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151_-_Marchas_tipos_de_pY_Y_padrYes_de_pY_baseados_em_arcos_plantares_e_sua_relaYYo_com_a_marcha

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1 
 
Marchas, tipos de pé – padrões de pé baseados em arcos plantares e 
sua relação com a marcha 
 
 
Kezia de Souza Nunes
1
 
kezia_fisioterapia@hotmail.com 
Dayana Giovanna 
Pós-graduação em Fisioterapia em Ortopedia e Traumatologia com ênfase em Terapia 
Manual - Faculdade Àvila 
 
 
Resumo 
 
Este artigo é uma revisão bibliográfica sobre marchas, tipos de pé – padrões de pé baseados 
em arcos plantares e sua relação com a marcha. Por meio do qual pode-se observar que a 
adequada habilidade do pé é essencial para a atividade normal da marcha. Durante a fase de 
apoio da marcha, o pé deve atuar como um adaptador frouxo, um braço rígido, um sistema 
absorvedor de choque e como mecanismo de rotação do membro inferior. Para que o nosso 
corpo esteja em condições de equilíbrio, qualquer desequilíbrio deverá ser compensado por 
um desequilíbrio inverso, de mesmo valor e no mesmo plano, portanto em posição 
ortostática. Este estudo tratou sobre os arcos plantares: plano ou chato; cavo e normais, 
tendo como principal objetivo estudar os tipos de pé considerando o arco e sua relação com 
a marcha. Para tanto, pretende-se como objetivos específicos estudar os tipos de pé; estudar 
os tipos de Marcha e seu tratamento; relacionar os tipos de pé com a marcha. 
 
Palavras-chave: Marchas; Pé; Arcos plantares. 
 
 
1. Introdução 
 
Uma dos movimentos humanos mais importantes para o fisioterapeuta é a marcha, vê suas 
etapas, os tipos, associar a marcha do indivíduo à patologias, etc. Além de forma de avaliação 
é também uma forma de tratamento. Desde o primeiro ano de vida, há estreita relação entre as 
funções que aparecem e desaparecem e a evolução estrutural do sistema nervoso central. 
É fora de discussão que as funções mais elementares de sistemas mais primitivos vão sendo 
paulatinamente inibidas pelos sistemas hierarquicamente superiores. O bebê começa a 
deambular entre os doze e quatorze meses iniciais da sua vida, porém isso dependerá, e muito, 
das experiências que ele vivenciará nesta fase. 
Nessa etapa de vida, o apoio plantar é feito basicamente pelo bordo medial dos pés e 
calcâneo. Em geral durante a marcha, atitude dos membros superiores, e de abdução das 
escapuloumerais, flexão dos cotovelos, a fim de auxiliar no equilíbrio do corpo ao deslocar-
se. Somente quando a criança começa a andar é que aparecem as reações de equilíbrio na 
posição de pé. Chamamos de alteração nesta fase a criança que ao deambular o faça com 
apoio, se andar nas pontas dos pés ou se claudicar. O colocar a criança de pé, mesmo com 
apoio precocemente, pode levar a sérios danos a coluna espinhal, assim como deformidades 
nos joelhos que irão interferir na marcha. 
No ato normal de caminhar, um ciclo de marcha começa quando o calcanhar do membro de 
referência contata a superfície de sustentação, e este ciclo termina quando o calcanhar do 
mesmo membro contata novamente o solo. 
 
1
 Pós-graduanda em Fisioterapia em Ortopedia e Traumatologia com ênfase em Terapia Manual pela 
Faculdade Ávila. 
2 
 
O ciclo da marcha divide-se em duas fases: a primeira de apoio e balanço e a segunda de 
dupla sustentação. Na marcha normal a fase de apoio constitui 60% do ciclo da marcha e é 
definida como o intervalo em que o pé do membro de referência está em apoio com o solo; a 
fase de balanço constitui 40% do ciclo da marcha, e é onde o membro de referência não 
contata o solo. A dupla sustentação refere-se aos dois intervalos num ciclo da marcha em que 
o peso corporal está sendo transferido de um pé para o outro, e ambos os pés estão em contato 
com o solo, ao mesmo tempo. 
Este estudo abordou como problema a seguinte questão: Qual a relação dos padrões de pé 
com a marcha? 
Tendo como objetivo geral estudar os tipos de pé considerando o arco e sua relação com a 
marcha. Para tanto pretende-se como objetivos específicos estudar os tipos de pé; estudar os 
tipos de Marcha e seu tratamento; relacionar os tipos de pé com a marcha. 
Durante um ciclo completo, o centro de gravidade é deslocado duas vezes em seu eixo 
vertical. O pico se dá durante o meio da postura na fase estática quando a perna sustentadora 
de peso está vertical e seu ponto mais baixo quando as duas pernas estão sustentando peso 
com posição de apoiar o calcanhar e a outra em ponta de dedos. 
 
