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APOSTILA IFF 2019

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Prévia do material em texto

PREFEITURA MUNICIPAL DE ARMAÇÃO DOS BÚZIOS
 SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO
	 E. M. PROF.ª REGINA DA SILVEIRA RAMOS VIEIRA
 PROFESSORA: ANGELICA R. FERREIRA
 ALUNO (A): ________________________________________________ N° _______
 ANO: 9º TURMA: ______________			
Plano de estudo referente ao dia _________________________
TEXTO I
Sete em cada dez professores usam a internet como ferramenta pedagógica
Mas apenas 39% dos docentes tiveram treinamento específico durante a formação
RIO — A internet faz parte do cotidiano dos brasileiros e, enfim, está chegando às salas de aula. De acordo com a pesquisa TIC Educação 2015, divulgada nesta quinta-feira pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), 73% dos professores já incorporaram o computador e/ou a internet como ferramenta pedagógica, sendo o percentual nas escolas públicas (70%) um pouco menor que nas particulares (84%). As tecnologias são usadas, principalmente, em pedidos de trabalhos sobre temas específicos (59%), trabalhos em grupo (54%), aulas expositivas (52%) e para a realização de exercícios (50%).
— Mas é preciso avaliar como está sendo feito este uso. Trocar a lousa pelo computador não muda muita coisa — pontua Fabio Senne, coordenador de projetos e pesquisas do Cetic.br. — Mas está claro que a tecnologia já está presente na escola.
Apesar disso, ainda falta treinamento na formação dos professores. Apenas 39% deles tiveram disciplina específica durante a graduação sobre o uso do computador e da internet em atividades com os alunos. Na faixa etária até 30 anos, onde o percentual é
maior, 54% dos professores tiveram aulas sobre o assunto. E para driblar essa deficiência, 91% dizem aprender e se atualizar sozinhos e 48% buscam informações com os próprios alunos. Apenas 30% dos estabelecimentos oferecem palestras, debates ou cursos sobre o uso responsável da internet.— Tanto o treinamento nas universidades, como em cursos formais, ainda é baixo. A pesquisa mostra que os professores buscam atualização sozinhos, com outros professores ou até mesmo com os alunos — diz Senne. — Ainda falta uma política pública neste sentido.
Disponível em: <http://oglobo.globo.com/sociedade/tecnologia/sete-em-cada-dez-professores-usam-nternetcomo-ferramenta-pedagogica-20201435>.
QUESTÃO 1
“Sete em cada dez professores usam a internet como ferramenta pedagógica
Mas apenas 39% dos docentes tiveram treinamento específico durante a formação”
O segundo enunciado que compõe o título da matéria estabelece com o primeiro, por meio da conjunção “mas”, uma relação de contradição. Assinale a alternativa que apresenta o fragmento do texto que NÃO confirma essa contradição.
a)“Apenas 30% dos estabelecimentos oferecem palestras,” (l. 16)
b) “48% buscam informações com os próprios alunos.” (l. 15)
c) “54% dos professores tiveram aulas sobre o assunto.” (l. 14)
d) “91% dizem aprender e se atualizar sozinhos” (l.15)
e) “— Tanto o treinamento nas universidades, como em cursos formais, ainda é baixo.” (l.18)
QUESTÃO 2
A maioria dos textos em circulação possui influências de tipologias e gêneros diferentes. O texto I tem um caráter predominantemente informativo. Suas informações são bastante objetivas, apresentando estatísticas com fontes referenciadas. No entanto, apresenta traços de subjetividade e opinião. Marque a opção em que isso NÃO se evidencia.
a) “A internet faz parte do cotidiano dos brasileiros” (l. 1)
b) “— Mas é preciso avaliar como está sendo feito este uso. Trocar a lousa pelo computador não muda muita coisa” (l. 8-9)
c) “enfim, está chegando às salas de aula.”(l. 1-2)
d) “As tecnologias são usadas, principalmente, em pedidos de trabalhos sobre temas específicos” (l. 5-6)
e) “Ainda falta uma política pública neste sentido.” (l. 20-21)
QUESTÃO 3
 “E para driblar essa deficiência, 91% dizem aprender e se atualizar sozinhos e 48% buscam informações com os próprios alunos.” (l. 14-15)
Ideias e expressões são ligadas e retomadas num texto por meio de um processo chamado coesão textual. No trecho entre aspas, “essa” exerce importante papel coesivo. Sobre esse termo é possível afirmar que
a) é um pronome demonstrativo que se refere à falta de treinamento dos professores.
b) trata-se de um pronome possessivo que se refere à falta de treinamento de professores.
c) é um pronome demonstrativo que se refere às disciplinas específicas cursadas por professores para a utilização da internet.
d) é um pronome possessivo que se refere às disciplinas específicas cursadas por professores para a utilização da internet.
e) é um pronome demonstrativo e, apesar de ser um mecanismo de coesão textual, não retoma nenhum termo ou ideia do texto.
