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APOSTILA LABORATÓRIO DE ENFERMAGEM

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COLÉGIO TÉCNICO DE LIMEIRA - COTIL 
 
 
 
 
LABORATÓRIO DE 
ENFERMAGEM 
 
 
 
 
ANO 2017 
 
 
 
 2 
 
 
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS 
COLÉGIO TÉCNICO DE LIMEIRA 
DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM 
DISCIPLINA: LABORATÓRIO DE ENFEMAGEM 
 
Professoras Responsáveis 
Daniele Cristina Zuza 
Renata Luiz da Silva Barbosa 
 
Autoras 
Daisy Rodrigues Pommer 
Eliane Covre Rebolla 
Marilene Alice da Cunha dos Santos 
 
Colaboração 
Aline Salheb Alves Pivatti 
Andréa dos Santos Fonseca 
Andreza Silvestrin 
Avani M. L. Bertolini 
Beatriz J. Ferreira 
Clarice C. Pereira 
Cláudia Rossi 
Cristina M. D. G. Uhlmann 
Débora C. M. Alves 
Luiza H. Ribeiro 
Márcia Regina Prada 
Marla G. Carriti 
Mônica Aguiar 
Priscila Luders 
Rosângela B. T. Mathias 
Tânia M. Bernardo 
 
 
 
 
 
 
 3 
 
ÍNDICE 
 
PROCEDIMENTOS PÁGINA 
Manual de Técnicas Básicas - 
O cliente e a enfermagem 
...................................................................04 
Introdução às Técnicas Básicas ...................................................................05 
Higiene das mãos ...................................................................07 
Técnica de lavagem das mãos ...................................................................08 
Infecção Hospitalar ...................................................................11 
Precauções Universais ...................................................................12 
Sinais Vitais ...................................................................14 
Tratamento de feridas 
-Curativos 
-Cateteres, Introdutores, fixadores externos 
e drenos de sistema fechado 
-Drenos abertos 
-Incisões simples e fechadas 
-Incisões com pontos subtotais ou totais 
-Lesões abertas 
-Cistostomia, gastrostomia e jejunostomia 
-Traqueostomia 
-Colostomia e ileostomia 
-Colocação de Luvas estéreis 
...................................................................44 
...................................................................53 
...................................................................56 
 
...................................................................61 
...................................................................62 
...................................................................64 
...................................................................66 
...................................................................68 
...................................................................70 
...................................................................73 
...................................................................75 
Produtos de uso hospitalares, ambulatoriais 
e domiciliares atualmente utilizados no 
tratamento de feridas 
Prevenção e Tratamento de Úlcera por 
Pressão 
 
 
...................................................................78 
 
...................................................................90 
Ataduras ...................................................................96 
Cuidados com drenos e cateteres 
Sondagem Nasogástrica e Nasoenteral 
Gastrostomia,jejunostomia 
(Alimentação por cateteres, lavagem gástrica, 
Enterosclisma) 
.................................................................105 
.................................................................114 
.................................................................117 
Cateterismo Vesical 
Medicações 
Vias Parenterais (ID,SC,IM) 
Via Endovenosa 
.................................................................122 
.................................................................134 
.................................................................149 
.................................................................177 
Cuidados com traqueostomia .................................................................192 
Aspiração traqueal 
 
.................................................................201 
 4 
MANUAL DE TÉCNICAS BÁSICAS 
O CLIENTE E A ENFERMAGEM 
“ENFERMAGEM É GENTE QUE CUIDA DE GENTE” (Wanda de Aguiar Horta) 
 A hospitalização desafia o senso de privacidade do paciente, bem como o controle de sua 
vida. Será preciso que o paciente abra a mão, pelo menos em certo grau, de parte de sua 
rotina, devendo muitas vezes, depender de você e da equipe para satisfazer suas 
necessidades. 
 Os objetivos da equipe de enfermagem devem estar voltados para promover a 
independência do paciente, através do seu conhecimento científico, motivação física e 
psicológica, ajudando-o no pronto restabelecimento. 
 Segundo a Comissão de Credenciamento de Organizações Hospitalares, citadas por 
Christian Gauderer: 
TODO O PACIENTE TEM DIREITO: 
 
1. De receber um atendimento atencioso e respeitoso. 
2. À dignidade pessoal (inclusive o paciente não deve ser obrigado a ficar despido mais 
tempo do que o necessário e tem o direito de exigir a presença de outra pessoa do 
mesmo sexo, quando examinado). 
3. A sigilo ou segredo médico. 
4. De conhecer a identidade dos profissionais envolvidos em seu tratamento. 
5. À informação clara, numa linguagem acessível, sobre o diagnóstico, tratamento e 
prognóstico. 
6. De comunicar-se com pessoas fora do hospital e de ter, quando necessário, um 
tradutor. 
7. De recusar tratamento e de ser informado sobre as conseqüências médicas dessa 
opção. 
8. De ser informado de projetos de pesquisa referentes ao tratamento, e de se recusar a 
participar do mesmo. 
9. De receber uma explicação completa referente à sua conta hospitalar. 
10. De reclamar (e a reclamação não deverá ter influência na qualidade do tratamento). 
11. De recusar a realização de exames desnecessários (por exemplo: raios X, exames de 
sangue e urina executados recentemente). 
12. De ter acesso a uma segunda e/ou terceira avaliação. 
13. De escolher o médico e/ou especialista dentro do ambiente hospitalar. 
 5 
14. De questionar a medicação prescrita. 
15. De ter acesso à ficha médica. 
INTRODUÇÃO ÀS TÉCNICAS BÁSICAS 
 Este Manual pretende ser um guia para as ações de enfermagem, cujas técnicas visam 
propiciar um senso de similaridade e continuidade, que ofereça segurança tanto a quem 
executa o cuidado, como a quem o recebe, devendo ser adaptadas à realidade e às 
necessidades do cliente. 
 Os riscos a que se pode expor o paciente devem exigir de nós maior preocupação, quanto 
às habilidades técnicas na execução do cuidado que lhe é devido. 
 A finalidade principal das técnicas de enfermagem é de propiciar à equipe de enfermagem 
e ao paciente SEGURANÇA, CONFORTO e ECONOMIA, evitando ou diminuindo os riscos 
que podem ocorrer ao cliente. 
 
Quanto a SEGURANÇA, visam prevenir: 
- Acidentes (quedas, lesões, queimaduras) por falta de conhecimento, imperícia 
ou atenção. 
- Infecção hospitalar. 
- Esquecimentos. 
 
Quanto ao CONFORTO, têm por finalidade evitar: 
- Posições incômodas. 
- Ruídos desnecessários. 
- Úlceras de decúbito 
- Excesso de calor ou frio. 
- Outros fatores que incomodem o paciente, tais como: má iluminação. 
 maus odores. 
 
Quanto à ECONOMIA, procuram reduzir os custos, poupando: 
- Tempo: simplificando as ações, executando com método e organização. 
- Esforço: planejando o trabalho, evitando movimentos desnecessários. 
 6 
- Material: usando o material adequado, de modo correto, mantendo-o sempre 
em ordem. 
PRINCÍPIOS BÁSICOS DOS 
PROCEDIMENTOS 
1. Conversar com o paciente e familiares explicando os procedimentos, por mais simples 
que sejam. 
2. Preparar e manterum ambiente seguro e confortável com iluminação e ventilação 
adequadas, mantendo a privacidade do paciente. 
3. Lavar as mãos. 
4. Manter em ordem a mesa de cabeceira. 
5. Separar e organizar o material a ser utilizado, se possível em bandejas. 
6. Executar o cuidado com segurança, mantendo postura correta, agilidade, observando 
o paciente e interagindo com ele. 
7. Providenciar a limpeza do ambiente e a ordem do material. 
8. LAVAR AS MÃOS antes e após cada procedimento. 
9. Fazer o relatório de enfermagem no prontuário do paciente, referente as 
intercorrências e cuidados prestados. 
 
CUIDADOS PESSOAIS 
1. Cuidar para que as unhas estejam aparadas e limpas. Se necessário, limpá-las com 
escova. 
2. Evitar o uso de anéis e pulseiras, possíveis fontes de microrganismos e causas de 
traumatismos. 
3. Cabelos compridos devem ficar presos. 
4. Manter o uniforme sempre limpo, evitando seu uso fora do ambiente hospitalar. 
5. Usar calçados limpos, fechados e laváveis (preferencialmente de couro). 
6. Fazer seu trabalho sempre com a máxima atenção, para evitar acidentes. 
7. Não levar as mãos ao rosto e cabelos, durante a execução do serviço. 
8. Seguir as precauções universais. 
 7 
 
HIGIENE DAS MÃOS 
 Na palma de nossas mãos encontramos verdadeiras fendas e labirintos que servem de 
depósito de sujeira e abrigo de microorganismos. Estes microorganismos podem causar 
infecções hospitalares e doenças infecciosas, o que pode acarretar dias adicionais de estadia 
no hospital, aumentando o custo do tratamento, quando não culminam na morte do paciente. 
 Existem dois tipos de flora microbiana nas mãos: a residente e a transitória. 
 A FLORA RESIDENTE oferece proteção contra a invasão de outros microorganismos 
patogênicos e raramente causa infecções, exceto quando a introduzimos no organismo por 
meios invasivos. Nestes casos a patogenicidade da flora microbiana pode transformar-se de 
não patogênica para patogênica. 
 A maioria dos microorganismos residentes encontra-se ao redor e abaixo das unhas e nos 
espaços interdigitais. Consiste basicamente de: cocos Gram-positivos como o 
Staphylococcus epidermidis, micrococcus Gram-positivos como a Diphtheroides 
(Corynebacterium) e Bacilos Gram-negativos como a Klebsiella. 
 Na FLORA TRANSITÓRIA, os microorganismos existentes possuem vida curta por não 
estarem localizados no seu ambiente natural. São adquiridos facilmente e permanecem nas 
camadas superficiais da pele, concentrando-se nas pontas dos dedos, principalmente abaixo 
das unhas. Podem ser facilmente removidos através da fricção com água e sabão. Os 
microorganismos mais comumente encontrados na flora transitória são: Staphylococcus 
aureus, Streptococcus, Bacilos Gram-negativos como E.coli e Pseudomonas, Vírus e outros. 
 Estes microorganismos permanecem inofensivos, a menos que ocorra algum distúrbio. 
Todos os microorganismos existentes nas mãos são capazes de colonizar e infectar feridas, 
ou uma ferida cirúrgica de um paciente imunodeprimido, onde a presença de microorganismos 
“normais” pode exceder a capacidade de defesa orgânica e conseqüentemente causar uma 
infecção. Neste caso são chamadas INFECTANTES porque causam infecção. 
 Então, o OBJETIVO da lavagem das mãos é remover a flora transitória através do uso de 
água corrente e sabonete líquido; manter a higiene, a estética; diminuir sujidade; reduzir 
contaminações cruzadas e quebrar a cadeia da infecção. Este procedimento é de baixa 
eficácia sobre a flora residente. Deve ser realizado antes e após o contato com pacientes, 
equipamentos ou materiais na área de assistência à saúde. 
 Importante: O uso de luvas não dispensa a lavagem das mãos antes e após contatos 
que envolvam mucosas, sangue ou outros fluidos corpóreos, secreções ou excreções. 
 A decisão para a lavagem das mãos com ANTI-SÉPTICO é recomendada em: realização 
de procedimentos invasivos como inserção de cateteres vasculares e urológicos. Nesse 
caso, deve-se massagear a pele por 3 a 5 minutos com solução degermante. As unhas devem 
ser mantidas sempre curtas. 
 8 
TÉCNICA DE LAVAGEM DAS MÃOS 
 
MATERIAL 
- Água corrente 
- Sabão líquido ou anti-séptico. 
- Toalhas de papel. 
 
