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Gestão de Manutenção Manutenção Corretiva Prof. Danilo C. Heiderich A prevenção dos potenciais de falha das máquinas é necessária para a segurança e confiabilidade operacional das instalações industriais. A constante auditoria dos processos de especificação, seleção, verificação e projeto são importantes para alcançar níveis satisfatórios de prevenção. Quando uma falha acontece, a definição correta da “causa original” é um pré-requisito para a prevenção de novas falhas. Atualmente existem inúmeras publicações que apresentam metodologias para a análise de falha de diversos componentes. Uma metodologia padrão de análise de falha e solução de problemas é muito importante porque a experiência demonstra que a maioria dos problemas que ocorrem frequentemente nos equipamentos nunca são definidos suficientemente; eles são simplesmente “solucionados” ou “superados”. As pressões da produção são maiores do que a necessidade de análise, e o problema podem voltar a acontecer, pois a causa não foi identificada e também não foi eliminada. As paradas do equipamento e o risco de falha podem ser reduzidos somente se os problemas potenciais são antecipados e evitados. Frequentemente esta condição não é alcançada com a utilização dos métodos tradicionais de análise. Neste caso é apropriada a utilização de outros métodos para prevenir e reduzir as consequências dos danos às instalações, equipamentos e pessoal. Este objetivo pode incluir, entre outros métodos, a aplicação de componentes redundantes e utilização da técnica de análise por circuito de inspeção automática, para sistemas elétrico-eletrônicos. A engenharia de manutenção tem como objetivo definir os níveis aceitáveis de parada dos equipamentos, incluindo as falhas admissíveis. Para alcançar estes níveis, a engenharia de manutenção deve estar preparada para a análise dos desvios, utilizando métodos eficientes de análise de falha e solução de problemas. ENGENHARIA DE MANUTENÇÃO: A atuação da engenharia de manutenção deve sempre objetivar a prevenção das falhas indesejáveis utilizando meios para antecipar, otimizar e inovar. A ação de antecipar significa atuar antes que a falha provoque uma parada em emergência. Esta forma de evitar a falha utiliza as ferramentas de identificação dos sintomas da falha em estágio prematuro, permitindo a programação da manutenção. Alguns sintomas característicos da falha, como por exemplo: vibração, temperatura ou desgaste podem ser monitorados com equipamentos e técnicas apropriados. A manutenção atua de forma programada. A ação de otimizar significa atuar nas falhas repetitivas melhorando projeto e procedimentos de manutenção com objetivo de aumentar o desempenho esperado para o equipamento. A otimização deve utilizar as novas tecnologias, normalmente estas tecnologias não estavam disponíveis na instalação do equipamento original e o desenvolvimento foi estimulado justamente para melhorar o desempenho devido às falhas típicas. A ação de inovar significa atuar nas falhas repetitivas em que os métodos convencionais de projeto e procedimentos de manutenção não garantem o desempenho esperado. A inovação normalmente é determinada pelos seguintes fatores: • As falhas ocorrem em intervalos inferiores à possibilidade de ações preventivas; • Dificuldade de identificação da falha; • A intervenção para a manutenção é muito complexa. ENGENHARIA DE MANUTENÇÃO: DO PONTO DE VISTA DE PREVENÇÃO E REDUÇÃO DE FALHAS: 1. Priorizar: atacar primeiramente as falhas com maior potencial de impacto na operação; 2. Buscar as causas-raízes das falhas: utilizar para isso as ferramentas da qualidade; 3. Identificar ações de melhoria; 4. Planejar, programar e executar as ações de melhoria: centrar as ações na prevenção; 5. Estabelecer indicadores e formalizar procedimentos; 6. Registrar e acompanhar os resultados; 7. Corrigir ações e procedimentos, se necessário. Função da Gestão da Manutenção: Manutenção Corretiva: Manutenção corretiva é aquela de atendimento imediato à produção. Esse tipo de manutenção baseia-se na seguinte filosofia: “Equipamento parou, manutenção conserta imediatamente’’. A manutenção corretiva corresponde ao estágio mais antigo da manutenção mecânica. Entretanto, como é praticamente impossível acabar totalmente com as falhas, a manutenção corretiva ainda existe. Definição: um conjunto de procedimentos que são aplicados a um equipamento fora de ação ou parcialmente danificado, com o objetivo de fazê-lo voltar ao trabalho, no menor espaço de tempo e custo possível. É uma manutenção não planejada, de reação, no qual a correção de falha ou de baixo desempenho se dá de maneira aleatória, isto é, sem que a ocorrência fosse esperada. Implica em altos custos, porque causa perdas na produção e geralmente a extensão dos danos aos equipamentos é maior. Esta manutenção pode englobar desde a troca de um simples parafuso de fixação quebrado como substituir todo um sistema elétrico em pane. A filosofia que deve ser adotada é: “Emergências não ocorrem, são causadas. Elimine a causa e você não terá novamente a mesma emergência’’. Pode-se dividir a manutenção corretiva em reparo e reforma. Manutenção Corretiva: ATENÇÃO: Existem casos onde não vale a pena (economicamente) fazer a manutenção no momento da verificação do problema. Em máquinas que não são de uso contínuo, estão com manutenção prevista para breve ou estão prestes a ser substituídas por novas máquinas, caso o defeito constatado não afete de imediato a