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Treinamento Esportivo: Do sedentário ao atleta 
SISTEMA DE COMPETIÇÕES DESPORTIVAS 
• Determinada prática competitiva pode ser encarada como um sistema de competições, quando as 
competições das quais o desportista ou a equipe participa apresentam uma ligação lógica entre si e outros 
elementos de preparação que visam à obtenção do aperfeiçoamento na preparação do desportista (Keller, 
1995). 
• O sistema de competições desportivas é o elemento central em qualquer gênero de competição e 
representa o sistema de organização, de metodologia e de preparação do desportista, visando ao resultado 
nas ações competitivas. 
• Sem a competição, não é possível aperfeiçoar plenamente as capacidades competitivas de alto 
rendimento. 
CLASSIFICAÇÃO E CALENDÁRIO DAS COMPETIÇÕES DESPORTIVAS 
• Encontram-se, na literatura especializada, várias tentativas de classificação das 
competições, apesar de ser uma tarefa difícil. 
• Não se conseguiu estruturar uma classificação única, abrangente e satisfatória em todas as 
especificidades e que não suscite nenhuma surpresa ao se considerar a diversidade real de suas 
formas e maneiras de 
organização. 
• As competições 
esportivas devem seguir um 
calendário. 
Escolha das Competições 
Esportivas 
A estruturação do 
sistema individualizado das 
competições desportivas e a 
otimização de todo o processo 
competitivo de treinamento, 
nos limites dos ciclos anuais 
ou outros mais longos, ao final, 
estão fundamentadas nas 
regras que dirigem o 
desenvolvimento da forma 
desportiva nas várias 
manifestações condicionadas 
individualmente, considerando 
as condições concretas da 
atividade desportiva. Isso 
significa que, decidindo 
participar ou não de uma ou 
outra competição e fixando os parâmetros da atividade competitiva do desportista segundo os períodos do 
ciclo competitivo de treinamento longo, número de participações competitivas, sua frequência, nível dos 
resultados competitivos e outras especificidades do sistema de competições, vale a pena considerar somente 
as decisões que contribuírem para o seguinte: 
• no primeiro período do ciclo (preparatório) – ao estabelecimento da forma desportiva; 
No primeiro período do ciclo competitivo de treinamento, sobretudo quando é garantida a preparação 
multilateral do atleta, é dada a orientação preparatória às competições. O conteúdo, as formas, o número e a 
frequência das competições devem estar regulamentados de tal modo que contribuam para o estabelecimento 
da forma desportiva, não obstruindo o processo de sua formação no novo nível. Considerando-se a dificuldade 
causada pela repetição das ações competitivas gerais nesse aspecto e com o mesmo resultado obtido durante 
o longo ciclo do período preparatório, justifica-se o desejo de disputa nos exercícios competitivos modificados 
(p. ex., os corredores competem nas corridas de cross; os lançadores, no lançamento dos aparelhos 
desportivos ligeiros ou mais pesados) e em outros exercícios de preparação especial ou geral (básica). A 
partir desse raciocínio, dependendo das características dos grupos dos desportos, empregam-se também 
outros procedimentos da prática desportiva. Em particular, participam-se de competições com regras 
modificadas em relação às padronizadas; por exemplo, nos jogos desportivos, compete-se em quadra 
reduzida de jogo, com uma maior exigência de ações motoras, utilizando-se um menor período de tempo, 
como no “torneio-relâmpago”, etc. Em todo caso, a preparação plena para as competições principais desse 
período exige que a prática competitiva não seja prejudicial, mas que esteja submetida à lógica do 
desenvolvimento do processo de treinamento com o incremento dos volumes e da intensidade das cargas de 
treinamento de forma planejada. Porém, próximo ao final do período, pode ser oportuno, para os desportistas 
suficientemente treinados, organizar a participação em competições preparatórias semelhantes a séries de 
sessões de treinamento alternadas em curtos intervalos de restabelecimento. Graças às qualidades 
específicas mobilizadoras do processo de disputas e à acumulação do efeito de influências competitivas, tal 
regime de cargas é capaz de estimular, de forma extremamente pode- rosa, o aumento do nível de 
treinamento e o desenvolvimento da capacidade competitiva, cristalizando as possibilidades de sucesso do 
desportista. A exemplo disso, pesquisas experimentais revelam que a participação em séries sucessivas, ao 
longo de várias semanas, com intervalos de três dias entre as competições, dos atletas de alto rendimento 
que atuam em exercícios competitivos de potência submáxima pode apresentar uma melhora significativa do 
resultado desportivo. 
• no segundo período (competições principais) – à sua conservação e à sua materialização 
nos resultados desportivos; 
No período das competições principais do ciclo competitivo de treinamento a longo prazo, toda a atividade 
realizada pelo atleta torna-se competição oficial; aqui ela está orientada para assegurar a participação eficaz, 
para aperfeiçoar e para conservar a forma desportiva necessária. Em princípio, esse período deve ser 
sobrecarregado de competições, se as condições permitirem aos desportistas – até mesmo os que não são 
de alto rendimento – competir todas as semanas, variando as orientações competitivas concretas de acordo 
com a significação pessoal e oficial em disputas distintas. No entanto, a participação do desportista nas 
competições depende também das condições que facilitam a “aproximação” a elas e da duração do período. 
Quando for bastante longo, dura, algumas vezes, de 4 a 5 meses ou mais; compreende competições básicas 
em ambas as fases e, com isso, as mais importantes são eliminadas. Deve-se destacar, em seus limites, a 
etapa ou as várias etapas entre grandes competições, livres das mais importantes. É necessário utilizar tal 
período para ativar as influências competitivas que assegurem a conservação ou a aquisição constante da 
forma desportiva no momento da disputa principal. 
• no terceiro período (transitório) – à criação das condições favoráveis para o início do novo 
ciclo de desenvolvimento da forma desportiva; 
No período transitório que culmina o ciclo, as competições oficiais estão ausentes na maioria dos casos. 
Ocorrem, nesse período, as competições não-oficiais com finalidade recreativa ou demonstrativa. É preciso 
identificar até que ponto essas competições são mesmo necessárias, o que pode ser verificado pela reação 
do organismo do atleta à quantidade de cargas competitivas e de treinamento apresentadas no período 
anterior. O temperamento do atleta, o seu meio mais próximo e outras circunstâncias são também 
importantes. Em geral, tal período está destinado principalmente ao descanso ativo e efetivo, que exclui o 
perigo do “estado de treinamento excessivo” e que desenvolve as condições para o início eficaz do novo ciclo 
longo do processo competitivo de treinamento. 
 
Essas são as características do sistema de competições aceitas nos limites do ciclo considerado. Conforme 
pode-se verificar, não é fácil construí-lo bem. Para se conseguir completá-lo, tanto o técnico como o 
desportista devem dispor de um domínio muito bom das habilidades práticas. Portanto, o fato de construir um 
sistema individualizado de competições constitui um dos avanços fundamentais da arte de orientar o 
progresso da forma desportiva. Infelizmente, apenas alguns conseguem dominar completamente tal arte. 
Uma testemunha indireta desse fenômeno é o fato preocupante de, há não muito tempo, somente um 
número relativamente pequeno de desportistas ter conseguido concretizar seus melhores resultados 
durante as competiçõesprincipais e de maior prestígio (incluídos os jogos olímpicos e os 
campeonatos mundiais). Concomitantemente, os demais participantes (80% ou mais) não 
conseguiram repetir nem superar seus resultados anteriores. É verdade, porém, que as equipes 
desportivas de vários países na mesma situação têm melhorado nas últimas décadas. 
 
Classificação das Competições 
Competição preparatória: esse tipo de competição apresenta, como principal tarefa, o aperfeiçoamento da 
técnica e da tática das ações competitivas do desportista. Além disso, propicia a adaptação do organismo nos 
vários sistemas relacionados com as cargas competitivas. 
Competição de controle: permite a avaliação tanto do nível de preparação atingida pelo desportista nos 
aspectos tático e técnico como do aperfeiçoamento das capacidades motoras, físicas e psíquicas. Os 
resultados obtidos nesse tipo de competição permitem ao treinador fazer a correção de todo o processo de 
treinamento. 
Competição simulada: a tarefa mais importante desse tipo de competição é a preparação direta do 
desportista para a competição principal, seja no ciclo anual, no macrociclo ou mesmo no ciclo olímpico. Essas 
competições são organizadas de forma especial durante o sistema de preparação do atleta, podendo estar 
dentro do calendário oficial. Elas devem simular a competição-alvo na totalidade ou em parte. 
Competição seletiva: nesse tipo de competição, o desportista deve mostrar o seu melhor potencial 
(resultado). Normalmente, essas competições ou torneios existem com o objetivo de selecionar os atletas 
para as equipes representantes dos estados, do país ou, até mesmo, em alguns casos, para representar o 
continente. Trata-se de competições oficiais ou programadas para esse fim. 
Competição principal: a competição principal é aquela em que o desportista, obrigatoriamente, deve atingir 
o seu melhor resultado, deve competir visando ao recorde (caso do desporto individual) ou à sua melhor 
participação no desporto coletivo. A mobiliza- ção pessoal e a da equipe devem ser máximas, sendo de grande 
influência a preparação psicológica, além, evi- dentemente, de um alto rendimento 
de aperfeiçoamento das capacidades e qualidades físicas, técnica e tática. 
 
