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Apostila Segurança do Trabalho I

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CENTRO DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL
MARTIN LUTHER
 
 
CURSO TÉCNICO EM SEGURANÇA DO 
TRABALHO
SEGURANÇA DO TRABALHO I
Profº - Engº de Segurança do Trabalho
Eduardo Becker Delwing
CENTRO DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL MARTIN LUTHER
Curso Técnico em Segurança do Trabalho
ÍNDICE
PLANO DE CURSO ............................................................................................................... 6 
1. CURSO: Técnico de Segurança do Trabalho ...................................................................... 6 
2. DISCIPLINA: Segurança do Trabalho I ............................................................................. 6 
3. CARGA HORÁRIA: 80 horas ............................................................................................ 6 
1. A HISTÓRIA DO PREVENCIONISMO E A EVOLUÇÃO DA SEGURANÇA DO 
TRABALHO ........................................................................................................................... 8 
1.1 HISTÓRICO DA SEGURANÇA DO TRABALHO NO MUNDO ............................. 8 
1.2 HISTÓRICO DA SEGURANÇA DO TRABALHO NO BRASIL ............................ 11 
2. HIGIENE DO TRABALHO E PROGRAMA DE PREVENÇÃO DE RISCOS 
AMBIENTAIS ...................................................................................................................... 18 
2.1 INTRODUÇÃO AO ESTUDO DE HIGIENE DO TRABALHO .............................. 18 
2.1.1 Conceito de Higiene do Trabalho ........................................................................ 18 
2.1.2 A Higiene do Trabalho e os Outros Ramos Profissionais .................................... 18 
2.1.3. Conceito e Classificação dos Riscos Ambientais ................................................ 20 
2.2 Objetivos da higiene do Trabalho ............................................................................... 21 
3. SEGURANÇA DO TRABALHO ..................................................................................... 22 
a) CONCEITO .................................................................................................................. 22 
b) OBJETIVOS ................................................................................................................. 22 
c) PROCEDIMENTOS ..................................................................................................... 22 
d) IMPORTÂNCIA DA SEGURANÇA E MEDICINA DO TRABALHO .................... 23 
(1) Aspectos sociais ........................................................................................................... 23 
(2) Aspectos econômicos .................................................................................................. 24 
(3) Aspectos humanos ....................................................................................................... 25 
e) SEGURANÇA NA ENGENHARIA ............................................................................ 25 
f) SEGURANÇA DO PLANEJAMENTO ....................................................................... 26 
g) SEGURANÇA NO PROJETO ..................................................................................... 26 
h) SEGURANÇA NA EXECUÇÃO ................................................................................ 27 
i) INTERLIGAÇÃO DA SEGURANÇA NA ENGENHARIA COM OUTRAS ÁREAS
 ........................................................................................................................................... 28 
(1) Interligação da segurança na engenharia com a medicina ........................................... 29 
(2) Interligação da segurança na engenharia com a psicologia ......................................... 29 
(3) Interligação com outras áreas ...................................................................................... 30 
4. ATUAÇÃO DO TÉCNICO DE SEGURANÇA DO TRABALHO ................................. 30 
4.1. PERFIL DO TÉCNICO DE SEGURANÇA DO TRABALHO ................................ 30 
4.2. PAPEL E RESPONSABILIDADE ............................................................................ 30 
4.2.1. PAPEL DO TÉCNICO DE SEGURANÇA DO TRABALHO .......................... 30 
4.2.2 ATUAÇÃO ESPECÍFICA DO TÉCNICO DE SEGURANÇA DO TRABALHO
 ....................................................................................................................................... 32 
4.2.3 RESPONSABILIDADE DO TÉCNICO DE SEGURANÇA DO TRABALHO 33 
4.3. RESPONSABILIDADE ............................................................................................ 33 
4.4 RECOMENDAÇÕES ................................................................................................. 33 
5. ACIDENTES DO TRABALHO ....................................................................................... 34 
5.1 CONCEITO .................................................................................................................34 
Engº Eduardo Becker Delwing
Rua: Borges de Medeiros, 267, sala 201 - Lajeado / RS - CEP: 95900-000
Fone/Fax: (0XX) 51 3748-1269 e-mail – eduardobedel@certelnet.com.br
2
CENTRO DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL MARTIN LUTHER
Curso Técnico em Segurança do Trabalho
5.2 CLASSIFICAÇÃO ..................................................................................................... 35 
5.3 CAUSAS DOS ACIDENTES ..................................................................................... 36 
5.4 TIPOS DE ACIDENTES ............................................................................................ 37 
5.5 CONSEQÜÊNCIAS ................................................................................................... 38 
5.6 CONCLUSÃO ............................................................................................................ 38 
6. MANUAL DE INSTRUÇÕES PARA PREENCHIMENTO DA COMUNICAÇÃO DE 
ACIDENTE DO TRABALHO – CAT ................................................................................. 38 
I – Apresentação. ................................................................................................................... 38 
I – Apresentação ................................................................................................................ 39 
II – Recomendações gerais ................................................................................................ 39 
III – Informações gerais .................................................................................................... 40 
Ocorrências: ...................................................................................................................... 40 
IV – Preenchimento do formulário CAT .......................................................................... 43 
Quadro II – ATESTADO MÉDICO ............................................................................... 49 
V – Conceito, definições e caracterização do acidente do trabalho, prestações e 
procedimentos ................................................................................................................... 50 
VI – Legislação ................................................................................................................. 56 
VII - Anexo I – Formulário CAT ...................................................................................... 58 
Anexo II – FLUXOGRAMA ............................................................................................ 61 
7. COR E SINALIZAÇÃO DE SEGURANÇA ................................................................... 62 
7.1 Objetivo da Sinalização de Segurança ........................................................................ 62 
7.2. Classificação das Cores .............................................................................................. 62 
7.3 ABNT 6493 (EMPREGO DE CORES PARA IDENTIFICAÇÃO DE 
TUBULAÇÕES) ............................................................................................................... 69 
7.4 ABNT 7195 (CORES PARA A SEGURANÇA) ....................................................... 69 
7.5 NR-26 (SINALIZAÇÃO DE SEGURANÇA) ............................................................ 69 
8. CALOR: NR – 15 ANEXO 3 ............................................................................................ 76 
Limites de Tolerância para exposição ao calor ..................................................................... 76 
QUADRO Nº 1 .............................................................................................................. 77 
Tipo de atividade ................................................................................................................... 77 
QUADRO Nº 2 .................................................................................................................. 78 
TAXAS DE METABOLISMO POR TIPO DE ATIVIDADE ......................................... 79 
Tipo de atividade ................................................................................................................... 79 
Kcal/h .................................................................................................................................... 79 
