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ECONOMIA SOLIDÁRIA

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ECONOMIA SOLIDÁRIA
Aline Bell
Ana Patrícia dos Santos Garcia,
Rosenei Ribeiro dos Santos,
Wanessa Giacomossi.
Nívia Michelli Garcia Vieira-Tutor Externo
Centro Universitário Leonardo da Vinci - UNIASSELVI
Serviço social (0322) – Seminário Interdisciplinar VIII
27/11/2018.
RESUMO
Este estudo apresenta algumas idéias de diferentes autores sobre a conceituação do que é a Economia Solidária e suas conseqüências, iremos concentrar nossa visão para o trabalho solidário e os excluídos do mercado formal de trabalho. Percebemos que a Economia Solidária no Brasil se apresenta inserida em uma perspectiva capitalista, onde os desafios para colocar ideais em prática não é tarefa fácil, requerendo participação em conjunto com Governo, trabalhadores, fornecedores e consumidores, formalizando políticas públicas para o seu fortalecimento. Também abordaremos a questão da competição e da exploração, no que se refere ao mercado de trabalho, levado em consideração que vivemos em uma sociedade que tem sede por seus direitos sociais, que vem sendo conquistados gradativamente através de inúmeras batalhas travadas em décadas de lutas, porém ainda existe uma parcela considerável da nossa sociedade que convive com grandes desigualdades sociais e econômicas, e sem maiores perspectivas de mudança nesse cenário em curto prazo. Diante disso, ansiamos pela valorização e respeito ao ser humano, como pessoa de direitos e deveres, tanto sociais, como econômicos, culturais, políticos e trabalhistas que consiga oportunizar uma vida com dignidade para todos os cidadãos de boa-fé.
Palavra-chave: Economia solidária, Trabalho solidário, excluídos do mercado formal de trabalho.
INTRODUÇÃO
A Economia Solidária na contemporaneidade está voltada para a integração do cidadão no centro da atividade econômica através do fortalecimento das relações sociais e da valorização dos direitos humanos. 
O capitalismo estabelece hoje uma sociedade excludente, individualista e literalmente desigual, revelando um modelo neoliberal e globalizado, onde a questões sociais ficam cada dia mais urgente, mostrando um mundo em crescente explosão de desemprego e violência e as conseqüências nos mostram uma emergente exploração do trabalho, má distribuição de renda, aumento da pobreza e da exclusão social.
A Economia Solidária vem representando uma visão ampla de construção participativa da cidadania, viabilizando instrumentos para uma organização popular transformadora, baseada em princípios que defendam a vida humana e a dignidade do indivíduo, constituindo um desenvolvimento sustentável, socialmente justo e voltado para atender as necessidades de cada indivíduo. 
São estabelecidos através de ações conjuntas entre empresas, trabalhadores, consumidores e governo que criam relações interpessoais, que acreditam em melhorar a qualidade de vida e renda da população mais carente, formando uma rede sustentável, voltados para a cooperação mútua entre os indivíduos, e a possibilidade de construção de uma sociedade mais digna.
Conseqüentemente devido às inúmeras questões sociais atualmente existentes, aqueles que se encontram à margem do mercado de trabalho formal, geralmente estão à mercê das desigualdades sociais, isolados dos direitos constitucionais meramente estabelecidos através de décadas de muitas lutas entre movimentos sociais, população civil e poder político. 
Com isso há a necessidade de criar novas formas de inserção desses indivíduos na economia, e nesse cenário surgem práticas de relações econômicas e sociais que, de imediato, propiciam a sobrevivência e a melhoria da qualidade de vida de milhões de pessoas em diferentes partes do mundo, criando condições para que a população possa sobreviver mais dignamente, num contexto capitalista, amenizando a questão do desemprego e oferecendo oportunidades aqueles que estão socialmente excluídos, criando alternativas reais de reinserção na economia, por iniciativa individual ou coletiva.