TEXTO II
Pela internet
Criar meu web site
Fazer minha home-page
Com quantos gigabytes
Se faz uma jangada
Um barco que veleje e) “Ainda falta uma política pública neste sentido.” (l. 20-2
Que veleje nesse infomar
Que aproveite a vazante da infomaré
Que leve um oriki do meu velho orixá
Ao porto de um disquete de um micro em Taipé
Um barco que veleje nesse infomar
Que aproveite a vazante da infomaré
Que leve meu e-mail até Calcutá
Depois de um hot-link
Num site de Helsinque
Para abastecer
Eu quero entrar na rede
Promover um debate
Juntar via Internet
Um grupo de tietes de Connecticut
De Connecticut acessar
O chefe da milícia de Milão
Um hacker mafioso acaba de soltar
Um vírus pra atacar programas no Japão
Eu quero entrar na rede pra contactar
Os lares do Nepal, os bares do Gabão
Que o chefe da polícia carioca avisa pelo celular
Que lá na praça Onze tem um videopôquer para se jogar
Gilberto Gil
Disponível em: <https://www.vagalume.com.br/gilberto-gil/pela-internet.html>Acesso em: 01 out 2016. 
QUESTÃO 4
As palavras de uma língua vão sendo criadas, a partir de estruturas primárias, de acordo com as necessidades comunicativas do homem. Novos objetos, ações, formas de comunicação precisam de códigos que os identifiquem. Coisas novas precisam de novos nomes. A letra da música Pela internet de Gilberto Gil apresenta termos como “web site” e “home-page” que não existiam antes do advento da internet. Apresenta também neologismos criados pelo autor para atender às necessidades expressivas e semânticas ligadas ao texto. Considerando esses aspectos, assinale a opção que apresenta um comentário correto acerca do termo transcrito do texto.
a) “infomar” – Verbo na forma nominal de infinitivo utilizado no texto de acordo com a norma padrão da língua portuguesa.
b) “infomaré” – Neologismo criado pelo processo de prefixação, unindo o prefixo “info” ( de infomar) ao substantivo maré, para significar a viagem que se pode fazer navegando pela internet.
c) “infomar” – Neologismo criado pelo processo de composição por aglutinação dos radicais “info” e “mar”, passando ao leitor a ideia de que a internet é um espaço infinito onde se pode navegar em busca de formação.
d) “infomar” e “infomaré” – Substantivos presentes no vocabulário da língua portuguesa empregados na música de Gilberto Gil com sentido conotativo.
e) “infomaré” – Termo criado por Gilberto Gil, por meio dos processos de abreviação e de composição por justaposição, para atender às necessidades expressivas e semânticas da letra.
QUESTÃO 5
No texto II há predominância da função poética da linguagem, por ser tratar de uma letra de música. No entanto, o fato de a linguagem conotativa predominar não significa ausência de denotação. Considerando essa afirmação, assinale a alternativa que apresenta um verso do texto cuja linguagem seja denotativa.
a) “Criar meu web site” 			b) “Eu quero entrar na rede” 
c) “Um barco que veleje nesse infomar” d) “Que aproveite a vazante da infomaré” 
e) “Com quantos gigabytes /Se faz uma jangada”
TEXTO III
	Após o fim da Segunda Guerra Mundial, a comunidade internacional vivenciou o tenso período da Guerra Fria, marcadapor uma luta travada entre dois blocos econômicos, que mediam forças para conquistar adeptos ao redor do Mundo. Neste período, os dois principais representantes destes blocos, Estados Unidos e União Soviética, também travavam uma intensa luta tecnológica. Ambos queriam saber e demonstrar até onde o ser humano podia chegar. Pergunta clássica e repetida por muitas vezes na história, mas que nesta época, em especial, tinha um objetivo: a corrida ao espaço era o limite desejado. 
