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TÉCNICAS PROJETIVAS MÓDULO 0 - APRESENTAÇÃO Da disciplina Organização do material: Nesta disciplina, você terá oportunidade de estudar as técnicas de investigação da personalidade e o uso adequado e ético dos testes projetivos no contexto da avaliação psicológica. Estudará também os conceitos de projeção e de apercepção, que são característicos das técnicas projetivas. O material poderá ser utilizado como orientação para seu estudo e como complemento das atividades realizadas nas aulas presenciais. O programa da disciplina está distribuído em 8 módulos, que devem ser estudados ao longo do semestre letivo. Alguns tópicos serão objeto de avaliação na NP1 (Módulos 1 a 4) e outros serão avaliados na NP2 (Módulos 5 a 8). Sugerimos que você siga a ordem abaixo apresentada, ao planejar seu estudo sobre os três instrumentos de avaliação psicológica: os testes HTP (House-Tree-Person), CAT-A (Childrens Apperception Test) - Teste de Apercepção Infantil com Figuras de Animais e o teste TAT (Teste de Apercepção Temática). MÓDULO 1: As Técnicas Projetivas e o conceito de Projeção HTP – Técnica de aplicação MÓDULO 2: HTP - Histórico, validação, linhas básicas de interpretação HTP – Análise dos Aspectos expressivos MÓDULO 3: HTP – Análise dos Aspectos de Conteúdo (Casa) HTP – Análise dos Aspectos de Conteúdo (Árvore) MÓDULO 4: HTP – Análise dos Aspectos de Conteúdo (Pessoa) HTP - Análise de desenhos MÓDULO 5: O conceito de Apercepção nas Técnicas Projetivas Temáticas MÓDULO 6: CAT-A - Histórico, Material e Técnica de Aplicação e Interpretação. MÓDULO 7: TAT - Histórico, Material e Técnica de Aplicação. MÓDULO 8: TAT - Diretrizes para a Interpretação Em cada um dos módulos, haverá uma breve apresentação do assunto, indicação de material para leitura, atividades de estudo e exercícios de verificação da aprendizagem. Lembre-se que a mera realização dos exercícios não permitirá a aprendizagem dos temas. É imprescindível que você realize todas as atividades descritas em cada módulo. O presente conteúdo, por se tratar da apresentação do curso, não inclui exercícios. Bibliografia: A Bibliografia apresentada a seguir relaciona as obras consideradas importantes para o estudo dos temas. Bibliografia Básica: BELLAK, L. & ABRAMS, D.V. CAT-A: Teste de apercepção infantil - figuras de animais. Adaptado à população brasileira por Adele de Miguel (et. al.). São Paulo: Vetor. 2010. BUCK, J. H-T-P: casa-árvore-pessoa - técnica projetiva de desenho: manual e guia de interpretação. São Paulo: Vetor, 2003. CUNHA, J. A. Psicodiagnóstico- V. 5ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2000. MURRAY, H. TAT – Teste de Apercepção Temática. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2005. Bibliografia Complementar: AMBIEL, R. A. M. ... [et al.] Avaliação Psicológica: guia de consulta para estudantes e profissionais de psicologia. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2011.? CAROTENUTO, C.O pesadelo infantil e o teste CAT: uma análise psicodinâmica. São Paulo: Vetor: 2003. FONSECA, A.L.B. & MARIANO, M.S.S. Desvendando o Mecanismo da Projeção. Psicologia Em foco. Vol.1 (1). Jul./Dez., 1-8, 2008. NUNES, M.L.T.(org.) Técnicas projetivas com crianças. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2010. OCAMPO, M.L.S. e col. O processo psicodiagnóstico e as técnicas projetivas. 11ª ed. São Paulo: Martins Fontes, 2005. VAN KOLCK, O.L. Testes projetivos gráficos no diagnóstico psicológico. São Paulo: E.P.U., 1984. VILLEMOR-AMARAL, A. E.; WERLANG, B. S. G. Atualizações em métodos projetivos para avaliação psicológica. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2008. Além destas referências, é desejável que você recorra a outras fontes, caso queira se aprofundar em algum tópico específico do programa. É importante que, em sua pesquisa, você recorra a fontes confiáveis. Indicamos a seguir alguns endereços eletrônicos cuja consulta é recomendada: SITES E BANCO DE DADOS BIBLIOTECA DIGITAL DE TESES E DISSERTAÇÕES (USP) http://www.teses.usp.br/ PEPSIC – PERIÓDICOS ELETRÔNICOS EM PSICOLOGIA http://pepsic.bvs-psi.org.br/scielo.php BIBLIOTECA VIRTUAL EM SAÚDE (BVS) www.bvs-psi.org.br PERIÓDICOS CAPES www.periodicos.capes.gov.br Se você necessitar de informações adicionais para ampliar seus conhecimentos, solicite-as ao professor, nas aulas presenciais. MÓDULO 1 As técnicas projetivas e o conceito de projeção Referência bibliográfica: FONSECA, A.L.B. & MARIANO, M.S.S. Desvendando o Mecanismo da Projeção. Psicologia em foco. Vol.1 (1). Jul./ Dez., 1-8, 2008. As técnicas projetivas são instrumentos auxiliares na investigação diagnóstica no contexto da avaliação psicológica e podem ser utilizadas em várias áreas da atuação profissional. Nosso objetivo nesta disciplina, além do ensino dos testes HTP (House-Tree-Person) e CAT-A (Teste de Apercepção Infantil com Figuras de Animais) é o de considerar o uso desses instrumentos de acordo com os princípios técnicos e da ética profissional. Antes de iniciarmos o estudo sobre as técnicas projetivas, é importante pensarmos a respeito da fundamentação teórica desses testes, iniciando pelo próprio conceito da palavra projeção. Para compreender melhor essa fundamentação, leia o artigo recomendado na referência. O estudo da projeção está associado a diversas áreas de conhecimento, entre elas a física, a matemática, a ótica e a psicologia. Dentre as teorias psicológicas, a que mais utiliza a projeção como referencial teórico é a Psicanálise. Para explicitar a manifestação da projeção, a teoria psicanalítica concebe-a como uma operação psíquica, na qual o sujeito expulsa de si e localiza no outro as qualidades, os desejos, os sentimentos e os objetos que estão internalizados, recusando- se a aceitá-los como seus. Num segundo momento, Freud amplia esse conceito,considerando a projeção como uma forma de expressão do indivíduo. Dessa forma, o teste projetivo tem bases semelhantes, uma vez que o material permite desencadear a subjetividade do sujeito, por meio de desenhos ou histórias, relacionando-as a manifestações inconscientes em produções humanas. Atividades recomendadas: 1) Faça uma leitura criteriosa do artigo indicado, observando os vários sentidos da definição de projeção, compreendendo o sentido psicanalítico do conceito. 