 Nesta perspectiva, este trabalho irá apresentar conceitualmente a Economia Solidária e seus benefícios coletivos, sendo uma aposta e a possibilidade de exercer novas demanda humanas, distanciadas das práticas capitalistas desenvolvidas pela iniciativa privada, pelo mercado e pelo Estado. 
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A Economia Solidária - ES é um termo formulado pelos trabalhadores frente as conseqüências do crescimento desvairado da economia capitalista das industrias, surgindo em princípio na Inglaterra no século XIX, no início do século XX se expandindo para o restante da Europa e América, chegando no Brasil somente no final do século XX, se intensificou a partir da década de oitenta e noventa, como pode ser visualizado no mapa divulgado pelo Atlas de Economia Solidária no Brasil 2005 (2006).
FONTE: Atlas da Economia Solidária no Brasil 2005. p. 25. Brasília: MTE, SENAES, 2006.
A ES é fruto de movimentos e iniciativas novos e antigos de experiência prática de trabalhadores de diversos países que no decorrer de vários anos vêm buscando formas e possibilidades de enfrentamento das desigualdades sociais e a segregação econômica desenvolvida através da competição comercial e relações de subordinação dos empregados, caracterizando o modelo neoliberal do capitalismo moderno.
A Economia Solidária se caracteriza por concepções e práticas fundadas em relações de colaboração solidária, inspiradas por valores culturais que colocam o ser humano na sua integralidade ética e lúdica e como sujeito e finalidade da atividade econômica, ambientalmente sustentável e socialmente justa, ao invés da acumulação privada do capital. Esta prática de produção, comercialização, finanças e consumo privilegiam a autogestão, a cooperação, o desenvolvimento comunitário e humano, a satisfação das necessidades humanas, a justiça social, a igualdade de gênero, raça, etnia, acesso igualitário à informação, ao conhecimento e à segurança alimentar, preservação dos recursos naturais pelo manejo sustentável e responsabilidade com as gerações, presente e futura, construindo uma nova forma de inclusão social com a participação de todos. (DOCUMENTO FINAL, 2006, p. 2).
Seu objetivo principal é a de reunir cooperativas; clubes de troca; pequenos agricultores; grupos de costureiras, bordadeiras, doceiras; cooperativas de catadores ou coletores de materiais recicláveis; trabalhadores de fábricas falidas que formam novas empresas solidárias e juntos, em igualdade de condições, são responsáveis pela sua recuperação, administração e funcionamento. Podendo ser formadas por amigos, vizinhos e colegas de trabalho que se disponibilizem para fazer realizar serviços solidários, beneficiando comunidades com sua moeda social, onde um grupo fabrica o produto e outro compra, na tentativa de criar um jeito novo de fazer e comercializar produtos desenvolvidos pelos trabalhadores solidários, que realizam atividades de produção de bens, prestação de serviços, finanças solidárias, trocas, comércio justo e consumo solidário, e uma forma de organização da produção, consumo e distribuição de riqueza favorecendo a valorização do ser humano e não do capital, tipificada pela equidade societária.
Segundo TAUILE (2002): 
Economia Popular e Solidária é um conjunto de empreendimentos produtivos de iniciativa coletiva, com certo grau de democracia interna que remuneram o trabalho de forma privilegiada em relação ao capital, seja no campo ou na cidade.
Sua alegação principal é destacada pelo princípio que sobrepõe o conceito que “tudo é de todos e o bem comum é o maior objetivo”, são premissas de trabalho coletivo, buscando promover um desenvolvimento sustentável, dividir tarefas e lucros de forma igualitária perante os membros das sociedades solidárias. Neste sistema não há um patrão isolado, nem empregados hierarquizado ou subordinado e as decisões são tomadas coletivamente, formando o que podemos chamar de autogestão. 
CARACTERÍSTICAS DA ECONOMIA SOLIDÁRIA
Fonte: Pieritz (2008)
A ESvai muito além de gerar renda na comunidade que está inserida, se apresenta como um modelo econômico que idealiza formas alternativas de convivência coletiva, de organização econômica e de consumo, potencializando características e trabalhos culturais de cada localidade, apoiados na solidariedade e no equilíbrio tanto de produção quanto de consumo. 