	Neste sentido, ao longo da história da humanidade, foram os fatores sociais, como a disputa pelo poder, os conflitos armados, a política, as epidemias, etc., os responsáveis por moldarem e desencadearem o processo de evolução e desenvolvimento da inovação tecnológica. Conforme referem FREEMAN e SOETE (2008), os investimentos em inovação foram mudando ao longo da história. Nas décadas de 1940 e 1950, os objetivos militares predominavam nos maiores países; durante as décadas de 1960 e 1970, predominaram
objetivos de política econômica, quando o aumento da produtividade começou a adquirir prioridade, mesmo em países com fortes compromissos militares; nas décadas de 1980 e 1990, a maior parte dos gastos foi orientada para promover o desenvolvimento e a difusão das tecnologias da informação e das comunicações; cada período teve suas peculiaridades e a inovação necessitou atender a situação pontual, adaptando-se à realidade premente.
 	Atualmente, neste início de século, qual seria o objetivo a ser alcançado pela nossa sociedade? Há tantas necessidades e prioridades universais – como o clima, o combate à poluição, a produção de alimentos, a escassez de água, entre outros –, ao mesmo tempo, há tantos outros problemas locais, que cada nação precisa priorizar e tentar solucionar. Na realidade, vive-se o mundo globalizado, onde todos têm o seu objetivo, mas dividem as angústias dos demais, numa mistura heterogênea, que expõe universos antagônicos espelhados, totalmente dependentes e em constante mudança, invertendo os pesos na balança com uma dinâmica inesperada e sem qualquer aviso. 
	Nesta sociedade global, um tanto confusa, mas totalmente interdependente, os objetivos, além de inúmeros, são dinâmicos, sendo superados diariamente pelo espetacular desenvolvimento científico e tecnológico. A técnica atingiu parâmetros inimagináveis há poucos anos, superando obstáculos e gerando soluções para o desenvolvimento do ser humano e do planeta, não tendo, aparentemente, limites. 
	“No entanto, mesmo hoje, a humanidade não está à altura do evento técnico por ela mesma produzido e, quem sabe pela primeira vez na história, a sua sensação, a sua percepção, a sua imaginação, o seu sentimento se revelam inadequados ao que está ocorrendo. De fato, a capacidade de produção, que é ilimitada, superou a apacidade de imaginação, que é limitada, de modo a não nos permitir mais compreender e, no limite, de considerar como ‘nossos’ os efeitos que o irreversível desenvolvimento técnico é capaz de produzir” (GALIMBERTI, 2006, P.23). 	Assim, apesar do atual estágio da técnica da inovação gerada pela comunidade científica e tecnológica, a humanidade ainda encontra muitos obstáculos no seu desenvolvimento pleno. Problemas básicos, como a falta de alimentos, a escassez de água potável, problemas de saneamento, entre tantos outros, assolam a comunidade internacional. Conforme refere ZUBEN (2006, p. 21), a transcendência dos limites por meio da operatividade das tecnociências, da técnica, não encontra correspondência, em igual efetividade, na transcendência simbólica. Assiste-se, assim, a um período paradoxal: em virtude da inédita operatividade das tecnociências o homem é contemplado com superpoderes, o que lhe propicia intenso sentimento de euforia pela conquista, levando ao paroxismo a ideia moderna do progresso. Como resultado surge a crença ingênua de que as tecnociências resolverão os problemas que assolam a humanidade. 
Disponível em: <http://www.ambito-juridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=14603>
Acesso em: 06 out 2016. 
QUESTÃO 06
[...] apesar do atual estágio da técnica da inovação gerada pela comunidade científica e tecnológica, a humanidade ainda encontra muitos obstáculos no seu desenvolvimento pleno. (l. 39-41)
O conectivo destacado acima serve para introduzir uma ideia de
a) concessão. b) condição. c) temporalidade. d) adição. e) causa.
