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1 UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL LABORATORIO DE CONFORTO AMBIENTAL PARA ENGENHARIA CIVIL DETERMINAÇÃO DO TEMPO DE REVERBERAÇÃO ATRAVÉS DO MÉTODO IMPULSIVO NOME R.A. Arthur Guilherme Heiss Salvador 95605 Eduardo Döbele Osório 93310 Peter Maske Volkmann 94016 MARINGÁ, 13 de junho de 2018. 2 1. OBJETIVOS A prática tem o objetivo de avaliar e comparar o tempo de reverberação da sala por meio de equipamento portátil e por meio de aplicativos para telefones celulares tipo Smartphones (Apps). 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA As ondas sonoras propagam-se em todas as direções a partir da fonte, logo no interior de um espaço fechado existirá ondas sonoras diretas e refletidas em direção ao receptor. A onda direta é a que chega sempre em primeiro lugar e com maior nível de pressão sonora, pois a sua distância percorrida é menor, originando o mínimo de atenuação. Posteriormente serão recebidas as várias ondas sonoras que provem de reflexões nos vários planos do espaço. (SILVA, 2013) Reverberação é um fenômeno de prolongamento de um som após o fim da emissão deste mesmo por parte de sua própria fonte sonora. Assim, o ouvido reconhece o som recebido como um prolongamento do som original, visto que a taxa de percepção sonora humana é lenta. Quando as reflexões do som ocorrem dentro de um tempo inferior a essa taxa, percebe-se apenas um som contínuo que diminui à medida que se reflete mais vezes e é atenuado naturalmente. O tempo de reverberação (TR) de um compartimento é em termos genéricos o tempo que demora desde a chegada da onda direta até a chegada da última onda sonora refletida. Como todos os ambientes estão sujeitos a um ruído de fundo, ou seja, a um nível de pressão sonora muito superior a 0 dB, definiu-se o tempo de reverberação como sendo o tempo que demora um ruído a decair em 60 dB, após ser interrompida a sua emissão. (SILVA, 2013) Imagine-se que se pretendia medir o tempo de reverberação de uma biblioteca com um ruído de fundo de aproximadamente 40 dB. Logo, para medir um decaimento de 60 dB seria necessário produzir um ruído superior a 100 dB, o que não seria prático. Desta forma é usual medir-se o TR30 ou TR20, ou seja, o tempo que demora a decair um 3 som em 30 dB ou 20 dB respetivamente, sendo posteriormente realizado uma extrapolação dos valores para obter-se o TR60. (SILVA, 2013) Para avaliar o tempo de reverberação da sala de aula utilizou-se o método impulsivo, com equipamento portátil e por meio de aplicativos para telefones celulares tipo Smartphones (Apps). Vários deles foram utilizados, como o APM TOOL LITE, Nahhalzeit, RIVERBERO e RT AppAcoustic. Para realização do cálculo do tempo de reverberação existem diversos métodos utilizados, entre eles os métodos de Sabine (1900) – Franklin (1903), Norris-Eyring e Millington-Sette. Para o método de Sabine (1900) – Franklin (1903), tem-se a seguinte equação: 𝑇𝑅 = 0,161 V 𝐴 (Eq. 1) 𝐴 = ∑(𝛼𝑖 ∙ 𝑆𝑖)+∑(𝛼𝑖 ∙ 𝑛𝑗) (Eq. 2) Sendo que: - 𝑉: Volume do ambiente em m³; - 𝑆𝑖: Superfície de cada elemento em m²; - 𝛼𝑖:Coeficientes de absorção de cada elemento; - 𝑇𝑅: Tempo de reverberação em s. Para o método de Norris-Eyring, é utilizada a equação a seguir: 𝑇𝑅 = 0,161 V −S∙ln(1−α) (Eq. 3) Sendo que: - 𝑉: Volume do ambiente em m³; 4 - 𝑆: Área total do ambiente em m2; - 𝛼: Coeficientes de absorção médio. . Para o método de Millington-Sette, tem-se a seguinte equação: 𝑇𝑅 = 0,161 V −[Si∙ln(1−α)] (Eq. 4) Sendo que: - 𝑉: Volume do ambiente em m³; - 𝑆𝑖: Superfície de cada elemento em m²; - 𝛼: Coeficientes de absorção médio dos respectivos elementos. (SILVA, 2013) 3. Materiais e Métodos 3.1 Materiais Os materiais a seguir foram utilizados na realização do experimento: Balões (fonte sonora); Clap de Madeira, utilizado como fonte sonora; Analisador de Espectro de Frequência Phonic PAA3; Aplicativo Riverbero, utilizado no celular. 