As iniciativas de Economia Solidária têm em comum a igualdade de direitos e oportunidades de todos os participantes dos empreendimentos econômicos solidários, o que implica em autogestão, ou seja, a participação democrática com exercício de poder igual por todos nas decisões, apontando para a superação da contradição entre capital e trabalho. As informações do empreendimento são democratizadas a todos através de espaços comuns de discussão. À medida que se organiza e se integra, a Economia Solidária dá lugar a uma sociedade sem classes, cujo desenvolvimento é necessariamente inclusivo, pois os empreendimentos solidários se beneficiam com a inclusão de novos participantes ou a criação de novos empreendimentos, respeitando-se suas margens de sustentabilidade. (DOCUMENTO BASE, 2006, p. 5).
A ES tem sua importância principal na base de geração de trabalho, na manutenção de renda familiar, no enfrentamento da vulnerabilidade social devido à pobreza extrema, favorecendo com equidade todos os participantes destes ditos empreendimentos solidários, estabelecendo a democratização de direitos e oportunidades, igualitários no que se trata a produção, comercialização e lucros. 
O QUE A ECONOMIA SOLIDÁRIA VISA
Fonte: Pieritz (2008)
Conforme fala Singer e Souza (2000, p. 42) a ES é: 
...é um poderoso instrumento de combate à exclusão social, pois apresenta alternativa viável para a geração de trabalho e renda e para a satisfação direta das necessidades de todos, provando que é possível organizar a produção e a reprodução da sociedade de modo a eliminar as desigualdades materiais e difundir os valores da participação coletiva e da solidariedade humana. 
Através deste instrumento tem-se a possibilidade de produzir produtos de boa qualidade, assimilando aos produtos fabricados por grandes indústrias, tidos como original, porém com a fabricação solidárias podem ser vendidos aos consumidores finais com um preço mais acessível, devido a matéria prima e mão de obra serem obtidos muitas vezes ali mesmo onde a empresa solidária esteja fixada. Com isso, promove a coletividade e práticas sustentáveis para a economia local, estabelecendo a Economia Solidária como um novo olhar sob a essência do capitalismo. 
O VALOR CENTRAL DA ECONOMIA SOLIDÁRIA
FONTE: Pieritz (2008)
Em seu caminho de desenvolvimento a Economia Solidária passou por diversas fases, devida as várias crises econômicas e sociais passadas em cada época em que o Brasil avançava, correndo o risco muitas vezes de ser apenas um mero substituto do Estado em esferas que este opta em transferir seus compromissos em vez de atuar diretamente. Atualmente esse tipo de processo ainda acaba acontecendo tanto por parte das empresas solidárias como por parte das organizações de terceiro setor em que o Estado acaba deliberando ações e serviços a seus grupos, que se firma como fornecedores de oportunidades onde o Estado não se mostra atuante.
O Estado, aliás, teve sua participação na Economia Solidária somente em 2003, que o Governo Federal cria a Secretaria Nacional de Economia Solidária - SENAES vinculada ao Ministério do Trabalho e Emprego, implementando sua ação como formuladora das Políticas Públicas na esfera Federal de apoio a Economia Solidária. Nesse ano foi criado também o chamado Conselho Nacional de Economia Solidária - CNES, órgão incumbido pelo diálogo entre governo e sociedade civil nos assuntos que se refere à Sociedade Solidária. Em ação conjunta a Economia Solidária surge o Fórum Brasileiro de Economia Solidária - FBES, que dá maior amplitude ao movimento solidário e fortifica substancialmente o resultado de programas Municipais e Estaduais de Economia Solidária.