QUESTÃO 07
Há diversas maneiras de se iniciar um texto, que são eleitas de acordo com a necessidade do autor e do objeto a ser discutido. Qual é o tipo de encaminhamento que o autor confere à introdução do texto acima?
a) Social b) Histórico c) Linguístico d) Literário e) Poético
QUESTÃO 08
Neste período, os dois principais representantes destes blocos, Estados Unidos e União Soviética, também travavam uma intensa luta tecnológica. (l. 3-5)
Observe a expressão destacada, encontrada no primeiro parágrafo do texto. Ela está substituindo outra, como recurso de progressão textual. Identifique-a abaixo.
a) 1945 b) Atualmente c) Segunda Guerra Mundial d) Guerra Fria e) Nas décadas de 1960 e 1970
QUESTÃO 09
“No entanto, mesmo hoje a humanidade não está à altura do evento técnico por ela mesma produzido e, quem sabe pela primeira vez na história, a sua sensação, a sua percepção, a sua imaginação, o seu sentimento se revelam inadequados ao que está ocorrendo. De fato, a capacidade de produção, que é ilimitada, superou a capacidade de imaginação, que é limitada, de modo a não nos permitir mais compreender e, no limite, de considerar como ‘nossos’ os efeitos que o irreversível desenvolvimento técnico é capaz de produzir”
(GALIMBERTI, 2006, p. 23).
É possível perceber que o trecho acima comporta palavras não ditas pelo autor do texto em questão, mas por outro autor. Como esse recurso é nomeado e qual é a sua finalidade?
a) Citação – serve para fornecer credibilidade às palavras e aos argumentos do autor.
b) Paródia – recurso humorístico aplicado a partir da recriação de um texto.
c) Paráfrase – reescrita de um texto, mantendo o seu significado original.
d) Discurso indireto – recurso bastante utilizado em textos literários, eficaz para imprimir fluência e ritmo.
e) Discurso indireto livre – utilizado, com liberdade artística, para produzir um efeito estético, com pouca preocupação denotativa
QUESTÃO 10
[...] cada período teve suas peculiaridades e a inovação necessitou atender a situação pontual, adaptando-se à realidade premente. As palavras destacadas acima poderiam ser substituídas, sem prejuízo do sentido e da correção gramatical, por
a) particularidades/urgente b) problema/anterior c) guerras/urgência
d) individualidades/antecedência e) tecnologias/imediata
A linguagem é mágica. Uma história que nos encanta ou uma imagem que nos representa; uma reflexão que nos empodera ou um som que nos fascina; uma realidade do outro que nos faz viver seu mundo, muitas vezes tão nosso... Ler é viajar, sonhar, crescer. Na comunicação, as palavras se entrelaçam no tempo e no espaço geográfico e social.
PREFEITURA MUNICIPAL DE ARMAÇÃO DOS BÚZIOS
 SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO
	 E. M. PROF.ª REGINA DA SILVEIRA RAMOS VIEIRA
 PROFESSORA: ANGELICA R. FERREIRA
 ALUNO (A): ________________________________________________ N° _______
 ANO: 9º TURMA: ______________			
Plano de estudo referente ao dia _________________________
TEXTO I
Cacarecos da língua
Gregorio Duvivier
	Todo dia uma palavra morre e a gente não se dá conta. Ao contrário das pessoas, que por vezes morrem de desastre, as palavras só morrem aos poucos, devagarinho, cada dia um pouco – à medida que as pessoas que as usavam vão morrendo também. Minha avó, por exemplo. Tenho certeza de que levou junto com ela a palavra "lorota".
	Há umamultidão de palavras pelas quais nada mais se pode fazer: já habitam o subterrâneo das palavras findas. O coração parou, o cérebro também, o médico declarou o óbito e o padre fez a extrema- unção. Provecto. Linfa. Ergástulo. Patego. Algumas, claro, são natimortas: Lorpa. Trenguice. Lordaço. Não adianta bisturi ou eletrochoque – nada no mundo vai resgatá-las.
	Algumas, para não morrer, reinventaram-se. Trocaram de sexo, de nome e de profissão. A palavra "zoeira" já significou barulho: hoje significa troça. Não é o caso da palavra "troça", tadinha, que tá nas últimas –apesar de tão gozada.
	[...]
	Há palavras, no entanto, pelas quais ainda vale lutar. A palavra "cacareco", por exemplo, tá na UTI. Pros jovens que não chegaram a conhecê-la, cacareco é uma coisa velha, já sem utilidade. Sim, a própria palavra cacareco virou um cacareco.
	Está longe de ser o único cacareco da linguagem. Pense quando foi a última vez que ouviu que a situação está um despautério, que fulano tá borocoxô, que tal roupa é uma coqueluche, que fulana é uma songamonga.
	[...]
	Paramos de falar alpendre porque as casas deixaram de ter alpendre ou as casas pararam de ter alpendre porque já ninguém sabia o que era um alpendre?
