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Gestão financeira legal

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Prévia do material em texto

Brasília-DF. 
Gestão Financeira LeGaL
Elaboração
Alex Del Giglio
Evandro Lepletier
Produção
Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração
Sumário
APrESEntAção .................................................................................................................................. 4
orgAnizAção do CAdErno dE EStudoS E PESquiSA ..................................................................... 5
introdução ..................................................................................................................................... 7
unidAdE i
Fundamentos do empreendedorismo ............................................................................................ 9
CAPítulo 1
onde está o Lucro? ............................................................................................................ 9
CAPítulo 2
o ponto de equiLíbrio ....................................................................................................... 16
CAPítulo 3
Formação de preço do produto .................................................................................. 19
CAPítulo 4
anáLise da ViabiLidade de negócios ................................................................................ 23
unidAdE ii
controLadoria .............................................................................................................................. 25
CAPítulo 1
baLanço patrimoniaL (bp) .................................................................................................. 25
CAPítulo 2
decisões em reLação ao baLanço patrimoniaL ............................................................. 31
CAPítulo 3
demonstração de resuLtado de exercício (dre) ........................................................... 38
CAPítulo 4
anáLise das demonstrações Financeiras ....................................................................... 40
unidAdE iii
Finanças – métodos de anáLise de projetos de inVestimentos .................................................. 44
CAPítulo 1
o papeL do administrador Financeiro e séries não uniFormes .................................... 44
CAPítulo 2
anáLise de inVestimentos ................................................................................................... 47
unidAdE iV
Finanças – custo de capitaL ......................................................................................................... 68
CAPítulo 1
capitaL de terceiros e capitaL próprio ........................................................................... 68
CAPítulo 2
métodos capm e Wacc .................................................................................................... 71
PArA (não) FinAlizAr ...................................................................................................................... 74
rEFErênCiAS .................................................................................................................................... 76
5
Apresentação
Caro aluno
A proposta editorial deste Caderno de Estudos e Pesquisa reúne elementos que se entendem 
necessários para o desenvolvimento do estudo com segurança e qualidade. Caracteriza-se pela 
atualidade, dinâmica e pertinência de seu conteúdo, bem como pela interatividade e modernidade 
de sua estrutura formal, adequadas à metodologia da Educação a Distância – EaD.
Pretende-se, com este material, levá-lo à reflexão e à compreensão da pluralidade dos conhecimentos 
a serem oferecidos, possibilitando-lhe ampliar conceitos específicos da área e atuar de forma 
competente e conscienciosa, como convém ao profissional que busca a formação continuada para 
vencer os desafios que a evolução científico-tecnológica impõe ao mundo contemporâneo.
Elaborou-se a presente publicação com a intenção de torná-la subsídio valioso, de modo a facilitar 
sua caminhada na trajetória a ser percorrida tanto na vida pessoal quanto na profissional. Utilize-a 
como instrumento para seu sucesso na carreira.
Conselho Editorial
6
organização do Caderno 
de Estudos e Pesquisa
Para facilitar seu estudo, os conteúdos são organizados em unidades, subdivididas em capítulos, de 
forma didática, objetiva e coerente. Eles serão abordados por meio de textos básicos, com questões 
para reflexão, entre outros recursos editoriais que visam a tornar sua leitura mais agradável. Ao 
final, serão indicadas, também, fontes de consulta, para aprofundar os estudos com leituras e 
pesquisas complementares.
A seguir, uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos Cadernos de Estudos 
e Pesquisa.
Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes 
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor 
conteudista.
Para refletir
Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita 
sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante 
que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As 
reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões.
Sugestão de estudo complementar
Sugestões de leituras adicionais, filmes e sites para aprofundamento do estudo, 
discussões em fóruns ou encontros presenciais quando for o caso.
Praticando
Sugestão de atividades, no decorrer das leituras, com o objetivo didático de fortalecer 
o processo de aprendizagem do aluno.
Atenção
Chamadas para alertar detalhes/tópicos importantes que contribuam para a 
síntese/conclusão do assunto abordado.
7
Saiba mais
Informações complementares para elucidar a construção das sínteses/conclusões 
sobre o assunto abordado.
Sintetizando
Trecho que busca resumir informações relevantes do conteúdo, facilitando o 
entendimento pelo aluno sobre trechos mais complexos.
Exercício de fixação
Atividades que buscam reforçar a assimilação e fixação dos períodos que o autor/
conteudista achar mais relevante em relação a aprendizagem de seu módulo (não 
há registro de menção).
Avaliação Final
Questionário com 10 questões objetivas, baseadas nos objetivos do curso, 
que visam verificar a aprendizagem do curso (há registro de menção). É a única 
atividade do curso que vale nota, ou seja, é a atividade que o aluno fará para saber 
se pode ou não receber a certificação.
Para (não) finalizar
Texto integrador, ao final do módulo, que motiva o aluno a continuar a aprendizagem 
ou estimula ponderações complementares sobre o módulo estudado.
8
introdução
Segundo o que consta na Lei no 6.404/1976, as Demonstrações Contábeis e Financeira constituem 
o conjunto de informações que devem ser obrigatoriamente divulgadas, anualmente, pela 
administração de uma sociedade por ações. Representa a prestação de contas para os sócios e os 
acionistas.
Para o IBRACON (NPC 27), essas informações são uma representação monetária estruturada 
da posição patrimonial e financeira, em determinada data, e das transações realizadas por uma 
entidade no período findo nessa data. Mostram, também, os resultados do gerenciamento, pela 
Administração, dos recursos que lhe são confiados.
Com os assuntos abordados neste Caderno, pretendemos oferecer a você, cursista, a oportunidade 
de aprofundar seus estudos mediante a análise de indicadores da área de Contabilidade e Custos, 
assim como de ampliar sua compreensão das diversas concepções acerca das Demonstrações 
Contábeis e Financeiras.
As Finanças Corporativas são muito importantes e estão presentes em todos os setores da economia, 
compreendendo desde as instituições financeiras até as empresas comerciais e industriais. Em razão 
disso, é uma área que gera um grande número de oportunidades de emprego.O Departamento Financeiro, dirigido pelo Administrador Financeiro, toma decisões sobre quais os 
ativos que devem ser adquiridos pelas empresas, como esses ativos devem ser financiados e como a 
empresa deve gerenciar os seus recursos.
Cumprindo essas obrigações de maneira eficiente, o Administrador Financeiro estará contribuindo 
para maximizar o valor da empresa.
objetivos
 » Aprofundar os conhecimentos teóricos sobre Análise das Demonstrações Contábeis 
e Financeiras.
 » Ampliar a compreensão das diversas concepções acerca da disciplina.
 » Possibilitar atuação competente em relação às necessidades cada vez mais exigentes 
dos profissionais financeiros.
 » Compreender o campo de trabalho do financista (Administrador Financeiro).
 » Abranger as principais fontes de financiamento das companhias.
 » Compreender o funcionamento do mercado – eficiência de mercado.
9
 » Fornecer os principais conceitos de administração de recursos.
 » Fornecer conceitos financeiros basilares.
 » Conceituar a Contabilidade de Custos e Despesas.
 » Identificar novas tendências no mercado envolvendo gestões estratégicas.
 » Conhecer métodos de avaliação da performance das empresas.
10
unidAdE iFundAmEntoS do 
EmPrEEndEdoriSmo
CAPítulo 1
onde Está o lucro?
.
Toda empresa visa ao lucro!
A afirmativa de que toda empresa visa ao lucro pode até não ser surpresa para ninguém. Alguns 
até podem pensar assim: “Mas, e as empresas sem finalidade lucrativa, também visam a lucros?” A 
resposta é SIM! Empresas sem fins lucrativos visam o chamado “lucro social”, que é o cumprimento 
eficaz da sua finalidade como organização.
Um dos mecanismos mais importantes para a mensuração da eficácia de uma organização é o 
resultado. Não é à toa que, até mesmo nas avaliações empresariais de qualidade, o resultado possui 
o maior peso entre todos os itens que estão sob avaliação (vide www.fnq.org.br).
Nas publicações existentes sobre as causas de fracassos empresariais, o quesito “gestão”, ou melhor, 
“a falta de gestão”, aparece em primeiro lugar dentre os fatores que mais influenciam o insucesso 
