Prévia do material em texto
3 ADAM SMITH do,ondeo preconceitotradicionalcontrao mercadocapitalista,emtermosdeatitudesc ideologia,jáestavamuitoenfraquecido.NaInglaterradaquelaépoca,maioresquantidades deprodutosindustrializadosa preçosmaisbaixossignificavamlucrossemprecrescentes. Assim,abuscadolucro,estimuladapelacrescenteprocuraexterna,foi o motivodavir- tualexplosãodeinovaçõestecnológicasocorridasemfinsdoséculoXYIII enoiníciodo séculoXIX - eque,alémdetransformaremradicalmentetodaaInglaterra,acabarampor transformarquasetodoomundo. A indústriatêxtilfoi desumaimportância,no iníciodaRevoluçãoIndustrial.Em 1700,osproprietáriosdasindústriasdelãconvenceramo Governoaproibiraimportação dealgodãodafndia,garantindo,comisso,aproteçãodomercadointernoparaosprodu- loresingleses.Conformejá mostramos,aprocuraexternacrescenteestimulouamecaniza- 9:'10daindústria. Maisespecificamente,o desequilíbrioentreosprocessosdefiaçãoetecelagemlevou 1\muitasinovações.A rodadefiarnãoeratãoprodutivaquantoo tearmanual,especial- menteapósadécadade1730,quandofoi inventadaalançadeiramóvel,quetornouopro- l'CSSOdefiaçãobastantemaisrápido.Estedesequilíbriofoi invertidograçasatrêsinven- lincsposteriores:aspinningjenny,criadaem1769,comaqualumasópessoapodiatecer VlllÍos~osaomesmotempo;aarmaçãohidráulica,inventadaem1775,queaperfeiçooua Ilaç:fopelousoderolosquetrabalhavamadiferentesvelocidades,eofuso,inventadono 11111dadécadade1770,.quecombinavacaracterísticasdasoutrasduasmáquinasepermi- IIUoaproveitamentodaenergiadovapor.Estasnovasinvençõespodiamserusadasdema- IIllra maiseconômicaemfábricaslocalizadaspertodasfontesdeenergiahidráulica(e, IIIIIS tarde,deenergiaavapor).RichardArkwrigllt,quesediziainventordaarmaçãohi- dliÍlllica,levantoucapitalsuficienteparacolocaremoperaçãomuitasfábricas,cadauma cI.tlasempregandode150a600pessoas.Outrosseguiramseuexemplo,eaproduçãodc II I('isnaInglaterrasetransformou,rapidamente,depequenasoficinasemumaindústria 111111'11. A indústriasiderúrgicatambémtevepapelmuitvimportantenaarrancadainicialpara II pmduçãofabrilmecanizada.No início do séculoXVIII, a indústriasiderúrgicainglesa , II hastallteincipiente.O carvãovegetalaindaerausadoparaa fundição- o quevinha u IIclofcito desdea pré-história.Mas,naquelaépoca,as florestasquecircundavamasmio 11,1dl~ferroestavamquasequecompletamentedevastadas.A Inglaterraviu-seobrigadaa IlIIportarferro-gusade.suascolôniase da Suécia,da.Alemanhae da Espanha.Em 1709, '\"[,II",m Darbydesenvolveuum processoparaa produçãode coquede carvão,paraser 11Ido no processode fundição.Apesardarelativaabundânciadecarvãopertodasminas d. klTu, só no fim do.séculoXVIII (quandoexigênciasmilitaresfeitasàs indústriasdl' '1IIIIIIIIIl'IItoe muniçõesforammuitograndes)foi quea indústriasiderúrgicacomeçoua 11.,11o coquedeummodomaisgeneralizado.Estamaiorprocuralevouaodesenvolvimcll 111dI! processode "pudlagem",queeliminavao excessodecarbonodeixadopeloCOqUl' '\I')oIIIIII.SCtodaumaséricdeinovações,inclusiveausinadelaminados,oalto.forno,omal Itll! :I vaporeos tornosdetrabalharmctais.Todasestasinvençõeslevaramaumadpida pillI.'![OdasindústriassidcrÚrgicase demineraçãodecarvão o quepermitiuo usogl' 111'1:ill/:ldl!dem:iquillasdefl'rrol'm umagrandevaril'dadl:dcindÚstrias. hupll'salllls dI' muit,lsoutrasilldÚslriasviraulaspossibilidadesdemaioresIUl'l'lI~.SI' AdamSmith(1723-1790)nasceunaEscócia,ondeviveuquasetodaasuavida.Cur- souasuniversidadesdeGlasgowe Oxford(1737-1746)e foi professoremGlasgow,de 1751a 1764.Em1759,publicouumadesuasduasprincipaisobras:1111'l1woryo[Moral Sentiments- umtratadode filosofiasociale moral.PassoudoisanosnaFrança- de 1764a 1766-, ondeentrouemcontatocommuitosdosprincipaisintdectuaisfranceses, dentreelesosfisiocratasQuesnayeTurgot.Em1776,publicousuaobramaisimportante: An lnquiryintotheNatureandCauseso[ theWealtho[Natiom(geralmcntechamadaA RiquezadasNações). Smithsedistinguedetodososeconomistasqueoantecederam,nãosóporsuaforma- çãoacadêmicaepelavastidãodeseusconhecimentos,comotambémporque[~Loprimei- ro a.,!laporarum.modeloabstratocompletoe relativamentecoerentedanatur~,daes- ~e dofuncionamentQaa..~S1..e,!!1!.çapitalista.Viaclaramentequehaviaimportantes ligaçõesentreasprincipaisclassessociais,osváriossetoresdeprodução,adistribuiçãoda riquezae darenda,ocomércio,acirculaçãodamoeda,osprocessosdeformaçãodospre- çoseo processodecrescimentoeconômlf.2'Baseavamuitasdesuasrecomendaçõessobre políticanasconclusõestiradasdeseumotlelo.Estesmodelossistemáticosdocapitalismo, consideradosno todoouemparte,caracterizaramasobrasdamaioriadoseconomistas importantes,apartirdeSmith.OmodelodeSmithéigualmenteinteressante,querseexa- minemsuascoerênciaslógicas,quersuascontradições.Ele foi o primeiroaexercerin- fluêncianomodernopensamentoeconômico;amaioriadoseconomistasdosséculosXIX e XX, cujospontosdevistasãobastanteconflitantes,podeassociarmuitasdesuasimo portantesidéiasaconceitosformuladossistematicamente,pelaprimeiravez,porSmith, emA RiquezadasNações. /i:> fQ J' ~ O CONTEXTOHISTÓRICODASIDÉIASDESMITH O mododeproduçãocapitalista,apóster,afinal,quebradoosgrilhõesdofeudalismo e superadoo períodotransitóriodoJIIercantilismo,atingiuseuclímaxereveloumaiscla- ramentesuascaracterísticassócio-econômicasintrínsecasnaRevoluçãoIndustrial,que ocorreuprimeironaInglaterraenaEscócia,porvoltadastrêsúltimasdécadasdoséculo XVIII e começodoséculoXIX, e difundiu-sepormuitaspartesdaEuropaOcidental,no iníciodoséculoXIX. Entre1700e 1770,osmercadosexternosparaosprodutosinglesescrescerammuito maisrapidamentequeosmercadosinternosingleses.Entre1700e1750,aproduçãodas indústriasinternasaumentou7%,aopassoqueadasindústriasdeexportaçãoaumentou 76%.Para.operíodode1750a 1770,osrespectivosaumentosforamde7%e80%.Este nipidocrescimentodaprocuraexternadeprodutosindustrializadosinglesesdesencadeou a RevoluçãoIndustrial,queacaboudeterminandoumadastransformaçõesmaisfllnda- nll'ntaisdaHistóriadavidahumana. A InglatL'rradoséculoXVIII tinhaumaccol1umiacomumnH'lTiHlnIIlln dnluvolvi. (10 '01 ('OIlSl~HuISSl'maumentara produçãoe baixaros custos.NesteperCodo,hou'Je"um verda- d('1ili SUlto deatividadesinventivas": Durantea segundametadedo séculoXVIII, cresceudemodoinconlllJll o IlIll'ressepelasinova- ~'III'Stécnicas.Duranteos cemanosanterioresa 1760,o númerodcpall'nll'sconcedidas,emcada d(o('ada,só alcançara102apenasumavez e flutuaraentreum mínimode 22II 700-1709)e um nHíximode 92 (1750-1759).No períododetrintaanosqueseseguiu(1760-1789),o númeromé- dio de patentesconcedidasaumentoude205,nadécadade1760,para294.nadécadade 1770,e 477,nadécadade 1780.' Nãohádúvidadequeamaisimportantedestasinovaçõesfoi o desenvolvimentodo motora vapor.Osmotoresa vaporindustriaistinhamaparecidonocomeçodoséculo XVIII, masdificuldadesmecânicastinhamlimitadoseuusoaobombcamentodeáguadas minas.Em 1769,JamesWattprojetouummotorcomespecificaçõestãoexatas,queo simplesmovimentode11mpistãopodiasertransformadoemmovimentogiratório.Umfa- bricantedeBirmingham,chamadoBouIton,associou-seaWatte,comosrecursosfinancei- roSdeBouIton,elesconseguiraminiciarumaprodução,emlargaescala,demotoresavapor. No fim daqueleséculo,o vaporestavasubstituindorapidamentea águacomoprincipal fontedeenergiana indústria.O desenvolvimentodaenergiaa vaporlevouaprofundas mudançaseconômicasesociais. Com estenovoe importanteacontecimento- ainvençãodo motora vapor- iniciou-seo estágio final e maisdecisivodaRevoluçãoIndustrial.Libertando-adeseusúltimosgrilhões,o vaporper- mitiuo enormee rápidodesenvolvimentodaindústriaemlargaescala.Istoporqueo usodo vapor não dependia,como o usodaágua,da localizaçãogeográficadasfábricase dosrecursoslocais. Semprequesepudessecomprarcarvãoapreçorazoável,poder-se-iaconstruirummotora vapor. A Inglaterratinha muito carvãoe, no fim do séculoXVIII, elejá vinhasendoaplicadocom muitasfinalidadesdiferentes,aomesmotempoqueumaredehidroviáriaconstruídaparaestefim pnmitia queelefossetransportadoparatodaparte,a baixocusto;todoo paíssetransformounu- materraprivilegiada,adaptado,maisdo quetodososoutros,aocrescimentodaindústria.Asfá- bricasnãoestavammaispresasaosvales,ondetinhamaparecido,solitárias,aoladoderápidascor- rentesdeágua.Passoua serpossíveltrazê-Iasparamaispertodosmercados,ondeeramcompra- dassuasmatérias-primase ondeeramvendidosseusprodutosfinais,e paramaispertodoscentros populacionais,ondeserecrutavaa mão-de-obra.As fábricassemultiplicarampróximoumasdas outrase, amontoadas,deramorigemàsgrandeseescurascidadesindustriais,queo motora vapor cercavacomumaperpétuacortinadefumaça.2 O crescimentodasprincipaiscidadesindustriaisfoi realmenteimpressionante.Por exemplo,apopulaçãodeManchesterpassoude17000habitantes,em1760,para237000, em1831,epara400000,em1851.A produçãodeindustrializadosfoiquasequeduplica- da,nasegundametadedoséculoXVIII, ecresceumaisdepressaainda,noiníciodosécu- lo XIX. Em 1801,quase30%damão-de-obrainglesaestavamempregadosnaindústria enamineração;em1831,esteperéentualtinhasubidoparamaisde40%.Assim,aRevo- luçãoIndustrialtransformaraa Inglaterranumpaíscomgrandescentrosurbanosindus- triais,ondeo sistemafabrileradominante.O resultadodissofoi umcrescimentomuito IJENDIX, Reinhard.WorkandAuthorityinIndustry.Novalorqlle.Harper& Row. 1963,p. 27. MANTOUX, Paul.The IndustrialRevol/ltionin theEightccnthCcntury.NovaIlIIquI'. lIóll,'ourt !llilCI'Jllvanovkh. 