Classificação das Modalidades de Competição 
Uma das abordagens mais divulgadas e que se justifica, do ponto de vista prático, é a organização 
das modalidades desportivas referentes à esfera da educação física, segundo o objetivo das 
competições e os requisitos predominantes em relação às capacidades físicas (motoras) do 
desportista. Com esses aspectos, é possível classificar os desportos em oito grupos de modalidades 
desportivas (Zakharov; Gomes, 1992). 
Grupo I – Modalidades complexas de coordenação: são as que exigem a expressividade estética 
e artística na execução de exercícios competitivos, tais como ginástica artística, nado sincronizado, 
patinação artística, salto ornamental, ginástica rítmica desportiva, etc. (Keller; Platonov, 1983). 
Grupo II – Modalidades de força e de velocidade: exigem as características acíclica e mista dos 
movimentos em que os atletas procuram alcançar resultados máximos expressos em medidas 
exatas de deslocamento (saltos de atletismo, arremessos, halterofilismo). 
Grupo III – Modalidades de alvo: aqui a atividade motora é pequena, a maior evidência está em 
poder avaliar corretamente a condição de atirar em um alvo utilizando armas desportivas (arco e 
flecha, tiro com pistola, dardo, etc.). 
Grupo IV – Modalidades de condução: a atividade motora está preferencialmente ligada à direção 
(condução) dos meios de locomoção (corridas de automóvel, motocicleta, vela, hipismo, etc.). 
Grupo V – Modalidades cíclicas: manifestam-se preferencialmente nas provas de corrida no 
atletismo, no ciclismo, na natação, no remo, no esqui, na patinação, no triatlo, com características 
destacadas para a resistência. 
Grupo VI – Jogos desportivos: destacam-se as modalidades com bola e as coletivas, tais como 
futebol, voleibol, basquetebol, tênis, handebol, hóquei, etc. 
Grupo VII – Modalidades de combates: a tática está ligada à condição técnica, à preparação 
física, à característica de contato e de golpes e impõe vantagens sobre o adversário (luta greco-
romana, luta livre, judô, caratê, boxe, esgrima, etc.). 
Grupo VIII – Provas combinadas: a característica é determinada com base na combinação tática, 
na qual tais modalidades proporcionam pontos que representam o resultado final (pentatlo moderno, 
decatlo na modalidade de atletismo, biatlo na de esqui, etc.). 
 
MEIOS PEDAGÓGICOS DA PREPARAÇÃO DESPORTIVA 
As ações motoras constituem um meio integrante e específico da preparação do atleta, e 
cada tipo de atividade desportiva caracteriza-se por seu conjunto de ações motoras. Como regra, 
um movimento articular por si não constitui ainda uma AM independente. A ação com a qual o atleta 
resolve a tarefa motora é composta de movimentos articulares distribuídos e interligados no espaço 
e no tempo. Em cada AM podem-se distinguir, condicionalmente, movimentos isolados. Assim, no 
salto em altura, destacam-se: impulso, ação conjugada da movimentação da perna para cima sobre 
a barra e aterrissagem (Boguem, 1985). 
O exercício físico constitui a base da preparação do atleta como processo pedagógico. Por 
conseguinte, os exercícios físicos são a forma principal de utilização das ações motoras na 
preparação desportiva. O exercício físico integrado no processo de preparação do atleta pode ser 
definido como a atividade motora inclusa no sistema geral das possíveis influências pedagógicas 
orientadas para a solução das tarefas de preparação do atleta. A corrida, por exemplo, adquire 
significado no exercício físico quando utilizada de acordo com os requisitos justificados do ponto de 
vista da preparação do desportista (Gomes, 1997b). O exercício físico está obrigatoriamente ligado 
ao método, uma vez que o processo organizado, objetivando o aperfeiçoamento de qualquer 
qualidade do indivíduo e pressupondo um sistema estável de ações repetidas, possui interligações 
necessárias para a solução de tarefas previstas e não somente num conjunto casual de operações. 
Por conseguinte, tais ações, em sua essência, formam um método. 
Na linguagem desportiva, o termo “meio” significa o que se utiliza, e o termo “método”, 
como se utiliza o meio no processo de obtenção do objetivo da preparação. Dessa forma, o exercício 
físico representa o meio, e o modo de sua utilização representa o método. Juntamente com as 
ações motoras, referem-se aos meios muitos outros fatores, cuja utilização orientada determina a 
eficiência da preparação do atleta. 
 
CLASSIFICAÇÃO DOS EXERCÍCIOS 
De acordo com o regime de contração muscular no movimento, a contração muscular no 
exercício físico pode ser estática ou dinâmica. Os exercícios físicos estáticos são os que estão 
relacionados com a manutenção da posição tomada, como, por exemplo, a posição do corpo no 
exercício ginástico nas argolas em “cruz”. Os exercícios físicos dinâmicos estão ligados ao 
deslocamento do corpo do atleta ou de suas partes (p. ex., os exercícios de corrida e os de saltos). 
A divisão dos exercícios em dinâmico e estático é muito convencional, pois a maioria dos 
movimentos se realiza combinando os regimes dinâmico e estático com contrações de diferentes 
músculos. Assim, para executar o movimento dinâmico da mão ou da perna, todos os músculos do 
tronco devem primeiro assegurar a tomada de uma determinada posição estática. Por outro lado, 
para manter a posição, é preciso que, em resposta a qualquer ação que perturbetal posição, 
realizem-se os correspondentes movimentos dinâmicos compensatórios. 
Em relação à estrutura do movimento, os exercícios dinâmicos dividem-se em cíclico, 
acíclico e misto (Zatsiorski, 1970). Os exercícios cíclicos caracterizam-se pela repetição múltipla 
dos ciclos de movimentos em relação à estrutura biomecânica. Ao fim de cada ciclo de movimentos, 
todas as partes do corpo do atleta voltam à posição inicial (corrida, natação, ciclismo), o que 
proporciona a possibilidade de repetir, durante muito tempo, os movimentos. Os exercícios 
acíclicos caracterizam-se pela variação no final do movimento em comparação com a inicial, o que 
exclui a possibilidade da repetição reiterada e ligada de tais movimentos (p. ex., arremessos e ações 
motoras nos jogos desportivos). Quanto aos exercícios mistos, são os que combinam os 
movimentos do tipo cíclico e acíclico (p. ex., o salto com vara). 
Dependendo do volume da massa muscular ativa que participa no movi-mento, os exercícios 
físicos classificam-se em exercícios localizados, regionais e globais (Sudakov, 1984). Os 
exercícios locais são aqueles em cuja realização participa até́ um terço de toda a massa muscular 
do corpo do atleta (p. ex., o exercício feito apenas com os músculos do braço ou da perna). Os 
regionais são os exercícios cuja realização envolve de um terço a dois terços de toda a massa 
muscular (p. ex., exercícios com halteres deitado). Os exercícios globais são os que envolvem 
mais de dois terços de toda a massa muscular (natação, corrida, esqui, etc.). 
O aperfeiçoamento físico do indivíduo adquire uma orientação especial de preparação 
somente quando os exercícios são escolhidos considerando-se sua significância para o 
aperfeiçoamento da atividade motora na modalidade desportiva praticada. A orientação especial 
constitui o pivô metódico que determina a estrutura e o conteúdo dos meios de preparação do atleta. 
É por isso que se utiliza mais amplamente, na teoria e na prática de preparação dos atletas, a 
classificação dos exercícios físicos segundo a medida de semelhança das características 
cinemáticas e dinâmicas das ações motoras que compõem o exercício físico dado, com as ações 
motoras que baseiam a modalidade escolhida da atividade competitiva. De acordo com esse indício, 
todos os exercícios físicos dividem-se em exercício competitivo, preparatório especial e 
preparatório geral. 
Exercício Competitivo 
(exatamente igual; completo; regras) 
É uma atividade motora integral, dirigida no sentido da solução da tarefa locomotora que 
constitui o objeto da competição e realizada de acordo com as regras da modalidade desportiva. 
É importante distinguir os exercícios propriamente competitivos, realizados em condições reais, com 
todos os requisitos próprios das competições. A forma de treino (modelo) do exercício competitivo 
coincide com a primeira forma pelas principais características cinemáticas e dinâmicas dos 
movimentos, mas cumpre-se nas condições do treino e é dirigida para a solução das tarefas deste. 
Como exemplo, podemos mencionar o combate no boxe ou a corrida na distância igual à de 
competição, objetivando obter o resultado máximo, etc. Os exercícios competitivos, são conhecidos 
também como fundamentais. 
Exercício Preparatório Especial 
(próximo ao gesto da modalidade, por ex. movimento do passe no futebol, jogo com campo 
reduzido) 
Representa o exercício que é muito parecido, pelo seu parâmetro, com os competitivos. A 
especialização é um princípio importantíssimo de aperfeiçoamento em qualquer tipo de atuação. É 
por isso que tais exercícios representam o principal meio que condiciona as melhoras dos resultados 
desportivos. É necessário destacar que os exercícios preparatórios especiais não são idênticos aos 
exercícios competitivos; do contrário, não haveria razão alguma para recorrer a eles. Tais exercícios 
são utilizados para assegurar a influência seletiva e mais considerável que corresponde aos 
parâmetros determinados do exercício competitivo integral (Matveev, 1991). Os exercícios 
preparatórios especiais representam a modelagem seletiva dos componentes da atividade 
competitiva. Eles têm importância muito grande na preparação especializada do atleta, pois, nas 
etapas iniciais de preparação, é inacessível o cumprimento integral do exercício competitivo, devido 
ao baixo nível de condição. Mas existe a possibilidade de modelar, no processo de treino, alguns 
parâmetros, com a reprodução limitada simultânea de outros. Tudo isso torna acessível a realização 
do exercício. 
Os exercícios preparatórios especiais aproximam-se paulatinamente, pelos seus 
parâmetros, dos competitivos. Como exemplo de tal modelagem parcial, pode servir o de um ciclista 
quando pedala em ritmo de competição, mas com as transmissões baixas ou nas corridas com uma 
motocicleta líder. Nesse caso, um parâmetro corresponde completamente ao parâmetro orientado 
ao ritmo de movimentos, e o outro limita-se ao regime de força do exercício. Nas modalidades 
cíclicas desportivas, são muito difundidos os exercícios preparatórios especiais, em que se planifica 
o cumprimento de distâncias mais curtas do que a distância de competição, mas com a velocidade 
de competição, ou, pelo contrário, trechos mais longos, mas com a velocidade abaixo da de 
competição. Nas modalidades complexas de coordenação, como, por exemplo, na ginástica, pode 
ser utilizado o exercício com a execução de toda a combinação de competição, mas com a 
distribuição mais prolongada no tempo dos elementos do que no exercício de competição 
(competitivo). 
Exercício Preparatório Geral 
(não é específico da modalidade; treinos parciais; força; potência) 
É o exercício que tem ou não semelhança com os principais exercícios competitivos. Uma 
vez que o organismo humano representa algo único, o desenvolvimento de algumas qualidades não 
ocorre isoladamente do desenvolvimento das outras. A especialização extremamente estreita, 
quando se ignora o necessário desenvolvimento multilateral, contradiz o desenvolvimento natural 
do organismo. É extremamente importante levar isso em consideração nas idades infantil e juvenil. 
Toda a experiência da preparação dos atletas mostra que a especialização desportiva bem-
sucedida, em certa modalidade, é condicionada, em grande medida, pelo desenvolvimento físico 
multilateral. De acordo com essa disposição, a melhora do nível geral das habilidades funcionais do 
organismo do atleta possui um significado primordial para a especialização desportiva bem-
sucedida. Essa importante tarefa de preparação é resolvida com a ajuda dos exercícios 
preparatórios gerais. 
A prática do desporto acumulou, durante toda a sua história, enorme quantidade de 
exercícios preparatórios gerais. No entanto, ao resolver as tarefas de preparação, considerando sua 
orientação especial, escolhe-se a composição dos meios de preparação geral do atleta de modo 
que se possa contribuir justamente para o desenvolvimento das qualidades que têm significado 
dominante na modalidade desportiva escolhida praticada. Todos os meios de treinamento 
desportivo até agora apontados não são apenas formas de preparação física, mas de preparação 
técnica, tática e psicológica. Ao mesmo tempo em que se utilizam os meios específicos, empregam-
se formas variáveis de preparação intelectual, moral e estética. 
 