2) Associe o conceito de projeção às características do material das técnicas projetivas. 3) Acompanhe o seguinte exemplo de exercício: Freud definiu o conceito de projeção em dois momentos. De acordo com as afirmativas abaixo, assinale a alternativa incorreta: a) A projeção enquanto mecanismo de defesa é um processo psíquico que ocorre de maneira inconsciente. b) A projeção enquanto mecanismo de defesa serve para diminuir a tensão interna provocada por uma idéia, um afeto ou um sentimento que é reprimido e atribuído à realidade externa. c) A projeção enquanto forma de expressão pode vir a se tornar consciente ou pré-consciente. d) A função da projeção enquanto defesa é proteger o ego de algum conteúdo que seria intolerável à consciência. e) A projeção enquanto forma de expressão foi ampliada por Freud e apresenta como finalidade o alívio da tensão interna. A alternativa incorreta é a letra “e”, pois a projeção enquanto expressão não apresenta como finalidade o alívio da tensão. Como não é necessariamente inconsciente, esse tipo de projeção pode inclusive aumentar a tensão interna, gerada pela atribuição de algum conteúdo interno para a realidade externa. Aprojeção enquanto mecanismo de defesa apresenta, sim, como uma das finalidades, o alívio da tensão para a proteção do ego, por isso a função defensiva. HTP – Técnica de aplicação Referências bibliográficas: BUCK, J. H-T-P: casa-árvore-pessoa - técnica projetiva de desenho: manual e guia de interpretação. São Paulo: Vetor, 2003. CUNHA, J. A. Psicodiagnóstico- V. 5ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2000, cap. 35, p.519-527. O HTP é geralmente utilizado em processos de avaliação psicológica nos mais diversos contextos de atuação do psicólogo. Pode ser utilizado como parte de uma avaliação inicial ou de uma intervenção terapêutica em andamento. Sua administração e aplicação é muito fácil, uma vez que requer apenas o uso de um material simples: lápis e papel. É importante lembrar que existem várias versões de aplicação do HTP. A aplicação do HTP requer uma sala apropriada, sem muitos estímulos ou barulhos para não ocasionar distração por parte do paciente. O número de sessões para a aplicação depende do número de desenhos solicitados pelo examinador e do ritmo do examinando. Deve-se pedir ao sujeito que realize os desenhos da melhor maneira possível. Após a elaboração de cada desenho, deve-se realizar um inquérito, com a finalidade de esclarecer e enriquecer a produção do sujeito. Em geral, solicita-se que o examinando olhe para o desenho recém realizado e imagine as respostas para cada pergunta realizada. Como material, utiliza-se folhas de papel sulfite branco, tamanho ofício. Recomenda-se o uso de pelo menos dois lápis pretos nº 2, uma borracha como item opcional e um conjunto de lápis de cor, com um mínimo de oito cores: vermelho, laranja, amarelo, verde azul, violeta, marrom e preto. Os lápis pretos nº 2 e os lápis de cor devem estar espalhados sobre a mesa, de forma aleatória, para que haja uma liberdade de escolha por parte do sujeito. Os desenhos podem ser Acromáticos ou Cromáticos. Os desenhos devem ser realizados na seguinte ordem: 1º) Casa, com a folha na posição horizontal; 2º) Árvore, com a folha na posição vertical; 3º) Pessoa, folha na vertical e 4º) Pessoa do sexo oposto, com a folha também na vertical. É importante observar e anotar os comentários do sujeito e suas reações não-verbais. Atividades recomendadas: 1) Faça uma leitura das instruções de aplicação do Manual do HTP, disponível para consulta no Laboratório de TEAP e do livro indicado, disponível na Biblioteca. 2) Acompanhe o seguinte exemplo de exercício: De acordo com a aplicação do teste HTP, é possível afirmar: I – Os desenhos podem ser realizados de forma aleatória, devido à liberdade de resposta e de expressão, características das técnicas projetivas. II – Todos os desenhos devem ser realizados com a folha na posição vertical. III – A fase gráfica é seguida por uma fase verbal, que tem como finalidade enriquecer e esclarecer a produção do sujeito. IV – O inquérito deve ser realizado no final do teste, após a realização de todos os desenhos. Assinale a alternativa correta: a) Apenas I e II b) Apenas III c) Apenas II e III d) Apenas I e IV e) I, II, III e IV A resposta correta é a alternativa “b”. A afirmativa I é incorreta, pois os desenhos devem ser apresentados necessariamente na ordem de aplicação. A afirmativa II está errada, pois o desenho da Casa deve ser realizado na posição horizontal. A afirmativa IV também está incorreta, pois o inquérito deve ser realizado logo após a realização de cada desenho e não no final do teste. 