Na III Plenária Nacional da Economia Solidária realizada no ano de 2003, o FBES formulou uma carta de princípios onde estabelece algumas normais gerais e específicas para estabelecer um modelo que norteie as bases de produção e reprodução, definindo a equidade entre grupos de economia solidária, estabelecendo uma qualidade de vida e da harmonia entre seus membros e, simultaneamente, de todo o ecossistema do modo capitalista. 
Contemporaneamente habitamos uma sociedade onde existem diversos tipos de exclusão social e de vulnerabilidades sociais, nossa sociedade apresenta problemas de cunho público que seriam de base fundamental para a sobrevivência e o bem-estar da população como: infraestrutura e planejamento urbano, habitação social, transportes urbanos, saneamento básico, segurança pública, saúde precária, educação defasada, direitos previdenciários em decadência, alarmantes índices de desempregos, entre outros que deixam os cidadãos a mercê da sorte e sem resguardo dos seus direitos constitucionais.
Então, é de extrema importância que haja a formação de associações comunitárias ou qualquer tipo de atividade cooperativa nos municípios de cada cidade brasileira em que se possam buscar soluções em nome de todos os participantes da sociedade. 
DIAGRAMA ESQUEMÁTICO DOS PRINCIPAIS FATORES QUE CARACTERIZAM A ECONOMIA SOLIDÁRIA:
FONTE: Pieritz (2008)
Trabalho Solidário
A ES representada através de associações e cooperativas acentuou-se na Revolução Industrial, quando gerou a transformação da indústria artesanal para a indústria de proveito, se utilizando de mão de obra compatível com o capital disponível no momento, passando para uma estrutura de capital intensivo, gerando desta forma um desemprego tecnológico. 
Não tendo como sustentar uma vida decente, indivíduos são forçados a se submeter a formas de pedintes, surgindo o aumento da prostituição, da proliferação dos roubos, assaltos, assassinatos, agressões e violência contra o patrimônio alheio, causando a degradação humana e manifestações de doenças infectocontagiosas, mortes por inanição, e outros, resultando no desprezo do homem pelo homem etc. 
Desta forma, a Revolução Industrial cria um campo onde o desemprego alastrava-se e quem conseguia trabalho, tinha sua mão de obra explorada ou escravizada. Foi então que trabalhadores, preocupados com aquela situação, desenvolveram e seguiram para associações e sindicatos, com a intenção de assegurarem sua renda e garantir a sobrevivência de sua família de forma digna, possibilitando o seu bem-estar. 
O processo tecnológico da Revolução Industrial trouxe enormes benefícios para todo o mundo, porém tudo aconteceu de forma muito rápida, sem uma prévia percepção de como utilizá-la tanto na forma de trabalho – produção, quanto para o bem da humanidade. E neste processo de mudança tem que se ter tempo de adaptação e conscientização das partes envolvidas, para que não cause transtornos à sociedade em geral., como aconteceu e ainda vem transcorrendo até os dias de hoje. 
Atualmente, ainda pagamos o preço da má inserção da Revolução Industrial, pois no seu início houve uma debandada da população rural e imigrante para os grandes centros urbanos, onde se localizavam as grandes fábricas, causando um déficit social enorme, devido à falta de consciência de empreendedores desonrados e ávidos por lucro, não temendo as conseqüências e nem estabelecendo a possibilidade de crescimento econômico e muito menos o bem-estar dos trabalhadores. 
Nesta perspectiva, o processo de industrialização passou a ser intitulado como a forma em que o egoísmo pessoal prevalece, dando início ao sistema de acumulação de bens, à instauração de cartéis cosmopolitas, as conspirações industriais e comerciais, chegando a um ponto onde o cidadão trabalhador não desenvolvia nenhuma importância para o processo de industrialização a não ser pela sua insignificante mão de obra,que era trocada constantemente senão estabelecem as vontades dos seus superiores, não alcance a produção, os lucros ou não seguissem as regras impostas pelas grandes fábricas. Participavam de uma disputa hipócrita e injusta, na luta pela sobrevivência, lugares que o direito civil não tinha vez e que é claro que o trabalhador nunca ganhava mais sim seus patrões, prevalecendo à exploração do homem pelo homem.