Método de exercício de carga contínua 
Caracteriza-se pela execução prolongada do exercício sem alteração frequente do ritmo. As 
mudanças no ritmo de carga são programadas anteriormente e podem ser enfocadas na prática de 
diversas formas. 
O método de exercíciocontínuo pode ser controlado na sua intensidade pelos parâmetros 
de frequência cardíaca, concentração de lactato e velocidade média de execução do exercício: o 
volume é controlado pelo tempo de duração ou mesmo pela metragem total da atividade. O 
importante é que o treinador observe com qual dinâmica de carga ele pretende ministrar o trabalho, 
pois isso tem relação direta com o nível que apresenta o desportista. 
Método de exercício de carga intervalada 
O exercício de carga intervalada deve ser estruturado levando em consideração o objetivo 
do treino. Esse tipo de exercício auxilia no desenvolvimento aeróbio, anaeróbio alático, anaeróbio 
lático, nos trabalhos de flexibilidade, de força, técnico e na coordenação de movimentos. Ao 
organizar a sessão de treinamento, o treinador seleciona a dinâmica da carga coerente com seu 
objetivo de treino, determinando, assim, as dinâmicas a serem utilizadas ou mesmo o número de 
repetições ou séries que deverão compor o programa de treinamento. 
A intensidade e o volume estão diretamente relacionados com o tipo de desporto. Os 
exercícios intervalados devem ser prioridades nos desportos de luta, jogos coletivos e em uma série 
de outros desportos de curta duração. 
 
Cargas de trabalho no treinamento esportivo 
“carga de treinamento” entende-se a medida quantitativa do trabalho de treinamento 
desenvolvido. 
- Quantificar em relação ao trabalho muscular que o atleta exerce (ativ: cíclicas pode ser em horas, 
por ex./ na musculação pode ser: series x repetições x peso). 
- carga de trabalho = sessão de treinamento. 
Ciclo de supercompensação e adaptação 
A dinâmica dos processos adaptativos tem sido tema de estudo científico. Weigert, citado por 
Zhelyazkov (2001), comprovou, em seus estudos, que, quando o músculo suspende sua atividade e com isso 
detém a degradação ativa de suas substâncias, os processos de ressíntese iniciam com tanta intensidade 
que os recursos energéticos gastos durante certo período depois do trabalho (carga) alcançam um nível mais 
alto do que o inicial. Esse estado é chamado pelo autor de fase de supercompensação. Consequentemente, 
somente depois da excitação, após o estado de trabalho da matéria viva, se observa um intenso metabolismo, 
o qual auxilia o organismo a se recuperar e autorrenovar em um nível estrutural e funcional qualitativamente 
mais alto. 
• O fenômeno do 
treinamento chamado 
supercompensação, 
também conhecido como lei 
de Weigert da 
supercompensação e que 
denominou a síndrome geral 
de adaptação (base da 
sobrecarga progressiva). 
• Supercompensação é 
uma relação entre trabalho e 
regeneração que conduz a 
adaptação física superior 
bem como à estimulação 
metabólica e 
neuropsicológica. 
(Após o exercício você tem 
uma depressão das suas funções/sistemas, mas depois você começa a se recuperar e tem um 
processo adaptativo, com uma melhora em relação ao estado anterior ao trabalho / A questão do 
treinamento não envolve somente quesitos físicos, mas também psicológicos). 
 
Plano de acordo ao nível de tolerância 
• Idade biológica e cronológica; 
• Idade de treinamento; 
• Histórico de treinamento; 
• Status de saúde; 
• Estresse e a taxa de recuperação. 
Idade biológica e cronológica 
A idade biológica é mais precisa que a idade cronológica. 
Um dos melhores indicadores é a maturação sexual, pois indicam um aumento dos níveis de testosterona 
circulante. 
Combinação de altas cargas e altos volumes é preocupante para atletas jovens em função do 
desenvolvimento de lesões. 
Idade de treinamento 
É definida como o número de anos em que o indivíduo tem estado a preparer-se para um atividade esportiva; 
é diferente da idade biológica. 
Histórico de treinamento 
Um atleta que empreendeu substancial treinamento multilateral tem mais probabilidade de desenvolver os 
níveis de aptidão necessários para tolerar altas cargas de trienamento em comparação com um atleta menos 
bem treinado. 
Status de saúde 
Um atleta doente ou lesado terá sua capacidade de trabalho reduzida e muitas vezes não será capaz de 
tolerar as cargas de treinamento prescritas. 
Estresse e a taxa de recuperação 
Fatores do dia a dia que afetam a tolerância ao treinamento. Ex.: Viagens, demandas de trabalho extra. 
 
Aperfeiçoamento ao treinamento 
• Estímulo (carga) crescente → adaptação → melhoria do desempenho 
• Falta de Estímulo → platô → falta de melhoria 
• Estímulo excessivo → má-adaptação → redução no desempenho 
 
A adaptação a longo prazo do 
organismo do atleta ao 
processo de treinamento 
pode ocorrer de várias formas 
(Meerson, 1986; Meerson; 
Pshennikova, 1988; Platonov, 
1988): 
1. acúmulo de elementos 
estruturais dos órgãos e dos 
tecidos que asseguram o 
crescimento de suas reservas 
funcionais, tais como o aumento 
do volume de massa muscular, 
o crescimento do consumo 
máximo de oxigênio, etc.; 
2. aperfeiçoamento da 
estrutura coordenadora dos 
movimentos; 
3. aperfeiçoamento dos 
mecanismos reguladores que 
asseguram a atividade de 
diversos componentes do 
sistema funcional do organismo; 
4. adaptação psicológica às 
particularidades da atividade 
competitiva, aos meios de influência de treinamento e às condições do treinamento em competição. 
Especificidade da adaptação 
Neuromuscular: Aumentar a eficiência dos movimentos e aumentar a taxa de disparo da unidade motora (taxa 
de codificação); 
Metabólica: Aumentar os estoques de CrP, glicogênio, diminuir o acúmulo de ácido lático; 
Cardiopulmonar: Aumentar o VO2 máx, aumentar o volume do ventrículo esquerdo e aumentar o volume do 
pulmão. 
 
Fases de 
supercompensação 
• Fase I – Duração de 
1 à 2 horas. 
• Fase 2 – Duração 24 
à 48 h. 
• Fase III – 36 à 72 
horas 
• Fase IV - Duração de 
3 à 7 dias 
 
 
 
 
• Atletas de alto rendimento 
desenvolvem melhor 
quando participam de 
seções de treinamento 
com maior frequência. 
 
 
 
 
 