Trabalho leve ..................................................................................................................... 79 
Trabalho moderado ........................................................................................................... 79 
Trabalho pesado ................................................................................................................79 
9. Frio NR-15 Anexo 9 ...................................................................................................... 80 
1.As atividades ou operações executadas no interior de câmaras frigoríficas, ou em locais 
que apresentem condições similares, que exponham os trabalhadores ao frio, sem a 
proteção adequada, serão consideradas insalubres em decorrência de laudo de inspeção 
realizada no local de trabalho. ........................................................................................... 80 
Objetivo ................................................................................................................................. 80 
Desenvolvimento ................................................................................................................... 80 
Análise ................................................................................................................................... 80 
FRIO - (ANEXO 9, NR - 15 DA PORTARIA 3.214/78) ..................................................... 81 
10. RISCOS QUÍMICOS ...................................................................................................... 87 
Engº Eduardo Becker Delwing
Rua: Borges de Medeiros, 267, sala 201 - Lajeado / RS - CEP: 95900-000
Fone/Fax: (0XX) 51 3748-1269 e-mail – eduardobedel@certelnet.com.br
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CENTRO DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL MARTIN LUTHER
Curso Técnico em Segurança do Trabalho
 10.1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 87 
10.2. DEFINIÇÃO DE RISCOS QUÍMICOS .................................................................. 89 
10.3. CLASSIFICAÇÃO DOS RISCOS QUÍMICOS QUANTO AS SUAS 
CARACTERÍSTICAS FÍSICAS ...................................................................................... 89 
10.4. INGRESSO NO ORGANISMO HUMANO ........................................................... 90 
a. Via Respiratória ......................................................................................................... 91 
 Responsável por 90% dos casos. Tem importância fundamental, principalmente por 
que: ................................................................................................................................ 91 
b. Via Cutânea ............................................................................................................... 91 
c. Via Digestiva ............................................................................................................. 92 
d.Injeção ........................................................................................................................ 92 
Distribuição e acumulação dos agentes químicos ............................................................. 93 
Locais de acumulação (armazenamento) ...................................................................... 93 
Biotransformação .............................................................................................................. 94 
Eliminação ......................................................................................................................... 94 
Toxicodinâmica ................................................................................................................. 95 
Irritantes ........................................................................................................................ 96 
Asfixiantes ..................................................................................................................... 97 
Anestésicos e narcóticos ............................................................................................... 97 
Sistêmicos ..................................................................................................................... 97 
Alergizantes ................................................................................................................... 98 
Imunodepressores .......................................................................................................... 98 
Carcinogênicos .............................................................................................................. 98 
Pneumoconióticos ......................................................................................................... 98 
Teratogênicos ................................................................................................................ 98 
Mutagênicos .................................................................................................................. 98 
Princípios básicosde prevenção ........................................................................................ 99 
Controle e Identificação .................................................................................................. 100 
Rotulagem ....................................................................................................................... 100 
Fichas Químicas de Segurança ........................................................................................ 100 
Recomendações ............................................................................................................... 105 
ANEXO – A ........................................................................................................................ 115 
Engº Eduardo Becker Delwing
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Curso Técnico em Segurança do Trabalho
PLANO DE CURSO
1. CURSO: Técnico de Segurança do Trabalho
2. DISCIPLINA: Segurança do Trabalho I
3. CARGA HORÁRIA: 80 horas
4. NOME DO PROFESSOR: Eduardo Becker Delwing
5. CONTEÚDO PROGRAMÁTICO:
1ª AULA: Segurança do Trabalho I (História e evolução)
2ª AULA: Segurança do Trabalho II
3ª AULA: Segurança do Trabalho III
4ª AULA: Acidentes do Trabalho I (Conceitos)
5ª AULA: Acidentes do Trabalho II (Classificação e Causas)
6ª AULA: Acidentes do Trabalho III (CAT)
7ª AULA: Riscos Laborais
8ª AULA: Cor e Sinalização de Segurança
9ª AULA: Visita à empresa
10ª AULA: Calor / NR-15 Anexo 3
11ª AULA: Calor / NR-15 Anexo 3
12ª AULA: 1ª Avaliação Parcial
13ª AULA: Frio NR-15 Anexo 9
14ª AULA: Riscos Químicos I
15ª AULA: Riscos Químicos II
16ª AULA: 2ª Avaliação Parcial
17ª AULA: Apresentação de Trabalhos Teóricos / Práticos
18ª AULA: Apresentação de Trabalhos Teóricos / Práticos
19ª AULA: Apresentação de Trabalhos Teóricos / Práticos
20ª AULA: Revisão e Avaliação Final
6. AVALIAÇÃO: A avaliação será realizada em duas avaliações parciais:
1ª Avaliação Parcial (Peso 9)
Relatório Visita (Peso 1,0)
Engº Eduardo Becker Delwing
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Curso Técnico em Segurança do Trabalho
2ª Avaliação Parcial (Peso 7)
Trabalho em grupo (Peso 3)
Observação: A presença em sala de aula e a participação positiva do aluno em aula, 
visitas, preparação e apresentação de trabalhos é avaliada continuamente, influenciando 
diretamente na nota geral final.
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
 Ruído Fundamentos e Controle. Samir N. Y. Gerges. UFSC.
 Ruído – Riscos e Prevenção. Marco Paiva Matos. Thais Cataloni Morata. 
Ubiratan de Paula Santos. Vilma Akemi Okamoto. Editora Hucitec.
 Riscos físicos. Martin Wells Astete. Eduardo Giampaoli. Leila Nadim 
Zidon. Fundacentro.
 Riscos Químicos. José Manoel Osvaldo Gana Soto. Irene Ferreira de Souza 
Duarte Saad. Mário Luiz Fantazzini. Fundacentro.
 Avaliação da Sobrecarga Térmica no Ambiente de Trabalho. Engª Berenice 
Goelzer. ABPA.
 Ergonomia – Projeto e Produção. Itiro Lida. Edgard Blücher Ltda.
 Manuais de Legislação Atlas. Segurança e Medicina do Trabalho. Editora 
Atlas S. A.
 Acidentes do Trabalho. Teoria e Prática. Jayme Aparecido Tortorello. 
Editora Saraiva.
 Threshold Limit Valves for Chemical Substances and Physical Agents and 
Biological Exposure Indices – ACGIH.
 Curso Supervisores de Segurança do Trabalho. Fundacentro.
 As Doenças dos trabalhadores. Bernardino Ramazzini. Fundacentro.
 Gestão de Segurança e Higiene do Trabalho. Waldemar Pacheco Jr. 
Hyppólito do Valle Pereira Filho. Vera Lúcia Duarte do Valle Pereira. Atlas.
 Segurança no Trabalho e Prevenção de Acidentes. Benedito Cardella. Atlas.
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Curso Técnico em Segurança do Trabalho
1. A HISTÓRIA DO PREVENCIONISMO E A EVOLUÇÃO DA SEGURANÇA DO 
TRABALHO
1.1 HISTÓRICO DA SEGURANÇA DO TRABALHO NO MUNDO
A informação mais antiga sobre a preocupação com a segurança do trabalho está 
registrada num documento egípcio através do papiro Anastacius “V” fala da preservação 
da saúde e da vida do trabalhador e descreve as condições de trabalho de um pedreiro. 
 2350 a.C. no Egito ocorreu uma insurreição geral dos trabalhadores, deflagrada 
nas minas de cobre, evidenciou ao faraó a necessidade de melhorar as condições 
de vida dos escravos.
 460 a 375 a.C. Hipócrates, mestre em medicina, no transcrito, “ares, água e 
lugares”, onde há referencia sob “intoxicações sanitárias”, porém com total 
emissão sob ambiente de trabalho.