1927,p. 344-345. li' IlIpidodaprodutividade,quecolocouaInglaterranaposiçãodemaiorpotênciaeconômi- caepolíticadoséculoXIX. O fatodeAdamSmithterescritoA RiquezadasNaçõesnaépocaemqueaRevolução Industrialestavaapenascomeçandoéumaprovatantodofatodequemuitascaracterísti- l aseconômicasqueviriama dominarasgrandescidadesindustriaisdo início doséculo XIX estavampresentes,dealgumaforma,emalgumascidadesinglesase escocesasdemea- dos do séculoXVIII (principalmenteGlasgow),como tambémdo fato de que Adam "il11ithera,naverdade,umcientistasocialextremamenteperspicaz.Um grandehistoriador daquelaépocaescreveuo seguinte:"Smith,analisandoaorganizaçãoeconômicada indús- Ida desuaépoca,conseguiu,claramente,observarmaisoumenoscomonormao quemui- Ins historiadoreseconômicosde hoje, comumavisãoretrospectivada mesmaépoca,só conseguiramobservarcomoexceção.,,3 Em meadosdo séculoXVIII houve,emmuitascidadescomerciaise industriais(in- l'lusiveemGlasgow),um substancialvolumedeproduçãono queerachamadode "manu- laluras".A manufaturaeraum centrode produçãoemqueumcapitalistapossuíao pré- dio,os equipamentosdeproduçãoe asmatérias-primase contratavaoperáriosassalaria- elo~parafazero trabalho.Podeserdiferenciadadafábricatípicadosestágiosposteriores \lil RevoluçãoIndustrialpelo fato de os operários,geralmente,empregaremas antigas Illlllicasartesanaisdeproduçãoenãoastécnicasmecanizadasdelinhademontagem. Nasmanufaturas,o fabricantecapitalistapoderiaserconsideradoeconomicamente Ih~tlllto,nãosódo mercador,comotambémdo trabalhadorassalariado.Além do mais,na ~pol'adeSmith,eranestasmanufaturasqueestava,claramente,o grandepotencialdaor- Villllzaçãocapitalistadeprodução.Smithficoumuitíssimoimpressionadocomograude dlvl~aodotrabalhonasmanufaturase comosresultantesaumentosdeprodutividadedo h:lhalho. Nestecontexto,Smith foi o primeiroeconomistaimportantea fazeraclaradistinção rlllll~lucrosquesedestinavamao capitalindustrial,salários,aluguéis,e lucrosdo capital \'IIIIIl'reia\.Tambémfoi o primeiroa avaliaro significadodo fatodeque.astrêsprincipais \ 1III'goriasfuncionaisderenda-lucros, aluguéisesalários- correspondiamàstrêscIassl'~ "jIH'laismaisimportantesdo sistemacapitalistadesuaépoca- oscapitalistas,osproprict:í Iltl~ell' terraseosoperários"livres",quesópodiamviversevendessemsuaforçadetrabn lho ('111trocade um salário.Tambémelaborouumateoriahistóricanaqualprocurouc\ plll,li a evoluçãodestaformade sociedadedeclasseseumateoriasociológicaparaexpli, 1111,ISrelaçõesdepoderentreastrêsclasses. ASTEORIASDEHISTÓRIAE SOCIOLOGIA,DESMITH AsteoriasdeHistóriaeSociologiaincluíamumaanálisedasorigensedodesenvolvi 1111'1110docOllnitodeclas~csnasociedadeeumaanálisedamaneirapelaqualopodeIel,1 MI'.I'K, RonaldI.. "Adnll\ Sl1lithandtheC'lassicalTheoryof Prorit". (n:Ecollo/1licsallcltcl,'%gi' "",/ IIthn "'.v.wy.\'!.ondrn, Chaplllan aml lIall. 1967, p, 25. Os três par:ígrarossl'guinles b:ISl'iólll\", n,' li' 1'11""0di' M"I'k " t nl:lllipuladonalutadecJasses.Nestasteorias,estavasempreprl'~l'lIteUIIImesmotema.que SlIIlthdiscutiucommaisdetalhesemsuateoriaeconômica:cruo deque,emboraosindi. víduospudessemagirdeformaegoístae estritamenteemprowlloprÓpriooudacJasseà qllulpertencessem,emuitoemboraoconflitoindividualeo con/1itodeclassesparecesse, 1\prillleiravista,resultardestesatos,havia,nas'~~isdanatureza"ouna"tlivinaprovidên- cia",o queSmithchamavade"mãoinvisível",queguiavaestesatos,queaparentemente\.~ ..., provocavamconflitos,demodoahavermaisharmonia.A "mãoinvisível"nãoerafruto do desígniodequalquerindivíduo.Era,simplesmente,o funcionamentosistemáticode leis..natu.rais.Estaé,inquestionavelmente,amaiorincongruênciasenãoamaiorcontra- dição- daobradeSmith.Pode-seencontrara mesmacontradiçãonaobradeDavid Ricardo,comoveremosemoutrocapítulo.E porestarazãoqueasduasgrandescorren- tescon/1itantesdopensamentoeconômicodosséculosXIX eXX - umadelasenfatizan- do aharmoniasocialdocapitalismoeaoutraenfatizandoseusconflitossociais- podem serassociadas,emsuasraízesintelectuais,àsobrasde'SmitheRicardo. A teoriadaHistória,deSmith,começoucomaproposiçãodequeamaneirapela qualos sereshumanosproduziame distribuíamasnecessidadesmateriaisdavidaerao maisimportantedeterminantedasinstituiçõessociaisdequalquersociedade,bemcomo dasrelaçõespessoaisedecJasseentreseusmembros.4Ostiposderelaçãodepropriedade eramdeparticularimportâncianadeterminaçãodaformadegovernodequalquersocie- dade.Smithacreditavaquehaviaqua,!r.9estágiosdistintosdedesenvolvimentoeconômico e social:a caça,o pastoreio,aagriculturaeocomércio.Emcadaestágio,oentendimento dõsmétodosdeproduçãoedisiribuiçãodasnecessidadeseconômicasdeumasociedade eraa chaveparaa compreensãodesuasinstituiçõessociaisedeseusgovernos.A relação entreabaseeconômicaeasuperestruturasocialepolíticanãoera,porém,tãorigidamen- te determinista.Smithdeixavacampoparavariaçõeslocaiseregionais,devidasàgeografia e à cultura.Todasassociedadesestavambasicamenteemalgumdestesestágios,embora pudessemestarpassandopor umperíododetransiçãoemquecertascaracterísticasde dois estágiosestivessempresentes.Nãohavia,porém,qualquerpressupostodequeas sociedadespassassemobrigatoriamentedeumestágioparao estágioseguinte.Sóquando estivessepresenteo conjuntoapropriadodecircunstânciasgeográficas,econômicasecul- turaiséquehaveriaumaevoluçãosocialprogressista. Smithdefiniuo estágiodacaçacomo"o estadomaisbaixoe rudedasociedade,tal comoencontramosentreastribosn~tivasdaAméricadoNorte".sNestassociedades,a pobrezae aprecariedadedaexistênciaenvolviamumaigualdade,naqualinexistiaqual- querformainstitucionalizadadepoderou deprivilégios,porqueabaseeconômicane- 4 Resumosúteisda teoriada História,de Smith,podcmserencontradosemMEEK, Ronald."The ScottishContributionto MarxistSociology".In:EconomicsandIdeologyandOtherEssays.Londres, C'hapmanand Hall, 1967,p. 34-50,e emSKINNER, Andrew,emsuaintroduçãoà RiquezadasNa- ções.BaItimore,Penguin,1970.Seç.2,p. 29-43.Umresumoútil daSociologia,deSmith,podeseren- contradoem SAMUELS, WarrenJ. S. "Adam Smith and theEconomyasa Systcmor Power". In: RrrielV of SocialEcollomy,31(2), 1973,pp.123-137. 5 SMITH, Actam.An IIIl[uiry il1/otheNaturealld Causesof the II'calthaI Nlltlll//.I NOVIIlorque, Modnn I ibrary,1937,p. 653. /).1 eessáriaparaestesprivilégiose paraestepodernãoexista.Portanto,"nesteestadode coisas,nãoexiste,naverdade,soberanosoucomunidade".6 O estágioimediatamentemaiselevadoeraodo pastoreio,"umestadomaisavançado dasociedade,talcomoencontramosentreostártaroseosárabes".7Nesteestágio,aeco- lIomiapermitiamaioresagrupamentossociais.A produçãobaseava-senadomesticaçãode illlimaise acriaçãoexigiaumaexistêncianômade.Nestetipodesociedade,encontramos, pelaprimeiravez,umaformaderiquezaquepodeseracumulada- ogado.A propriedade dogadotornou-se,então,aprimeiraformaderelaçãodepropriedadeecomelasurgiua lIecessidadedecriarumaproteçãoinstitucionalizadadoprivilégioedopoder: Portanto,a aquisiçãode propriedadesvaliosase extensasrequer,necessariamente,o estabeleci- mentodo governocivil.Quandonãoexistepropriedade...o governocivilnãoé tãonecessário. O governocivil pressupunhaumacertasubordinação,mas,à medidaquea necessidadedo gover- no civil vaigradativamenteaumentandocoma aquisiçãode propriedadesde valor,tambémvão gradativamenteaumentandoasprincipaiscausasquecriam,naturalmente,a subordinaçãocomo crescimentodestaspropriedadesdevalor.8 Smithprosseguiu,então,investigandoascircunstânciasoucausasque"dãoaosho- 111l'IIS...umasuperioridadesobreamaiorpartedeseussemelhantes".9Analisouváriascir- IlInstânciasparticularesquelevavamàsubordinaçãoinstitucionalizadae coercitivadeai- 1I"lIIaspessoasaoutras,emvárioscontextossociais,masdescobriuumacircunstânciaimo portante,comuma todososcasos:"Ogovernocivil,instituídocomafmalidadedeofere- 1"11segurançaàpropriedade,é,narealidade,instituídoparadefendero ricodopobreou mquetêmalgumapropriedadedosquenãotêmpropriedadealguma."lo O terceiroestágiosocial- odaagricultura- eraidentificadocomaeconomiamedie- vIII,reudal,daEuropaOcidental.Nesteestágio,associedadesseestabeleciampermanente- IIU'lIlcnumaáreaeaagriculturasetornavaaatividadeeconômicamaisimportante.Com IM~t),a propriedadedaterrapassavaaserarelaçãodepropriedademaissignificativanadi. It'll'lIciaçãodasclasses,segundoseusprivilégiosepoder.Naquelaépoca,todasasterras 't'stavamocupadas,emsuamaioria,porpoucosmasgrandesproprietários".\I A propriedadedegrandesáreasdeterraeraafontedepodersocialepolítico.Portall til, asociedadeeradivididaemgovernadosegovernantes.Estesconstituíamanobrezae 1'11111Iconsideradosgeneticamentesuperioresaosgovernados.A lei daprinlOgenituraim!,\: diaasgrandespropriedadesruraisdeseremdivididas,protegendo,assim,opoderdaclasse d1rllll'nte. ()uanctoa terraeraconsiderada,nãocomoumsimplesmeiodesubsistência,mascomoummeio ,li' podere proteção,achava-sequeeramelhorelaserherdadaporumasópessoa.Naquelaépoca Ibid. Ihld. III Ihitl.,p. 670. Ihld. Ihld,l' 674 Ihlll ,p 1(,I II I. til',ordl'lwda,todoproprietáriode terraseraumaespéciede "'11'1)111'1101'111I1Ipe",Seusarrenda- IlIlios ('ramseussúditos.Ele erao juíz e,emalgunsassuntos,o h'/ll\llIdoldlllanteapaze o líder dlllllllh' aguerra." Vemos,aqui,o temaquepermeavaasobrasdeSmith:a idéiadequeaspessoassão conduzidasporuma"mãoinvisiv~I"nos~o depromoverobemsocial,semqueesta promoçãosejapartecJP.--:~p.1Liu.tentoou 1l).Q!ivo. - - crescimentodascidades,naopiniãodeSmith,transformouaagriculturarurale criouo estágiocomercialdasociedade,o capitalismo,criandomercadosondeossenhores Il'udaispodiamtrocarseuexcedenteagrícolaporprodutosindustrializados.O desejode obterprodutosindustrializadoslevouaosmovimentosdecercamento.Istoocorreu,se- HlIndoSmith,porqueaagriculturamedievaleramuitoineficiente.A vontadedecomprar lIIaisprodutoslevouossenhoresaaumentaraeficiência,mandandoemboraoscolonos dl'!