2. Referencial teórico 
 
2.1 Anatomia do pé 
 
Segundo Testut (2001), o pé humano é composto de 26 ossos assim distribuídos: sete ossos do 
tarso (tálus, calcâneo, cubóide e os três cuneiformes); cincos ossos do metatarso; 14 falanges 
(três para cada um dos dedos, exceto para o hálux, que tem apenas duas). 
O pé possui funções importantes como suportar o peso e servir como alavanca para 
impulsionar o corpo. A construção do pé com vários ossos e articulações, permite a adaptação 
do pé aos tipos de superfícies, além de aumentar sua ação propulsora (DRAKE, 2005). 
Os ossos são mantidos unidos através dos ligamentos, que são em se totalizam em um número 
de 107, formando as articulações. No pé, as articulações são em número de 33: articulação 
superior do tornozelo, articulação subtalar, articulação transversa do tarso, articulações 
tarsometatarsianas, articulações metatarsofalangeanas, articulações interfalangeanas 
(DRAKE, 2005). 
O mesmo autor relata que os movimentos do pé são realizados pelos músculos. Os músculos 
são classificados em extrínsecos e intrínsecos. Os músculos extrínsecos possuem origem 
abaixo do joelho e inserção no pé, e realizam os movimentos do tornozelo como dorsiflexão, a 
plantiflexão, a inversão e eversão, além de atuarem na movimentação dos artelhos (dedos). Os 
músculos intrínsecos são representados pelos que se originam abaixo da articulação do 
tornozelo, podendo situar-se no dorso ou na planta do pé, estes músculos realizam a 
movimentação dos artelhos. 
Conforme Nobeschi (2010), o pé se divide em: tarso, metatarso e falanges. 
Ossos do Tarso - São em número de 7 divididos em duas fileiras: proximal e distal. 
Fileira Proximal: Calcâneo (túber do calcâneo) e Tálus (tróclea) 
Fileira Distal: Navicular, Cubóide, Cuneiforme Medial, Cuneiforme Intermédio 
(Médio) e Cuneiforme Lateral. 
Metatarso - É constituído por 5 ossos metatarsianos que são numerados no sentido medial 
para lateral em I, II, III, IV e V e correspondem aos dedos do pé, sendo o I denominado hálux 
e o V mínimo. Considerados ossos longos. Apresentam uma epífise proximal que é a base e 
uma epífise distal que é a cabeça. 
Dedos do Pé - Apresentam 14 falanges: Do 2º ao 5º dedos: 1ª falange (Proximal); 2ª falange 
(Média); 3ª falange (Distal). Hálux: 1ª falange (Proximal); 2ª falange (Distal). 
 
3 
 
2.1.1 Circulação 
 
Conforme Di Dio (2002), o sangue que irriga os pés percorre uma longa rota arterial. Após 
suprir a região com oxigênio e nutrientes, ele volta por veias ao coração, levando produtos 
residuais. O suprimento arterial do pé é fornecido principalmente pela artéria tibial posterior e 
tibial anterior. A artéria tibial posterior dividi-se a nível inframaleolar em artéria plantar 
medial e lateral, que suprem a planta do pé e formam o arco plantar. Próximo a sua origem, a 
artéria tibial posterior fornece a artéria fibular, que irriga os músculos do compartimento 
lateral da perna. 
Para Snell (2003) a artéria tibial anterior irriga os músculos anteriores da perna, passa em 
frente ao tornozelo e termina no dorso do pé como artéria dorsal do pé ou pediosa. Ramos 
desta artéria irrigam o dorso do pé e se anastomosam com o arco plantar, na planta do pé. 
Através do arco plantar há uma intercomunicação entre estas três artérias, formando as 
artérias metatársicase posteriormente as digitais, que são responsáveis pela irrigação anterior 
do ante-pé e dos pododáctilos (dedos). 
O retorno venoso é feito pelas veias digitais dorsais e plantares, posteriormente seguem como 
veias metatársicas que confluem para formar os arcos venosos. Na planta do pé formam as 
veias plantares mediais e laterais, posteriormente seguem como veias tíbias posteriores. No 
dorso do pé formam as veias safena magna e parva e veias tibiais anteriores (SNELL, 2003). 
 
2.1.2 Inervação 
 
Os nervos tibial, fibular e safeno que vão da perna ao pé inervam os músculos que realizam os 
movimentos do tornozelo e dos dedos. Além disso, captam mensagens dos receptores 
sensoriais localizados na pele do pé. 
O nervo tibial divide-se em nervo plantar medial e plantar lateral. O nervo plantar medial 
inerva a pele da sola do pé e os músculos adjacentes ao hálux. O nervo plantar lateral inerva a 
pele e os músculos dos outros quatro dedos do pé. 
O nervo fibular controla os músculos dorsiflexores do pé e recebe sensações da parte anterior 
da perna e do pé. Ramos do nervo safeno suprem a pele e fáscia na frente do joelho, da perna 
e do pé até a base do hálux. 
 