das organizações. É por isso que todo empresário precisa adquirir conhecimento nessa área.
Gestão, no contexto desta disciplina, é o ato de gerir uma organização, recursos e pessoas, com a 
finalidade de atingir objetivos e resultados desejados. Ao contrário do que muita gente pensa, gestão 
não é um dom inato conquistado apenas pela herança genética. Qualquer pessoa pode adquirir 
conhecimentos sobre gestão por meio de cursos especializados em diversas áreas: estratégica, 
financeira/custos, vendas/marketing, processos, pessoas, entre outras.
É por isso que precisamos entender um dos principais mecanismos de gestão – a análise gerencial 
e a formação de preços. Tal mecanismo é o “coração” para um fluxo empresarial saudável. Vamos 
entender isso. Observe o demonstrativo de resultados a seguir. Verificaremos passo a passo cada um 
dos seus itens (exemplo feito no “supersimples”).
11
Fundamentos do empreendedorismo │ unidade i
DEMONSTRATIVO DE RESULTADOS
Faturamento R$ 30.000,00 100,00%
Impostos R$ 2.052,00 6,84% 3a Faixa do Supersimples
Custo da mercadoria vendida R$ 12.000,00 40,00% 2,5 Markup
Taxa de cartão R$ 840,00 2,80% 3,50% 80%
Comissões e encargos R$ 1.500,00 5,00%
Inadimplência R$ 150,00 0,50% 5,00% 10%
Total do custo variável R$ 16.542,00 55,14%
Margem de contribuicão R$ 13.458,00 44,86%
Luz R$ 280,00
Água R$ 100,00
Aluguel R$ 1.000,00
Condomínio R$ 300,00
Salários fixos e encargos R$ 5.500,00
Telefone R$ 500,68
Contador R$ 500,00
Internet R$ 100,00
Material de expediente R$ 100,00
Material de limpeza R$ 73,00
Pró-labore R$ 4.000,00
Total do custo fixo R$ 12.453,68 41,51%
Lucro Líquido R$ 1.004,32 3,35%
Faturamento, Custos Fixos e Variáveis
Não se assuste! Vamos entender tudo o que temos por aqui. Vamos começar com o item “Faturamento 
– Vendas”. Nesse ensaio, estipulamos que as vendas num determinado mês somaram R$ 30.000,00.
Antes de começarmos a detalhar os custos e as despesas, é necessário que expliquemos sucintamente 
o que são custos fixos e custos variáveis. Pense no seguinte:
Qualquer tipo de despesa operacional gerada em função das vendas é custo variável. 
As que independem das vendas é custo fixo.
Não entendeu? Não tem problema, ainda temos um longo caminho a percorrer.
O aluguel de uma fábrica deve ser pago independentemente da empresa ter ou não realizado vendas, 
certo? Então é custo fixo (também conhecido como despesas operacionais). Os impostos sobre as 
vendas só vão existir se houver vendas, certo? Então é custo variável. Ficou mais claro, agora?
É assim, os custos que são gerados diretamente em razão das vendas, tais como custo da mercadoria 
vendida (mercadoria que vai para o cliente), impostos, comissões de vendas, taxa de cartão de crédito, 
inadimplência (cheques devolvidos) são exemplos de custos variáveis. Já as despesas geradas pela 
manutenção do negócio, tais como aluguel, salários fixos, condomínio, água, luz, telefone, internet, 
contador, material de limpeza, material de expediente, pró-labore (salário do sócio-gerente) e tantas 
outras variáveis nada têm a ver com as vendas da empresa, e por isso, são chamadas de custo fixo 
12
UNIDADE I │ FUNDAMENTOS DO EMPREENDEDORISMO
ou despesas operacionais. Tais despesas existirão mesmo que a empresa não venda absolutamente 
nada no decorrer do mês.
Dito isso, torna-se mais claro o entendimento da estruturação das contas apresentadas nesse 
demonstrativo de resultados. Observe que todos os gastos da empresa estão subdivididos em dois 
grupos: custos variáveis (logo abaixo do faturamento – vendas) e custos fixos (logo abaixo da 
margem de contribuição).
tributos
Neste trabalho, trataremos a palavra “imposto” como sendo sinônima de “tributo”, embora saibamos 
que todo imposto é um tributo, nem sempre todo tributo é um imposto. Pela Constituição Federal, 
tributo também pode ser “taxa” e “contribuição de melhoria”, entre algumas outras variáveis 
próprias do Direito Tributário. Mas, tomaremos a liberdade de simplificar essa questão.
O primeiro item do custo variável é o imposto a ser pago a partir da emissão da nota fiscal. Neste 
ensaio, utilizamos a terceira faixa do chamado “supersimples”, que é 6,84%, categoria: comércio. 
Partilha do Simples Nacional – Comércio
Receita Bruta em 12 meses (em R$) ALÍQUOTA IRPJ CSLL COFINS PIS/PASEP INSS ICMS
Até 120.000,00 4,00% 0,00% 0,21% 0,74% 0,00% 1,80% 1,25%
De 120.000,01 a 240.000,00 5.47% 0,00% 0,36% 1,08% 0,00% 2,17% 1,86%
De 240.000,01 a 360.000,00 6,84% 0,31% 0,31% 0,95% 0,23% 2,71% 2,33%
De 360.000,01 a 480.000,00 7,54% 0,35% 0,35% 1,04% 0,25 3,02% 2,58%
De 480.000,01 a 600.000,00 7,60% 0,35% 0,35% 1,05% 0,25% 3,02% 2,58%
De 600.000,01 a 720.000,00 8,28% 0,38% 0,38% 1,15% 0,27% 3,28% 2,82%
De 720.000,01 a 840.000,00 8,36% 0,39% 0,39% 1,16% 0,28% 3,35% 2,87
De 840.000,01 a 960.000,00 8,45% 0,39% 0,39% 1,17% 0,28% 3,35% 2,87%
De 960.000,01 a 1.080.000,00 9,03% 0,42% 0,42% 1,25% 0,30% 3,57% 3,07%
De 1.080.000,01 a 1.200.000,00 9,12% 0,43% 0,43% 1,26% 0,30% 3,60% 3,10%
De 1.200.000,01 a 1.320.000,00 9,95% 0,46% 0,46% 1,38% 0,33% 3,94% 3,38%
De 1.320.000,01 a 1.440.000,00 10,04% 0,46% 0,46% 1,39% 0,3% 3,99% 3,41%
De 1.440.000,01 a 1.560.000,00 10,13% 0,47% 0,47% 1,40% 0,33% 4,01% 3,45%
De 1.560.000,01 a 1.680.000,00 10,23% 0,47% 0,47% 1,42% 0,34% 4,05% 3,48%
De 1.680.000,01 a 1.800.000,00 10,32% 0,48% 0,48% 1,43% 0,34% 4,08% 3,515
De 1.800.000,01 a 1.920.000,00 11,23% 0,52% 0,52% 1,56% 0,37% 4,44% 3,82%
De 1.920.000,01 a 2.040.000,00 11,32% 0,52% 0,52% 1,57% 0,37% 4,49% 3,85%
De 2.040.000,01 a 2.160.000,00 11,42% 0,53% 0,53% 1,58% 0,38% 4,52% 3,88%
De 2.160.000,01 a 2.280.000,00 11,51%0,53% 0,53% 1,60% 0,38% 4,565 3,91%
De 2.280.000,00 a 2.400.000,00 11,61% 0,54% 0,54% 1,60% 0,38% 4,0% 3,95%
A soma dos percentuais do Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ – 0,31%), da Contribuição 
Social Sobre o Lucro Líquido (CSLL – 0,31%), da Contribuição para o Financiamento da Seguridade 
Social (COFINS – 0,95%), do Programa de Integração Social/Programa de Formação do Patrimônio 
do Servidor Público (PIS/PASEP – 0,23%), do Instituto Nacional da Seguridade Social (INSS – 
2,71%), e do Imposto Sobre a Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS – 2,33%) 
perfaz o total dessa faixa, que é de 6,84%. Todos os tributos elencados ao lado desse percentual 
servem apenas como espelho da distribuição/partilha dessa arrecadação.
13
Fundamentos do empreendedorismo │ unidade i
A multiplicação do faturamento de R$ 30.000,00 pela alíquota de 6,84% resultou no pagamento 
de impostos no valor de R$ 2.052,00. No chamado “supersimples”, existe apenas uma guia de 
recolhimento desses tributos. Por isso não há a necessidade do empresário que optou pelo regime 
tributário “supersimples” preencher diversas guias para cada instituição arrecadadora. A partilha é 
feita a partir de uma única guia de recolhimento.
Custo da mercadoria Vendida
Nesse demonstrativo de resultados, optamos por trabalhar com revenda de mercadorias, uma vez 
que trataremos sobre custo de produção mais adiante. Nesse caso, optamos por um “markup” de 
2,5. O que estava simples se tornou complexo, não foi? 
Markup ou Mark Up é um termo usado em Economia para indicar quanto do 
preço do produto está acima do seu custo de produção e distribuição. Pode ser 
expressado como uma quantia fixada ou como percentual. O valor representa a 
quantia efetivamente cobrada sobre o produto a fim de obter o preço de venda.
Numa forma ainda mais simples, quando se compra uma mercadoria por R$ 100,00 e aplica-se o 
markup de 2,5, chega-se ao preço final de R$ 250,00, ou seja, multiplica-se o preço de compra por 
2,5 para se chegar ao preço de venda.
No demonstrativo de resultados, temos o valor das vendas no total de R$ 30.000,00. Uma vez que 
está informado que o markup é de 2,5, basta que se divida R$ 30.000,00 por 2,5, para se obter o 
valor de compra (quanto se pagará ao fornecedor da mercadoria).
Ora, se para chegar ao preço venda basta pegar o preço de compra e multiplicar pelo markup, para 
fazer o inverso, ou seja, para chegar ao preço de compra, basta pegar o preço de venda e dividir pelo 
markup. Assim:
Preço de Compra = X; Markup = Y; Preço de Venda = Z
X • Y = Z; logo X =Z/Y
E assim foi feito. O preço de venda (Z) já era conhecido como R$ 30.000,00. O markup (Y) também 
já era conhecido como 2,5. Assim, bastou dividir Z por Y, ou seja, R$ 30.000,00 por 2,5, para 
encontrar o preço de compra R$ 12.000,00. Nesse simples ensaio, estamos considerando o preço de 
compra como custo da mercadoria vendida, embora saibamos que existem variáveis acrescentadas 
ao custo final da mercadoria, tais como: frete e impostos. Mas, não vamos tratar desse assunto neste 
momento.
Bem, e como encontramos o percentual de 40% que está ao lado do valor de R$ 12.000,00? Basta 
dividir R$ 12.000,00 pelo valor do faturamento, que é de R$ 30.000,00, para chegarmos à conclusão 
de que o custo da mercadoria vendida representa 40% do faturamento. Logo, podemos concluir que:
14
UNIDADE I │ FUNDAMENTOS DO EMPREENDEDORISMO
Um markup de 2,5 resulta em um custo da mercadoria vendida na ordem de 40%
Faça você mesmo!
Você saberia dizer o quanto representa o custo da mercadoria vendida (em 
percentuais) quando se utiliza um markup de 2; de 2,2; de 3; e de 4?
taxa de Cartão de Crédito
A taxa de cartão de crédito é cobrada pelas operadoras de cartões de crédito quando se efetiva 
vendas por meio de seus cartões, como é o caso do Mastercard e do Visa.
Suponhamos que a taxa cobrada pela administradora seja de 3,5%. Vamos também supor que as 
vendas por meio de cartões de crédito perfazem 80% das vendas totais. Isso significa o percentual 
de 2,8% sobre as vendas totais (3,5 • 80% = 2,8%). Foi por isso que esse percentual foi colocado ao 