3.2 Métodos O método utilizado para a realização do experimento foi feito da seguinte forma: Foram estourados nove balões, utilizados como fonte sonora, na área frontal da sala. A seguir foi-se feito o impacto do Clap também 9 vezes. O tempo de atenuação foi medido pelos celulares dos alunos, utilizando diferentes aplicativos, anotou-se os valores. 5 Em sequência, foi feita a captura do ruído impulsivo, nos pontos intermediários da sala, anotou-se o valor do tempo de reverberação encontrado. Depois disso os resultados obtidos foram comparados, analisando a diferença percentual dos diferentes tipos de fonte sonora (balão, clap). Por fim, utilizando o tempo de reverberação medido pelo analisador PAA3, analisou-se para quais frequências este seria um tempo de reverberação médio. 4. RESULTADOS A partir dos tempos de reverberação medidos em sala pelo aparelho analisador de espectro de frequência PAA3 e pelo aplicativo Riverbero, ambos para a frequência de 500 Hz, para as duas fontes sonoras (Clap e Balão), com 9 medições em cada um dos casos, foram obtidas as tabelas abaixo: Tabela 1: Tempo de reverberação medido a partir do Clap de madeira. Analisador PAA3 Aplicativo (500Hz) Medida Tempo de reverberação (s) Tempo de reverberação (s) Variação Percentual 1 0,78 0,79 1% 2 0,75 0,86 15% 3 0,85 0,89 5% 4 0,88 0,86 2% 5 0,81 0,83 2% 6 0,83 0,84 1% 7 0,73 0,86 18% 8 0,77 0,99 29% 9 0,87 0,87 0% Media 0,81 0,87 7% CLAP 6 Tabela 1: Tempo de reverberação medido a partir do Balão. A partir dos dados obtidos acima, foi possível comparar os valores obtidos do tempo de reverberação pelo aparelho PAA3 e pelo aplicativo, compará-los e calcular a variação percentual entre ambos, que nos mostra a discrepância nos dois métodos de análise. Com base na análise, foi possível observar que os valores medidos pelo smartphone apresentaram um desfio padrão semelhante em relação ao PAA3, quando utilizado o Clap como fonte sonora, visto que nesse caso, a variação de tempos de reverberação foi igual a 0,2s com os dois aparelhos de medição. Contudo, ao utilizar o balão como fonte sonora, houve uma diferença significativa entre a variação dos tempos de reverberação, que foi igual a 0,2s no caso do PAA3 e 0,43s para o aplicativo de smartphone. Além disso, no caso do Clap, a variação percentual entre os valores medidos pelo aplicativo e pelo PAA3, apresentou um valor médio de 7%, o que mostra uma boa precisão do aplicativo. Entretanto, ao comparar os valores quando a fonte sonora foi o balão, foi possível obter uma variação percentual média de 50% entre os dois métodos de medida, valor esse que representa um parâmetro ruim. 5. CONCLUSÃO Analisando os dados obtidos, pode-se verificar que as medidas do balão variam entre 1,3 a 1,72, ou seja, 0,42 dB para o PAA3, e entre 0,87 e 1,08, ou seja 0,21 dB para o aplicativo de celular. Essa diferença possui relação com a não uniformidade da fonte sonora. Já analisando as medidas do Clap, estas variam de 0,73 a 0,88, ou seja 0,15 dB para o PAA3, e de 0,79 a 0,99, ou seja 0,20 dB para o aplicativo de celular. Analisando as tabelas que contém os resultados dos balões e do clap, pode-se perceber que a variação percentual geral e média da tabela do clap foi menor que a dos balões. Estas fontes divergem principalmente nos quesitos de timbre e de frequência da onda sonora. Como não temos dadospara analisar o timbre dessas duas fontes sonoras, iremos atribuir essa diferença a frequência. Dessa forma, pode-se supor que a Analisador PAA3 Aplicativo (500Hz) Medida Tempo de reverberação (s) Tempo de reverberação (s) Variação Percentual 1 1,30 1,00 30% 2 1,72 1,30 32% 3 1,47 0,91 62% 4 1,40 1,01 39% 5 1,57 0,92 71% 6 1,50 0,98 53% 7 1,46 0,87 68% 8 1,53 1,03 49% 9 1,68 1,08 56% Media 1,51 1,01 50% BALÃO 7 frequência dos balões seja menos adequada do que a frequência do Clap para o aplicativo. Por este motivo a variação percentual entre as fontes foi menor para o Clap. 6. REFERÊNCIAS ABNT NBR 12179. Tratamento acústico em recintos fechados. Rio de Janeiro, 1992. SILVA, CARLOS M. F., O TEMPO DE REVERBERAÇÃO E A INTELIGIBILIDADE DA PALAVRA, FEUP-2013. NOTAS DE AULA.
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