos agora os mecanismos de regulação que o aparelho circulatório usa para manter a Pressão Arterial normal. Esses mecanismos são os mesmos que os usados pelo sistema torneira-esguicho, exemplificado anteriormente: assim, teremos como variáveis: 1. Volume de água que sai da torneira ou volume de sangue impulsionado pelo coração: é fácil perceber que, se aumentarmos a abertura da torneira, a água sairá com mais força, o mesmo acontece com a força (pressão) sangüínea dentro dos vasos, quando o coração impulsiona mais sangue para frente, quando aumenta sua força de contração ou ainda quando aumenta sua freqüência de contração (freqüência cardíaca). 2. Diâmetro do esguicho ou dos vasos sangüíneos:se deixarmos fixo o volume de líquido e variarmos o diâmetro do esguicho ou dos vasos, perceberemos que quando o esguicho for fino a água sairá forte; o mesmo acontece na circulação, quando os 36 vasos se contraem ficando de menor diâmetro, a pressão do sangue aumenta, ou quando os vasos relaxam-se aumentando o seu diâmetro a pressão sangüínea diminui. 3. Volume de líquido eliminado pelo ralo ou pelo rim: se aumenta o volume eliminado pelo ralo ou pelo rim, o volume que retornará à torneira ou ao coração será menor, ou seja, será mandado menos líquido pela torneira ou pelo coração, diminuindo assim a pressão da água ou do sangue. Se diminuirmos o volume eliminado, aumentaremos o volume que retornará à torneira ou ao coração, aumentando assim a pressão. Qualquer alteração do organismo que perturbe esse mecanismo de autoregulação, tornará o aparelho circulatório deficiente nas suas funções básicas de oxigenação dos tecidos, eliminação das substâncias tóxicas ou desnecessárias e manutenção em níveis normais de pressão arterial. PRESSÃO MÁXIMA X PRESSÃO MÍNIMA PRESSÃO MÁXIMA: É aquela pressão que o sangue exerce nas paredes dos vasos sangüíneos (pressão sistólica) no momento em que o coração se contrai (sístole). PRESSÃO MÍNIMA: É a pressão encontrada nos vasos sangüíneos no momento em que o coração deixa de se contrair e se relaxa (diástole) para preencher o coração novamente de sangue. 37 A diferença entre a pressão sistólica e a diastólica, é chamada de pressão do pulso. A pressão do pulso variará naturalmente, segundo a quantidade de sangue impulsionado para as artérias pelas contrações ventriculares, em outras palavras, a diminuição do volume sangüíneo reduzirá a pressão do pulso. PRESSÃO DO PULSO = Pressão sistólica - Pressão diastílica Convém recordar que a pressão sangüínea depende da força que o sangue exerce contra as artérias, e a da resistência que as paredes arteriais oferecem ao sangue. A força do sangue que circula pelas artérias depende do ritmo da atividade cardíaca e da quantidade de sangue circulante. A pressão sangüínea arterial varia com a força das contrações ventriculares, o diâmetro (largura) das arteríolas, a elasticidade dos vasos sangüíneos e a viscosidade (espessura) do sangue. Naturalmente, à medida que o sangue passa das artérias para os capilares e logo às veias, a pressão sangüínea normalmente diminui. Por exemplo, a pressão sistólica pode ser de 120 nas artérias, 50 nos capilares, e ao redor de zero nas veias perto do coração. A PA pode ser representada pela fórmula: PA = DC X RPT PA Pressão Arterial. DC Débito Cardíaco = Volume Sangüíneo x Freqüência Cardíaca. RPT Resistência Periférica Total. Através da fórmula, podemos constatar que: um aumento de DC ou de RPT acarretam um aumento de PA sistêmica. Assim, a mudança no volume sangüíneo, reduz a pressão de pulso. Qualquer diminuição do volume sanguíneo, como por exemplo, no caso de uma hemorragia, produzirá uma diminuição na pressão sangüínea e conseqüentemente na pressão do pulso. ↓ VOLUME = ↓ PRESSÃO DO