TÉCNICA DE LAVAGEM DAS MÃOS COM TORNEIRA SEM CONTATO MANUAL 
 
1. Retirar objetos decorativos, relógios, anéis e outros. 
2. Abrir a torneira, regulando a água para um jato constante, sem tocar a pia com o corpo 
ou com as mãos. 
3. Molhar as mãos em direção aos cotovelos. Evite molhar suas roupas posicionando-se 
levemente afastado da pia. 
4. Colocar mais ou menos 3 ml de sabão líquido nas mãos. 
5. Ensaboar a pele por 30 segundos nas seguintes regiões: palma, dorso das mãos, 
espaços interdigitais, dorso dos dedos fletidos, polpas digitais e unhas, punho. 
6. Enxaguar as mãos deixando a água escorrer em direção aos cotovelos, retirando 
totalmente os resíduos de sabão. 
7. Secar cuidadosamente, iniciando pelas mãos e seguindo pelos punhos e cotovelos 
com papel-toalha descartável. 
8. Desprezar o papel no cesto de lixo. 
 
TÉCNICA DE LAVAGEM DAS MÃOS COM TORNEIRA DE CONTATO MANUAL 
 
1. Abrir a torneira. 
2. Molhar as mãos. 
3. Passar sabão ou anti-séptico nas palmas das mãos. 
4. Fazer movimentos de fricção com as palmas das mãos. 
 9 
5. Fechar a torneira e a seguir ensaboá-la e esfregá-la. 
6. Ensaboar e friccionar a pele por 30 segundos nas seguintes regiões: dorso das mãos, 
espaços interdigitais, dorso dos dedos, polegares, polpas digitais e unhas, punhos. 
7. Abrir a torneira. 
8. Enxaguar as mãos deixando a água escorrer em direção aos cotovelos, retirando 
totalmente os resíduos de sabão. 
9. Fazendo uma concha com a mão pegar um pouco de água para enxaguar a torneira. 
10. Pegar um papel toalha e, com ele, fechar a torneira. Logo após tê-la fechado, 
desprezá-lo no cesto de lixo. 
11. Pegar mais papel toalha e secar as mãos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Situações como falta de sabão, locais onde não haja água acessível como 
ambulâncias, falta de suprimento de água, calamidades, interrupção de fornecimento, 
lavatórios insuficientes, pode-se usar apenas uma SOLUÇÃO DE ÁLCOOL GLICERINADO A 
2% OU GEL BACTERICIDA EM SOLUÇÃO ALCOÓLICA, friccionando as mãos pelo tempo 
estipulado pelo produto, geralmente um minuto, ao invés da lavagem das mãos. Situações 
com baixo risco de contaminação das mãos como aferição de sinais vitais ou dos parâmetros 
de um equipamento, também podem ser uma das indicações. 
 Quando em uso domiciliar, utilizaremos o sabão ou sabonete em pedra, o mesmo deverá 
ser enxaguado antes do uso e do retorno à saboneteira. 
 
 
 
Observações: 
1. Fazer movimentos de fricção, rotatório em cada um dos 
dedos. 
2. Esfregar as unhas, que devem estar sempre curtas, da mão 
direita com movimentos de vai-e-vem na palma da mão 
esquerda fechada em concha, e vice-versa. 
3. Esfregar o punho com movimentos circulares. 
 
 10 
Técnica de LAVAGEM DAS MÃOS com torneira sem contato manual 
 
 
 
 
 11 
INFECCÇÃO HOSPITALAR 
 Infecção hospitalar é qualquer infecção adquirida após a internação do paciente e que se 
manifesta durante a internação ou mesmo após a alta, quando puder ser relacionada com a 
internação ou procedimentos hospitalares. 
 A infecção é a mais freqüente e grave complicação que acomete pacientes 
hospitalizados. Uma infecção hospitalar acrescenta, em média, 5 a 10 dias ao período de 
internação. Eleva os custos e se constitui em importante causa de morte durante a 
hospitalização. 
 As infecções hospitalares podem ser originadaspor: 
- Flora do próprio paciente (endógena): os microorganismos existentes na flora do 
paciente convertem-se em patógenos pelas manipulações ou atos terapêuticos, que 
modificam a sua estrutura e sensibilidade. 
- Flora de outro paciente: a infecção transmite-se de um para outro paciente 
(INFECÇÃO CRUZADA). 
Os mecanismos mais comuns de transmissão são: 
- Contato direto ou físico de dois indivíduos: mão, corpo. 
- Contato indireto ou por objetos contaminados. Este mecanismo tem grande variedade 
de formas: contato com comadres, papagaios, mamadeiras, copos, materiais sujos, 
mal desinfetados, mal esterilizados. 
- Vias respiratórias: quando se disseminam os microorganismos em aerosol, podendo 
ser inalados ou depositados na pele ou nas mucosas. 
- Vetores: quando os mecanismos de transmissão são os insetos ou artrópodes, que 
depositam os microorganismos nos objetos e alimentos por onde passam, podendo 
infectar o paciente. 
- Inoculação traumática: quando se introduz o microorganismo no paciente, mediante 
alguma técnica médica, cirúrgica ou de enfermagem. 
 A Portaria do Ministério da Saúde 2.616 de 1999, obriga a todos os hospitais a terem 
Comissões de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH). 
 A prevenção das infecções hospitalares deve ser feita por todos os profissionais. 
 Devemos ter muita preocupação com o vírus da Hepatite B e com o vírus da AIDS. Na 
hepatite B, o risco de adquirir infecção por manipulação de sangue e secreções é de 6 a 30%, 
e na AIDS é menor que 1%. 
Cumprir e fazer cumprir as normas da CCIH é obrigação de todos os que trabalham 
no hospital. 
 12 
PRECAUÇÕES UNIVERSAIS 
 Devem ser utilizadas no contato com fluídos ou secreções corporais de qualquer paciente, 
independentemente do mesmo ser ou não portador de qualquer doença transmissível. 
 
1. Lavagem das mãos: 
Deve ser realizada antes e após o contato com fluído corporal de qualquer paciente, 
mesmo que usando luvas. 
 
2. Luvas: 
As luvas devem ser utilizadas para a manipulação de sangue e outros fluídos 
corporais, membranas mucosas ou pele não íntegra de todos os pacientes, para 
procedimentos em equipamentos ou superfícies contaminados com sangue ou outros 
fluídos corporais, para venopunção e outros procedimentos de acesso vascular. 
As luvas devem ser trocadas após o contato com cada paciente. 
Equipes cirúrgicas devem utilizar 2 pares de luvas. Este procedimento previne os 
riscos de contaminação determinados pelo índice de perfuração de luvas durante o ato 
operatório. 
 
3. Avental: 
Utilizar avental fechado sobre as roupas de uso comum, ou uniforme de mangas 
longas – quando houver contato direto com o paciente, principalmente em 
procedimentos com risco de contaminação com sangue ou outros fluidos corporais. Se 
estiver sendo manipulada grande quantidade de sangue ou outros líquidos corporais 
(líquido amniótico, por exemplo), deve ser utilizado avental impermeável, bem como 
proteção para pernas e pés (em procedimentos obstétricos, principalmente). 
 
4. Instrumentos pérfuro-cortantes: 
 Cuidados especiais devem estar presentes para prevenir exposições acidentais com 
sangue e outros fluidos corporais provocados por instrumentos pérfuro-cortantes 
(agulhas, escalpes, lâminas), durante os procedimentos que os exigem e na 
manipulação subseqüente (limpeza, desinfecção, esterilização ou descarte no resíduo 
hospitalar). 
As agulhas não devem ser reencapadas, entortadas ou quebradas, nem removidas 
das seringas descartáveis ou manipuladas de outras formas – depois de usadas. 
 13 
Utilizar recipientes de paredes rígidas, resistentes à punctura, para transporte ou 
recolhimento de todos os materiais pérfuro-cortantes contaminados. 
Os objetos pérfuro-cortantes reutilizáveis devem ser transportados de forma segura, 
em recipientes de paredes resistentes à perfuração, para a área de reprocessamento 
de materiais. 
Os recipientes utilizados para o descarte desses materiais devem ser preenchidos 
apenas até 2/3 de sua capacidade, para que permitam seu adequado fechamento, 
sem causar riscos de acidentes. 
Desprezá-los, devidamente selados, no lixo hospitalar. 
 
5. Máscara e óculos: 
Usar máscaras e óculos ou visor quando houver risco de contaminação das mucosas 
da face (olhos, boca, nariz) com respingos de sangue ou outros fluídos corporais. Ex: 
durante aspiração de traqueostomia, oro-nasal, do tubo endotraqueal. 
 
6. Lesões de pele: 
Profissionais de saúde portadores de lesões de pele (ferimentos, dermatite) devem 
evitar o contato direto com os pacientes, principalmente em situações de risco de 
exposição a sangue ou outros fluídos corporais, bem como evitar contato com 
equipamentos contaminados, até que a lesão tenha desaparecido. 
Este procedimento confere proteção tanto ao profissional de saúde como ao paciente. 
 