 460 a 375 a.C. no Império Romano, Plinius, em visita a locais de trabalho – 
galerias de minas – escreve que trabalhadores utilizavam máscara de panos ou 
membranas de bexiga de carneiro – registro do 1º EPI – empregados para 
proteger-se contra poeiras minerais, principalmente de chumbo e mercúrio.
 No Império Romano se aprofundou o estudo da proteção médico legal dos 
trabalhadores e elaborou leis para sua garantia.
 Os pioneiros do estabelecimento de medidas de prevenção de acidentes foram 
Plínio e Rotário, que pela primeira vez recomendaram o uso de máscaras para 
evitar que os trabalhadores respirassem poeiras metálicas.
 1556, publicado por Georgius Agrícola, em latim a obra De Ré Metálica, que 
fazia referencia e observações esparsas a respeito da possibilidade do trabalho ser 
causador de doenças. Problemas relacionados à extração de minerais e fundição 
de prata e ouro. Doença mais comum: asma de minerais (silicose).
 As primeiras ordenações aos fabricantes para a adoção de medidas de higiene do 
trabalho datam da Idade Média.
Engº Eduardo Becker Delwing
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Curso Técnico em Segurança do Trabalho
 Os levantamentos das doenças profissionais, promovidos pelas associações de 
trabalhadores medievais, tiveram grande influência sobre a segurança do trabalho 
no Renascimento. 
 Nesse período, destacaram-se Samuel Stockausen como pioneiro da inspeção 
médica no trabalho e Bernardino Ramazzini como sistematizador de todos os 
conhecimentos acumulados sobre segurança.
 1700, o médico italiano Bernardino Ramazzini publicou a obra intitulada De 
Morbis Artificum Diabrita sobre as doenças com trabalhadores em mais de 50 
ocupações diferentes, fazendo sempre a pergunta, qual é a sua ocupação, o que 
você faz? , relacionou a patologia encontrada com a sua ocupação e o transmitiu 
aos responsáveis pelo bem estar social dos trabalhadores da época. Por esta obra 
Ramazzini recebeu o título de Pai da Medicinado Trabalho.
 1761, o também italiano Morganti fez uma coletânea de tudo que havia sobre 
medicina do trabalho, na obra De Sabidus Et Causis Morborum, onde 
descreveu o 1º câncer ocupacional.
 1760 a 1850, durante a revolução industrial ocorrida na Europa, foi outro marco 
na evolução das doenças ocupacionais da legislação, pois foi quando o homem 
começou a ser substituído pela máquina e por mulheres e crianças nas operações 
destas.
 Em 1779, a Academia de Medicina da França já fazia constar em seus anais um 
trabalho sobre as causas e prevenção de acidentes.
 Em Milão, Pietro Verri fundou, no mesmo ano, 1779, a primeira sociedade 
filantrópica, visando ao bem estar do trabalhador.
 1802, na França, foi promulgada a Lei de Saúde e Moral dos Aprendizes, que 
previa jornada máxima de 12 horas para crianças, proibia o trabalho noturno para 
crianças, e obrigava as empresas a fazer a lavagem das paredes duas vezes por 
ano. 
 A França destacou-se como líder em Medicina e Higiene durante a 1ª metade do 
século XIX devido a vários estudos sobre a matéria. 
Engº Eduardo Becker Delwing
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Curso Técnico em Segurança do Trabalho
 A revolução industrial criou a necessidade de preservar o potencial humano 
como forma de garantir a produção.
 1815, o inglês Alwin, criou as primeiras iniciativas na universidade da legislação 
de proteção ao trabalho.
 1830, as condições de trabalho eram péssimas, e principalmente as das crianças, 
quando um industrial inglês, sensibilizado com o problema procurou o médico 
Robert Baker para aconselhar-se sobre a melhor forma de proteger a saúde dos 
seus trabalhadores. Quatro anos mais tarde o governo inglês nomeou-o inspetor 
médico de fábricas, dado seu interesse e estudo pelo assunto, assim como o 
autorizou a visitar as fábricas.
 1831, Michael Sadler, apresentou à Comissão Parlamentar de Inquérito CPI, o 
relatório elaborado sobre doença ocupacional.
 1833, uma CPI, elaborou um cuidadoso relatório sobre trabalhadores doentes, 
que sensibilizou a opinião pública, fazendo que fosse baixado o Factory Act, 
que considerada como a 1ª Lei de Proteção ao Trabalhador.
 1837, nos EUA, Benjamim Macredi publicou Leis sobre a Proteção do 
Trabalho.
 1842, na Escócia, foi instituído a obrigatoriedade do médico de fábrica, para 
realizar exames em crianças.
 1846, na França, foi instituído como obrigatório na industria e comércio o 
serviço médico.
 1869, Lamuel Schatuc fez o 1º Programa de Saúde Ocupacional nos EUA.
 A sistematização dos procedimentos preventivos ocorreu primeiro nos Estados 
Unidos, no início do século XX.
 1906, ocorreu o 1º Congresso Internacional de Doença do Trabalho, em 
Milão, Itália.
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 1910, foi criada a Clínica del Lavoro, também em Milão, e o 2º Congresso 
Internacional, agora promovido pela Comissão Permanente, em Bruxelas, com 
a presença de mais de 200 participantes de 200 países.
 1919, 28 de junho após a 1ª grande guerra mundial, foi criada a OIT – 
Organização Internacional do Trabalho, como parte do Tratado de 
Versalhes.
 Na África, Ásia, Austrália e América Latina os comitês de segurança e higiene 
nasceram logo após a fundação da Organização Internacional do Trabalho (OIT).
 Até o advento da 2ª grande guerra mundial, ocorreram trienalmente Congressos 
Internacionais, os quais só reiniciaram em 1948. 
 A OIT tem dedicado expressiva atenção e prioridade ao campo da Saúde 
Ocupacional, quer através da elaboração de regulamentos, como de atividades de 
pesquisa e informação ou assistência técnica internacional.
 A 1ª das frentes – a regulamentação – surgiu da própria contingência da época da 
sua fundação, quando saltavam à vista gritantes abusos e elevados riscos 
ocupacionais nas relações e condições de trabalho. Grande parte dos convênios e 
recomendações referem-se especificamente a temas de saúde ocupacional.
 A 2ª das frentes – pesquisa e informação – tem recebido e continua a receber 
notáveis contribuições para o desenvolvimento da Saúde Ocupacional. 
 1969/70 – O departamento de trabalho dos Estados Unidos unifica as normas e 
convenções diferentes sobre Segurança e Saúde do Trabalho vigentes nos EUA.
1.2 HISTÓRICO DA SEGURANÇA DO TRABALHO NO BRASIL
⇒ 1919, 15 de janeiro, foi aprovada a 1ª Lei de assistência médica e 
indenização para acidentes do trabalho, através do Decreto Legislativo 
nº 3.724.
⇒ 1929, Heinrich, pesquisando conseqüências de acidentes, concluiu que de 
330 acidentes estudados apenas 30 tinham dado origem a lesões pessoais, 
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dos quais só uma de maior gravidade não seria razoável continuar 
abandonando mais de 90% de informações provenientes de acidentes sem 
lesão. 
⇒ 1940, foi promulgada a 1ª Lei Ordinária a respeito de Segurança do 
Trabalho, atendimento ao acidentado e indenização e reabilitação 
profissional.
⇒ 1941, fundação da ABPA, a Associação Brasileira para Prevenção de 
Acidentes. 