PULSO 38 COMPLICAÇÕES A hipertensão arterial é um dos fatores envolvidos em uma série de doenças. Entre outras, as doenças abaixo são provocadas, antecipadas ou agravadas pela hipertensão arterial. Cardíaca – Angina de peito, Infarto Agudo do Miocárdio, Cardiopatia hipertensiva e Insuficiência cardíaca. Cerebral – Acidente vascular cerebral. Renal – Nefropatia hipertensiva e Insuficiência renal Ocular – Retinopatia hipertensiva. TRATAMENTO NÃO MEDICAMENTOSO: redução do peso, restrição de sal nas dietas, redução da ingestão de álcool, exercícios físicos, parar de fumar. APARELHOS DE PRESSÃO ESFIGMOMANÔMETRO X ESTETOSCÓPIO 39 ESFIGMO = pulso MANÔMETRO serve para medir a pressão do sangue nas artérias. ESTETOSCÓPIO: composto por olivas auriculares, armação metálica, tubos de borracha e receptores que podem ser campânula ou diafragma. Temos esfigmomanômetro de mercúrio e aneróide. Aneróide é aquele que funciona sem líquido. Ambos funcionam exercendo pressão. O esfigmomanômetro é composto de uma larga bolsa retangular de borracha insuflável denominada MANGUITO revestida de pano, ligada a uma pera de borracha que serve para insuflá-lo e de uma pequena válvula ligada a pera que deixar sair o ar do manguito depois de insuflado.. ESFIGMOMANÔMETRO DIGITAL Esfigmomanômetro aneróide Esfigmomanômetro de coluna de mercúrio 40 O tamanho do aparelho depende da circunferência do braço a ser examinado, sendo que a bolsa inflável do manguito deve ter uma largura que corresponda à 40% da circunferência do braço, sendo que seu comprimento deve ser de 80%; manguitos muito curtos ou estreitos podem fornecer leituras falsamente elevadas. Dimensões da bolsa de borracha para diferentes circunferências de braço em crianças e adultos (SBC, 2010) Denominação do manguito Circunferência do braço (cm) Largura (da bolsa) Comprimento (da bolsa) Recém-nascido <ou igual 10 4 8 Criança 11-15 6 12 Infantil 16-22 9 18 Adulto pequeno 20-26 10 17 Adulto 27-34 12 23 Adulto grande 35-45 16 32 Quando a pressão exercida pelo manguito é maior do que a pressão do sangue, a circulação é interrompida. No momento em que a pressão exercida sobre a artéria é diminuída, a força do sangue contra as paredes arteriais é medida no manômetro que está conectado ao manguito, seja ele de mercúrio ou aneróide. No manômetro aneróide temos um relógio conectado ao manguito. Neste aparelho a pressão sobre o mecanismo do relógio faz mover a agulha. 41 VERIFICAÇÃO DA PRESSÃO ARTERIAL A correta medida da pressão arterial é fundamental para que uma adequada terapêutica seja admistrada ao paciente. O aparelho de coluna de mercúrio é o mais adequado para tal finalidade. Aparelhos eletrônicos são indicados somente quando validados. O aparelho aneróide, que significa aparelho sem interferência de fluidos, deve ser testado a cada seis meses. Antes da verificação o paciente deve descansar, sentado, de 5 a 10 minutos. É importante certificar-se que o paciente não está com a bexiga cheia, não praticou exercícios físicos, não ingeriu bebidas alcóólicas, café, alimentos e nem fumou há 30 minutos. Durante a aferição, o paciente deve manter as pernas descruzadas e o braço na altura do coração. Utilizar um manguito de tamano adequado (bolsa de borracha com largura = 40% e comprimento = 80% da circunferência do braço). O manguito deve ser inflado até ultrapassar de 20 a 30mmHg o nível estimado da pressão sistólica pelo método palpatório. Posicionar o diafragma do estetoscópio sobre a artéria braquial. Insuflar rapidamente e desinsuflar lentamente a uma média de 2mmHg por segundo. A pressão sistólica é determInada pelo aparecimento do primeiro som de Korotkoff audível (fase 1) e a pressão diastólica no desaparecimento dos sons (fase 5). MÉTODOS: Método