7. Materiais e artigos sujos: 
Materiais e artigos sujos com sangue ou secreções devem ser transportados em sacos 
plásticos, a fim de evitar a dispersão destas partículas e contaminação de outros 
artigos e/ou superfícies. 
 
BIBLIOGRAFIA 
 López, M.A & Cruz M..J.R.Guias Práticos de Enfermagem – Hospitalização, 
McGrawHill Interamericana do Brasil Ltda: Rio de Janeiro, 1998, pág. 293-294. 
 Normas e Rotinas da Irmandade Santa Casa de Misericórdia de Limeira/2002 
 Koch, R.M. et alii Técnicas Básicas de Enfermagem 15ed., Florence Distribuidora de 
Livros Ltda: Curitiba, 1998, pág. 17-19. 
 
 
 14 
 
SINAIS VITAIS 
Os sinais vitais são indicadores das funções vitais. Através da aferição dos sinais vitais 
podemos identificar o estado clínico do paciente e reflexos de mudanças neste estado que 
orientam para um diagnóstico e um adequado acompanhamento do paciente. 
São eles: 
* Temperatura Corporal: T 
* Frequência Cardíaca ou Pulso: FC 
* Frequência Respiratória: FR 
* Pressão Arterial: PA 
E atualmente temos a presença do quinto sinal vital : Dor 
Os sinais vitais (SSVV) são aferidos para estabelecer os padrões basais, observar tendências, 
identificar problemas fisiológicos e monitorar a resposta do paciente ao tratamento. 
O profissional de enfermagem deve estar ciente dos valores normais para que mediante 
intercorrências possa detectar e comunicar imediatamente o médico responsável pelo 
paciente. 
 
 
 
 
 
 
 A temperatura corporal de um indivíduo pode variar conforme a temperatura ambiente, 
atividade física, alteração emocional, ritmo circadiano (ao acordar a temperatura é mais baixa 
do que a noite), uso inadequado das roupas e processos patológicos, dentre outros. O 
equilíbrio entre a produção e a perda de calor determina a temperatura do corpo. 
 O equilíbrio entre a produção e a perda de calor deve-se basicamente ao seguinte 
mecanismo, controlado pelo hipotálamo. 
 
 
 
TEMPERATURA 
 
 15 
 
 
 
Quando há necessidade de perda de calor: impulsos nervosos provocam vasodilatação 
periférica com aumento do fluxo sanguíneo na superfície corporal e estimulação das glândulas 
sudoríparas, promovendo a saída de calor. 
 
 
 
 
 
 
Quando há necessidade de calor: estímulos nervos provocam vasoconstrição periférica com 
diminuição do sangue circulante local e portanto menor quantidade de calor é transportada e 
perdida na superfície corpórea. 
 
 
 
 
E a febre? 
Manifestação comumente associada às infecções, a febre é uma condição de 
anormalidade na regulação da temperatura corporal em que o nosso termostato endógeno (do 
próprio corpo) é desregulado. Os neurônios que respondem ao frio e ao calor, citados 
anteriormente,continuam a exercer suas modulações, porém agora quando uma faixa 
superior de temperatura é atingida. Ou seja, se antes os mecanismos de compensação do 
excesso de calor eram ativados com temperaturas acima de 36,5ºC agora essa compensação 
só é atingida quando a temperatura se elevar a partir de 38,5ºC. 
Essa mudança acontece devido à ação de mensageiros químicos denominados 
pirogênios endógenos liberados por células de defesa do organismo (macrófagos). Outros 
pirogênios, ditos exógenos, liberados pelos organismos infecciosos alteram a função do 
hipotálamo. Com isso dentro de pouco tempo a temperatura corporal sobe, por deficiência do 
mecanismo regulador hipotalâmico adequado. 
 16 
 É muito difícil delimitar a temperatura corporal normal, porque há variações individuais, 
e, num mesmo indivíduo, a temperatura é diferente nas diversas áreas de seu corpo. Em 
média, considera-se a temperatura oral normal 37ºC, sendo a temperatura axilar 0,6ºmais 
baixa e a temperatura retal 0,6ºC mais alta. 
T E R M I N O L O G I A B Á S I C A 
 
Afebril ou Apirexia: temperatura em parâmetros normais Valores normais: 35,8ºC a 37,5ºC 
Hipotermia ou hipopirexia: temperatura abaixo do normal; 
pele e extremidades frias, cianose e tremores. 
Valores: abaixo de 35ºC 
Normotermia 36-36,9ºC 
Estado febril varia de 37 a 37,5ºC 
Febre ou hipertermia: aumento patológico da temperatura 
corporal. 
T >ou igual 37,5 C 
Pirexia 39º a 40C 
Hiperpirexia > 40ºC 
 
 
T I PO S D E AL T E R AÇ ÃO D E F E B R E 
 
CONTÍNUA OU PERSISTENTE: elevação persistente da temperatura com mínima variação. 
Ex: leucemia. 
RENITENTE: flutuações diárias ultrapassando 1ºC, sendo que a temperatura não retorna aos 
níveis normais. É típica da tuberculose, viroses e processos bacterianos. 
INTERMITENTE: há um aumento da temperatura constante, voltando ao normal frente a 
medicações antitérmicas, mas subindo novamente quando cessado o efeito da medicação. 
Ex: septicemia. 
RECORRENTE OU RECIDIVANTE: os aumentos da temperatura são intercalados com 
intervalos de temperatura normal. Ex: Malária (a cada 48/72h → febre terçã/quartã). 
 
 
 
 
 
 17 
 
 
 
 
T E R M ÔM ET R O S 
 
Termômetro de mercúrio 
 
 
Termômetro clínico redondo sem mercúrio: 
 
TERMOMETROS CLÍNICOS REDONDOS S/ MERCURIO: Tecnologia Exclusiva 
Geratherm Galinstan®, Não Tóxico, Livre de Mercúrio, Ecologicamente Correto, Não Agride a 
natureza, Design Robusto,Higiênico de fácil limpeza, Não necessita pilha. 
 
Termômetro timpânico: 
 
 
 
Termômetro de testa: 
 18 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
V E R I F I C AÇ ÃO D E T EM P E R AT U R A 
 
 Bandeja com: 
1. Termômetro clínico de mercúrio ou digital. 
2. Recipiente para algodão limpo com álcool a 70º e algodão sujo. 
3. Na temperatura oral: além de desinfetar, limpar o termômetro com água e sabão. 
ATENÇÃO 
 
Em caso de quebra de termômetro de mercúrio ou coluna de 
esfigmomanômetro devemos: 
 
• Retirar as pessoas do local; 
• Fechar todas as portas e janelas; 
• Efetuar a limpeza com luvas de borracha e máscara; 
• Recolher os restos de vidro; 
• Recolher o mercúrio utilizando seringa sem agulha; 
• Acondicionar o mercúrio em recipiente de plástico resistente ou vidro; 
• Fechar hermeticamente; 
• Descontaminar o piso com lavagem com hipoclorito de sódio e água; 
• Abrir as portas e janelas por um período de 24 horas após a limpeza. 
 19 
4. Na temperatura retal acrescentar papel higiênico e biombo. 
 
 
 
 
 
TEMPERATURA BUCAL OU ORAL 
 
MÉTODO 
1. Lavar as mãos. 
2. Conferir o material. 
3. Explicar o procedimento ao paciente. 
4. Fazer a desinfecção do termômetro com algodão embebido em álcool à 70%, no 
sentido da haste para o bulbo. 
5. Acomodar o paciente em decúbito dorsal. 
6. Observar se a coluna de mercúrio está abaixo de 35ºC. 
7. Colocar o termômetro sob a língua do paciente, recomendando que o conserve na 
posição, mantendo a boca fechada por 7 minutos. 
8. Solicitar ao paciente que sele os lábios ao redor do termômetro. 
9. Retirar o termômetro, ler a temperatura e anotá-la, escrevendo a letra B para indicar o 
local onde foi verificada. 
10. Agitatr novamente o termômetro para fazer descer a coluna de mercúrio e proceder a 
desinfecção utilizando algodão com álcool à 70º da haste para o bulbo. 
11. Lavar o termômetro com água e sabão antes de guardá-lo. 
12. Lavar as mãos. 
 
OBSERVAÇÕES 
 
1. O termômetro apropriado (longo e chato) propicia mais segurança e rapidez de 
aquecimento. 
 20 
2. Não verificar temperatura bucal de pacientes em delírio, inconscientes, que estejam 
com lesões na boca ou com problemas nas vias respiratórias. 
3. É contra-indicada a verificação de temperatura bucal logo após a ingestão de 
alimentos gelados ou quentes, ou se fumou a menos de 30 minutos. 
 
 
 
TEMPERATURA AXILAR 
MÉTODO 
1. Lavar as mãos. 
2. Conferir o material. 
3. Explicar o procedimento ao paciente. 
4. Fazer a desinfecção do termômetro com algodão embebido em álcool à 70%, no 
sentido da haste para o bulbo. 
5. Acomodar o paciente em decúbito dorsal. 
6. Observar se a coluna de mercúrio está abaixo de 35ºC, utilizando força centrífuga 
(com movimentos firmes). 
7. Abduzir o braço do paciente e enxugar bem a axila sem friccioná-la. 
8. Colocar o bulbo do termômetro bem no côncavo da axila. (vide figura) 
9. Aduzir o braço do paciente. 
10. Flexionar o antebraço do paciente e apoiá-lo sobre o tórax. 
11. Deixar o termômetro no local durante 7 minutos. 
12. Retirar o termômetro, segurando-o pela haste, abduzindo o braço. 
13. Segurar o termômetro mantendo-o ao nível dos olhos, rodando-o entre os dedos, até 
que a linha de mercúrio possa ser visualizada. 
14. Proceder à leitura. 
15. Desinfetar o termômetro da haste ao bulbo com algodão embebido em álcool. 
16. Desprezar o algodão. 
17. Sacudir cuidadosamente o termômetro até que a coluna de mercúrio desça abaixo de 
35ºC. 
18. Recompor a unidade. 
 21 
19. Lavar as mãos. 
20. Proceder às anotações no prontuário 
OBS: Termômetro digital: ligar até mostrar o sinal Lo. Colocar o termômetro na região 
axilar em contato direto com a pele, deixando-o até tocar o alarme sonoro. 
Contra-indicação: furunculose axilar. 
 
 
 
 
 
TEMPERATURA INGUINAL 
 
 
 
Temperatura semelhante à axilar. 
1. O método é o mesmo, variando apenas o local: o termômetro é colocado na região 
inguinal. 
2. É mais comumente verificada nos recém-nascidos. Neste caso, manter a coxa da 
criança flexionada sobre o abdome. 
 
