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RESUMO O CAPITALISMO UNIFICA O MUNDO
FALCON, Francisco José Calazans. IN______ O Séc. XX, o tempo das certezas.
Em O capitalismo unifica o mundo, de Falcon, o autor procura analisar historicamente a formação de um mercado mundial e como este correspondeu ao desenvolvimento do capitalismo como modo de produção hegemônico e instrumento de união, ou contato, global. Para tanto o trabalho se inicia com a busca da definição de “mercado”, bem como de sua existência histórica. Sobre ele, Falcon conclui ser:
“(...) um ‘sistema’ de dimensões variáveis que articula todo um conjunto de mercados concretos, de produtos destinados ao consumo ou a novos negócios, ou de fatores de produção (terras, capitais, trabalho).” (p.15)
A seguir, se pode observar o recorte adotado no trabalho, dividindo o amplo período abrangido pela obra, que se remete ao período das Grandes Navegações até chegar ao final do século XIX, entre um processo formador pré-capitalista e outro já contemplado pelos mecanismos de construção da supremacia capitalista, tal qual a Revolução Industrial. Questionando se o próprio sistema capitalista existia entre os séculos XVI e XVIII, Falcon demonstra que, para todos os efeitos, já existia um “mercado mundial” (p. 17), responsável por integrar e hierarquizar regiões e modos de produção distintos, distribuídos entre “centro, periferia e semi-periferia” (p. 17), sendo assim um período de transição, no qual o processo de acumulação de capitais garantiria o estabelecimento das estruturas sócio-econômicas futuras. Porém, mesmo isso não afastaria, para o autor, a historicidade do espaço e a coexistência ao mesmo tempo de diversas “economias-mundo” diferentes entre si, ainda que em contato.
Portanto, para que fosse possível compreender a formação do mercado mundial, do qual os europeus teriam sido os propulsores, seria imprescindível apreender o caráter primordialmente espacial do movimento expansionista, ocasionado com as Grandes Descobertas do século XVI, além de precisar dimensioná-lo temporalmente, delimitando-o em períodos e caracterizando suas principais conjunturas. Sendo possível assim contrapor o antigo regime econômico ao novo regime econômico: o primeiro marcado pelo predomínio da agricultura em relação a uma indústria mínima e desarticulada de bens de consumo, com precários meios e condições de transporte e comunicação, e uma dinâmica de crises de subsistência, ligadas à produção de trigo; e a segunda representando o predomínio da indústria pesada, do meio urbano sobre o campo, trazendo rápido desenvolvimento da técnica de produção e dos meios de transportar mercadorias, matérias-primas e mão-de-obra, vigorando uma nova dinâmica de crises de superprodução e baixa dos preços.
O autor trabalha a partir daí com uma cronologia de prosperidade e depressão, contrapondo as fases de crise àquelas de amplo crescimento, enquanto articula economia, política e cultura em torno do eixo comum da expansão comercial e colonial européia, pesando também o impacto das mudanças presentes na historiografia dos séculos XIX e XX, pois se na primeira era apontada a visão do processo de conquista a partir do europeu, com as guerras de independência das décadas de 1950 e 60, a segunda passaria a abordar o olhar dos “vencidos”, dos povos atingidos pela colonização (p. 22). Assim o faz, ressaltando por outro lado, ser “coisa do passado” a “antiga perspectiva de uma expansão passivamente ‘sofrida’ pelos não europeus” (pp. 23-24).
Falcon começará por analisar a expansão pré-capitalista, apontando seu caráter ambíguo, visto que materializaria a convivência de uma “Sociedade de Corte” (p. 26) absolutista, mercantilista, metalista, centralizada em torno da Coroa e amparada por antigas constituições feudais como os estados e as ordens, com outra sociedade em formação. Esta veria uma burguesia comercial ascendente, ora nas repúblicas italianas ora na região dos Países Baixos, um grupo de banqueiros que começava a se tornar credor de reinos bem como de inúmeros empreendimentos navais, uma ampliação jamais vista do conhecimento científico e de trabalhos filosóficos que, pouco a pouco, passariam a contestar a visão do Universo até então transmitida e aceita como verdadeira pela Igreja. Nesse momento a história do capital comercial passaria a compreender dois grandes circuitos ou “complexos de rotas mercantis: o intra-europeu e o extra-europeu” (p. 31), e a busca por essas rotas levaria ao descobrimento pelos europeus de novos entrepostos econômicos, novas civilizações, na Ásia e na América. Alguns traços comuns determinariam o modus operandi da ocupação européia nestes locais, valendo-se de brutal violência a partir da superioridade militar marítima, com o uso de canhões, cavalos e mosquetes, submetendo pela força os adversários, assegurando a presença da Coroa “organizando, fiscalizando, gerindo e ordenando a todos e a tudo”, e a conversão dos nativos ao Cristianismo (p. 35).