lado do valor de R$ 840,00. Esse valor foi encontrado a partir da multiplicação do faturamento de 
R$ 30.000,00 vezes 2,8%.
Comissões Adicionadas aos Encargos
Se os salários fixos, como o próprio nome diz, deverão ser pagos independentemente de a empresa 
vender ou não vender, fazem parte das despesas operacionais (custo fixo), o mesmo já não ocorre 
com as comissões sobre vendas.
As comissões são devidas tão somente se houver vendas. É por isso que essa conta, ao contrário dos 
salários fixos, é colocada como custo variável.
No demonstrativo de resultados, as comissões de vendas acrescidas de encargos, como guia da 
previdência social, apropriação de 1/3 de férias e 13º salário, somaram o percentual (hipotético) de 
5%. É por isso que o valor de R$ 1.500,00 aparece ao lado desse percentual. Como o encontramos? 
Bastou multiplicar R$ 30.000,00 das vendas pelo percentual de 5% de comissão, acrescida dos 
encargos.
inadimplência média
Se por um lado consideramos, nesse ensaio, que 80% das vendas foram feitas por meio de cartões 
de crédito, por outro, consideramos 10% das vendas feitas em cheque (o pressuposto é que os outros 
10% tenham sido feitas em dinheiro).
15
Fundamentos do empreendedorismo │ unidade i
Pois bem, a partir do recebimento de 10% das vendas em cheque, consideramos que 5% deles 
voltaram sem a suficiência de fundos ou por qualquer outro motivo. Daí, temos 10% vezes 5%, o que 
dá um percentual de 0,5% sobre as vendas totais.
A partir da taxa de 0,5% de inadimplência, chegamos ao valor de R$ 150,00, quando multiplicamos 
o faturamento de R$ 30.000,00 pela inadimplência de 0,5%.
margem de Contribuição
A margem de contribuição pode ser entendida de algumas formas diferentes.
1. Pode ser entendida como a diferença entre o faturamento (as vendas) e o custo 
variável (MC = V – CV).
2. Pode também ser entendida como a soma entre o lucro líquido e o custo fixo 
(MC = LL + CF).
Seja da forma que for, optamos por explicitar a mais simples. Ao acompanhar o demonstrativo de 
resultados, você verá que o total de vendas diminuído à soma de todo o custo variável chegou a 
uma margem de contribuição no valor de R$ 13.458,00, que equivale a 44,86% do faturamento (R$ 
13.458,00 divididos por R$ 30.000,00).
É a partir daí que estaremos adentrando aos custos fixos, também chamados de despesas 
operacionais.
Custo Fixo (despesas operacionais)
Como já dissemos antes, as despesas operacionais não possuem uma relação de dependência com as 
vendas da empresa. Entretanto, são consideradas as vilãs de todo empresário, uma vez que deverão 
ser pagas diariamente e independente do sucesso nas vendas de uma organização. Assim, o controle 
rígido sobre as despesas operacionais sempre é aconselhável.
Despesas como salários fixos e seus respectivos encargos, água, luz, telefone, internet, contador, 
material de expediente e limpeza, manutenções e reparos, serviços de terceiros, pró-labore (salário 
do sócio-gerente), entre tantas outras, são acumuladas no grupamento que está abaixo da margem de 
contribuição, que é o custo fixo.
No nosso demonstrativo de resultados, o custo fixo somou o valor de R$ 12.453,68, cujo percentual 
ficou em 41,51% do faturamento (R$ 12.453,68 divididos por R$ 30.000,00).
lucro líquido
O lucro líquido é obtido após a subtração da margem de contribuição pelo custo fixo (LL = MC – CF).
16
UNIDADE I │ FUNDAMENTOS DO EMPREENDEDORISMO
É um dos elementos mais importantes, senão o mais importante, da gestão empresarial, pois traduz 
um resultado direto e objetivo. Alguns autores mais recentes têm incentivado a práticade novas 
modelagens de gestão, como é o caso do BSC (Balanced Scorecard). Nessa metodologia, existem 
quatro perspectivas para a gestão empresarial: uma delas é a perspectiva Financeira. As outras três, 
são: Clientes, Processos Internos e Aprendizagem e Crescimento. Abordaremos essas perspectivas 
em outras oportunidades.
Neste momento, cabe responder ao enunciado desta seção, em que se pergunta: “onde está o lucro”? 
Você pode dizer que, feito pela opção do “supersimples”, o lucro está na subtração da margem de 
contribuição, que é de R$ 13.458,00 pela soma de todas as despesas operacionais, que é o custo fixo, 
no valor de R$ 12.453,68. O resultado, ou seja, o lucro líquido é de R$ 1.004,32, o que representa 
3,35% das vendas (do faturamento).
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CAPítulo 2
o Ponto de Equilíbrio
De uma maneira bem resumida, o ponto de equilíbrio de uma empresa é o momento em que a 
margem de contribuição se iguala ao custo fixo, fazendo com que o lucro seja igual a zero.
É de grande importância para o empresário conhecer o ponto de equilíbrio de seu negócio. Por quê? 
Porque é a partir dele que diversas ações de gestão devem ser tomadas, visando à otimização do 
negócio. Veremos como podemos aumentar o lucro um pouco mais adiante, na seção denominada 
“Análise de Custos e Melhoria do Lucro”.
Vamos entender como podemos encontrar o ponto de equilíbrio, também chamado, no mundo dos 
negócios, de break even point.
Na primeira seção, aprendemos que o faturamento da empresa menos o custo variável é igual a 
margem de contribuição. A partir da margem de contribuição, deduzimos as despesas operacionais 
(custo fixo) para encontrar o lucro, certo? Pois bem, como dissemos, o ponto de equilíbrio é o 
momento em que a margem de contribuição se iguala ao custo fixo, tornando o lucro zero.
E como encontrar o ponto de equilíbrio? Poderíamos fazer grandes ensaios matemáticos para 
explicarmos isso. Porém, preferimos fazer isso de maneira muito mais simples.
Para encontrarmos o ponto de equilíbrio, basta dividirmos o custo fixo (em valores) pela 
margem de contribuição (em percentuais). Queremos dizer o seguinte:
Custo Fixo (em Reais)
% da Margem de Contribuição
Vamos testar isso junto ao nosso demonstrativo de resultados e depois tiraremos a prova.
DEMONSTRATIVO DE RESULTADOS
Faturamento R$ 30.000,00 100,00%
Impostos R$ 2.052,00 6,84% 3a Faixa do Supersimples
Custo da mercadoria vendida R$ 12.000,00 40,00% 2,5 Markup
Taxa de cartão R$ 840,00 2,80% 3,50% 80%
Comissões e encargos R$ 1.500,00 5,00%
Inadimplência R$ 150,00 0,50% 5,00% 10%
Total do custo variável R$ 16.542,00 55,14%
Margem de contribuição R$ 13.458,00 44,86%
Luz R$ 280,00
Água R$ 100,00
Aluguel R$ 1.000,00
Condomínio R$ 300,00
Salários fixos e encargos R$ 5.500,00
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UNIDADE I │ FUNDAMENTOS DO EMPREENDEDORISMO
DEMONSTRATIVO DE RESULTADOS
Telefone R$ 500,68
Contador R$ 500,00
Internet R$ 100,00
Material de expediente R$ 100,00
Material de limpeza R$ 73,00
Pró-labore R$ 4.000,00
Total do custo fixo R$ 12.453,68 41,51%
Lucro Líquido R$ 1.004,32 3,35%
O valor do custo fixo no demonstrativo de resultados é de R$ 12.453,68. O percentual da margem 
de contribuição é de 44,86%. Logo, R$ 12.453,68/ 44,86% = R$ 27.761,21. Mas, como podemos 
comprovar que R$ 27.761,21 é realmente o ponto de equilíbrio?
Basta que consideremos esse valor encontrado como valor do faturamento, para deduzir todo o 
custo variável e também as despesas operacionais (custo fixo). O lucro líquido deve ser igual a zero. 
Que tal tirarmos a prova?
DEMONSTRATIVO DE RESULTADOS
Faturamento R$ 27.761,21 100,00%
Impostos R$ 1.898,87 6,84% 3a. Faixa do Supersimples
Custo da mercadoria vendida R$ 11.104,48 40,00% 2,5 Markup
Taxa de cartão R$ 777,31 2,80% 3,50% 80%
Comissões e encargos R$ 1.388,06 5,00%
Inadimplência R$ 138,81 0,50% 5,00% 10%
Total do custo variável R$ 15.307,53 55,14%
Margem de contribuição R$ 12.453,68 44,86%
Luz R$ 280,00 
Água R$ 100,00 
Aluguel R$ 1.000,00 
Condomínio R$ 300,00 
Salários fixos e encargos R$ 5.500,00 
Telefone R$ 500,68 
Contador R$ 500,00 
Internet R$ 100,00 
Material de expediente R$ 100,00 
Material de limpeza R$ 73,00 
Pró-labore R$ 4.000,00 
Total do custo fixo R$ 12.453,68 44,86%
Lucro Líquido R$ 0,00 0,00%
Observe que, no nosso demonstrativo de resultados, o valor da margem de contribuição igualou-se 
ao total dos custos fixos, fazendo com que o lucro líquido fosse zero.
A importância para o empresário, ao analisar o ponto de equilíbrio, é que fica evidente se seu negócio 
é viável à primeira vista. Ao encontrar o ponto de equilíbrio, o empresário já sabe que deverá faturar 
acima daquele valor. Caso contrário amargará prejuízo.
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Fundamentos do empreendedorismo │ unidade i
O conhecimento do ponto de equilíbrio é fundamental para tomada de decisões rápidas. Alguns 
exemplos: onde poderá reduzir custo, se pode ou não aumentar sua folha de pagamentos, se o custo 
fixo está adequado à arquitetura financeira de seu negócio, entre tantas outras decisões.
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UNIDADE I │ FUNDAMENTOS DO EMPREENDEDORISMO
CAPítulo 3
Formação de Preço do Produto
A formação de preço do produto pode ser baseada em diversos fatores.
 » Na concorrência – Em Brasília vemos uma guerra de preços na oferta de educação. 
Uma instituição de Ensino Superior tenta ser mais atrativa que outra. Infelizmente, 
não pela qualidade, mas sim pelo preço. Também vemos operadoras de celular 
fazerem a mesma coisa. A partir do momento em que um concorrente determina 
uma estratégia de vendas, outro concorrente procura oferecer vantagens adicionais à 
primeira, fazendo com que os preços caiam em favor do consumidor. Quantos de nós 
não vimos a batalha dos eletrodomésticos das Casas Bahia contra a Ricardo Eletro?
 » Na estratégia de skimming – Ocorre quando os preços de lançamento de um produto 
no mercado começam altos, devido aos altos investimentos em promoção, e depois 
são reduzidos gradativamente. O melhor exemplo que temos é o lançamento de 
celulares de ponta no mercado. Eles começam com o preço muito alto, que depois 