~necessáriose diminuindoo númerodetrabalhadoresdaterra"aonúmeronecessário pl1racultivá-Ia,deacordocomo estadoimperfeitodecultivoe osprogressosdaquela tlpoca".IS IstotambémlevouàcaracterísticaqueSmithconsideravacomoa maisprogressista 110capitalismo- o aumentodaliberdadee dasegurançadam~~adosprodutores.~n- qllllntoosproprietáriosdeterraslutavamparaaumentaraeficiênciaeconômica,motIvos pllramenteegoístasoslevarama abolirascondiçõesdeservidãoeescravidãoeapermitir qlll'estesantigosservoseescravosgozassemdecertosdireitosdepropriedadeeseguran- 111Argumentavaeleque"umapessoaquenãopudesseadquirirpropriedadealgumanão plllkriateroutrointeressequenãoo decomeromaisquepudesseetrabalharomínimo po~sível".16Assim,o quepoderiaparecerumatoesclarecidoe moralera,narealidade, 0111ro exemploda "mãoinvisível"ou da "sabedoriadivina":"Quando,porprincipias I//II/lrais,somoslevadosaprogredirrumoaosfinsquenosseriamrecomendadosporuma 1,1'.110refinadaeesc1arecida,somosbemcapazes...deimaginarqueistoéasabedoriado 1IIIIIIl'I1\eque,emrealidade,éasabedoriadeDeus.,,17 i\.maioreficiênciadaagriculturaorientadaparao comércioestabeleceuabaseeconô. IIllraparaaexpansãodascidadeseparaumcrescimentocontínuodaindústrialucrativa. 1\partir daí,odesenvolvimentodaindústriaedocomérciopromoveuaproduçãoagrícola I 1111,'11teecapitalista,que,porsuavez,incentivouomaiordesenvolvimentodaagricultu. III lapltalista.O crescimentodestatrocamutuamentebenéficacriou a sociedadeçQlI1cr chdUIIcapitalista,queSmithconsideravaa f~..a~ el~vadae progressistadasociedade IIU/ll:lna.Mas,umavezmais,esteresultadonão tinhasidodesejadointencionalmentepc LI' p,'ssoasqueo tinhamcriado.Naspalavrasde AndrewSkinner,um famosoestudioso dll IlkiasdeSmith: Assim,porumlado,ele(Smith)argumentavaqueosproprietáriosqueusavamo produtodesuas pl'Opriasterrasemtrocadeprodutosindustrializadossóestavamprocurandosatisfazer"àvaidadl' IUllisillrantil",enquantoque,poroutrolado,osmercadoreseartíficessóestavamagindocomha ", 110princípio(egoísta)de"ganhardinheiroondequerqueelepudesseserganho".Acrescentou (.It' "Nenhumdelestinhaconhecimentonemprevisãodagranderevoluçãoquea tolicedeum",I opcrosidadede outroestavamgradativamenteprovocando."Maisurnavez,encontramosum Smllh achavade particularimportânciaduascaracterístil'nsda sociedadeagrícola. I'nll1l'lJalllente,a nobrezaera severamentelimitadanasformasprlasqllaispoderiausar slIariqueza: . Num país que não tenhacomércioexteriorou qualquerprodutoiurlll~lrialmaisrefinado,um grandeproprietário,nadatendopor quetrocara maior partedo produlodl' slIasterras,quenão estejaligadoà manutençãodosagricultores,consumirátudo de formar,'lstka,no ambientedo- méstico.Se esteexcedentefor suficienteparamantercemou mil honH'lIS,elesópoderáusá-Ia mantendocemoumilhomens.Portanto,estarásemprecercadode1111Igralldl'númerodeagrega- dose dependentesque,nãotendocomqueretribuirsuamanutençãoe s,'ndointeiramentemanti- dospelagenerosidadedoproprietáriodasterras,sãoobrigadosa obedeccral'le,pelamesmarazão pelaqualossoldadostêmqueobedeceraopríncipequeIhespaga.'3 Em segundolugar,estemétododeorganizaçãoeconômicaenvolviaamanipulaçãodo poderabsolutopelanobreza,commuitopoucosdireitosemuitopoucaliberdadeparaa grandemaioriadopovo.A extensãodosdireitoseo aumentodaliberdadedamaioriados produtoreseramconsideradosporSmithosdoisaperfeiçoamentosmaisimportantesin- troduzidospeloavançoatéoestágiomaisaltooucomercialdasociedade. NaopiniãodeSmith,oa,l?arecimentodascidadeseuropéiasfoiagrandeforçaquele- .vou ao estabelecim~nJodo estágiocomercialde desenvolvimentosocial.tsiãscidades eramvistascomodependentesdücoméfcToexteí'iore,emTargãescala,comoeconomica- menteindependentesdaeconomiaagrícolamedieval.Ossenhoresmedievaispermitiram o crescimentodecidadesindependentes,por causadosaluguéise deoutrosbenefícios quedelaspoderiamconseguir.Nascidades,surgiuumnovoambientepo1(ticonoqualos produtoresgozavamdemaisliberdadedoquetiveramemqualquerestágioanteriordede- senvolvimentosocial.Tambémhouveumaextensãomuitomaiordosdireitosdeproprie- dade,quepermitiuaosprodutoresaspirarà criaçãoderiquezaparasi mesmose não paraumsenhor.Estamaiorliberdadeesegurançaliberouumdosmaispoderososmotivos humanos:avontadedeacumularriquezasmateriais. Smithacreditavaquea naturezatinha,emtodaparte,criadoumailusãonaspessoas: a dequea felicidadepessoalerafruto,principalmente,dariquezamaterial.Emboraele próprioacreditassena falsidadedestailusão,tinhaficadomuitoimpressionadocomos efeitoseconômicosesociaisdodesejodeganhospessoaiscriadoporestailusão.Discutin- doailusãocriadapelanatureza,Smithescreveuoseguinte: f bomquea naturezasenosimponhadestamaneira.festa jlusãoquecriae mantémo movimen- to contínuoda operosidadeda humanidade.Foi elaqueprimeiroincitouoshomensa cultivaro solo, a construircasas,a fundarcidadese comunidadese a inventare fazerprogredirtodasas ciênciase artesqueenobreceme embelezama vidahumana."12 Ibid., p. 361.362. Ibid., p. 385. Cilado por Skinnl'T, em sua introdu~'ãoà !?iqll('zodo~'Nor(jes, p. 23. I Ihlll ,p, 39 IlIld Ihlll , p. ~/)n 13 I' 14 1111 I "\"ll1plo da tesetípica deSmith,dequeo homemé conduzido,rlII110qUI'poruma"mãoinvisí- wl", a plomover fins que não fazem parte de sua intenção iniciaL" Nllmasociedadecapitalista,Smithviaquediferentescondi~~1'>esdepropriedadeeram, IIlIIa vezmais,a basedasgrandesdivisõesde cJasses.A propriedadedeterminavaafonte da Il'ndade umindivíduo,eestafontederendaerao principaldetelminantedostatusda "Iassesocial: Todaaproduçãoanual...de..!Q..<!.Qp'a(~...divide-senaturalmente...l~mtrêspartes- oalugu~ld.L.... terra,os ~alanosIi~d~ts.í!.9.trabalhoe os lucrosdo capital- e constituiumareceitade trêsor- õénsdHerentesdepessoas:os quevivemde al'ugueis,os'efúevivemdI' sal<íriose osquevivemde lucros.Estassãoastrêsordensprincipais,originaise constituinteS'detodopaíscivilizado." Contudo,numasociedadedemercadoemqueaterraeo capitalnãoeramdeclasses separadas,querdizer,numasociedadeondeos própriostrabalhadorescontrolavamos meiosdeprodução,"todã~i"proaÜçãõdô tràb'anio"pertenciaaotrabalhador".2oSmith 1J.!0"Ô1Ttirdü0..çta~gy.a'!.toaofatodeque,dastrêsclassessoéiiils,o~allm~~i~o cr~~- dqJ:devalQ)'QUnqJJ~z,!s:.~Oprodutoanualdaterraedotrabalhodequalquernaçãonão-'1l ~ podeseraumentadoporqualqueroutromeio,quenãosejao aumentodonúmerodetra- balhadoresprodutivosoudaforçaprodutivadostrabalhadoresjá empregados,,/1e,ain- da, "nãofoi como ouronemcomaprata,mascomo trabalho,quetodaa riquezado mundofoi compradapelaprimeiravez.'>22 Mas,umavezqueumapequenaclasseviesseapossuirseusprópriosmeiosdeprodu- ção,adquiririao poder,atravésdeseusdireitosdepropriedade,deimpediro trabalhador deproduzir,'''anãoserqueacJasserecebesseumapartedoqueeleproduzisse: Logo queo capitalseacumulanasmãosde ccrtaspessoas,algumasdelaso empregam,natural- mente,dandotrabalhoa pessoascapazes...a fim deter lucro coma vendade seutrabalhoou com o que o trabalhoadicionaao valordasmatérias-primas...O valoradicionadoàsmatérias- primaspelostrabalhadoresdivide-se,portanto,nestecaso,emduaspartes,dasquaisumadestina- seapagarseussaláriose a outraé o lucrodoempregador.13 A divisãodoprodutodotrabalhoentresalárioselucrosfoideterminadanalutaentre trabalhadoresecapitalistasparadeterminarqualseriaosalário: O saláriocomumentepagopelo trabalhodcpende,sempre,do contratoqueé feitoentreasduas partes,cujosinteressesnãosão,demodoalgum,os mesmos.Os trabalhadoresqueremganharo máximoe ospatrõesquerempagaro mínimopossível.Aquelessedispõemajuntar-se,paraelevar ossalários,e ospatrõessedispõemajuntar-se,paradiminuirossaláriospagospelotrabalho.14 Masestalutanãoera,deformaalguma,umalutaentreiguais.Smithnãotinhadúvida 18 Ibid., p. 40. SMITH. A RiquezadasNações,p. 248. Ibid., p.47. Ibid., p. 326. Ihid., p. 30. Ihid., p.48. Ihid., p.66. 19 20 21 22 23 'J4 118 "IV,lImadequeoscapitalistaseramaclassemaispoderosaedominantenesteconflito.O 111'l~hoquesesegue,citadoemtodaasuaextensão,mostraqueSmithidentificavatrês 111111<:5dopoderdoscapitalistasparadominarostrabalhadores.Suamaiorriquezapermi- 1111queelesesperassemmuitomaistemponasdisputasindustriais;elespodiammanipular , l:ol1trolara 0l?iniãopública e tinhamavantageminestimáveldecontarcomo apoiodo 1,IIVl'fIlO(que - lembramos uma vez mais - "tinha sido instituído para defender os ricos dll~pobres"). Em suas lutas, tanto os capitalistas quanto os trabalhadores sejuntavam hl'f\lIl1do as palavras de Smith, "entravam em combinação") para melhorar sua posição 1111IlIla declasses: N:ioé, porém,difícil preverqual dasduaspartesleva,emtodasasocasiõescomun~vant,;!gemrJ:,lisputae obrigaa outraa aceitarseustermos.Os patrões,em menornúmero,po ~juntar-se \'Ommuitomaisfacilidade;a lei, por outro lado,autorizaou, pelomenos,nãoproíbeestescon- luios,ao passoqueproíbeosdostrabalhadores.O Legislativonãotomamedidascontrao conluio parabaixaro preçodo trabalho,mastcmmuitasmedidascontraoconluioparaaumentá-Io.Em lodasestasdisputas,os patrõespodemesperarmuitomaistempo.Umproprietáriodeterras,um IlIl.Cndeiro,um patrãoindustrialou um comcrciante,mesmosemempregarum únicooperário, poderia,emgeral,viverumanooudoisdocapitalquejá tivesseacumulado.Muitostrabalhadores 11:10conseguiriamsubsistirumasemana;poucospoderiamsubsistirummêse talveznenhumcon- -,'!;uisselicar um anosememprego...Os patrõesestãosempre,eemtodaparte,numaespéciede lonluio tático,porém constantee uniforme,paranãoelevarossaláriospagospelotrabalho...Na vl'fdade,raramenteouvimosfalardcstascombinações,porqueelas.sãoo