Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.
left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

Prévia do material em texto

INFORMATIVOS
POR ASSUNTO
DE 2016 ATÉ ONTEM
Material elaborado por Roberto Coutinho
professorroberto.com
Instagram @defensorrobertocoutinho
ISBN: 978-85-540444-3-5 
Fechamento 27.10.2019
Atualizado até
STF 956
STJ 657
 
 
 SUMÁRIO 
DIREITO CONSTITUCIONAL ................................................................................................................................. 3 
DIREITO ADMNISTRATIVO ................................................................................................................................ 32 
DIREITO EMPRESARIAL ..................................................................................................................................... 86 
DIREITO CIVIL.................................................................................................................................................. 62 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL ............................................................................................................................ 104 
DIREITO DO CONSUMIDOR ............................................................................................................................ 143 
ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE ................................................................................................ 161 
DIREITO PENAL ............................................................................................................................................... 166 
DIREITO PROCESSUAL PENAL ......................................................................................................................... 194 
EXECUÇÃO PENAL .......................................................................................................................................... 227 
 
 
 
 3 
 
DIREITO CONSTITUCIONAL 
 
Quebra de sigilo e divulgação em site oficial 
Os dados obtidos por meio da quebra dos sigilos bancário, telefônico e fiscal devem ser mantidos sob reserva. 
Com base nesse entendimento, o Plenário concedeu mandado de segurança para determinar ao Senado Federal 
que retire de sua página na Internet os dados obtidos por meio da quebra de sigilo determinada por comissão 
parlamentar de inquérito (CPI). MS 25940, rel. Min. Marco Aurélio, julgamento em 26.4.2018. (MS-25940) 
 
Ensino religioso nas escolas públicas 
O modelo de laicidade adotado no Brasil compreende uma abstenção do Estado, pois impede que o poder 
público favoreça corporações religiosas, prejudique indivíduos em razão de suas convicções ou impeça a 
liberdade de expressão religiosa. Entretanto, abrange também, por expressa previsão constitucional, condutas 
positivas do poder público para assegurar a liberdade religiosa. Nesse contexto, afirmou que a previsão de ensino 
religioso nas escolas públicas configura uma atuação positiva do Estado e demonstra a relevância que a CF 
conferiu à educação e ao ensino religioso na formação do indivíduo. 
Em seguida, pontuou que o art. 210, §1º, da CF, ao prever a oferta do ensino religioso na modalidade facultativa, 
resguarda, de um lado, o desejo dos que querem se aprofundar em determinada fé, e de outro, o desejo dos 
que não querem se sujeitar a determinados dogmas e preceitos. Por essa razão, a procedência da presente ação 
direta acarretaria verdadeira mutação constitucional do sentido da norma, sem os pressupostos que embasam 
o processo de alteração informal do texto constitucional. 
Entendeu que a solução para garantir o legítimo direito constitucional de quem não adota crença ou de quem 
professa religiões minoritárias não pode acarretar a exclusão dos que adotam crenças dominantes do âmbito de 
proteção da norma. Explicou que, quando se está diante de uma proteção constitucional ou legal deficiente, seja 
por um defeito na sua redação ou por uma falha em sua aplicação, a solução consentânea com o princípio da 
dignidade da pessoa humana não se dá pela exclusão dos protegidos, mas pela inclusão dos excluídos. 
Assim, concluiu que o ensino religioso confessional pode ser praticado de forma plural dentro das escolas 
públicas. Para tanto, a sociedade civil deve ser chamada para definir quais os credos que devem ser ofertados, 
respeitando-se, sempre, a facultatividade da matrícula. 
 
Vedação ao homeschooling 
A Constituição estabelece princípios, preceitos e regras aplicáveis ao ensino, que integra a educação lato sensu. 
Isso vale para o Estado e para a família. Independentemente do ensino a ser trilhado, o texto exige alguns 
requisitos inafastáveis: a necessidade de ensino básico obrigatório entre quatro e dezessete anos (art. 208, I); a 
existência de núcleo mínimo curricular (art. 210); e a observância de convivência familiar e comunitária (art. 227). 
Aparentemente, a CF veda três das quatro espécies mais conhecidas do ensino domiciliar: a desescolarização 
radical, a moderada e o ensino domiciliar puro. Isso porque elas afastam completamente o Estado do seu dever 
de participar da educação, o que não ocorre com a quarta espécie, denominada homeschooling ou ensino 
domiciliar utilitarista ou por conveniência circunstancial. Essa modalidade pode ser estabelecida pelo Congresso 
Nacional. 
Para o redator, o ensino domiciliar carece de regulamentação prévia que firme mecanismos de avaliação e 
fiscalização, e respeite os mandamentos constitucionais, especialmente o art. 208, § 3º. Nesse sentido, é 
necessário que a lei prescreva o que será a frequência. Diversamente do ensino público regular, essa frequência 
possui, também, o fim de evitar a evasão, garantir a socialização do indivíduo, além da convivência com a 
Direitos Fundamentais 
 