2.2 Esqueleto do pé 
 
Segundo Fernandes (1999), o esqueleto do pé é formado pelos ossos tarsais, metatarsais e 
falanges. Quase todos os ossos se unem por articulações sinoviais, conferindo mobilidade 
necessária para se adaptar a forças longitudinais aplicadas sobre o pé e, se moldar aos 
diferentes tipos de superfícies durante a marcha. 
Os ossos do tarso (do grego – tarso = superfície plana) a palavra era usada para uma série de 
estruturas planas. Hipócrates usava a expressão “tarsós podós” = planta do pé. Galeno utilizou 
o termo para o esqueleto, envolvendo apenas os ossos cuneiformes e cubóide como parte do 
tarso. 
De acordo com Gardner, Gray e O’rahilly (1988) são ossos pares e curtos, totalizando sete 
ossos em cada pé. 
O tálus (do latim – talus = tornozelo, dado de jogar), articula-se, proximalmente, com a face 
inferior da tíbia e, as porções articulares dos máléolos (lateral e medial – faces articulares), 
constituindo a articulação talocrural (tornozelo). O tálus repousa sobre o calcâneo. É dividido 
em três principais porções: tróclea (face articular para o tornozelo), colo (região estreita) e a 
cabeça (porção que se articula com o navicular). 
O calcâneo (do latim – calx = calcanhar), utilizado por Celso para designar o osso calcâneo. É 
o maior osso do tarso. Recebe toda a carga proveniente do corpo. Articula-se com os ossos: 
4 
 
tálus, navicular e cubóide. Recebe a inserção do músculo tríceps sural (tendão do calcâneo, 
denominado antigamente como tendão de “Aquiles”). 
Osso cubóide( do grego – kúbus = cubo, óides = forma de) articula-se com o calcâneo, 
navicular e com a base do IVº e Vº metatarsais. 
Osso navicular (do latim – navícula = diminutivo de navio) articula-se com a cabeça do tálus, 
cubóide e os três cuneiformes. 
Ossos cuneiformes (do latim - cuneus = cunha, formis = forma de), são nomeados no sentido 
transversal, sendo, cuneiforme medial, intermédio e lateral. Os cuneiformes se articulam com 
o osso navicular e com a base do Iº, IIº e IIIº metatarsais. 
Ossos metatarsais (do grego – meta = depois)são em número de cinco ossos, numerados de 
medial para lateral (desta forma, o Iº está no hálux). São ossos longos e podemos identificar 
três regiões: base, corpo e cabeça. As bases dos ossos metatarsais se articulam com os ossos 
tarsais. A base do Iº metatarso se articula com o cuneiforme medial, a base do IIº metatarso se 
articula com o cuneiforme intermédio, a base do IIIº metatarso se articula com o cuneiforme 
lateral e, as bases do IVº e Vº metatarsais se articulam co m o osso cubóide (nessa descrição 
não estamos levando em consideração a articulação entre as bases dos ossos metatarsais e, por 
motivos didáticos também não descrevemos detalhadamente as articulações entre base dos 
metatarsos (IIº e IIIº com os ossos cuneiformes). As cabeças dos ossos metatarsais se 
articulam com a base das falanges proximais, constituindo a articulação metatarsofalangiana. 
Comumente, na cabeça dos Iº metatarsos estão localizados dois ossos supranumerários, os 
ossos sesamóides lateral e medial. Em alguns casos a tuberosidade do Vº metatarsal pode 
desenvolver-se separado, imerso no tendão do músculo fibular longo, formando um osso 
sesamóide, denominado de osso de Vesalius. 
As falanges (do grego - phalanx = tropa de soldados). A phalanx era uma formação de 
infantaria grega em fileiras. Aristóteles utilizou o termo para os ossos dos dedos, devido sua 
disposição em fileiras. São em número de 14 falanges em cada pé formando o esqueleto dos 
dedos, divididas em proximais, médias e distais, com exceção no hálux (formado pelas 
falanges proximal e distal). As falanges possuem uma base (articulada com o osso metatarsal 
correspondente), um corpo e uma tróclea (articula-se com a base da próxima falange 
correspondente). As articulações entre as falanges são denominadas de articulações 
interfalangianas (proximal e distal, exceto no hálux). 
Clinicamente o pé é dividido em três porções: retropé, mediopé e antepé. 
O retropé: formado pelos ossos tálus e calcâneo. A articulação entre o tálus e calcâneo é 
denominada de articulação subtalar (articulação de Choupart). 
O mediopé: formado pelos ossos navicular, cubóide e cuneiformes medial, intermédio e 
lateral. A principal articulação é entre os ossos navicular (do mediopé) com o tálus e calcâneo 
(retropé), denominada de articulação taluscalcâneonavicular (local onde tem grande 
mobilidade para os movimentos de inversão e eversão do pé). 
O antepé: constituído pelos metatarsos e falanges. A articulação entre o mediopé e antepé, 
articulação tarsometatarsal, também é conhecida como articulação de Lisfranc. 
 
