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Gestão da Manutenção MCC – Manutenção Centrada em Confiabilidade Confiabilidade: Confiabilidade é a probabilidade de que um equipamento, célula de produção, planta ou qualquer sistema funcionar normalmente em condições de projeto, por um determinado período de tempo estabelecido. A curva da banheira , exemplificada na figura 1, representa o modelo tradicional da relação entre o tempo e a taxa de falha de um equipamento ou parte dele. As taxas de falhas (λi), que representam o número de falhas (Ni) num determinado período de tempo (T), se comportam de maneira diferente no decorrer da vida do equipamento. Basicamente há três períodos distintos: λ𝑖 = 𝑁𝑖 𝑇 = 1 𝑀𝑇𝐵𝐹 Taxa de Falha Número de Falhas Período de Tempo Taxa de Falha x Tempo: Traçando um diagrama taxa de falha por tempo ao longo da vida útil de um determinado equipamento/componente temos: λ𝑖 𝑡 𝐼 𝐼𝐼 𝐼𝐼𝐼 Falhas Prematuras Falhas Casuais Falhas por Desgaste Curva da Banheira Curva da Banheira: λ𝑖 𝐼 Falhas Prematuras I- Mortalidade infantil (falhas prematuras) • Processo de fabricação deficiente • Mão-de-obra desqualificada • Amaciamento insuficiente • Pré-teste insuficiente • Materiais fora de especificação • Componentes não especificados • Componentes não testados • Sobrecarga no primeiro teste • Contaminação • Erro humano • Instalação imprópria Curva da Banheira: λ𝑖 𝑡 𝐼𝐼 Falhas Casuais II- Período de Vida Útil (falhas casuais) • Interferência indevida tensão/resistência • Fator de segurança insuficiente • Cargas aleatórias maiores que as esperadas • Resistência menor que a esperada • Defeitos não detectáveis em ensaios • Erros humanos durante o uso • Aplicação indevida • Abusos • Fenômenos naturais imprevisíveis λ𝑖 𝑡 𝐼𝐼𝐼 Falhas Prematuras Falhas Casuais Falhas por Desgaste Curva da Banheira: III- Desgaste (falhas por desgaste) • Envelhecimento • Desgaste/abrasão • Degradação de resistência • Fadiga • Corrosão • Manutenção insuficiente ou deficiente • Vida do projeto muito curta Confiabilidade: Existem três leis estatísticas que são utilizadas para a previsão da confiabilidade “ajustando” os fenômenos de aparição de falhas. A lei “normal” de Gauss, a lei exponencial e a lei de Weibull. A Confiabilidade, definida em função da Taxa de Falha l, pode ser obtida na expressão da lei exponencial da seguinte forma: Como não faria sentido calcular a confiabilidade para os períodos inicial e final do equipamento/componente, calculamos apenas na condição de que o equipamento se encontra em seu período de vida útil, por tanto a taxa de falhas é constante! 𝐶(𝑡) = 𝑒 −λ.𝑡 Confiabilidade Taxa de Falha Intervalo de Tempo Considerado Número Neperiano ≅ 2,718 Ex: Confiabilidade: Um compressor apresentou 2 falhas em uma jornada de trabalho de 20hs. Qual a probabilidade do equipamento funcionar nas próximas 8hs? Qual o tempo médio entre falhas e a disponibilidade, sabendo que em média leva-se meia hora para a resolução de uma falha 𝐶(𝑡) = 𝑒 −λ.𝑡 = 2,718−0,1×8 = 0,449366 = 44,937% λ𝑖 = 𝑁𝑖 𝑇 = 2𝑓𝑎𝑙ℎ𝑎𝑠 20𝑓𝑎𝑙ℎ𝑎𝑠 = 0,1 ൗ𝑓𝑎𝑙ℎ𝑎𝑠 ℎ𝑜𝑟𝑎 λ𝑖 = 1 𝑀𝑇𝐵𝐹 → 𝑀𝑇𝐵𝐹 = 1 λ𝑖 = 1 0,1 = 10 ൗℎ𝑜𝑟𝑎𝑠 𝑓𝑎𝑙ℎ𝑎 𝑀𝑇𝑇𝑅 = 0,5 ൗℎ𝑜𝑟𝑎𝑠 𝑓𝑎𝑙ℎ𝑎 𝐷𝑖𝑠𝑝𝑜𝑛𝑖𝑏𝑖𝑙𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 = 𝐻𝑇 𝐻𝐺 𝑀𝑇𝐵𝐹 = 𝐻𝑇 𝑁 𝑀𝑇𝑇𝑅 = 𝐻𝐼𝑀 𝑁 𝐻𝐺 = 𝐻𝑇 + 𝐻𝐼𝑀 𝑀𝑇𝐵𝐹 𝑀𝑇𝐵𝐹 +𝑀𝑇𝑇𝑅 = 0,952381 = 95,238% Associações: A Confiabilidade de uma instalação é influenciada pela taxa de falha individual dos componentes e pela configuração utilizada. Estas configurações podem associar os componentes em série ou em paralelo. Para verificar a associação de equipamentos é importante verificar o caminho crítico do processo ou fluxograma. Esta verificação pode ser aplicada tanto à equipamentos, quanto à mão de obra, quanto a componentes mecânicos ou elétricos Associações em série: Sistemas em série são utilizados devido ao seu baixo custo, bem como a uma significativa redução do espaço ocupado pelo mesmo, porém em um sistema em série a falha de um único componente compromete todo o funcionamento, por tanto, quanto mais equipamentos em série, menor a possibilidade do sistema funcionar sem falhas. C1 C2 C3 ⋯ Cn C1(𝑡) × C2(𝑡) × C3(𝑡)⋯× C𝑛(𝑡) ∴ C𝑠(𝑡) =ෑ 𝑖=1 𝑛 𝒆−λ𝑖𝑡 Associações em série: Calcular a probabilidade de falha do sistema para 1.500 horas. Taxa de Falhas: LED= 1/3.000h Fusível= 1/8.000h Fonte= 1/9.000h Interruptor= 1/10.000h 𝐶𝐿𝐸𝐷(1500) = 𝑒 −λ.