 4 
pluralidade de ideias. RE 888815/RS, rel. orig. Min. Roberto Barroso, red. p/ o acórdão Min. Alexandre de Moraes, 
julgamento em 12.9.2018. (RE-888815) 
 
Constitucionalidade do sistema de cotas raciais em concursos públicos 
O STF declarou que essa Lei é constitucional e fixou a seguinte tese de julgamento: "É constitucional a reserva 
de 20% das vagas oferecidas nos concursos públicos para provimento de cargos efetivos e empregos públicos no 
âmbito da administração pública direta e indireta., sendo também legítima a utilização, além da autodeclaração, 
de critérios subsidiários de heteroidentificação, desde que respeitada a dignidade da pessoa humana e 
garantidos o contraditório e a ampla defesa". STF. Plenário. ADC 41/DF, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 
8/6/2017 (Info 868). 
A finalidade é combater condutas fraudulentas e garantir que os objetivos da política de cotas sejam 
efetivamente alcançados. Vale ressaltar que tais critérios deverão respeitar a dignidade da pessoa humana e 
assegurar o contraditório e a ampla defesa. 
 
Manifestações em universidades e normas eleitorais 
O Plenário referendou, com efeito vinculante e eficácia contra todos, decisão monocrática que, em arguição de 
descumprimento de preceito fundamental (ADPF), suspendeu os efeitos de atos judiciais ou administrativos 
emanados de autoridade pública que possibilitem, determinem ou promovam o ingresso de agentes públicos em 
universidades públicas e privadas, o recolhimento de documentos, a interrupção de aulas, debates ou 
manifestações de docentes e discentes universitários, a atividade disciplinar docente e discente e a coleta 
irregular dedepoimentos desses cidadãos pela prática de manifestação livre de ideias e divulgação do 
pensamento em ambientes universitários ou em equipamentos sob a administração de universidades públicas e 
privadas e serventes a seus fins e desempenhos. 
As autoridades judiciais e policiais, ao impor comportamentos restritivos ou impeditivos do exercício desses 
direitos, proferiram decisões com eles incompatíveis e em afronta, ainda, ao princípio democrático e ao modelo 
de Estado de Direito erigido e vigente no Brasil. 
Por sua vez, as normas previstas nos artigos 206, II e III, e 207 da CF se harmonizam com os direitos às liberdades 
de expressão do pensamento, de informar e de ser informado. Esses direitos são constitucionalmente 
assegurados, para o que o ensino e a aprendizagem se conjugam, de modo a garantir espaços de libertação da 
pessoa, a partir de ideias e compreensões do mundo convindas ou não e expostas para convencer ou 
simplesmente expressar o entendimento de cada qual. 
A autonomia é o espaço de discricionariedade conferido constitucionalmente à atuação normativa infralegal de 
cada universidade para o excelente desempenho de suas funções. As universidades são espaços de liberdade e 
de libertação pessoal e política. Seu título indica a pluralidade e o respeito às diferenças, às divergências para se 
formarem consensos, legítimos apenas quando decorrentes de manifestações livres. Por isso, a Constituição ali 
garante, de modo expresso, a liberdade de aprender e ensinar e, ainda, de divulgar livremente o pensamento. 
ADPF 548 MC-Ref/DF, rel. Min. Cármen Lúcia, julgamento em 31.10.2018. (ADPF-548) 
 
Sistema de Ensino do Exército e possibilidade de cobrança de contribuição 
A contribuição dos alunos para o custeio das atividades do Sistema Colégio Militar do Brasil não possui natureza 
tributária, considerada a facultatividade do ingresso ao Sistema de Ensino do Exército, segundo critérios 
meritocráticos, assim como a natureza contratual do vínculo jurídico formado. ADI 5082/DF, rel. Min. Edson 
Fachin, julgamento em 24.10.2018. (ADI-5082) 
 
Lei estadual e sacrifício de animais em rituais 
É constitucional a lei de proteção animal que, a fim de resguardar a liberdade religiosa, permite o sacrifício ritual 
de animais em cultos de religiões de matriz africana. RE 494601/RS, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. 
 