2.3 Movimentos do tornozelo e pé 
 
Dorsiflexão é o movimento de aproximação do dorso do pé à parte anterior da perna. A 
amplitude desse movimento é em torno de 20°. Os músculos que atuam neste movimento são 
o tibial anterior, o extensor longo dos dedos e o fibular terceiro. 
Plantiflexão consiste em abaixar o pé procurando alinhá-lo em maior eixo com a perna, 
elevando o calcanhar do chão. A amplitude média desse movimento é de 50°. Esse 
movimento é realizado principalmente pelos músculos sóleo e gastrocnêmios. 
5 
 
Inversão ocorre quando a borda medial do pé dirige-se em direção a parte medial da perna. A 
amplitude máxima deste movimento é de 20°. Realizado principalmente pelo músculo tibial 
posterior, e auxiliado pelos músculos gastrocnêmios, sóleo e flexor longo dos dedos. 
Eversão ocorre quando a borda lateral do pé dirige-se em direção a parte lateral da perna. A 
amplitude máxima é de 5°. Realizado principalmente pelos músculos fibular curto e longo, 
auxiliado pelos músculos extensor longo dos dedos e fibular terceiro. 
Abdução é o movimento que ocorre no plano transverso, com os artelhos apontando para fora. 
A adução consiste no movimento oposto, de apontar os artelhos para dentro. 
Pronação este movimento é triplanar, ocorre com uma combinação de movimentos sendo 
formado por uma eversão do calcâneo, abdução e dorsiflexão, onde o calcâneo move-se em 
relação ao tálus. 
Supinação é o oposto da pronação, ocorrendo uma inversão do calcâneo, adução e flexão 
plantar. 
 
3. Arcos do pé 
 
Segundo Peterson (2002), os ossos do pé formam arcos de sustentação e distribuição do peso 
corpóreo, são divididos em três arcos: longitudinal medial, longitudinal lateral e transversal. 
O arco longitudinal medial: formado pelos ossos calcâneo, tálus, navicular, Iº e IIº metatarsos. 
O arco longitudinal lateral: formado pelos ossos calcâneo, cubóide,IIIº, IVº e Vº metatarsos. 
O arco transversal: constituído pelos ossos cuneiformes (medial, intermédio e lateral), cubóide 
e base dos cinco ossos metatarsais. 
Apresenta ainda os músculos intrínsecos que se originam e se inserem no próprio pé, como o 
músculo extensor curto do hálux e mais 15 pequenos músculos. 
Diante disso fica clara a importância da correção e prevenção das lesões do pé, sendo muito 
importante o diagnóstico da alteração ou lesão anatómica/funcional que geram o processo. A 
correção destas patologias evita, inclusive, a extensão do desequilíbrio às estruturas superiores 
do esqueleto (coluna). 
A articulação do tornozelo está entre o tálus, tíbia e fíbula. A estabilidade medial é dada pelos 
músculos tibiais anterior e posterior, pelo músculo flexor longo dos artelhos pelo músculo 
flexor longo do hálux. A estabilidade lateral é garantida pelos músculos fibulares, ligamento 
talo-fibular e calcâneo-fibular. 
A manutenção da postura ereta é obtida através da tensão passiva dos músculos posteriores do 
corpo, principalmente pelo músculo solear. 
 
3.1 Plano ou chato 
 
Para Peterson (2002), é a diminuição do arco plantar e está sempre associado a um talus 
valgus. Provoca rotação medial dos eixos tibiais e femorais e, consequentemente, a tendência 
a um joelho valgo (angulado medialmente), direcionando as patelas para o sentido medial. 
Pode ser congênito ou adquirido: 
Congênito: Proveniente da hereditariedade. Acentuada frouxidão de ligamentos; Articulações 
mediotársica e subastragaliana são hipermóveis; Tendão calcâneo curto. 
Adquirida: É consequência de desequilíbrios musculares, postural ou estático. Peso 
excessivo; Fadiga muscular; Uso de calçados inadequados; Maus hábitos da marcha. 
O pé plano pode aumento de carga nas extremidades inferiores como um todo, o que resulta 
em aumento da rotação interna da perna. Consequências: 
Modificação do padrão de trabalho biomecânico da musculatura da coxa, de forma que a 
perna, o joelho e o quadril ficam sujeitos a mais sobrecarga. 
Essa pode ser a causa de lesões por excesso de uso ou outras condições dolorosas nessas 
áreas. 
6 
 
