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CENTRO DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL MARTIN LUTHER CURSO TÉCNICO EM SEGURANÇA DO TRABALHO SEGURANÇA DO TRABALHO I Profº - Engº de Segurança do Trabalho Eduardo Becker Delwing CENTRO DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL MARTIN LUTHER Curso Técnico em Segurança do Trabalho ÍNDICE PLANO DE CURSO ............................................................................................................... 6 1. CURSO: Técnico de Segurança do Trabalho ...................................................................... 6 2. DISCIPLINA: Segurança do Trabalho I ............................................................................. 6 3. CARGA HORÁRIA: 80 horas ............................................................................................ 6 1. A HISTÓRIA DO PREVENCIONISMO E A EVOLUÇÃO DA SEGURANÇA DO TRABALHO ........................................................................................................................... 8 1.1 HISTÓRICO DA SEGURANÇA DO TRABALHO NO MUNDO ............................. 8 1.2 HISTÓRICO DA SEGURANÇA DO TRABALHO NO BRASIL ............................ 11 2. HIGIENE DO TRABALHO E PROGRAMA DE PREVENÇÃO DE RISCOS AMBIENTAIS ...................................................................................................................... 18 2.1 INTRODUÇÃO AO ESTUDO DE HIGIENE DO TRABALHO .............................. 18 2.1.1 Conceito de Higiene do Trabalho ........................................................................ 18 2.1.2 A Higiene do Trabalho e os Outros Ramos Profissionais .................................... 18 2.1.3. Conceito e Classificação dos Riscos Ambientais ................................................ 20 2.2 Objetivos da higiene do Trabalho ............................................................................... 21 3. SEGURANÇA DO TRABALHO ..................................................................................... 22 a) CONCEITO .................................................................................................................. 22 b) OBJETIVOS ................................................................................................................. 22 c) PROCEDIMENTOS ..................................................................................................... 22 d) IMPORTÂNCIA DA SEGURANÇA E MEDICINA DO TRABALHO .................... 23 (1) Aspectos sociais ........................................................................................................... 23 (2) Aspectos econômicos .................................................................................................. 24 (3) Aspectos humanos ....................................................................................................... 25 e) SEGURANÇA NA ENGENHARIA ............................................................................ 25 f) SEGURANÇA DO PLANEJAMENTO ....................................................................... 26 g) SEGURANÇA NO PROJETO ..................................................................................... 26 h) SEGURANÇA NA EXECUÇÃO ................................................................................ 27 i) INTERLIGAÇÃO DA SEGURANÇA NA ENGENHARIA COM OUTRAS ÁREAS ........................................................................................................................................... 28 (1) Interligação da segurança na engenharia com a medicina ........................................... 29 (2) Interligação da segurança na engenharia com a psicologia ......................................... 29 (3) Interligação com outras áreas ...................................................................................... 30 4. ATUAÇÃO DO TÉCNICO DE SEGURANÇA DO TRABALHO ................................. 30 4.1. PERFIL DO TÉCNICO DE SEGURANÇA DO TRABALHO ................................ 30 4.2. PAPEL E RESPONSABILIDADE ............................................................................ 30 4.2.1. PAPEL DO TÉCNICO DE SEGURANÇA DO TRABALHO .......................... 30 4.2.2 ATUAÇÃO ESPECÍFICA DO TÉCNICO DE SEGURANÇA DO TRABALHO ....................................................................................................................................... 32 4.2.3 RESPONSABILIDADE DO TÉCNICO DE SEGURANÇA DO TRABALHO 33 4.3. RESPONSABILIDADE ............................................................................................ 33 4.4 RECOMENDAÇÕES ................................................................................................. 33 5. ACIDENTES DO TRABALHO ....................................................................................... 34 5.1 CONCEITO .................................................................................................................34 Engº Eduardo Becker Delwing Rua: Borges de Medeiros, 267, sala 201 - Lajeado / RS - CEP: 95900-000 Fone/Fax: (0XX) 51 3748-1269 e-mail – eduardobedel@certelnet.com.br 2 CENTRO DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL MARTIN LUTHER Curso Técnico em Segurança do Trabalho 5.2 CLASSIFICAÇÃO ..................................................................................................... 35 5.3 CAUSAS DOS ACIDENTES ..................................................................................... 36 5.4 TIPOS DE ACIDENTES ............................................................................................ 37 5.5 CONSEQÜÊNCIAS ................................................................................................... 38 5.6 CONCLUSÃO ............................................................................................................ 38 6. MANUAL DE INSTRUÇÕES PARA PREENCHIMENTO DA COMUNICAÇÃO DE ACIDENTE DO TRABALHO – CAT ................................................................................. 38 I – Apresentação. ................................................................................................................... 38 I – Apresentação ................................................................................................................ 39 II – Recomendações gerais ................................................................................................ 39 III – Informações gerais .................................................................................................... 40 Ocorrências: ...................................................................................................................... 40 IV – Preenchimento do formulário CAT .......................................................................... 43 Quadro II – ATESTADO MÉDICO ............................................................................... 49 V – Conceito, definições e caracterização do acidente do trabalho, prestações e procedimentos ................................................................................................................... 50 VI – Legislação ................................................................................................................. 56 VII - Anexo I – Formulário CAT ...................................................................................... 58 Anexo II – FLUXOGRAMA ............................................................................................ 61 7. COR E SINALIZAÇÃO DE SEGURANÇA ................................................................... 62 7.1 Objetivo da Sinalização de Segurança ........................................................................ 62 7.2. Classificação das Cores .............................................................................................. 62 7.3 ABNT 6493 (EMPREGO DE CORES PARA IDENTIFICAÇÃO DE TUBULAÇÕES) ............................................................................................................... 69 7.4 ABNT 7195 (CORES PARA A SEGURANÇA) ....................................................... 69 7.5 NR-26 (SINALIZAÇÃO DE SEGURANÇA) ............................................................ 