estadocomume natural da, coisas,do qual ninguémouvefalar.Ospatrõcstambémfazem,àsvezes,combinaçõcspartieu- IIIH'Sparabaixarmaisaindaos saláriospagospelo trabalho.Estassãosemprefeitassobo maior MIII'ncioe o maiorsegredo,atéa horade scrempostasempdtica,e,quandoostrabalhadorescc- dl'I1I,comoàsvezesocorre,semresistência- emboragravementeprejudicados- clasnuncache- )11111Iao conhecimcntode outraspessoas.Estascombinações,porém,sofrem,freqüente~1ente,a 1I'\islênciade uma combinaçãodefensivae contráriados trabalhadores...Mas... suascombina- ~'\k's...sempresãomuitocomentadas...Elesficamdesesperadose agemcomaloucuraea extra- vlllli1nciadehomensdcsesperados,que têmquemorrerde fomeou assustaros patrõesparaque I'.ll'Saceitemimediatamentesuasexigências.Ospatrões,nestasocasiões,tambémreclamammui- 111do outro ladoe nuncadeixamde clamarpelaajudado magistradocivil e de pediro cumpri- IIIl'nto rigorosodasleis aprovadascomtantaseveridadecontraascombinaçõesde empregados, IllIhlllhadorese tarefeiros.As combinações{dosempregados),...geralmente,só redundamlia l"IIII~'aoounaruínadosseusmentorcs.2S i\SSIJII,Smithreconheciaclaramentea importânciacentraldo conflito declassesen- 11.''111'11alistase trabalhadores.Via_que-a-principalbasede.diferenciaçãode classeeraa 1"lIprll'dadeda terrae do capj!..alTambémviaqueo poderdoscapit,alistasadvinhadevá- 11,1'.IlIlIks inter-relacionadas:suariqueza,suacapacidadedeinfluenciara opiniãopública .' '1i'1Il'ontroledo Governo. " TEORIA DOVALOR, DESMITH I ~lIhl)raSmithnuncatenhaapresentadoumateoriadovalor-trabalhoformuladacom 11111'11l'1:1,aprcsentoumuitasidéiasqueviriama sera basedasversõesnulÍssofisticadas Ihld,p hhh7 ,," da Il'mllldovalor-trabalho,deDavidRicardoe deKarlMa{x,() pontodepartidadesta 1('01111l' o reconhecimentodeque,emtodasassociedadcs,~)J'IH'l'~SOdeproduçãopode ~l'lrcduzidoa umasériedeesforçoshumanos.DiversamcntclIo qucacontececomalguns IInhnaisquevivememummeionaturalfa~menteadaptáVl'1Ih ~uasncccssidadesdeso- hrevivência,ossereshumanos,geralmente,nãoconseguemsobrcviwl'scmseesforçarpa- ratransfonuaro ambientenaturaldeumafonuaqueIhessCJaIlllIisconveniente.Ospro- gressosdaprodutividadehumanatêmsido,emgeral,associados;\cxtensãoouàelabora- çãodosprocessosdetrabalho,queculminamnacriaçãodc determinadoproduto.Na maioriadasvezes,estamaiorprodutividaderesultadaproduçãodenovosinstrumentos. Quandoestesinstrumentossão,depois,usadosnaproduç:10,algunsobservadores, principalmentedecertasescolascontemporâneasdepensamcntocconômico,têma im- pressãodequeosprópriosinstrumentossão,emparte,responsávcispclaproduçãosub- seqüente.Assimdiz-seque ~!O o '~capital"(querdizer,os instrumentosououtros meiosdeprodução),CI;Jantoo trabalhosãoprodutivosequeamboscontribuemigual- menteparaa produçãosubseqüente.Smith~utros teQ.ricosdotrabalho,porém,JC.GO- · nheciamo fatoóbviodequeosinstrumentossãofrutodotraqalhoequeacontribuiçâo. porelesdadaàproduçãoé,narealidade,simplesmenteacontribuiçãohumanadadapejos queosproduziram.Umtrabalhadorqueproduzumtearestá,naverdade,contribuindo comumadasváriassériesdedespesascomotrabalho,queculminamnaproduçãoderou- pa;vistodestamaneira,o tearéumaespéciedeprodutointermediárioquepodeservisto comoumadeterminadaquantidadederoupaproduzida.Esteéo pontod~_J2.i!llLda..dateo- ris!dovaloI:..tri!\2alhoe foi enfatizadoporS~ith:"O trabalhoera-o'pri~1eiropreço,odi-nheirodacomprainicialqueerapagoportóââsasc-oisastNãofoi comoouronemcõiTI !ipra'ta,mascomo trabalho,quetodaariquezadomundofoi inicialmentecompradat,";2b ~sim,Smithafirmouqueo pré-requisltoparaqualquermercadoriatervaloreraêfue ela~se o produtodotrabalhohumano.Masa teoriadovalor-trabalhovaialémdisso. Asseveraqüeo valorde trocadeun1t""mercadoriaé dejerminadopelaquantidadede ~alho contidonest~mercadoria.LmaiuJ.Hlocaçãorelativa,em_diferentesocasiõ~a mão:cre-obraIIldlreta(o trabalhoqueproduziuosn:t.e\.Qsusadosoa,produçãodamercadoria) edaII1ão"de-crbral1ireta(6fra15iIlfi6queusaosmeiosparaaproduçãodamercadoria)"uSa- d'ãs~nal'rõ1l'trção.Srrri'thco'n:segcriuv/!'['otrabalhocomOoâeterminantedovalordeiroca ãpenasnaséconomiasiniciaispré-capitalistas,ondenãohaviacapitalistasnemproprietá- riosdeterras: Naqueleestágioiniciale rudeda sociedade,queprecedetantoàacumulaçãodecapital,quantoà apropriaçãode terra,a proporçãoentreasquantidadesdetrabalhonecessáriasparaseadquirirdi- ferentesobjetosparecesera únicacircunstânciacapazdeditarqualquerregradetrocaentreelas, Se, por exemplo,em umanaçãode caçadores,de modogeral,o trabalhode matarum castor custaro dobro do trabalhode matarumveado,um castordeveser,naturalmente,trocadopor dois veados.É naturalqueo querepresenta,normalmente,o produtollc'doisdiasou deduasho- ras de trabalhovalhao dobrodo quenormalmenterepresentao produtode umdiaou de uma horadetrabalho... ... Nesteestágio,todoo produtodo trabalhopertenceaotrabalhador.e aqu.lIltid.llkd,' trabalho 21, Ibid., p. 30. /() comumenteempregadanaaquisiçãoou naproduçãodequalquermercadoriaé a únicacircunstân- da quepoderegulara quantidadedetrabalhoquedeveser,normalmente,a necessáriaparaseter a mercadoria,comprá-Iaou troC<Í-la.21 Mas,quan_doo~capitalistasadquiriramo controledos meiosde produçãoe os pro- 1'1'I\'I:lriosde terrasmonopolizarama terraeos recursosnatur~i~Smitil ácil0uqueo vaior 1\1Iroca OU,? preço passou a ser a soma das três partes componentes: os salários, os lucros osaluguéis."Logo queo capitalseacumulanasmãosdedeterminadaspessoas",escre- JI'II de, o trabalhador It;m,namaioriadoscasos,queo dividir(o produtodeseutrabalho)como donodo capitalqueo I~mprega.A quantidadede trabalhocomumenteempregadanaaquisiçãoounaproduçãodequal- quermercadoriadeixadesera únicacircunstânciaquepoderegularaquantidadequedeveserne- l'cssáriapara,normalmente,comprar,ter ou trocara,mercadoria.f evidentequeé precisouma quantidadeadicionalparao lucrodo capital... ,., Quandoasterrasde qualquerpaíssetransformam,todaselas,empropriedadeprivada,ospro- prietários,comotodososoutroshomens,passamaquerercolhero quenuncaplantarame exigem umalugueL...(O trabalhador)temquedesistirde umaparcelado queo seutrabalhoproduzou rolheparaentregá-Iaao proprietárioda terra.Estaparcelaou, o quevema darno mesmo,o pre- ~'()destaparcelaconstituio alugueldaterra,tornando-seumaterceirapartecomponentedo preço \Iamaiorpartedasmercadorias.2a Con'1Oos lucroseo alugueltêmquesersomadosaossaláriosparaa determinaçãodos 1'1I.~\oS,a teoriados preçosde Smithfoi chamada,por umeminentehistoriador,de"uma I "'''''11eleSoma - uma(mera)somados trêscomponentesbásicosdo preço".29A razão pl'llI qualesta teoriadiferia da teoria do trabalhoque Smithjulgavafosseaplicávelao I ,Imloiniciale rudedasociedade"eraqueo~e()~.~u~r9. çle,\,1mP!eç_o_nã(Ul~~a 111\"j~lIriarelaçãocomo trabalhoincorporadoà mercadoria.~mithpercebe,,:!_gu~on- I' 1111'lidatendiaa igualaroslucrosauferid_ossobrecapitaisdomesmovalor,istoé,seum \ ill'lIullstativesse$ fOà em teãre~e recebesse$ 40 de lucro por anosobreestesteare~d!. rl\lIl:OIr~'nciae a buscade lucrosmáximostenderiama criarumasituaçãoemque$ 10Q d,qllulqucroutro tiIJo decapitaltambémrenderiam$ 40 delucro porano: ()~lucrosdo capitalpoderiamserconsideradosapenasumadenominaçãodiferenteparaossalá- Ilu' dedetermiI)adotipodetrabalho~ otrabalhodeinspeçãoedireção.Massãototalmentedife- 'o'lIlcs,sãoreguladospor princípiosbastanteauto-suficientese nãosãoproporcionaisàquantida- oh',a dificuldadeou à criatividadedestesupostotrabalhodeinspeçãoe direção.Sãoreguladosin- I. IHll1Ientepelo valor do capitalempregadoe sãomaioresou menoresemproporçãoa esteva- IUI '0 . "i1'lIuc-sedesteprincípio queospreçospoderiamcontinuarproporcionaisàsquantida- 111-,di IlUbalhoincorporadasà mercadoria,apenasno casodeo valordo capitalpor traba- 11>111,p. 47-48. 11>111,p. 411-4<), I)()IIII, MIIIII'Il'l' T//(!ories of ValI/e aml Dislri/Julioll since Aliam Smilh, C'amhridlle, (':IIIIIHidj,ll" 11111'1'"lIy I'n'" , 1'173, p. .\() ~11111 .1 U II/I/"W '/11.INllrl,...I, p, 411 ~ 'I 11'111111111'1~IdoOmesmoemdifercntcslinhasdeproduçilo,SL'csliIL'ondiçãoseverificas. -, 11'IlIuos baseadosno valordo capitalteriamamesmaplOpol\'ll0emrelaçãoaossalá- 1111"dI' l'adalinha de produção,e os salár!osadicionadosaoshll'I'OSduriamumtotal(ou 11111(III'ÇO,seo alugue!fosseignorado)proporcionalaotrabalhoIIIl'lHpOradoàprodução dll~IIIcrcadorias.Mas,seo valordo capitalpor trabalhadordllcllSSL',nosváriossetoresda Cll'Onomia,a adiçãodos lucrosaossaláriosdariaum total qUL'11:10sL'l'iaproporcionalao I,aba!hoincorporadoàproduçãodasmercadorias.SmithaccitouCOIIIOfatoóbvioe empí- rico a afirmativade queo valordo capitalpor trabalhadordiferiad,' umaindústriapara outra.Não conseguiuum modo de mostrarcomoo trabalhoincorporadoà produçãode. tem11navao valorde trocanestascircunstâncias.Ficou a cargodc DavidRicardomostrar a naturezageralda relaçãoentreo trabalhoincorporadoàsmcrcadoriase SeUSvaloresde troca,nestascircunstâncias,e a Karl Marxe aosteóricosposteriorcsformularumateoria dova!or-trabalhocompleta,apresentandoumacoerêncialógica. A teoriadospreçosde Smith,baseadano custodeprodução,nãovisavaaexplicaras flutuaçõesconcretase diáriasdo re Qsn.QJIl.eICado.Ele estabeleceudistinçãoentrepre. ço demercadoe preçonatural. ereadoerao verdadeiropreçodamerca~2!ia, em determinadomomentoe em determinadomercado.Acreditavaele que estepreço fõssere&:[HÜ10pe'larelaçãõenfiéa qU3'I1Údádedamercadoriaqueosvendedoresqueriam vendere a quaííÜdacféqueos comprãiloresqueriamcomprar,a váriospreços.ErÚõUrr1J~ palavras,o preço dem~rcadoera~determinadopéTasfõrçasda ofería e da procura.Se a ofertafossepequena,em comparaçãocom'8aprõcura,a-pequenaofertaseriaalocadaaos compradoresquesedispusessemapagarumpreçoalto.Seaofertafossegrande,em rela- ção à procura o preço~,ia quebaixar,.parainduziros compradoresa comprartodaa quantidade.OVp;eçonatur;~erao P . ' res.0ao":qu,~la receita da venda fosse apena~,sufi~ paradar- ao~rO'pl'l'e1'mi'O,4terras,aoçapltahstaeaostrabalhadores- aluguels,lucrose sa.láriosequivalentesaosníveishabituaisoumédiosdealuguéis,lucrosesalários,emter.