3.1.1 Tratamento clínico 
 
Os casos de pé chatos postural é indolor em crianças, em geral não requerem tratamento, mas 
é preciso aconselhar quanto ao uso do calçado adequado para que a criança mantenha os pés 
bem livres, andando descalça em solo irregular e limpo ou com calçados bem leves, como o 
tênis, dando condições para musculatura trabalhar livre e naturalmente. Nos adultos, o 
tratamento depende da causa e da presença de alguma anomalia estrutural. 
O pé chato doloroso devido a estresse ocupacional pode ser tratado pelo fisioterapeuta e pelo 
aconselhamento. Se o paciente for obeso, deve ser orientado no sentido da dieta. Se houver 
deformidade fixa, os calçados ortopédicos ou as palmilhas podem trazer alívio. Em alguns 
casos, a cirurgia pode ser necessária para aliviar a dor e, se possível, restaurar a função. 
 
3.1.2 Tratamento fisioterápico 
 
Nas crianças, se o pé tiver boa mobilidade, deve-se fortalecer os músculos que sustentam o 
arco, principalmente o tibial anterior e posterior e flexor longo e curto dos dedos. Se as 
articulações estiverem rígidas, junto com o fortalecimento, realiza-se exercícios ativos do pé e 
tornozelo (flexão plantar, caminhar na areia, pisar em bolinhas, cabo de vassouras rolando 
para frente e para trás, colocar uma toalha no chão e fazer com que a criança puxe a toalha 
com os dedinhos). Realizar alongamentos e mobilizações passivas. 
Nos adultos deve-se aliviar a dor com repouso e técnicas específicas (água morna, 
massoterapia, banho de contraste, tens, hidromassagem para os pés). Quando a dor diminuir, 
utilizar exercícios ativos e resistidos, do pé e tornozelo. Além disso, não podemos esquecer da 
correção geral da postura e da marcha. 
 
3.2 Cavo 
 
Aumento do arco longitudinal, sua origem ainda não é definida. 
Pode ser proveniente de: Doença paralítica; desequilíbrios posturais e musculares no período 
de crescimento; Doenças neurológicas ou Deformidades da coluna. 
Devem ser tratados paralelamente a causa, para que os exercícios possam apresentar 
resultados, quando aplicados. 
Um pé cavo é relativamente inflexível e tem uma amplitude de movimento articular limitada. 
É quase sempre combinado com uma musculatura rígida da panturrilha e uma aponeurose 
plantar rígida. 
 
3.2.1 Sintomas e diagnóstico 
 
Conforme Verderi (2005), pode-se desenvolver dedo em martelo (os dedos ficam dobrados, 
não podendo ser endireitados). 
O hálux fica voltado para baixo, o que quase sempre leva a formação de calos dolorosos. 
Dor causada por esforço prolongado. Pés cavos geralmente não toleram muito bem corridas 
de longa distância. 
O tratamento é conservador, mas poderá ser cirúrgico se os pés não estiverem fixados e com 
muitas dores ou evoluindo rapidamente para os pés cavos neurológicos. 
 
3.2.2 Tratamento fisioterapêutico 
 
Primeiramente retirar a dor do paciente com calor superficial, banho de contraste, parafina 
etc. Realizar movimentos ativos e passivos de todo o pé e tornozelo, alongamento intensivo 
da região da planta do pé, exercícios resistidos para os músculos intrínsecos do pé. 
7 
 
É muito importante que o paciente use palmilhas corretivas durante o dia e calha durante a 
noite. 
Realizar correção da postura geral e da marcha. 
 
3.3 NORMAIS 
 
3.3.1 Pé normal, pé reto 
 
Para Khale et al., (2000) a impressão do pé deve mostrar cinco áreas de dedos do pé, uma área 
anterior e uma posterior de planta do pé com uma faixa de ligação entre as duas áreas da 
planta. A carga principal do pé normal se faz sentir medialmente no calcâneo e na cabeça do 
osso metatársico I. 
O futebol apresenta características próprias que propiciam lesões traumato-ortopédicas. Por 
outro lado, temos na literatura que alterações posturais como genovaro ou valgo, curvas 
lordóticas ou escolióticas estruturadas, discrepâncias verdadeiras no comprimento dos 
membros, quadris com anteroversão ou retroversão, exagerado genu recurvatum e tipo 
anormal do pé aumentam o risco de lesões no esporte (GOULD III, 1993). 
 