 
• Alta frequência de 
estímulos máximos podem 
prejudicar o desempenho. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Conteúdo da carga 
A carga pode ser determinada por dois aspectos do treinamento: o primeiro é o nível de especificidade, e o 
segundo é o potencial de treinamento. 
a) Nível de especificidade: ocorre pela maior ou menor similaridade ao exercício competitivo. Isso 
permite englobar os exercícios em dois grupos: os de preparação especial e os de preparação geral. 
b) Potencial de treinamento: define-se como a forma em que a carga estimula a condição do atleta. O 
potencial de treinamento dos exercícios reduz-se com o crescimento da capacidade de rendimento, por isso 
surge a necessidade de variar os exercícios e usa-se a intensidade para seguir alcançando implementos em 
seu rendimento. 
A eficiência de um programa de treinamento decorre de manipulações de: 
Volume - Tempo, distância ou repetições; 
Intensidade - peso, velocidade ou potência de saída; 
Densidade - frequência (frequência/dias). 
Volume 
Componente primário do treinamento. 
(em atividade aeróbias é fácil, é a distância que você percorre. Se eu corri 5km ao invés de 2km, eu posso 
ter mexido na velocidade, mas eu fiz uma distância muito maior, um volume muito maior. Duração também, 
se eu corri 30 min e depois eu corri 40, eu aumentei o volume da carga de trabalho. Em musculação já é mais 
difícil; depende do peso que peguei, quantos exercicios para cada grupamente, quantas series; uso series x 
repetições x peso kg; se você pegou 600kg numa semana e 700kg na outra semana, alguma coisa você 
aumentou, n° de exercícios, n° de séries...). 
O volume do treinamento incorpora as seguintes partes essenciais: 
- O tempo ou duração do treinamento; 
- A distância coberta ou volume de carga no treinamento resistido(ou seja volume de carga = series 
de treinamento x repetições x resistência em quilogramas); 
- O número de repetições de um exercício ou elemento técnico que um atleta exeuta num dado 
tempo. 
A definição mais simplista de volume seria a quantidade total de atividade executada no 
treinamento. 
Como avaliar o volume de treinamento? 
• Para esportes como corrida, ciclismo, canoagem e remo, a unidade é distância percorrida. 
• No levantamento de peso é volume de carga ou toneladas métricas do treinamento, expressas em 
quilogramas (volume de carga = sérias x repetições, por si só, são consideradas como uma estimative pobre 
do trabalho realizado. 
• Repetições podem ser usados para atividades pliométricas ou atletismo. 
• O tempo parece ser um denominador comum para maioria dos esportes, embora a expressão 
apropriada de volume possa ser um fator de tempo e distância (correr 12 km em 60 min). 
Quais são os métodos para aumentar o volume de treinamento do atleta? 
Três métodos eficazes: 
Aumentar a densidade (ou seja, frequência) do treinamento; 
Aumentar o volume dentro da sessão de treinamento; 
Fazer as duas coisas. 
Intensidade 
- Definição de intensidade no esporte seria o trabalho realizado por um espaço de tempo ou 
potência de saída, força de oposição ou velocidade de progressão. 
- Quanto mais trabalho o atleta executa por unidade de tempo maior será a intensidade. 
(nível de contração muscular e duração da contração; por ex. o volei, 2 horas uma partida, mas o tempo de 
contração dos atletas é reduzido, quando ele corre, salta e corta; musculação, por ex. você não fica 1 hora 
em contração, você faz uma série, descansa, faz outra; na verdade, avalia-se o tempo de contração; uma alta 
intensidade de contração é em tempo reduzido, você não consegue fazer sua força máxima por uma hora). 
 
Método de intensidade baseado no Sistema de energia primária envolvida na atividade 
 
Zonas de intensidade 1 – Exercícios nessa zona dependem quase que exclusivamente do metabolismo 
anaeróbio e duram até 6 s. 
A intensidade nessa zona é mais alta que o VO2máx do atleta. 
Principal Sistema de síntese de ATP é o Sistema Fosfagênio (ATP-CP). 
Exercícios nessa intensidade geram um deficit de oxigênio grande e são limitados pelo conteúdo de ATP-CP. 
(eventos de contração muscular de altísssima força e pontência que durem intervalo menor ou igual a 6 
segundos; porque eu não consigo manter a carga de trabalho além desse tempo; Sistema prioritário: via 
metabólica anaeróbica; predominantemente ATP-PC; exercícios próximo ao máximo de força) 
Zonas de intensidade 2 – É uma zona de alta intensidade, incluindo atividade que duram de 6 e 30 s (ex 
corrida de 100 e 200 m). 
O metabolismo tem a combinação do Sistema fosfagênio e do Sistema glicolítico para suportar essa 
intensidade. 
Há um acúmulo de lactato devido ao metabolismo glicolítico aumentado. 
(séries realizadas p/ hipertrofia na musculação por exemplo; continua sendo predominantemente anaeróbias, 
só que a fosfocreatina acaba nos 6s e a glicólise anaeróbia, via anaeróbia lática [glicose virando → piruvato 
e piruvato virando → lactato] entra para complementar; então aqui eu já começo a ter um aumento na 
produção de lactato). 
Zonas de intensidade 3 – Estão relacionadas a atividades moderadamente altas que duram de 30s à 2 min. 
O metabolismo tem a combinação do Sistema glicolítico rápido e lento. 
Há um acúmulo de lactato devido ao metabolismo glicolítico. 
(exercícios que durem 30s a 2min antes de gerar fadiga são anaeróbicos; é a zona que mais produz lactato). 
Zonas de intensidade 4 – Estão relacionadas a atividades moderadas que duram de 2 a 3 min. 
O metabolismo tem a combinação do Sistema glicolítico lento e via oxidativa. 
A maioria das atividades classificadas nesta zona conta igualmente comsistemas de energia aeróbios e 
anaeróbios. 
(é anaerobia mas com alta dependência das vias aeróbias para produção de energia; atividade intensa que 
você pode até prolonger ela para faixas aeróbias, mas vai te gerar uma fadiga precoce). 
Zonas de intensidade 5 – Estão relacionadas a atividades moderadamente baixas que duram de 3 a 30 min 
- Ex.: 1500 m. 
O metabolismo oxidativo é predominante e um suporte cardiovascular é fundamental para o sucesso nessa 
atividade. 
(predominantemente aeróbio; intensidade alta, consigo prolongar o tempo; até 30 minutos) 
Zonas de intensidade 6 – Estão relacionadas a atividades de baixa intensidade - Ex.: maratona, triatlo, 
ciclismo. 
O metabolismo oxidativo é predominante e um suporte cardiovascular é fundamental para o sucesso nessa 
atividade. 
(quando falo das vias aeróbias, posso gerar energia via carboidratos ou via lipidios; baixa intensidade uso 
mais lipidios). 
 
 
Organização da carga 
Entende-se por organização de carga a sistematização no período de tempo determinado. 
a) a distribuição da carga durante o tempo; Ex: sessão, microciclo, mesociclo e macrociclo. 
b) A interconexão dessas cargas. Ex: os exercícios de caráter aeróbio são executados depois 
das cargas do tipo anaeróbio alático. 
Assim, quando visualizamos a carga do ponto de vista pedagógico, ela se divide em máxima (90-
100%), submáxima (75-90%), média (60-75%), moderada (45-60%), baixa (30-45%) e insignificante 
(até 30%), e cada um desses estímulos apresenta suas características específicas. 
 
Relação VOLUME vs INTENSIDADE 
• A periodização do treinamento tenta 
atingir resultados de volume e intensidade 
de treinamento de forma flutuante. 
 Quando a intensidade é alta o volume é 
baixo 
 Quanto maior a carga de trabalho maior 
o estresse fisiológico (diminuição dos 
substratos energéticos), aumento em 
distúrbios hormonais e aumento de fadiga 
neuromuscular. 
 Altas cargas de trabalho desenvolvem 
aptidão aeróbia. 
 
Quais são as estratégias para aumentar 
a carga de trabalho. 
• A) Aumentar o n. de repetições por série aumentar a distância com uma diminuição de 
intensidade 
• B) aumentar o número de series, exercícios ou ambos. 
• C) Manipular a densidade de treinamento (E.: a frequência de treinamento dentro do 
microciclo ou dia de treinamento). 
Variação do treinamento no decorrer do ano 
• Com a evolução do atleta o volume diminuirá enquanto a intensidade irá aumentar. 
• Mais ênfase deve ser dada ao treinamento tático e técnico. 
Dinâmica para aumentar volume e intensidade 
Estratégias para alterar o volume de treinamento: 
- Aumentar a duração da sessão de treino; 
- Aumentar a densidade do treinamento; 
- Aumentar o número de repetições, series, exercícios ou elementos técnicos por sessão de 
treinamento; 
- Aumentar a distância percorrida ou a duração por repetição ou exercício. 
Estratégias para alterar a intensidade do treinamento: 
 - Aumentar a velocidade do movimento; 
 - Aumentar a carga no treinamento de força; 
 - Aumentar a potência de saída; 
 - Diminuir o interval de repouso entre repetições ou 
exercícios táticos; 
 - Exigir que o atleta realize trabalho de treinamento 
aeróbio, intervalado ou tático numa maior porcentagem da 
FC; 
 - Aumentar o número de competições na fase de 
treinamento. 
 
Metabolismo Energético 
Energia 
É definida como a capacidade de realizar trabalho, mas isso não diz respeito às muitas funções 
biológicas que dependem da produção e da liberação de energia. 
Fosfato de alta energia 
ATP – Adenosina Trifosfato - 
Composto de adenina, ribose e três 
grupos fosfatos 
➢ Formação 
ADP + Pi → ATP 
➢ Degradação 
ATP + H2O → ATPase → ADP + Pi 
+ Energia 
Fontes de energia: 
➢ Os alimentos, 
pricipalmente os carboidratos e as 
gorduras, são compostos por 
carbono, hidrogênio e oxigênio; 
➢ No caso das proteínas, 
são formadas por nitrogênio. 
 