 
 22 
TEMPERATURA RETAL 
 
 
Materiais: 
-Termômetro retal 
-Lubrificante (vaselina) 
-Luvas de procedimento, biombo, bandeja 
 
 
MÉTODO 
1. Lavar as mãos. 
2. Conferir o material e colocar biombo. 
3. Explicar o procedimento ao paciente. 
4. Calçar as luvas. 
5. Colocar o paciente em decúbito lateral esquerdo e proteger com lençol. 
6. Observar se a coluna de mercúrio está abaixo de 35ºC. 
7. Lubrificar a ponta do termômetro que vai ser inserida no reto. 
8. Descobrir o paciente e separar as nádegas de modo que o esfincter anal seja visto 
claramente. 
9. Inserir lentamente o termômetro por 4 cm em direção a coluna vertebral. Solicitar ao 
cliente que inspire durante a introdução. 
10. Retirar o termômetro depois de 3 a 5 minutos, e ler a temperatura. 
11. Limpar a região anal com umpano ou lenço úmido para retirar as fezes e o 
lubrificante. 
12. Posicionar o paciente de maneira confortável. 
13. Retornar a coluna de mercúrio ao ponto inicial. 
14. Imergir o termômetro em solução de hipoclorito de sódio a 1º por 30 minutos e lavar 
em água corrente. 
15. Retirar as luvas. 
16. Lavar as mãos. 
17. Anotar a temperatura escrevendo a letra “R” para indicar o local onde foi verificada. 
 23 
 
OBSERVAÇÕES 
1. A técnica para verificação da temperatura corpórea por via oral é contraindicada em 
crianças menores de 5 anos. A técnica por via retal é extremamente traumática para 
essa faixa etária, porém é uma via bastante usada em pediatria. O termômetro 
lubrificado deve ser introduzido 2,5 cm. Conforme a idade pode ser necessário segurar 
as pernas da criança e mantê-la em posição confortável. 
2. É contra-indicado verificar a temperatura retal em casos de inflamação, obstrução ou 
operação de reto. 
 
 
 
 
 
 
 O pulso é um indicador da função circulatória e cardíaca. Caracteriza-se pela sensação 
de impacto ou batimento.Toda vez que o sangue é lançado do ventrículo esquerdo para a 
aorta, a pressão e o volume provocam oscilações ritmadas em toda a extensão da parede 
arterial, evidenciadas quando sob toque se comprime moderadamente a artéria contra o osso 
ou músculo subjacente. 
Determinados fatores podem provocar alterações passageiras no pulso, como: emoções, 
exercícios físicos, alimentação, drogas etc. 
Normalmente, faz-se a verificação do pulso radial, mas o pulso periférico pode ser verificado 
nas seguintes artérias: radial, carótida, temporal, axilar, braquial, femoral, poplítea, pediosa e 
tibial posterior. 
Os pulsos periféricos devem ser avaliados quanto às seguintes características: 
- frequência (número de batimentos por minuto) 
- ritmo (dado pela sequência de pulsações) 
- amplitude (volume de sangue bombeada a cada batimento) 
- tensão (compressibilidade da parede arterial) 
- tipo de onda 
1. CARACTERÍSTICAS DO PULSO 
Característica do pulso Descrição 
FREQUÊNCIA CARDÍACA 
 
 24 
Frequência Normal 
Taquicárdico (frequência elevada) 
Bradicárdico (frequência baixa) 
Ritmo Ritmico ou Regular (intervalos iguais) 
Arritmico ou Irregular (intervalos variáveis) 
Amplitude Amplo ou cheio 
Mediano 
Pequeno ou fino 
 
 
VALORES DE REFERÊNCIA: 
 
 Intra-útero: 120 – 160 batimentos por minuto (b.p.m) 
 Recém-nascido: 120 – 140 b.p.m. 
 0dia a 28 dias: 120 – 140 b.p.m. 
 Lactente: 29dias até 1 ano: 100 – 120 b.p.m. 
 Infância e adolescência: 80 – 100 b.p.m. 
 Adulto: 60 – 80 b.p.m. 
 
 
TERMINOLOGIA: 
Normocárdico: pulso normal. 
Bradicárdico: pulso abaixo da faixa de normalidade para a faixa etária. 
Taquicárdico: pulso acima da faixa de normalidade para a faixa etária. 
Taquisfígmico: pulso fino e taquicárdico. 
Bradisdígmico: pulso fino e bradicárdico. 
Tensão: é a resistência das artérias à pressão dos dedos. 
Tensão alta: artéria dura, difícil de comprimir. 
Tensão baixa: mole, sem tônus, fácil de comprimir. 
 25 
Pulso rítmico: regular. 
Pulso arrítmico: irregular. 
Pulso dicrótico: percepção e ausculta de batimentos duplos. 
 
 
 
 26 
 
 
 
 
 
Pulso apical: 
A verificação deste destina-se a clientes digitalizados (ou cardiotôncios – iniciando em 
arrtimias ou insuficiência cardíaca) e com doenças cardíacas. A verificação faz-se com o 
estetoscópio no cruzamento da linha médio clavicular com o quarto espaço intercostal. 
 
 
 
 
 27 
VERIFICAÇÃO DA FREQUÊNCIA CARDÁICA (FC) 
 
 
MATERIAL 
Relógio com ponteiro de segundos, cronômetro ou digital. 
 
MÉTODO 
 
1. Lavar as mãos. 
2. Explicar ao paciente o que vai ser feito. 
3. Manter o paciente confortável (deitado ou sentado). Posicionar o membro superior 
(braço direito ou esquerdo) ao lado do corpo, sobre o leito. Se o paciente estiver 
sentado, flexione o antebraço em um ângulo de 90º e mantenha-o apoiado. 
4. Colocar os dedos indicador e médio sobre uma artéria superficial do paciente, fazendo 
leve pressão, suficiente para sentir a pulsação. 
 Procurar sentir bem o pulso antes de iniciar a contagem. 
5. Contar os batimentos durante um minuto, avaliar frequência, volume e ritmo. 
6. Se necessário repetir a contagem. 
7. Anotar no papel. 
8. Lavar as mãos. 
9. Anotar no prontuário do paciente. 
 
 
OBSERVAÇÕES 
 
1. Não usar o polegar para verificar o pulso, pois a própria pulsação pode ser confundida 
com a pulsação do paciente. 
2. Aquecer as mãos para verificar o pulso. 
3. Em caso de dúvida, repetir a contagem. 
4. Não fazer pressão forte sobre a artéria, pois isso pode impedir de sentir os batimentos 
do pulso. 
 28 
 
 
 
 
 A respiração constitui uma das funções vitais do organismo. 
 O pulmão tem como função efetuar a troca gasosa entre as células e o meio ambiente. 
 Através dos alvéolos, entra oxigênio e sai dióxido de carbono, havendo também a troca 
gasosa entre o sangue e as células corporais. 
 A respiração é controlada, principalmente, pelo centro respiratório, no bulbo. 
 O mecanismo de ventilação é realizado através dos chamados músculos da respiração, 
principais ou acessórios, o diafragma, os intercostais externos e um pequeno número de 
músculos do pescoço, aumentando os diâmetros antero-posterior e céfalo-caudal da caixa 
torácica, resultando na criação de um gradiente de pressão negativa com a entrada de ar 
atmosférico, ou seja, inspiração. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RESPIRAÇÃO 
 
 29 
 
 
 
A expiração é um processo passivo, ou seja, a partir do relaxamento muscular, há saída de ar 
dos pulmões, desde que não haja a presença de obstruções ao fluxo de ar, o que resultaria 
em um processo ativo de expiração, com o auxílio de músculos abdominais e intercostais 
internos. 
 
A respiração é caracterizada pela expansão e retração da caixa torácica, em movimentos 
rítmicos, inconscientes, que podem se apresentar alterados até por situações afetivas. 
 
Nos recém-nascidos e lactentes, a respiração é predominantemente abdominal ou 
diafragmática, e apenas por volta dos seis a sete anos de idade é que a respiração torna-se 
progressivamente torácica. 
 
Durante a verificação da freqüência respiratória é importante observar o ritmo, a freqüência, a 
profundidade, a simetria da expansibilidade pulmonar e possíveis ruídos audíveis – sem a 
colocação do estetoscópio – que podem resultar de obstrução das vias aéreas alta (laringe e 
traquéia) ou baixa (brônquios, bronquíolos ou alvéolos). 
 
O fato de a respiração ser caracterizada por movimentos torácicos e abdominais permite o 
controle da freqüência respiratória, contando-se esses movimentos durante um minuto, a fim 
de se constatar a existência de alguma arritmia. 
 
 30 
A ausculta pulmonar, porém, não deve ser excluída, pois é através desta técnica, que se 
detectam eventuais alterações na ventilação, audíveis apenas a partir da utilização do 
estetoscópio. 
 
VALORES DE REFERÊNCIA 
 
* Prematuro: 50 r.p.m. 
* Lactentes: 30 – 40 r.p.m. 
* Um ano de idade: 25 – 30 r.p.m. 
* Pré-escolares: 20 – 25 r.p.m. 
* 10 anos de idade: ± 20 r.p.m. 
* Adolescente e adulto: 14-20 r.p.m. 
 
TERMINOLOGIA 
 Eupnéico: frequência respiratória normal 
 Dispnéico: dificuldade para respirar 
 Bradpneico: frequência respiratória diminuída Taquipneico: freqüência respiratória aumentada 
 Ortopnéia: difiuldade para respirar deitado 
 Apnéia: ausência de movimentos respiratórios 
 Respiração Cheyne Stokes: movimentos profundos e rápidos intercalados por 
períodos de apnéia 
 Respiração Kusmaul: aumento da frequência e profundidade, é o extremo da 
hiperventilação. 
 Respiração Estertorosa: respiração com ruídos 
 Anóxia: privação de oxigênio 
 
 
 
 
 31 
PRINCÍPIOS GERAIS 
 
 Não deixar que o paciente fale ou perceba que está sendo feita a contagem 
 O padrão respiratório normal inclui intervalo regular, simetria na elevação do tórax, 
ausência de esforço ou ruído 
 A verificação da respiração deve ser realizada durante 1 minuto, dado a possibilidade 
de alterações 
 
VERIFICAÇÃO DA FREQUÊNCIA RESPIRATÓRIA (FR) 
 
MATERIAL 
 Relógio com ponteiro de segundos, cronômetro ou digital. 
 