69 8. CALOR: NR – 15 ANEXO 3 ............................................................................................ 76 Limites de Tolerância para exposição ao calor ..................................................................... 76 QUADRO Nº 1 .............................................................................................................. 77 Tipo de atividade ................................................................................................................... 77 QUADRO Nº 2 .................................................................................................................. 78 TAXAS DE METABOLISMO POR TIPO DE ATIVIDADE ......................................... 79 Tipo de atividade ................................................................................................................... 79 Kcal/h .................................................................................................................................... 79 Trabalho leve ..................................................................................................................... 79 Trabalho moderado ........................................................................................................... 79 Trabalho pesado ................................................................................................................79 9. Frio NR-15 Anexo 9 ...................................................................................................... 80 1.As atividades ou operações executadas no interior de câmaras frigoríficas, ou em locais que apresentem condições similares, que exponham os trabalhadores ao frio, sem a proteção adequada, serão consideradas insalubres em decorrência de laudo de inspeção realizada no local de trabalho. ........................................................................................... 80 Objetivo ................................................................................................................................. 80 Desenvolvimento ................................................................................................................... 80 Análise ................................................................................................................................... 80 FRIO - (ANEXO 9, NR - 15 DA PORTARIA 3.214/78) ..................................................... 81 10. RISCOS QUÍMICOS ...................................................................................................... 87 Engº Eduardo Becker Delwing Rua: Borges de Medeiros, 267, sala 201 - Lajeado / RS - CEP: 95900-000 Fone/Fax: (0XX) 51 3748-1269 e-mail – eduardobedel@certelnet.com.br 3 CENTRO DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL MARTIN LUTHER Curso Técnico em Segurança do Trabalho 10.1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 87 10.2. DEFINIÇÃO DE RISCOS QUÍMICOS .................................................................. 89 10.3. CLASSIFICAÇÃO DOS RISCOS QUÍMICOS QUANTO AS SUAS CARACTERÍSTICAS FÍSICAS ...................................................................................... 89 10.4. INGRESSO NO ORGANISMO HUMANO ........................................................... 90 a. Via Respiratória ......................................................................................................... 91 Responsável por 90% dos casos. Tem importância fundamental, principalmente por que: ................................................................................................................................ 91 b. Via Cutânea ............................................................................................................... 91 c. Via Digestiva ............................................................................................................. 92 d.Injeção ........................................................................................................................ 92 Distribuição e acumulação dos agentes químicos ............................................................. 93 Locais de acumulação (armazenamento) ...................................................................... 93 Biotransformação .............................................................................................................. 94 Eliminação ......................................................................................................................... 94 Toxicodinâmica ................................................................................................................. 95 Irritantes ........................................................................................................................ 96 Asfixiantes ..................................................................................................................... 97 Anestésicos e narcóticos ............................................................................................... 97 Sistêmicos ..................................................................................................................... 97 Alergizantes ................................................................................................................... 98 Imunodepressores .......................................................................................................... 98 Carcinogênicos .............................................................................................................. 98 Pneumoconióticos ......................................................................................................... 98 Teratogênicos ................................................................................................................ 98 Mutagênicos .................................................................................................................. 98 Princípios básicosde prevenção ........................................................................................ 99 Controle e Identificação .................................................................................................. 100 Rotulagem ....................................................................................................................... 100 Fichas Químicas de Segurança ........................................................................................ 100 Recomendações ............................................................................................................... 105 ANEXO – A ........................................................................................................................ 115 Engº Eduardo Becker Delwing Rua: Borges de Medeiros, 267, sala 201 - Lajeado / RS - CEP: 95900-000 Fone/Fax: (0XX) 51 3748-1269 e-mail – eduardobedel@certelnet.com.br 4 CENTRO DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL MARTIN LUTHER Curso Técnico em Segurança do Trabalho PLANO DE CURSO 1. CURSO: Técnico de Segurança do Trabalho 2. DISCIPLINA: Segurança do Trabalho I 3. CARGA HORÁRIA: 80 horas 4. NOME DO PROFESSOR: Eduardo Becker Delwing 5. CONTEÚDO PROGRAMÁTICO: 1ª AULA: Segurança do Trabalho I (História e evolução) 2ª AULA: Segurança do Trabalho II 3ª AULA: Segurança do Trabalho III 4ª AULA: Acidentes do Trabalho I (Conceitos) 5ª AULA: Acidentes do Trabalho II (Classificação e Causas) 6ª AULA: Acidentes do Trabalho III (CAT) 7ª AULA: Riscos Laborais 8ª AULA: Cor e Sinalização de Segurança 9ª AULA: Visita à empresa 10ª AULA: Calor / NR-15 Anexo 3 11ª AULA: Calor / NR-15 Anexo 3 12ª AULA: 1ª Avaliação Parcial 13ª AULA: Frio NR-15 Anexo 9 14ª AULA: Riscos Químicos I 15ª AULA: Riscos Químicos II 16ª AULA: 2ª Avaliação Parcial 17ª AULA: Apresentação de Trabalhos Teóricos / Práticos 18ª AULA: Apresentação de Trabalhos Teóricos / Práticos 19ª AULA: Apresentação de Trabalhos Teóricos / Práticos 20ª AULA: Revisão e Avaliação Final 6. AVALIAÇÃO: A avaliação será realizada em duas avaliações parciais: 1ª Avaliação Parcial (Peso 9) Relatório Visita (Peso 1,0) Engº Eduardo Becker Delwing Rua: Borges de Medeiros, 267, sala 201 - Lajeado / RS - CEP: 95900-000 Fone/Fax: (0XX) 51 3748-1269 e-mail – eduardobedel@certelnet.com.br 5 CENTRO DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL MARTIN LUTHER Curso Técnico em Segurança do Trabalho 2ª Avaliação Parcial (Peso 7) Trabalho em grupo (Peso 3) Observação: A presença em sala de aula e a participação positiva do aluno em aula, visitas, preparação e apresentação de trabalhos é avaliada continuamente, influenciando diretamente na nota geral final. 