⇒ 1943, 1º de maio, dia do Trabalhador, o Presidente Getúlio Vargas, assinou 
o Decreto Lei nº 5.452, aprovando a Consolidação das Leis Trabalhistas.
⇒ A Segurança do Trabalho no Brasil desdobra-se nas atividades das 
Comissões Internas de Prevenção de Acidentes (CIPA), disseminadas 
no cenário empresarial, e na fiscalização realizada por funcionários de 
setores da administração pública. 
⇒ A organização de estatísticas de acidentes de trabalho foi possível no 
Brasil a partir do estabelecimento de definições, convenções e regras pela 
Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) NB 18. 
⇒ O sistema usual de prevenção de acidentes consistia em investigar os 
acidentes ocorridos para descobrir sua causa, visando a eliminá-las e 
prevenir novas ocorrências.
⇒ Por meio da coleta e análise dos dados estatísticos era possível delinear 
objetivamente o programa de prevenção de cada empresa. 
⇒ O levantamento dos coeficientes de freqüência e de gravidade dos 
acidentes permitia avaliar a eficiência do sistema de prevenção adotado. 
⇒ Esses coeficientes tem como referência à tabela internacional organizada 
pela International Associantion Of Industrial Accident (Associação 
Internacional de Acidentes Industriais).
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⇒ Esses mecanismos técnicos, legais, sociais e jurídicos ainda não foram 
suficientes para reduzir de forma significativa os níveis de acidentes de 
trabalho e de doenças profissionais no Brasil que, em comparação com 
países de instituições mais avançadas, são muitos altos e resultam em 
graves prejuízos humanos, sociais e financeiros.
⇒ Os acidentes mais freqüentesocorrem na construção civil, na indústria 
metalúrgica, na fabricação de móveis, no garimpo e nas atividades 
agrícolas.
⇒ O fato do atendimento a acidentados ter custos mais altos do que sua 
prevenção foi um dos fatores que determinaram, no início do século XX, a 
codificação de normas de segurança, que envolvem a prevenção de 
acidentes de trabalho e a higiene industrial.
⇒ Para falar-se das origens da Segurança do Trabalho, no Brasil, é 
importante que se analise, primeiramente, como evoluía a Prevenção de 
Acidentes.
⇒ A Prevenção de Acidentes, realizada sob a égide do Ministério do 
Trabalho, recebeu, de início, importante contribuição da área médica, a 
cujas mãos chegavam as mais importantes conseqüências dos acidentes do 
trabalho - as lesões pessoais. 
⇒ Tal circunstância não só explica a liderança assumida pela medicina nos 
primeiros passos dados em direção à prevenção de acidentes como também 
esclarece porque esses passos foram dados com vistas especialmente a 
aspectos conseqüenciais. E mais do que isso, explica a visão conseqüencial 
que, até hoje, caracteriza certas práticas prevencionistas em detrimento de 
outros caminhos que favorecem a pesquisa das causas.
⇒ Foi assim que se desenvolveu a prática de realizar e divulgar estatísticas de 
acidentados, rotulando-as de estatísticas de acidentes. E com isso deixava-
se de considerar os acidentes de que não decorressem lesões. 
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⇒ A respeito de um acidente de que não resultasse lesão ouvia-se dizer: "não 
foi nada". Se não havia acidentado não havia acidente. 
⇒ Essa maneira de considerar o assunto, embora não fosse razoável, 
explicava-se pelo interesse primordial pelo acidentado, que caracterizava 
os que assim agiam. Juntam-se a isso as características da profissão médica 
para a qual o estudo das lesões pessoais é de sua indiscutível competência 
e merece todo o seu interesse. 
⇒ O conhecimento dos níveis de ocorrência de acidentes de trabalho é fator 
indispensável para a adoção de uma política trabalhista e empresarial que 
preserve o bem estar do trabalhador e evite custos e prejuízos aos 
empresários e às instituições previdenciárias.
⇒ Um dos mecanismos mais utilizados é a elaboração de estatísticas que, por 
meio de métodos comparativos, mostram o aumento ou queda dos índices 
de acidentes de trabalho num período e setor de trabalho dados. E, assim, 
governo, empregadores e empregados adquiriam consciência da 
necessidade de encarar o problema de prevenção do acidente, o primeiro 
ditando as bases de uma legislação que visava a proteger o trabalhador da 
agressividade do ambiente de trabalho e os últimos obedecendo o 
estipulado nessa legislação, na medida de suas possibilidades. 
⇒ É então que o empresariado começa a despertar para o aspecto 
econômico dessa prevenção e espalha-se a idéia de que a prevenção 
pode ser um bom negócio. 
⇒ E contra a idéia de buscar a prevenção dos acidentes no estudo de suas 
conseqüências havia a inexistência de proporcionalidade entre a gravidade 
das lesões pessoais decorrentes de acidentes e a gravidade potencial desses 
acidentes. 
⇒ Impunha-se novo enfoque para enfrentar as novas técnicas. Não seria 
lógico, pois, continuar a abandonar a análise dos acidentes sem lesão. E era 
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necessário passar a estudar a problemática do acidente a partir de suas 
causas. 
⇒ 1971 – Decreto 68.255 de 16/02 cria a Campanha Nacional de Acidentes 
de Trabalho – CANPAT.
Portaria 3.233 de 09/07 determina o cumprimento da CANPAT através de três 
mecanismos:
⇒ Congresso Nacional de Prevenção de Acidentes do Trabalho (CONPAT)
⇒ Semana de Prevenção de Acidentes de Trabalho (SPAT)
⇒ Medalha ao Mérito de Segurança do Trabalho (MMST)
⇒ 1972, em 27/07 é e ditada a Portaria 3236 que cria o Programa Nacional de 
Valorização do Trabalhador – PNVT, referente à formação técnica em 
Segurança e Medicina do Trabalho.
⇒ 1972, em 27/07 é editada à Portaria 3237 que regulamenta artigo 164 da 
CLT, obrigando a existência de Serviço Especializado em Engenharia de 
Segurança do Trabalho (SESMT) em empresas com mais de 100 
funcionários.
⇒ 1972, outubro, durante a realização do 11º CONPAT, em Curitiba, 
representantes das entidades e empresas abaixo relacionadas discutiram a 
necessidade de elevar a carga horária prevista para os cursos de 
especialização em engenharia de segurança e em medicina do trabalho, 
fixando-a em um mínimo de 360 horas, com o que concordaram os 
representantes do DNSHT e da Fundacentro. Foi um primeiro passo para o 
aperfeiçoamento do preparo dos profissionais a serem utilizados.
⇒ Nessa altura tornou-se possível sensibilizar a área da engenharia, até então 
preocupada principalmente com os assuntos ligados diretamente à 
produção, para a análise das causas do acidente. Mas até que a engenharia, 
preocupada com o que se referia diretamente à produção, passasse a 
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interessar-se profissionalmente pela pesquisa das causas do acidente havia 
um longo caminho a percorrer.
⇒ Além de cuidar do preparo dos profissionais previstos na portaria que 
analisamos, caberia realizar estudos para homogeneizar os seus ditames 
com a legislação Regulamentadora do exercício da engenharia, arquitetura 
e agronomia. 