3.3.2 Testes específicos 
 
Ao avaliar o paciente seguiremos um critério ditado pelo próprio desenho do pé: a função de 
apoio (como respondem suas estruturas à carga), de estática (como repercute seu alinhamento 
nas articulações superiores e na estática geral do indivíduo) e de translação (comportamento 
do pé na dinâmica da marcha). 
O paciente será colocado em uma posição elevada eu permita ao examinador observar com 
comodidade; este se colocará por trás para poder constatar a postura do retropé e o 
alinhamento do calcâneo e dos maléolos com o objetivo de determinar o defeito encontrado. 
No caso do pé plano valgo, observa-se uma aproximação dos maléolos e uma separação dos 
calcâneos. Em seguida o examinador se colocará à frente para observar a pronação do dorso 
do pé (valgo). 
Para examinar os arcos plantares será recomendado o emprego de um podoscópio ou a 
realização de um fotopodograma. 
Objetivos do tratamento: Na criança, os objetivos serão a correção máxima e o fortalecimento 
muscular com reeducação dinâmica da estática e da marcha. São aconselhados o uso de calor, 
as massagens, os banhos alternantes para ativar a circulação e a realização de mobilizações 
com terapia manual. É muito importante dizer, que na criança, o uso do calor e de 
mobilizações manuais devem ser feitos a partir dos 5-6 anos de idade para não deformar o 
arco plantar na sua formação. 
Tipos de órteses: Uma vez em que o pé esteja relaxado, se colocará uma órtese (palmilha) 
destinada não acorrigir estruturas, mas sim a dar um apoio adequado e proporcionar conforto. 
O material para a confecção das órteses plantares é variado, podendo ser rígido (de 
duralumínio), semi-rígido (de borracha ou cortiça) ou flexível (silicone). Nas crianças serão 
indicados todos eles, sempre que sejam revistos, periodicamente, e remodelados, pois o 
próprio calor da pele e o peso as deformam. Finalmente deve-se assinalar que todos as 
palmilhas deverão chegar somente até a cabeça dos metatarsianos. 
A deambulação e a postura da criança ficarão comprometidas pela evidente plantificação total 
do pé e elevadas cargas fisiológicas sobre o arco plantar plano (ou chato). 
 
 
 
 
8 
 
4 Metodologia 
 
Este estudo é de origem bibliográfica, utilizando para sua elaboração, livros e artigos que 
abordem o tema proposto. 
A metodologia corresponde às técnicas e meios usados na pesquisa que possibilita sua 
conclusão com êxito. Segundo Marconi e Lakatos (2001, p.105) “a especificação da 
metodologia da pesquisa é a que abrange maior numero de itens, pois responde, a um só 
tempo, às questões como?, com quê?, onde?, quanto?” Ainda com Marconi e Lakatos (2001): 
 
Toda pesquisa implica o levantamento de dados de variadas fontes, quaisquer que 
sejam os métodos ou técnicas empregadas. Os dois processos pelos quais se podem 
obter os dados são a documentação direta ou indireta (MARCONI e LAKATOS, 
2001, p.43). 
É sabido que toda e qualquer classificação de pesquisas se faz mediante algum critério. Em 
relação às pesquisas, é usual a classificação com base em seu objetivo geral. Assim, é possível 
classificar as pesquisas em três grandes grupos: exploratórias, descritivas ou explicativas. 
De acordo com Gil (2009 p.41-43): 
 
As pesquisas explicativas possuem com preocupação central identificar os fatores 
que determinam ou que contribuem para a ocorrência dos fenômenos. Esse é o tipo 
de pesquisa que mais aprofunda o conhecimento da realidade, pois explica a razão, o 
porquê das coisas. Por isso mesmo, é o tipo mais complexo e delicado, já que o risco 
de cometer erros aumenta consideravelmente. 
 
A metodologia de um trabalho é a parte onde se descreve os procedimentos a serem seguidos 
durante a realização da pesquisa. A pesquisa bibliográfica é desenvolvida com base em 
material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos. Embora em 
quase todos os estudos seja exigido algum tipo de trabalho dessa natureza, há pesquisas 
desenvolvidas exclusivamente a partir de fontes bibliográficas. 
Portanto, a metodologia utilizada para a elaboração deste artigo foram pesquisas 
bibliográficas de aspecto descritivo, pois as informações contidas são de várias fontes e 
diversos autores e também porque apresentam muitos processos e procedimentos relacionados 
ao tema abordado. 
 