3) Realize agora os exercícios deste módulo, anotando as dúvidas que surgirem durante a resolução. Caso elas persistam, apresente-as ao professor, nas aulas presenciais. MÓDULO 2: HTP – HISTÓRICO, VALIDAÇÃO, LINHAS BÁSICAS DE INTERPRETAÇÃO Referências bibliográficas BUCK, J. H-T-P: casa-árvore-pessoa - técnica projetiva de desenho: manual e guia de interpretação. São Paulo: Vetor, 2003. VAN KOLCK, O.L. Testes projetivos gráficos no diagnóstico psicológico. São Paulo: E.P.U., p. 1– 11, 1984. O HTP (House-Tree-Person) é um conjunto de testes gráficos, elaborado por John BUCK (1949). Nessa bateria, o autor reuniu o Teste da Árvore de Karl KOCH (1949), o Teste do Desenho da Figura Humana de Karen MACHOVER (1949) e acrescentou a análise do desenho da Casa. O HTP é um instrumento que favorece a projeção da personalidade do indivíduo, possibilitando uma manifestação mais direta de aspectos que o sujeito não tem conhecimento. O material do teste promove uma investigação de seus conteúdos mais profundos e inconscientes de maneira simbólica, por meio de um material ambíguo (pouco estruturado) e por uma liberdade de expressão e de resposta. Segundo VAN KOLCK (1984) ao realizar a análise dos desenhos, devem ser considerados três aspectos de interpretação: 1) Aspecto Adaptativo ( que é determinado pela adequação do indivíduo à tarefa solicitada); 2) Aspecto Expressivo (que corresponde às qualidades gráficas da produção do desenho) e 3) Aspecto de Conteúdo ou Projetivo (que refere-se aos elementos do tema, que foram enfatizados ou omitidos no desenho). Ainda de acordo com a autora, essas três abordagens se interpenetram e se completam, assumindo cada uma delas um papel mais preponderante conforme a situação em que o desenho foi executado e a motivação que o determinou. Atividades recomendadas: 1) Faça uma leitura criteriosa dos livros indicados, observando o histórico e a elaboração do HTP, bem como as características do material das técnicas projetivas e os seus aspectos de interpretação. 2) Associe o conceito de projeção às características do material das técnicas projetivas. 3) Acompanhe o seguinte exemplo de exercício: No HTP o desenho do sujeito é um material que favorece a análise de três processos que se fazem presentes no ato de desenhar. Relacione esses aspectos com suas características: I – Na produção do desenho representa o tipo de traçado, a pressão, o tamanho e a localização do desenho na folha. II – A adequação do tema quanto às instruções dadas, à idade, ao sexo e ao nível sócio-cultural. III – Os elementos do tema, que foram enfatizados ou omitidos. Assinale a alternativa correta: a) I – conteúdo, II – projetivos e III – adaptativos b) I – projetivos, II – adaptativos e III – de conteúdo c) I – adaptativos, II – de conteúdo e III – expressivos d) I – expressivos, II – adaptativos e III – projetivos e) I – de conteúdo, II – adaptativos e III - expressivos A resposta correta é a alternativa “d”, pois apresenta a ordem correta na correlação dos aspectos de interpretação do HTP. O item I se refere às qualidades gráficas do desenho, portanto aos aspectos Expressivos. O item II consiste em verificar se a produção corresponde à adequação do sujeito ao desenho, em termos de maturidade, sexo e condição sócio-cultural, portanto, aos aspectos Adaptativos. O item III refere-se ao “o que” a pessoal desenha, ou seja, ao Conteúdo do desenho. HTP – ANÁLISE DOS ASPECTOS EXPRESSIVOS Referências bibliográficas: BUCK, J. H-T-P: casa-árvore-pessoa - técnica projetiva de desenho: manual e guia de interpretação. São Paulo: Vetor, 2003. CUNHA, J.A Psicodiagnóstico - V. 5ª ed. Porto Alegre: Artmed, p. 519-527, 2000. VAN KOLCK, O.L. Testes projetivos gráficos no diagnóstico psicológico. São Paulo: E.P.U., p. 1–11, 1984. Como já vimos, os aspectos expressivos correspondem às qualidades gráficas do desenho e estão associados aos aspectos mais estáveis da personalidadedo indivíduo. Estão ligados ao “como” a pessoa desenha, ou seja, a forma do desenho. Estes aspectos devem ser analisados em cada desenho: Para realizar a análise, parte-se do princípio básico que o desenho representa o próprio indivíduo e a folha, representa o meio ambiente. Os aspectos expressivos analisados são: 1) Tamanho: indica a relação dinâmica entre o sujeito e o meio ambiente. Fornece dados a respeito da auto-estima do indivíduo. 2) Pressão do lápis: indica o nível de energia do sujeito. 3) Traçado: está associado a controle e segurança. 4) Detalhes do desenho: indica a expressão da afetividade. 5) Simetria: relaciona-se com a necessidade de segurança e equilíbrio interno. 6) Sequência do desenho: indica a organização interna do indivíduo. 7) Movimento: quando presente no desenho, denota criatividade, manifestação da inteligência e flexibilidade mental. 8) Localização do desenho na folha: divide-se a folha de papel em quatro quadrantes, atribuindo-se um significado simbólico a cada um deles. Atividades recomendadas: 1) Para aprofundar esta análise, sugerimos que você leia o capítulo do livro da autora VAN KOLCK (1984) indicado nas referências bibliográficas. 2) Acompanhe o seguinte exemplo de exercício: Na análise do teste HTP, deve-se levar em conta o princípio básico de que a folha de papel representa o meio ambiente, enquanto o desenho representa o próprio sujeito. Tomando com base esse aspecto, o tamanho do desenho na folha indica: I - A expansão do sujeito em relação ao ambiente. II - A organização interna do sujeito. III- A necessidade de segurança e equilíbrio interno. IV- A predominância de extroversão ou introversão do sujeito. V - A auto-estima do sujeito. Assinale a alternativa CORRETA: a) apenas II e III b) apenas I e V c) apenas I, IV e V d) apenas II, III e IV e) I, II, III, IV e V A resposta correta é a alternativa “b”. O tamanho do desenho está associado à expansão do sujeito em relação ao ambiente (afirmativa I) e à auto-estima (afirmativa V). A afirmativa II refere-se à sequência do desenho. A afirmativa III diz respeito à simetria do desenho. E a afirmativa IV está associada à localização do desenho do lado esquerdo ou direito da folha. 