Com a ascensão do capitalismo, as classes sociais ganham peculiaridades especificas de poder econômico para cada nível, podendo ser classificadas em classes de níveis baixo, médio ou alto, gerando o poder de consumo para cada situação. O capitalismo estabelece a era do consumismo, onde quem tem mais poder econômico prevalece sobre o restante, estabelecendo desta forma a desigualdade econômica estudado neste trabalho até agora.
O progresso da revolução industrial e o aumento do capital tornando-se centralizado forçaram o trabalhador a planejar e implantar sindicatos de trabalhadores industriais para resguardar os direitos do cidadão contra os seus superiores em uma escala hierarquizada. Neste momento, desenvolve-se em conjunto o associativismo e o cooperativismo. Juntos a população pode potencializar as lutar pela equidade social sem distinção de classes, raças, credo ou etnias, prevalecendo à relação humanizada, harmônica e justa entre as pessoas. 
Conforme o texto nos expõe:
É neste contexto que entra a importância dos movimentos comunitários, tentando desmistificar essa cara-metade da sociedade capitalista que não tem nenhum desejo de equiparar os homens que se pressupõem livres para todos os atos que porventura pensem fazer ou praticar, é claro, dentro dos limites do que se entende por liberdade. Esses movimentos comunitários estão em toda parte do mundo capitalista, não no sentido exclusivista de conseguir base para certas candidaturas políticas, mas no anseio de barrar os avanços capitalistas que tenham o objetivo de maximizar suas receitas, não importando os efeitos que venham causar à população como um todo. Todavia, cabe aos comunitários coibir esses abusos de um sistema ego centrista, que pouco contribui para o desenvolvimento da pessoa humana, mas às aptidões pessoais de falsos líderes. FONTE: SOUSA, Luiz Gonzaga de. Economia, política e sociedade. 2006. Disponível em: <http:// www.eumed.net/libros/2006a/lgs-eps/2b.htm>. 
Dentro desta perspectiva surge o trabalho solidário dando ênfase a uma nova economia, visto que se mostra como uma forte resolução para as necessidades empregatícias, gerando fonte de renda, abrangendo as várias classes sociais, dando mais versatilidade ao desenvolvimento econômico, oferecendo caminhos como uma maior dinâmica e sustentabilidade.
Vemos, portanto, que uma nova economia, não capitalista, ecologicamente sustentável e sociologicamente justa, centrada nos valores da participação democrática e distribuição de riqueza está crescendo, trazendo consigo a proposta de um novo modelo de desenvolvimento e a esperança de um mundo melhor para todos. (MANCE, 2007, p. 14).
O trabalho solidário estabelece o mesmo regimento básico de qualquer outro trabalho, seguindo-se regras e normas estabelecidas pelo Ministério do Trabalho, pela Consolidação das Leis de Trabalho - CLT e pela Organização Internacional do Trabalho – OIT. Seu objetivo principal é estabelecer a união e a harmonia entre a sociedade, estabelecendo o poder produtivo e econômico dos mesmos, garantindo remuneração justa para todos os integrantes, exercendo o trabalho com segurança e liberdade, certificando um crescimento econômico individual e comunitário, onde todos desfrutam dos resultados alcançados.
2.2 Economia solidária: Alternativa de inserção no mercado de trabalho, uma opção aos excluídos
Frente à atual conjuntura, a ES aparece com maior incidência nos anos 90, como reação ao fechamento de postos de trabalho, onde a exclusão social se torna um foco crescente de interesses e atenções. A idéia da ES configura-se como uma maneira de sobrevivência do trabalhador,dispensando - o da exploração da mais valia, consolidando um processo que inibe a acumulação de capital e ainda contribui para a construção de uma organização democrática, solidária, associada, desalienada e capaz de resgatar o indivíduo como sujeito do processo histórico, possibilitando compreender-se como um cidadão. 