palpatório: insufla-se o manguito, fechando-se a válvula e apertando- se a “pera” rapidamente até o desaparecimento do pulso radial, verifica-se o valor e acrescenta-se 30 mmHg. Após, desinsufla-se lenta e completamente o manguito até o aparecimento do pulso,o que é considerado a pressão arterial máxima. Desinsufla-se a seguir MATERIAL: Bandeja contendo: Estetoscópio; Esfigmomanômetro Almotolia com álcool a 70%; 42 o manguito rapidamente. O método palpatório só permite a verificação da pressão arterial máxima. Método auscultatório: coloca-se o diafragma do estetoscópio suavemente por sobre a artéria braquial; insufla-se o manguito suavemente até o nível previamente determinado (30 mmHg acima da pressão arterial máxima verificada pelo método palpatório) e em seguida desinsufla-se lentamente, à uma velocidade de 2 a 3 mmHg por segundo. Verifica-se o nível no qual os ruídos (de Korotkoff) são auscultados, o que corresponde à pressão arterial máxima, pressão sistólica. Continua-se baixando a pressão até o abafamento das bulhas e a seguir o desaparecimento completo dos ruídos de Korotkoff, o que corresponde à pressão arterial mínima, pressão diastólica. A seguir desinsuflar rapidamente a pêra. Em algumas pessoas, o ponto de abafamento e o de desaparecimento ficam muito afastados, e em raras situações chegam a não desaparecer. Nesse caso, deve- se citar os 2 ruidos: de abafamento e do desaparecimento do som. EX:12x8x5cmHg ou 120x80x50mmHg. Estes sons são denominados sons de Korotkoff, nome do médico russo que propôs o método auscultatório. Para maior precisão deve-se repetir a leitura de ambas as pressões. Entre estas duas leituras deve-se soltar todo o ar do manguito para evitar a possibilidade de erros na segunda leitura e pedir para o paciente abrir e fechar a mão para diminuir o desconforto da compressão. OBS: a roupa da paciente não deve fazer constrição no braço a PA pode ser medida nas coxas, porém com manguitos especiais e com o estetoscópio localizado no oco poplíteo. em pacientes obesos, a maior circunferência do braço determina níveis pressóricos falsamente elevados, sendo conveniente nesses casos a mediada da PA no ante-braço, com o estetoscópio sobre a artéria radial. a margem inferior do manguito deve permanecer 2,5 cm acima da prega anti-cubital; Após a lavagem das mãos, reunir todo o material e dirigir-se à unidade do paciente, orientando-o para o procedimento. O mesmo deve estar em repouso por pelo menos cinco minutos, em abstenção de fumo ou cafeína nos últimos 30 minutos; o braço selecionado deve estar livre de vestimentas, relaxado e mantido ao nível do coração (aproximadamente no quarto espaço inter-costal). Quando o paciente está sentado, coloca-se o braço por sobre uma mesa; a pressão arterial poderá estar falsamente elevada caso a artéria braquial fique abaixo do nível do coração. 1. Lavar as mãos. 2. Explicar o procedimento e a finalidade ao paciente. 43 3. Desinfetar as olivas e o diafragma ou campânula do estetoscópio, com algodão embebido em álcool a 70%. Desprezar o algodão em recipiente apropriado. 4. Colocar o paciente deitado ou sentado, com o antebraço apoiado e a palma da mão voltada para cima. 5. Expor o braço do paciente, evitando compressão no local. 6. Colocar o manguito ao redor do braço do paciente, ajustando-o 2-3cm acima da dobra do cotovelo. 7. Aplicar o Método Palpatório. 8. Colocar as olivas do estetoscópio nos ouvidos, observando a curvatura das biauriculares para frente. 9. Aplicar o Método Auscultatório. 10. Repetir o procedimento após desinsuflar totalmente o manguito e o paciente ter feito movimentos de abrir e fechar as mãos. 11. Retirar o estetoscópio. 12. Retirar o manguito do braço do paciente. 