Carboidratos 
A quantidade de carboidratos utilizada durante o exercício está relacionada tanto à disponibilidade de carboidratos como 
ao sistema bem desenvolvidodos músculos para o metabolismo dessas substâncias. Em última análise, todos os 
carboidratos são convertidos em açúcar simples com seis carbonos, a glicose, um monossacarídio (açúcar simples, ou 
de uma unidade) que é transportado através do sangue para todos os tecidos do corpo. Em condições de repouso, o 
carboidrato ingerido é armazenado nos músculos e no fígado na forma de um polissacarídio mais complexo (moléculas 
múltiplas de açúcar interligadas), 
o glicogênio, que é estocado no 
citoplasma das células 
musculares até que elas o 
utilizem na formação de ATP. O 
glicogênio armazenado no 
fígado é convertido de volta em 
glicose, conforme a 
necessidade, e, em seguida, 
transportado pelo sangue até os 
tecidos ativos, onde será 
metabolizado. Reservas de 
glicogênio no fígado e no 
músculo são limitadas e podem 
exaurir-se durante um exercício 
prolongado e intenso, 
especialmente se associado a 
uma dieta que contenha uma 
quantidade insuficiente de 
carboidratos. Dessa forma, é 
necessário contar com abundantes fontes dietéticas de açúcar e amido para reabastecer continuamente as reservas de 
carboidrato. Sem uma ingestão adequada desses compostos, os músculos podem ficar desprovidos de sua principal fonte 
de energia. Além disso, os carboidratos são a única fonte de energia utilizada pelo cérebro; portanto, sua depleção severa 
resulta em efeitos cognitivos negativos. 
Gorduras 
A gordura proporciona uma quantidade considerável da energia utilizada durante o exercício prolongado e menos intenso. 
As reservas corporais de energia potencial na forma de gordura são substancialmente maiores do que as reservas de 
carboidrato, tanto em termos de peso como de energia potencial. Mas a gordura não é tão rapidamente disponível para o 
metabolismo celular porque, em primeiro lugar, precisa ser reduzida de sua forma complexa (triglicerídio) até seus 
componentes básicos, glicerol e ácidos graxos livres (AGL). Apenas AGL são utilizados para a formação de ATP. 
Uma quantidade substancialmente maior de energia é derivada da quebra de um grama de gordura (9,4 kcal/g), em 
comparação com a mesma quantidade de carboidrato (4,1 kcal/g). Não obstante, a velocidade de liberação da energia da 
gordura é demasiadamente lenta para atender a todas as demandas energéticas da atividade muscular intensa. Outros 
tipos de gorduras encontrados no corpo atendem a funções não geradoras de energia. Fosfolipídios constituem um 
componente estrutural fundamental de todas as membranas celulares e formam bainhas protetoras em torno de alguns 
nervos calibrosos. Esteroides são encontrados em membranas celulares, funcionando também como hormônios ou 
elementos formadores de hormônios, como estrogênio e testosterona. 
Proteínas 
A proteína também pode ser utilizada, em determinadas circunstâncias, como uma fonte de energia menor, mas 
primeiramente deve ser convertida em glicose. No caso de grande depleção de energia ou de inanição, a proteína pode 
até mesmo ser utilizada para gerar AGLs a fim de se obter energia celular. O processo pelo qual a proteína ou gordura é 
convertida em glicose é denominado gliconeo-gênese. O processo de conversão de proteína em ácidos graxos é 
denominado lipogênese. A proteína pode atender até 5 ou 10% da energia necessária para que seja possível se manter 
um exercício prolongado. Apenas as unidades mais básicas da proteína – os aminoácidos – podem ser utilizadas para a 
obtenção de energia. Um grama de proteína fornece cerca de 4,1 kcal. 
 
Sistemas Básicos de Energia 
As células podem estocar apenas quantidades limitadas de ATP e devem gerar constantemente novo ATP para fornecer 
energia necessária para todo o metabolismo celular, incluindo a contração muscular. As células geram ATP por meio de 
qualquer uma das (ou uma combinação das) três rotas metabólicas: 
1. sistema ATP-PCr; 2. sistema glicolítico (glicólise); 3. sistema oxidativo (fosforilação oxidativa). 
Os primeiros dois sistemas podem ocorrer na ausência de oxigênio e são chamados em conjunto de metabolismo 
anaeróbio. O terceiro sistema necessita de oxigênio e por isso é chamado de metabolismo aeróbio. 
Sistema ATP-PCr 
O mais simples dos sistemas de energia é o sistema ATP-PCr, mostrado na Figura 2.5. Além de armazenar 
uma quantidade muito pequena de ATP, as células contêm outra molécula 
de fosfato de alta energia; essa molécula, que armazena energia, é 
denominada fosfocreatina, ou PCr (também chamada de fosfato de 
creatina). Essa rota simples envolve a doação de um Pi da PCr para o ADP, 
para formação de ATP. Ao contrário do ATP livremente disponível na célula, 
a energia liberada pela ruptura de PCr não é utilizada de forma direta na 
obtenção de trabalho celular. Em vez disso, essa energia serve para 
regenerar o ATP, a fim de que seja mantida uma reserva relativamente 
constante em condições de repouso. 
A liberação de energia pela PCr fica facilitada pela enzima creatina 
quinase, que atua na PCr para separar Pi da creatina. Então, a energia 
liberada pode ser utilizada na adição de um Pi 
a uma molécula de ADP, formando ATP. Com a liberação de energia do ATP 
pela separação do grupo fosfato, as células podem evitar a depleção do ATP 
mediante a quebra na molécula de PCr, fornecendo energia e Pi para a reforma do ATP a partir do ADP. 
Quando o exercício intenso é iniciado, uma pequena quantidade disponível de ATP nas células musculares é 
quebrada para energia imediata, produzindo o ADP e Pi. A concentração aumentada de ADP acentua a atividade da 
creatina quinase, e a CP é catabolizada para formação de ATP adicional. À medida que o exercício progride e o ATP 
adicional é gerado pelos outros dois sistemas energéticos – os sistemas 
glicolítico e oxidativo –, a atividade da creatina quinase é inibida. 
Esse processo de quebra de PCr para formação de ATP é rápido e 
pode ser efetuado sem nenhuma estrutura especial no interior da célula. O 
sistema ATP-PCr é classificado como metabolismo no nível de substrato. 
Embora possa ocorrer em presença de oxigênio, esse processo não depende 
dessa substância. 
Durante os segundos iniciais de atividade muscular intensa (p. ex., 
em uma corrida de velocidade), o ATP é mantido em um nível relativamente 
constante, mas o nível de PCr declina continuamente com seu uso para a 
recuperação do ATP exaurido (ver Fig. 2.6). Mas, por ocasião da exaustão, 
tanto os níveis de ATP como os de PCr estarão bastante baixos e incapazes 
de proporcionar a energia para novas contrações e relaxamentos. Assim, a 
capacidade de manter níveis de ATP com a energia proveniente de PCr é 
limitada. A combinação das reservas de ATP e PCr pode suprir as 
necessidades energéticas dos músculos por apenas 3 a 15 s durante uma 
corrida de velocidade em máximo esforço. Além desse ponto, os músculos precisam contar com outros processos de 
formação de ATP: a combustão glicolítica e oxidativa dos combustíveis. 
Sistema Glicolítico 
O sistema ATP-PCr tem capacidade limitada de geração de ATP para energia, durando apenas poucos 
segundos. O segundo método de produção de ATP envolve a liberação de energia por meio do fracionamento (“quebra”) 
da glicose. Esse sistema é denominado sistema glicolítico porque envolve glicólise, que é o fracionamento da glicose 
por sua passagem por uma via que envolve uma sequência de enzimas glicolíticas. A glicólise é uma rota mais complexa 
do que o sistema ATP-PCr. 
A glicose representa cerca de 99% de todos os açúcares circulantes no sangue. A glicose sanguínea provém da 
digestão de carboidratos e da utilização do glicogênio hepático. O glicogênio é sintetizado a partir da glicose por um 
processo denominado glicogênese e é armazenado no fígado ou no músculo, onde permanece até se fazer necessário. 
Nesse ponto, o glicogênio é fracionado até glicose-1-fosfato, que ingressa na via da glicólise em um processo chamado 
de glicogenólise. 
Antes queseja possível utilizar glicose 
ou glicogênio para gerar energia, essas 
substâncias precisam ser convertidas em um 
composto chamado de glicose-6-fosfato. Ainda 
que o objetivo da glicólise consista em liberar 
ATP, a conversão de uma molécula de glicose 
em glicose-6-fosfato exige a presença de uma 
molécula de ATP. Na conversão do glicogênio, 
a glicose-6-fosfato é formada a partir da glicose-
1-fosfato sem esse consumo de energia. 
Tecnicamente, a glicólise inicia-se assim que 
ocorre a formação de glicose-6-fosfato. A 
glicólise depende de 10 a 12 reações 
enzimáticas para a metabolização da glicose 
em ácido pirúvico, o qual é então convertido em 
ácido lático. Todos os passos e todas as 
enzimas envolvidas operam no citoplasma 
celular. O ganho final desse processo equivale 
a 3 mols de ATP formados para cada mol de 
glicogênio fracionado. Se for utilizada glicose 
em vez de glicogênio, o ganho será de apenas 
2 mols de ATP, porque 1 mol será utilizado para 
a conversão de glicose em glicose-6-fosfato. 
Obviamente, esse sistema de energia não 
produz grandes quantidades de ATP. Apesar 
dessa limitação, as ações combinadas dos 
sistemas ATP-PCr e glicolítico permitem a 
geração de força pelos músculos, mesmo em 
condições de limitação da reserva de oxigênio. 
Esses dois sistemas predominam durante os 
minutos iniciais do exercício de alta intensidade. 
Outra importante limitação da glicólise 
anaeróbia é que esse sistema provoca acúmulo 
de ácido lático nos músculos e nos líquidos 
corporais. A glicólise produz ácido pirúvico. 
Esse processo dispensa oxigênio, mas a 
presença dele determina o destino do ácido 
pirúvico. Sem a presença de oxigênio, o ácido pirúvico é convertido diretamente em ácido lático, um ácido cuja fórmula 
química é C3H6O3. A glicólise anaeróbia produz ácido lático, mas essa substância sofre rápida dissociação, ocasionando 
a formação de lactato. 
Em eventos realizados em velocidade máxima que durem apenas 1 ou 2 min, são altas as demandas que recaem 
sobre o sistema glicolítico, e os níveis musculares de ácido lático podem aumentar desde um valor em repouso de cerca 
de 1 mmol/kg até mais de 25 mmol/kg. Essa acidificação das fibras musculares inibe o prosseguimento da degradação 
do glicogênio, pois compromete a função das enzimas glicolíticas. Além disso, o ácido diminui a capacidade de ligação 
do cálcio pelas fibras e, portanto, pode impedir a contração muscular. 
A enzima limitadora de fluxo na rota glicolítica é a fosfofrutoquinase ou PFK. Como quase todas as enzimas 
limitadoras de fluxo, a PFK catalisa uma etapa inicial na rota: a conversão de frutose-6-fosfato para frutose-1,6-difosfato. 
Um aumento nas concentrações de ADP e Pi acentua a atividade da PFK e, portanto, aumenta a velocidade da glicólise, 
enquanto concentrações elevadas de ATP retardam a glicólise ao inibir a PFK. Além disso, pelo fato de a rota glicolítica 
alimentar o ciclo de Krebs para produção adicional de energia na presença de oxigênio (o tema será discutido mais à 
frente), produtos do ciclo de Krebs, especialmente citrato e íons hidrogênio, da mesma forma inibem a PFK. 
A velocidade de uso de energia pela fibra muscular durante o exercício pode ser 200 vezes superior do que em 
condições de repouso. Isoladamente, os sistemas ATP-PCr e glicolítico não podem fornecer toda a energia necessária. 
Além disso, esses dois sistemas não são capazes de atender a todas as necessidades energéticas de uma atividade de 
esforço máximo que se prolongue por mais de 2 min. Exercícios prolongados dependem do terceiro sistema de energia, 
o sistema oxidativo. 
Sistema Oxidativo 
O último sistema de produção de energia celular é o sistema oxidativo. Esse é o mais complexo dos três 
sistemas de energia, e apenas um breve resumo do processo será apresentado neste capítulo. O processo pelo qual o 
corpo “decompõe” os combustíveis com a ajuda do oxigênio para a geração de energia é chamado de respiração celular. 
Como há utilização do oxigênio, esse é um processo aeróbio. Diferente da produção anaeróbia de ATP que ocorre no 
citoplasma da célula, a produção oxidativa de ATP ocorre dentro de organelas celulares especiais denominadas 
mitocôndrias. Nos músculos, as mitocôndrias estão adjacentes às miofibrilas e também ficam dispersas por todo o 
sarcoplasma. 
Os músculos dependem de um suprimento permanente de energia para produzir continuamente a força 
necessária durante atividades prolongadas. Ao contrário da produção de ATP pelo processo anaeróbio, o sistema 
oxidativo tem sua velocidade de produção muito mais lenta; contudo, possui grande capacidade de produção de energia. 
Por essa razão, o metabolismo aeróbio é a principal via de geração de energia durante eventos de resistência aeróbia. 
Isso significa que os sistemas cardiovascular e respiratório ficam sob considerável demanda para o fornecimento de 
oxigênio para os músculos ativos. A produção da energia pelo sistema oxidativo pode ocorrer por meio de carboidratos 
(inicialmente pela glicólise) ou gorduras. 
 