A cooperativa, em seu conceito difere-se de uma empresa capitalista, pela organização social da produção, pela relação estabelecida entre os associados/pessoas e o capital, ou seja, nas instituições de ES as pessoas trabalham juntas solidariamente e se aproximam de forma igualitária do lucro originado pelo trabalho coletivo. Sabe-se que pessoas têm mais espaços no mundo do trabalho se estiverem coletivamente organizadas do que isoladas. 
 As decisões também são coletivas e assim o homem se torna superior ao capital, onde o homem vale por si só e não pelo que possui, buscando saber o real sentido de tudo, buscando conhecer o mundo do qual faz parte, trabalhando constantemente o aspecto coletivo. Trata-se de um contexto onde o indivíduo questiona, critica e dialoga para construir o novo.
Na ES desempenham-se ações de produção referente à prestação de serviços, finanças solidárias, trocas, comércio justo e consumo solidário, envolvendo formas de organização da produção, consumo e distribuição de riqueza centrada na valorização do ser humano e não do capital, caracterizada pela igualdade.
 Na economia solidária, segundo Laville et al. (2009: p.162)
A solidariedade é ainda estimulada por meio do engajamento cidadão
em questões de interesse comum. O fato conduz à criação de espaços
públicos de proximidade, cuja autonomia em relação aos espaços de
poder instituídos contribui para sedimentar as bases de um modelo
democrático dialógico, no qual o sistema representativo expõe-se à
pressão legítima de mecanismos constituídos de participação direta.
A economia solidária é uma alternativa inovadora na geração de trabalho e na inclusão social, na forma de uma corrente do bem que integra quem produz quem vende quem troca e quem compra. Seus princípios são  autogestão, democracia, solidariedade, cooperação e respeito à natureza, bem como  comércio justo e consumo solidário. 
A economia solidária preconiza o entendimento do trabalho como um meio de emancipação humana dentro de um processo de democratização econômica, criando uma alternativa à dimensão alienante e assalariada das relações de trabalho capitalistas, que produz um crescente número de cidadãos desempregados, seja pela falta de qualificação, idade considerada não produtiva, ou por outros fatores. A falta de trabalho é o sintoma mais evidente do desajuste social, onde a sociedade capitalista só reconhece o indivíduo inserido no mercado formal, onde os desempregados estão efetivamente fora desse contexto, sendo então marginalizados do sistema, verificando-se a economia solidaria como uma ferramenta ao enfrentamento da questão social.
MATERIAIS E MÉTODOS
 A pesquisa bibliográfica ocorreu através da definição do objeto de estudo, onde a natureza da pesquisa se deu a fim de conceituar a economia solidária. 
 Metodologicamente a coleta de matérias se de através da busca em bancos de dados e periódicos, o que tornou possível a pesquisa e a partir da leitura e organização do material coletado, iniciou-se o desenvolvimento da descrição e estruturação do trabalho.
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
 A pesquisa realizada gerou uma produção de fundamental importância para a formação acadêmica das alunas da última fase do curso de Serviço Social, pois não só possibilitou o contato com uma idéia, uma alternativa de inserção de muitos excluídos do mercado de trabalho, mas vai, além disso, pois se trata do encontro com uma forma justa e democrática de viver como ser humano, onde em meio a tanto caos, a Economia Solidária emerge uma possível solução onde a autogestão, a sustentabilidade e a cooperação no trabalhocoletivo, buscam a concretização de políticas públicas que alavanquem a economia, possibilitando a recuperação de fábricas, cadeias produtivas pulsantes e o sustento de muitas famílias. Uma forma de organização do trabalho que surgiu como alternativa de inclusão social e geração de renda principalmente em tempos de desemprego e crise econômica. Faz-se extremamente importante fomentar e fortalecer a ES, pois se trata de uma proposta inovadora de produzir, vender e consumir sem exploração do trabalhador e do meio ambiente. Desta forma a busca por inovar perpassa os muros das unidades de atuação e cria espaços privilegiados de formação e construção de saberes para promoção e empoderamento pessoal, possibilitando uma compreensão do cenário atual e também uma projeção futura, dentro de uma visão harmônica e sustentável entre o homem, a natureza e a economia.