Alternando períodos de hegemonia ibérica, holandesa e anglo-francesa, essa fase pré-capitalista da expansão européia chegaria ao auge do “antigo sistema colonial” que produzira, no último quartel do século XVIII, pouco antes de atingir a crise do mesmo, estando essa ligada à crise do Antigo Regime como um todo e à ascensão de um novo projeto de sociedade, transmitido pela Revolução Francesa em seus aspectos ordenadores das novas instituições políticas, e a Revolução Industrial na Inglaterra, no que concerne aos aspectos econômicos do processo. A primeira demonstraria a possibilidade da formação de um regime político, estruturado jurídica e legalmente de acordo com os pressupostos da burguesia, e não mais da nobreza, enquanto a segunda representaria “a progressiva supremacia do capitalismo industrial, ou seja, da produção capitalista e da industrialização” (p. 39). Tal seria possível pelo fato de se encontrar localizado em meio ao período de disputa anglo-francesa, que já vislumbrava um mercado internacional no século XVIII, formado por conexões mercantis e financeiras que ultrapassavam os espaços regionais, e conformando uma economia-mundo cujos centros principais encontravam-se no continente europeu.
A Era do Capitalismo Industrial contará agora com uma série de novas estruturas políticas, econômicas e sociais, cuja implantação se dará num longo espaço de tempo, de forma “lenta e difícil”, acompanhando o desenvolvimento da Revolução Liberal (conceito de Hobsbawn utilizado pelo autor) enquanto convive com muitos aspectos remanescentes da sociedade passada, já em estado de decadência. E mesmo o processo de industrialização possuindo ritmos diferenciados, envolvendo certos Estados europeus e excluindo outros, graças à Revolução Industrial e política por ele propugnada será possível determinar a vitória do modo de produção capitalista, representado pela máquina e a fábrica, sobre o Antigo Regime.
Dessa maneira abrangerá também outra significação, a da “tomada de consciência da modernidade” (p. 46), perceptível inclusive nas manifestações de oposição a ela. Após essa onda revolucionária que assolará a Europa, no século XIX um novo contexto, e logo, uma nova forma de expansão, poderá ser construída. Esta, ao mesmo tempo, romperá com o padrão expansionista dos três séculos anteriores enquanto manterá muitas de suas características, porém, com objetivos, finalidades, motivações e métodos diferentes daqueles presentes no momento histórico anterior, sendo viável a realização de um corte do antes e do depois à década de 1870-1880.
Agora atores sociais gerados a partir do novo regime burguês exercerão os papéis centrais no processo de conquista e ocupação: os exploradores (desbravadores, cientistas, botânicos, pesquisadores, cartógrafos) responsáveis pelo desbravamento de territórios e pelo atiçamento do interesse do público europeu nos mesmos; os missionários (comumente os primeiros a chegarem às novas regiões desbravadas e a ter contato com os povos nativos, transmitindo a eles o que consideram a fé e cultura superiores da Cristandade); os militares (sempreenviados quando percebidas ameaças à vida dos estrangeiros residentes no além-mar, ou ao menos aos tratados comerciais firmados com os potentados estrangeiros pelos governos europeus); e os empresários (industriais, banqueiros, financiarão o estabelecimento de colonos, investirão nos mercados potenciais dos continentes explorados e emprestarão altas somas de dinheiro para os potentados locais, estabelecendo contratos e alianças econômicas que muito interessarão os governos de seus países natais).
O autor expandirá ainda um pouco mais seu trabalho, apontando nessa nova fase de expansão do capital a presença da hegemonia britânica e da configuração de um novo sistema colonial caracterizado por um “imperialismo do livre-câmbio” (p. 55), demonstrando dentro deste as diferenças entre “colônias de povoamento”, “colônias de exploração”, zonas de influência e protetorados (p. 55). Ao optar por dividir os casos analisados entre Império Otomano, África sul-saariana, Regiões asiáticas e Américas, permitirá a escolha dos mais ilustrativos dentre eles. Como o do Egito, no qual Falcon aponta terem sido “típicos da expansão capitalista” (p. 57) os métodos utilizados pela França e pela Grã-Bretanha no seu avanço sobre o potentado africano:
“(...) penetração econômica, facilidades financeiras, demonstrações navais, negociações diplomáticas entre as potências, à revelia dos maiores interessados – os colonizados!” (p. 57) 
Não se prendendo a ele, analisará o impacto exercido pela incursão francesa na Argélia, e como esta designará os preceitos da guerra colonial, pelos britânicos na estruturação de sua administração na Índia e a maneira como se valerão das divisões étnicas, religiosas e lingüísticas para assentarem seu domínio sobre o subcontinente, entre outros. No seu trabalho acadêmico o autor buscou ir além das tendências historiográficas dominantes à sua época, ressaltando como o próprio termo “imperialismo” passara a ser descartada pelos historiadores não-marxistas, ainda que não se aprofundasse acerca de discussões específicas sobre conceitos gerais.
OUTRO RESUMO
Francisco José Calazans Falcon se propõe a realizar uma análise do capitalismo, o que implica na tentativa de conceituar suas bases; além de como eixo principal de seu texto descrever de que maneira este sistema progressivamente avançou pelas fronteiras das mais variadas culturas e quais impactos tal entrada proporcionou.