<http://www1.folha.uol.com.br/colunas/gregorioduvivier/2016/07/1790346-cacarecos-da-
lingua.shtml?cmpid=newsfolha>
Acesso em: 21 set 2017.
QUESTÃO 1
Gregório Duvivier, ator, escritor e um dos criadores do portal de humor Porta dos Fundos, fala sobre o dinamismo da língua, confirma o óbvio: toda língua muda com o tempo. Cita algumas palavras que foram usadas por gerações anteriores, cita outras que ganharam vida nova ou que ganharam novos significados ao longo do tempo.
Releia o texto com atenção e assinale a opção que apresenta palavras que já nasceram mortas, que não tiveram vida útil na língua, segundo o autor.
a) Provecto, linfa, ergástulo, patego. b) Lorpa, trenguice, lordaço.
c) Lorota, natimortas, zoeira, troça. d) Cacareco, despautério, borocoxô.
e) Coqueluche, songamoga, alpendre.
Está longe de ser o único cacareco da linguagem. Pense quando foi a última vez que ouviu que a situação está um despautério, que fulano tá borocoxô, que tal roupa é uma coqueluche, que fulana é uma songamonga.
QUESTÃO 2
Algumas palavras podem mudar sua classificação e seu significado. Dependendo do contexto em que se encontre, manga, por exemplo, pode significar fruta ou parte do vestuário. Por outro lado, pelo contexto, também podemos identificar o significado de palavras desconhecidas.
Releia o fragmento do texto acima e assinale a opção que apresenta um significado equivocado para a palavra analisada no contexto em que se encontra.
a) Cacareco - sm. 1. Objeto velho e/ou bastante usado; tareco. 2. p.ext. Objeto sem valor.
b) Despautério – sm. Dito ou ação absurda, grande tolice; despropósito, disparate, desconchavo.
c) Borocoxô – adj2g. s2g. (Informal) 1. Que ou quem está envelhecido e/ou alquebrado. 2. Que ou o que é ou está desanimado; aborrecido.
d) Coqueluche - sf. 1. Infect. Doença infectocontagiosa provocada pelo bacilo Bordetella pertussis (tb. conhecido como Bordet-Gengou), caracterizada por fortes ataques de tosse espasmódica.
e) Songamonga - s2g. (Informal) 1. Pessoa de raciocínio lento. 2. Pessoa de movimentos lentos.3. Pessoa acomodada.
QUESTÃO 3
A concordância funciona como um dos mecanismos de coesão textual. As opções a seguir identificam corretamente os sujeitos e justificam a concordância verbal em cada frase, EXCETO em uma. Assinale-a.
a) “a gente não se dá conta” (linha 1) – Verbo dar-se - sujeito: a gente.
b) “Há uma multidão de palavras” (linha 5) – Verbo haver – núcleo do sujeito: multidão.
c) “nada no mundo vai resgatá-las.” (linhas 8-9) – Verbo resgatar – sujeito: nada.
d) “Algumas, para não morrer, reinventaram-se.” (linha 10) – Verbo reinventar – sujeito:
Algumas.
e) “Paramos de falar alpendre” (linha 20) – Verbo parar – sujeito implícito na desinência
verbal de 1 pessoa do plural.
TEXTO 2
Cara Carolina: sextilhas e imagens
Texto: Paulo Roxo Barja
Imagens: Claudia Regina Lemes
Introdução:
Carolina Maria de Jesus era “gente humilde”: passou boa parte da vida na favela, onde foi descoberta como escritora por Audálio Dantas. Ganhou fama repentina em 1960, com o lançamento do livro Quarto de espejo, sucesso no Brasil e em outros países. Seguiram-se vários outros livros e até um disco de sambas autorais; no entanto, Carolina morreu empobrecida e isolada. Embora sua obra esteja inscrita na história da literatura brasileira do século XX, seus textos só podem ser apreciados em sua plenitude a partir do conhecimento
das circunstâncias que nortearam a sua produção. Assim, desejamos que este trabalho desperte um olhar renovado para a vida e a obra de Carolina. Ela merece, e o Brasil precisa disso.
A MULHER QUE LÊ
Começou os seus estudos
quando tinha 7 anos;
aprendeu depressa a ler
e a escrever sem enganos,
mas ficou pouco na escola:
a vida tinha outros planos...
[...]