-_omossociais. Havia,porém,umaligação~ptJ1"ta~ e o preçodemercadoe o preço nat-ural.Esteerau:~e~éci~,!~e e uilíbrio emtornodo qualos"preçosdemercadovari'àVãri1e umdiaparao outro,e amasforçasdaofertaedaprocürãq!!e -tendiama lmpêlÍro preçode-mercadoparaJuntodo preçonatürai.Sea procurafos- se granêl'ê,enlcomparaçãocoma oferta,e seo preçodemercadoestivessemaisalto do queo preçonatural,os lucrosultrapassariama taxamédiasocialmenteaceitável delucro.Esteslucroselevadosatrairiamoutroscapitalistasqueestivessemsemprepro- curandoencontrarindústriasonde pudessemter mais lucro. A medidaqueestesnovos capitalistasfossemcomeçandoaproduzireavenderamercadoria,suaofertaaumentaria e,comisso,seupreçobaixaria.Enquantoopreçodemercadocontinuasseacimadopreço , natural,esteprocessoprosseguiria,mas,quandoo preçodemercadotivessesidoobriga- doabaixaratéchegaraopreçonatural,oslucrosauferidosnaquelaindÚstriapassariama scriguaisaonívelmédiodelucrosocialmenteaceito,en:10haveriamaisincentivoparaos capitalistasaumentaremaofertadamercadoria. Sea procurafossepequenaemrelaçãoàoferta,e S"o preçodcmel'l"adofossemais haixodoqueo preçonatural,oslucros!icariam:\quémdataxamédiaso,'IIIIIIII'lIlcaceita, lisll'slucroshaixosinduziriamalgunscapitalistasas:lirdaIIldÚstrtOlL'I1lIlVlltl1~1'uLapltal I )ellloutrasindústrias,ondea taxadelucrofossemaior.Istoreduziriaaofertae,comisso, IIumentariao preçodamercadoria.Maisumavez,esteprocessoprosseguiriaatéo preço tlt'mercadotersidoelevadoapontodeatingiro preçonatural. Assim,o preçonaturaleraumpreçodeequi)íbriodeterminadopeloscustosdepro- dução,masestaQelecidono mercadopelasforçasda ofertae daprocura;asflutuações dopreçodemercadotenderiama ficaremtornodopreçonatural.Pelateoriadospreços d.'Smith,aquantidadeprocuradaalocariao capitaldasociedadepelasváriasindústrias, dl'terminando,assim,acomposiçãoouasquantidadesrelativasdasdiferentesmercadorias plOduzidas.Maso custodaproduçãodeterminaria,porsisó,opreçodeequilfbriooupre- ~!I)naturalquetenderiaaprevaleceremqualquermercado. Ilaviadojsgrandespontosfracos!1ateor,iadospreçosdeSmitlLPrimeiramente,os 'Il\~compo'i'íeíitesdospreços-=sãiái-ios,lucrosea.fuguéis- eram,elespróprios,preçosou 11\1IWaVamdepreços.Ornateoriaqueexplicaospreçoscombaseemoutrosp~eçosnão I"H1eexplicarospreçosemgeral.Se,paiaeÚleridÚmosumpreço,temosquesaberquais 1111osoutrospreços,surgelogoaquestãodecomoestesoutrospreçosforamexplicados. I .l' destambémtiveremqueserexplicadosemtermosdeoutrospreços,ficamospresos 111111lUcadeiainterminável,em queos determinantesúltimosdospreçosnuncapodemser I 'plicados. , Smithcompreendeuvagamenteestadificuldadee dedicouos Caps.8, 9 e 11 do Li- 111I deRiquezadasNaçõesa tentativasdeexplicaros níveisdossalários,doslucrosedos ,tlullul'is,em termosdascircunstânciashistóricase institucionaisdo sistemacapitalistade ~IIIIl'poca.Estastentativas,muitoemboraricasemesclarecimentos"importantes,nãotive- IIUII l"xito,e a teoriados preçosde Smith temque servistacomotendoapresentadoum ,.I'>lIIolltodecircularidac!e(explicaçãodepreços'emtermosdeoutrospreços),do qualele 111111111seconseguirlivrar.Conformeveremosemoutroscapítulos,só dua'steoriasdo vlllulIlveram,defato,êxitona quebradestacircularidadee naexplicaçãodetodosos I"I"~UScombaseemumdeterminanteexterno.A primeirafoiateoriadovalor-trabalho, qlll ,mithnãoconseguiuformularemsituaçõesemqueovalordocapitalportrabalhador 1I11"llse,emdiferentessetoresdaeconomia.A segundafoi a teoriadovalor-utilidade, qlll'10I110Uospreçosdependentesdovalordeusoouvalordeutilidade. A rejeiçãode Smithao valordeusocomopossíveldeterminantedospreçosficou I 'illl( Ita: " palavravalor- deve-seobservar - tem dois significados diferentes e, àsyezes,expressaa utili- 1111111'de determinadoobjeto e, outrasvezes,o poderde compraroutros bens,conferidopela I1m,"'desteobjeto.Um delespodeserchamadode"valordeuso"e o outro,de"valordetroca". '\i .'oisasque têmmaisvalordeusotêm,quasesempre,poucoou nenhumvalordetroca;aocon- 1111110,as coisasque têm maisvalorde trocatêm,freqlientemente,poucoou nenhumvalorde 11\0.Nadamaisútil do quea água;no entanto,ela compramuitopoucacoisa;quasenadapode li'I ohtidoemtrocadeágua.Umdiamante,pelocontrário,lempoucovalordeuso,maspodeser, ,\1111'"',,'mprl',trocadoporurnagrandequantidadedeoutrosbens." 'I 1"111,11 'H, J I (J, c,1c()l1omistasquedefendcmumateoriado valorbaseadanautilidadereferem-sea ""11pu~sllgcmcomo "o paradoxoda águat eloçliamante".J2Smith,porém,nãoviaisto l'IIIIIO 1111Iparadoxo,mas,sTmplesmente,comoumaafirmativadequeo valordeusoeo . - vlllo!'detrocanãoestavamsistematicamenterelacionadosentresi.Posterioffi1ente,teóri- cosdautilidadeexpTicariamestadiferenciaçãoentrea uTilidadetotaldosdiamantes(à qualSmithsereferira)esuautilidademarginal.33A teoriadovalor.utilidadeserádiscuti- daemoutroscapítulos.Porora,bastadizerqueSmithrejeitouexplicitamentetantoa tcoriado valor-.!:!.!j}iq,H1Lg!-!antg,a Jeorjag.9,!:alor~trabalhodadeterminaç{iodopreço, tendoflcãdo"7omumateoriaemqueumelementodecircularidadenãofoieliminado. O segundograndepontofracodateoriadospreçosbaseadosnocustodeprodução, deS""mith,queviriaaser020ntocentraldacríticafeitaaSl11ithporRicardo,eraquea teorialevavaaconclusõessobreo m've!geraldetodosospreços(ou,emoutraspalavras, sobreo poderaqmsiTiVõêrí:imocda)e nãoaosvaloresrelativos~ediferentesmercado- rias.PelateoriadeSmith,seaco'1tec~f~Igoqueaumentassequalquerdostrêscompo- ~ nent:;.j.()_c,!~..t.9.de.1ll1~amercadori~,.o ~Iqr ~~~1ercadoria teriaqueaumentar.1'Siõ 'iréoritecia_p.fi1.!.cipalmentecomossalái-iôS,porqueelesrepresentavamaprincipalparcela doscustosdeproutiÇãõdetodâsasmelc;1.Qorias.Smithe todososeconõtnistascI;íssicos 'itcreâItavamqueossalarwstenderiamaficarnoníveldesubsistênciaoupróximodele.A maiorparceladosgastosdesubsistênciadeumtrabalhadoreracomalimentos,que,na épocadeSmith,eram,emsuamaioria,produtosbaseadosemcereais(ou"milho",como eramchamadososcereaisnaquelaépoca).Seguia-se,portanto,que,seo preçodomilho estivessealto,ossaláriosmonetáriosnecessáriosparamanterostrabalhadoresnonívelde subsistênciatambémteriamqueseraltos,mas,seossaláriosfosselJ1altos,opreçodeto- dasasmercadoriasteriaqueseralto,porqueossaláriosconstituíamO' maiorcomponente doscustosdetodaaprodução. Com basenestalinhaderaciocínio,Smithconcluiuqueumimpostoqueservissepara subsidiara exportaçãode milhoaumentariaimediatamenteo preçodo milhono mercado interno.O efeitofinaldesteimpostoseria nãotantoo aumentodovalordo milho,quantoa diminuiçãodo valorrealdaprata,ou,~ntão,fa- zer comquea mesmaquantidadedemilho fossetrocadapor umamenorquantidadenãosó de milho,mastambémdetodasasoutrasmercadoriasnacionais... O preçomonet;íriodo trabalhoe detudoo queé produzidopormeiodaterraou do trabalho tem que aumentarou baixar,necessariamente,de modo proporcionalao preçomonetáriodomilho.34 O significadopráticodosimpostosesubsídiosdoGovernoinglêscontempor.ineoque afetamo preçodomilhoserádiscutidonoscapítulossobreMalthuse Ricardo.Nestepon- to, estamosinteressadosnasimplicaçõesdesteenfoquecomrelaçãoà teoriadovalor.A 32 Ver, por exemplo,BLAUG, Mark. Economic 17/eoryin Relrospecl. Hornewood,111.,Irwin.1968,p.41. 33 lbid., p.43. 34 SMITII. A RiquezadasNações.p.476-477, 74 I IMladequeovalordapratanãodependia,comoo dasoutrasmercadorias,deseuscustos ,Il'produção,masdovalordomilho,pareciaumparadoxoqueprecisavaserexplicado. \1I\mdomais,estáclaroquevariaçõesdepreçodequalquermercadoriaquefosseampl,. 1I11'lIteusadacomoinsumoprodutivoteriamomesmoimpactosobreovalordapratac(ue .1 mudançasde valordo milho.Portanto,ateoriadeSmithpoderiaserreduzidaà afirma. IIvlI dequeo valordapratadependedovalordasmercadoriasamplamenteusadascomo 111.IIIIIOSprodutivos. . Isto,porém,criavaproblemasespeciais.A prata(ou a moeda)eraamedidadevalor ,li' tmcacomumenteusada(ou o numéraire,emtermosdo qualseexpressavamosvalores dI' Imcarelativos).Estavaclaro,paraRicardoe paraoutros críticos de Smith, que,seo I'I"~Odo milho ou de qualqueroutro insumoprodutivoaumentasse,os efeitossobreos \~liH~Sde váriasmercadoriasseriamdiferentes.Paraalgumasmercadorias,o milho seria 11111Insumomuitosignificativo(estasmercadoriaspoderiamserchamadasdeintensivasem 1,,,/I/eI),enquantoque,paraoutras,seriarelativamenteinsignificante.Eraóbvioqueopre- \ I1 monetáriodasmercadoriasintensivasemmilhoaumentariamuitomaisdoqueospre- ,lU lIlonetáriosdasmercadoriasnasquaiso milhofosseuminsumomenossignificativo, 1'\10queriadizerquehaveriaumamudançanasrazõesdetrocaentreosdoisconjuntosde 1Ill/l'lIdoria.As mercadoriasintensivasemmilhoteriamumvalorrelativamentemaisalto , 11_demaismercadoriasteriamumvalorrelativamentemaisbaixo.Mas,pelateoriade "11/1111,o valordetodasasmercadoriasseriamaior,simplesmenteporqueamedidade \,.1,11(onumérairedovalor,ou amoeda)teriamudado.Smithnãoapresentavaargumen. I I IIIHumemdefesadanoçãodequeumaumentodopreçodomilhodiminuiriao valor "dllllvodaprata.Alémdomais,seamercadoriaondeo milhoerausadomaisintensiva. 