 A partir dessa reflexão considera-se uma proposta de integração das diversas áreas do conhecimento e de vivências, com vista à busca de alternativas sustentáveis que priorize as questões ambientais e assegure o bem estar social.
 
Referências Bibliográficas:
ABRITTA, Fernando. Síntese de economia solidária: A pessoa humana no centro do desenvolvimento. Juíz de Fora, MG, 2003. Disponível em: <http:// www. milenio.com.br/abritta /fsm5.htm>. Acesso em: 10 Set. 2018.
Atlas da Economia Solidária no Brasil 2005. Brasília: MTE, SENAES, 2006.
CIDAC – Centro de Intervenção para o desenvolvimento Almilca Cabral. Economia Solidária: <https://www.cidac.pt/index.php/o-que-fazemos/comercio-e-desenvolvimento/economia-solidaria/> Acesso em: 07 de Nov. de 2018.
DOCUMENTO BASE, I Conferência Nacional de Economia Solidária – Brasília, junho de 2006 - “Economia Solidária como Estratégia e Política de Desenvolvimento”. Brasília: MTE: SENAES, 2006. Disponível em: <www.mte. gov>. Acesso em: 18 Ago. 2018.
DOCUMENTO FINAL, I Conferência Nacional de Economia Solidária – Brasília, 26 a 29 de junho de 2006 - “Economia Solidária como Estratégia e Política de Desenvolvimento”. Brasília: MTE: SENAES, 2006. Disponível em: <www.mte. gov>. Acesso em: 18 Ago. 2018.
LISBOA, Armando de Melo. Economia Solidária: incubando uma outra sociedade. Disponível em: <http:// www.milenio.com.br/mance/fsm2.htm>. Acesso em: 12 Set. 2018.
MANCE, Euclides André. Redes de colaboração solidária: aspectos econômicos-filosóficos: complexidade e libertação. Petrópolis: Vozes, 2002.
MANCE, Euclides André. Como organizar economias solidárias. Rio de Janeiro: DP&A, 2007.
Nossa Causa – Conteúdo que transforma o mundo. Entendendo Economia Solidária. Disponível em: <http://nossacausa.com/entendendo-a-economia-solidaria/#prettyPhoto> Acesso em: 07 de Nov. de 2018.
PIERITZ, Vera Lúcia Hoffmann. A gestão participativa e a territorialidade como fatores de fomento a sustentabilidade dos empreendimentos da rede de Economia Solidária do Vale do Itajaí - RESVI: um estudo multicaso. Dissertação. Universidade Regional de Blumenau, Blumenau, 2008.
SINGER, Paul. Economia solidária: um modo de produção e distribuição. In: SINGER, Paul; SOUZA, André Ricardo de. A economia solidária no Brasil: a autogestão como resposta ao desemprego. São Paulo: Contexto, 2000. p. 11-28.
Origem. Economia Solidária: Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Economia_solid%C3%A1ria> Acesso em: 02 de Nov de 2018.
SINGER, Paul; SOUZA, André Ricardo de. A economia solidária no Brasil: a autogestão como resposta ao desemprego. São Paulo: Contexto, 2000.
SOUSA, Luiz Gonzaga de. Economia, política e sociedade. Disponível em: <http:// www.eumed.net/libros/2006a/lgs-eps/2b.htm>. Acesso em: 5 Nov. 2018.
TAVARES, Fábio Roberto; PIERITZ, Vera Lúcia Hoffmann. Trabalho e contemporaneidade. Indaial: Uniasselvi, 2012. 
TAUILE, J. R. Do socialismo de mercado à economia solidária. In: Revista de Economia Contemporânea, 1o semestre de 2002.
UNIASSELVI – Centro Universitário Leonardo da Vinci. Projeto Pedagógico do Curso de Bacharelado em Serviço Social. Indaial, 2009.

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