13. Desinfetar as olivas e o diafragma do estetoscópio, com algodão embebido em álcool a 70%. Desprezar o algodão. 14. Proceder às anotações no prontuário. 15. Lavar as mãos. BIBLIOGRAFIA 1.Apostila Subprograma de Hipertensão da UNICAMP 2. Souza, Elvira De Felice, Novo manual de enfermagem: procedimentos e cuidados básicos,6.ed.22ª.Reimpressão.Rio de Janeiro, Cultura Médica, 199l. 4. Kawamoto, Emília Emi, Fundamentos de Enfermagem,São Paulo:EPU,1986. 5. http://www.hospitalar.com/not_int_imp.php3?N=1005 6. http://www.unimes.br/aulas/MEDICINA/Aulas2005/1ano/Procedimentos_basicos_em_medi cina/sinais_vitais.html 7 .http://www.soenfermagem.net/sinais.html 8. http://www.hu.ufsc.br/~cardiologia/aulahas.pdf 9. http://departamentos.cardiol.br/dha/revista/10-2/comentarios.pdf 44 APRESENTAÇÃO: O processo cicatricial é sistêmico associado ao tópico. Não basta protegermos a lesão contra agentes externos físicos (calor, frio), mecânicos (fricção, atritos), agentes biológicos (bactérias, fungos, etc) e esquecermos de analisar o estado físico do indivíduo, suas patologias de base, alergias, condições sócio culturais. Quando enxergamos somente a lesão, falhamos e muitas vezes prejudicamos a evolução daquela lesão. O TE tem como responsabilidade ajudar o enfermeiro na avaliação das feridas, pois, ao executar o curativo prescrito, ele observa e registra a evolução do ferimento quanto a profundidade, extensão, forma, estágio cicatricial, tipo de exsudato, odor, algias e intercorrências. I. INTRODUÇÃO A pele é considerada a principal barreira de proteção do organismo. Suas funções são: 1. Revestir nosso corpo e impedir a perda de líquidos. 2. Proteger da ação de agentes externos. 3. Manter a temperatura corporal. 4. Sintetizar a vitamina D com a exposição aos raios solares. 5. Agir como órgão do sentido. 6. Manter o pH entre 4,5 e 6. 7. Identificar agentes externos. A pele é considerada o maior órgão do corpo humano. Possui uma espessura de 1 a 4mm. É composta por 3 camadas: epiderme, derme e hipoderme. Epiderme: é a camada externa da pele, composta por células epiteliais: queratinócitos, células de Langerhans que atuam na defesa imunológica e melanócitos que atuam na TRATAMENTO DE FERIDAS 45 coloração da pele, filtra os raios ultravioleta e sintetiza a vitamina D. Não é vascularizada e é impermeabilizada pelo sebo produzido pelas glândulas sebáceas. Derme: é uma região inervada, vascularizada, rica em fibras de colágeno e elastina, 15 a 40 vezes mais espessa que a epiderme, possui anexos: glândulas sudoríparas, que regulam a temperatura corporal, glândulas sebáceas, pêlos que no couro cabeludo calcula-se uma média de 100.000 unidades que crescem a 0,37mm/dia e unhas. Funções: suporte e elasticidade, manutenção do pH, defesa contra agentes externos. Hipoderme: rica em tecido adiposo. Funções: proteção mecânica, isolamento térmico e reservatório nutricional. II.FERIDAS Qualquer lesão no tecido epitelial, mucosas ou órgãos com prejuízos de suas funções básicas. As feridas podem ser causadas por fatores extrínsecos, como incisão cirúrgica, lesões acidentais como cortes, traumas; ou por fatores intrínsecos como, infecção, alterações vasculares (úlceras crônicas), defeitos metabólicos (diabetes,...), neoplasias. CLASSIFICAÇÃO DAS FERIDAS A classificação das feridas é um processo de grande importância para avaliação e prescrição do tratamento tópico adequado. Ela envolve o reconhecimento da etiologia (causa), do agente causador, dimensões, profundidade, grau de contaminação e localização anatômica da lesão. 46 1.Quanto à etiologia AGUDA: podem ser intencionais (incisão cirúrgica) ou traumáticas. CRÔNICA: podem resultar da perpetuação de um processo agudo, ou começar insidiosamente e evoluir com resposta muito lenta. 