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: Ruído Fundamentos e Controle. Samir N. Y. Gerges. UFSC. Ruído – Riscos e Prevenção. Marco Paiva Matos. Thais Cataloni Morata. Ubiratan de Paula Santos. Vilma Akemi Okamoto. Editora Hucitec. Riscos físicos. Martin Wells Astete. Eduardo Giampaoli. Leila Nadim Zidon. Fundacentro. Riscos Químicos. José Manoel Osvaldo Gana Soto. Irene Ferreira de Souza Duarte Saad. Mário Luiz Fantazzini. Fundacentro. Avaliação da Sobrecarga Térmica no Ambiente de Trabalho. Engª Berenice Goelzer. ABPA. Ergonomia – Projeto e Produção. Itiro Lida. Edgard Blücher Ltda. Manuais de Legislação Atlas. Segurança e Medicina do Trabalho. Editora Atlas S. A. Acidentes do Trabalho. Teoria e Prática. Jayme Aparecido Tortorello. Editora Saraiva. Threshold Limit Valves for Chemical Substances and Physical Agents and Biological Exposure Indices – ACGIH. Curso Supervisores de Segurança do Trabalho. Fundacentro. As Doenças dos trabalhadores. Bernardino Ramazzini. Fundacentro. Gestão de Segurança e Higiene do Trabalho. Waldemar Pacheco Jr. Hyppólito do Valle Pereira Filho. Vera Lúcia Duarte do Valle Pereira. Atlas. Segurança no Trabalho e Prevenção de Acidentes. Benedito Cardella. Atlas. Engº Eduardo Becker Delwing Rua: Borges de Medeiros, 267, sala 201 - Lajeado / RS - CEP: 95900-000 Fone/Fax: (0XX) 51 3748-1269 e-mail – eduardobedel@certelnet.com.br 6 CENTRO DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL MARTIN LUTHER Curso Técnico em Segurança do Trabalho 1. A HISTÓRIA DO PREVENCIONISMO E A EVOLUÇÃO DA SEGURANÇA DO TRABALHO 1.1 HISTÓRICO DA SEGURANÇA DO TRABALHO NO MUNDO A informação mais antiga sobre a preocupação com a segurança do trabalho está registrada num documento egípcio através do papiro Anastacius “V” fala da preservação da saúde e da vida do trabalhador e descreve as condições de trabalho de um pedreiro. 2350 a.C. no Egito ocorreu uma insurreição geral dos trabalhadores, deflagrada nas minas de cobre, evidenciou ao faraó a necessidade de melhorar as condições de vida dos escravos. 460 a 375 a.C. Hipócrates, mestre em medicina, no transcrito, “ares, água e lugares”, onde há referencia sob “intoxicações sanitárias”, porém com total emissão sob ambiente de trabalho. 460 a 375 a.C. no Império Romano, Plinius, em visita a locais de trabalho – galerias de minas – escreve que trabalhadores utilizavam máscara de panos ou membranas de bexiga de carneiro – registro do 1º EPI – empregados para proteger-se contra poeiras minerais, principalmente de chumbo e mercúrio. No Império Romano se aprofundou o estudo da proteção médico legal dos trabalhadores e elaborou leis para sua garantia. Os pioneiros do estabelecimento de medidas de prevenção de acidentes foram Plínio e Rotário, que pela primeira vez recomendaram o uso de máscaras para evitar que os trabalhadores respirassem poeiras metálicas. 1556, publicado por Georgius Agrícola, em latim a obra De Ré Metálica, que fazia referencia e observações esparsas a respeito da possibilidade do trabalho ser causador de doenças. Problemas relacionados à extração de minerais e fundição de prata e ouro. Doença mais comum: asma de minerais (silicose). As primeiras ordenações aos fabricantes para a adoção de medidas de higiene do trabalho datam da Idade Média. Engº Eduardo Becker Delwing Rua: Borges de Medeiros, 267, sala 201 - Lajeado / RS - CEP: 95900-000 Fone/Fax: (0XX) 51 3748-1269 e-mail – eduardobedel@certelnet.com.br 7 CENTRO DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL MARTIN LUTHER Curso Técnico em Segurança do Trabalho Os levantamentos das doenças profissionais, promovidos pelas associações de trabalhadores medievais, tiveram grande influência sobre a segurança do trabalho no Renascimento. Nesse período, destacaram-se Samuel Stockausen como pioneiro da inspeção médica no trabalho e Bernardino Ramazzini como sistematizador de todos os conhecimentos acumulados sobre segurança. 1700, o médico italiano Bernardino Ramazzini publicou a obra intitulada De Morbis Artificum Diabrita sobre as doenças com trabalhadores em mais de 50 ocupações diferentes, fazendo sempre a pergunta, qual é a sua ocupação, o que você faz? , relacionou a patologia encontrada com a sua ocupação e o transmitiu aos responsáveis pelo bem estar social dos trabalhadores da época. Por esta obra Ramazzini recebeu o título de Pai da Medicinado Trabalho. 1761, o também italiano Morganti fez uma coletânea de tudo que havia sobre medicina do trabalho, na obra De Sabidus Et Causis Morborum, onde descreveu o 1º câncer ocupacional. 1760 a 1850, durante a revolução industrial ocorrida na Europa, foi outro marco na evolução das doenças ocupacionais da legislação, pois foi quando o homem começou a ser substituído pela máquina e por mulheres e crianças nas operações destas. Em 1779, a Academia de Medicina da França já fazia constar em seus anais um trabalho sobre as causas e prevenção de acidentes. Em Milão, Pietro Verri fundou, no mesmo ano, 1779, a primeira sociedade filantrópica, visando ao bem estar do trabalhador. 1802, na França, foi promulgada a Lei de Saúde e Moral dos Aprendizes, que previa jornada máxima de 12 horas para crianças, proibia o trabalho noturno para crianças, e obrigava as empresas a fazer a lavagem das paredes duas vezes por ano. A França destacou-se como líder em Medicina e Higiene durante a 1ª metade do século XIX devido a vários estudos sobre a matéria. Engº Eduardo Becker Delwing Rua: Borges de Medeiros, 267, sala 201 - Lajeado / RS - CEP: 95900-000 Fone/Fax: (0XX) 51 3748-1269 e-mail – eduardobedel@certelnet.com.br 8 CENTRO DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL MARTIN LUTHER Curso Técnico em Segurança do Trabalho A revolução industrial criou a necessidade de preservar o potencial humano como forma de garantir a produção. 1815, o inglês Alwin, criou as primeiras iniciativas na universidade da legislação de proteção ao trabalho. 1830, as condições de trabalho eram péssimas, e principalmente as das crianças, quando um industrial inglês, sensibilizado com o problema procurou o médico Robert Baker para aconselhar-se sobre a melhor forma de proteger a saúde dos seus trabalhadores. Quatro anos mais tarde o governo inglês nomeou-o inspetor médico de fábricas, dado seu interesse e estudo pelo assunto, assim como o autorizou a visitar as fábricas. 1831, Michael Sadler, apresentou à Comissão Parlamentar de Inquérito CPI, o relatório elaborado sobre doença ocupacional. 1833, uma CPI, elaborou um cuidadoso relatório sobre trabalhadores doentes, que sensibilizou a opinião pública, fazendo que fosse baixado o Factory Act, que considerada como a 1ª Lei de Proteção ao Trabalhador. 1837, nos EUA, Benjamim Macredi publicou Leis sobre a Proteção do Trabalho. 1842, na Escócia, foi instituído a obrigatoriedade do médico de fábrica, para realizar exames em crianças. 1846, na França, foi instituído como obrigatório na industria e comércio o serviço médico. 1869, Lamuel Schatuc fez o 1º Programa de Saúde Ocupacional nos EUA. A sistematização dos procedimentos preventivos ocorreu primeiro nos Estados Unidos, no início do século XX. 1906, ocorreu o 1º Congresso Internacional de Doença do Trabalho, em Milão, Itália. Engº Eduardo Becker Delwing Rua: Borges de Medeiros, 267, sala 201 - Lajeado / RS - CEP: 95900-000 Fone/Fax: (0XX) 51 3748-1269 e-mail – eduardobedel@certelnet.com.br 9 CENTRO DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL MARTIN LUTHER Curso Técnico em Segurança do Trabalho 1910, foi criada a Clínica del Lavoro, também em Milão, e o 2º Congresso Internacional, agora promovido pela Comissão Permanente, em Bruxelas, com a presença de mais de 200 participantes de 200 países. 