MÉTODO 
1. Lavar as mãos 
2. Deitar o paciente ou sentá-lo confortavelmente. 
3. Colocar os dedos no pulso do paciente como se fosse verificá-lo, apoiando sobre o 
tórax a fim de disfarçar a observação. 
4. Observar os movimentos de abaixamento e elevação do tórax. Os dois movimentos 
(inspiração e expiração) somam um movimento respiratório. 
5. Observar tipo, ritmo e profundidade da respiração 
6. Contar durante um minuto. 
7. Anotar no papel. 
8. Lavar as mãos. 
9. Anotar no prontuário do paciente o valor obtido. 
 
 
OBSERVAÇÕES 
1. Não permitir que o paciente fale. 
2. Não contar a respiração logo após esforços do paciente. 
 32 
 
 
 
 
 
É A PRESSÃO QUE O SANGUE EXERCE NAS PAREDES DAS ARTÉRIAS AO 
 
SER IMPULSIONADO (ESTIMULADO) PELO CORAÇÃO. 
 
 
 
A pressão arterial (PA) ou tensão arterial (TA), depende: 
 
1. Da força de contração do coração 
2. Da quantidade de sangue circulante 
3. Do calibre dos vasos 
4. Da viscosidade do sangue 
 
Ao medir a PA consideramos a pressão sistólica (máxima), que resulta da contração 
dos ventrículos para ejetar o sangue nas grandes artérias, e a pressão diastólica (mínima), 
que ocorre assim que o coração relaxa. 
 
 A pulsação normal ocorre em intervalos regulares. 
 
A PA é medida em mmHg (milímetros de mercúrio) ou em cmHg (centímetros de 
mercúrio). 
Podemos dizer PA= 130x80mmHg ou 13x8cmHg, que estaremos falando dos mesmos 
valores utilizando unidades diferentes. 
 É difícil definir exatamente o que é uma pressão arterial normal. Fatores constitutivos e 
ambientais interferem na pressão arterial. 
PRESSÃO ARTERIAL 
 
 33 
 
Fatores que influenciam: 
 
 Emoções * Ambiente (temperatura) 
 Doenças * Repouso 
 Drogas 
 Alimentação 
 Exercícios 
 Dor 
 Sexo 
 Raça 
 Jejum 
 Fumo 
 Doenças: choque, hemorragias, cardiopatias 
 
 
Diretrizes da Sociedade Brasileira de Cardiologia (2010) que classificam a PA 
 
Classificação da PA de acordo com a medida casual no consultório (>18 anos) 
 
Classificação PA sistólica (mmHg) PA diastólica (mmHg) 
Ótima <120 <80 
Normal <130 <85 
Limítrofe (pré-hipertensão) 130-139 85-89 
Hipertensão - Estágio 1 140-159 90-99 
Hipertensão – Estágio 2 160-179 100-109 
Hipertensão – Estágio 3 >ou igual 180 >ou igual 110 
Hipertensão sistólica isolada >ou igual 140 <90 
 34 
 
Para sabermos os valores de normalidade da criança podemos utilizar a seguinte regra: PA 
sistólica é = 80mmHg + 2 vezes a sua idade e a PA diastólica é = 2/3 da PA sistólica. 
 
O paciente tem direito de saber o resultado dos seus SSVV. Caso esteja alterado, questione-o 
sobre as suas variações, tranqüilize-o, solicite auxílio do seu supervisor caso perceba 
inquietação do mesmo e comunique o médico responsável. 
 
PRESSÃO ARTERIAL – exemplificando... 
 
 A pressão arterial é aquela exercida nas artérias pela circulação do sangue e se relaciona 
com a força do músculo cardíaco e com a elasticidade dos vasos sangüíneos. 
 O sangue está normalmente sob certa pressão dentro dos vasos sangüíneos. Esta 
pressão varia desde uma pressão mais alta nas artérias até uma pressão mais baixa nos 
capilares e finalmente a uma pressão negativa quando o sangue retorna ao coração pelas 
veias. 
 A aorta se expande quando o ventrículo esquerdo força o sangue para dentro dela. 
 A pressão do sangue diminui à medida que esta se afasta do ventrículo esquerdo. A 
pressão sangüínea depende de muitos fatores, tais como a força do sangue contra as 
artérias, a resistência das paredes das artérias e a viscosidade do sangue. 
 O sangue circula pelas artérias do modo parecido com a água que passa por uma 
mangueira. Imagine uma pessoa abrindo e fechando constantemente uma torneira e terá uma 
idéia da série de jorros que obrigam o sangue a sair do coração. 
 
 Podemos comparar assim o Aparelho Circulatório a um sistema constituído por: 
 
1. Uma torneira, ou seja, uma bomba de ejeção comparável ao nosso Coração. 
 
2. Um esguicho, que seria comparável aos nossos vasos sangüíneos. 
 
3. Um ralo, isto é, um sistema de eliminação e filtração comparável ao nosso rim, se ele 
tivesse um sistema de vasos para levar a água limpa de volta à torneira, passando 
antes por uma aparelho semelhante ao de ozonização, mas que seria de oxigenação, 
o pulmão. 
 35 
 
Podemos, agora, introduzir o conceito de Pressão. 
 
Pressão é toda força que um corpo exerce sobre outro: se apertarmos a mão de alguém, ele 
sentirá a pressão da minha mão sobre a dele. Se eu aperto uma tachinha sobre uma mesa, 
eu sinto a força (pressão) que eu exerço na ponta do meu dedo. No nosso sistema acima, 
podemos sentir a força da água saindo pelo esguicho, colocando a ponta de um dedo na 
saída da água. 
Esse mesmo tipo de força, o sangue exerce sobre as paredes dos vasos enquanto circula 
dentro deles. 
Essa força, quando medida com aparelho próprio, nas artérias do nosso corpo, nos dá a 
medida da Pressão Arterial, ou seja, a força que o sangue exerce nas paredes dos vasos 
arteriais. 
No entanto, a nossa bomba de ejeção, que é o coração, funciona diferentemente de uma 
torneira aberta. Ele manda o sangue para os nossos vasos, contraindo-se e em seguida, 
relaxando-se, para novamente contrair-se. Ou seja, seria comparável a uma torneira que 
abre-se mais e, em seguida, menos, constantemente, isto é, a força da água varia 
seguidamente da mesma forma, mais forte, menos forte, mais forte, menos forte... Assim é 
que dentro dos nossos vasos temos uma força maior seguida de uma menor, que 
corresponde respectivamente à força do sangue nos vasos, quando o coração se contrai e 
quando ele se relaxa. Assim é que, ao medirmos a Pressão Arterial, verificamos duas 
medidas: a Pressão Máxima (de contração do coração) e a Pressão Mínima (de relaxamento 
do coração). 
 
 Explicaremos agora os mecanismos de regulação que o aparelho circulatório usa para 
manter a Pressão Arterial normal. Esses mecanismos são os mesmos que os usados pelo 
sistema torneira-esguicho, exemplificado anteriormente: assim, teremos como variáveis: 
 
1. Volume de água que sai da torneira ou volume de sangue impulsionado pelo coração: 
é fácil perceber que, se aumentarmos a abertura da torneira, a água sairá com mais 
força, o mesmo acontece com a força (pressão) sangüínea dentro dos vasos, quando 
o coração impulsiona mais sangue para frente, quando aumenta sua força de 
contração ou ainda quando aumenta sua freqüência de contração (freqüência 
cardíaca). 
 
2. Diâmetro do esguicho ou dos vasos sangüíneos:se deixarmos fixo o volume de 
líquido e variarmos o diâmetro do esguicho ou dos vasos, perceberemos que quando 
o esguicho for fino a água sairá forte; o mesmo acontece na circulação, quando os 
 36 
vasos se contraem ficando de menor diâmetro, a pressão do sangue aumenta, ou 
quando os vasos relaxam-se aumentando o seu diâmetro a pressão sangüínea 
diminui. 
 
3. Volume de líquido eliminado pelo ralo ou pelo rim: se aumenta o volume eliminado 
pelo ralo ou pelo rim, o volume que retornará à torneira ou ao coração será menor, ou 
seja, será mandado menos líquido pela torneira ou pelo coração, diminuindo assim a 
pressão da água ou do sangue. Se diminuirmos o volume eliminado, aumentaremos o 
volume que retornará à torneira ou ao coração, aumentando assim a pressão. 
 
 
 Qualquer alteração do organismo que perturbe esse mecanismo de autoregulação, 
tornará o aparelho circulatório deficiente nas suas funções básicas de oxigenação dos 
tecidos, eliminação das substâncias tóxicas ou desnecessárias e manutenção em níveis 
normais de pressão arterial. 
 
PRESSÃO MÁXIMA X PRESSÃO MÍNIMA 
 
 PRESSÃO MÁXIMA: É aquela pressão que o sangue exerce nas paredes dos vasos 
sangüíneos (pressão sistólica) no momento em que o coração se contrai (sístole). 
 PRESSÃO MÍNIMA: É a pressão encontrada nos vasos sangüíneos no momento em que 
o coração deixa de se contrair e se relaxa (diástole) para preencher o coração novamente de 
sangue. 
 
 
 37 
 
 A diferença entre a pressão sistólica e a diastólica, é chamada de pressão do pulso. A 
pressão do pulso variará naturalmente, segundo a quantidade de sangue impulsionado para 
as artérias pelas contrações ventriculares, em outras palavras, a diminuição do volume 
sangüíneo reduzirá a pressão do pulso. 
 
 
PRESSÃO DO PULSO = Pressão sistólica - Pressão diastílica 
 
 Convém recordar que a pressão sangüínea depende da força que o sangue exerce 
contra as artérias, e a da resistência que as paredes arteriais oferecem ao sangue. A força do 
sangue que circula pelas artérias depende do ritmo da atividade cardíaca e da quantidade de 
sangue circulante. A pressão sangüínea arterial varia com a força das contrações 
ventriculares, o diâmetro (largura) das arteríolas, a elasticidade dos vasos sangüíneos e a 
viscosidade (espessura) do sangue. Naturalmente, à medida que o sangue passa das artérias 
para os capilares e logo às veias, a pressão sangüínea normalmente diminui. Por exemplo, a 
pressão sistólica pode ser de 120 nas artérias, 50 nos capilares, e ao redor de zero nas veias 
perto do coração. 
A PA pode ser representada pela fórmula: 
 
PA = DC X RPT 
 
PA  Pressão Arterial. 
DC  Débito Cardíaco = Volume Sangüíneo x Freqüência Cardíaca. 
RPT  Resistência Periférica Total. 
 
