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1 TRABALHO Curriculo e Avaliacao

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Com base nas leituras empreendidas até aqui e na pesquisa sobre a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) responda as questões a seguir. Lembre-se que as respostas devem ser fundamentadas teoricamente.
1) Considerando que, na Educação Infantil, as aprendizagens e o desenvolvimento das crianças têm como eixos estruturantes as interações e as brincadeiras, assegurando-lhes os direitos de conviver, brincar, participar, explorar, expressar-se e conhecer-se, como a organização curricular da Educação Infantil na BNCC está estruturada?
De acordo com os eixos estruturantes da Educação Infantil (interações e brincadeira), devem ser assegurados seis direitos de aprendizagem e desenvolvimento, para que as crianças tenham condições de aprender e se desenvolver: conviver, brincar, participar, explorar, expressar, conhecer-se.
Assim, a BNCC estabelece cinco campos de experiências, nos quais as crianças devem aprender e se desenvolver:
-O eu, o outro e nós;
-Corpo, gestos e movimentos;
-Traços, sons, cores e formas;
-Escuta, fala, pensamento e imaginação;
-Espaços, tempos, quantidades, relações e transformações.
Em cada campo de experiências, são definidos objetivos de aprendizagem e desenvolvimento organizados em três grupos por faixa etária: bebês (0-1a6m), crianças bem pequenas (1a7m-3a11m), crianças pequenas (4a-5a11m).
2) Entendendo que as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental de Nove Anos (Resolução CNE/CEB nº 7/2010), sinaliza os desafios à elaboração de currículos para essa etapa de escolarização, de modo a superar as rupturas que ocorrem na passagem não somente entre as etapas da Educação Básica, mas também entre as duas fases do Ensino Fundamental: Anos Iniciais e Anos Finais. Como está estruturada a BNCC do ensino fundamental?
Na BNCC, o Ensino Fundamental está organizado em cinco áreas do conhecimento: linguagens (língua portuguesa, arte, educação física e língua inglesa), matemática, ciências da natureza, ciências humanas (história e geografia) e ensino religioso. Elas se relacionam na formação dos alunos, embora preservem suas especificidades e os saberes próprios. 
Cada área do conhecimento estabelece competências específicas de área, cujo desenvolvimento deve ser promovido ao longo dos nove anos. 
Nas áreas que abrigam mais de um componente curricular (Linguagens e Ciências Humanas), também são definidas competências específicas do componente (Língua Portuguesa, Arte, Educação Física, Língua Inglesa, Geografia e História) a ser desenvolvidas pelos alunos ao longo dessa etapa de escolarização.
Para garantir o desenvolvimento das competências específicas, cada componente curricular apresenta um conjunto de habilidades. Essas habilidades estão relacionadas a diferentes objetos de conhecimento – aqui entendidos como conteúdos, conceitos e processos –, que, por sua vez, são organizados em unidades temáticas.
A progressão das aprendizagens, que se explicita na comparação entre os quadros relativos a cada ano (ou bloco de anos), pode tanto estar relacionada aos processos cognitivos em jogo – sendo expressa por verbos que indicam processos cada vez mais ativos ou exigentes – quanto aos objetos de conhecimento – que podem apresentar crescente sofisticação ou complexidade –, ou, ainda, aos modificadores – que, por exemplo, podem fazer referência a contextos mais familiares aos alunos e, aos poucos, expandir-se para contextos mais amplos.
Também é preciso enfatizar que os critérios de organização das habilidades do Ensino Fundamental na BNCC (com a explicitação dos objetos de conhecimento aos quais se relacionam e do agrupamento desses objetos em unidades temáticas) expressam um arranjo possível (dentre outros). Portanto, os agrupamentos propostos não devem ser tomados como modelo obrigatório para o desenho dos currículos. Essa forma de apresentação adotada na BNCC tem por objetivo assegurar a clareza, a precisão e a explicitação do que se espera que todos os alunos aprendam no Ensino Fundamental, fornecendo orientações para a elaboração de currículos em todo o País, adequados aos diferentes contextos
3) Faça uma análise de ambas as propostas curriculares, indicando pontos favoráveis e pontos desfavoráveis da BCNN. Sua análise trazer como referência pelos menos dois artigos que tragam visões distintas sobre o BNCC, ou seja, fundamentar teoricamente sua análise a partir das leituras realizadas até o momento e de um autor que é a favor da Base Nacional Comum Curricular e outro que seja contra.