2.Quanto ao rompimento das estruturas superficiais ABERTA: sem aproximação de bordos. FECHADA: com aproximação e sutura de bordos. 3. Quanto a penetraçãoem cavidade PENETRANTE: atinge órgãos cavitários. NÃO PENETRANTE: não atinge órgãos cavitários. 4.Quanto ao conteúdo microbiano LIMPA: lesão feita em condições assépticas e isenta de microorganismos. Ex: incisão cirúrgica. POTENCIALMENTE CONTAMINADA: lesão com tempo inferior a 6 horas entre o trauma e o atendimento e sem contaminação. CONTAMINADA: lesão com tempo superior a 6 horas entre o trauma e o atendimento, sem processo infeccioso local. INFECTADA: presença de agente infeccioso local e lesão com evidência de intensa reação inflamatória e destruição de tecidos podendo haver pus. 47 5.Quanto ao agente causador MECÂNICOS: produzida por lâminas de bisturi (INCISA), faca, punhal, tesoura (PÉRFUROINCISA), projétil de armas de fogo (PÉRFUROCONTUSA), objeto rombo (CONTUSA), machado, foice, facão, enxada e mordeduras (CORTOCONTUSA), agulhas, pregos, estiletes (PUNCTÓRIA, PUNTIFORME). FÍSICOS: produzida por calor, frio (temperatura), por raio, energia elétrica (eletricidade). QUÍMICOS: substâncias ácidas (HCl, ácido nítrico,...) e básicas (soda cáustica,...). ANIMAIS PEÇONHENTOS: lesões provocadas por aranhas, escorpiões, cobras etc. PATOLÓGICA: causada por fatores intrínsecos do paciente (úlceras venosas e arteriais, úlceras de pressão ou decúbito, úlceras crônicas por defeitos metabólicos ou neoplasias). IATROGÊNICA: secundária a procedimentos ou tratamentos específicos, ex: radioterapia, bolsa de água quente queimaduras, infiltrações, pós venóclise etc. 6.Quanto a profundidade dos planos atingidos SUPERFICIAL: atinge apenas epiderme, derme. PROFUNDA: atinge planos mais profundos, abaixo da fáscia muscular. TRANSFIXANTE: que atravessa de um lado a outro. 7.Quanto as características dos exsudato Exsudato é um material fluído, composto por células que escapam de um vaso sangüíneo e que se deposita nos tecidos ou nas superfícies teciduais, usualmente como resultado de um processo inflamatório. Os exsudatos das reações inflamatórias variam no conteúdo líquido. A natureza exata do exsudato depende da gravidade da reação da sua causa específica, podendo ser: 48 EXSUDATO SEROSO: caracterizado por extensa liberação de líquido, com baixo conteúdo protéico, originado do soro sangüíneo ou das secreções serosas das células de revestimento das cavidades peritoneal, pleural, pericárdica e articulares. Esse tipo de exsudato inflamatório é observado precocemente nas fases de desenvolvimento da maioria das reações inflamatórias agudas e é classicamente encontrada nos estágios precoces da infecção bacteriana. EXSUDATO HEMORRÁGICO (ou sanguinolento): é decorrente de lesões com ruptura de vasos. É quase sempre um exsudato fibrinoso ou supurativo, acompanhado pelo extravasamento de grande quantidade de hemácias. EXSUDATO SUSPURATIVO OU PURULENTO: é um líquido composto por leucócitos e proteínas, produzido por um processo inflamatório. EXSUDATO FIBRINOSO: é o extravasamento de grande quantidade de proteínas plásticas, incluindo o fibrinogênio e a precipitação de grandes massas de fibrina. Fibrina é uma proteína insolúvel formada a partir do fibrinogênio pela ação proteolítica da trombina durante a coagulação normal do sangue. Na lesão, a fibrina é aderente aos tecidos e tem coloração esbranquiçada ou amarelada. Embora os vários tipos de reações exsudativas sejam descritos separadamente, diversos padrões mistos ocorrem em muitas inflamações e são denominados: SEROSANGUINOLENTO, SEROPURULENTO, SEROFI-BRINOSO ou FIBRINOPURULENTO. Produtos de secreção ou excreção também devem ser diferenciados em uma lesão que normalmente são característicos de fístulas (biliar, urinário, fecalóide etc). QUANTO A COLORAÇÃO DO EXSUDATO A coloração depende do tipo de exsudato e pode ser característica do pigmento específico de algumas bactérias. Há diversas colorações, sendo as mais freqüentes as esbranquiçadas (fibrinopurulenta), amareladas (fibrinoserosa), avermelhadas (sanguinolenta), esverdeadas (pseudomonas) e achocolatadas (sangue + infecção). QUANTO AO ODOR DO EXSUDATO, COMO PODE SER? O odor é proveniente de produtos aromáticos produzidos por bactérias e tecidos em decomposição. O sentido do olfato pode auxiliar no diagnóstico de infecções na ferida. Devemos observar se o exsudato é inodoro ou ferido. 49 COMO PODEM SER IDENTIFICADOS OS AGENTES ETIOLÓGICOS? Pode-se fazer cultura de material através de biópsia ou punção e, eventualmente por zaragatoa (“swab”) da lesão para exame de microscopia. Para coleta de material com “swab”, deve-se lavar abundantemente a lesão com solução fisiológica 0,9% para remoção do exsudato superficial e ser coletado “swab” estéril do plano mais profundo. Para coleta de material em caso de suspeita de infecção por anaeróbios, é recomendada punção asséptica do local e o envio do material ao laboratório em condições de anaerobiose (seringa com agulha protegida ou frasco coletor específico para este material). 8.Quanto as características vitais dos tecidos VITALIZADOS: são tecidos vascularizados, de cor viva, clara e brilhante, sensíveis à dor e inodoros. DESVITALIZADOS: caracterizam-se pela falta de vascularização, insensibilidade à dor, coloração escura e muitas vezes com odor. A gangrena, que é um tipo de necrose isquêmica, é indicativa de perda de suprimento sangüíneo, geralmente de um membro, que subseqüentemente é invadido por agentes bacterianos. Os tecidos sofrem morte celular isquêmica e necrose ocorrendo uma alteração putrefativa (apodrecimento, decomposição) do tecido morto. Podemos ter gangrena seca e gangrena úmida. A gangrena úmida é a invasão microbiana de tecido necrótico com putrefação resultante. 9.Quanto a aparência do leito da ferida definida como o tipo de tecido prevalente nessa região, sendo especificada como: - tecido necrótico (escara), de coloração preta, marrom ou castanha que adere firmemente ao leito ou às bordas da ferida e pode apresentar-se mais endurecido ou mais amolecido, comparativamente à pele periférica. A necrose é indicativa da morte celular e é causada pela ação degradativa progressiva de enzimas, podendo afetar grupos de células ou parte da estrutura ou órgão; - escara é um termo utilizado para caracterizar camadas em forma de crostas ou capas, de consistência dura e seca, coloração preta, cinza ou marrom e aderida à ferida. Á medida que a escara é hidratada, gradativamente vai ocorrendo o amolecimento da mesma e, quanto mais 50 exposta ao meio ambiente, maior o ressecamento. Nas queimaduras de 3° grau podemos observar a presença de escaras, sobre as quais muitas vezes são feitos cortes (escarotomias), que permitem a entrada de pomadas antissépticas e emolientes. - esfacelo, tecido de coloração amarela ou branca que adere ao leito da ferida e apresenta-se como cordões, ou crostas grossas; - tecido de granulação, de coloração rósea ou vermelha, de aparência brilhante, úmida e granulosa; tecido epitelial, aparece como novo tecido róseo ou brilhante que se desenvolve a partir das bordas, ou como "ilhas" na superfície da lesão (feridas superficiais) e ferida fechada ou recoberta, aquela completamente recoberta com epitélio. COMO OCORRE A CICATRIZAÇÃO? O processo acontece por meio de uma série de estágios. È o processo pelo qual a integridade do tecido lesado é restaurada. A fisiologia das feridas (abertas) é classificada em 3 fases: inflamatória, proliferativa ou