AS CORES
Carolina sente as cores
ali mesmo, na favela,
porém as cores reais
que em seu diário revela
são bem outras: “Quando acordo,
a fome é que é amarela.”
DESPEJO
“Não é por prazer que escrevo.
Eu falo sobre o que vejo:
a favela, sei bem disso,
é só um quarto de despejo
onde a sociedade joga
quem não desperta desejo.
Registro os sonhos e a vida,
caneta em punho e papel.
Meninos dormem na rua,
garotas são de aluguel,
eu trabalho o dia inteiro
e a igreja fala de Céu
Deixo o leito para escrever.
Logo imagino um castelo
de brilhantes, prata e ouro,
sob o sol bem amarelo.
A vida é sempre tão dura...
O sonho é sempre tão belo!”
[...]
WUNDER, Alik; NOVAES, Marcus; MARQUES, Davina (org.). Nas dobras do (im)possível: ensaios literários e imagéticos.
Campinas, SP: Edições Leitura Crítica; ALB, 2017. P. 53-63
Com a intenção de valorizar a obra de Carolina Maria de Jesus, Paulo Roxo Barja (texto) e Claudia Regina Lemes (imagens) apresentaram no 20o Congresso de Leitura do Brasil, realizado na Unicamp, em julho de 2016, uma biografia poética da escritora. Sobre esse texto, Cara Carolina: sextilhas e imagens, responda às questões abaixo.
QUESTÃO 4
A metalinguagem ocorre quando se fala da própria linguagem usada na comunicação. O texto 2, em sua introdução, tem como objeto de análise a poesia da autora Carolina de Jesus. Nele, encontra-se
a) uma linguagem objetiva para retratar o cotidiano das favelas brasileiras.
b) uma linguagem poética para falar de questões sociais diversas.
c) uma linguagem denotativa para contextualizar a obra da autora.
d) uma linguagem subjetiva para valorizar a vida da autora.
e) uma linguagem conotativa para incentivar a leitura de poemas sociais.
QUESTÃO 5
Na elaboração de um enunciado, os termos vão-se ligando uns aos outros, em sequências contínuas, ora estabelecendo relações sintáticas e semânticas por meio de preposições, advérbios, conjunções ou respectivas locuções, ora retomando elementos já enunciados.
Assinale a opção em que a palavra / expressão coesiva em destaque condiz com o comentário que se segue, tendo em vista a introdução da biografia poética da escritora Carolina Maria de Jesus.
a) A locução adverbial “em 1960” marca o ano em que Carolina Maria de Jesus morreu empobrecida e isolada.
b) A locução conjuntiva “no entanto” introduz uma ideia oposta àquela anteriormente enunciada e pode ser substituída por portanto, sem alteração de sentido.
c) A conjunção “embora” introduz uma justificativa para a oração a ser enunciada e pode ser substituída, sem alteração semântica, por já que, visto que.
d) A conjunção “Assim” introduz uma conclusão e pode ser substituída por “Por isso” ou “Então”.
e) A preposição “para” em “um olhar renovado para a vida e a obra de Carolina” tem valor semântico de movimento, indica afastamento do ponto de origem.
QUESTÃO 6
O texto em verso dá continuidade à biografia da escritora Maria Carolina de Jesus. Sobre ele, é válido afirmar:a) O texto apresenta musicalidade em virtude de alguns recursos expressivos sonoros utilizados: regularidade métrica, ritmo bem marcado, além de rimas perfeitas nos versos pares.
b) Duas vozes se manifestam no texto em linguagem verbal, a do articulista e a da ilustradora.
c) Nos versos “A vida é sempre tão dura.../ O sonho é sempre tão belo!”, os adjetivos dura e belo caracterizam respectivamente os substantivos vida e sonho e exemplificam uma figura de linguagem denominada metáfora.
d) As aspas presentes no texto em prosa e o uso da 1a pessoa assinalam um depoimento sobre a frágil saúde de Carolina: “Deixo o leito para escrever”.
e) Na fala “Quando acordo, a fome é que é amarela”, no poema As cores, o termo “amarela” tem o mesmo sentido de fraca.
QUESTÃO 7
No mesmo texto, Carolina de Jesus define metaforicamente a favela como “quarto de despejo”. Analise a definição poética da autora e uma possível definição literal do termo e assinale a alternativa que traz o comentário INADEQUADO sobre essas definições.