⇒ Esses estudos foram realizados e serviram de base ao projeto de lei que, 
apresentado no Senado pelo Eng.º Saturnino Braga dispunha a respeito da 
especialização de Engenheiros e Arquitetos em Engenharia de Segurança 
do Trabalho e da profissão de Técnico de Segurança do Trabalho. 
⇒ 1977, 22 de dezembro, sancionada a Lei nº 6.514 que altera o Capitulo V 
da CLT, relativo à Segurança e Medicina do Trabalho.
⇒ 1978, 08 junho, editada a Portaria 3.214 que aprova as Normas 
Regulamentadoras - NR do Capítulo V do Título II, da CLT, relativas à 
Segurança e Medicina do Trabalho. 
⇒ 1985, em 27 de novembro sancionada a Lei nº 7.410 que dispõe sobre a 
especialização de Engenheiros e Arquitetos em Engenharia de Segurança 
do Trabalho.
⇒ 1986, 9 de abril, Decreto nº 92.530, regulamenta a Lei nº 7.410, que dispõe 
sobre a especialização de Engenheiros e Arquitetos em Engenharia de 
Segurança do Trabalho, a profissão de Técnico de Segurança do Trabalho. 
⇒ 1996, a Portaria 393 de 09/04 adota o sistema de Grupos de Trabalho 
Tripartite (governo, trabalhadores e empregadores) GTT buscando um 
consenso nas regulamentações.
⇒ 1996, a Portaria 2 de 10/04 institui a Comissão Tripartite Paritária 
Permanente (CTPP) para estudar e elaborar modificações nas NR´s. Fórum 
permanente para discussão e revisão das normas.
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⇒ Entre 1996/97 o MEC altera carga horária dos cursos técnicos passando 
para mínimo de 1600 hs. A primeira turma de técnicos de segurança do 
trabalho do Colégio Martin Luther finalizou o curso em 1999. 
⇒ A especialização a nível de pós graduação dos engenheiros foi fixada com 
carga horária mínima de 600 horas.
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2. HIGIENE DO TRABALHO E PROGRAMA DE PREVENÇÃO DE RISCOS 
AMBIENTAIS
2.1 INTRODUÇÃO AO ESTUDO DE HIGIENE DO TRABALHO
2.1.1 Conceito de Higiene do Trabalho
É a ciência e a arte dedicadas à antecipação, reconhecimento, avaliação e controle 
de fatores e riscos ambientais originados nos postos de trabalho e que podem causar 
enfermidade, prejuízos para a saúde ou bem-estar dos trabalhadores, também tendo em 
vista o possível impacto nas comunidades vizinhas e no meio ambiente em geral.
O diagrama de blocos abaixo possibilita uma melhor compreensão do conceito:
 Prevenir Decorrentes
 
2.1.2 A Higiene do Trabalho e os Outros Ramos Profissionais
A higiene do trabalho se relaciona direta ou indiretamente com diversos ramos 
profissionais:
 
 
 
 
 
 
 
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É A CIÊNCIA 
QUE ATUA NO 
CAMPO DA 
SAÚDE 
OCUPACIONAL
APLICANDO OS 
RECURSOS DA 
ENGENHARIA E 
MEDICINA
DOENÇAS
DO
TRABALHO
DOS
RISCOS 
AMBIENTAIS
HIGIENE
DO
TRABALHO
SANEAMENTO E 
MEIO AMBIENTE
ERGONOMIA
ENGENHARIA
DIREITO
SEGURANÇA DO 
TRABALHO
TOXICOLOGIA
MEDICINA DO 
TRABALHO
PSICOLOGIA
E
SOCIOLOGIA
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a) Direito – A higiene do trabalho fornece subsídios técnicos para solução de conflitos 
trabalhistas envolvendo insalubridade. No campo do direito previdenciário e civil, 
os dados de avaliação de exposição a riscos ambientais auxiliam na concessão de 
aposentadoria especial e indenizações por incapacidade e/ou doenças do trabalho.
b) Engenharia – A engenharia está presente em todas as etapas de um programa de 
higiene do trabalho. Deste modo, esta ciência é essencial no reconhecimento, 
avaliação e controle dos riscos ambientais, como será abordado em todo este 
trabalho.
c) Ergonomia - A higiene do trabalho não visa apenas à detecção de atividades e/ou 
operações insalubres, mas também à melhoria do conforto e qualidade de vida do 
trabalhador no seu ambiente de trabalho.
d) Saneamento e meio ambiente – A importância da higiene do trabalho, ou seja, da 
avaliação e controle de riscos ocupacionais ultrapassa os limites do ambiente de 
trabalho; não só este é parte do meio ambiente em geral mas, através da prevenção 
adequada dos riscos ocupacionais, o impacto negativo da industrialização no meio 
ambiente pode ser apreciavelmente reduzido.
e) Psicologia e sociologia – A psicologia e sociologia tratam de harmonizar as 
relações entre processo produtivo, o ambiente de trabalho e o homem. A higiene do 
trabalho, através de suas etapas, fornece dados essenciais para a melhor 
interpretação do universo do trabalho.
f) Medicina do Trabalho – O controle biológico, por meio de exames médicos, é um 
dos parâmetros utilizados para verificar a eficiência e subsidiar um programa de 
controle de riscos ambientais.
g) Toxicologia – A toxicologia fornece dados técnicos sobre os contaminantes 
ambientais, facilitando o reconhecimento dos riscos ambientais nos locais de 
trabalho. Pode-se então afirmar que a toxicologia, na maioria das vezes, antecede as 
etapas clássicas de um programa de higiene do trabalho.
h) Segurança do Trabalho – A higiene do trabalho, mediante análise dos agentes 
agressivos nos pontos de trabalho, muitas vezes previne também riscos operacionais 
capazes de gerar acidente de trabalho.
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Assim, a higiene do trabalho, por se tratar de uma ciência que tem como objetivo 
principal a relação entre o homem e o meio ambiente de trabalho, necessita para o bom 
desenvolvimento e a prática de ações multidisciplinares de educação dos trabalhadores, no 
sentido de prevenir riscos ambientais, obtendo-se melhor organização do trabalho.
 
2.1.3. Conceito e Classificação dos Riscos Ambientais
Riscos Ambientais: são os agentes físicos, químicos e biológicos presentes nos 
ambientes de trabalho capazes de produzir danos à saúde, quando superados os respectivos 
limites de tolerância. Estes limites são fixados em razão da natureza, concentração ou 
intensidade do agente e tempo de exposição. Todavia, não podemos adotá-los como valores 
rígidos entre condição segura e capaz de gerar alguma doença, devido à suscetibilidade 
individual, ou seja, para o higienista os limites devem ser encarados como valores 
referenciais.
Os riscos ambientais se classificam em:
1. Riscos físicos: são aqueles que compreendem dentre outros o ruído, vibração, 
temperaturas extremas, pressões anormais, radiações ionizante e não ionizante.
2. Riscos químicos: são aqueles que compreendem dentre outros as névoas, neblinas, 
poeiras, fumos, gases e vapores.
3. Riscos biológicos: são aqueles que compreendem dentre outros as bactérias, fungos, 
helmintos, protozoários e vírus.