5 Resultados e discussão 
 
Como resultados deste estudo pode-se constatar que a marcha é um dos movimentos humanos 
mais importantes pro fisioterapeuta é a marcha, vê suas etapas, os tipos, associar a marcha do 
indivíduo à patologias é super importante. Além de forma de avaliação é também uma forma 
de tratamento. 
A marcha pode ser definida como a maneira ou o estilo de andar. Segundo Adam & Victor 
(1998), a postura corporal e a locomoção normais exigem integridade da função visual, 
vestibular, proprioceptiva e um equilíbrio músculo-esquelético. Qualquer alteração em algum 
desses sistemas, determinará um comprometimento durante as fases da marcha. Para Hebert 
& Xavier (1998), andar não é simplesmente colocar um pé após o outro, mas sim um conjunto 
de movimentos rítmicos e alternados do tronco e extremidades visando a locomoção do corpo. 
De acordo com O´Sulivan (1993), a marcha humana é um dos componentes básicos do 
funcionamento independente, por isso, a meta de muitos programas terapêuticos fisioterápicos 
visa restaurar ou melhorar o estado de deambulação do paciente. 
No primeiro ano de vida, há estreita relação entre as funções que aparecem e desaparecem e a 
evolução estrutural do sistema nervoso central. É fora de discussão que as funções mais 
9 
 
elementares de sistemas mais primitivos vão sendo paulatinamente inibidas pelos sistemas 
hierarquicamente superiores. O bebê começa a deambular entre os doze e quatorze meses 
iniciais da sua vida, porém isso dependerá, e muito, das experiências que ele vivenciará nesta 
fase. Nessa etapa de vida, o apoio plantar é feito basicamente pelo bordo medial dos pés e 
calcâneo. 
Em geral durante a marcha, atitude dos membros superiores, e de abdução das 
escapuloumerais, flexão dos cotovelos, a fim de auxiliar no equilíbrio do corpo ao deslocar-
se. Somente quando a criança começa a andar é que aparecem as reações de equilíbrio na 
posição de pé. Chamamos de alteração nesta fase a criança que ao deambular o faça com 
apoio, se andar nas pontas dos pés ou se claudicar. O colocar a criança de pé, mesmo com 
apoio precocemente, pode levar a sérios danos a coluna espinhal, assim como deformidades 
nos joelhos que irão interferir na marcha. 
No ato normal de caminhar, um ciclo de marcha começa quando o calcanhar do membro de 
referência contata a superfície de sustentação, e este ciclo termina quando o calcanhar do 
mesmo membro contata novamente o solo. 
O ciclo da marcha divide-se em duas fases: a primeira de apoio e balanço e a segunda de 
dupla sustentação. Na marcha normal a fase de apoio constitui 60% do ciclo da marcha e é 
definida como o intervalo em que o pé do membro de referência está em apoio com o solo; a 
fase de balanço constitui 40% do ciclo da marcha, e é onde o membro de referência não 
contata o solo. A dupla sustentação refere-se aos dois intervalos num ciclo da marcha em que 
o peso corporal está sendo transferido de um pé para o outro, e ambos os pés estão em contato 
com o solo, ao mesmo tempo. 
Durante um ciclo completo, o centro de gravidade é deslocado duas vezes em seu eixo 
vertical. O pico se dá durante o meio da postura na fase estática quando a perna sustentadora 
de peso está vertical e seu ponto mais baixo quando as duas pernas estão sustentando peso 
com posição de apoiar o calcanhar e a outra em ponta de dedos. 
Rotação e inclinação pélvica: A rotação pélvica visa diminuir a ondulação vertical, na qual a 
pelve oscila sobre um eixo da coluna lombar. O grau de compensação da pelve durante o 
passo também diminui o ângulo entre a pelve e a coxa e a perna e o solo. Por outro lado, a 
inclinação pélvica é uma queda da pelve do lado do balanceio. A perna de apoio está aduzida 
e a perna em movimento levemente aduzida, e fletida no quadril e joelho para se erguer do 
solo. 
Flexão do joelho na fase de apoio: O joelho durante a fase de apoio está completamente 
estendido quando o calcanhar toca o solo, o que inicia a fase de apoio para a perna Quando o 
corpo se desloca sobre o seu centro de gravidade o joelho flete, o corpo passa sobre o pé e o 
joelho gradualmente reestende até a extensão total no fim da fase de apoio. 
O movimento conjugado entre o joelho e o tornozelo relaciona-se com a ondulação da pelve. 
No apoio do calcanhar, o tornozelo promove 90º de dorsiflexão e gradualmente flete em 
sentido plantar para se aplanar no solo quando o corpo se aproxima do centro de gravidade. 
Os músculos acionadores, estabilizadores e desaceleradores possuem um papel de grande 
importância para a realização da marcha. 
Os músculos eretores da espinha elevam a pelve e os glúteos estabilizam o quadril, durante o 
desvio lateral da pelve. Os flexores do quadril iniciam a fase de movimento ocasionando um 
pêndulo nos músculos da coxa e perna. 
O quadríceps exerce uma grande atividade muscular durante a marcha, assim comoos 
abdominais, isquios-tibiais, gastrocnêmios, solear, psoas, piramidal, quadrado lombar. 
Podemos observar que todos os músculos, até de cadeias musculares mais distantes, são 
solidários para a realização da marcha, e mais, que o estado psicossocial do indivíduo altera a 
marcha. 
Segundo Goss (2001) são assim classificados os tipos de Marcha: 
10 
 