A BNCC é um documento normativo que define o conjunto de aprendizagens essenciais que todos os alunos devem desenvolver ao longo das etapas e modalidades da Educação Básica. Seu principal objetivo é ser a balizadora da qualidade da educação no País por meio do estabelecimento de um patamar de aprendizagem e desenvolvimento a que todos os alunos têm direito.
Se considerarmos a definição da BNCC pelo MEC, vemos as vantagens de se ter um documento que serve como base e balizador da educação básica por todo o país. Ter uma política de educação pública que garante uma equidade na educação em todo o território parece uma excelente política.
Há, porém, diversas críticas tanto com relação a construção do documento quanto a sua aplicação. Uma das críticas é com relação ao texto, que, ao enfatizar habilidades, competências, procedimentos, e não conteúdos escolares e o trabalho educativo, o documento parece mais voltado a preparar uma classe para o mercado de trabalho e o “empreendedorismo” (leia-se trabalho informal).
Outra argumentação questionável é o da BNCC como possibilidade de melhoria na qualidade da educação, considerando que a qualidade da educação exige investimentos em política de formação continuada, política salarial digna e em infraestrutura de escolas e a BNCC fica comprometida com a aprovação da Emenda Constitucional (EC 55/2016), que estabelece um limite para os gastos públicos pelos próximos 20 anos, inclusive os gastos com a educação.
Há ainda o argumento de que a BNCC reduzirá as desigualdades educacionais e sociais. Tal questão deve ser compreendida em uma perspectiva histórica, social e econômica. Envolve entender as diferentes possibilidades de acesso da população pobre ao saber. A BNCC, ao verticalizar e homogeneizar os conteúdos, contribuiu para distanciar os sujeitos do conhecimento
E, por fim, um ponto importante e bastante controverso, é com relação a antecipação da alfabetização do 3º para o 2º ano. De acordo com Daniel Cara, coordenador geral da Campanha Nacional pelo direito à Educação:
“ Em primeiro lugar, não existe idade certa para alfabetizar. A alfabetização, pedagogicamente, deve seguir o ritmo da criança. Não há qualquer estudo que indique que uma criança alfabetizada mais cedo será mais bem-sucedida do que uma criança alfabetizada mais tarde – pelo contrário. O que se sabe, na verdade, é que forçar a alfabetização é ruim. Porém, considerando a educação um direito, o Estado precisa organizar uma política universal e precisa determinar referências. O Plano Nacional de Educação foi sábio: alfabetizar a criança até os oito anos de idade ou até o terceiro ano do ensino fundamental. O Brasil é um país diverso, a oferta de educação infantil está aquém do necessário, as famílias têm desafios específicos, há uma forte diversidade regional e a política educacional precisa ser pensada globalmente: uma boa política de Educação de Jovens e Adultos, com a alfabetização ou retomada dos estudos dos pais e avós, por exemplo, impacta decisiva e positivamente a alfabetização de crianças. O PNE acertou, em um processo coerente com o conjunto da lei, pois o PNE precisa ser implementado integralmente para dar certo. Adiantar a alfabetização para os sete anos vai gerar uma pressão desnecessária sobre educadores e crianças, sem dar a eles escolas adequadas à realização do processo de ensino-aprendizagem. Ou seja, mais uma vez, ignoraram a pedagogia.”
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BIBLIOGRAFIA
______. Base Nacional Comum Curricular: terceira versão. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/a-base– 2017
______. A BNCC na contramão do PNE 2014-2024: avaliação e perspectivas. Organização: Márcia Angela da S. Aguiar e Luiz Fernandes Dourado [Livro Eletrônico]. – Recife: ANPAE, 2018
Disponível em : http://www.anpae.org.br/BibliotecaVirtual/4-Publicacoes/BNCC-VERSAO-FINAL.pdf
LIMA,A.R.F.;ALBINO,A.C.A.;FARIAS,S.C. Base Nacional Comum Curricular:Percursos de Proposição. V CONEDU, PE, 2018.

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