Oxidação dos carboidratos 
Conforme ilustra a Figura 2.8, a produção oxidativa do ATP através de carboidratos envolve três processos: 
◆ glicólise (Fig. 2.8a); 
◆ ciclo de Krebs (Fig. 2.8b); 
◆ cadeia de transporte de elétrons (Fig. 2.8c). 
 
Glicólise 
No metabolismo dos 
carboidratos, a glicólise desempenha 
uma determinada função, tanto na 
produção anaeróbia como na produção 
aeróbia do ATP. O processo de 
glicólise é o mesmo, 
independentemente de haver ou não 
oxigênio presente. A presença de 
oxigênio determina apenas o destino 
do produto final – o ácido pirúvico. 
Lembre-se de que a glicólise anaeróbia 
produz ácido láctico e apenas 3 mols 
de ATP por mol de glicogênio, ou 2 
mols de ATP por mol de glicose. 
Entretanto, em presença de oxigênio, o 
ácido pirúvico é convertido em um 
composto conhecido como acetil 
coenzima A (acetil CoA). 
 
Ciclo de Krebs 
Uma vez formada, a acetil CoA entra no ciclo de Krebs (também 
chamado de ciclo do ácido cítrico ou ciclo do ácido tricíclico), uma série 
complexa de reações químicas que permitem a completa oxidação da 
acetil CoA (como mostra a Fig. 2.9). Lembre-se de que, para cada molécula 
de glicose que entra na rota glicolítica, duas moléculas de piruvato são 
formadas. Por isso, cada molécula de glicose que inicia o processo de 
produção de energia na presença de oxigênio resulta em dois ciclos de 
Krebs completos. Como destacado na Figura 2.8b (e demonstrado em 
mais detalhes na Fig. 2.9), a conversão de succinil CoA em succinato, no 
ciclo de Krebs, resulta na geração de trifosfato de guanosina, ou GTP, um 
composto de alta energia semelhante ao ATP. O GTP então transfere um 
Pi para o ADP para 
formar ATP. Esses dois ATPs (por molécula de glicose) são formados por 
fosforilação ao nível do substrato. Portanto, ao final do ciclo de Krebs, dois 
mols de ATP são formados diretamente, e o substrato (carboidrato original) 
é metabolizado em dióxido de carbono e hidrogênio. 
Como em outras vias envolvidas no metabolismo energético, as 
enzimas do ciclo de Krebs são reguladas por feedback negativo em 
diversas etapas do ciclo. A enzima limitadora de fluxo no ciclo de Krebs é 
a isocitrato desidrogenase, a qual, como a PFK, é inibida pelo ATP e 
ativada pelo ADP e Pi, assim como a cadeia de transporte de elétrons. 
Como a contração muscular depende da disponibilidade de cálcio na 
célula, o excesso de cálcio também estimula a enzima limitadora de fluxo 
isocitrato desidrogenase. 
 
 
Cadeia de transporte de elétrons 
Durante a glicólise, o íon hidrogênio é liberado quando a glicose é metabolizada em ácido pirúvico. Íons 
hidrogênio adicionais são liberados na conversão de piruvato a acetil-CoA e em diversas etapas durante o ciclo de Krebs. 
Se essa substância permanecesse no sistema, o interior da célula se tornariaexcessivamente ácido. O que acontece com 
esse hidrogênio? O ciclo de Krebs está acoplado a uma série de reações conhecidas como cadeia de transporte de 
elétrons (Fig. 2.8c). O hidrogênio liberado durante a glicólise, durante a conversão de ácido pirúvico em acetil-CoA, e 
também durante o ciclo de Krebs, se combina com duas coenzimas: nicotinamida adenina dinucleotídio (NAD) e flavina 
adenina dinucleotí-dio (FAD), convertendo cada uma a sua forma reduzida (NADH e FADH2, respectivamente). Durante 
cada ciclo de Krebs, três moléculas de NADH e uma molécula de FADH2 são produzidas. Essas coenzimas transportam 
os átomos de hidrogênio (elétrons) para a cadeia de transporte de elétrons, um grupo de proteínas mitocondriais 
complexas localizadas na membrana 
mitocondrial interna. Esse complexo de proteínas 
contém uma série de enzimas e proteínas que 
contêm ferro conhecidas como citocromos. Uma 
vez que elétrons de alta energia são passados de 
complexo para complexo ao longo dessa cadeia, 
alguma energia liberada por essas reações é 
usada para bombear H+, da matriz mitocondrial 
para o compartimento externo da mitocôndria. Na 
medida em que esses íons hidrogênios retornam 
pela membrana a favor do gradiente de 
concentração, energia é transferida para o ADP, 
e ATP é formado. Essa etapa final necessita de 
uma enzima conhecida como ATP sintase. Ao 
final da cadeia, H+ se combina com oxigênio para 
formar água, o que impede a acidificação da 
célula. Esse processo está ilustrado na Figura 
2.10. Considerando-se que esse processo 
depende do oxigênio como aceitador final de 
elétrons e H+, ele é conhecido como fosforilação 
oxidativa. 
Para cada par de elétrons transportado para a cadeia de transporte de elétrons pelo NADH, três moléculas de 
ATP são formadas, enquanto os elétrons que passam pela cadeia de transporte de elétrons pelo FADH produzem apenas 
duas moléculas de ATP. No entanto, em razão de NADH e FADH estarem do lado de fora da membrana mitocondrial, o 
H+ deve ser lançado através da membrana, o que necessita de utilização de energia. Então, na verdade, a produção 
líquida é de apenas 2,5 ATP por NADH, e 1,5 ATP por FADH. 
 
Produção de energia a partir da oxidação de carboidratos 
A oxidação completa de carboidrato pode gerar 32 moléculas de ATP, enquanto 33 ATP são produzidos a partir 
de uma molécula de glicogênio muscular. Os locais de produção do ATP estão resumidos na Figura 2.11. 
 A produção líquida de ATP a partir da fosforilação ao nível do substrato na rota glicolítica, levando ao ciclo de 
Krebs, resulta em um ganho líquido de dois ATPs (ou três do glicogênio). Um total de 10 moléculas de NADH que levam 
à cadeia de transporte de elétrons – dois na glicólise, dois na conversão do ácido pirúvico em acetil-CoA e seis no ciclo 
de Krebs – produzem 25 moléculas líquidas de 
ATP. Lembre-se de que, enquanto 30 ATPs são 
produzidos, o custo energético do transporte de 
ATP através das membranas usa cinco desses 
ATP. As duas moléculas de FAD no ciclo de 
Krebs que estão envolvidas no transporte de 
elétrons resultam em três ATP líquidos 
adicionais. E finalmente, a fosforilação ao nível 
do substrato no ciclo de Krebs que envolve a 
molécula de GTP adiciona outras duas 
moléculas de ATP. 
Contabilizar o custo energético do 
lançamento de elétrons através da membrana 
mitocondrial é um conceito relativamente novo 
na fisiologia do exercício, e muitos tratados 
ainda reportam a produção líquida de 36-39 
ATP por molécula de glicose. 
 
Oxidação das gorduras 
Conforme mencionado anteriormente, a gordura também contribui de maneira importante para as necessidades 
musculares de energia. As reservas musculares e hepáticas de glicogênio podem fornecer apenas cerca de 2.500 kcal 
de energia, mas a gordura armazenada no interior das fibras musculares e em células de gordura pode fornecer pelo 
menos 70.000 a 75.000 kcal, mesmo em um adulto magro. Embora muitos compostos químicos (como triglicerídios, 
fosfolipídios e colesterol) sejam classificados como gorduras, apenas os triglicerídios são fontes importantes de energia. 
Os triglicerídios são armazenados em adipócitos, entre fibras dos músculos esqueléticos e também no interior dessas 
fibras. Para que seja utilizado na obtenção de energia, um triglicerídio deve ser catabolizado até suas unidades mais 
simples: uma molécula de glicerol e três moléculas de AGL. Esse processo, denominado lipólise, é realizado por enzimas 
conhecidas como lipases. 
Ácidos graxos livres constituem a fonte principal de energia para o metabolismo de gorduras. Uma vez liberados 
do glicerol, os AGLs podem ingressar no sangue e ser transportados por todo o corpo, penetrando nas fibras musculares 
por difusão simples ou por difusão mediada por transportador (difusão facilitada). Sua velocidade de entrada nas fibras 
musculares depende do gradiente de concentração. O aumento da concentração sanguínea de AGLs facilita seu 
transporte para o interior das fibras musculares. 
 