1919, 28 de junho após a 1ª grande guerra mundial, foi criada a OIT – Organização Internacional do Trabalho, como parte do Tratado de Versalhes. Na África, Ásia, Austrália e América Latina os comitês de segurança e higiene nasceram logo após a fundação da Organização Internacional do Trabalho (OIT). Até o advento da 2ª grande guerra mundial, ocorreram trienalmente Congressos Internacionais, os quais só reiniciaram em 1948. A OIT tem dedicado expressiva atenção e prioridade ao campo da Saúde Ocupacional, quer através da elaboração de regulamentos, como de atividades de pesquisa e informação ou assistência técnica internacional. A 1ª das frentes – a regulamentação – surgiu da própria contingência da época da sua fundação, quando saltavam à vista gritantes abusos e elevados riscos ocupacionais nas relações e condições de trabalho. Grande parte dos convênios e recomendações referem-se especificamente a temas de saúde ocupacional. A 2ª das frentes – pesquisa e informação – tem recebido e continua a receber notáveis contribuições para o desenvolvimento da Saúde Ocupacional. 1969/70 – O departamento de trabalho dos Estados Unidos unifica as normas e convenções diferentes sobre Segurança e Saúde do Trabalho vigentes nos EUA. 1.2 HISTÓRICO DA SEGURANÇA DO TRABALHO NO BRASIL ⇒ 1919, 15 de janeiro, foi aprovada a 1ª Lei de assistência médica e indenização para acidentes do trabalho, através do Decreto Legislativo nº 3.724. ⇒ 1929, Heinrich, pesquisando conseqüências de acidentes, concluiu que de 330 acidentes estudados apenas 30 tinham dado origem a lesões pessoais, Engº Eduardo Becker Delwing Rua: Borges de Medeiros, 267, sala 201 - Lajeado / RS - CEP: 95900-000 Fone/Fax: (0XX) 51 3748-1269 e-mail – eduardobedel@certelnet.com.br 10 CENTRO DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL MARTIN LUTHER Curso Técnico em Segurança do Trabalho dos quais só uma de maior gravidade não seria razoável continuar abandonando mais de 90% de informações provenientes de acidentes sem lesão. ⇒ 1940, foi promulgada a 1ª Lei Ordinária a respeito de Segurança do Trabalho, atendimento ao acidentado e indenização e reabilitação profissional. ⇒ 1941, fundação da ABPA, a Associação Brasileira para Prevenção de Acidentes. ⇒ 1943, 1º de maio, dia do Trabalhador, o Presidente Getúlio Vargas, assinou o Decreto Lei nº 5.452, aprovando a Consolidação das Leis Trabalhistas. ⇒ A Segurança do Trabalho no Brasil desdobra-se nas atividades das Comissões Internas de Prevenção de Acidentes (CIPA), disseminadas no cenário empresarial, e na fiscalização realizada por funcionários de setores da administração pública. ⇒ A organização de estatísticas de acidentes de trabalho foi possível no Brasil a partir do estabelecimento de definições, convenções e regras pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) NB 18. ⇒ O sistema usual de prevenção de acidentes consistia em investigar os acidentes ocorridos para descobrir sua causa, visando a eliminá-las e prevenir novas ocorrências. ⇒ Por meio da coleta e análise dos dados estatísticos era possível delinear objetivamente o programa de prevenção de cada empresa. ⇒ O levantamento dos coeficientes de freqüência e de gravidade dos acidentes permitia avaliar a eficiência do sistema de prevenção adotado. ⇒ Esses coeficientes tem como referência à tabela internacional organizada pela International Associantion Of Industrial Accident (Associação Internacional de Acidentes Industriais). Engº Eduardo Becker Delwing Rua: Borges de Medeiros, 267, sala 201 - Lajeado / RS - CEP: 95900-000 Fone/Fax: (0XX) 51 3748-1269 e-mail – eduardobedel@certelnet.com.br 11 CENTRO DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL MARTIN LUTHER Curso Técnico em Segurança do Trabalho ⇒ Esses mecanismos técnicos, legais, sociais e jurídicos ainda não foram suficientes para reduzir de forma significativa os níveis de acidentes de trabalho e de doenças profissionais no Brasil que, em comparação com países de instituições mais avançadas, são muitos altos e resultam em graves prejuízos humanos, sociais e financeiros. ⇒ Os acidentes mais freqüentesocorrem na construção civil, na indústria metalúrgica, na fabricação de móveis, no garimpo e nas atividades agrícolas. ⇒ O fato do atendimento a acidentados ter custos mais altos do que sua prevenção foi um dos fatores que determinaram, no início do século XX, a codificação de normas de segurança, que envolvem a prevenção de acidentes de trabalho e a higiene industrial. ⇒ Para falar-se das origens da Segurança do Trabalho, no Brasil, é importante que se analise, primeiramente, como evoluía a Prevenção de Acidentes. ⇒ A Prevenção de Acidentes, realizada sob a égide do Ministério do Trabalho, recebeu, de início, importante contribuição da área médica, a cujas mãos chegavam as mais importantes conseqüências dos acidentes do trabalho - as lesões pessoais. ⇒ Tal circunstância não só explica a liderança assumida pela medicina nos primeiros passos dados em direção à prevenção de acidentes como também esclarece porque esses passos foram dados com vistas especialmente a aspectos conseqüenciais. E mais do que isso, explica a visão conseqüencial que, até hoje, caracteriza certas práticas prevencionistas em detrimento de outros caminhos que favorecem a pesquisa das causas. ⇒ Foi assim que se desenvolveu a prática de realizar e divulgar estatísticas de acidentados, rotulando-as de estatísticas de acidentes. E com isso deixava- se de considerar os acidentes de que não decorressem lesões. Engº Eduardo Becker Delwing Rua: Borges de Medeiros, 267, sala 201 - Lajeado / RS - CEP: 95900-000 Fone/Fax: (0XX) 51 3748-1269 e-mail – eduardobedel@certelnet.com.br 12 CENTRO DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL MARTIN LUTHER Curso Técnico em Segurança do Trabalho ⇒ A respeito de um acidente de que não resultasse lesão ouvia-se dizer: "não foi nada". Se não havia acidentado não havia acidente. ⇒ Essa maneira de considerar o assunto, embora não fosse razoável, explicava-se pelo interesse primordial pelo acidentado, que caracterizava os que assim agiam. Juntam-se a isso as características da profissão médica para a qual o estudo das lesões pessoais é de sua indiscutível competência e merece todo o seu interesse. ⇒ O conhecimento dos níveis de ocorrência de acidentes de trabalho é fator indispensável para a adoção de uma política trabalhista e empresarial que preserve o bem estar do trabalhador e evite custos e prejuízos aos empresários e às instituições previdenciárias. ⇒ Um dos mecanismos mais utilizados é a elaboração de estatísticas que, por meio de métodos comparativos, mostram o aumento ou queda dos índices de acidentes de trabalho num período e setor de trabalho dados. E, assim, governo, empregadores e empregados adquiriam consciência da necessidade de encarar o problema de prevenção do acidente, o primeiro ditando as bases de uma legislação que visava a proteger o trabalhador da agressividade do ambiente de trabalho e os últimos obedecendo o estipulado nessa legislação, na medida de suas possibilidades. ⇒ É então que o empresariado começa a despertar para o aspecto econômico dessa prevenção e espalha-se a idéia de que a prevenção pode ser um bom negócio. ⇒ E contra a idéia de buscar a prevenção dos acidentes no estudo de suas conseqüências havia a inexistência de proporcionalidade entre a gravidade das lesões pessoais decorrentes de acidentes e a gravidade potencial desses acidentes. ⇒ Impunha-se novo enfoque para enfrentar as novas técnicas. Não seria lógico, pois, continuar a abandonar a análise dos acidentes sem lesão. E era Engº Eduardo Becker Delwing Rua: Borges de Medeiros, 267, sala 201 - Lajeado / RS - CEP: 95900-000 Fone/Fax: (0XX) 51 3748-1269 e-mail – eduardobedel@certelnet.com.br 13 CENTRO DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL MARTIN LUTHER Curso Técnico em Segurança do Trabalho necessário passar a estudar a problemática do acidente a partir de suas causas. ⇒ 1971 – Decreto 68.255 de 16/02 cria a Campanha Nacional de Acidentes de Trabalho – CANPAT. Portaria 3.233 de 09/07 determina o cumprimento da CANPAT através de três mecanismos: ⇒ Congresso Nacional de Prevenção de Acidentes do Trabalho (CONPAT) ⇒ Semana de Prevenção