3) Realize agora os exercícios deste módulo, anotando as dúvidas que surgirem durante a resolução. Caso elas persistam, apresente-as ao professor, nas aulas presenciais. MÓDULO 3: HTP – ANÁLISE DOS ASPECTOS DE CONTEÚDO (CASA) Referências bibliográficas: BUCK, J, H-T-P: casa-árvore-pessoa - técnica projetiva de desenho: manual e guia de interpretação. São Paulo: Vetor, 2003. CUNHA, J.A Psicodiagnóstico - V. 5ª ed. Porto Alegre: Artmed, p. 519-527, 2000. O desenho da casa suscita afetos relacionados ao lar e à família. A análise do desenho da casa encontra-se fundamentada nos aspectos funcionais de cada elemento. Os principais elementos a serem analisados são: Teto: relacionado à área da fantasia. Telhado: associado à necessidade de proteção. Paredes: representação da estrutura egóica (força ou fragilidade do ego). Porta: revela o contato social com o meio ambiente. Janelas: são uma forma secundária de interação com o meio. Caminho: sugere seletividade nos contatos em relação ao meio, aos afetos e aos interesses. Cerca: elemento de defesa, demarca territórios e limites. Chaminé: ligada ao símbolo fálico, masculinidade, poder e auto-afirmação. Fumaça: indica tensão interna. Atividades recomendadas: 1)Para aprofundar esta análise, sugerimos que você leia o material indicado nas referências bibliográficas. 2) Acompanhe o seguinte exemplo de exercício: Uma moça de 22 anos, candidata a uma vaga de recepcionista numa Empresa, realizou o teste HTP. Em seu desenho da Casa colocou uma porta fechada e muito pequena, as janelas fechadas e um caminho muito estreito em frente à porta. De acordo com a análise dos aspectos de conteúdo da Casa podemos dizer que: a) A moça demonstra características de extroversão e facilidade de contato com o meio ambiente, o que é favorável para o cargo de recepcionista. b) A candidata apresenta características de introversão, retraimento e facilidade de contato, o que não é favorável para o cargo indicado. c) A moça demonstra dificuldade de contato com o meio, retraimento e seletividade nos contatos, o que a contra-indica para a vaga. d) A candidata apresenta de extroversão, voracidade de contato, mas é cautelosa nos contatos com o meio e, portanto pode ser indicada para o cargo. e) A moça apresenta características de inibição, introversão e baixa auto-estima, o que a contra- indica para o cargo. A resposta correta é a letra “c”, pois analisa corretamente os três elementos desenhados pela moça, o que a contra-indica para o cargo de recepcionista, que exige facilidade de contato com o meio ambiente. HTP – ANÁLISE DOS ASPECTOS DE CONTEÚDO (ÁRVORE) Referências bibliográficas: BUCK, J, H-T-P: casa-árvore-pessoa - técnica projetiva de desenho: manual e guia de interpretação. São Paulo: Vetor, 2003. CUNHA, J.A Psicodiagnóstico - V. 5ª ed. Porto Alegre: Artmed, p. 519-527, 2000. VAN KOLCK, O.L. Testes projetivos gráficos no diagnóstico psicológico. São Paulo: E.P.U., p. 55-77, 1984. O desenho da árvore representa o desenvolvimento emocional do indivíduo. Dentre a série de desenhos, é o que mais revela as características mais profundas e mais inconscientes da personalidade do sujeito. Os principais elementos a serem analisados são: Solo: indica estabilidade e contato com a realidade. Representa o limite entre o consciente e o inconsciente. Raízes: representa a parte mais primitiva, instintiva e inconsciente da personalidade. Tronco: é o indicador da força básica da personalidade, representa a força ou fragilidade do ego (estrutura egóica). Galhos, sulcos e nódoas: estão ligados ao desenvolvimento emocional do ego e aos indícios de fatos significativos e/ou marcantes em seu desenvolvimento. Copa: é a expressão da expansão do indivíduo no meio, bem como a sua produtividade. Flores: indicam feminilidade, sensibilidade e vaidade. Frutos: estão associados à produtividade, desejo de realização e fertilidade. Atividades recomendadas: 1)Para aprofundar esta análise, sugerimos que você leia o material indicado nas referências bibliográficas. 2) Acompanhe o seguinte exemplo de exercício: Uma menina de 10 anos realizou o teste HTP durante o processo psicodiagnóstico. Em seu desenho da Árvore, desenhou um tronco reto, uma copa achatada e uma copa carregada de frutos. De acordo com a análise de conteúdo desse desenho, que aspectos são possíveis observar como características da dinâmica da personalidade dessa criança: a) A menina demonstra força de ego, boa expansão no meio ambiente e produtividade. b) A menina apresenta fragilidade do ego, muita ambição em relação à realização e produtividade. c) A criança demonstra necessidade de proteção, ambição e boa expansão no meio ambiente. d) A criança revela um comportamento rígido, pressão ambiental e auto-exigência em relação à produtividade. e) A menina demonstra pressão ambiental, rigidez e satisfação de suas necessidades. A alternativa correta é a letra “d”, pois apresenta corretamente as características de personalidade da criança, de acordo com a análise de seu conteúdo. 