vai caindo até se nivelar com os outros produtos existentes no mercado.
 » No markup – Foi o que aconteceu no nosso exemplo do demonstrativo de resultados. 
Ocorre normalmente nas distribuições de varejo. É quando o distribuidor compra 
uma determinada mercadoria e aplica uma taxa sobre o valor de compra, que acaba 
determinando seu preço de venda. No nosso exemplo, o distribuidor comprou por 
“X” e multiplicou por 2,5 para encontrar o valor de venda.
 » Na percepção do cliente – Sem dúvida, a melhor solução existente na atualidade. As 
empresas procuram entender qual o valor percebido pelos compradores. A partir de 
então, começam a reduzir seus custos de produção, de forma que obtenham lucros 
nas suas operações e ao mesmo tempo satisfaçam seus clientes. Nessa estratégia, a 
definição de preços é feita de frente para trás, ou seja, observa-se qual deverá ser o 
valor de venda e elaboram-se estratégias para fazer com que as operações de fábrica 
possam se tornar viáveis, garantindo o lucro.
 » No custo de produção – Ainda que tenhamos formação de preço de ponta, como é 
o caso da percepção do cliente, todo empresário que produz suas mercadorias deve 
conhecer a formação de preços baseada no custo de produção. Portanto, esse é o 
item que nos ocupará nesta seção – a formação do preço do produto.
Vamos tomar o exemplo de uma empresa que fabrica bolos de festas. Ela precisa calcular 
corretamente todos os ingredientes que utilizará no bolo. Também deverá considerar o custo do 
confeiteiro e outros gastos que ocorrerão nesse processo, como é o caso do gás do forno e o azeite 
que untará a forma.
21
Fundamentos do empreendedorismo│ unidade i
Em custos, costuma-se definir tais variáveis do custo de produção, como sendo: matéria-prima, 
mão de obra direta e custeio.
Vamos começar pelos ingredientes (matéria-prima) utilizados na preparação do bolo de festa. Para 
fazer um bolo desses, são gastos:
 » 6 ovos;
 » 400 gramas de manteiga;
 » 700 gramas de açúcar;
 » 200 ml de leite de coco;
 » 50 gramas de fermento;
 » 300 gramas de achocolatado.
Ao fazer a estimativa de compra desses ingredientes, teremos a seguinte média de preços.
 » Ovos – R$ 3,60 a dúzia
 » Manteiga – R$ 10,00 o pote com 1 quilo
 » Açúcar – R$ 3,00 o quilo
 » Leite de coco – R$ 3,00 a garrafa com 200 mililitros
 » Fermento – R$ 2,00 a lata com 100 gramas
 » Achocolatado – R$ 5,00 o pote com 500 gramas
Assim, já podemos montar a tabela de custo dos insumos.
INGREDIENTES Unidade Preço Fração Preço 2 Quantidade Preço 3
Ovos dúzia R$ 3,60 12 R$ 0,300 6 R$ 1,80
Manteiga quilo R$ 8,00 1000 R$ 0,008 400 R$ 3,20
Açúcar quilo R$ 3,00 1000 R$ 0,003 700 R$ 2,10
Leite de coco garrafa R$ 3,00 200 R$ 0,015 200 R$ 3,00
Fermento lata R$ 2,00 100 R$ 0,020 50 R$ 1,00
Achocolatado pote R$ 3,00 500 R$ 0,006 300 R$ 1,80
Custo dos ingredientes empregados no bolo (matéria-prima) R$ 12,90
Uma vez conhecido o custo dos ingredientes, vamos tentar chegar ao custo da mão de obra direta, 
ou seja, aquela que opera diretamente com a construção/ montagem/ elaboração do produto. No 
caso, podemos ter a figura de um confeiteiro para representar esse custo. Vamos imaginar que o 
confeiteiro e seu ajudante recebam salários de R$ 1.300,00 por mês e que o custo de seus encargos 
praticamente “dobram” seus salários. Assim, o custo do nosso confeiteiro e de seu ajudante será de 
R$ 2.600,00 por mês.
22
UNIDADE I │ FUNDAMENTOS DO EMPREENDEDORISMO
Em seguida, vamos imaginar que esse profissional e seu ajudante, utilizando forno industrial 
e todo o aparato para essa finalidade (misturador industrial, bancadas etc.), consigam preparar 
nada menos que 50 bolos por dia. No final de 26 dias úteis, eles teriam produzido nada menos que 
1.300 bolos. Assim, o custo de seus salários, acrescido dos encargos (R$ 2.600,00) divididos pela 
quantidade de 1.300 bolos, acarretaria o custo de mão de obra direta de R$ 2,00 para cada bolo (R$ 
2.600,00 divididos por 1.300). Pronto! Acabamos de agregar o valor da mão de obra direta ao custo 
de produção do bolo.
Novamente lembramos que os salários de outras pessoas, que não tenham as suas atividades 
diretamente relacionadas à montagem dos bolos, entram como despesas operacionais, no custo fixo.
Agora só falta estimarmos o custeio, que, no entendimento deste trabalho, será tratado como gastos 
gerais de fabricação. No caso, gastos gerais para a montagem dos bolos, tais como: fósforos que 
acendem os fornos; gás utilizado na produção; lubrificação dos equipamentos utilizados; e todas as 
demais variáveis que são difíceis de serem traduzidas em frações minúsculas de unidades monetárias. 
Imaginemos que tal custeio tenha sido de R$ 1.300,00. Assim, ao dividirmos R$ 1.300,00 por 1.300 
bolos, teremos o acréscimo de R$ 1,00 para cada bolo.
Bem, agora temos três variáveis já calculadas:
 » Ingredientes (matéria-prima) – R$ 12,90
 » Confeiteiro e seu ajudante (mão de obra direta) – R$ 2,00
 » Gastos gerais na produção do bolo (custeio) – R$ 1,00
Isso significa que o custo de produção de uma única unidade de bolo será de R$ 15,90. Você acabou 
de entender a formação de preços de um produto.
Vamos supor que cada um dos 1.300 bolos seja vendido por R$ 39,75. Assim, 1.300 vezes R$ 39,75 
dará para a empresa um faturamento mensal de R$ 51.675,00. Entretanto, com um faturamento 
desses, o empresário passará a pagar a quinta faixa do imposto “supersimples”, que é de 7,60%. 
Agora, que tal a gente transportar esse exemplo para um demonstrativo de resultados?
DEMONSTRATIVO DE RESULTADOS
Faturamento R$ 51.675,00 100,00% 1300 R$ 39,75
Impostos R$ 3.927,30 7,60% 5a Faixa do Supersimples
Custo do produto R$ 20.670,00 40,00% 1300 R$ 15,90
Taxa de cartão R$ 1.446,90 2,80% 3,50% 80%
Comissoes e encargos R$ 2.583,75 5,00% 
Inadimplência R$ 258,38 0,50% 5,00% 10%
Total do custo variável R$ 28.886,33 55,90%
Margem de contribuição R$ 22.788,68 44,10%
Luz R$ 280,00 
Água R$ 100,00 
Aluguel R$ 1.000,00 
Condomínio R$ 300,00 
23
Fundamentos do empreendedorismo │ unidade i
DEMONSTRATIVO DE RESULTADOS
Salários fixos e encargos R$ 5.500,00 
Telefone R$ 500,68 
Contador R$ 500,00 
Internet R$ 100,00 
Material de expediente R$ 100,00 
Material de limpeza R$ 73,00 
Pró-labore R$ 4.000,00 
Total do custo fixo R$ 12.453,68 24,10%
Lucro Líquido R$ 10.335,00 20,00%
Procure observar os novos detalhes desse demonstrativo de resultados. O faturamento aumentou. 
Os impostos aumentaram. O custo da produção substituiu o markup – foi calculada a quantidade de 
1.300 bolos vezes o custo unitário do bolo, que é de R$ 15,90. As demais condições do demonstrativo 
permaneceram as mesmas, exceto o fato de que essa nova arquitetura financeira foi caracterizada por 
um faturamento maior e um custo variável menor, aumentando, assim, a margem de contribuição 
e o lucro líquido.
Ao aumentar o faturamento, também se aumentam os custos variáveis. O valor dos 
impostos aumenta, o custo da produção também aumenta. Então, por que, quando 
o faturamento aumenta, se obtém um lucro maior?
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CAPítulo 4
Análise da Viabilidade de negócios
Nada melhor para explicar a viabilidade econômica e financeira de um projeto de que por meio, de 
uma situação prática.
Você deverá estar apto(a) a resolver este exercício para comprovar sua suficiência 
nesta disciplina. Monte todas as variáveis abaixo num Demonstrativo de Resultados e 
as respostas aparecerão.
Você abriu o jornal de domingo e viu o seguinte anúncio.
Vende-se uma loja com faturamento médio mensal de R$ 40.000,00 pelo valor de R$ 80.000,00. 
Tratar com o proprietário pelo telefone: 3098-9898.
Após contato telefônico, você foi até a loja e viu que se tratava do ramo de cestas para presentes. 
Solicitou o detalhamento das despesas e observou as seguintes contas.
Água – R$ 200,00
Luz – R$ 400,00
Telefone – R$ 500,00
Markup utilizado pela loja – 2,2
Taxa de cartão de crédito – 3% sobre 60% do faturamento
Comissões de vendas adicionadas aos encargos – 5%
Salários fixos adicionados aos encargos – R$ 4.800,00
Aluguel – R$ 1.000,00
Condomínio – R$ 800,00
Contador – R$ 500,00
Material de expediente – R$ 100,00
Material de limpeza – R$ 100,00
Impostos – 8% sobre o faturamento 
Internet – R$ 100,00
Inadimplência média – 5% sobre 10% do faturamento
Pró-labore – R$ 3.000,00
25
Fundamentos do empreendedorismo │ unidade i
Após exame de todas as contas, pede-se:
1. Qual é o BEP (Break Even Point – Ponto de Equilíbrio) do negócio?
2. Para o investimento de R$80.000,00, qual é o Pay-Back, sem considerar inflação, 
VPN, VPL etc.?
3. Você fecharia o negócio para seu cliente? Por quê?
26
unidAdE iiControlAdoriA
CAPítulo 1
Balanço Patrimonial (BP)
A Contabilidade é um excelente instrumento que auxilia os gestores na tomada 
de decisão. Ela coleta os dados econômicos sumarizando-os em forma de 
Demonstrações Financeiras que contribuem para a tomada de decisão.
demonstrações Financeiras
As Demonstrações Financeiras são os relatórios contábeis exigidos por lei, portanto, obrigatórios. 
São exigidos para todas as sociedades por ações e, parte deles, estendida a outros tipos societários 
como, por exemplo, as Sociedades por Quotas de Responsabilidade Limitada. 
Balanço Patrimonial (BP)
A principal Demonstração Financeira é o Balanço Patrimonial (BP) que abordaremosnesta seção. 
Essa demonstração explana a posição financeira de uma empresa em um dado momento (em regra, 
término do trimestre, semestre ou ano).
O Balanço Patrimonial é formado por duas colunas: a coluna do lado esquerdo é designada de Ativo 
e a coluna do lado direito é designada de Passivo. Observe a seguir a representação gráfica:
BALANÇO PATRIMONIAL
ATIVO PASSIVO
LADO ESQUERDO LADO DIREITO
27
Controladoria │ UnidadE ii