4. Riscos Ergonômicos: estes riscos são contrários às técnicas de ergonomia, que propõe 
que os ambientes de trabalho se adaptem ao homem, propiciando bem estar físico e 
psicológico. Os riscos ergonômicos estão ligados também a fatores externos – do ambiente 
– e a fatores internos – do plano emocional. Em síntese: ocorrem quando há disfunção entre 
o indivíduo, seu posto de trabalho ou seus equipamentos. Ex. esforço físico excessivo, 
excesso de levantamento e transporte manual de pesos, exigência de postura.
5. Riscos de Acidentes: ocorrem em função das condições físicas – do ambiente físico e do 
processo de trabalho capazes de provocar lesões a integridade física do trabalhador. Ex. 
máquinas sem proteção, arranjo físico inadequado, ferramentas inadequadas ou defeituosas, 
EPI inadequado, animais peçonhentos e probabilidade de incêndio.
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2.2 Objetivos da higiene do Trabalho
Os objetivos de um programa de higiene do trabalho consistem em reconhecer, 
avaliar e controlar os riscos ambientais presentes nos locais de trabalho.
a) Reconhecimento – Esta etapa baseia-se no reconhecimento dos agentes ambientais 
que afetam a saúde dos trabalhadores, o que implica o conhecimento profundo dos 
produtos envolvidos no processo, métodos de trabalho, fluxo de processo, layout 
das instalações, número de trabalhadores expostos, etc. esta etapa compreende 
também o planejamento da abordagem do ambiente a ser estudado, seleção dos 
métodos de coleta, bem como dos equipamentos de avaliação.
b) Avaliação – Trata-se da fase em que se realiza a avaliação quantitativa e/ou 
qualitativa dos agentes físicos, químicos e biológicos existentes nos postos de 
trabalho a serem avaliados. Exige-se conhecimento de avaliação, que consistem 
basicamente na calibração dos equipamentos, tempo de coleta, tipo de análise 
química a ser feita.
Esta etapa abrange dois ramos de higiene do trabalho, quais sejam:
Higiene de campo: é a encarregada de realizar o estudo da situação higiênica no 
ambiente de trabalho (análise de postos de trabalho, detecção de contaminantes e tempo 
de estudar e recomendar medidas de controle para reduzir a intensidade dos agentes a 
níveis aceitáveis).
Higiene analítica: realiza as análises químicas das amostras coletadas, cálculo e 
interpretações de dados levantados no campo. Assim, por exemplo, uma amostra de 
poeira coletada deverá ser analisada no laboratório por difratometria de raios x para 
determinação de sílica livre cristalizada.
c) Controle – De acordo com os dados obtidos nas fases anteriores, esta se atém a 
propor e adotar medidas que visam a eliminação ou minimização do risco presente 
no ambiente.
O controle funda-se na adoção de medidas relativas ao ambiente e ao homem:
Medidas relativas ao ambiente: são medidas aplicadas na fonte ou trajetória, tais 
como substituição do produto tóxico, isolamento das partes poluentes, ventilação local 
exaustora, ventilação geral diluidora, limpeza dos locais de trabalho, etc.
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Medidas relativas ao homem: compreendem, dentre outras, a limitação do tempo de 
exposição, equipamentos de proteção individual, educação e treinamento, exames 
médicos (pré-admissional, periódico e demissional).
3. SEGURANÇA DO TRABALHO
a) CONCEITO
SEGURANÇA DO TRABALHO pode ser definida como: um conjunto de normas 
destinadas à melhora dos ambientes de trabalho.
b) OBJETIVOS
a) evitar acidentes;
b) minimizar as condições inseguras de trabalho;
c) preparar o trabalhador para a prevenção dos desastres ocupacionais;
d) estabelecer melhores condições físicas e psíquicas no trabalho e por via 
de conseqüência, melhores condições de eficiência e de produção.
c) PROCEDIMENTOS
Para preservar a saúde e a vida do ser humano em seu ambiente de trabalho e do 
meio ambiente é indispensável:
• realizar pesquisas e estudos técnicos a respeito das instalações de trabalho 
(Levantamento Ambiental de Riscos e PPRA Programa de Prevenção de 
Riscos Ambientais);
• realizar estudos médicos sobre os efeitos dos agentes nocivos à saúde humana 
presentes nos locais de trabalho (PCMSO) Programa de Controle Médico de 
Saúde Ocupacional;
• colocar em prática as Normas especiais de segurança e fiscalização que foram 
criadas em conseqüência da ação conjugada dos governos, sindicatos e 
empregados, as quais asseguram a eficiência das leis protetoras.
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• implementar ações no ramo da segurança e higiene do trabalho constitui-se, na 
verdade, uma fonte de experiências e conhecimentos para a preservação do 
meio ambiente em geral, resultando em acúmulo de conhecimentos e 
aprimoramento das condições de trabalho.
• Intensificar ações que visem a preservação do meio ambiente externo ao 
local de trabalho em geral, pois a poluição do meio ambiente gerada pelas 
atividades industriais é um problema que está gerando crescente preocupação 
aos serviços de higiene e segurança do trabalho. Daí a importância crescente 
da segurança do trabalho e o caráter social e humano de que se reveste tal 
sistematização de normas.
d) IMPORTÂNCIA DA SEGURANÇA E MEDICINA DO TRABALHO
Esta disciplina, além dos aspectos técnicos, enfoca também aspectos humanísticos. 
Portanto, não devemos esquecer que por trás de qualquer máquina, equipamento ou 
material, está o homem, a maior riqueza da nação. 
Se não bastasse isso, para avaliarmos a importância da Segurança e Medicina do 
Trabalho, poderíamos pensar que, enquanto uma indústria tem capacidade de produzir 
grande quantidade de produtos por dia, necessitamos de no mínimo 20 anos para formar 
um homem.
(1) Aspectos sociais
Usemos o raciocínio do insigne Prof. Ruy Aguiar da Silva Leme: “Para 
considerarmos o efeito de acidentes, via produtividade no caso nacional, consideremos um 
trabalhador imaginário desde seu nascimento até sua morte”.
Para cada ano, podemos calcular o produto e o consumo total do trabalhador e sua 
diferença, a produtividade líquida. 
Essa será de início negativo, pois a criança só consome.
Entretanto o menor para a força de trabalho, a produtividade cresce, assumindo 
valores positivos que permanecem com este sinal até o trabalhador se aposentar ou morrer.
Caso o trabalhador se aposentar, teremos até sua morte, valores negativos.
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Totalizando a produtividade líquida do trabalhador ao longo de sua vida, temos, em 
geral, um valor positivo, isto é, um excedente que será utilizado para cobrir os déficit inicial 
dos filhos dos trabalhadores, para sustentar o déficit correspondente aos aposentados, via 
contribuição previdenciária e a poupança.
Para tornar mais claro o raciocínio, suponhamos que o trabalhador consome 5 
unidades por ano, qualquer que seja sua idade e que produza 10 unidades por ano, dos 15 
aos 50 anos, vivendo aposentado dos 50 aos 60 anos.
O saldo total seria, neste caso, igual.
S = (10 x 35) - (5 x 60) = 50
Suponhamos, contudo, que o trabalhador sofra um acidente aos 30 anos que reduza 
a sua produção para a metade. 
O novo saldo será:
S = (10 x 15) + (5 x 20) - (5 x 60) = -50
O exemplo obtido não tem pretensões ao realismo. 