 Através da fórmula, podemos constatar que: um aumento de DC ou de RPT acarretam 
um aumento de PA sistêmica. Assim, a mudança no volume sangüíneo, reduz a pressão de 
pulso. Qualquer diminuição do volume sanguíneo, como por exemplo, no caso de uma 
hemorragia, produzirá uma diminuição na pressão sangüínea e conseqüentemente na 
pressão do pulso. 
 
 ↓ VOLUME = ↓ PRESSÃO DO PULSO 
 
 38 
 
COMPLICAÇÕES 
A hipertensão arterial é um dos fatores envolvidos em uma série de doenças. Entre outras, as 
doenças abaixo são provocadas, antecipadas ou agravadas pela hipertensão arterial. 
 Cardíaca – Angina de peito, Infarto Agudo do Miocárdio, Cardiopatia hipertensiva e 
Insuficiência cardíaca. 
 Cerebral – Acidente vascular cerebral. 
 Renal – Nefropatia hipertensiva e Insuficiência renal 
 Ocular – Retinopatia hipertensiva. 
 
TRATAMENTO NÃO MEDICAMENTOSO: 
redução do peso, restrição de sal nas dietas, redução da ingestão de álcool, exercícios 
físicos, parar de fumar. 
 
APARELHOS DE PRESSÃO 
ESFIGMOMANÔMETRO X ESTETOSCÓPIO 
 
 
 
 39 
 
 
 
 
 
ESFIGMO = pulso 
 MANÔMETRO serve para medir a pressão do sangue nas artérias. 
 ESTETOSCÓPIO: composto por olivas auriculares, armação metálica, tubos 
de borracha e receptores que podem ser campânula ou diafragma. 
 
 Temos esfigmomanômetro de mercúrio e aneróide. Aneróide é aquele que 
funciona sem líquido. Ambos funcionam exercendo pressão. 
 
 O esfigmomanômetro é composto de uma larga bolsa retangular de borracha 
insuflável denominada MANGUITO revestida de pano, ligada a uma pera de borracha que 
serve para insuflá-lo e de uma pequena válvula ligada a pera que deixar sair o ar do manguito 
depois de insuflado.. 
ESFIGMOMANÔMETRO 
DIGITAL 
Esfigmomanômetro 
aneróide 
Esfigmomanômetro de 
coluna de mercúrio 
 40 
 
O tamanho do aparelho depende da circunferência do braço a ser 
examinado, sendo que a bolsa inflável do manguito deve ter uma largura que 
corresponda à 40% da circunferência do braço, sendo que seu comprimento deve ser 
de 80%; manguitos muito curtos ou estreitos podem fornecer leituras falsamente 
elevadas. 
 
 
Dimensões da bolsa de borracha para diferentes circunferências de braço em crianças e 
adultos (SBC, 2010) 
 
Denominação do 
manguito 
Circunferência do 
braço (cm) 
Largura 
(da bolsa) 
Comprimento 
(da bolsa) 
Recém-nascido <ou igual 10 4 8 
Criança 11-15 6 12 
Infantil 16-22 9 18 
Adulto pequeno 20-26 10 17 
Adulto 27-34 12 23 
Adulto grande 35-45 16 32 
 
 
 Quando a pressão exercida pelo manguito é maior do que a pressão do 
sangue, a circulação é interrompida. No momento em que a pressão exercida sobre a artéria é 
diminuída, a força do sangue contra as paredes arteriais é medida no manômetro que está 
conectado ao manguito, seja ele de mercúrio ou aneróide. No manômetro aneróide temos um 
relógio conectado ao manguito. Neste aparelho a pressão sobre o mecanismo do relógio faz 
mover a agulha. 
 
 
 
 
 
 41 
 VERIFICAÇÃO DA PRESSÃO ARTERIAL 
 
 A correta medida da pressão arterial é fundamental para que uma adequada 
terapêutica seja admistrada ao paciente. O aparelho de coluna de mercúrio é o mais 
adequado para tal finalidade. Aparelhos eletrônicos são indicados somente quando validados. 
O aparelho aneróide, que significa aparelho sem interferência de fluidos, deve ser testado a 
cada seis meses. 
 Antes da verificação o paciente deve descansar, sentado, de 5 a 10 minutos. 
É importante certificar-se que o paciente não está com a bexiga cheia, não praticou exercícios 
físicos, não ingeriu bebidas alcóólicas, café, alimentos e nem fumou há 30 minutos. 
 Durante a aferição, o paciente deve manter as pernas descruzadas e o braço 
na altura do coração. Utilizar um manguito de tamano adequado (bolsa de borracha com 
largura = 40% e comprimento = 80% da circunferência do braço). O manguito deve ser inflado 
até ultrapassar de 20 a 30mmHg o nível estimado da pressão sistólica pelo método palpatório. 
Posicionar o diafragma do estetoscópio sobre a artéria braquial. Insuflar rapidamente e 
desinsuflar lentamente a uma média de 2mmHg por segundo. 
 A pressão sistólica é determInada pelo aparecimento do primeiro som de 
Korotkoff audível (fase 1) e a pressão diastólica no desaparecimento dos sons (fase 5). 
 
 
 
MÉTODOS: 
Método palpatório: insufla-se o manguito, fechando-se a válvula e apertando-
se a “pera” rapidamente até o desaparecimento do pulso radial, verifica-se o valor e 
acrescenta-se 30 mmHg. Após, desinsufla-se lenta e completamente o manguito até o 
aparecimento do pulso,o que é considerado a pressão arterial máxima. Desinsufla-se a seguir 
 MATERIAL: Bandeja contendo: 
 Estetoscópio; 
 Esfigmomanômetro 
 Almotolia com álcool a 70%; 
 42 
o manguito rapidamente. O método palpatório só permite a verificação da pressão arterial 
máxima. 
Método auscultatório: coloca-se o diafragma do estetoscópio suavemente por 
sobre a artéria braquial; insufla-se o manguito suavemente até o nível previamente 
determinado (30 mmHg acima da pressão arterial máxima verificada pelo método palpatório) e 
em seguida desinsufla-se lentamente, à uma velocidade de 2 a 3 mmHg por segundo. 
Verifica-se o nível no qual os ruídos (de Korotkoff) são auscultados, o que corresponde à 
pressão arterial máxima, pressão sistólica. Continua-se baixando a pressão até o 
abafamento das bulhas e a seguir o desaparecimento completo dos ruídos de Korotkoff, o que 
corresponde à pressão arterial mínima, pressão diastólica. A seguir desinsuflar 
rapidamente a pêra. Em algumas pessoas, o ponto de abafamento e o de desaparecimento 
ficam muito afastados, e em raras situações chegam a não desaparecer. Nesse caso, deve-
se citar os 2 ruidos: de abafamento e do desaparecimento do som. EX:12x8x5cmHg ou 
120x80x50mmHg. Estes sons são denominados sons de Korotkoff, nome do médico russo 
que propôs o método auscultatório. 
Para maior precisão deve-se repetir a leitura de ambas as pressões. Entre 
estas duas leituras deve-se soltar todo o ar do manguito para evitar a possibilidade de erros 
na segunda leitura e pedir para o paciente abrir e fechar a mão para diminuir o desconforto da 
compressão. 
OBS: 
 a roupa da paciente não deve fazer constrição no braço 
 a PA pode ser medida nas coxas, porém com manguitos especiais e com o 
estetoscópio localizado no oco poplíteo. 
 em pacientes obesos, a maior circunferência do braço determina níveis pressóricos 
falsamente elevados, sendo conveniente nesses casos a mediada da PA no ante-braço, com 
o estetoscópio sobre a artéria radial. 
 a margem inferior do manguito deve permanecer 2,5 cm acima da prega anti-cubital; 
Após a lavagem das mãos, reunir todo o material e dirigir-se à unidade do 
paciente, orientando-o para o procedimento. O mesmo deve estar em repouso por pelo menos 
cinco minutos, em abstenção de fumo ou cafeína nos últimos 30 minutos; o braço selecionado 
deve estar livre de vestimentas, relaxado e mantido ao nível do coração (aproximadamente no 
quarto espaço inter-costal). Quando o paciente está sentado, coloca-se o braço por sobre uma 
mesa; a pressão arterial poderá estar falsamente elevada caso a artéria braquial fique abaixo 
do nível do coração. 
 
1. Lavar as mãos. 
2. Explicar o procedimento e a finalidade ao paciente. 
 43 
3. Desinfetar as olivas e o diafragma ou campânula do estetoscópio, com algodão 
embebido em álcool a 70%. Desprezar o algodão em recipiente apropriado. 
4. Colocar o paciente deitado ou sentado, com o antebraço apoiado e a palma da mão 
voltada para cima. 
5. Expor o braço do paciente, evitando compressão no local. 
6. Colocar o manguito ao redor do braço do paciente, ajustando-o 2-3cm acima da dobra 
do cotovelo. 
7. Aplicar o Método Palpatório. 
8. Colocar as olivas do estetoscópio nos ouvidos, observando a curvatura das 
biauriculares para frente. 
9. Aplicar o Método Auscultatório. 
10. Repetir o procedimento após desinsuflar totalmente o manguito e o paciente ter feito 
movimentos de abrir e fechar as mãos. 
11. Retirar o estetoscópio. 
12. Retirar o manguito do braço do paciente. 
13. Desinfetar as olivas e o diafragma do estetoscópio, com algodão embebido em álcool 
a 70%. Desprezar o algodão. 
14. Proceder às anotações no prontuário. 
15. Lavar as mãos. 
 