Ativo (lado esquerdo)
O Ativo é formado por todos os bens e direitos de propriedade da empresa. Vejamos alguns exemplos 
de bens e direitos.
 » Bens: terrenos, ferramentas, máquinas, equipamentos, estoques, instalações, 
dinheiro, veículos, edificações, marcas etc.
Os bens podem ser divididos em tangíveis (quando têm corpo) e intangíveis (quando não têm corpo). 
Afora isso, há a divisão em móveis (não são fixos ao solo); e imóveis (são fixos ao solo).
Exemplos 
Os terrenos são bens tangíveis (têm corpo) e as marcas e as patentes são bens intangíveis (não têm 
corpo). 
As edificações são bens imóveis (fixos ao solo) e os veículos são bens móveis (não são fixos ao solo) 
 » Direitos: contas a receber, duplicatas a receber, investimentos em títulos públicos 
e privados etc.
Passivo e Patrimônio líquido (lado direito)
O Passivo é formado por todas as obrigações (dividas) que a empresa têm com terceiros: contas a 
pagar, fornecedores, financiamentos, empréstimos etc. 
O Patrimônio Líquido é formado pelos recursos dos proprietários da empresa. Assim, nenhum 
recurso entra na empresa se não for por meio do Passivo ou do Patrimônio Líquido. 
origens e Aplicações 
O lado direito do Balanço Patrimonial, Capital de Terceiros (Passivo) mais Capital Próprio (Patrimônio 
Líquido), representa toda a fonte de recursos da empresa, em outras palavras, representa toda a 
origem de capital. O lado esquerdo do Balanço Patrimonial representa toda a aplicação de recursos 
originados no Passivo e/ou Patrimônio Líquido.
Desta forma, caso a empresa financie equipamentos junto a uma instituição financeira, terá uma 
origem de recursos no Passivo: financiamentos. Por sua vez, esses recursos serão aplicados no 
Ativo: equipamentos. Assim, fica bem fácil entender por que o Ativo será sempre igual ao Passivo 
+ Patrimônio Líquido, pois a empresa só pode aplicar aquilo que têm origem. Se há uma origem 
(financiamento) de R$200.000 (Passivo), haverá uma aplicação (equipamentos) do mesmo valor 
R$200.000 (Ativo). 
Daí, conclui-se que o lado do Ativo será sempre igual ao lado do Passivo + Patrimônio Líquido. 
Segue, abaixo, a Equação Contábil Básica:
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UNIDADE II │ CONTROLADORIA
ATIVO = PASSIVO + PATRIMÔNIO LÍQUIDO
grupo de Contas do Balanço Patrimonial
Conforme estudamos na seção anterior, o Balanço Patrimonial é formado pelo Ativo (lado esquerdo) 
e pelo Passivo + Patrimônio Líquido (lado direito). O Ativo é composto de bens e direitos aplicados. 
O Passivo e o Patrimônio Líquido armazenam, por sua vez, todas as origens de recursos da empresa.
O Balanço Patrimonial é uma demonstração contábil utilizada por diversos agentes internos e 
externos à empresa: diretores financeiros, governo, bancos, fornecedores, sócios etc. Em regra, 
esses agentes não necessitam ser peritos em Contabilidade. Daí o Balanço Patrimonial ser uma 
demonstração simples e de fácil compreensão para todos. Para facilitar a análise do Balanço 
Patrimonial, há uma preocupação invariável dos contabilistas em estabelecer uma apropriada 
distribuição de contas. São duas regras principais que norteiam a distribuição de contas, a saber:
 » Prazo: em contabilidade o curto prazo diz respeito, normalmente, ao período de 
até um ano. Períodos superiores a um ano são classificados como de longo prazo.
 » Grau de Liquidez: as rubricas que se transformam em dinheiro com mais 
facilidade são classificadas em primeiro lugar. Por exemplo, entre três contas: 
Bancos, Terrenos e Duplicatas a Receber, o mais líquido é o caixa; em seguida 
duplicatas a receber e, por último (menos líquido), terrenos.
Lastreado nessas duas regras principais – prazo e liquidez – vamos compor, os grupos de contas do 
Ativo, Passivo e Patrimônio Líquido.
grupo de Contas do Ativo
Ativo Circulante
São contas que estão constantêmente em giro – em movimento – sendo que a sua conversão em 
dinheiro ocorrerá no curto prazo (no máximo, até o próximo exercício social).
não Circulante
Compreendem todas as contas que não serão realizadas no curto prazo (próximo exercício social). 
Exemplos: Disponível (Caixa e Bancos), Contas a Receber no Curto Prazo, Estoques etc.
 » Realizável a Longo Prazo
Incluem-se nessa conta bens e direitos que se transformarão em dinheiro após o exercício 
seguinte. Exemplo: Títulos a Receber no Longo Prazo.
29
Controladoria │ UnidadE ii
 » Investimento
São as participações permanentes em outras sociedades e os direitos de qualquer 
natureza, não classificáveis no Ativo Circulante, e que não se destinem à manutenção 
da atividade da empresa. O fato de uma empresa que têm como atividade a fabricação 
de medicamentos ter comprado obras de arte em nada vai afetar o seu negócio (de 
medicamentos). Exemplos: participações em coligadas e controladas, imóveis alugados a 
terceiros (não de uso, mas para renda), obras de arte etc.
 » Imobilizado
São os bens e direitos que tenham por objeto bens corpóreos destinados à manutenção 
da atividade fundamental da empresa ou exercidos com essa finalidade, inclusive os 
decorrentes de operações que transfiram à empresa os benefícios, os riscos e o controle 
desses bens. Exemplo: prédios de uso, ferramentas, máquinas, veículos etc. Agora, 
para uma empresa que têm como atividade a fabricação de medicamentos, haverá a 
necessidade de utilizar prédios, máquinas e veículos para atender à atividade de produzir 
e de vender medicamentos.
 » Intangível 
São os direitos que tenham por objeto bens incorpóreos, que não se pode tocar, destinados 
à manutenção da empresa. Exemplos: fundo de comércio, marcas e patentes etc.
 » Diferido
São as despesas pré-operacionais e os gastos de reestruturação que contribuirão para 
o aumento do resultado de mais de um exercício social e que não configurem somente 
como redução de custos ou acréscimo na eficiência operacional. Exemplo: Gastos pré-
operacionais em que a empresa investe recursos antes de começar a funcionar.
grupo de Contas do Passivo e Patrimônio 
líquido
Passivo Circulante 
São obrigações exigíveis que serão liquidadas no curto prazo (no máximo, até o próximo exercício 
social).
não Circulante
Compreendem todas as obrigações exigíveis que não serão liquidadas no curto prazo (próximo 
exercício social).
 » Exigível a Longo Prazo
30
UNIDADE II │ CONTROLADORIA
São obrigações exigíveis que serão liquidadas com prazo superior a um ano – dívidas de 
longo prazo.
 » Resultado de Exercícios Futuros
Serão classificadas como Resultados de Exercícios Futuros as receitas de exercícios 
futuros, diminuídas dos custos e das despesas a elas correspondentes. 
 » Patrimônio Líquido
São recursos dos proprietários aplicados na empresa. Os recursos são constituídos 
do capital mais o seu rendimento – lucros e reservas. Se houver prejuízo, o total dos 
investimentos dos proprietários será reduzido.
Estrutura de Balanço Patrimonial conforme 
deliberação CVm nº 488/05.
ATIVO PASSIVO E PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Circulante
São contas que estão constantêmente em giro – em 
movimento – sendo que a sua conversão em dinheiro 
ocorrerá, no máximo, até o próximo exercício social.
Não Circulante
Compreendem todas as contas que não serão realizadas no 
próximo exercício social.
 » Realizável a Longo Prazo
Incluem-se nessa conta bens e direitos que se transformarão 
em dinheiro apóso exercício seguinte.
 » Investimento
São as participações permanentes em outras sociedades 
e os direitos de qualquer natureza, não classificáveis no 
ativo circulante, e que não se destinem à manutenção da 
atividade da empresa.
 » Imobilizado 
São os direitos que tenham por objeto bens corpóreos 
destinados a manutenção da atividade fundamental da 
empresa ou exercidos com essa finalidade, inclusive os 
decorrentes de operações que transfiram à empresa os 
benefícios, os riscos e o controle desses bens.
 » Intangível
São os direitos que tenham por objeto bens incorpóreos, 
que não se pode tocar, destinados à manutenção da 
empresa. Exemplos: fundo de comércio, marcas e patentes 
etc.
 » Diferido
São as despesas pré-operacionais e os gastos de 
reestruturação que contribuirão para o aumento do resultado 
de mais de um exercício social e que não configurem 
somente como redução de custos ou acréscimo na 
eficiência operacional.
Circulante 
São obrigações exigíveis que serão liquidadas no 
próximo exercício social.
Não Circulante
Compreendem todas as obrigações exigíveis que 
não serão liquidadas no próximo exercício social.
 » Exigível a Longo Prazo
São obrigações exigíveis que serão liquidadas 
com prazo superior a um ano – dívidas de longo 
prazo.
 » Resultado de Exercícios Futuros
Serão classificadas como resultados de exercícios 
futuros as receitas de exercícios futuros, diminuídas 
dos custos e despesas a elas correspondentes. 
 » Patrimônio Líquido
São recursos dos proprietários aplicados na 
empresa. Os recursos são constituídos do capital 
mais o seu rendimento – lucros e reservas. Se 
houver prejuízo, o total dos investimentos dos 
proprietários será reduzido.
Fonte: Balanço Patrimonial – extraído do Livro Curso de Contabilidade para não Contadores, 
de Sérgio de Iudícibus e José Carlos Marion.
31
Controladoria │ UnidadE ii
Estruture o Balanço Patrimonial da Companhia 
mSC em 31/12/X9
Dados em R$1.000:
Caixa: 1.800; Fornecedores: 5.000; Capital Social: 10.000; Máquinas: 3.000; Estoques: 
6.500; Financiamentos a Pagar de Longo Prazo: 7.320; Gastos Pré-Operacionais: 
200; Lucros Acumulados: 3.400; Duplicatas a Receber: 3.400; Salários a Pagar: 6.500; 
Participações em Outras Empresas: 7.320; Contas a Pagar: 200; Prédios: 5.000; 
Impostos a Pagar no Curto Prazo: 1.800; Títulos a Pagar no Longo Prazo: 2.000; Títulos 
a Receber no Longo Prazo: 9.000.
ATIVO PASSIVO
Circulante
 