Inicialmente o autor registra o grau de dificuldade presente no trabalho com os conceitos. Segundo este, o lide conceitual possui na abstração das idéias e em sua generalidade os principais obstáculos a serem enfrentados. Deste modo, após explicitar possíveis comprometimentos de sua abordagem o autor a começa de fato pela construção da noção de mercado.
Priorizando-se a definição que se mostra mais útil e relevante ao longo do texto, conforme explicita Falcon: O mercado genérico é então algo como um “sistema” de dimensões variáveis que articula todo um conjunto de mercados concretos, de produtos destinados ao consumo ou a novos negócios, ou de fatores de produção ( terra, capitais, trabalho).( FALCON,2000,p.15.).
Após tais considerações o autor introduz o questionamento sobre a capacidade do referido mercado se auto regular. Firmado o conceito de mercado, o texto alcança o que aparentemente consiste no ponto de maior pertinência da discussão; O que pode ser compreendido e aceito como capitalismo? Esta proposta norteará todo o rumo do referido estudo.
Antecedendo-se a qualquer tipo de resposta, o autor preocupa-se em expandir os mecanismos que possam auxiliar na formação de um parâmetro. Razão pela qual a história da constituição do mercado internacional é abordada. Esta é entendida como uma dinâmica na qual os Estados modernos europeus e suas disputas pelos lucros provenientes do sistema de colônias, guiadas pelas premissas mercantilistas presentes no antigo regime, assim segundo Falcon os séculos anteriores a revolução industrial podem ser considerados como pré-capitalistas, igualmente estabelecendo-se par tal período o domínio do capital comercial.
Deste modo o texto traz uma outra importante consideração sobre a história do mercado internacional, contudo em termos de análise do “sistema mundial moderno”, este por sua vez tem como principal objetivo a articulação dos modos produtivos. Logo, o mercado mundial da era moderna se estabelece como a integração e hierarquização de regiões e modos de produção que se distribuem por blocos denominados: centro, periferia e semi-periferia.
Posteriormente as considerações sobre a história do mercado internacional, Falcon organiza seu texto realizando a seguinte divisão: O período pré-capitalista e o capitalista de fato. Considerando que os séculos XV/XVI ao XVIII correspondem ao primeiro e os séculos XIX e XX ao último. Deste modo utilizando-se de E.Labrousse o autor inicia uma importante diferenciação do pré-capitalismo e o capitalismo respectivamente.
Iniciando-se pelo regime econômico anterior ao capitalista são estabelecidas três características básicas. A primeira delas constitui a primazia da agricultura, acompanhada da precariedade dos transportes e uma indústria de bens de consumo.
Diferentemente do capitalismo propriamente dito; este possui o predomínio da indústria, não somente no valor dos investimentos, mas igualmente em sua importância estratégica, como o autor registra: A indústria pesada prepondera, economicamente, sobre as indústrias leves.( FALCON, 2000, p.21). 
Os transportes oferecem maior eficiência tanto no tempo como na capacidade de carregamento. E finalmente o mecanismo das crises sofre uma modificação basilar não mais a de subsistência e sim a de super-produção e a conseqüente desvalorização e queda nos preços.
Com estas particularidades, o texto responde o que pode ser entendido como capitalismo, além de tecer uma cadeia de informações fundamentais que auxiliarão o alcance do objetivo ora mencionado; A compreensão de como o capitalismo unifica o mundo.
Falcon ressalta a mudança da forma, assim como do papel desempenhado pela indústria no capitalismo, esta passa, além de uma atividade altamente lucrativa , a ser algo estratégico. Como determina o mesmo, a expansão capitalista no século XIX constitui em um processo intimamente ligado a existência de um sistema de Estados-Nações. Logo a importância de uma industrialização bem sucedida acaba por ser sinônimo de liderança, ou pelo menos um papel relevante, na expansão colonial e financeira do capital.
Um segundo ponto a ser destacado do que fora afirmado esta na evolução dos transportes, como dito; mais rápidos e com uma capacidade maior, o capitalismo ganha “asas”, esta progressivamente contribuem para uma maior integração do mercado nacional e em último o degrau, e essência defendida pelo texto, a formação de um mercado internacional cada vez mais entrosado, unido pelo capital, pela produção, pelo intercâmbio.
Esta premissa culmina com o chamado Neo-colonialismo. Através da supremacia inglesa, no que diz respeito a tecnologia como um todo, seja ela industrial-comercial, ou industrial-bélica, juntamente com uma rival, ainda que inferior, poderosa; a França, e uma Europa sedenta por colocar em prática o exemplo Inglês, o continente africano e o asiático são inseridos na dinâmica capitalista, por meios econômicos ou pelo poderio militar, as potência de “primeira e segunda grandezas” inundam os territórios extra-europeus com seus produtos e suas dinâmicas, seu capital e seus soldados.
Sequencialmente Estados Unidos e Japão dão origem a novos centros Imperialistas-Capitalistas, contudo a Europa até meados da primeira guerra mundial desponta como o grande centro irradiador do capitalismo. Assim, sobrepujando costumes locais, formas de comércio e produção regionais, o capitalismo concedeu ap mundo a mesma batida econômica. Ainda que esta progressivamente fosse ditada em ritmos cada vez mais distintos.

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