BIBLIOGRAFIA 
1.Apostila Subprograma de Hipertensão da UNICAMP 
2. Souza, Elvira De Felice, Novo manual de enfermagem: procedimentos e 
 cuidados básicos,6.ed.22ª.Reimpressão.Rio de Janeiro, Cultura Médica, 199l. 
4. Kawamoto, Emília Emi, Fundamentos de Enfermagem,São Paulo:EPU,1986. 
5. http://www.hospitalar.com/not_int_imp.php3?N=1005 
6. http://www.unimes.br/aulas/MEDICINA/Aulas2005/1ano/Procedimentos_basicos_em_medi
cina/sinais_vitais.html 
7 .http://www.soenfermagem.net/sinais.html 
8. http://www.hu.ufsc.br/~cardiologia/aulahas.pdf 
9. http://departamentos.cardiol.br/dha/revista/10-2/comentarios.pdf 
 44 
 
 
 
APRESENTAÇÃO: 
 O processo cicatricial é sistêmico associado ao tópico. Não basta protegermos a lesão 
contra agentes externos físicos (calor, frio), mecânicos (fricção, atritos), agentes biológicos 
(bactérias, fungos, etc) e esquecermos de analisar o estado físico do indivíduo, suas 
patologias de base, alergias, condições sócio culturais. 
 Quando enxergamos somente a lesão, falhamos e muitas vezes prejudicamos a evolução 
daquela lesão. 
 O TE tem como responsabilidade ajudar o enfermeiro na avaliação das feridas, pois, ao 
executar o curativo prescrito, ele observa e registra a evolução do ferimento quanto a 
profundidade, extensão, forma, estágio cicatricial, tipo de exsudato, odor, algias e 
intercorrências. 
 
I. INTRODUÇÃO 
 
 A pele é considerada a principal barreira de proteção do organismo. 
 Suas funções são: 
1. Revestir nosso corpo e impedir a perda de líquidos. 
2. Proteger da ação de agentes externos. 
3. Manter a temperatura corporal. 
4. Sintetizar a vitamina D com a exposição aos raios solares. 
5. Agir como órgão do sentido. 
6. Manter o pH entre 4,5 e 6. 
7. Identificar agentes externos. 
 
A pele é considerada o maior órgão do corpo humano. Possui uma espessura de 1 a 4mm. É 
composta por 3 camadas: epiderme, derme e hipoderme. 
Epiderme: é a camada externa da pele, composta por células epiteliais: queratinócitos, 
células de Langerhans que atuam na defesa imunológica e melanócitos que atuam na 
TRATAMENTO DE FERIDAS 
 
 45 
coloração da pele, filtra os raios ultravioleta e sintetiza a vitamina D. Não é vascularizada e é 
impermeabilizada pelo sebo produzido pelas glândulas sebáceas. 
Derme: é uma região inervada, vascularizada, rica em fibras de colágeno e elastina, 15 a 40 
vezes mais espessa que a epiderme, possui anexos: glândulas sudoríparas, que regulam a 
temperatura corporal, glândulas sebáceas, pêlos que no couro cabeludo calcula-se uma média 
de 100.000 unidades que crescem a 0,37mm/dia e unhas. Funções: suporte e elasticidade, 
manutenção do pH, defesa contra agentes externos. 
Hipoderme: rica em tecido adiposo. Funções: proteção mecânica, isolamento térmico e 
reservatório nutricional. 
 
 
II.FERIDAS 
Qualquer lesão no tecido epitelial, mucosas ou órgãos com prejuízos de suas funções básicas. 
As feridas podem ser causadas por fatores extrínsecos, como incisão cirúrgica, lesões 
acidentais como cortes, traumas; ou por fatores intrínsecos como, infecção, alterações 
vasculares (úlceras crônicas), defeitos metabólicos (diabetes,...), neoplasias. 
 
CLASSIFICAÇÃO DAS FERIDAS 
A classificação das feridas é um processo de grande importância para avaliação e prescrição 
do tratamento tópico adequado. Ela envolve o reconhecimento da etiologia (causa), do agente 
causador, dimensões, profundidade, grau de contaminação e localização anatômica da lesão. 
 46 
 
1.Quanto à etiologia 
 
AGUDA: podem ser intencionais (incisão cirúrgica) ou traumáticas. 
CRÔNICA: podem resultar da perpetuação de um processo agudo, ou começar 
insidiosamente e evoluir com resposta muito lenta. 
 
2.Quanto ao rompimento das estruturas superficiais 
 
ABERTA: sem aproximação de bordos. 
FECHADA: com aproximação e sutura de bordos. 
 
3. Quanto a penetraçãoem cavidade 
 
PENETRANTE: atinge órgãos cavitários. 
NÃO PENETRANTE: não atinge órgãos cavitários. 
 
4.Quanto ao conteúdo microbiano 
 
LIMPA: lesão feita em condições assépticas e isenta de microorganismos. Ex: incisão 
cirúrgica. 
POTENCIALMENTE CONTAMINADA: lesão com tempo inferior a 6 horas entre o trauma e o 
atendimento e sem contaminação. 
CONTAMINADA: lesão com tempo superior a 6 horas entre o trauma e o atendimento, sem 
processo infeccioso local. 
INFECTADA: presença de agente infeccioso local e lesão com evidência de intensa reação 
inflamatória e destruição de tecidos podendo haver pus. 
 
 
 47 
5.Quanto ao agente causador 
 
MECÂNICOS: produzida por lâminas de bisturi (INCISA), faca, punhal, tesoura 
(PÉRFUROINCISA), projétil de armas de fogo (PÉRFUROCONTUSA), objeto rombo 
(CONTUSA), machado, foice, facão, enxada e mordeduras (CORTOCONTUSA), agulhas, 
pregos, estiletes (PUNCTÓRIA, PUNTIFORME). 
FÍSICOS: produzida por calor, frio (temperatura), por raio, energia elétrica (eletricidade). 
QUÍMICOS: substâncias ácidas (HCl, ácido nítrico,...) e básicas (soda cáustica,...). 
ANIMAIS PEÇONHENTOS: lesões provocadas por aranhas, escorpiões, cobras etc. 
PATOLÓGICA: causada por fatores intrínsecos do paciente (úlceras venosas e arteriais, 
úlceras de pressão ou decúbito, úlceras crônicas por defeitos metabólicos ou neoplasias). 
IATROGÊNICA: secundária a procedimentos ou tratamentos específicos, ex: radioterapia, 
bolsa de água quente  queimaduras, infiltrações, pós venóclise etc. 
 
6.Quanto a profundidade dos planos atingidos 
 
SUPERFICIAL: atinge apenas epiderme, derme. 
PROFUNDA: atinge planos mais profundos, abaixo da fáscia muscular. 
TRANSFIXANTE: que atravessa de um lado a outro. 
 
7.Quanto as características dos exsudato 
 
Exsudato é um material fluído, composto por células que escapam de um vaso sangüíneo e 
que se deposita nos tecidos ou nas superfícies teciduais, usualmente como resultado de um 
processo inflamatório. Os exsudatos das reações inflamatórias variam no conteúdo líquido. 
A natureza exata do exsudato depende da gravidade da reação da sua causa específica, 
podendo ser: 
 48 
 
 EXSUDATO SEROSO: caracterizado por extensa liberação de líquido, com baixo 
conteúdo protéico, originado do soro sangüíneo ou das secreções serosas das células 
de revestimento das cavidades peritoneal, pleural, pericárdica e articulares. Esse tipo 
de exsudato inflamatório é observado precocemente nas fases de desenvolvimento da 
maioria das reações inflamatórias agudas e é classicamente encontrada nos estágios 
precoces da infecção bacteriana. 
 
 EXSUDATO HEMORRÁGICO (ou sanguinolento): é decorrente de lesões com ruptura 
de vasos. É quase sempre um exsudato fibrinoso ou supurativo, acompanhado pelo 
extravasamento de grande quantidade de hemácias. 
 
 EXSUDATO SUSPURATIVO OU PURULENTO: é um líquido composto por leucócitos 
e proteínas, produzido por um processo inflamatório. 
 
 EXSUDATO FIBRINOSO: é o extravasamento de grande quantidade de proteínas 
plásticas, incluindo o fibrinogênio e a precipitação de grandes massas de fibrina. 
Fibrina é uma proteína insolúvel formada a partir do fibrinogênio pela ação proteolítica 
da trombina durante a coagulação normal do sangue. Na lesão, a fibrina é aderente 
aos tecidos e tem coloração esbranquiçada ou amarelada. 
 
 Embora os vários tipos de reações exsudativas sejam descritos separadamente, diversos 
padrões mistos ocorrem em muitas inflamações e são denominados: 
SEROSANGUINOLENTO, SEROPURULENTO, SEROFI-BRINOSO ou 
FIBRINOPURULENTO. 
 Produtos de secreção ou excreção também devem ser diferenciados em uma lesão que 
normalmente são característicos de fístulas (biliar, urinário, fecalóide etc). 
 
QUANTO A COLORAÇÃO DO EXSUDATO 
A coloração depende do tipo de exsudato e pode ser característica do pigmento específico de 
algumas bactérias. Há diversas colorações, sendo as mais freqüentes as esbranquiçadas 
(fibrinopurulenta), amareladas (fibrinoserosa), avermelhadas (sanguinolenta), esverdeadas 
(pseudomonas) e achocolatadas (sangue + infecção). 
 
QUANTO AO ODOR DO EXSUDATO, COMO PODE SER? 
O odor é proveniente de produtos aromáticos produzidos por bactérias e tecidos em 
decomposição. O sentido do olfato pode auxiliar no diagnóstico de infecções na ferida. 
Devemos observar se o exsudato é inodoro ou ferido. 
 
 
 49 
 
COMO PODEM SER IDENTIFICADOS OS AGENTES ETIOLÓGICOS? 
 
Pode-se fazer cultura de material através de biópsia ou punção e, eventualmente por 
zaragatoa (“swab”) da lesão para exame de microscopia. Para coleta de material com “swab”, 
deve-se lavar abundantemente a lesão com solução fisiológica 0,9% para remoção do 
exsudato superficial e ser coletado “swab” estéril do plano mais profundo. 
Para coleta de material em caso de suspeita de infecção por anaeróbios, é recomendada 
punção asséptica do local e o envio do material ao laboratório em condições de anaerobiose 
(seringa com agulha protegida ou frasco coletor específico para este material). 
 
8.Quanto as características vitais dos tecidos 
 
VITALIZADOS: são tecidos vascularizados, de cor viva, clara e brilhante, sensíveis à dor e 
inodoros. 
 
DESVITALIZADOS: caracterizam-se pela falta de vascularização, insensibilidade à dor, 
coloração escura e muitas vezes com odor. A gangrena, que é um tipo de necrose 
isquêmica, é indicativa de perda de suprimento sangüíneo, geralmente de um membro, que 
subseqüentemente é invadido por agentes bacterianos. Os tecidos sofrem morte celular 
isquêmica e necrose ocorrendo uma alteração putrefativa (apodrecimento, decomposição) 
do tecido morto. Podemos ter gangrena seca e gangrena úmida. A gangrena úmida é a 
invasão microbiana de tecido necrótico com putrefação resultante. 
 