1I1'llll'comoinsumofosseusadacomomedida,ovalordetodasasmercadoriasteriadimi- IIlIldo(porqueestamercadoriateriaaumentadoseuvaloremrelaçãoa todasasoutras 11111..Idorias). . ',cguia-se,então,que,pelateoriade Smith,o impactode umavariaçãodo preçodo 11111110~obreos valoresde o~tras-mercadorTa~~~e.E.!a_<lãmêrca~oriaquefosseesco. Ih1dl(01110numéraire.MasSmith,osoutroseconomistasclássicose Marxestavam,todos 1111"1IlIll'ressadosemformularumateoriadovalornaqualnãosópudessemexplicaros 1"I'o;mrl'lativos,comotambémcalcularo valortotaldoproduto,demaneiraanãorefIe. 111II '1IlIbigÜidadedeumamedidaarbitrariamenteescolhida.Seacomposiçãodoproduto ~"I'.tlvl'ssealterandoeasrazõesdetrocarelativaseovalordamedidatambémestivessem VIIII1IIIllo,o valordoprodutototalpoderiaaumentaroudiminuir,dependendodamedida H 1Illtlda. I'alaoseconomistasqueformularamateoriadovalor-trabalho,esteeraumproblema I'Illh1IIIIIInenteimportante,conformeveremosnoscapítulossobreRicardoe Marx,A ,,' 1\11dat~oriadovalor-trabalhodeRicardoexigiaumamedidaindependentedasvaria- ',I'I, d, preço,coma qualelepudessecomparartodoo produtosocialcomo total dosin- "1I11111~lIl'cess;írios,a 11mdechegaraovalorexcedentetotal.O valorexcedente,porsua p"ssavaa sera baseparao cálculoda taxade lucro, que,por suavez,eranecessária I' 11,1I,.plicar o padrãodos preçosrelativos.Istoserádiscutidomaisdetidamente;poren- 111,/11111,hasta explicarporqueoseconomistasclássicosprocuravamuma"medidainvariá- I di' valm" c POI qlll' Ricardo,elll particular,criticouestadeficiênciadateoriadepre, 11' d. ~IIIII 11 I 1111111111111Il1capacidadedeSmithemmostrarcomoumateoriadovalor-trabalhopo- d''II'1,', 11111111'os preçosem umaeconomiacapitalistafosseum sil1alde queelenãoatri- 1'"1,'111III'SI1JaimportânciaqueRicardoe Marxatribuíamàdescobertadeumamedidain- \IIIIIIVI'Ido valor,ele realmentetentouencontrara melhormedidapossíveldovalor.Co- 1114\'011rejeitandoo õuro e a prata,porgueascondiçõesemqueeleS-cfáiÚprodÜzrt!osva- ,IIIVIlIl1c, portanto,seriammedidasvariáveis.Insistiuem dizerqtle"limame~(''"3doriaque I'NI,Iscmprevariandode valor nuncapodeserumamedidaexatado valordeoutrasmer- cadorias".35A melhormedidado yalor,emsuaopinião,eraaquantidadedetrabalhoque qualquermercadoriapoderiaoferecernumatroca.Quandoalguémpo~suía umamercado- ria,argumentavaele: o poderqueestaposselhedáimediataediretamentetio poderdecompr,a;umcertocontroleso- breo trabalhoousobretodooprodutodotrabalhoéexercido,então,pClomercado,Suafortuna é maioroumenorprecisamenteemproporçãoaestepoderouàquantidadedctrabalhodeoutros homensou- o queequivaleaomesmo- aoprodutodotrabalhodeoutroshomcnsque,uafor- tunapermitecomprarouter,O valordctroca'detudotemsemprequcserprecisamcnteigualao graudestcpoderconfcridoaoseudono.,. Esta,porém,nãoeraumaboaescolha.Assimcomoo preçodo ourooUdapratapodia variar,ossaláriospagospelotrabalhotambémpodiamvariar.E, comoo saláriorepresenta o preçode com~o trah:Jlhn al!l.e~O~l eravanavel.f óbviO'tjüeo preçoõe qualquermercadoriapodevariare, de fato, varia.Portanto,a quantidadede , qualquermercadoriaque podesercompradadependetantodeseuprópriovalor,como do valor do objeto por ela trocado,podendomodificar-sede acordocoma vari:lI;:iode qualquerum dosdois,Portanto,a quantidadedequalquermercadoriaquepodeserobti- daemtrocanuncapodeserum.padrãodevalorinvariável. Às vezes,é possívelcompreenderalgumacoisa analisando-seoserroscometidospor um grandepensador,tanto quanto estudal1dosuasproposiçõescientificamcl1tcválidas. A escolhade Smith do trabalhoincorporadocomoumamedidainvariáveldevaloré um desseserros.Tal erro nospodeesclarecerquantoà persrjectivasocialgeralscgul1doaqual Smith quasesempretendiaa ver os processoseconômicosdesuaépoCJ,O historiador RonaldL. Meekescreveuo seguinte: Do ponto de vistade umempregadorcapitalista,queorganizaa produçãode mercadurias,nãu porquequeiraele mesmoconsumi-Iasou trocá-Iaspor bensde subsisténcia,masporqucquclra vcnde-Iascomlucroc acumularcapital,a medidamaisapropriadadu "valorreal" dcstasmcrc'a- doriaspodeatéparecera quantidadedetrabalhoassalariadoqucavendadasmercadoriaspermitc queo capit,!listaconsigano períodoseguintede produção.()uantomaioraquantidadedetraba- lho assalariadocontidanestasmercadorias,maiorscráo acré,cimoqueo capitalIstapodcr;Ífazer emsuamão-de-obrae maiorserá,portanto,a quantidadcqueelepoderáacumul:lr." Concluindonossadiscussãosobrea teoriado valor,deSmith,devemosdizerque, aqui,comoemmuitasoutraspartesdesuasteoriassociaiseeconômicas,existemambi- 3S Ibid., p. 32-33. 36 Ibid., p, 31. 37 MEEK, RonaldL. S/lIdiesill lhe l.ahollr 77//!oryuJ' I'afl/(',Nov:I lor,!II", ~1""lliI) 1(,'vl"\\'I'rc~s, 1973,p, 65-66. 111 I ') &~~. .J J?y.pl 4~f) ..J-;f1 ~ ~lIidadesquenosdeixamperplexos.Eledisse,explicitamente,que,quandooscapitalistas IHOllopolizavama propriedadedosmeiosde produçãoe os proprietáriosdeterrasmono- lIulizavama propriedadeda terra,asquantidadesdetrabalhoincorporadasà produçãode dlláentesmercadoriasnão mais regulavamo valor destasmercadorias;no entanto,em IIlulldepartede suasdiscussões,escreveucomosea teoriado valor-trabalhoaindabastas- 'I paraexplicarospreços.Astrêscitaçõesaseguirsãoexemplosdecomoeleusavaateo- 1111dotrabalho: Como custamenostrabalhotrazerestesmetaisdaminaparao mercado,quandoelessãotrazidos paracá,elescompramou incorporammcnostrabalho.30 Num paísnaturalmentefértil, mascujamaiorpartedasterrasaindaestejaintciramcntesemser aproveitada,o gado,as aves,todaa espéciede caçaetc.,por poderemscradquiridascomuma quantidadede trabalhomuito pcquena,tambémcumprar:ioapenasumaquantidademuito pe- quena.39 Custouumaquantidademuito maiorde trabalhotrazerosbensparao mercado.Quandoelesfo- rumtrazidosparacá, portanto,tiveramquesercompradosou trocadosao preçode umamaior quantidade.40 A TEORIA DO BEM-ESTAR ECONÔMICO, DE SMITH A teoriaeconômicade Smith era,acimadetudo,umateorianormativaou orientada 1'11111aspolíticas.Suaprincipalpreocupaçãoeraidentificarasforçassociaiseeconômicas '1"1'maispromoviamo bem-estarhumanoe, com basenisso,recomendarpolíticasque IlIrlhor promovessema felicidadehumana.A definiçãodeSmithdebem-estareconômico 1111bastantesimplese direta.O bem-estarhumanodependiadaquantidadedo "produto dll Imbalho" anuale ~o "1lú.I;lerodos que deveriamconsumi-lo".41Outro critério de I"'11Iestarnão explicitamentedefinidopor Smith, porém'importanteem muitasde suas dl~\'IISSÓCS,era o de queo bem-estarpoderiaser,aumentadoàmedidaqueacomposição .111produtoa ser consumidomaiscorrespondesseàsnecessidadese aosdesejosdosque l'IIIIPrussemeusassemo produto. l\l1alisandoas forçasque tendiama aumentaro bem-estareconômico,Smith elabo- 11111 IIIIl modeloque delineavaos componentesdo capitalismoe explicitavaa principal 1IIIIIIVIH;~ioqueimpeliao sistema.O capitalismoeradivididoemdoissetoresbásicosde 1'111I11I~~:iO- aagriculturae a indústria.A produçãodemercadoriasexigiatrêsgruposdis- IIIIIII~deinsumos- a terra(inclusiveosrecursosnaturais),o trabalhoeo capital.Astrês Jllllll'lpaisclassessociaisdocapitalismo- osproprietáriosdeterras,ostrabalhadoreseos 1II'IIUlislas- correspondiamaestestrêsgrupos.Asbaseslegaisesociaisdestadivisãode .IH.l~'l'ramasleisdapropriedadee adistribuiçãodapropriedaderealentreaspessoas. "I '1/.11'1'11.11Riqlleza dasNações, p. 32. Ihltl , p. I !!Q. 1111d..p. 246. I hld , p. Ivll y .1 11 I J CIIIIII IImll dastrêsclassessociaisrecebiaumaformadistintadercmuneraçãomonetária- :illlf\lIl'ls,saláriose lucros. Estasformasde rendade classe,conformevimos,correspon- IIlulII iis trêspartescomponentesdoscustosde produçãoe detcrminavamos preçosdas mcrcudorias.Smithsupunhaquetodocomportamentoeconômicofossecaracterizad.Q..Qor motivosegoístase gananciosos(apesarde admitirque,no comportamentonãoeconômi- co, aspessoastivessemoutrosmotivos,inclusivealtruístas).O pressupostodeque todo comportamentoeconômicosebaseiaemmotivosegoístasegananciososdeveriatornar-seo ~undamentodaeconomianeoclássica,emfinsdo séculoXIX ecomeçodoséculoXX. No contextodestateoriada História,o capitalismorepresentavao estágiomaisalto de civilizaçãoe atingiriaseupontoculminante,quandotivesseev~luídoparaumestado em queo Governotivesseadotadoumapolíticadelaissez-faire,permitindoqueasforças da concorrênciae o livrejogoda ofertaedaprocuraregulassemaeconOlnia,queficaria quasequecompletamentelivredasrestriçõesdoGovernooudesuasintervenções.TodaaestruturadeA RiquezadasNaçõeslevaàsconclusõesdelaissez-jàire,deSmith.A primei- ra terçaparteda obra(Livros I e lI) desenvolveos conceitose as teoriaseconômicasde Smith.O LivroIII detalhaasidéiasdeSmithsobreoaparecimentohistóricodocapitalis- mo.O LivroIV é dedicadobasicamentea umadiscussãodas1'01íticasetcoriasdosmer- cantilistas(Caps.I a8)eaosfisiocratas(Cal'.9). Ao finaldoCal'.9 do LivroIV, juntam-setodososelementosd.aanálise.Combase emsuasprópriasanálises,Smithrejeitouasteoriase1'01íticas,tantodosmercantilistas comodosfisiocratas,e depoisindicouqualerao sistemaquemaximizariao bem-estar econômico.Estadeterminaçãoé aprincipalconclusãodolivro:ocapitalismolaisse=-faire ou,confonneSmitho chamava,"osistemaóbvioesimplesdeliberdadenatural",éafir- madocomoomelhorsistemaeconômicopossível. I' Portanto,t~ndosido compl~tam~nt~afastadostodosos sistemasd~prcf~rênciaou de restrição, o sistemaóbvioe simplesda liberdadenaturalseestab~l~cepor si mesmo.Todo homem...fica perfeitamentelivreparabuscarseusprópriosinteresses,à suaprópriamaneira,e paraconcorrer, comslla cap-addade..ecomseucápTtal,coma capacidadee o capitalde outroshomensou tipos dc-homem.O soberanoficacompletamente livredo... deverdesupervisionara capacidadeparti- -culardaspessoasc dediri&i-Iaparaa.sfinalidadesmaisadaptadasao interessedasociedade." ResumirerilOsagora algunsargumentoscombasenosquaisSmithtirou esta conclu- sãofinal. O nível de produçãode qualquersociedadedependia,emsuaopinião,do númerode trabalhadoresprodutivose do níveldesuaprodutividade.Esta,porsuavez,dependiada especializaçãooudograudedivisãodotrabalho:"O maioraumentodacapacidadepro- dutivado trabalhoe amaiorpartedahabilidade,destrezaecapacidadedejulgamentoque o dirigeparaqualquerfimoucomqueeleé feitopareéemtersidofrutodadivisãodo . trabalho.,,43Ograudedivisãodo trabalhoeragovernadoporduascircunstândas.Primei- ramente,tinhaquehaverummercadobemdesenvolvidoouumaeconomiadetrocasco- merciais,a fim dequehouvesseumaespecializaçãogeral.Existindoumaeconomiade l 42 lbid., p. 651. Ibid., p. 3. 