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Atividade 11ª semana Filosofia e Sociologia aplicada a Saúde

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CLARETIANO CENTRO UNIVERSITÁRIO
DIEGO FERNANDES FIGUEIREDO – 8087632
ATIVIDADE 11ª SEMANA
Pouso Alegre
Maio/2018
Atividade 11ª Semana
O modelo Biomédico surgiu no período do Renascimento, tendo influência predominante do filósofo e matemático René Descartes e Isaac Newton. Ambos tinham algo em comum, com uma visão mecânica mostravam o homem como uma máquina, implantando a ideia de que o funcionamento do nosso corpo é como o relógio.
Associadamente ao avanço e sofisticação da biomedicina, tem sido detectada sua impossibilidade de oferecer respostas conclusivas ou satisfatórias para muitos problemas ou, sobretudo, para os componentes psicológicos ou subjetivos que o acompanham. De fato, o modelo biomédico estimula os médicos a aderirem a um comportamento extremamente cartesiano na separação entre o observador e o objeto observado. A intensificação da divisão do indivíduo em pedaços contribui sobremaneira para dificultar a valorização do todo. Tudo o que acontece aos pacientes, quaisquer de suas queixas ou sofrimentos são vistos (e, como decorrência, manejados) em termos mecanicistas (patologização). A própria morte, termo inevitável da vida, passou a ser vista como um reflexo da incapacidade do médico ou dos sistemas responsáveis.
Um problema adicional é a lógica de mercado e os interesses envolvidos quando tudo foi transformado em mercadoria, na medida em que tudo é feito sob a égide da ânsia pela ampliação sem limites dos lucros. 
Em fim, o que as escolas médicas do passado têm a ensinar ao médico ocidental, este sempre cético em tudo que não se fundamenta na anatomia, fisiologia e patologia modernas, é, sobretudo, a vi são integral do paciente. Então, o que se faz necessário é a compreensão do todo e de como as partes interagem. Portanto, o enfoque primordial não deve continuar se concentrando naquilo que o paciente tem em comum com os outros, mas nas suas peculiaridades.
O problema central do modelo biomédico não reside em uma espécie de maldade intrínseca que o caracterizaria, mas no fato de que ele é demasiado restrito no seu poder explicativo, o que implica em óbices importantes para a prática de médicos e pacientes.
No que diz respeito aos medicamentos, ao hipervalorizar as funções que os mesmos podem vir a desempenhar, além da geração de uma dependência pela qual se crê que, para todo e qualquer problema, independentemente de sua gravidade ou nexos causais, haverá uma pílula salvadora, deparamo-nos com um incremento nos custos, tanto econômicos, quanto, propriamente, sanitários.
 	O conceito de medicalização é um tema recorrente do pensamento social e segue, nos dias de hoje, sendo considerado de grande importância teórico-prática.
Medicalização é o processo pelo qual o modo de vida dos homens é apropriado pela medicina e que interfere na construção de conceitos, regras de higiene, normas de moral e costumes prescritos (sexuais, alimentares, de habitação) e de comportamentos sociais. Este processo está intimamente articulado à ideia de que não se pode separar o saber, produzido cientificamente em uma estrutura social, de suas propostas de intervenção na sociedade, de suas proposições políticas implícitas. A medicalização tem, como objetivo, a intervenção política no corpo social.	Outro uso frequente do termo é “medicalização do social”, expressão que possui um campo semântico amplo, podendo se referir a uma série diferenciada de fenômenos, o que impõe especificarmos alguns aspectos que podem ser a ele associados. Essa expressão pode ser entendida como a forma pela qual a evolução tecnológica vem modificando a prática da medicina, por meio de inovações dos métodos de diagnóstico e terapêutico, da indústria farmacêutica e de equipamentos médicos; por outro lado, pode ser usado numa referência às consequências que acarreta para o jogo de interesses envolvidos na produção do ato médico. O fenômeno da medicalização social surge e se desenvolve, historicamente, no contexto das sociedades disciplinares. 
O fenômeno da medicalização se caracteriza pela transformação da doença em um negócio, por meio do alargamento do limite das doenças para além sua definição científica, o que leva pessoas saudáveis a acreditarem que estão doentes e pessoas que estão um pouco doentes a acreditarem que estão muito doentes.
Referências Bibliográficas
http://www.scielo.br/pdf/physis/v25n4/0103-7331-physis-25-04-01251.pdf
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-12902002000100008

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