 5 
Min. Edson Fachin, julgamento em 28.3.2019. (RE-494601) 
 
Multa de trânsito e exercício do direito de propriedade 
O Plenário, por maioria, julgou improcedente pedido formulado em ação direta para declarar a 
constitucionalidade dos arts. 124, VIII, 128, e 131, § 2º, do Código de Trânsito Brasileiro. Além disso, deu 
interpretação conforme a Constituição ao art. 161, parágrafo único, do CTB, para afastar a possibilidade de 
estabelecimento de sanção por parte do Conselho Nacional de Trânsito (CONTRAN) e, por decisão majoritária, 
declarou a nulidade da expressão "ou das Resoluções do Contran" constante do art. 161, caput, do CTB, bem 
como reputou prejudicado o pleito referente ao art. 288, § 2º, do CTB. ADI 2998/DF, rel. Min. Marco Aurélio, red. 
p/ o ac. Min. Ricardo Lewandowski, julgamento em 10.04.2019. (ADI-2998) 
 
Direito à informação 
Pesquisador tem direito de acesso aos áudios das sessões secretas de julgamento ocorridas no STM durante a 
época do regime militar 
O STF deu provimento a recurso em mandado de segurança impetrado por pesquisador que queria ter acesso 
aos áudios das sessões de julgamento do STM ocorridas na década de 1970, época do regime militar. 
Entendeu-se que a coleta de dados históricos a partir de documentos públicos e registros fonográficos, mesmo 
que para fins particulares, constitui-se em motivação legítima a garantir o acesso a tais informações. 
Ocorre que, mesmo com essa decisão judicial, o STM somente autorizou que o pesquisador tivesse acesso aos 
áudios das sessões públicas realizadas (na qual havia leitura do relatório e sustentação oral dos advogados). O 
Tribunal se negou, contudo, a fornecer os áudios das sessões secretas, nas quais os votos dos magistrados eram 
colhidos. 
Ao autorizar a consulta apenas dos registros relacionados com a parte pública das sessões, o STM violou a 
decisão do Supremo, que deu acesso amplo aos áudios das sessões. Além disso, a recusa do STM está em 
descompasso com a ordem constitucional vigente, que garante o acesso à informação como direito 
fundamental. STF. Plenário. Rcl 11949/RJ, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 15/3/2017 (Info 857). 
 
Publicação no jornal dos nomes dos clientes que tinham contas de poupança no banco, em determinado 
período, representa quebra do sigilo bancário 
A divulgação de elementos cadastrais dos beneficiários de decisão proferida em ação civil pública que 
determinou o pagamento dos expurgos inflacionários decorrentes de planos econômicos configura quebra de 
sigilo bancário. STJ. 3ª Turma. REsp 1.285.437-MS, Rel. Min. Moura Ribeiro, julgado em 23/5/2017 (Info 605). 
 
Censura e liberdade de expressão 
A retirada de matéria de circulação configura censura em qualquer hipótese, o que se admite apenas em 
situações extremas. Via de regra, a colisão da liberdade de expressão com os direitos da personalidade deve ser 
resolvida pela retificação, pelo direito de resposta ou pela reparação civil. Concluiu pela existência de interesse 
público presumido na livre circulação de ideias e opiniões. Ademais, a pessoa retratada se apresentou como 
pessoa pública a atuar em espaço público, sujeita, portanto, a um grau de crítica maior. Rcl 22328/RJ, rel. Min. 
Roberto Barroso, julgamento em 6.3.2018. 
 
A garantia constitucional da gratuidade de ensino não obsta a cobrança por universidades públicas de 
mensalidade em cursos de especialização. STF. Plenário. RE 597854/GO, Rel. Min. Edson Fáchin, julgádo em 
 
 6 
26/4/2017 (repercussão o geral) (Info 862). 
 
Idade mínima para ingresso na educação infantil e no ensino fundamental 
São constitucionais a exigência de idade mínima de quatro e seis anos para ingresso, respectivamente, na 
educação infantil e no ensino fundamental, bem como a fixação da data limite de 31 de março para que referidas 
idades estejam completas. ADPF 292/DF, rel. Min. Luiz Fux, julgamento em 1º.8.2018. (ADPF-292) ADC 17/DF, 
rel. Min. Edson Fachin, red. p/ o ac. Min. Roberto Barroso, julgamento em 1º.8.2018. (ADC-17) 
 
Direito à saúde 
Direito à saúde: demanda judicial e responsabilidade solidária dos entes federados 
Os entes da Federação, em decorrência da competência comum, são solidariamente responsáveis nas demandas 
prestacionais na área da saúde e, diante dos critérios constitucionais de descentralização e hierarquização, 
compete à autoridade judicial direcionar o cumprimento conforme as regras de repartição de competências e 
determinar o ressarcimento a quem suportou o ônus financeiro. RE 855178 ED/SE, rel. orig. Min. Luiz Fux, red. p/ 
o ac. Min. Edson Fachin, julgamento em 23.5.2019. (RE-855178) 
 