 
 
 
Não Circulante 
Realizável a L. Prazo
 
 
Investimentos
 
 
Imobilizado
Intangível
Diferido
 
Circulante
 
 
 
 
Não Circulante
Exígivel a L. Prazo
 
 
 
Patrimônio Líquido
 
 
 
Total Total 
32
CAPítulo 2
decisões em relação ao Balanço 
Patrimonial
A relevância do Passivo e do Patrimônio 
líquido
Um dos principais aspectos do Passivo é demonstrar a Estrutura de Capital da Empresa formada por 
Capital de Terceiros (Passivo) + Capital Próprio (Patrimônio Líquido). Quanto maior for o Capital 
Próprio (Patrimônio Líquido) e menor o Capital de Terceiros (Passivo), menos a empresa estará 
endividada. Por sua vez, quanto menor o Capital Próprio (Patrimônio Líquido) e maior o Capital de 
Terceiros (Passivo), mais a empresa estará endividada. O Passivo também apresenta a qualidade 
da dívida da empresa. Saberemos se os recursos de terceiros (dos credores da empresa) têm seu 
vencimento em maior parte a Curto Prazo (Circulante) ou a Longo Prazo (Exigível a Longo Prazo).
média de Endividamentos das Empresas 
(Capital de terceiros)
É do conhecimento geral que, nos últimos anos, o endividamento das empresas (Capital de Terceiros) 
vem aumentado.
Segundo Iudícibus e Marion, o endividamento das empresas brasileiras durante a década de 1970 
era de aproximadamente 30% (70% Capital Próprio).
No final da década de 1970 e início da década de 1980, a situação praticamente se inverteu: 60% 
de Capital de Terceiros e 40% de Capital Próprio. Este aumento do endividamento (Capital de 
Terceiros) se deu em razão do desenvolvimento econômico do Brasil no período, conhecido como 
“Milagre Econômico”.
Na década de 1980, vieram a recessão, os juros altos, a inflação e o medo do empresário se endividar 
(período conhecido como “Década Perdida”). Com isso o grau de endividamento das empresas 
brasileiras novamente diminuiu. Resultado: os ativos das empresas brasileiras ficaram obsoletos, 
haja vista que não foram renovados por falta de captação de recursos. 
No final da década de 1990, o endividamento chegou perto de 50% e, em 2002, foi a 58,6%. No 
momento, as empresas brasileiras apresentam, aproximadamente, 50% de endividamento.
33
Controladoria │ UnidadE ii
Ativo Circulante versus Passivo Circulante
O Ativo Circulante é também denominado Capital de Giro. É composto pelas aplicações que estão 
constantêmente em giro (que têm alto grau de liquidez). O Passivo Circulante, por sua vez, é formado 
por origens de recurso que, também, estão invariavelmente em giro.
Obviamente, o almejado seria que o Ativo Circulante fosse sempre maior que o Passivo Circulante. 
Enquanto, o primeiro significa dinheiro e valores que se transformarão em dinheiro no curto prazo, 
o segundo significa dívidas no curto prazo. 
No entanto, diversas vezes, mesmo que o Ativo Circulante seja maior que o Passivo Circulante, a 
empresa encontra dificuldade de pagamento de suas dívidas, isso porque as dívidas estão vencendo 
com rapidez maior do que os valores que se transformam em dinheiro. Quando isso ocorre, a 
empresa recorre a desconto de duplicatas, empréstimos etc. com a finalidade de aumentar seu caixa 
e, consequentêmente, honrar os seus compromissos no vencimento.
Capital Circulante líquido (CCl)
O conceito do Capital Circulante Líquido (CCL) é de suma importância para analisar a empresa, pois 
evidencia a parte do Ativo Circulante que não está comprometido com o Passivo Circulante.
Fórmula CCL
CCL = Ativo Circulante – Passivo Circulante
Exemplificando:
Considere que uma empresa tenha um Ativo Circulante de R$15.000 e um Passivo Circulante de 
R$10.000. Veja que, neste exemplo, se a empresa pagar todo o seu Passivo Circulante (na hipótese 
de ter dinheiro suficiente nas contas Caixa e Bancos), ainda lhe sobrará R$5.000 (CCL). Logo, 
os R$5.000 (restantes) não estão afetados com as dívidas da empresa. Repare que, pelo fato de 
a empresa possuir uma parcela que não será utilizada para pagamento da dívida, há uma folga 
financeira maior a ela.
CCL = Ativo Circulante – Passivo Circulante
CCL = R$15.000 – R$10.000
CCL = R$5.000
Conforme conceituado, o Ativo Circulante é denominado, também, de Capital de Giro. Assim, 
parte do Capital de Giro (Ativo Circulante) que não estiver comprometida com terceiros (Passivo 
Circulante) será da própria empresa. Daí surge a expressão Capital de Giro Próprio que é sinônimo 
do Capital Circulante Líquido.
34
UNIDADE II │ CONTROLADORIA
O Capital de Giro Próprio representa, tecnicamente, a saúde financeira da empresa. Logo, é um 
importante indicador financeiro da empresa. Quando o Ativo Circulante for maior que o Passivo 
Circulante, a saúde financeira da empresa será favorável.
Ativo não Circulante 
É importante distinguir o setor da empresa para saber se o seu Ativo Não Circulante deve ser baixo 
ou alto. Existêm empresas que têm o ativo não circulante bem elevado. As indústrias de maneira 
geral possuem um Ativo Não Circulante, Imobilizado, de valor alto, pois investêm em bens de capital 
(máquinas e equipamentos). Uma empresa do setor comercial, no entanto, possui um Imobilizado de 
pequeno valor; seu investimento concentra-se, sobretudo, na conta Estoque no Ativo Circulante.Assim, o montante de aplicações no Imobilizado varia de empresa para empresa, de acordo com o 
setor de atividade. Entretanto, algumas empresas do setor industrial não possuem um Imobilizado 
de grande valor. Estas empresas utilizam a terceirização para reduzir o Imobilizado. A Nike, por 
exemplo, não têm sequer uma máquina produtiva, e terceiros são contratados para fabricar o 
produto.
De qualquer maneira, independentêmente do ramo de atividade da empresa, um aspecto importante 
é que o Imobilizado seja, sempre, financiado pelo Patrimônio Líquido (Capital Próprio) ou Passivo 
Exigível a Longo Prazo. Por ser um grupo de retorno lento, financiar o Imobilizado com Passivo 
Circulante é “dar um tiro no próprio pé”.
Exemplo de tomada de decisão no Balanço 
Patrimonial
Fonte: Extraído do livro Exercícios Contabilidade Empresarial, de José Carlos Marion.
35
Controladoria │ UnidadE ii
balanço patrimonial, da cia. itamar (empresa comercial) em 31-12-x7.
ATIVO PASSIVO
 