𝑡 = 2,718− 1 3000 .1500 = 0,6775963 = 67,760% 𝐶𝐹𝑢𝑠í𝑣𝑒𝑙(1500) = 𝑒 −λ.𝑡 = 2,718− 1 8000 .1500 = 0,8641997 = 86,420% 𝐶𝐹𝑜𝑛𝑡𝑒(1500) = 𝑒 −λ.𝑡 = 2,718− 1 9000 .1500 = 0,8783286 = 87,833% 𝐶𝐹𝑜𝑛𝑡𝑒(1500) = 𝑒 −λ.𝑡 = 2,718− 1 10.000 .1500 = 0,8897978 = 88,980% 𝐶𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 45,765% Associações em paralelo: Em um sistema em paralelo, diversos equipamentos podem realizar a mesma função, por tanto, para que o sistema falhe, todos os componentes devem falhar simultaneamente. Por tanto, quanto mais equipamentos em paralelo, maior a confiabilidade. C1 C2 C3 ⋮ Cn A probabilidade de falha (F) é o complemento da confiabilidade, por tanto: Para um sistema completo a probabilidade de falha será: Sendo assim a confiabilidade do sistema será de: 𝐹𝑖 = 1 − 𝐶 𝑡 = 1 − 𝑒 −λ.𝑡 𝐹𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 𝐹1 × 𝐹2 × 𝐹3 ×⋯𝐹𝑛 =ෑ 𝑖=1 𝑛 𝐹𝑖 𝐶𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 1 − 𝐹𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 1 −ෑ 𝑖=1 𝑛 𝐹𝑖 = 1 −ෑ 𝑖=1 𝑛 1 − 𝑒−λ.𝑡 Associações em paralelo: Calcular a probabilidade de falha do sistema para 1.500 horas. Taxa de Falhas: LED= 1/3.000h Fusível= 1/8.000h Fonte= 1/9.000h Interruptor= 1/10.000h 𝐶𝐿𝐸𝐷(1500) = 𝑒 −λ.𝑡 = 2,718− 1 3000.1500 = 0,6775963 = 67,760% 𝐶𝐹𝑢𝑠í𝑣𝑒𝑙(1500) = 𝑒 −λ.𝑡 = 2,718− 1 8000 .1500 = 0,8641997 = 86,420% 𝐶𝐹𝑜𝑛𝑡𝑒(1500) = 𝑒 −λ.𝑡 = 2,718− 1 9000 .1500 = 0,8783286 = 87,833% 𝐶𝐹𝑜𝑛𝑡𝑒(1500) = 𝑒 −λ.𝑡 = 2,718− 1 10.000 .1500 = 0,8897978 = 88,980% 𝐶𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 65,277% 𝐶𝐿𝐸𝐷𝑠(1500) = 1 − 1 − 67,760% 3 = 96,649% Exercícios: 1. Duas bombas diferentes são necessárias para o funcionamento de um sistema em série para o fluxo da produção. As bombas têm taxas de falha "λ1" = 0,0001 falhas/hora e "λ2" = 0,0002 falhas/hora. Calcular a confiabilidade do sistema para 100 horas de operação e o TMEF. 2. Dois motores elétricos estão operando em uma configuração redundante, ou seja, em paralelo. Se um dos motores falhar o motor remanescente pode manter a instalação com a carga total. Considerando que os motores são idênticos, com taxas de falhas constantes e as falhas dos motores são estatisticamente independentes. Para os motores iniciando operação no tempo “t = 0”, determinar: confiabilidade do sistema para "λ" = 0,0005 falhas/hora e t = 400 horas (tempo de operação). Cálculo da Confiabilidade para t = 400 horas. 3. Em um sistema em série constituído por 30 componentes idênticos, qual deveria ser a confiabilidade mínima necessária em cada um desses componentes para que se obtenha uma confiabilidade total de 92%? 4. O arranjo na figura abaixo apresenta quatro componentes com a mesma confiabilidade R. Determine o valor de R, sabendo que a confiabilidade do sistema é igual a 94%. R = 97,045% / 3.333,333hs/falha R=96,715% R = 99,722% Exercícios: 5. Calcule a confiabilidade do sistema na figura abaixo: Mantenabilidade: A manutenibilidade (ou Mantenabilidade), do inglês Maintainability, pode ser conceituada como sendo a característica de um equipamento ou instalação permitir um maior ou menor graus de facilidade na execução dos serviços de manutenção. É a probabilidade de que um equipamento com falha seja reparado dentro de um tempo t. 𝑀(𝑡) = 1 − 𝑒 −𝜇.𝑡 Mantenabilidade Taxa de Reparos Tempo Previsto de Reparo Número Neperiano ≅ 2,718 𝜇 = 𝑁ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝑟𝑒𝑝𝑎𝑟𝑜𝑠 𝑒𝑓𝑒𝑡𝑢𝑎𝑑𝑜𝑠 𝑇𝑒𝑚𝑝𝑜 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑒 𝑟𝑒𝑝𝑎𝑟𝑜 𝑛𝑎 𝑢𝑛𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 Confiabilidade é a chance do evento “falha” não ocorrer enquanto Mantenabilidade é a chance do evento “reparo” ocorrer e de se obter o evento “reparo concluído”.