43 7H IIICrcado,o graudeespecializaçãodependeriado tamanhodomercado."Assimcomoo poderdetrocaocasionaa divisãodotrabalho,o graudestadivisãotemsemprequeser limitadopelograudaquelepoderou,emoutraspalavras,pelaextensãodomercado.,,44 A divisãodotrabalhomaisimportanteoufundamentaleraentreaagriculturarurale 11Indústriaurbana."Existemalgumasespéciesdeindústria",escreveuSmith,"queSó1'0' "~moperarnumagrandecidade".4sA ordemnaturaldodesenvolvimentoeconômicoera, (1IImeiro,a agricultura,seguidapelaindústriaurbanaepelo comércioexterior."O grande IlIlItérciodetodasociedadecivilizadaéo queexisteentreoshabitantesdacidadeeosdo II"IS, Consistenatrocadeprodutosbrutosporprodutosmanufaturados.,,1ft; Quandoum3-19wade comercialjá sedesenvolveuapontodeper.mitiI~~íI. IIraç:íourbãHõ:rural,torna-se-maisimportanteasegundacircUnstânciaquegovernao grau .I. divisãodo trabalho: Comoa acumulaçãode capitaltem,pelapróprianaturezadascoisas,queantecedera divisãodo trabalho,o trabalhopodesercadavezmaissubdividido,massomentenaproporçãodo acúmulo decapital.A quantidadede matérias-primascom aqualo mesmonúmerodepessoaspodetraba- lharaumentaemgrandesproporções,à medidaqueo trabalhosesubdividecadavezmais;e, à rlledidaqueo trabalhode cadatrabalhadorsevai reduzindogradativamentea umgraumaiorde Ilmplicidade,sãoinventadasváriasmáquinasnovasparafacilitare abrcviaro trabalho...portan- to ... é precisoacumularmaiorestoquedematérias-primase ferramentas." I'urtanto,quandocomparamosa situaçãodeumanaçãoemdoisperíodosdiferentese verificamos IIUl'o produtoanualdesuaterrae deseutrabalhoé,evidentemente,maiorno segundoperíodo, I)lll'suaterraestámaisbemcultivada,suasindústriassãomaisnumerosase estão!1orescendomuis l' Sl1\1comércioé maior,podemostcrcertezadeque'seucapitalterá,necessariamente,aumentado, 1!lItreumperíodoe outro.'. " acumulaçãodecapitalterásido,então,aprincipalfontedeprogressoeconômico,c ""IIH11'oSterãosidoafontedonovocapital.Dadoestesignificadocentraldoslucroseda 1II1IIIIIIIuçãodecapital,Smithdeubastanteênfaseà distinçãoentretrabalhoprodutivoc IlIlpllldlltivo.Estavapreocupadoemcontra-argumentara tesedosfisiocratas,dequeo 1"lhlllhoincorporadoà indústriaeraestérilou improdutivo.Percebeuqueestetrabalho 111,I IIIIIUfontedelucrose de!TI~ioracumulaçãoe~po!,tanJ9..!\lmafonted~.pro.~réSSoeco. lIi'lllIll'o - PlOpOSduasdefiniçõesdetrabalhoprodutivo.Primeiramente,argumentouqueos tra. 1',III111dorcseramprodutivos,quandoseutrabalhoresultavaemrendaparaoscapitalistas, ~1111t1c1l1l'pararecuperaro'scustosdossalários,permitindo,ainda,quesobrasseumlucro. I 111.1'1'lIlIdolugar,argumentavaqueos trabalhadorescujotrabalhoestivesseincorporado 'I 11111,1IlIl'rcadoriapalpávelequepudesseservendidaeramprodutivos.Emambososca. .11111'~lavatentandodistinguirostrabalhadoresquecontribuíamparaoprocessodeaCll 11 IlIld. p. 17. Ihl<l Ilolll,p. 356. IIlh) , p. ~60. Ilold,p, \1/, '" 1ll1I11I~tI()d~'capitaldaquelesquemeramentevendiamseusserviçosa pessoasricasou ao <:uv"",u.Esteseramconsideradospor eleumaespéciede "servidoresinferiores",~ujos NlIl'vlços,apesarde úteis,nãoresulJ~vamnageraçãodelucrosnemnaacumulaçãodecapi- 1111 11[0promovendo,portanto,oprogressoeconômiéo.EstessCrviçoserampor'-elecon- ~ld(Jradostrabalhoimprodu~o_ ' 11óbvio,côm baseemnossavisãoretrospectivacontemporânea,queasduasdefini- çóesde trabalhoprodutivode Smitheramincompatíveis.Mas,comoobservouMaurice Uobb, pode-sesupor,de modobastantecompreensível,queAdamSmithnãovisseconllitoalgumentre asduasdefinições,porqueelenãosupunhaquefossepossívelhavcrlucroou mais-valia~'emqlle o trabalhoemquestãotivesseproduzidoumamercadoriaquepudesseservendida.NãohádÍlvida de que,emmuitossentfdos,ambasasnoçõescquivalemà mcsmacoisa.Mas,corno\Iarx... obser- vou, atores,mÍlsicos,professoresde dança,cozinheirose prostitutaspodl'ri.lJlI,todoseles,criar um excedenteou gerarum lucroparaumempregador,seviessemaserempregadospor"umem- presáriodeteatro,saladeconcertos,bordeidc...... o pontoimportanteeraqueo trabalhoprodutivoerao quepromovesse..a..aQlmula- çãodecapital.O novocapitalaumentavao bem-estareconômico,porqueaumentavaa prbdut'fVidâdedotrabalho. Smithargumentava,porém,queo capitaleramaisprodutivoemalgunsempregosdo queemoutros.O capitalempregado.naagriculturaerãõ iÍíiÜsprodUfivo;o aplicadona indústriavinhalogoaseguire,depois,vinhao capitalempregadonocomérciointernoe, porfim,o empregadonocomércioexterno.50O leitordevelembrar-sedequeesteescalo- namentodaprodutividadedocapitalcorrespondeaoqueSmithjulgavaseraordemnatu- raldo desenvolvimentoeconômico.Seosgovernosnadafizessemparaestimularoudeses- timularo investimentodecapitalemqualquersetor,aprópriabuscaegoístadelucromá- ximodoscapitalistaslevariaaodesenvolvimentoeconômico,segundoestaleinaturalees- taordemsocjalmentebenéfica,_"Seasinstituiçõeshumanas"- escreveuSmith- "nunca tivesseminibido.._asinclinaçõesnaturais(dohomem),aordemdascoisas...seria...pro- movidapelasinclinaçõesnaturaisdohomem."51Naordemnaturaldodesenvolvimento econômico,a agriculturaapareciaemprimeiro'lugar.Seo mercadofosselivreesenão houvessequalquerintervençãogovernamental,"amaioriadoshomensoptariaporempre- garseucapitalnamelhoriaenocultivodaterra;depois;naindústriae,po'rfim,nocomér- cio exterior".52 ' Depoisdea produçãoagrícolater-setransformadonum"sistemadeliberdadenatu- ral", o capitalseriadestinadoà indústria.Nesteestágiodedesenvolvimento,a indústria internaaindacontribuiriamaisparao bem-estarhumanodoqueparao comércioexte- rior.Descrevendoo fluxodecapitalparaa indústriainternanum"sistemadeliberdade natural",Smithformuloua proposiçãomaisfamosadesuatese,segundoaqualemum 49 DOBB, Maurice.Theariesaf ValueandDislribulian,p. 61. SMITH. A RiquezadasNações,p. 341-355. Ibid., p. 357. Ibid., p. 357-358. 50 51 HO 1I\I~rcadolivre os atosegoístasdosindivíduossãodirigidos,comoquepor uma"mãoinvi- Ilvol", paraamaximizaçãodo bem-estareconômico: Todo indivíduoqueempregaseucapitalnapromoçãoda indústriainternaesforça-separaqueo produtodestaindústriatenhao maiorvalorpossível. O produtoda indústriaé o queelaadicionaàsmatérias-primasporelautilizadas.Namedidaem queo valordesteprodutosejagrandeou pequeno,os lucrosdo empregadorserãograndesou pe- quenos,masé apenasvisandoao lucro quealguémempregaumcapitalna indústria,e,portanto, elesempreseesforçaráparaempregá-Iona indústriacujo produto tenhaprobabilidadesdetero maiorvalorou depodersertrocadopelamaiorquantidadedemoedaou deoutrosbens. A receitaanualde todasociedade,porém,é sempreprecisamenteigualaovalordetrocadetodo o produtoanualde suaindústria... Portanto,quandotodo indivíduoseesforçao maisquepp- de, não só paraempregarseucapitalna indústriainterna,comotambémparaqueseuproduto tenhao maiorvalorpossível,trabalha,necessariamente,no sentidodeaumentaro máximopossí- vela rendaanualda sociedade.Na verdade,elegeralmentenãopretendepromovero interesse público,nemsabeaté queponto o estápromovendo.Preferindoaplicarna indústriainterna,e nãona externa,só estávisandoà suaprópriasegurança;dirigindoa indústriadetalmaneiraque seuprodutopossatero maiorvalorpossível,só estáquerendopromoverseuprópriointeressee está,nestee emmuitosoutroscasos,sendolevadopor uma..~ invÜi~ a promoverumfim quenãofaziapartedesuasintenções.Do mesmomodo,nemsempreé piorparaasociedadeque nãotenhasidoestaasuaintenção.Cuidandodoseuprópriointeresse,o indivíduo,quasesempre, promoveo interesseda sociedademaiseficientementedo quequandorealmentedesejapromo- Vl'_IO.53 Assim,Smithconcluiuqueasintervenções,asregulamentações,asconcessõesdemo- IIlIpnlioeossubsídiosespeciaisdoGoverno- tuaõis;otendiaaalocarmaIocapitalea dlll\lnuirsuacontribuiçãoparao bem-estareconômico.Além.domais,estesatosdoGo- ~""'l1tcndiama restringirosmercados,reduzindo,assim,a taxadeacumulaçãodecapi- Ildl'diminuindoograudedivisãodotrabalhoe,comisso,oníveldeproduçãosocial. Osmercadoslivreseemconcorrêncianãosódirigiriamoempregodecapitalparaas IlIdÚ.1rias emqueelefossemaisprodutivo,comotambémfariam- maisumavezpor 111'111da"mãoinvisível"quedirigiaamaximizaçãoegoístadolucroparacanaissocial- 1I1I1I1~'Úteis- com que fossemproduzidasasmercadoriasqueaspessoasprecisasseme III,II~descjassem: . N:índevemosesperarquenossojantarvenhadabenevolênciadoaçougueiro,do cervejeiroou do 1'IIIIetro,mas,sim,desuaconsideraçãoparacomseusprópriosinteresses.Nósnãonosdirigimos ,111seu humanitarismo, esim ao seuamor-próprio,e nuncalhe falamosde nossasnecessidades, 11111\de suas vantagens. ,. \ lf1fluênciade Smith nas doutrinaseconômicassoc\almenteconservadorasdestes ,lili! "llimos séculosestáprincipalmenteemsuacrençadeque,numaeconomiademerca- ,111l'\llIct>rrcncial,laissez-fairee capitalista,o mercadolivre dirigiatodososatosegoístas, 1',IIIIIII(ÍlISOSe voltadosparao lucro paraum"sistemaóbvioe simples",socialmentebené- 11111 \' harmonioso,"de liberdadenatural".Declarouelequeasfunçõesapropriadasdo 1,IIVI'1110deveriamserestritamentelimitadas: IlIld, p,4]}423. IllId, p. 1'1 (I 11011I1'11Ide governo que tentassedirigir as pessoasdizendo COIIIOelas deveriamempregar seu l'II(lllal n:io só ficaria sobrecarregadocom uma tarefa de todo desneccsS<Íria,como tambémassu- 11111'111ullla autorid:lde que n:io poderia ser confiada a uma única pessoa,nl'lII mesmoa um çonse- 1110ou a um senado, e que em nenhum outro lugar seria t:io perigosaquanto nasmãos de um ho- melll que.fosse suficientemente louco e presunçoso parajulgar-se apto para exercê-Ia.55 1 o Governosódeveriatertrêsfunções: primeiro,a funçãodeprotegera sociedadedaviolênciae dainvasãodeoutrassociedadesindepen- dentes;segundo,a funç:iode proteger!