3) Realize agora os exercíciosdeste módulo, anotando as dúvidas que surgirem durante a resolução. Caso elas persistam, apresente-as ao professor, nas aulas presenciais. MÓDULO 4: HTP – ANÁLISE DOS ASPECTOS DE CONTEÚDO (PESSOA) Referências bibliográficas: BUCK, J, H-T-P: casa-árvore-pessoa - técnica projetiva de desenho: manual e guia de interpretação. São Paulo: Vetor, 2003. CUNHA, J.A Psicodiagnóstico - V. 5ª ed. Porto Alegre: Artmed, p. 519-527, 2000. VAN KOLCK, O.L. Testes projetivos gráficos no diagnóstico psicológico. São Paulo: E.P.U., p. 13-46, 1984. O desenho da figura humana é a representação mais próxima e mais direta do próprio indivíduo e simboliza a sua imagem corporal e as figuras de identificação enquanto gênero feminino e masculino. Deve-se realizar a análise das duas figuras produzidas pelo sujeito. Os principais elementos a serem analisados são: Cabeça: sede da razão ou da fantasia. Rosto: representa a expressão da sociabilidade. Olhos: indicam a discriminação da realidade. Boca: representa a oralidade e as trocas afetivas. Nariz: é considerado um símbolo fálico, ou seja, um elemento de afirmação. Orelhas: indicam sensibilidade à crítica social. Cabelos e pelos: simbolizam vitalidade, virilidade e sensualidade. Tronco: sede da vida instintiva e emocional. Pescoço: área de controle dos impulsos (razão X emoção) Cintura: área de controle dos impulsos sexuais. Mãos e braços: estão associados à realização, contato (sociabilidade) e agressividade. Pernas e pés: estão ligados à estrutura e estabilidade. Atividades recomendadas: 1) Para aprofundar esta análise, sugerimos que você leia o material indicado nas referências bibliográficas. 2) Acompanhe o seguinte exemplo de exercício: Durante um processo psicodiagnóstico, um menino de 6 anos realiza o teste HTP. No desenho da Pessoa, a criança desenha a figura masculina sem rosto, com os cabelos pontudos e o tronco bem largo. De acordo com os aspectos de conteúdo do desenho da figura humana, que características da dinâmica da personalidade podem ser observados nesse caso clínico? a) dificuldade em lidar com a sexualidade, agressividade e baixa auto-estima. b) dificuldade em expressar a sociabilidade, agressividade e necessidade de auto-afirmação. c) dificuldade de contato com o meio, preocupação com a sexualidade e poder físico. d) seletividade nos contatos, virilidade e preocupação com valorização corporal. e) negação do contato social, agressividade e preocupação com a sexualidade. A alternativa correta é a letra “b”, que associa respectivamente as características da análise de conteúdo do desenho da Pessoa. 3) Realize agora os exercícios deste módulo, anotando as dúvidas que surgirem durante a resolução. Caso elas persistam, apresente-as ao professor, nas aulas presenciais. MÓDULO 5: O CONCEITO DE APERCEPÇÃO NAS TÉCNICAS PROJETIVAS TEMÁTICAS Referências bibliográficas: BELLAK, L. & ABRAMS, D.V. CAT-A: Teste de apercepção infantil - figuras de animais. Adaptado à população brasileira por Adele de Miguel (et. al.). São Paulo: Vetor. 2010. CUNHA, J.A Psicodiagnóstico - V. 5ª ed. Porto Alegre: Artmed, p. 399-408, 2000. Para iniciar o estudo do CAT (Teste de Apercepção Infantil com Figuras de Animais), devemos primeiramente compreender a que se refere o termo apercepção. O conceito de apercepção foi proposto por BELLAK (1952), autor do CAT (Children”s Apperception Test), descendente direto do TAT, que a define como: uma interpretação dinamicamente significativa que um organismo faz de uma percepção. Conforme o autor, a apercepção do mundo externo depende de lembranças pessoais, às vezes das mais antigas, conscientes ou inconscientes. Portanto, BELLAK partiu da pressuposição de que pessoas diferentes, frente à mesma situação vital, experimentá-la-ão cada uma ao seu modo, de acordo com sua perspectiva pessoal. Essa forma pessoal de elaborar uma experiência revela a atitude e a estrutura do indivíduo frente à realidade experenciada. Dessa forma, a apercepção é uma interpretação e, como tal, dá um sentido à experiência. Ao contrário da percepção – processo cognitivo e objetivo – a apercepção é um processo perceptivo que leva em conta a subjetividade. Concluindo, a apercepção considera as características e experiências pessoais do sujeito. È por esse motivo que, perante a um mesmo estímulo, as respostas são geralmente diferentes. Atividades recomendadas: 1) Para aprofundar esse conceito, sugerimos que você leia o material indicado nas referências bibliográficas. 2) Acompanhe o seguinte exemplo de exercício: Assinale a alternativa CORRETA .De acordo com a fundamentação teórica dos testes projetivos temáticos, ao contar uma história no CAT: a) O sujeito percebe o meio ambiente e elabora as histórias tomando como base os seus próprios interesses, atitudes, hábitos, estados emocionais e desejos. b) A resposta do sujeito se encontra mais centrada no que o meio ambiente espera dele do que em seus interesses ou desejos. c) A apreensão do sujeito, frente às pranchas, terá sempre um componente objetivo e externo. d) Frente à mesma cena, todos os sujeitos apresentarão uma resposta idêntica. e) Todos os sujeitos estruturam e interpretam a realidade de forma igual, independente de seus hábitos, estados emocionais e desejos. A resposta correta é a letra “a”.A alternativa “b” está errada, pois a resposta do sujeito encontra-se centrada em seus próprios interesses e desejos pessoais A alternativa “c” está errada, pois a resposta do sujeito em relação às pranchas do CAT terá sempre um componente subjetivo e interno, que é a sua vivência pessoal. A alternativa “d” está errada, pois frente à mesma cena, cada sujeito apresentará sua resposta individual e única. A alternativa “e” está errada, pois os sujeitos interpretam a realidade de forma diferente, dependendo sim de seus hábitos, estados emocionais e desejos. 3) Realize agora os exercícios deste módulo, anotando as dúvidas que surgirem durante a resolução. Caso elas persistam, apresente-as ao professor, nas aulas presenciais. MÓDULO 6: CAT – HISTÓRICO, MATERIAL E TÉCNICA DE APLICAÇÃO Referências bibliográficas: BELLAK, L. & ABRAMS, D.V. CAT-A: Teste de apercepção infantil - figuras de animais. Adaptado à população brasileira por Adele de Miguel (et. al.). São Paulo: Vetor. 