9.Quanto a aparência do leito da ferida definida como o tipo de tecido prevalente nessa 
região, sendo especificada como: 
 
- tecido necrótico (escara), de coloração preta, marrom ou castanha que adere firmemente 
ao leito ou às bordas da ferida e pode apresentar-se mais endurecido ou mais amolecido, 
comparativamente à pele periférica. A necrose é indicativa da morte celular e é causada pela 
ação degradativa progressiva de enzimas, podendo afetar grupos de células ou parte da 
estrutura ou órgão; 
 
- escara é um termo utilizado para caracterizar camadas em forma de crostas ou capas, de 
consistência dura e seca, coloração preta, cinza ou marrom e aderida à ferida. Á medida que a 
escara é hidratada, gradativamente vai ocorrendo o amolecimento da mesma e, quanto mais 
 50 
exposta ao meio ambiente, maior o ressecamento. Nas queimaduras de 3° grau podemos 
observar a presença de escaras, sobre as quais muitas vezes são feitos cortes 
(escarotomias), que permitem a entrada de pomadas antissépticas e emolientes. 
 
- esfacelo, tecido de coloração amarela ou branca que adere ao leito da ferida e apresenta-se 
como cordões, ou crostas grossas; 
 
- tecido de granulação, de coloração rósea ou vermelha, de aparência brilhante, úmida e 
granulosa; tecido epitelial, aparece como novo tecido róseo ou brilhante que se desenvolve a 
partir das bordas, ou como "ilhas" na superfície da lesão (feridas superficiais) e 
 
 ferida fechada ou recoberta, aquela completamente recoberta com epitélio. 
 
COMO OCORRE A CICATRIZAÇÃO? 
 
O processo acontece por meio de uma série de estágios. È o processo pelo qual a integridade 
do tecido lesado é restaurada. A fisiologia das feridas (abertas) é classificada em 3 fases: 
inflamatória, proliferativa ou reconstrutiva e de manutenção. 
 
FISIOLOGIA DO PROCESSO CICATRICIALImediatamente após a lesão, ocorre uma vasoconstricção reflexa nos vasos sanguíneos, 
que se prolonga durante algum tempo. A cicatrização ocorre em fases diferenciadas e que se 
sobrepõem. 
Compreende três fases: exsudativa ou inflamatória (trombocítica, granulocítica, macrofágica): 
0 a 5 dias, proliferativa: 5 a 20 dias e de maturação: 20 dias a 2 anos. 
 
Fase exsudativa ou inflamatória: tem as funções de ativar o sistema de coagulação, 
promover o desbridamento da ferida e a defesa contra microorganismos. A inflamação é a 
primeira resposta tissular e caracteriza-se por cinco sinais clássicos: dor, calor, rubor, edema 
e perda da função. A fase inflamatória é composta por três outras fases que acontecem quase 
que simultaneamente: 
 
 51 
 Fase trombocítica: é a fase da hemostasia, que se caracteriza pela vasoconstricção. 
Os trombócitos são responsáveis pela agregação plaquetária e ativação da cascata de 
coagulação. 
 
 Fase granulocítica: é a fase em que ocorre liberação de enzimas proteolíticas, em 
que há aumento do fluxo sangüíneo pela vasodilatação, aumento da permeabilidade 
capilar com conseqüente perda de exsudato (proteínas, líquidos e células) e 
fagocitose, onde neutrófilos e macrófagos digerem as bactérias e restos celulares. 
 
 Fase macrofágica: em que há o início da reparação, onde os macrófagos secretam 
proteases (enzimas), fatores de crescimento e substâncias que dão continuidade ao 
processo de desbridamento. 
 
Fase proliferativa: nesta fase ocorrem os seguintes processos: 
 Granulação: ocorre a formação de um tecido novo (tecido de granulação), 
composto de capilares, colágeno e outras substâncias. Os macrófagos estimulam 
a angiogênese, com a proliferação das células endoteliais dos vasos sangüíneos e 
os fibroblastos produzem o colágeno. O tecido de granulação tem o aspecto de 
pequenas massas nodulares vermelhas, translucentes e aveludadas. 
 Epitelização: nesta fase as principais prioridades são a formação de um tecido 
conjuntivo novo e epitelização, onde ocorre a migração e divisão mitótica das 
células basais. O novo epitélio tem coloração rósea. 
 Contração: nesta fase ocorre a diminuição do tamanho da ferida, provavelmente 
pela ação dos fibroblastos diferenciados que contém fibras de actina e miosina. As 
células migram das bordas para o centro da lesão. 
 
Fase de maturação: nesta fase ocorre uma intensa reorganização, onde a cicatriz que tem 
um aspecto plano, posteriormente se enrijece, endurece e sobreleva. Com o tempo, a 
maturação faz com que a cicatriz fique mais clara, menos rígida e mais plana. As cicatrizes 
hipertróficas ocorrem devido ao depósito anormal de grande quantidade de colágeno na 
ferida, durante a fase proliferativa. Ocorre redução de 30% da força tênsil original. 
 
Lesão 
 
Alteração da micro circulação 
FASE INFLAMATÓRIA 
Migração de células defensivas 
Ativação da cascata de 
coagulação 
FASE RECONSTRUTIVA 
Migração de células epiteliais da 
borda para o centro da ferida 
Formação de tecido de 
granulação 
FASE DE MANUTENÇÃO 
 
Formação da cicatriz 
 52 
O QUE DEVEMOS AVALIAR DO PROCESSO CICATRICIAL? 
Primeiramente devemos nos informar sobre o paciente, saber a etiologia e história da sua 
lesão, depois deveremos avaliar a dimensão (comprimento, largura, profundidade), 
características do exsudato, coloração, odor, vitalidade dos tecidos, tipo de cicatrização e 
identificação de sinais de infecção local. 
TIPOS DE CICATRIZAÇÃO 
A. CICATRIZAÇÃO POR PRIMEIRA INTENÇÃO: 
Ocorre quando há perda mínima de tecido e as bordas são passíveis de 
ajuste por sutura. Neste tipo de lesão, o curativo é utilizado apenas para 
proteção não havendo necessidade de manutenção do meio úmido. O 
curativo pode ser removido após 24-48 horas. 
B. CICATRIZAÇÃO POR SEGUNDA INTENÇÃO: 
Ocorre quando há perda acentuada do tecido e não há possibilidade de 
fechamento dos bordos. O tempo de cicatrização será invariavelmente 
superior e o curativo deve ser utilizado como tratamento da lesão, havendo 
necessidade de manutenção do meio úmido. 
C. CICATRIZAÇÃO POR TERCEIRA INTENÇÃO OU MISTA: 
Ocorre quando há fatores que retardam o processo cicatricial por primeira 
intenção e há necessidade de deixar a lesão aberta para drenagem ou para 
debelar uma infecção. Posterior ao tratamento, a lesão poderá ser fechada 
por primeira intenção. 
 
FATORES PODEM INTERFERIR NO PROCESSO CICATRICIAL 
O período cicatricial depende de vários fatores locais e sistêmicos que podem influenciar 
prejudicialmente o processo, tais como: 
1. Extensão e características da lesão; 
2. Duração e persistência da lesão 
3.Fatores Sistêmicos como: má oxigenação e baixo suprimento de sangue, doenças 
metabólicas, desnutrição, deficiência de vitamina C, A ou K, deficiência protéica, drogas 
citotóxicas, corticóides ou antiinflamatórios, e idade do paciente. 
4. Fatores Psicológicos: medo, dor, vergonha. 
5.Tratamento tópico da lesão tais como: técnica de execução e indicação de coberturas 
inadequadas. 
6.Outros fatores como: higiene (umidade), hidratação (atrito) e cisalhamento. 
 53 
CURATIVOS 
Curativo é a denominação genérica que se dá aos procedimentos e cuidados externos 
dispensados a uma lesão. A proposta do tratamento de uma lesão com um curativo tem por 
finalidade: 
 Limpar a ferida; 
 Proteger de traumatismo mecânico; 
 Prevenir contaminação exógena; 
 Absorver secreções; 
 Minimizar acúmulo de fluídos por compressão e 
 Imobilizar. 
 
NORMAS BÁSICAS DE ASSEPSIA PARA REALIZAÇÃO DE CURATIVOS 
 
 A Realização de um curativo deve obedecer aos princípios básicos de assepsia onde 
preconiza-se: 
 Lavar as mãos antes e após a realização dos curativos 
 O registro da avaliação da ferida deve conter tipo de lesão, localização; aspecto, sinais e 
sintomas, produtos utilizados para tratamento; 
 Na ausência de material de curativo, utilizar luva estéril para retirada de curativo e de luva 
estéril para limpeza e assepsia da lesão, para evitar a disseminação de microrganismos; 
 Desinfetar a bandeja ou a mesa auxiliar após cada curativo com álcool 70 
 Após a realização do curativo, encaminhar o material ao expurgo da unidade 
 Cobertura primária é aquela que permanece em contato direto com a ferida 
 Cobertura secundária é a cobertura seca colocada sobre a cobertura primária 
 Não é necessário abrir a ferida cirúrgica fechada antes de 24horas ou 48 horas por 
ocasião do banho (a mesma deverá ser protegida para não umedecer) 
 Ferida (cirúrgica) que apresenta exsudato após 48 horas deve permanecer ocluída após 
limpeza e renovação do curativo 
 Ferida (cirúrgica) que não apresenta exsudato após 48 horas, pode ser lavada durante o 
banho com espuma de sabão e água corrente, podendo permanecer aberta 
 Ferida (lesão aberta) deverá ser ocluída após a realização da limpeza 
 O padrão de troca de curativos pode ser a cada 24 ou 48 horas, dependendo das 
condições de cicatrização, nível de saturação da cobertura secundária e riscos de infecção 
da ferida, sendo a indicação de responsabilidade do enfermeiro na prescrição diária de 
cuidados, mediante avaliação clínica da ferida. 
 
 54 
INDICAÇÃO DOS CURATIVOS 
 
A critério do enfermeiro mediante evolução clínica da ferida a partir da prescrição de 
enfermagem. 
 
COMO OS CURATIVOS PODEM SER REALIZADOS? 
 
Há possibilidade de utilização de duas técnicas distintas para realização de curativos: técnica 
asséptica ou estéril e técnica limpa, por exemplo, em domicílio. 
Na técnica estéril (asséptica) as mãos devem ser lavadas antes e após o curativo; deve ser 
utilizado material (pinças) ou luvas estéreis para a manipulação