de Acidentes de Trabalho (SPAT) ⇒ Medalha ao Mérito de Segurança do Trabalho (MMST) ⇒ 1972, em 27/07 é e ditada a Portaria 3236 que cria o Programa Nacional de Valorização do Trabalhador – PNVT, referente à formação técnica em Segurança e Medicina do Trabalho. ⇒ 1972, em 27/07 é editada à Portaria 3237 que regulamenta artigo 164 da CLT, obrigando a existência de Serviço Especializado em Engenharia de Segurança do Trabalho (SESMT) em empresas com mais de 100 funcionários. ⇒ 1972, outubro, durante a realização do 11º CONPAT, em Curitiba, representantes das entidades e empresas abaixo relacionadas discutiram a necessidade de elevar a carga horária prevista para os cursos de especialização em engenharia de segurança e em medicina do trabalho, fixando-a em um mínimo de 360 horas, com o que concordaram os representantes do DNSHT e da Fundacentro. Foi um primeiro passo para o aperfeiçoamento do preparo dos profissionais a serem utilizados. ⇒ Nessa altura tornou-se possível sensibilizar a área da engenharia, até então preocupada principalmente com os assuntos ligados diretamente à produção, para a análise das causas do acidente. Mas até que a engenharia, preocupada com o que se referia diretamente à produção, passasse a Engº Eduardo Becker Delwing Rua: Borges de Medeiros, 267, sala 201 - Lajeado / RS - CEP: 95900-000 Fone/Fax: (0XX) 51 3748-1269 e-mail – eduardobedel@certelnet.com.br 14 CENTRO DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL MARTIN LUTHER Curso Técnico em Segurança do Trabalho interessar-se profissionalmente pela pesquisa das causas do acidente havia um longo caminho a percorrer. ⇒ Além de cuidar do preparo dos profissionais previstos na portaria que analisamos, caberia realizar estudos para homogeneizar os seus ditames com a legislação Regulamentadora do exercício da engenharia, arquitetura e agronomia. ⇒ Esses estudos foram realizados e serviram de base ao projeto de lei que, apresentado no Senado pelo Eng.º Saturnino Braga dispunha a respeito da especialização de Engenheiros e Arquitetos em Engenharia de Segurança do Trabalho e da profissão de Técnico de Segurança do Trabalho. ⇒ 1977, 22 de dezembro, sancionada a Lei nº 6.514 que altera o Capitulo V da CLT, relativo à Segurança e Medicina do Trabalho. ⇒ 1978, 08 junho, editada a Portaria 3.214 que aprova as Normas Regulamentadoras - NR do Capítulo V do Título II, da CLT, relativas à Segurança e Medicina do Trabalho. ⇒ 1985, em 27 de novembro sancionada a Lei nº 7.410 que dispõe sobre a especialização de Engenheiros e Arquitetos em Engenharia de Segurança do Trabalho. ⇒ 1986, 9 de abril, Decreto nº 92.530, regulamenta a Lei nº 7.410, que dispõe sobre a especialização de Engenheiros e Arquitetos em Engenharia de Segurança do Trabalho, a profissão de Técnico de Segurança do Trabalho. ⇒ 1996, a Portaria 393 de 09/04 adota o sistema de Grupos de Trabalho Tripartite (governo, trabalhadores e empregadores) GTT buscando um consenso nas regulamentações. ⇒ 1996, a Portaria 2 de 10/04 institui a Comissão Tripartite Paritária Permanente (CTPP) para estudar e elaborar modificações nas NR´s. Fórum permanente para discussão e revisão das normas. Engº Eduardo Becker Delwing Rua: Borges de Medeiros, 267, sala 201 - Lajeado / RS - CEP: 95900-000 Fone/Fax: (0XX) 51 3748-1269 e-mail – eduardobedel@certelnet.com.br15 CENTRO DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL MARTIN LUTHER Curso Técnico em Segurança do Trabalho ⇒ Entre 1996/97 o MEC altera carga horária dos cursos técnicos passando para mínimo de 1600 hs. A primeira turma de técnicos de segurança do trabalho do Colégio Martin Luther finalizou o curso em 1999. ⇒ A especialização a nível de pós graduação dos engenheiros foi fixada com carga horária mínima de 600 horas. Engº Eduardo Becker Delwing Rua: Borges de Medeiros, 267, sala 201 - Lajeado / RS - CEP: 95900-000 Fone/Fax: (0XX) 51 3748-1269 e-mail – eduardobedel@certelnet.com.br 16 CENTRO DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL MARTIN LUTHER Curso Técnico em Segurança do Trabalho 2. HIGIENE DO TRABALHO E PROGRAMA DE PREVENÇÃO DE RISCOS AMBIENTAIS 2.1 INTRODUÇÃO AO ESTUDO DE HIGIENE DO TRABALHO 2.1.1 Conceito de Higiene do Trabalho É a ciência e a arte dedicadas à antecipação, reconhecimento, avaliação e controle de fatores e riscos ambientais originados nos postos de trabalho e que podem causar enfermidade, prejuízos para a saúde ou bem-estar dos trabalhadores, também tendo em vista o possível impacto nas comunidades vizinhas e no meio ambiente em geral. O diagrama de blocos abaixo possibilita uma melhor compreensão do conceito: Prevenir Decorrentes 2.1.2 A Higiene do Trabalho e os Outros Ramos Profissionais A higiene do trabalho se relaciona direta ou indiretamente com diversos ramos profissionais: Engº Eduardo Becker Delwing Rua: Borges de Medeiros, 267, sala 201 - Lajeado / RS - CEP: 95900-000 Fone/Fax: (0XX) 51 3748-1269 e-mail – eduardobedel@certelnet.com.br 17 É A CIÊNCIA QUE ATUA NO CAMPO DA SAÚDE OCUPACIONAL APLICANDO OS RECURSOS DA ENGENHARIA E MEDICINA DOENÇAS DO TRABALHO DOS RISCOS AMBIENTAIS HIGIENE DO TRABALHO SANEAMENTO E MEIO AMBIENTE ERGONOMIA ENGENHARIA DIREITO SEGURANÇA DO TRABALHO TOXICOLOGIA MEDICINA DO TRABALHO PSICOLOGIA E SOCIOLOGIA CENTRO DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL MARTIN LUTHER Curso Técnico em Segurança do Trabalho a) Direito – A higiene do trabalho fornece subsídios técnicos para solução de conflitos trabalhistas envolvendo insalubridade. No campo do direito previdenciário e civil, os dados de avaliação de exposição a riscos ambientais auxiliam na concessão de aposentadoria especial e indenizações por incapacidade e/ou doenças do trabalho. b) Engenharia – A engenharia está presente em todas as etapas de um programa de higiene do trabalho. Deste modo, esta ciência é essencial no reconhecimento, avaliação e controle dos riscos ambientais, como será abordado em todo este trabalho. c) Ergonomia - A higiene do trabalho não visa apenas à detecção de atividades e/ou operações insalubres, mas também à melhoria do conforto e qualidade de vida do trabalhador no seu ambiente de trabalho. d) Saneamento e meio ambiente – A importância da higiene do trabalho, ou seja, da avaliação e controle de riscos ocupacionais ultrapassa os limites do ambiente de trabalho; não só este é parte do meio ambiente em geral mas, através da prevenção adequada dos riscos ocupacionais, o impacto negativo da industrialização no meio ambiente pode ser apreciavelmente reduzido. e) Psicologia e sociologia – A psicologia e sociologia tratam de harmonizar as relações entre processo produtivo, o ambiente de trabalho e o homem. A higiene do trabalho, através de suas etapas, fornece dados essenciais para a melhor interpretação do universo do trabalho. f) Medicina do Trabalho – O controle biológico, por meio de exames médicos, é um dos parâmetros utilizados para verificar a eficiência e subsidiar um programa de controle de riscos ambientais. g) Toxicologia – A toxicologia fornece dados técnicos sobre os contaminantes ambientais, facilitando o reconhecimento dos riscos ambientais nos locais de trabalho. Pode-se então afirmar que a toxicologia, na maioria das vezes, antecede as etapas clássicas de um programa de higiene do trabalho. h) Segurança do Trabalho – A higiene do trabalho, mediante análise dos agentes agressivos nos pontos de trabalho, muitas vezes previne também riscos operacionais capazes de gerar acidente de trabalho. Engº Eduardo Becker Delwing Rua: Borges de Medeiros, 267, sala 201 - Lajeado / RS - CEP: 95900-000 Fone/Fax: (0XX) 51 3748-1269 e-mail – eduardobedel@certelnet.com.br 18 CENTRO DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL MARTIN LUTHER Curso Técnico em Segurança do Trabalho Assim, a higiene do trabalho, por se tratar de uma ciência que tem como objetivo principal a relação entre o homem e o meio ambiente de trabalho, necessita para o bom desenvolvimento e a prática de ações multidisciplinares de educação dos trabalhadores, no sentido de prevenir riscos ambientais, obtendo-se melhor organização do trabalho. 