Betaoxidação 
Lembre-se de que gorduras são estocadas em dois locais no corpo – dentro das fibras musculares e nas células 
do tecido adiposo chamadas adipócitos. A forma de estocagem de gorduras é o triglicerídio, o qual é quebrado em AGL 
e glicerol para o metabolismo energético. Antes que os AGL possam ser usados para a produção de energia, eles devem 
ser convertidos em acetil-CoA na mitocôndria, um processo chamado betaoxidação. O acetil-CoA é o intermediário comum 
por meio do qual entram todos os substratos no ciclo de Krebs para o metabolismo oxidativo. 
A betaoxidação é uma série de etapas na qual duas unidades carbono-acil são removidas da cadeia de carbono 
do AGL. O número de etapas depende do número de carbonos do AGL, geralmente entre 14 e 24 carbonos. Por exemplo, 
se um AGL originalmente apresenta uma cadeia com 16 carbonos, a betaoxidação produz oito moléculas de acetil-CoA. 
As unidades acil se tornam acetil-CoA, a qual então entra no ciclo de Krebs para a formação de ATP. Ao entrar na fibra 
muscular, os AGL devem ser enzimaticamente ativados com energia do ATP, preparando-os para o catabolismo (quebra) 
dentro da mitocôndria. Como na glicólise, a betaoxidação necessita de entrada de energia de dois ATP por ativação mas, 
diferentemente da glicólise, ela não produz ATP diretamente. 
 
Ciclo de Krebs e cadeia de transporte de elétrons 
Após a betaoxidação, o metabolismo das gorduras segue o mesmo caminho do metabolismo oxidativo dos 
carboidratos. A acetil CoA formada por betaoxidação entra no ciclo de Krebs. O ciclo de Krebs gera hidrogênio, que é 
transportado até a cadeia de transporte de elétrons juntamente ao hidrogênio gerado durante a betaoxidação, para sofrer 
fosforilação oxidativa. Como também ocorre no metabolismo da glicose, os subprodutos da oxidação dos AGL são ATP, 
H2O e dióxido de carbono (CO2). No entanto, a combustão completa de uma molécula de AGL depende de mais oxigênio, 
pois essa molécula contém uma quantidade consideravelmente maior de carbono em comparação com a molécula de 
glicose. 
A vantagem de haver mais carbono nos AGLs do que na glicose é a formação de mais acetil CoA a partir do 
metabolismo de determinada quantidade de gordura, e, assim, mais moléculas de acetil CoA ingressam no ciclo de Krebs 
e mais elétrons são enviados à cadeia de transporte de elétrons. É por isso que o metabolismo das gorduras pode gerar 
uma quantidade maior de energia em comparação com o metabolismo da glicose. Ao contrário da glicose ou do glicogênio, 
gorduras são heterogêneas, e a quantidade de ATP produzida depende da gordura específica oxidada. Considere o 
exemplo do ácido palmítico, um AGL de 16 carbonos bastante abundante. As reações combinadas de oxidação, do ciclo 
de Krebs e da cadeia de transporte de elétrons produzem 129 moléculas de ATP a partir de uma molécula de ácido 
palmítico, em comparação com apenas 32 moléculasde ATP a partir da glicose, ou 33 a partir do glicogênio. 
 
Oxidação das proteínas 
Conforme demonstrado anteriormente, carboidratos e ácidos graxos são os combustíveis preferidos pelo 
organismo. Mas também são utilizadas proteínas, ou melhor, os aminoácidos que formam essas substâncias na produção 
de energia em algumas circunstâncias. Alguns aminoácidos podem ser convertidos em glicose, um processo denominado 
gliconeogênese. De modo alternativo, alguns podem ser convertidos em diversos intermediários do metabolismo oxidativo 
(p. ex., piruvato ou acetil CoA) para ingressar no processo oxidativo. 
A produção de energia a partir de proteína não é determinada de forma tão fácil como nos casos dos carboidratos 
ou das gorduras, uma vez que a proteína também contém nitrogênio. Quando os aminoácidos são catabolizados, parte 
do nitrogênio liberado é utilizada para formar novos aminoácidos, mas o nitrogênio restante não pode ser oxidado pelo 
corpo. Em vez disso, é convertido em ureia e, em seguida, excretado, principalmente pela urina. Essa conversão requer 
o uso do ATP e, assim, alguma energia é consumida nesse processo. Quando a proteína é degradada por combustão no 
laboratório, a produção de energia é de 5,65 kcal/g. Contudo, visto que a energia se perde na conversão do nitrogênio 
em ureia, quando a proteína é metabolizada no corpo, a produção de energia fica apenas em cerca de 4,1 kcal/g. Para 
avaliar com precisão a velocidade do metabolismo da proteína, é preciso determinar a quantidade de nitrogênio que está 
sendo eliminado do corpo. Essas determinações dependem da coleta de urina por períodos de 12 a 24 h – um processo 
demorado. Considerando-se que o corpo sadio utiliza pouca proteína durante o repouso e o exercício (habitualmente não 
mais de 5 a 10% da energia total despendida), em geral as estimativas de consumo de energia ignoram o metabolismo 
das proteínas. 
 
Interação dos Sistemas de Energia 
Os três sistemas de energia não funcionam de maneira independente entre si, e nenhuma atividade tem 100% 
de suporte de um único sistema de energia. Quando uma pessoa está se exercitando com a máxima intensidade possível, 
desde as corridas de velocidade mais curtas (menos de 10 s) até os eventos de resistência (acima de 30 min), cada um 
dos sistemas de energia está contribuindo para o atendimento das necessidades totais de energia do corpo. Todavia, 
geralmente ocorre o predomínio de um sistema de produção de energia, exceto quando há transição da predominância 
de um sistema de energia para outro. Para exemplificar, em uma corrida de velocidade de 10 s para 100 m rasos, o ATP-
PCr é o sistema de produção de energia predominante, porém, tanto o sistema glicolítico anaeróbio como o sistema 
oxidativo contribuem com pequena parte da energia necessária. No outro extremo, em uma corrida de 10.000 m com 
duração de 30 min, há predominância do sistema oxidativo, mas os 
sistemas ATP-PCr e glicolítico anaeróbio também contribuem com certa 
quantidade de energia. 
A Figura 2.13 exibe a relação recíproca entre os sistemas de 
energia com relação à potência e à capacidade. O sistema de energia 
ATP-PCr pode fornecer energia em uma velocidade mais rápida, mas tem 
baixa capacidade de produção de energia. Assim, esse sistema sustenta 
o exercício que seja intenso, mas com duração muito curta. 
Diferentemente, a oxidação da gordura é mais demorada e produz energia 
em menor velocidade; entretanto, a quantidade de energia que pode ser 
produzida nesse sistema é ilimitada. 
 
Capacidade oxidativa do músculo 
Tem sido possível verificar que os processos do metabolismo 
oxidativo resultam nas maiores produções de energia. Seria ideal se esses 
processos sempre funcionassem na capacidade de pico. Mas, assim como 
ocorre com todos os sistemas fisiológicos, esses processos operam dentro 
de certos limites. A capacidade oxidativa do músculo (QO2) é uma medida 
da capacidade máxima de utilização do oxigênio. Essa medição é 
realizada no laboratório, onde uma pequena quantidade de tecido 
muscular pode ser testada para determinar sua capacidade de consumir 
oxigênio em uma situação de estimulação química para a geração de ATP. 
Atividade enzimática 
É difícil determinar a capacidade das fibras musculares de oxidar 
carboidratos e gorduras. Numerosos estudos demonstraram a existência 
de uma estreita relação entre a 
capacidade de um músculo de 
realizar exercício aeróbio prolongado e a atividade de suas enzimas oxidativas. 
Como são necessárias muitas enzimas para a oxidação, a atividade enzimática 
das fibras musculares proporciona uma indicação razoável de seu potencial 
oxidativo. 
É impraticável a mensuração de todas as enzimas nos músculos. 
Assim, foram selecionadas algumas enzimas representativas para refletir a 
capacidade aeróbia das fibras. As enzimas mais frequentemente medidas são 
succinato desidrogenase e citrato sintase, enzimas mitocondriais envolvidas no 
ciclo de Krebs (ver Fig. 2.9). A Figura 2.14 ilustra a estreita relação entre a 
atividade da succinato desidrogenase no músculo vasto lateral e a capacidade 
oxidativa do músculo. Músculos de atletas de resistência têm atividades 
enzimáticas oxidativas duas a quatro vezes maiores do que as atividades de 
homens e mulheres não treinados. 
 
Composição dos tipos de fibra e treinamento de resistência 
Basicamente, a composição dos tipos de fibras musculares determina sua capacidade oxidativa. Conforme se 
pôde observar no Capítulo 1, fibras de contração lenta, ou do tipo I, têm maior capacidade para a atividade aeróbia do 
que fibras de contração rápida, ou do tipo II, porque as ibras do tipo I possuem mais mitocôndrias e concentrações mais 
altas de enzimas oxidativas. Fibras do tipo II são mais apropriadas para a produção de energia glicolítica. Assim, em 
geral, quanto maior for o número de fibras do tipo I nos músculos, maior será a capacidade oxidativa deles. Corredores 
fundistas de elite, por exemplo, possuem mais fibras do tipo I, mais mitocôndrias e atividades enzimáticas oxidativas 
musculares mais intensas do que indivíduos não treinados. 
O treinamento de resistência aumenta a capacidade oxidativa de todas as fibras, sobretudo fibras do tipo II. O 
treinamento que implicar demanda da fosforilação oxidativa estimulará as fibras musculares para que formem mais 
mitocôndrias, de maior tamanho e que contenham mais enzimas oxidativas. Ao aumentar as enzimas nas fibras para 
betaoxidação, esse treinamento também capacita o músculo a depender mais intensamente da gordura para a produção 
de ATP. Assim, com a prática do treinamento de resistência, mesmo pessoas com grandes porcentuais de fibras do tipo 
II podem aumentar sua capacidade aeróbia muscular. Entretanto, há concordância geral de que uma fibra do tipo II 
treinada para resistência não desenvolverá a mesma capacidade de alta resistência como uma fibra do tipo I treinada de 
forma similar. 
 