Circulante
Caixa
Duplicatas a Receber
Estoques
Total Circulante
 
Realizável a LP
Títulos a Receber
 
Permanente
Investimentos
Imobilizado
Diferido
Total Permanente
X7
 
 200 
 300 
 500 
 1.000 
 
 
 100 
 
 
 1.000 
 500 
 500 
 2.000 
 
Circulante
Fornecedores
Impostos a Recolher 
Outras Dívidas
Total Circulante
 
Exigível a LP
Financiamentos
 
Patrimônio Líquido
Capital
Reservas de lucros
 
Total Patrimônio Líquido
X7
 
 100 
 1.000 
 100 
 1.200 
 
 
 1.400 
 
 
 400 
 100 
 
 500 
Total 3.100 Total 3.100
Responda às seguintes questões:
a. Qual é o Capital Circulante Líquido da Empresa?
b. A empresa conseguirá, sem problemas, pagar as suas dívidas?
c. Pressuponha que a empresa esteja atrasando um tipo de obrigação. Qual é?
d. A composição do endividamento (Capital de Terceiros) é boa?
e. As aplicações no Permanente são sensatas?
f. Você compraria ação desta empresa? Por quê? Admita que as ações sejam muito 
baratas?
g. A proporção de Capital Próprio em relação ao Capital de Terceiros é boa?
h. Qual seria sua atitude como administrador desta Empresa?
i. O volume de Investimentos dos sócios é satisfatório?
Essa é a situação de uma empresa que não conseguirá pagar suas dívidas (b) (Ativo Circulante < Passivo 
Circulante); que atrasa impostos (veja que o valor dos “Impostos a Recolher” é desproporcionalmente 
alto em relação a Estoques e Ativo Circulante) (c); que têm um endividamento muito elevado (g) 
(Passivo/ Passivo + Patrimônio Líquido = 2.600/3.100 = 84%); que aplica demais no Ativo 
Permanente (e) uma empresa comercial deveria aplicar mais em Estoques; e que o volume de 
Investimentos dos sócios é insuficiente (i), ou seja, o Capital de Terceiros é excessivamente elevado 
em relação ao Capital Próprio.
36
UNIDADE II │ CONTROLADORIA
Em uma primeira análise, o ponto positivo da empresa é a qualidade (composição) do Capital de 
Terceiros (d). Note que a maior parte da dívida está no Exigível a Longo Prazo em comparação com 
o Passivo Circulante. Além de ser menos onerosa (mais barata, juros menores), a dívida de Longo 
Prazo é vantajosa porque se têm mais têmpo para pagar. Alguém viu alguma virtude na empresa (no 
caso, uma Instituição Financeira) ao conceder recursos de Longo Prazo. Mais de 70% das empresas 
no Brasil são micros e pequenas empresas. Praticamente, todas trabalham com endividamento 
de Curto Prazo, estão sempre devendo e pagando juros altos. Portanto, a Companhia Itamar têm 
esse lado positivo: ainda que sua dívida seja elevada (quantidade), possui um excelente perfil de 
endividamento (qualidade), em que a maior parte da dívida é a Longo Prazo.
Um bom administrador identificaria no Balanço Patrimonial que o maior problema da Empresa é 
de ordem financeira: não têm Capital de Giro Próprio (Capital Circulante Líquido é negativo) (a), 
não consegue pagar suas contas e atrasa impostos. O problema é que o Passivo Circulante é maior 
que o Ativo Circulante, ou seja, os valores a pagar no Curto Prazo são maiores que os valores a 
receber no Curto Prazo. Assim, a saída do administrador é aumentar o Ativo Circulante ou reduzir 
o Passivo Circulante.
Para aumentar o Ativo Circulante, a ideia (h) seria vender parte do investimento e aplicar em 
Estoque. Estaria melhorando sua atividade comercial sem prejuízo do negócio, pois o “investimento” 
relaciona-se com aplicações que nada têm a ver com o ramo de atividade da empresa.
Para reduzir o Passivo Circulante, a melhor saída (h) seria renegociar os impostos. Ir até o fisco 
e propor o pagamento em 36 ou 48 meses é plenamente possível e aceitável, ou até mesmo em 
60 meses. Assim, a grande parte da dívida de Curto Prazo passaria para Longo Prazo. A confissão 
espontânea do débito pode amenizar a situação.
Para definir se compraríamos ações (f) desta, teríamos que comparar os pontos fracos com os pontos 
fortes da Empresa: o principal ponto fraco é a situação financeira, pois a empresa não consegue pagar 
suas contas. Como contrapartida, vimos que há duas saídas (vender Investimentos e/ou renegociar 
Impostos) que podem corrigir o problema. Outro ponto fraco, aparentêmente muito ruim, é que a 
empresa atrasa Impostos, neste caso, por se tratar de comércio, é o Imposto sobre Circulação de 
Mercadorias e Serviços (ICMS).
A questão aqui é se uma empresa com situação financeira sofrível deveria optar em atrasar Impostos, 
ou atrasar dívidas, ou ainda recorrer aos bancos.
Se a empresa atrasasse Fornecedores, não teria mais mercadoria para vender. Atrasar salários 
levaria a empresa à paralisação. Os juros bancários de curto prazo são elevados e absorveriam a 
margem de lucro de uma empresa comercial, que, normalmente, é baixa.
Para uma empresa com situação financeira precária, atrasar Impostos poderia ser a alternativa menos 
ruim. Segundo grandes juristas, deixar de pagar Impostos (ICMS, ISS) para arcar compromissos 
mais urgentes não configura crime contra a ordem tributária. Deixar de pagar por absoluta falta de 
condições financeiras é diferente de enganar o fisco ou sonegar. Esconder dados, efetuar operações 
simuladas etc. são práticas criminosas. Partindo desse raciocínio, podemos dizer que em situações 
37
Controladoria │ UnidadE ii
de desespero, a Empresa agiu na opção menos ruim. Assim o ponto fraco, negativo, passa a ser um 
atenuante.
Outro ponto fraco é a quantidade do endividamento, mais de 80%. O ponto forte, nesse itêm, é 
a qualidade da dívida, que é muito boa (mais da metade da dívida é de Longo Prazo). Por fim, o 
último ponto fraco é um excesso de aplicação no itêm Investimento, já que se trata de uma empresa 
comercial. Poderíamos partir do princípio de que a Empresa está investindo em outras empresas; 
que ela seja uma espécie de holding mista, isto é, administra outras empresas e seu próprio negócio 
e que é o comércio. Assim, não poderíamos dizer que ela é mal administrada pelo excesso de 
Investimento no Ativo Não Circulante.
Parece que há certo equilíbrio entre os pontos fracos e os pontos fortes. Haveria outro argumento 
que desempataria esta análise? Sim. A empresa é rentável. Veja que ela têm lucro no Patrimônio 
Líquido e que este lucro ($100) é relevante perto dos investimentos dos sócios ($400) – 100/400 = 
25% de retorno do Patrimônio Líquido.
O fato de não ser uma empresa deficitária é extremamente positivo. Por isso, se comprássemos 
milhões de ações por um valor baixo, isso poderia trazer grandes lucrosfuturos para o investidor.
Se conseguíssemos ver uma saída para a Empresa, sendo ela rentável e a ação muito barata, poderia 
ser viável esta aquisição.
1. Estruture o Balanço Patrimonial da Companhia GHX agrupando as 
contas:
Caixa 10.200
Investimentos 1.200
Bancos 800
Financiamentos (LP) 10.000
Capital 2.000
Estoque 1.000
Impostos a Recolher 1.000
Duplicatas a Receber 2.000
Diferido 1.400
Empréstimos a Pagar (CP) 1.200
Imobilizado 10.000
Reservas de Lucros 11.400
Fornecedores 200
Contas a Pagar 800
ATIVO PASSIVO
38
UNIDADE II │ CONTROLADORIA
2. Com base no Balanço Patrimonial da Companhia GHX, responda as 
seguintes perguntas:
a. Qual é a situação financeira da Empresa?
b. Qual é o Capital Circulante Líquido da Empresa?
c. Qual é a composição do endividamento da Empresa?
d. A Empresa está muito endividada?
e. A Empresa conseguirá pagar seus compromissos de Longo Prazo?
39
CAPítulo 3
demonstração de resultado de 
Exercício (drE)
Enquanto se pode pensar no Balanço Patrimonial como um instantâneo no têmpo, a Demonstração 
de Resultado de Exercício apresenta as operações durante um período de têmpo, por exemplo, 
durante o exercício de 2007. A Demonstração de Resultado de Exercício pode cobrir períodos de 
qualquer duração, mas, em geral, são elaboradas por trimestre ou por ano. 
O objetivo principal da Demonstração de Resultado de Exercício é mostrar o Resultado (lucro ou 
prejuízo) do período, bem como, em detalhes, como chegar ao referido Resultado. O objetivo desse 
capítulo é introduzir a DRE, no entanto não pretendemos esgotar o assunto.
Principais informações da demonstração de 
resultado de Exercício (drE)
Receita Bruta
(-) Deduções
Total Geral de Vendas 
Neste grupo incluem-se todos os valores que não representam 
sacrifícios financeiros (esforços) para a empresa, mas que são meros 
ajustes para se chegar a um valor mais indicativo que é Receita Líquida, 
como, por exemplo, Impostos cobrados do consumidor, devoluções e 
descontos comerciais.
Receita Líquida
(-) Custos do Período
São somente os gastos da fábrica (gastos de produção), incluindo 
matéria-prima, mão de obra, despesas com depreciação de bens da 
fábrica, aluguel da fábrica, energia elétrica da fábrica etc.
Lucro Bruto
(-) Despesas
São os gastos de escritório, gastos para administrar (despesas 
administrativas) a empresa como um todo: desde o esforço de colocar 
os produtos ao cliente (despesas de vendas: propaganda, comissão), até 
remuneração ao Capital de Terceiros (despesa financeira: juros).
Lucro Operacional
(-) Perdas
Geralmente são os gastos imprevisíveis, que contribuem para a obtenção 
de Receita (vendas)
Lucro antes da Distribuição
(-) Partic. dos Terceiros
Há pessoas que terão uma parte do lucro: Governo (Imposto de Renda), 
administradores, empregados etc.
Lucro Líquido
(-) Partic. dos Donos
Sócios/Acionistas
Lucro Líquido Retido
A seguir, para ilustrar como as informações da DRE estão dispostas, será apresentado um exemplo 
de DRE da Companhia RGM para os anos de 2007 e 2008.
40
UNIDADE II │ CONTROLADORIA
Exemplo:
Companhia RGM
Ano Ano
2007 2008
Receita Bruta 15.000 22.500
(-) IPI e ICMS -1.800 -2.700
(-) Devoluções -750 -1500
(-) Descontos Comerciais -450 -300
Receita Líquida 12.000 18.000
(-) Custo do Produto Vendido -3.600 -6.000
Lucro Bruto 8.400 12.000
(-) Despesas Operacionais de Vendas -1.800 -4.500
(-) Despesas Administrativas -1.500 -3.000
(-) Despesas Financeiras -2.100 -2.250
Lucro Operacional 3.000 2.250
(-) Despesas Não Operacionais -300 -150
Lucro antes do IR 2.700 2.100
(-) Imposto de Renda -750 -600
Lucro depois do IR 1.950 1.500
(-) Participações
Empregados -150 -150
Administradores -300 -225
Lucro Líquido 1.500 1.125
O Material Complementar no 1 apresenta uma prova aplicada no Curso de Direito da USP. Essa 
prova abordou a Demonstração de Resultado de Exercício (DRE), a composição, bem como a forma 
que cada ocorrência na DRE afeta o Balanço Patrimonial. Esse Material Complementar será muito 
importante para auxiliá-lo na compreensão da dinâmica desta Demonstração Financeira.
Estruture a DRE da Companhia GHX agrupando as contas:
Receita Bruta 100.000
ICMS 15.000
Despesas Financeiras 3.000
Despesas Administrativas 2.000
Custo do Produto Vendido 20.000
Comissão de Vendedores 1.500
Imposto de Renda 10.000
Devoluções 3.000
Participação dos Administradores 2.000
Contribuição Social 300
41
CAPítulo 4
Análise das demonstrações Financeiras