_na ,!!edi.!!.ado possível,todo membroda socicda~' inJüsliça e da opressãode quaiquer-a~seusmembrosoua funçãodeofereçerumaper/l'itaalTínl- riistraçãodaJustiça;e, por fim: ái'ünç:i'odefazere conservar..crtasobraspÚbli<:ase lI.: ..rT:;rc mantercertasinstituiçõespÚblicas,cujacriaç:Toe manutençãonuncadespertariamo interessede qualquerindivíduoou de um.grupodeindivíduos,porqueo lucronuncacobririaasdespesasque teriamestesindivíduos,embora,quasesempre,taisdespesaspudessembeneficiare reembolsar asociedadecomoumtodo.S. CONFLITODECLASSESE HARMONIASOCIAL Estáclaroqueo "sistemaóbvioe simplesdeliberdadenatural"deSmitheravisto comoumsistemaeconômicono qualprevaleciaa harmonia.f claroqueSmithtinha consciênciadequeosmotivosegoístasegananciososlevavama conflitosindividuaisea conflitosdeclasses.Mas,nocontextosocialdocapitalismoconcorrencial,estescontlitos ~amapenasaparentes~12~iU!1..IJ,~sendoreais.A "mãoinvisível"soluciona~~~"i7>-:-- maticameiitêos conflitossuperficiaisouaparentesdámelhormaneira,paraá fêlicíâàde fiÜm~I)~. As obrasdeSmith,porém,impressionamo leitorporseremextremamenteambíguas, quandonãocontraditórias,quantoàquestãodo'conflitodeclassesI'er~'lIshannoniasocial, nocapitalismo.Umargumentocentral,aoqualvoltaremosemoutroscapítulosdesteli- vro,éodequeosproponentesdateoriadovalor-trabalhovêemoconflitodeclassescomo algodeimportânciafundamentalparaacompreensãodocapitalismo,enquantoqueateo- ria do valor-utilidadevêa harnlOniasocialcomofundamentale leva,inevitavelmente,a umaversãodoargumentoda"mãoinvisível",deSmith.SóquandoSmithabandonoua teoriadovalor-trabalhoéqueelepôdeargumentaremfavorda"mãoinvisível"edahar- moniasocial. GrandepartedaanálisedeSmith,porém,derivadesuaperspectivadateoriadotra- balho.Assim,eleconseguiuargumentarqueo trabalhoerao únicocriadororiginaldeva- Iar,queostrabalhadorestinhamquedividiro produtodeseutrabalhocomduasclasses, cujafontedepoderecujareivindicaçãoderendanãodecorriamdaproduçãodemerca- dorias,masdapropriedade;queapropriedadedavaaalgumaspessoas"o direitodeco- lhero quenãotinhamplantado"equeaproteçãodosdireitosdepropriedadepeloGo- vernoera,basicamente,uma"defesadoricocontraopobre". Alémdisso,comovimos,Smithacreditavaqueossaláriosfossemdeterminadospor- --- ss (bid.,p. 423. (bid.,p.651, 56 K) 1111111lutaeconômica,socialepolíticaentretrabalhadoresecapitalistas,naqualoscapita- 1i~IIIS.quãse sempre,Tevavamã'll1elhor.1'amõémsabiaqueos--e-rnpre~áfiõrliSavaindeto- 01111os meios dTspon0els p"';ra-evitara concorrência e garantir monopólios, como fica evi- .ll'l\ciado pelassuas citações seguintes: As pessoasque têmos mesmosnegóciosraramentesereúnem- mesmoem festasou emlocais dediversão- massuaconvcrsaterminaemumaconspiraçãocontrao povoouemalgumacombi- naçãoparaaumentarospreços.57 O interessedos empresáriospor qualquerramode comércioou indústriaé sempre,emalguns aspectos,diferentee atémesmoopostoao interessedo povo... Seuinteresseé semprediminuir 11eoncorrênda...Mas isto sempreserácontr:irio... (aosinteressesdo povo),e só poderáservir parapermitirqueos empresários,aumentandoseuslucrosde modoqueultrapassemseuslimites lIaturais,cobrem,emproveitopróprio,umimpostoabsurdodo restodeseusconcidadãos.58 Analisandoosefeitosdocapitalismo,daacumulaçãodecapitaledesuaconseqüente ,IIVlsilodotrabalhosobreamaioriadostrabalhadores,asduascitaçõesseguintestambém '111)Icveladoras: " diferençadetalentosnaturaisemdiferenteshomensé,narealidade,muitomenordo queperce- bcmos...A diferençade caráterde um filósofoe de um porteiro,por exemplo,não pareceser Ikvidatantoà natureza,masao hábito,aoscostumese à educação.Quandoelesvieramaomun- do, e duranteos seisou oito primeirosanosde vida,talvezfossemmuito parecidose nemseus paisnemseuscolegasde brincadeirasconseguiriamperceberqualquerdiferençamarcante.Mais ou melloscom esta idade,ou logo depois,elespassarama sededicara ocupaçõesmuito dife- Il'lItes.S. No prpgressod,,:!<)jvisãodo trabalho,o empregoda maiorpartedosquevivemdo trabalho,quer 1111.er,da grandemaioi-ia"dàspessoas,aeabasendolimitadoa umaspoucasoperaçõessimples- qllnsesempreumaoÚ dü}l:L_O entendimentoda maiorpartedoshomensé, porém,necessaria- IlIcllte, fruto de seusempregoscomuns.O homemquepassaa vidainteiraexecutandoalgumas 1)lwT:lI,õessimplese cujosefeitostalvezsejamsempreos mesmosou bastanteparecidosnãotem uplJrtunidad~algumadeusar~uanwnt~.ouaproveitarsuacapaddadeinventivaparadescobrirex- III'dicntesparavencerdificuldadesquenuncaocorrem.Portanto,eleperde,naturalmente,o hábi- 10desteesforçoe, geralmente,ficatão "burro" e ignorantequantoUniacriaturahumanasepode 1<Hllar.O torporde suamenteo tornanãosó incapazdeentabularou demanterqualquercon- Vl'lsaracional,comotambémde conceberqualquersentimentogeneroso,nobreou ternoe,con- ,"'qUentemente,terqualqueropiniãoatésobremuitosdeveresrotineirosdavidacotidiana"o Para estes trabalhadores, o valor da "mãoinvisível"e do "sistemaóbvioe simplesde Ilhndlldc natural"parecemuito afastado.Além do mais,quandoseconsideraqueo Go- VI'IIIUI'xistepara"protegeros ricosdospobres",queé usadocomoprincipalmeiopara .1'. t IIpltalistassobrepujaremostrabalhadoresemsuaslutaspelosníveissalariais,equeos ,111'11111ISlasusamtodososmeiosà suadisposição- inclusiveo Governo- paragarantir plotl~gl'rseusmonopólios,fica-sepensandocomoSmithesperavaatéchegarao "sistema 11>111,p. 1211. Ihlll , p. 250. 11>1.1, p. I S Ihl.l ,11 13,1 735. " dl' 1IIIl'Idudenatural",no qual o Governos6 tivessetrêsdevl'a',l' 11"mãoinvisível"diri- !\ISS~ludos os atosegoístase gananciososparaum todo harlllollluSOe mutuamentebe-IIl'llco. Levando-seem contaestasdificuldadese asinúmerasan:íllscsprufundase esclarece- dmasde A RiquezadasNações,nãoé deadmirarquea intlu~'nt'laInlelectualde Smith possaserpercebidaem duastradiçõesrivaisdo pensamenloucolluJIlicodosséculosXIX e XX, umadelasenfatizandoa teoriado valor-trabalhoe o cUlll1itu,declasseseaoutra enfatizandoa teoriado valor-utiJidade,aharmoniasocialea "m:loinvisível". 'I H4 4 1 THOMAS ROBERT MAL THU~ ThomasRobertMalthus(1766-1834)erafilhodeumafamíliainglesadeplll educadona UniversidadedeCambridgee,em1805,foi nomeadoparao corpo dafaculdadedaCompanhiadasCndiasOrientais,emHarleybury.Ocupouaprime' drainglesadeEconomiaPolítica,ondepermaneceuatésuamorte,em1834. . Malthusviveunumaépocatumultuada,deintensosconflitosdeclasses,l' 9\1 refletemsuaposiçãocomrelaçãoaessesconflitos.Haviadoisconflitosprinclpall tiremoscadaumdelesseparadamente.Primeiro,a RevoluçãoIndustrials6foi comimensossacrifíciosegrandesofrimentodaclasseoperáriaemgeral.Ostrflhal nemsempreaceitavamhumildementeestessacrifíciose,conseqüentemente.S()fr sócomasangústiassociaifeeconômicas,comotambémcomaopressãolegislatlv tica..Emsegundolugar,emfmsdoséculoXVIII e iníciodoséculoXIX, aantl, proprietáriadeterrasaindatinhao controleefetivodoParlamentoinglêsetHIV( intensoconflitoentreestaclassee a novaclassecapitalistaindustrial.EsteCOII. travadocomvistasaocontroledoParlamento,masa razãoúltimaeradecidirIe' terradeveriacontinuarcomumaeconomiaagrícolarelativamenteauto-suf1{I transformar-senumailhadedicadabasicamenteàproduçãoindustrial.. CONFLITOSDECLASSESNOTEMPODEMALTHUS A RevoluçãoIndustrialtrouxeaumentosdaprodutividadehumanasemIHI'I naHistória.A construçãogeneralizadadefábricasconstituiuabasemeciinlcul mento.Mas,paracanalizaracapacidadeprodutivadaeconomiaparaacriaçRod.... capital,eraprecisodestinarumaparterelativamentemuitomenordestacapudd bricaçãodebensdeconsumo.Osbensdecapitaltinhamquesercompradosu\1 socialqueimplicavaprivaçõesemmassa.Emboraasmudançastecnolóp,ll111H aumentadoa produtividade,diminuindo,comisso,umpoucoestecustosoclu!,- tosnãoforam,demodoalgum,suficientesemrelaçãoaovolumecrescentedI.!l~11l estavasendoacumulado. Historicamente,emtodososcass easociedadefoiobriadaa5Umt.~ yc1demerasubsistênciaparaalgunsdeseusmembros,~ ~:I~rifíciosscmprefOI;1 uetinhammenospodereconômicoepolítico.'Omesmoaconteceucoiif'ii ç,CloIndustrial,na lng1aterra.A classeoperáriaviviapertodoníveldcsubSllh\' 1750,eseupadrãodevida(medidoemtermosdopoderaquisitivodosslll~rI(1l) I'ou-sena segundametadedo séculoXVIII. Estatendênciadospadrõesdl' vhlil . operárianasprimeirasdécadasdoséculoXIX éumtemacontrovertidoent1'('I)~ dores.O fatodemuitosestudiososeminentesencontraremevidênciabastant li IIIcntarque o padrãodevidadeixoudeaumentarouatémesmobaixouno, !t'YJI anodequequalqueraumento,naquelaépoca,devetersido,quandomulto,dllllllll Em toda a épocadaRevoluçãoIndustrial,nãohádúvidadealieo l).~.\(I,11111,I. pobrescaiu sensivelmenteemrclaçãQaospadrõesdasclasscsmédiae811!2l1t!lIlI 1150detalhadnmostraque