2.1.3. Conceito e Classificação dos Riscos Ambientais Riscos Ambientais: são os agentes físicos, químicos e biológicos presentes nos ambientes de trabalho capazes de produzir danos à saúde, quando superados os respectivos limites de tolerância. Estes limites são fixados em razão da natureza, concentração ou intensidade do agente e tempo de exposição. Todavia, não podemos adotá-los como valores rígidos entre condição segura e capaz de gerar alguma doença, devido à suscetibilidade individual, ou seja, para o higienista os limites devem ser encarados como valores referenciais. Os riscos ambientais se classificam em: 1. Riscos físicos: são aqueles que compreendem dentre outros o ruído, vibração, temperaturas extremas, pressões anormais, radiações ionizante e não ionizante. 2. Riscos químicos: são aqueles que compreendem dentre outros as névoas, neblinas, poeiras, fumos, gases e vapores. 3. Riscos biológicos: são aqueles que compreendem dentre outros as bactérias, fungos, helmintos, protozoários e vírus. 4. Riscos Ergonômicos: estes riscos são contrários às técnicas de ergonomia, que propõe que os ambientes de trabalho se adaptem ao homem, propiciando bem estar físico e psicológico. Os riscos ergonômicos estão ligados também a fatores externos – do ambiente – e a fatores internos – do plano emocional. Em síntese: ocorrem quando há disfunção entre o indivíduo, seu posto de trabalho ou seus equipamentos. Ex. esforço físico excessivo, excesso de levantamento e transporte manual de pesos, exigência de postura. 5. Riscos de Acidentes: ocorrem em função das condições físicas – do ambiente físico e do processo de trabalho capazes de provocar lesões a integridade física do trabalhador. Ex. máquinas sem proteção, arranjo físico inadequado, ferramentas inadequadas ou defeituosas, EPI inadequado, animais peçonhentos e probabilidade de incêndio. Engº Eduardo Becker Delwing Rua: Borges de Medeiros, 267, sala 201 - Lajeado / RS - CEP: 95900-000 Fone/Fax: (0XX) 51 3748-1269 e-mail – eduardobedel@certelnet.com.br 19 CENTRODE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL MARTIN LUTHER Curso Técnico em Segurança do Trabalho 2.2 Objetivos da higiene do Trabalho Os objetivos de um programa de higiene do trabalho consistem em reconhecer, avaliar e controlar os riscos ambientais presentes nos locais de trabalho. a) Reconhecimento – Esta etapa baseia-se no reconhecimento dos agentes ambientais que afetam a saúde dos trabalhadores, o que implica o conhecimento profundo dos produtos envolvidos no processo, métodos de trabalho, fluxo de processo, layout das instalações, número de trabalhadores expostos, etc. esta etapa compreende também o planejamento da abordagem do ambiente a ser estudado, seleção dos métodos de coleta, bem como dos equipamentos de avaliação. b) Avaliação – Trata-se da fase em que se realiza a avaliação quantitativa e/ou qualitativa dos agentes físicos, químicos e biológicos existentes nos postos de trabalho a serem avaliados. Exige-se conhecimento de avaliação, que consistem basicamente na calibração dos equipamentos, tempo de coleta, tipo de análise química a ser feita. Esta etapa abrange dois ramos de higiene do trabalho, quais sejam: Higiene de campo: é a encarregada de realizar o estudo da situação higiênica no ambiente de trabalho (análise de postos de trabalho, detecção de contaminantes e tempo de estudar e recomendar medidas de controle para reduzir a intensidade dos agentes a níveis aceitáveis). Higiene analítica: realiza as análises químicas das amostras coletadas, cálculo e interpretações de dados levantados no campo. Assim, por exemplo, uma amostra de poeira coletada deverá ser analisada no laboratório por difratometria de raios x para determinação de sílica livre cristalizada. c) Controle – De acordo com os dados obtidos nas fases anteriores, esta se atém a propor e adotar medidas que visam a eliminação ou minimização do risco presente no ambiente. O controle funda-se na adoção de medidas relativas ao ambiente e ao homem: Medidas relativas ao ambiente: são medidas aplicadas na fonte ou trajetória, tais como substituição do produto tóxico, isolamento das partes poluentes, ventilação local exaustora, ventilação geral diluidora, limpeza dos locais de trabalho, etc. Engº Eduardo Becker Delwing Rua: Borges de Medeiros, 267, sala 201 - Lajeado / RS - CEP: 95900-000 Fone/Fax: (0XX) 51 3748-1269 e-mail – eduardobedel@certelnet.com.br 20 CENTRO DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL MARTIN LUTHER Curso Técnico em Segurança do Trabalho Medidas relativas ao homem: compreendem, dentre outras, a limitação do tempo de exposição, equipamentos de proteção individual, educação e treinamento, exames médicos (pré-admissional, periódico e demissional). 3. SEGURANÇA DO TRABALHO a) CONCEITO SEGURANÇA DO TRABALHO pode ser definida como: um conjunto de normas destinadas à melhora dos ambientes de trabalho. b) OBJETIVOS a) evitar acidentes; b) minimizar as condições inseguras de trabalho; c) preparar o trabalhador para a prevenção dos desastres ocupacionais; d) estabelecer melhores condições físicas e psíquicas no trabalho e por via de conseqüência, melhores condições de eficiência e de produção. c) PROCEDIMENTOS Para preservar a saúde e a vida do ser humano em seu ambiente de trabalho e do meio ambiente é indispensável: • realizar pesquisas e estudos técnicos a respeito das instalações de trabalho (Levantamento Ambiental de Riscos e PPRA Programa de Prevenção de Riscos Ambientais); • realizar estudos médicos sobre os efeitos dos agentes nocivos à saúde humana presentes nos locais de trabalho (PCMSO) Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional; • colocar em prática as Normas especiais de segurança e fiscalização que foram criadas em conseqüência da ação conjugada dos governos, sindicatos e empregados, as quais asseguram a eficiência das leis protetoras. Engº Eduardo Becker Delwing Rua: Borges de Medeiros, 267, sala 201 - Lajeado / RS - CEP: 95900-000 Fone/Fax: (0XX) 51 3748-1269 e-mail – eduardobedel@certelnet.com.br 21 CENTRO DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL MARTIN LUTHER Curso Técnico em Segurança do Trabalho • implementar ações no ramo da segurança e higiene do trabalho constitui-se, na verdade, uma fonte de experiências e conhecimentos para a preservação do meio ambiente em geral, resultando em acúmulo de conhecimentos e aprimoramento das condições de trabalho. • Intensificar ações que visem a preservação do meio ambiente externo ao local de trabalho em geral, pois a poluição do meio ambiente gerada pelas atividades industriais é um problema que está gerando crescente preocupação aos serviços de higiene e segurança do trabalho. Daí a importância crescente da segurança do trabalho e o caráter social e humano de que se reveste tal sistematização de normas. d) IMPORTÂNCIA DA SEGURANÇA E MEDICINA DO TRABALHO Esta disciplina, além dos aspectos técnicos, enfoca também aspectos humanísticos. Portanto, não devemos esquecer que por trás de qualquer máquina, equipamento ou material, está o homem, a maior riqueza da nação. Se não bastasse isso, para avaliarmos a importância da Segurança e Medicina do Trabalho, poderíamos pensar que, enquanto uma indústria tem capacidade de produzir grande quantidade de produtos por dia, necessitamos de no mínimo 20 anos para formar um homem. (1) Aspectos sociais Usemos o raciocínio do insigne Prof. Ruy Aguiar da Silva Leme: “Para considerarmos o efeito de acidentes, via produtividade no caso nacional, consideremos um trabalhador imaginário desde seu nascimento até sua morte”. Para cada ano, podemos calcular o produto e o consumo total do trabalhador e sua diferença, a produtividade líquida. Essa será de início negativo, pois a criança só consome. Entretanto o menor para a força de trabalho, a produtividade cresce, assumindo valores positivos que permanecem com este sinal até o trabalhador se aposentar ou morrer. Caso o trabalhador se aposentar, teremos até sua morte, valores negativos. Engº Eduardo Becker Delwing Rua: Borges de Medeiros, 267, sala 201 - Lajeado / RS - CEP: 95900-000 Fone/Fax: (0XX) 51 3748-1269 e-mail – eduardobedel@certelnet.com.br 22 CENTRO DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL MARTIN LUTHER Curso Técnico em Segurança do Trabalho