O principal objetivo deste capítulo é discutir as técnicas utilizadas por investidores e administradores 
para analisar as demonstrações financeiras. 
A análise das demonstrações financeiras geralmente começa com o cálculo de um conjunto de 
índices financeiros, construídos para revelar os potor e para mostrar se a posição da mesma têm 
melhorado ou piorado no decorrer do têmpo.
índices de liquidez
Os Índices de Liquidez mostram a relação do Ativo Circulante de uma empresa com seus Passivos 
Circulantes e, assim, sua capacidade de honrar dividas que vão vencer.
Dois Índices de Liquidez são largamente utilizados: Liquidez Corrente e Liquidez Seca.
liquidez Corrente
A Liquidez Corrente é calculada dividindo-se o Ativo Circulante pelo Passivo Circulante:
AtivoCirculante
ÍndicedeLiquidezCorrente=
PassivoCirculante
A Liquidez Corrente é um indicador que demonstra quanto dos direitos dos credores de Curto Prazo 
estão cobertos por Ativos que, se espera, sejam convertidos em caixa rapidamente. É a medida de 
solvência de Curto Prazo mais utilizada. Quanto maior o índice em relação às empresas do mesmo 
setor, melhor.
liquidez Seca
A Liquidez Seca é calculada deduzindo-se os estoques do Ativo Circulante e dividindo-se o saldo 
pelo Passivo Circulante:
AtivoCirculante – Estoques
ÍndicedeLiquidezSeca=
PassivoCirculante
Os estoques são os Ativos Circulantes, normalmente, menos líquidos de uma empresa e, portanto, 
são os Ativos em que é mais provável ocorrerem perdas, em caso de liquidação. Desta forma, é 
importante ter uma medida de capacidade da empresa de pagar suas obrigações de Curto Prazo sem 
contar com a venda de estoques. Quanto maior o índice em relação às empresas do mesmo setor, 
melhor.
42
UNIDADE II │ CONTROLADORIA
índices de Atividade
Os Índices de Atividade medem a eficácia com que uma empresa gera seus ativos.
Os Índices de Atividade mais importantes incluem Giro de Estoques e Giro do Ativo.
giro de Estoques
O Índice de Giro de Estoques é definido como as vendas divididas pelos estoques:
Vendas
AtivoTotal
Este índice determina, de forma aproximada, quantas vezes o estoque é zerado por ano. Quanto 
mais vezes, melhor.
giro do Ativo 
O Índice de Giro do Ativo é calculado dividindo-se as vendas pelo ativo total:
Este índice mostra se a empresa está gerando um volume de negócios suficientes, dado o total de 
seu investimento em Ativos. Quanto maior o índice em relação às empresas do mesmo setor melhor.
índices de Endividamento
Os Índices de Endividamento revelam até que ponto a empresa é financiada por terceiros e sua 
probabilidade de não cumprir suas obrigações exigíveis. 
O Índice de Endividamento mais importante é denominado grau de endividamento. 
grau de Endividamento
O quociente do total de capital de terceiros em relação ao total dos Ativos, geralmente chamado 
de grau de endividamento mede a percentagem de fundos fornecida pelos credores. Em outras 
palavras, é o percentual de Capital de Terceiros aplicados na empresa.
Totalde Capitalde Terceiros
GraudeEndividamento=
TotaldeAtivos
índices de rentabilidade
Os Índices de Rentabilidade mostram os efeitos combinados das políticas de liquidez,da gestão de 
ativos e do financiamento sobre os resultados operacionais.
43
Controladoria │ UnidadE ii
margem líquida 
A Margem Líquida, calculada pela divisão do Lucro Líquido pelas vendas, fornece o lucro por 
unidade monetária de vendas:
Lucro Líquido
Margem Líquida=
Vendas
Quanto maior o índice em relação às empresas do mesmo setor, melhor.
retorno Sobre os Ativos
O quociente do Lucro Líquido em relação ao total de ativos mede o retorno sobre os Ativos Líquidos 
de Juros e Impostos:
Lucro Líquido
Retorno sobre os Ativos=
Ativo Total
Quanto maior o índice em relação às empresas do mesmo setor, melhor.
retorno sobre o Patrimônio líquido
O quociente do Lucro Líquido sobre o PL mede o retorno sobre o PL, ou a taxa de retorno sobre o 
investimento dos acionistas. 
Quanto maior o índice em relação às empresas do mesmo setor, melhor.
Companhia Western Computer (Balanço Patrimonial 31 de dezembro de 2008) 
em milhares
ATIVO PASSIVO
Caixa 77.500 Contas a pagar 129.000
Contas a receber 336.000 Notas promissórias 84.000
Estoques 241.500 Outras Contas a pagar 117.000
Total Ativo Circulante 655.000 Total Passivo Circulante 330.000
Ativos Imobilizados 292.500 Dívidas de Longo Prazo 256.500
Patrimônio Líquido 361.000
Total Ativos 947.500 Total Passivo + PL 947.500 
Companhia Western Computer (DRE 31 de dezembro de 
2008)
Vendas 1.607.500
Custo dos Produtos Vendidos
Materiais 717.000
Mão de Obra 453.000
Aquecimento, Luz e Energia 68.000
Mão de Obra Indireta 113.000
Depreciação 41.500
Lucro Bruto 215.000
Despesas de Vendas 115.000
Despesas Gerais e Administrativas 30.000
44
UNIDADE II │ CONTROLADORIA
Lucro Antes dos Juros e Impostos 70.000
Despesas de Juros 24.500
Lucro Antes dos Impostos 45.500
Imposto de Renda 18.200
Lucro Líquido
Índice Western Setor
Liquidez Corrente 2,0 2,0 vezes
Giro de Estoques 6,7 6,7 vezes
Giro do Ativo 1,7 3,0 vezes
Margem Líquida 1,7% 1,2%
Retorno Sobre os Ativos 2,9% 3,6%
Retorno Sobre o PL 7,6% 9,0%
Grau de Endividamento 61,9% 60,0%
Os Índices de Liquidez, o Giro de Estoques, a Margem Líquida e o Endividamento da Cia. Western 
estão OK comparativamente à média das companhias do mesmo setor. Os retornos sobre o Ativo e 
PL estão um pouco deficientes. O único índice deficiente da Cia. Western é o Giro do Ativo.
Extraia um Balanço Patrimonial e uma Demonstração de Resultado de Exercício de 
uma empresa pelo site da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) ou por um jornal 
de grande circulação e proceda a uma análise de demonstrações financeiras.
45
unidAdE iii
FinAnçAS – métodoS 
dE AnáliSE dE 
ProjEtoS dE 
inVEStimEntoS
CAPítulo 1
o Papel do Administrador Financeiro e 
Séries não uniformes
Papel do Administrador Financeiro
Nas companhias de médio e grande porte, a área financeira é atribuída a um alto dirigente (Diretor 
Financeiro) e a gerentes de escalões inferiores (Tesoureiro e Controlador). O organograma, a 
seguir, apresenta uma estrutura organizacional, dando destaque à área financeira da companhia. O 
Tesoureiro e o Controlador estão subordinados ao Diretor Financeiro. O Tesoureiro é responsável 
pela gestão de fluxos de caixa, tomada de decisões de investimento e elaboração do planejamento 
financeiro. O Controlador gerencia as questões fiscais, a contabilidade de custos e financeira e, em 
algumas companhias, os sistêmas de informação. (ROSS et al., 2001)
Diretor Financeiro
Tesoureiro Controlador
Gerente de Caixa
Gerente de 
Crédito
Gerente de Planejametno Fiscal 
e Gerente de Custos
Fonte: ross (2001) – simplificada
O objetivo mais importante do Administrador Financeiro deve ser o de criar valor aos acionistas 
(proprietários da companhia) e isso significa maximizar o valor da companhia que ele trabalha. Para 
atingir esse objetivo, surge uma questão: de que maneira o Administrador Financeiro cria valor para 
os acionistas?
Ross et al. (2001) respondem a esta pergunta. Simplificadamente, o Administrador Financeiro cria 
valor para a companhia procurando comprar ativos que produzam mais caixa do que custam; e 
procurando vender obrigações, ações e outros instrumentos financeiros que proporcionem mais 
caixa do que custam.
46
UNIDADE III │ FINANÇAS – MÉTODOS DE ANÁLISE DE PROJETOS DE INVESTIMENTOS 
No entanto, os administradores têm outros objetivos, como, por exemplo, o interesse em sua própria 
satisfação pessoal, no bem-estar de seus empregados e no bem da sociedade em geral.
Quando o Administrador Financeiro pensa apenas em sua própria satisfação pessoal, surge o que 
se denomina de problema de agência que é um conflito de interesse potencial que surge entre os 
acionistas e os administradores financeiros.
Existêm muitas maneiras de forçar o Administrador Financeiro a agir de acordo com os interesses 
dos proprietários da companhia, incluindo, sobretudo:
a. Remuneração Variável
A remuneração na forma variável (bônus) força o Administrador Financeiro a ter como 
meta principal a criação de valor para a companhia. Assim, as companhias tendem a 
oferecer a maior parcela da remuneração na forma variável atrelada à criação de valor 
para a companhia. 
b. Imposição de Restrições 
Um dos problemas defrontados nas companhias são os custos de agência, que se dão 
quando os administradores e os acionistas têm objetivos diferentes. Tais conflitos têm 
maior propensão de ocorrer quando os administradores têm capital de giro disponível 
em demasia.
Burrough (1990) mostra que os administradores costumam utilizar o caixa em demasia 
a sua disposição com a finalidade de financiar certas vantagens, tais como: escritórios 
melhores, jatinhos corporativos, restaurantes de luxo, os quais fazem pouco no sentido 
de maximizar o preço das ações de uma companhia.
Jensen em artigo publicado, em 1986, no Journal of Finance sob o título “Empirical Test of the 
Impact of Managerial Self-Interest on Corporate Capital Structure” afirma que um dos benefícios 
trazidos pelo endividamento está na imposição de restrições à administração. Para Jensen, com a 
utilização de mais Capital de Terceiros, a administração torna-se mais determinada a ser eficiente, 
tendo em vista que as necessidades mais altas de recursos para pagamentos dos passivos exigíveis 
forçam os administradores a tornarem-se mais disciplinados. 
Conceito de Séries não uniformes
O que caracteriza uma Série Não Uniforme é ela ter valores não uniformes ou períodos não uniformes 
entre os valores. A maioria das situações em cálculos financeiros envolve séries não uniformes. 
Podemos citar alguns exemplos, tais como: o desconto de duplicatas, as operações de venda, os 
fluxos diários de caixa das companhias, os projetos de investimento e os pagamentos parcelados 
de uma maneira geral.
47
Finanças – Métodos de análise de Projetos de investiMentos │ Unidade iii
Vamos analisar o exemplo que se segue, a fim de compreender a dinâmica do cálculo das séries 
não uniformes.
Exemplo: Uma indústria de vidros desconta as seguintes duplicatas em um banco comercial que 
cobra uma taxa de 2% ao mês.
Duplicata Valor Vencimento
23 R$12.000,00 30 dias
26 R$10.000,00 60 dias
42 R$27.000,00 120 dias
Segue o diagrama de fluxo de caixa desta operação segue abaixo:
0 1 2 3 4
12.000 10.000 0 27.500
Calculando o valor presente (PV) de cada uma das duplicatas, temos: 
( )
( )
( )
∑
n
1
2 2
3 4
3
1
FV
PV=
1+i
12.000
PV = =11.764,71
1,02
10.000
PV = =9.611,69
1,02
27.500
PV == =25.405,75
1,02
PV= 46.782,14
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UNIDADE III │ FINANÇAS – MÉTODOS DE ANÁLISE DE PROJETOS DE INVESTIMENTOS 
CAPítulo 2
Análise de investimentos
Analisar projetos de investimentos utilizando indicadores econômicos e financeiros

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