produção e não inviabilize o uso do equipamento é preferível aguardar e realizar as medidas adequadas em uma situação mais oportuna. Exemplos: • A correia de uma máquina que está desgastada (prestes a arrebentar) • Uma ferramenta que está desgastada próximo ao nível crítico • Um disco de corte ou serra ou ferramenta que necessitará de afiação ou substituição em breve Manutenção Corretiva: Reparo: É a correção de uma falha inesperada, sem qualquer planejamento. No gráfico da vida útil de um equipamento: Na região 1 (fase de amaciamento) existe um crescimento do número de defeitos a partir do ponto zero, decorrente da acomodação dos componentes recém instalados, bem como da manifestação de possíveis falhas internas dos materiais utilizados. Na região 2 (vida útil) pode-se notar que o número de defeitos permanece sem alteração. É nesta fase que o equipamento tem seu melhor desempenho, pois está sempre no melhor rendimento e com ausência de defeitos (paradas). Na região 3 (envelhecimento) o número de defeitos começa a crescer e o custo da manutenção torna-se caro. A manutenção corretiva de reparo se aplica exatamente na região 2 do gráfico, quando o equipamento está em sua melhor performance, e ocorrem quebras/falhas inesperadas. Manutenção Corretiva: Reforma: quando o equipamento atinge seu rendimento mínimo (nível mínimo) ou a região 3, ele não está mais apto a desempenhar suas funções satisfatoriamente, uma vez que produz pouco (muitas paradas), sem qualidade e com custo elevado. Deste ponto em diante, existem duas opções: substituir (vender ou sucatear) o equipamento ou fazer uma manutenção corretiva de reforma. Define-se reforma como a completa análise, desmontagem, substituição e ou recuperação dos componentes, limpeza, montagem, testes, pintura, etc. Existem várias classes de reforma, desde a mais simples até as mais complexas, que envolvem também a modernização do equipamento. É importante também lembrar que a reforma deve ser precedida por uma profunda análise técnica (mecânica e econômica) sobre o equipamento, a fim de concluir a melhor opção: substituição ou reforma. Oficina: É fundamental que toda empresa possua uma oficina de manutenção suficientemente equipada que permita a resolução dos problemasmais comuns que ocorrem com os equipamentos. Deve prever ferramentas, peças de reposição, instrumentos de medição e controle, fichários (fichas de solicitação e controle de manutenção), etc. Os trabalhadores deverão ser bem treinados e como característica básica devem ser participativos e trabalharem em equipe. A equipe de manutenção corretiva deve estar sempre em um local específico para ser encontrada facilmente e atender à produção de imediato. Como a equipe não sabe o local onde vai atuar, o usuário com problemas deverá solicitar o atendimento, porém, para efeitos de registro e estatística, ele deverá emitir um documento com as seguintes informações: • Equipamento • Seção • Hora de parada • Data Um analista da equipe de manutenção corretiva atende ao chamado, verifica o que deve ser feito e emite uma ficha de execução para sanar o problema. Controle : O controle é realizado pela ficha de manutenção e ficha de serviço. Ficha de manutenção corretiva: Cada operador é responsável pelo seu equipamento, portanto, é ele quem deve avisar ao setor de manutenção sobre os defeitos ocorridos. A comunicação é feita através da ficha de manutenção (solicitação de manutenção), onde se informa sobre os sintomas e possíveis causas do problema. Veja modelo: Sinalização: Para efetuar a manutenção corretiva, ou mesmo uma simples inspeção, em um equipamento ou sistema, em seu próprio local, é fundamental tomar diversos cuidados no sentido de garantir a segurança das pessoas envolvidas, quer do operador de manutenção, quer das pessoas do processo produtivo nas proximidades. Esses cuidados são essenciais para a segurança. O isolamento pode ser feito por uma simples sinalização ou até pelo isolamento do equipamento por barreiras. Em ambos os casos, torna-se necessário a colocação de um aviso identificando que a máquina está em manutenção, sendo necessário conter o nome da pessoa responsável pelo trabalho e prazo estimado para término dos trabalhos. A partir deste instante o operador de manutenção é o único responsável pela operação do equipamento. Nenhuma outra pessoa deverá ligar ou desligar a máquina, estar próximo ou interferir no trabalho, a não ser que seja solicitado. Nos casos de manutenção elétrica, o cuidado com o isolamento elétrico é primordial. Problemas Comuns: 1º Não há tempo para nada além de manutenção corretiva! Sintomas: • Equipe reduzida • Ausência ou Grave deficiência de controle Soluções: • Adequação da equipe (Se possível) • Melhoria das máquinas • Cobrança externa (Regulamentação, Programas de qualidade, Treinamento, Certificações etc.) • Decisão sólida da direção Problemas Comuns: 2º Ninguém preenche a OS corretamente! Sintomas: • O histórico da manutenção não é usado • As OS não são avaliadas corretamente • “Não preencho porquê sei que ninguém fará nada... porquê não tenho tempo...” Soluções: • Usar o histórico de manutenção • Posicionamento do Planejador • Rejeitar OS incompleta/incorreta • Posicionamento da Gerência / Direção Problemas Comuns: 3º Impossível controlar Demanda ou Prazos Sintomas: • Excesso de horas extras • Incerteza quanto ao tamanho da equipe Soluções: • Gestão da Manutenção (Tempo/Pessoas) • Planejamento, Acompanhamento, Priorização.
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