reconstrutiva e de manutenção. FISIOLOGIA DO PROCESSO CICATRICIALImediatamente após a lesão, ocorre uma vasoconstricção reflexa nos vasos sanguíneos, que se prolonga durante algum tempo. A cicatrização ocorre em fases diferenciadas e que se sobrepõem. Compreende três fases: exsudativa ou inflamatória (trombocítica, granulocítica, macrofágica): 0 a 5 dias, proliferativa: 5 a 20 dias e de maturação: 20 dias a 2 anos. Fase exsudativa ou inflamatória: tem as funções de ativar o sistema de coagulação, promover o desbridamento da ferida e a defesa contra microorganismos. A inflamação é a primeira resposta tissular e caracteriza-se por cinco sinais clássicos: dor, calor, rubor, edema e perda da função. A fase inflamatória é composta por três outras fases que acontecem quase que simultaneamente: 51 Fase trombocítica: é a fase da hemostasia, que se caracteriza pela vasoconstricção. Os trombócitos são responsáveis pela agregação plaquetária e ativação da cascata de coagulação. Fase granulocítica: é a fase em que ocorre liberação de enzimas proteolíticas, em que há aumento do fluxo sangüíneo pela vasodilatação, aumento da permeabilidade capilar com conseqüente perda de exsudato (proteínas, líquidos e células) e fagocitose, onde neutrófilos e macrófagos digerem as bactérias e restos celulares. Fase macrofágica: em que há o início da reparação, onde os macrófagos secretam proteases (enzimas), fatores de crescimento e substâncias que dão continuidade ao processo de desbridamento. Fase proliferativa: nesta fase ocorrem os seguintes processos: Granulação: ocorre a formação de um tecido novo (tecido de granulação), composto de capilares, colágeno e outras substâncias. Os macrófagos estimulam a angiogênese, com a proliferação das células endoteliais dos vasos sangüíneos e os fibroblastos produzem o colágeno. O tecido de granulação tem o aspecto de pequenas massas nodulares vermelhas, translucentes e aveludadas. Epitelização: nesta fase as principais prioridades são a formação de um tecido conjuntivo novo e epitelização, onde ocorre a migração e divisão mitótica das células basais. O novo epitélio tem coloração rósea. Contração: nesta fase ocorre a diminuição do tamanho da ferida, provavelmente pela ação dos fibroblastos diferenciados que contém fibras de actina e miosina. As células migram das bordas para o centro da lesão. Fase de maturação: nesta fase ocorre uma intensa reorganização, onde a cicatriz que tem um aspecto plano, posteriormente se enrijece, endurece e sobreleva. Com o tempo, a maturação faz com que a cicatriz fique mais clara, menos rígida e mais plana. As cicatrizes hipertróficas ocorrem devido ao depósito anormal de grande quantidade de colágeno na ferida, durante a fase proliferativa. Ocorre redução de 30% da força tênsil original. Lesão Alteração da micro circulação FASE INFLAMATÓRIA Migração de células defensivas Ativação da cascata de coagulação FASE RECONSTRUTIVA Migração de células epiteliais da borda para o centro da ferida Formação de tecido de granulação FASE DE MANUTENÇÃO Formação da cicatriz 52 O QUE DEVEMOS AVALIAR DO PROCESSO CICATRICIAL? Primeiramente devemos nos informar sobre o paciente, saber a etiologia e história da sua lesão, depois deveremos avaliar a dimensão (comprimento, largura, profundidade), características do exsudato, coloração, odor, vitalidade dos tecidos, tipo de cicatrização e identificação de sinais de infecção local. TIPOS DE CICATRIZAÇÃO A. CICATRIZAÇÃO POR PRIMEIRA INTENÇÃO: Ocorre quando há perda mínima de tecido e as bordas são passíveis de ajuste por sutura. Neste tipo de lesão, o curativo é utilizado apenas para proteção não havendo necessidade de manutenção do meio úmido. O curativo pode ser removido após 24-48 horas. B. CICATRIZAÇÃO