Totalizando a produtividade líquida do trabalhador ao longo de sua vida, temos, em geral, um valor positivo, isto é, um excedente que será utilizado para cobrir os déficit inicial dos filhos dos trabalhadores, para sustentar o déficit correspondente aos aposentados, via contribuição previdenciária e a poupança. Para tornar mais claro o raciocínio, suponhamos que o trabalhador consome 5 unidades por ano, qualquer que seja sua idade e que produza 10 unidades por ano, dos 15 aos 50 anos, vivendo aposentado dos 50 aos 60 anos. O saldo total seria, neste caso, igual. S = (10 x 35) - (5 x 60) = 50 Suponhamos, contudo, que o trabalhador sofra um acidente aos 30 anos que reduza a sua produção para a metade. O novo saldo será: S = (10 x 15) + (5 x 20) - (5 x 60) = -50 O exemplo obtido não tem pretensões ao realismo. Contudo, mostra como um acidente, considerado em termos globais para a nação pode tornar um trabalhador superavitário em um elemento deficitário no que concerne à produção e ao consumo de bens. Acreditamos que alguma pesquisa em torno deste raciocínio poderá ser muito útil para mensurar os efeitos dos acidentes fatais ou que conduzam à incapacitação parcial permanente aos trabalhadores.” Apenas acrescentando: todo o ônus causado pelo acidente, reflete-se em toda a nação, uma vez que é ela que paga ao incapacitado,ou à família da vítima de um acidente fatal. (2) Aspectos econômicos As estatísticas de 1978 no dão em números redondos 1.6x 106 acidentes do trabalho. Em 1977, o custo direto do acidente foi Cr$ 6.292,00 o que nos autoriza fazer uma projeção para 1978 de Cr$ 8.000,00 (Cr$ 8 x 103). Engº Eduardo Becker Delwing Rua: Borges de Medeiros, 267, sala 201 - Lajeado / RS - CEP: 95900-000 Fone/Fax: (0XX) 51 3748-1269 e-mail – eduardobedel@certelnet.com.br 23 CENTRO DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL MARTIN LUTHER Curso Técnico em Segurança do Trabalho Assim o custo total seria: Cr$ 8,00 x 103 x 1.6 x 106 = Cr$ 12.8 x 109 Se admitirmos o valor médio do barril de petróleo importado em 1978, Cr$15,00 ao câmbio de Cr$ 20,00/dólar chegaríamos a conclusão que o acidente do trabalho nos custou o equivalente a 43 milhões de barris de petróleo, ou seja quase que o equivalente a 2 meses de consumo. (3) Aspectos humanos Embora não se possa exprimir em números, o aspecto humano é o mais importante. Se lançarmos esta pergunta ao acadêmico de Engenharia: • Quanto vale em reais a vida de seu pai ou seu irmão? • Acreditamos que teremos respostas afirmativas à colocação anterior. Não nos devemos, porém, ater exclusivamente a este raciocínio e devemos ir mais longe. Quando estamos pagando adicional de insalubridade a um trabalhador, em outras palavras, estamos comprando alguns anos de sua vida, pelo dano que o agente agressivo poderá causar a seu organismo. e) SEGURANÇA NA ENGENHARIA Por sua formação, o engenheiro é o homem que planeja, projeta e executa. Se utilizarmos a definição utilitária do engenheiro dado pelos americanos “Engenheiro é aquele que faz o que um leigo faz, porém com a metade do custo”, veremos no correr do curso, que segurança do trabalho é e deve ser considerada como um investimento, da mesma forma que uma máquina, edificação ou equipamento. Engº Eduardo Becker Delwing Rua: Borges de Medeiros, 267, sala 201 - Lajeado / RS - CEP: 95900-000 Fone/Fax: (0XX) 51 3748-1269 e-mail – eduardobedel@certelnet.com.br 24 CENTRO DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL MARTIN LUTHER Curso Técnico em Segurança do Trabalho f) SEGURANÇA DO PLANEJAMENTO Planejar seria extrapolar para o futuro. Devemos ter sempre em mente esta idéia, quando estamos planejando, verificar quais as conseqüências futuras deste planejamento, quais as implicações para a nossa e para futuras gerações da implantação desta nova tecnologia. Historicamente, sabe-se que os motores de combustão interna, a ciclo Otto, foram planejados para utilização do álcool. Receios de dependência de países tropicais, levou os técnicos da época a procurar alternativas. A gasolina pela sua baixa octanagem não permitia a taxa de compressão necessária, e para melhorar a octanagem seu preço de fabricação tornava-se proibitivo. Eis, senão quando, surge o tetra etila de chumbo que possibilitou a redução de custos, tornando-a competitiva e até mais barata que o álcool. Quando à planejamento e tecnologia nada a opor. Entretanto, foi esquecido ou ignorado o fator homem. Sendo este produto, altamente tóxico e cancerígeno, causador danos a toda a vida animal e vegetal do planeta, foi posteriormente substituído por outros elementos químicos menos nocivos e as pesquisas e experiências continuam sendo efetuadas, na busca de combustíveis alternativos e menos poluidores. Este exemplo, escolhido, bem pode mostrar como o engenheiro, o homem de planejamento, deve deter-se em todas minúcias de um problema, não se prendendo exclusivamente à tecnologia, que deve existir para beneficiar o homem, nunca prejudicá-lo. Outros exemplos, em todas as áreas de engenharia, poderiam ser encontrados. g) SEGURANÇA NO PROJETO Não há projeto de engenharia que não introduza um fator de segurança. Um engenheiro civil, por exemplo, jamais diria: Acho que para esta viga, 10 barras de ferro ∅ ½ polegada bastam. Engº Eduardo Becker Delwing Rua: Borges de Medeiros, 267, sala 201 - Lajeado / RS - CEP: 95900-000 Fone/Fax: (0XX) 51 3748-1269 e-mail – eduardobedel@certelnet.com.br 25 CENTRO DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL MARTIN LUTHER Curso Técnico em Segurança do Trabalho Da mesma forma, o engenheiro mecânico se recusaria a dizer: Para este motor é suficiente um eixo de 25 mm. Em qualquer caso, seria feito um cálculo e aplicados coeficientes que assegurassem um perfeito desempenho da viga ou do eixo. Note-se que até este ponto estamos falando em segurança estrutural. Devemos também pensar em segurança do operador, desde que o usuário foi contemplado no projeto. Assim, um projeto bem concebido poderá evitar tentativas de soluções futuras que, além de encarecer o produto, podem dar insegurança ao trabalhador. Um arranjo físico bem feito, será seguro e ao mesmo tempo pode aumentar a produtividade. Uma máquina projetada com painéis de comando, que obedeçam a fatores ergonômicos, evitam acidentes, reduzem a fadiga e também aumentam a produtividade. Um projeto bem executado de proteção contra incêndio, além de aumentar a segurança patrimonial, aumentam a segurança do trabalhador. Todo o engenheiro sabe que é mais fácil alterar um desenho no papel, que improvisar soluções futuras e se evitarmos ou minimizarmos as condições inseguras, estaremos eliminando automaticamente um grande número de acidentes, nunca esquecendo que qualquer medida de proteção coletiva sempre surtirá maiores resultados do que medidas de proteção individual. Por exemplo, um sistema de exaustão de gases de uma cabine de pintura sempre dará melhor proteção que máscaras respiratórias fornecidas ao trabalhador; um andaime seguro sempre será mais eficiente que um cinturão de segurança; e uma máquina com proteção de suas partes móveis evita o acidente, enquanto que um aviso terá resultados muito duvidosos. h) SEGURANÇA NA EXECUÇÃO Na fase de execução, além da responsabilidade do engenheiro na fiscalização e orientação do processo, visando o cumprimento do projeto ou a qualidade do produto, também a parte de segurança do trabalhador deve ser levada em conta. Engº Eduardo Becker Delwing Rua: Borges de Medeiros, 267, sala 201 - Lajeado / RS - CEP: 95900-000 Fone/Fax: (0XX) 51 3748-1269 e-mail – eduardobedel@certelnet.com.br 26 CENTRO DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL MARTIN LUTHER Curso Técnico em Segurança do Trabalho Já falamos que uma das causas dos acidentes são as condições inseguras. Porém, a simples eliminação destas, por um bom planejamento e projeto, não impede que acidentes ocorram por atos inseguros praticados pelo trabalhador ou fatores pessoais de insegurança. O engenheiro é o líder, seja imposto, seja natural, e sua cultura, aliada aos conhecimentos tecnológicos, o fazem o guia inconteste da massa trabalhadora. Aproveitando esta circunstância, poderá, por um trabalho de conscientização aliado a