Marcha atáxica: É uma marcha descoordenada, que ocorre comumente em pessoas com 
paresias (dificuldades ou diminuição de movimentos), por problemas neurológicos. Mas pode 
ocorrer por cansaço extremo. 
Marcha escavante: Encontrada em lesões do nervo fíbula comum ou ciaticopoplíteo externo, 
que não permite a dorsiflexão do pé. Em consequência, o paciente ao andar flete a coxa, 
levanta demasiadamente a perna e nota-se que o pé cai. O bico do sapato toca no solo como se 
escavasse o mesmo, por isto seu nome "escarvante" ou stepage 
Marcha anserina: Nela, há oscilações da bacia, as pernas estão afastadas, há hiperlordose 
lombar, como se o paciente quisesse manter o corpo em equilíbrio, em posição ereta, apesar 
do déficit muscular. A inclinação do tronco para um lado e para o outro confere à marcha a 
semelhança da marcha de um ganso, daí o nome de marcha anserina. Este tipo de marcha 
pode ser encontrada em qualquer processo que cause fraqueza dos músculos pélvicos, como 
nas polineuropatias pseudomiopáticas, miosites e polimiosites 
Marcha claudicante: pode significar debilidade dos membros inferiores, e não perda ou 
inutilização de membro, sentido ou função. Porque a perda de membro, sentido ou função, 
pode ser mutilação (causada pela violência do golpe), amputação (por cirurgia necessária), ou 
mesmo a inutilização, em que o membro ou órgão, apesar de ligado ao corpo, não mais tem 
capacidade funcional. Entretanto, a perda de um dos órgãos duplos caracteriza lesão grave e 
não gravíssima. 
Marcha Parkinsoniana. A marcha se faz em bloco, pois o paciente encontra-se rígido. A 
rigidez muscular generalizada torna difícil o início da marcha, dando a impressão de que o 
enfermo se acha preso ao solo. Às vezes, só após algumas tentativas consegue iniciar a 
marcha, que se realiza em passos curtos, com a cabeça e o tórax inclinados para frente. Os 
antebraços e os joelhos rígidos em discreta flexão. Não há o balanço dos braços como na 
marcha normal. 
Marcha em Tesoura. Encontrada na paralisia cerebral ou enfermidade de Little, pois além da 
hipertonia extensora dos membros pélvicos, há acentuado hipertonia dos músculos adutores, 
fazendo com que as coxas se unam e os membros inferiores se cruzem para o lado oposto, 
conferindo à deambulação alternância cruzada em cada passo. 
Entre outras. 
Sabendo-se o ciclo da marcha e os tipos pode-se tentar trabalhar melhorando a deambulação 
de pacientes com deficiências e/ou disfunções musculoesqueléticos. 
Segundo Enoka (2000), um sistema está em equilíbrio mecânico quando o somatório das 
forças que agem sobre o sistema é igual a zero. Entretanto, esse sistema tem estabilidade 
somente quando, após uma perturbação, ele retorna a sua posição de equilíbrio. 
Conforme o indivíduo oscila para frente e para trás, os receptores sensoriais visuais, 
somatossensoriais e vestibulares detectam essas flutuações e geram respostas compensatórias 
nos músculos adequados (DIETZ, 1992). 
Existem muitas variações da marcha, de uma pessoa para outra. Numa observação habitual, 
uma pessoa pode ser identificada por suas passadas, notadamente, pelo seu ritmo e suavidade. 
A maneira de andar e o porte podem até mesmo fornecer indícios da personalidade e da 
profissão de um indivíduo, conforme estudos realizados por Adam & Victor (1998), 
Basmajian (1987). 
 
6 Considerações finais 
 
Concluiu-se por meio deste artigo que as doenças ortopédicas congênitas na criança podem 
ser tratadas conservadoramente e funcionalmente com resultados positivos para o paciente, se 
forem diagnosticadas precocemente pelo médico e tratadas correta e adequadamente pelo 
terapeuta. 
11 
 
Os arcos plantares que são classificados em plano ou chato, cavo e normais foi interessante 
estudar suas características e tratamento. 
Abordamos as doenças mais comuns na infância e algumas de origem rara e não tanto comuns 
nessa faixa etária. Observou-se também que o uso de órtese ortopédicas irá auxiliar a essa 
criança a se locomover ou deambular com mais facilidade, a melhorar o equilíbrio 
neuromotor, a força muscular e a postura geral do segmento corporal como um todo. 
Recomenda-se este material à todos os profissionais fisioterapeutas a fim de conhecer mais 
sobre marchas e arcos plantares e a visão de vários autores sobre o tema proposto, bem como 
à todos que buscam mais informações sobre o tema em questão. Espera-se por fim que outros 
estudos sejam realizados a partir deste. 
 
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