Contudo, mostra como um acidente, considerado em termos globais para a nação 
pode tornar um trabalhador superavitário em um elemento deficitário no que concerne à 
produção e ao consumo de bens.
Acreditamos que alguma pesquisa em torno deste raciocínio poderá ser muito útil 
para mensurar os efeitos dos acidentes fatais ou que conduzam à incapacitação parcial 
permanente aos trabalhadores.”
Apenas acrescentando: todo o ônus causado pelo acidente, reflete-se em toda a 
nação, uma vez que é ela que paga ao incapacitado,ou à família da vítima de um 
acidente fatal.
(2) Aspectos econômicos
As estatísticas de 1978 no dão em números redondos 1.6x 106 acidentes do trabalho. 
Em 1977, o custo direto do acidente foi Cr$ 6.292,00 o que nos autoriza fazer uma 
projeção para 1978 de Cr$ 8.000,00 (Cr$ 8 x 103).
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 Assim o custo total seria:
Cr$ 8,00 x 103 x 1.6 x 106 = Cr$ 12.8 x 109 
Se admitirmos o valor médio do barril de petróleo importado em 1978, Cr$15,00 ao 
câmbio de Cr$ 20,00/dólar chegaríamos a conclusão que o acidente do trabalho nos custou 
o equivalente a 43 milhões de barris de petróleo, ou seja quase que o equivalente a 2 meses 
de consumo.
(3) Aspectos humanos
Embora não se possa exprimir em números, o aspecto humano é o mais 
importante.
Se lançarmos esta pergunta ao acadêmico de Engenharia:
• Quanto vale em reais a vida de seu pai ou seu irmão?
• Acreditamos que teremos respostas afirmativas à colocação 
anterior.
Não nos devemos, porém, ater exclusivamente a este raciocínio e 
devemos ir mais longe. 
Quando estamos pagando adicional de insalubridade a um 
trabalhador, em outras palavras, estamos comprando alguns anos de sua vida, pelo 
dano que o agente agressivo poderá causar a seu organismo.
e) SEGURANÇA NA ENGENHARIA
Por sua formação, o engenheiro é o homem que planeja, projeta e executa. 
Se utilizarmos a definição utilitária do engenheiro dado pelos americanos
“Engenheiro é aquele que faz o que um leigo faz, porém com a metade do 
custo”, veremos no correr do curso, que segurança do trabalho é e deve ser considerada 
como um investimento, da mesma forma que uma máquina, edificação ou equipamento.
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f) SEGURANÇA DO PLANEJAMENTO
Planejar seria extrapolar para o futuro. Devemos ter sempre em mente esta idéia, 
quando estamos planejando, verificar quais as conseqüências futuras deste planejamento, 
quais as implicações para a nossa e para futuras gerações da implantação desta nova 
tecnologia. 
Historicamente, sabe-se que os motores de combustão interna, a ciclo Otto, foram 
planejados para utilização do álcool. 
Receios de dependência de países tropicais, levou os técnicos da época a procurar 
alternativas.
A gasolina pela sua baixa octanagem não permitia a taxa de compressão necessária, 
e para melhorar a octanagem seu preço de fabricação tornava-se proibitivo. 
Eis, senão quando, surge o tetra etila de chumbo que possibilitou a redução de 
custos, tornando-a competitiva e até mais barata que o álcool. 
Quando à planejamento e tecnologia nada a opor. 
Entretanto, foi esquecido ou ignorado o fator homem.
Sendo este produto, altamente tóxico e cancerígeno, causador danos a toda a vida 
animal e vegetal do planeta, foi posteriormente substituído por outros elementos químicos 
menos nocivos e as pesquisas e experiências continuam sendo efetuadas, na busca de 
combustíveis alternativos e menos poluidores. 
Este exemplo, escolhido, bem pode mostrar como o engenheiro, o homem de 
planejamento, deve deter-se em todas minúcias de um problema, não se prendendo 
exclusivamente à tecnologia, que deve existir para beneficiar o homem, nunca prejudicá-lo. 
Outros exemplos, em todas as áreas de engenharia, poderiam ser encontrados.
g) SEGURANÇA NO PROJETO
Não há projeto de engenharia que não introduza um fator de segurança. 
Um engenheiro civil, por exemplo, jamais diria:
  Acho que para esta viga, 10 barras de ferro ∅ ½ polegada bastam. 
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Da mesma forma, o engenheiro mecânico se recusaria a dizer:
Para este motor é suficiente um eixo de 25 mm. 
Em qualquer caso, seria feito um cálculo e aplicados coeficientes que assegurassem 
um perfeito desempenho da viga ou do eixo.
Note-se que até este ponto estamos falando em segurança estrutural. 
Devemos também pensar em segurança do operador, desde que o usuário foi 
contemplado no projeto.
Assim, um projeto bem concebido poderá evitar tentativas de soluções futuras que, 
além de encarecer o produto, podem dar insegurança ao trabalhador. 
Um arranjo físico bem feito, será seguro e ao mesmo tempo pode aumentar a 
produtividade. Uma máquina projetada com painéis de comando, que obedeçam a fatores 
ergonômicos, evitam acidentes, reduzem a fadiga e também aumentam a produtividade. 
Um projeto bem executado de proteção contra incêndio, além de aumentar a 
segurança patrimonial, aumentam a segurança do trabalhador.
Todo o engenheiro sabe que é mais fácil alterar um desenho no papel, que 
improvisar soluções futuras e se evitarmos ou minimizarmos as condições inseguras, 
estaremos eliminando automaticamente um grande número de acidentes, nunca esquecendo 
que qualquer medida de proteção coletiva sempre surtirá maiores resultados do que 
medidas de proteção individual. 
Por exemplo, um sistema de exaustão de gases de uma cabine de pintura sempre 
dará melhor proteção que máscaras respiratórias fornecidas ao trabalhador; um andaime 
seguro sempre será mais eficiente que um cinturão de segurança; e uma máquina com 
proteção de suas partes móveis evita o acidente, enquanto que um aviso terá resultados 
muito duvidosos.
h) SEGURANÇA NA EXECUÇÃO
Na fase de execução, além da responsabilidade do engenheiro na fiscalização e 
orientação do processo, visando o cumprimento do projeto ou a qualidade do produto, 
também a parte de segurança do trabalhador deve ser levada em conta. 
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Já falamos que uma das causas dos acidentes são as condições inseguras.
Porém, a simples eliminação destas, por um bom planejamento e projeto, não 
impede que acidentes ocorram por atos inseguros praticados pelo trabalhador ou fatores 
pessoais de insegurança. 
O engenheiro é o líder, seja imposto, seja natural, e sua cultura, aliada aos 
conhecimentos tecnológicos, o fazem o guia inconteste da massa trabalhadora. 
Aproveitando esta circunstância, poderá, por um trabalho de conscientização aliado 
a um treinamento, evitar os atos inseguros e uma boa parcela dos fatores pessoais de 
insegurança.
Por ato inseguro entendemos aquele ato praticado conscientemente pelo 
trabalhador, sabendo que dele pode advir um acidente, por exemplo: apesar de 
conhecer o risco de incêndio num almoxarifado de explosivos, acender um cigarro.
Por fator pessoal de insegurança, entendemos aqueles psicológicos ou pessoais 
que podem levar a um acidente.