um treinamento, evitar os atos inseguros e uma boa parcela dos fatores pessoais de insegurança. Por ato inseguro entendemos aquele ato praticado conscientemente pelo trabalhador, sabendo que dele pode advir um acidente, por exemplo: apesar de conhecer o risco de incêndio num almoxarifado de explosivos, acender um cigarro. Por fator pessoal de insegurança, entendemos aqueles psicológicos ou pessoais que podem levar a um acidente. Um exemplo do primeiro seria o empregado que trabalha sob alguma tensão emocional e, do segundo, o empregado não adestrado que opera uma máquina. O bom exemplo, acima de tudo, influi sobremaneira nos atos inseguros. Não adiantatodo um trabalho de conscientização, se o técnico é o primeiro a infringir normas de segurança. i) INTERLIGAÇÃO DA SEGURANÇA NA ENGENHARIA COM OUTRAS ÁREAS A Segurança, e por segurança entendemos não somente os acidentes típicos, como por exemplo uma fratura ou mutilação, mas também os riscos ambientais, como gases, poeiras, vapor, etc., ou ainda problemas fisiológicos e psicológicos, só poderá ser levada com sucesso pelo engenheiro, se este contar com o apoio de outras áreas do conhecimento. Engº Eduardo Becker Delwing Rua: Borges de Medeiros, 267, sala 201 - Lajeado / RS - CEP: 95900-000 Fone/Fax: (0XX) 51 3748-1269 e-mail – eduardobedel@certelnet.com.br 27 CENTRO DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL MARTIN LUTHER Curso Técnico em Segurança do Trabalho (1) Interligação da segurança na engenharia com a medicina O médico do trabalho é um parceiro importante do Engenheiro e do Técnico de Segurança do Trabalho. Então vejamos: Quando trabalham em comum acordo, o médico é indispensável no exame pré admissional do candidato, escolhendo o biótipo certo para a função determinada. Exemplificando: para uma função em que seja exigido vigor físico (calceteiro, forneiro), só o médico poderá selecionar o homem adequado; Uma pessoa alérgica não será escolhida para exercer função em setor em que há poeiras ou gases, mesmo quando estes agentes agressivos estão abaixo dos limites de tolerância. Da mesma forma, através de exames médicos periódicos o médico poderá informar ao engenheiro certos fatores de risco, possibilitando a este encontrar soluções tecnológicas. Se um trabalhador, por exemplo, acusar início de surdes profissional, o médico comunicará ao engenheiro, que providenciará a eliminação, se possível, ou a neutralização, em último caso, do ruído, salvando, assim, a audição do trabalhador. Uma associação deveras interessante está no campo da ergonomia: Adequação homem máquina Cujo estudo em conjunto dos dois profissionais poderá levar a soluções ótimas, contribuindo para o bem estar do trabalhador. (2) Interligação da segurança na engenharia com a psicologia Esta relação é bastante íntima, pois só a psicologia terá condições de usando suas técnicas, selecionar o homem, sob o ponto de vista psicológico para uma determinada função. Determinadas tarefas, como controle de qualidade, atividades de laboratório, exigem um perfil psicológico diverso de um homem de manutenção, Também, pelo Treinamento, pode-se evitar uma série de acidentes, como já falamos anteriormente, e a pessoa, por excelência indicada, para programar e executar o treinamento é o psicólogo. Engº Eduardo Becker Delwing Rua: Borges de Medeiros, 267, sala 201 - Lajeado / RS - CEP: 95900-000 Fone/Fax: (0XX) 51 3748-1269 e-mail – eduardobedel@certelnet.com.br 28 CENTRO DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL MARTIN LUTHER Curso Técnico em Segurança do Trabalho (3) Interligação com outras áreas Além destas relações, um contato estreito do SESMT com o setor de suprimentos, produção, manutenção, é essencial para um bom desempenho desta nobre tarefa, que é preservar o bem estar do nosso semelhante. Devemos ter em mente que a assistente social, é peça importante nesta máquina humana de evitar acidentes, pois muitos deles podem ocorrer por desajustes pessoais. Engº Eduardo Becker Delwing Rua: Borges de Medeiros, 267, sala 201 - Lajeado / RS - CEP: 95900-000 Fone/Fax: (0XX) 51 3748-1269 e-mail – eduardobedel@certelnet.com.br 29 CENTRO DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL MARTIN LUTHER Curso Técnico em Segurança do Trabalho 4. ATUAÇÃO DO TÉCNICO DE SEGURANÇA DO TRABALHO A) Empregado: estabelecimentos comerciais e industriais, públicos e privados; B) Assessorar profissionais da área de projetos e construção de máquinas, equipamentos e edificações. C) Assessoramento aos sindicatos e entidades de classe, na análise do ambiente do trabalho. 4.1. PERFIL DO TÉCNICO DE SEGURANÇA DO TRABALHO O profissional técnico de Segurança do Trabalho é responsável pela coordenação do emprego adequado e seguro de procedimentos na realização das atividades e tarefas exigidas numa empresa. Sua atenção maior é o trabalhador. Tem a função de zelar pela correta aplicação das normas de segurança, e o seu desempenho impõe-lhe a atenção permanente para o bom funcionamento de métodos corretos de trabalho. Para isso, analisa, pesquisa, investiga, avalia, relata, aponta e sugere. Mantém contato direto com o ser humano. É o elo de ligação entre o empregador e o empregado, no que se refere às questões de segurança. Por isso deve apresentar qualidades específicas: capacidade de liderança, dinamismo, iniciativa, equilíbrio emocional, capacidade de observar, ponderar e sintetizar, perseverança, sociabilidade, comunicação e postura adequadas. 4.2. PAPEL E RESPONSABILIDADE 4.2.1. PAPEL DO TÉCNICO DE SEGURANÇA DO TRABALHO Responde pela elaboração e correta aplicação das normas de segurança do trabalho, pelas análises das condições da empresa face à gradação de riscos, bem como pelo planejamento e programação dos serviços de higiene e segurança, tendo em vista a erradicação e/ou minimização de condições e atos inseguros, conforme estabelecido pelas normas regulamentadoras; Responde pelas atividades de ordem administrativa da área de segurança e proteção do trabalho, emitindo requisições de compras, conforme as necessidades de utilização do material e equipamentos, estabelecendo os estoques mínimos no almoxarifado, Engº Eduardo Becker Delwing Rua: Borges de Medeiros, 267, sala 201 - Lajeado / RS - CEP: 95900-000 Fone/Fax: (0XX) 51 3748-1269 e-mail – eduardobedel@certelnet.com.br 30 CENTRO DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL MARTIN LUTHER Curso Técnico em Segurança do Trabalho controlando o consumo e autorizando reposição dos mesmos, visando assegurar racional suprimento destes materiais e equipamentos; Elaborar normas e procedimentos sobre segurança e proteção do trabalho da unidade e das empresas prestadoras de serviços, bem como orientar os subordinados, tendo em vista o fiel cumprimento da política de segurança estabelecida; Acompanhar a análise de risco de acidentes em cada operação, revisando, observando in loco estas operações, com o objetivo de recomendar os procedimentos de execução adequados e compatíveis com as regras básicas de segurança; Acompanhar as inspeções de segurança dos equipamentos de combate a incêndio, junto com firmas credenciadas; Preparar e ministrar treinamento introdutório sobre prevenção de acidentes para funcionários admitidos, estagiários e funcionários de empresas prestadoras de serviço, através de palestras e recursos didáticos disponíveis, a fim de transmitir de forma adequada as noções e regras básicas de segurança; Participar ativamente dos trabalhos da CIPA, prestando assessoria necessária, tendo em vista o cumprimento das normas regulamentadoras; Garantir o uso de equipamentos de proteção individual através de distribuição racional e acompanhamento eficaz; Elaborar / orientar empresas contratadas para o uso e cumprimento das normas de segurança, fiscalizando o cumprimento das mesmas; Acompanhar teste do sistema de combate a incêndio, acompanhar vistoria nos equipamentos de proteção a incêndio realizada por entidades ligadas ao sistema de seguro da empresa. 4.2.2 ATUAÇÃO ESPECÍFICA DO TÉCNICO DE SEGURANÇA DO TRABALHO ⇒ Identificar os fatores de risco de acidente de trabalho, doenças ocupacionais, propondo melhorias ou a sua eliminação; ⇒ Indicar, solicitar e inspecionar equipamentos