 “(...) a favela, sei bem disso, / é só um quarto de despejo / onde a sociedade joga / quem não desperta desejo.” “Favela é o conjunto de habitações populares precariamente construídas e desprovidas de infraestrutura.” (https://www.significados.com.br/favela/)
a) As definições são contraditórias, visto que a ideia de quarto de despejo não pode ser associada à falta de recursos materiais dessas construções.
b) A primeira definição apresenta valor conotativo, enquanto a segunda, valor denotativo.
c) O uso do pronome relativo onde, na primeira definição, marca a ideia de lugar, o que justifica a presença desse termo relacional.
d) A ideia de um espaço sociocultural marginalizado, habitado por pessoas de baixo poder aquisitivo é sugerida nos dois conceitos.
e) Ambas as definições representam o termo favela, embora com perspectivas diferentes.
QUESTÃO 8
Os verbos estão associados a acontecimentos e estados e conferem um caráter dinâmico aos enunciados por permitirem localizar, no tempo, fatos, ações e situações. Por se tratar de uma biografia, os poemas que a compõem utilizam muitos verbos que simbolizam ação, fato que se observa em todas as opções abaixo, EXCETO em
a) “revela” (As cores). b) “aprendeu” (A mulher que lê). c) “acordo” (As cores).
d) “tinha” (A mulher que lê). e) “escrevo” (Despejo).
TEXTO 3
 
https://wordsofleisure.com/2014/06/19/tirinha-do-dia-peanuts-e-nada-e-para-sempre/
QUESTÃO 9
A reflexão filosófica presente nos dois primeiros quadrinhos de Charlie Brown, desenhados por Charles Schulz, encontra eco no seguinte verso:
a) “Logo imagino um castelo” b) “de brilhantes, prata e ouro,” c) “sob o sol bem amarelo.”
d) “A vida é sempre tão dura...” e) “O sonho é sempre tão belo!”
QUESTÃO 10
Nas sociedades complexas e letradas, a realidade linguística se compõe de dois grandes polos: (1) a variação linguística, isto é, a língua em seu estado permanente de transformação, seja em virtude da origem geográfica do falante, seja condicionada por seu status socioeconômico ou grau de escolarização, seja ainda pela mudança que ocorre ao longo do tempo – variação histórica e (2) a norma padrão, produto cultural, modelo artificial de língua criado para servir de padrão para os comportamentos linguísticos considerados
adequados e corretos.
BAGNO, Marcos. Nada na língua é por acaso. São Paulo: Parábola editorial. 2010.p. 38, 43 – Adaptado.
Dos fragmentos abaixo, todos retirados do livro Quarto de Despejo de Carolina Maria de Jesus, assinale aquele que ilustra a variação linguística representativa do status socioeconômico e do grau de escolaridade da autora.
a) Quando vejo meus filhos comendo arroz e feijão, o alimento que não está ao alcance do favelado, fico sorrindo atoa. Como se eu estivesse assistindo um espetáculo deslumbrante. (JESUS, 1963, p.40)
b) Lavei as roupas e o barracão. Agora vou ler e escrever. Vejo os jovens jogando bola. E eles correm pelo campo demonstrando energia. (JESUS, 1963, p.40)
c) Penso: se eles tomassem leite puro e comessem carne [...] (JESUS, 1963, p.40).
d) Passei uma noite horrível. Sonhei que eu residia numa casa residível, tinha banheiro, cozinha, copa e até quarto de criada. Eu ia festejar o aniversário de minha filha Vera Eunice. Eu ia comprar-lhe umas panelinhas que há muito ela vive pedindo. Porque eu estava em condições de comprar. [...] Eu comia bife, pão com manteiga, batata frita esalada. Quando fui pegar outro bife despertei. Que realidade amarga! Eu não residia na cidade. Estava na favela. Na lama, as margens do Tietê [...] (JESUS, 1963, p.31).
e) “[...] os visinhos de alvenaria olha os favelados com repugnancia. Percebo seus olhares de ódio porque eles não quer a favela aqui. Que a favela deturpou o bairro. Que tem nojo da pobresa. Esquecem eles que na morte todos ficam pobre” (JESUS, 1963, p.47).
Fragmentos do livro Quarto de despejo disponíveis em: < http://www.ufjf.br/revistaipotesi/files/2011/05/8-Favela- espa%C3%A7o-e-sujeito-Ipotesi-152.pdf>. Acesso em: 24 set 2017.

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