2010. CUNHA, J.A Psicodiagnóstico - V. 5ª ed. Porto Alegre: Artmed, p. 399-408, 2000. HISTÓRICO: - O CAT (sigla do inglês para Teste de Apercepção Infantil) é um dos mais importantes instrumentos para diagnóstico psicológico e psicoterapia, desde a sua publicação, em 1949, por Leopold Bellak e Sonya Sorel Bellak. - Trata-se de um método projetivo temático que tem como objetivo revelar a estrutura de personalidade da criança e sua maneira de reagir e a l idar com as questões do crescimento. - Em sua versão original, os estímulos apresentam figuras de animais, partindo do pressuposto que as crianças se identificam mais prontamente com personagens animais do que com pessoas, como apresentados nos estímulos do Teste de Apercepção Temática – TAT, de Henry Murray (1935). - Posteriormente foi criado o CAT-H, uma adaptação com figuras humanas. - O material com figuras de animais apresentou uma série de vantagens teóricas, tais como o fato de as imagens de animais evocarem a fantasia com mais facilidade, o que pode ser observado nos contos de fadas,nas fábulas e no papel destacado dos animais nos jogos infantis e nos desenhos animados da televisão e histórias em quadrinhos. - O C AT- A c o m p r e e n d e d e z g r a v u r a s , representando animais em várias situações, as quais permitem investigar aspectos como o relacionamento da criança com figuras importantes em sua v ida , a d inâmica das re lações interpessoais, a natureza e a força dos impulsos, a s d e f e s a s m o b i l i z a d a s , o e s t u d o d o desenvolvimento infantil e a compreensão da dinâmica familiar. TÉCNICA DE APLICAÇÃO: - A aplicação do CAT está sujeita às dificuldades comuns em técnicas destinadas às crianças, devendo levar em consideração o nível de compreensão da faixa etária. - É importante estabelecer um bom rapport, evitando provocar ansiedades relacionadas com as expectativas da criança diante da avaliação do desempenho. - Geralmente o CAT é indicado para ser aplicado no final do processo psicodiagnóstico, quando o contato com o aplicador já foi estabelecido. - As instruções para a aplicação do CAT são recomendadas por Bellak e Abrams (1998): “Este é um jogo de histórias. São dez figuras ao todo. Eu vou mostrar uma figura por vez, e você deve tentar criar uma história de faz de conta para ela. Diga o que está acontecendo na figura, o que vai acontecer depois e como termina a história. Ou você pode dizer o que acha que aconteceu antes; em seguida, o que está acontecendo na figura e depois qual é o fim da história. O que interessa é você inventar uma história com começo, meio e fim, da sua própria imaginação. Muito bem, esta é a primeira figura.” - As instruções podem ser retomadas sempre que necessário de forma sucinta e adaptada à idade e aos recursos da criança. - É importante que o psicólogo mantenha uma atitude de interesse diante do que a criança narra. - Frequentemente é preciso encorajá-la a narrar histórias, mas deve-se ter cuidado para não induzir sua resposta ao incentivá-la. - Diante de uma criança que apenas descreva a figura ou pareça ter dificuldade em inventar uma sequência de ações, pode-se perguntar, por exemplo: “o que aconteceu antes disso?” ou “o que aconteceu depois disso?” É importante assegurar-se de que a criança entenda o que seja “inventar uma história”. - As pranchas devem ser apresentadas uma por vez, na sequência determinada pela numeração de 1 a 10, enquanto as demais pranchas devem permanecer fora do alcance de criança. Isso assegura que a criança mantenha a atenção na figura apresentada. - Todos os comentários e comportamentos da criança devem ser observados e anotados durante a aplicação (gestos, expressões faciais e posturas que acompanham os relatos). - Narrativas incompletas ou confusas podem ser esclarecidas com a realização de um rápido inquérito, imediatamente após a verbalização da história. - É importante que o aplicador utilize perguntas abertas, tomando assim, o cuidado para não sugerir ou induzir as respostas da criança. - Todo o relato dever ser anotado (exatamente com as pa lavras da c r iança) , bem como as interferências do aplicador que provocaram as associações. Atividades recomendadas: 1) Para aprofundar as instruções e a técnica de aplicação, sugerimos que você leia o material indicado nas referências bibliográficas. 2) Acompanhe o seguinte exemplo de exercício: No CAT, após a elaboração da história, o aplicador deve realizar um inquérito, que apresenta como finalidade: I- Enriquecer as histórias, completando os aspectos que faltaram. II- Inibir a projeção do indivíduo. III- Esclarecer o relato do sujeito. IV- Esclarecer qualquer ambiguidade da história. Assinale a alternativa CORRETA: a) Apenas I é verdadeira b) Apenas III é verdadeira c) Apenas I e IV são verdadeiras d) Apenas II é falsa e) Todas são verdadeiras A alternativa correta é a letra “d”, pois o objetivo do inquérito não é o de inibir a projeção do indivíduo, ao contrário, a finalidade é estimular a projeção. 3) Realize agora os exercícios deste módulo, anotando as dúvidas que surgirem durante a resolução. Caso elas persistam, apresente-as ao professor, nas aulas presenciais. MÓDULO 7: TAT - HISTÓRICO E TÉCNICA DE APLICAÇÃO Referências bibliográficas: MURRAY, H. TAT – Teste de Apercepção Temática. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2005. CUNHA, J. A. (2000) Psicodiagnóstico- V. 5ª ed. Porto Alegre: Artes Médicas. (p. 399-408). O teste TAT, é uma técnica projetiva desenvolvida por Henry Murray e seus colaboradores de Harvard (Morgan e Murray, 1935 – 1943) como um instrumento para o estudo da personalidade normal e permaneceu como a principal técnica da pesquisa da Personalidade desde a sua criação, em 1935. O teste TAT apresenta ao paciente uma tarefa menos estruturada e orientada para a realidade, pois pode-se identificar a atitude do indivíduo frente a diversas situações, seus desejos, temores, dificuldades, ou seja, a dinâmica de sua personalidade O TAT é a técnica de construção de história mais utilizada e tem sido largamente aplicado em pesquisas de personalidade, principalmente, pelas suposições implícitas na sua interpretação, como por exemplo, a auto identificação com o herói e o significado pessoal de respostas comuns. Trata-se de um teste projetivo temático que revela conteúdos da personalidade, tais como: a natureza dos conflitos, desejos, reações ao ambiente externo e mecanismos de defesa (ANASTASI, 1976). O referido Teste é composto por 31 pranchas, que apresentam figuras em preto e branco, e uma prancha em branco. As imagens são representadas por reproduções de quadro ou gravuras com significado sempre ambíguo. Ao sujeito é solicitado criar uma história para cada uma dessas pranchas, relatando como o acontecimento apresentado surgiu, o que ocorre no momento, o que pensam e sentem os personagens, qual o final da história e seu título. Alguns quadros são considerados universais, comuns a todos os sujeitos, outros específicos para o sexo feminino ou masculino, as iniciais das palavras impressas atrás da prancha, determinam a que sujeito se destina cada uma: R, rapaz; H, homem adulto; F, mulher adulta; M, moça. Assim as imagens são enumeradas de 1 a 20, devido às variantes (MURRAY, 1967). Atividades recomendadas: 1) Para compreender esse conceito, leia de modo criterioso o manual do teste TAT indicado na referência bibliográfica. 2) Acompanhe o seguinte exemplo de exercício: Um psicólogo vai realizar a aplicação completa do TAT e precisa selecionar as pranchas a serem aplicadas em um paciente adolescente do sexo masculino. De acordo com a elaboração do material do TAT, quais pranchas deverão ser selecionadas? Assinale a alternativa correta: A) Todas as universais e as que tiverem a letra M B) Todas as universais e as que tiverem a letra F C) Todas as universais e as que tiverem a letra R D) Todas as que tiverem a letra M E) Todas as que tiverem a letra F A alternativa correta é a letra “C”, pois as figuras são variadas em termos do grau de realismo, das situações propostas, número e tipo de personagens. São divididas de acordo com o sexo e a idade dos sujeitos. H – homens adultos R – rapazes F – mulher adulta M – moças TAT – INSTRUÇÕES E TÉCNICA DE APLICAÇÃO A aplicação do TAT deve ser necessariamente individual, uma vez que o sujeito conta as suas histórias e o aplicador deve anotá-las literalmente. Pode-se aplicar o teste de forma completa (aplicação de 20 pranchas, sendo 11 universais e 9 específicas ao sexo e idade, em duas ou mais sessões). As pranchas devem serapresentadas uma por vez, solicitando-se ao indivíduo que conte uma história completa sobre cada uma delas, relatando sentimentos, idéias e ações das personagens. Utiliza-se um cronômetro para marcar o tempo de duração de cada história. A cada história é realizado um inquérito, que tem como objetivo esclarecer e enriquecer a narração do sujeito. Nunca se deve separar a história e inquérito, caso haja necessidade de marcar mais de uma sessão. Ao finalizar cada história, deve-se pedir um título para cada uma delas. O aplicador deve dizer: “vou lhe mostrar alguns quadros (ou figuras, ou gravuras, ou pranchas) e você vai me contar uma história para cada um deles. Uma história que tenha começo, meio e fim, você vai me relatar o que as personagens estão fazendo, pensando e sentindo. O tempo é livre. Estou usando um cronômetro, mas você não precisa se preocupar com o tempo, pois é só para controle meu”. As instruções devem estar claras para o sujeito, antes que a primeira prancha seja apresentada. É importante que as histórias tenham começo, meio e fim, para que seja possível detectar: 1) O que determina a situação da prancha, o passado, o que aconteceu antes. 2) O que está acontecendo agora, as ações, os pensamentos, os sentimentos das personagens, o presente. 3) O desenlace, o futuro, qual a resolução da história. Atividades recomendadas: 1) Para aprofundar as instruções e a técnica de aplicação, sugerimos que você leia o material indicado nas referências bibliográficas. 2) Acompanhe o seguinte exemplo de exercício: No teste de apercepção temática, após a elaboração da história, o aplicador deve realizar um inquérito, que apresenta como finalidade: I- Enriquecer as histórias, completando os aspectos que faltaram. II- Inibir a projeção do indivíduo. III- Esclarecer o relato do sujeito. IV- Esclarecer qualquer ambiguidade da história. Assinale a alternativa CORRETA: a) Apenas I é verdadeira b) Apenas III é verdadeira c) Apenas I e IV são verdadeiras d) Apenas II é falsa e) Todas são verdadeiras A alternativa correta é a letra “d”, pois o objetivo do inquérito não é o de inibir a projeção do indivíduo, ao contrário, a finalidade é estimular a projeção. 3) Realize agora os exercícios deste módulo, anotando as dúvidas que surgirem durante a resolução. Caso elas persistam, apresente-as ao professor, nas aulas presenciais. MÓDULO 8: TAT- DIRETRIZES PARA A INTERPRETAÇÃO Referências bibliográficas: MURRAY, H. TAT – Teste de Apercepção Temática. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2005. Tema principal: tem por objetivo explicitar a conteúdo latente do relato. Compreende os seguintes aspectos: - Nível descritivo: descrição sucinta e objetiva do relato. - Nível interpretativo: qual a mensagem central do relato. - Nível diagnóstico: ampliação do conteúdo latente para o nível de dinâmica do indivíduo. - Temática frequentemente evocada: verificar a proximidade do tema da narrativa à demanda da prancha. - Percepção dos elementos do estímulo: verificar se os estímulos da prancha são percebidos adequadamente, se há omissão de elementos. 