Necessidade de oxigenio 
Embora a capacidade oxidativa de um músculo seja determinada pelo número de mitocôndrias e pela quantidade 
de enzimas oxidativas presente, o metabolismo oxidativo depende em última instância de um fornecimento adequado de 
oxigênio. Em repouso, a necessidade de ATP é relativamente pequena, necessitando de um mínimo de entrega de 
oxigênio. À medida que a intensidade do exercício aumenta, as demandas energéticas também aumentam. Para supri-
las, a taxa de produção oxidativa de ATP aumenta. Em uma tentativa de suprir a necessidade muscular de oxigênio, a 
taxa e a profundidade da respiração aumentam, melhorando a troca gasosa nos pulmões, e o coração bate mais rápido 
e de maneira mais forçada, bombeando mais sangue oxigenado para os músculos. As arteríolas dilatam-se para facilitar 
a entrega de sangue arterial nos capilares musculares. O corpo humano estoca pouco oxigênio; por isso, a quantidade 
de oxigênio que entra no sanguee passa através dos pulmões é diretamente proporcional à quantidade usada pelos 
tecidos para o metabolismo oxidativo. Consequentemente, uma estimativa razoavelmente precisa da produção aeróbia 
de energia pode ser feita medindo-se a quantidade de oxigênio consumido nos pulmões. 
 
GASTO ENERGÉTICO EM REPOUSO E DURANTE O EXERCÍCIO 
Taxas metabólicas basal e em repouso 
A velocidade na qual o corpo utiliza a energia é chamada de taxa metabólica. Com frequência, as estimativas do gasto 
energético durante o repouso e o exercício baseiam-se na medição do consumo de oxigênio de todo o corpo (VO2) e de seu 
equivalente calórico. Em repouso, uma pessoa comum consome cerca de 0,3 L de O2/min. Isso é igual a 18 L de O2/h ou 432 L 
de O2/dia. 
De posse do conhecimento do VO2 do indivíduo, é possível calcular seu gasto calórico diário. Lembre-se de que, em 
repouso, geralmente o corpo queima uma mistura de carboidrato e gordura. Um valor do R igual a 0,80 é muito comum na maioria 
dos indivíduos em repouso alimentadas com uma dieta mista. A equivalência calórica de um valor de R igual a 0,80 é 4,80 kcal 
por litro de O2 consumido. Utilizando esses valores comuns, pode-se calcular o gasto calórico desse indivíduo por meio dos 
procedimentos a seguir: 
kcal/dia = litros de O2 consumidos por dia × kcal utilizada por litro de O2 
= 432 L O2/dia x 4,80 kcal/L de O2 
= 2.074 kcal/dia. 
Esse valor fica bem próximo do consumo médio de energia em repouso esperado para um homem que pesa 70 kg. 
Obviamente, tal valor não inclui a energia extra necessária para as atividades cotidianas normais ou utilizada no exercício. 
Uma medida padronizada do gasto energético em situação de repouso é a taxa metabólica basal (TMB), que é a 
velocidade de gasto energético de um indivíduo em repouso na posição deitada, medida imediatamente após um sono de pelo 
menos 8 h e com um jejum de pelo menos 12 h. Esse valor reflete a quantidade mínima de energia necessária para a realização 
das funções fisiológicas essenciais do corpo. Tendo em vista que o músculo possui uma alta atividade metabólica, a TMB está 
diretamente relacionada à massa livre de gordura (MLG) presente no organismo, sendo geralmente registrada em quilocalorias 
por quilograma de massa livre de gordura por minuto (kcal · kg MLG-1 · min-1). Quanto maior a massa livre de gordura, maior 
será a quantidade de calorias totais consumidas em um dia. Considerando que as mulheres tendem a ter menor quantidade de 
massa livre de gordura e maior massa adiposa que os homens, a TMB costuma ser mais baixa nas mulheres que em homens 
com peso semelhante. 
A área da superfície corporal também afeta a TMB. Quanto maior for a área da superfície, maior será a perda de calor 
da pele. Como resultado, ocorre elevação da TMB, pois há necessidade de mais energia para manter a temperatura corporal. 
Por essa razão, a TMB é algumas vezes registrada em quilocalorias por metro quadrado de área de superfície corporal por hora 
(kcal · m-2 · h-1). Já que a discussão aqui é sobre o gasto energético diário, optou-se por uma unidade mais simples: o kcal/dia. 
Muitos outros fatores afetam a TMB, entre eles: 
◆ Idade: a TMB diminui gradualmente com o passar dos anos, em geral por causa do decréscimo na massa livre de 
gordura. 
◆ Temperatura corporal: a TMB aumenta com o aumento da temperatura. 
◆ Estresse psicológico: o estresse aumenta a atividade do sistema nervoso simpático, o que aumenta a TMB. 
◆ Hormônios: como exemplo, tanto o aumento na liberação de tiroxina, da tireoide, como de adrenalina, da medula 
suprarrenal, aumenta a TMB. 
Em vez de TMB, a maioria dos pesquisadores utiliza a denominação taxa metabólica em repouso (TMR), a qual 
na prática é semelhante a TMB, mas 
não necessita de condições precisas 
de padronização associadas com a 
verdadeira TMB. Os valores da taxa 
metabólica basal e da TMR são 
tipicamente entre 5 e 10% uma da 
outra, com a TMR um pouco mais 
baixa e variando de 1.200 a 2.400 
kcal/dia. Contudo, a taxa metabólica 
total média de um indivíduo envolvido 
em atividades diárias normais varia 
entre 1.800 e 3.000 kcal. 
 
Taxa metabólica durante o 
exercício submáximo 
O exercício aumenta a 
necessidade de energia para níveis 
muito superiores à TMR. O 
metabolismo aumenta em proporção 
direta com o aumento da intensidade 
do exercício, conforme mostra a 
Figura 5.3a. 
O voluntário se exercitou no 
cicloergômetro durante 5 minutos a 50 
watts (W); o consumo de oxigênio (V 
. O2) aumentou de seu valor em 
repouso até um valor de equilíbrio 
dentro de aproximadamente 1 minuto. 
O mesmo indivíduo se exercitou em 
outra ocasião no cicloergômetro 
durante 5 minutos, mas agora a 100W, 
e novamente foi alcançado um valor 
de equilíbrio em 1 a 2 minutos. 
Seguindo um esquema semelhante, o indivíduo se exercitou no aparelho durante 5 min a 150 W, 200 W, 250 W e 300 W, 
respectivamente, e valores de equilíbrio foram alcançados em cada nível de potência. O valor de VO2 no estado de 
equilíbrio representa o custo energético para o nível de potência específico. Os valores de VO2 para o período de equilíbrio 
foram marcados no gráfico em confronto com suas respectivas potências desenvolvidas (parte direita da Fig. 5.3a), 
demonstrando claramente que ocorre aumento linear no VO2 com os aumentos no nível de potência. 
Com base em estudos mais recentes, ficou claro que a resposta de VO2 a intensidades de trabalho maiores não 
acompanha o padrão de resposta de valor constante mostrado na Figura 5.3a; em vez disso, está mais próxima do padrão 
ilustrado na Figura 5.3b. Ao que parece, em potências desenvolvidas acima do limiar de lactato (a resposta do lactato é 
indicada pela linha tracejada na metade direita da Fig. 5.3, a e b), o consumo de oxigênio continua a aumentar além dos 
típicos 1 a 2 minutos necessários para que um valor constante seja alcançado. Esse aumento foi chamado de componente 
lento da cinética do consumo de oxigênio. O mecanismo mais provável para esse componente lento é uma alteração nos 
padrões de recrutamento das fibras musculares, em que é recrutado um maior número de fibras musculares do tipo II, 
que são menos eficientes (i. e., dependem de um VO2 maior para atingir o mesmo nível de potência). 
Um fenômeno semelhante (mas não relacionado) é conhecido como drift de VO2. O drift do VO2 é definido como uma 
lenta elevação do VO2 durante um exercício de nível de potência prolongado, submáximo e constante. Ao contrário do 
componente lento, o drift do VO2 é observado em potências desenvolvidas com valores bem abaixo do limiar de lactato, 
sendo muito menor a magnitude do aumento do drift do VO2. Embora esse fenômeno não tenha sido ainda completamente 
esclarecido, é provável que o drift do VO2 seja atribuível a um aumento na ventilação e nos níveis das catecolaminas 
circulantes. 
 
Capacidade maxima para o exercicio aerobio 
Na Figura 5.3a, fica claro, que quando o voluntário se exercitou no cicloergômetro a 300W, a resposta de VO2 
não foi diferente daquela observada a 250W. Isso indica que o indivíduo alcançou o limite máximo de sua capacidade de 
aumentar seu VO2. Esse valor de pico é conhecido como capacidade aeróbia, consumo máximo de oxigênio, ou VO2max. 
O VO2max é considerado pela maioria dos estudiosos como a melhor medida isolada de resistência cardiorrespiratória e 
aptidão aeróbia. Esse conceito está melhor explicitado na Figura 5.4, que compara o VO2max de um homem treinado 
com o de outro homem destreinado. 
Em algumas situações de exercício, com o aumento da 
intensidade, um indivíduo atinge a fadiga antes de ocorrer o platô na 
resposta de VO2 (o critério para um verdadeiro VO2max). Nesses casos, 
o consumo de oxigênio mais alto atingido é mais corretamente denominado 
pico de consumo de oxigênio ou VO2pico. Por exemplo, um maratonista 
altamente treinado quase sempre atingirá um valor maior

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