Um exemplo do primeiro seria o empregado que trabalha sob alguma tensão 
emocional e, do segundo, o empregado não adestrado que opera uma máquina.
O bom exemplo, acima de tudo, influi sobremaneira nos atos inseguros.
Não adiantatodo um trabalho de conscientização, se o técnico é o primeiro a 
infringir normas de segurança.
i) INTERLIGAÇÃO DA SEGURANÇA NA ENGENHARIA COM OUTRAS ÁREAS
A Segurança, e por segurança entendemos não somente os acidentes típicos, como por 
exemplo uma fratura ou mutilação, mas também os riscos ambientais, como gases, poeiras, 
vapor, etc., ou ainda problemas fisiológicos e psicológicos, só poderá ser levada com 
sucesso pelo engenheiro, se este contar com o apoio de outras áreas do conhecimento.
Engº Eduardo Becker Delwing
Rua: Borges de Medeiros, 267, sala 201 - Lajeado / RS - CEP: 95900-000
Fone/Fax: (0XX) 51 3748-1269 e-mail – eduardobedel@certelnet.com.br
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(1) Interligação da segurança na engenharia com a medicina
O médico do trabalho é um parceiro importante do Engenheiro e do Técnico de 
Segurança do Trabalho.
Então vejamos: Quando trabalham em comum acordo, o médico é indispensável no 
exame pré admissional do candidato, escolhendo o biótipo certo para a função determinada. 
Exemplificando: para uma função em que seja exigido vigor físico (calceteiro, 
forneiro), só o médico poderá selecionar o homem adequado;
Uma pessoa alérgica não será escolhida para exercer função em setor em que há 
poeiras ou gases, mesmo quando estes agentes agressivos estão abaixo dos limites de 
tolerância. Da mesma forma, através de exames médicos periódicos o médico poderá 
informar ao engenheiro certos fatores de risco, possibilitando a este encontrar soluções 
tecnológicas.
Se um trabalhador, por exemplo, acusar início de surdes profissional, o médico 
comunicará ao engenheiro, que providenciará a eliminação, se possível, ou a neutralização, 
em último caso, do ruído, salvando, assim, a audição do trabalhador.
Uma associação deveras interessante está no campo da ergonomia:
 Adequação homem máquina 
 Cujo estudo em conjunto dos dois profissionais poderá levar a 
soluções ótimas, contribuindo para o bem estar do trabalhador.
(2) Interligação da segurança na engenharia com a psicologia
Esta relação é bastante íntima, pois só a psicologia terá condições de usando suas 
técnicas, selecionar o homem, sob o ponto de vista psicológico para uma determinada 
função. 
Determinadas tarefas, como controle de qualidade, atividades de laboratório, exigem 
um perfil psicológico diverso de um homem de manutenção,
Também, pelo Treinamento, pode-se evitar uma série de acidentes, como já falamos 
anteriormente, e a pessoa, por excelência indicada, para programar e executar o treinamento 
é o psicólogo.
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(3) Interligação com outras áreas
Além destas relações, um contato estreito do SESMT com o setor de suprimentos, 
produção, manutenção, é essencial para um bom desempenho desta nobre tarefa, que é 
preservar o bem estar do nosso semelhante.
Devemos ter em mente que a assistente social, é peça importante nesta máquina humana 
de evitar acidentes, pois muitos deles podem ocorrer por desajustes pessoais.
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4. ATUAÇÃO DO TÉCNICO DE SEGURANÇA DO TRABALHO
A) Empregado: estabelecimentos comerciais e industriais, públicos e privados;
B) Assessorar profissionais da área de projetos e construção de máquinas, 
equipamentos e edificações. 
C) Assessoramento aos sindicatos e entidades de classe, na análise do ambiente do 
trabalho. 
4.1. PERFIL DO TÉCNICO DE SEGURANÇA DO TRABALHO
O profissional técnico de Segurança do Trabalho é responsável pela coordenação do 
emprego adequado e seguro de procedimentos na realização das atividades e tarefas 
exigidas numa empresa. Sua atenção maior é o trabalhador. Tem a função de zelar pela 
correta aplicação das normas de segurança, e o seu desempenho impõe-lhe a atenção 
permanente para o bom funcionamento de métodos corretos de trabalho. Para isso, analisa, 
pesquisa, investiga, avalia, relata, aponta e sugere. Mantém contato direto com o ser 
humano. É o elo de ligação entre o empregador e o empregado, no que se refere às 
questões de segurança. Por isso deve apresentar qualidades específicas: capacidade de 
liderança, dinamismo, iniciativa, equilíbrio emocional, capacidade de observar, 
ponderar e sintetizar, perseverança, sociabilidade, comunicação e postura adequadas.
4.2. PAPEL E RESPONSABILIDADE
4.2.1. PAPEL DO TÉCNICO DE SEGURANÇA DO TRABALHO
 Responde pela elaboração e correta aplicação das normas de segurança do trabalho, 
pelas análises das condições da empresa face à gradação de riscos, bem como pelo 
planejamento e programação dos serviços de higiene e segurança, tendo em vista a 
erradicação e/ou minimização de condições e atos inseguros, conforme estabelecido 
pelas normas regulamentadoras;
 Responde pelas atividades de ordem administrativa da área de segurança e proteção do 
trabalho, emitindo requisições de compras, conforme as necessidades de utilização do 
material e equipamentos, estabelecendo os estoques mínimos no almoxarifado, 
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controlando o consumo e autorizando reposição dos mesmos, visando assegurar 
racional suprimento destes materiais e equipamentos;
 Elaborar normas e procedimentos sobre segurança e proteção do trabalho da unidade e 
das empresas prestadoras de serviços, bem como orientar os subordinados, tendo em 
vista o fiel cumprimento da política de segurança estabelecida;
 Acompanhar a análise de risco de acidentes em cada operação, revisando, observando 
in loco estas operações, com o objetivo de recomendar os procedimentos de execução 
adequados e compatíveis com as regras básicas de segurança;
 Acompanhar as inspeções de segurança dos equipamentos de combate a incêndio, junto 
com firmas credenciadas;
 Preparar e ministrar treinamento introdutório sobre prevenção de acidentes para 
funcionários admitidos, estagiários e funcionários de empresas prestadoras de serviço, 
através de palestras e recursos didáticos disponíveis, a fim de transmitir de forma 
adequada as noções e regras básicas de segurança;
 Participar ativamente dos trabalhos da CIPA, prestando assessoria necessária, tendo em 
vista o cumprimento das normas regulamentadoras;
 Garantir o uso de equipamentos de proteção individual através de distribuição racional e 
acompanhamento eficaz;
 Elaborar / orientar empresas contratadas para o uso e cumprimento das normas de 
segurança, fiscalizando o cumprimento das mesmas;
 Acompanhar teste do sistema de combate a incêndio, acompanhar vistoria nos 
equipamentos de proteção a incêndio realizada por entidades ligadas ao sistema de 
seguro da empresa. 
4.2.2 ATUAÇÃO ESPECÍFICA DO TÉCNICO DE SEGURANÇA DO TRABALHO
⇒ Identificar os fatores de risco de acidente de trabalho, doenças 
ocupacionais, propondo melhorias ou a sua eliminação;
⇒ Indicar, solicitar e inspecionar equipamentos

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