1) Herói principal- a figura central do relato, ao redor do qual gira a história. O herói é considerado a figura de identificação, na qual o sujeito projeta suas características reais ou ideais. 2) Relações objetais: investiga-se como a criança percebe as outras figuras e o tipo de relação que estabelece com elas – pais (figura materna, figura paterna), irmãos, amigos, rivais. As relações podem se percebidas como de apoio, rivalidade ou outras. 3) Concepção do ambiente: considera-se como ambiente todo o contexto que envolve o herói, incluindo as demais personagens mencionadas no relato. Geralmente dois ou três termos descritivos são suficientes (ex: provedor, hostil, ameaçador, indiferente, etc.) 4) Necessidades e conflitos: a identificação das necessidades se dá a partir dos comportamentos do herói ou de afirmações explícitas do que ele procura, deseja, busca. Os conflitos se referem a desejos incompatíveis e concomitantes, revelados a partir das necessidades do herói, ou a impulsos que se opõem ao superego ou ao ambiente. 5) Ansiedades: as ansiedades referem-se ao que está por trás dos conflitos, àquilo que realmente a criança de defende, seus principais medos. De acordo com Bellak e Abrams (1998), as ansiedades mais importantes são relacionadas a: danos físicos, abandono (solidão falta de apoio), c a s t i g o e f a l t a o u p e r d a d e a m o r (desaprovação). 6) Mecanismos de defesa: os mecanismos destacados por Haworth (1963) são destacados a seguir. A) Descrição dos mecanismos de defesa adaptativos: Formação reativa: um impulso é mantido inconsciente por meio da adoção do seu oposto (ex: amor x ódio). Anulação: uma ação visa ao cancelamento ou à negação do que foi expresso anteriormente. Ambivalência: expressão de ati tudes ou sentimentos contraditórios em relação a um objeto, pessoa ou ato. Isolamento: consiste na ruptura das conexões assoc ia t i vas de um compor tamen to ou pensamento, de forma que essa associação seja quebrada. Alguns processos de isolamento podem ser Repressão: é a operação psíquica que visa fazer desaparecer da consciência um conteúdo indesejável ou intolerável (ideia, pensamento, afeto). Negação: mecanismo utilizado quando outros mecanismos de defesa não foram suficientes para barrar o desejo reprimido. Pode-se negar a realidade ou parte dela. Falseamento: trata-se de uma distorção da realidade decorrente da dificuldade em aceita-la conforme se apresenta. Simbolização: uso de símbolos que representam um grupo complexo de objetos e atos associados a desejos reprimidos que podem envolver aspectos inaceitáveis para o indivíduo. Projeção: o impulso inaceitável ou intolerável à consciência é atribuído à outra pessoa, objeto ou realidade externa. O indivíduo expulsa de si qualidades, sentimentos, pensamentos ou desejos que não aceita em si mesmo e os localiza no outro. Introjeção: visa a resolver as dificuldades emocionais do indivíduo por meio da atribuição a si mesmo, de determinadas características de outras pessoas ou objetos. 7) Superego: verifica-se se existe alguma punição pelos comportamentos inadequados do herói e, se houver, se é proporcional à gravidade do deslize cometido (o que indica a presença de um superego atuante), exagerado em relação à gravidade da falha (o que indica a interferência de um superego rígido) ou leve demais ou inexistente (o que indica um superego frágil). Nem todos os relatos permitem veri f icar diretamente o superego. 8) Integração do ego: indica o nível geral de funcionamento psíquico da criança. Basicamente indica se a criança conseguiu resolver ou não o conflito. - O grau de adequação do herói para lidar com os conflitos presentes na trama são uma boa indicação disso. - Uma boa integração do ego é indicada por desenlaces realistas, que apresentam soluções adequadas, coerência e boa qualidade do relato. - Desenlaces negativos, omitidos ou irrealistas indicam baixa integração do ego. - Uma integração de ego fraca é observada em relatos impessoais e meramente descritivos, sem a elaboração de uma história ou narrativas desorganizadas. No relato descritivo, o uso das defesas impede a emergência de conteúdos pessoais. No relato desorganizado, a ineficiência das defesas dá lugar a um maior nível de ansiedade, que compromete o uso adequado dos recursos egóicos. - A percepção adequada dos diferentes elementos do estímulo ajuda a verificar se a criança mantém a capacidadede adaptação. - A consulta aos temas mais frequentemente evocados em cada prancha permite identificar as narrativas mais pessoais de cada criança. Atividades recomendadas: 1) Para aprofundar esta análise, sugerimos que você leia o material indicado nas referências bibliográficas. 2) Acompanhe o seguinte exemplo de exercício: Assinale a alternativa correta. A análise do TAT é composta por duas formas de interpretação: a análise dos aspectos formais e dos aspectos de conteúdo. Na análise de conteúdo do TAT, o item conflitos significativos investiga: a) quais situações despertam medo, tensão ou pressão. b) a oposição entre duas forças de igual intensidade. c) como é a realidade para o sujeito. d) o motivo básico da história. e) as necessidades e impulsos do sujeito A resposta correta é a alternativa “b”, pois o item de análise conflitos significativos considera duas forças antagônicas e, portanto, opostas e de mesma intensidade, o que caracteriza um conflito na dinâmica da personalidade. 3) Realize agora os exercícios deste módulo, anotando as dúvidas que surgirem durante a resolução. Caso elas persistam, apresente-as ao professor, nas aulas presenciais.
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