POR SEGUNDA INTENÇÃO: Ocorre quando há perda acentuada do tecido e não há possibilidade de fechamento dos bordos. O tempo de cicatrização será invariavelmente superior e o curativo deve ser utilizado como tratamento da lesão, havendo necessidade de manutenção do meio úmido. C. CICATRIZAÇÃO POR TERCEIRA INTENÇÃO OU MISTA: Ocorre quando há fatores que retardam o processo cicatricial por primeira intenção e há necessidade de deixar a lesão aberta para drenagem ou para debelar uma infecção. Posterior ao tratamento, a lesão poderá ser fechada por primeira intenção. FATORES PODEM INTERFERIR NO PROCESSO CICATRICIAL O período cicatricial depende de vários fatores locais e sistêmicos que podem influenciar prejudicialmente o processo, tais como: 1. Extensão e características da lesão; 2. Duração e persistência da lesão 3.Fatores Sistêmicos como: má oxigenação e baixo suprimento de sangue, doenças metabólicas, desnutrição, deficiência de vitamina C, A ou K, deficiência protéica, drogas citotóxicas, corticóides ou antiinflamatórios, e idade do paciente. 4. Fatores Psicológicos: medo, dor, vergonha. 5.Tratamento tópico da lesão tais como: técnica de execução e indicação de coberturas inadequadas. 6.Outros fatores como: higiene (umidade), hidratação (atrito) e cisalhamento. 53 CURATIVOS Curativo é a denominação genérica que se dá aos procedimentos e cuidados externos dispensados a uma lesão. A proposta do tratamento de uma lesão com um curativo tem por finalidade: Limpar a ferida; Proteger de traumatismo mecânico; Prevenir contaminação exógena; Absorver secreções; Minimizar acúmulo de fluídos por compressão e Imobilizar. NORMAS BÁSICAS DE ASSEPSIA PARA REALIZAÇÃO DE CURATIVOS A Realização de um curativo deve obedecer aos princípios básicos de assepsia onde preconiza-se: Lavar as mãos antes e após a realização dos curativos O registro da avaliação da ferida deve conter tipo de lesão, localização; aspecto, sinais e sintomas, produtos utilizados para tratamento; Na ausência de material de curativo, utilizar luva estéril para retirada de curativo e de luva estéril para limpeza e assepsia da lesão, para evitar a disseminação de microrganismos; Desinfetar a bandeja ou a mesa auxiliar após cada curativo com álcool 70 Após a realização do curativo, encaminhar o material ao expurgo da unidade Cobertura primária é aquela que permanece em contato direto com a ferida Cobertura secundária é a cobertura seca colocada sobre a cobertura primária Não é necessário abrir a ferida cirúrgica fechada antes de 24horas ou 48 horas por ocasião do banho (a mesma deverá ser protegida para não umedecer) Ferida (cirúrgica) que apresenta exsudato após 48 horas deve permanecer ocluída após limpeza e renovação do curativo Ferida (cirúrgica) que não apresenta exsudato após 48 horas, pode ser lavada durante o banho com espuma de sabão e água corrente, podendo permanecer aberta Ferida (lesão aberta) deverá ser ocluída após a realização da limpeza O padrão de troca de curativos pode ser a cada 24 ou 48 horas, dependendo das condições de cicatrização, nível de saturação da cobertura secundária e riscos de infecção da ferida, sendo a indicação de responsabilidade do enfermeiro na prescrição diária de cuidados, mediante avaliação clínica da ferida. 54 INDICAÇÃO DOS CURATIVOS A critério do enfermeiro mediante evolução clínica da ferida a partir da prescrição de enfermagem. COMO OS CURATIVOS PODEM SER REALIZADOS? Há possibilidade de utilização de duas técnicas distintas para realização de curativos: técnica asséptica ou estéril e técnica limpa, por exemplo, em domicílio. Na técnica estéril (asséptica) as mãos devem ser lavadas antes e após o curativo; deve ser utilizado material (pinças) ou luvas estéreis para a manipulação