Possibilidade de ressarcimento dos planos de saúde pelo SUS e ofensa reflexa à constituição 
É constitucional o ressarcimento previsto no art. 32 da Lei 9.656/1998, o qual é aplicável aos procedimentos 
médicos, hospitalares ou ambulatoriais custeados pelo SUS e posteriores a 4.6.1998, assegurados o contraditório 
e a ampla defesa, no âmbito administrativo, em todosos marcos jurídicos. 
Com esse entendimento, o Plenário negou provimento a recurso extraordinário no qual discutida a validade de 
débitos cobrados a título de ressarcimento ao SUS em decorrência de despesas referentes a atendimentos 
prestados a beneficiários de planos de saúde. 
A Corte registrou que eventual questão envolvendo a possibilidade de fixação de tabelas de ressarcimento dentro 
dos limites mínimo e máximo instituídos pelo § 8º do art. 32 da Lei 9.656/1998 deveria ser resolvida no campo da 
análise infraconstitucional. Isso porque eventual conflito entre normas de 1º e 2º graus reflete, no máximo, ofensa 
reflexa à Constituição, impassível de análise na via do recurso extraordinário. RE 597064/RJ, rel. Min. Gilmar 
Mendes, julgamento em 7.2.2018. (RE - 597064). 
 
Direito à saúde. Medicamentos não incorporados em atos normativos do SUS. Fornecimento pelo Poder 
Público. Obrigatoriedade. Caráter excepcional. Requisitos cumulativos. 
A concessão dos medicamentos não incorporados em atos normativos do SUS exige a presença cumulativa dos 
seguintes requisitos: (I) comprovação, por meio de laudo médico fundamentado e circunstanciado expedido por 
médico que assiste o paciente, da imprescindibilidade ou necessidade do medicamento, assim como da ineficácia, 
para o tratamento da moléstia, dos fármacos fornecidos pelo SUS; (II) incapacidade financeira de arcar com o 
custo do medicamento prescrito; e (III) existência de registro na ANVISA do medicamento. REsp 1.657.156-RJ, Rel. 
Min. Benedito Gonçalves, Primeira Seção, por unanimidade, julgado em 25/04/2018, DJe 04/05/2018 
 
Organização do Estado 
Alteração dos limites de um Município exige plebiscito 
Para que sejam alterados os limites territoriais de um Município é necessária a realização de consulta 
prévia, mediante plebiscito, às populações dos Municípios envolvidos, nos termos do art. 18, § 4º da 
CF/88. STF. Plenário. ADI 2921/RJ, rel. orig. Min. Ayres Britto, red. p/ o ac. Min. Dias Toffoli, julgado em 
9/8/2017 (Info 872). 
 
Controle de Constitucionalidade 
 
 7 
Homofobia e omissão legislativa 
Em conclusão de julgamento, o Plenário, por maioria, julgou procedentes os pedidos formulados em ação direta 
de inconstitucionalidade por omissão (ADO) e em mandado de injunção (MI) para reconhecer a mora do 
Congresso Nacional em editar lei que criminalize os atos de homofobia e transfobia. Determinou, também, até 
que seja colmatada essa lacuna legislativa, a aplicação da Lei 7.716/1989 (que define os crimes resultantes de 
preconceito de raça ou de cor) às condutas de discriminação por orientação sexual ou identidade de gênero, com 
efeitos prospectivos e mediante subsunção. ADO 26/DF, rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 13.6.2019. (ADO-
26), MI 4733/DF, rel. Min. Edson Fachin, julgamento em 13.6.2019. (MI-4733) 
 
Declaração de constitucionalidade sem efeito repristinatório em relação às leis anteriores de mesmo conteúdo 
Foi proposta ADI contra a Lei nº 3.041/2005, do Estado do Mato Grosso do Sul, que tratava sobre assunto de 
competência da União. Ocorre que esta Lei havia revogado outras leis estaduais de mesmo conteúdo. Desse modo, 
se a Lei nº 3.041/2005 fosse, isoladamente, declarada inconstitucional, as demais leis revogadas "voltariam" a 
vigorar mesmo padecendo de idêntico vício. 
A fim de evitar essa "eficácia repristinatória indesejada", o PGR, que ajuizou a ação, impugnou não apenas a Lei nº 
3.041/2005, mas também aquelas outras normas por ela revogadas. 
O STF concordou com o PGR e, ao declarar inconstitucional a Lei nº 3.041/2005, afirmou que não deveria 
haver o efeito repristinatório em relação às leis anteriores de mesmo conteúdo. O dispositivo do acórdão ficou, 
portanto, com a seguinte redação: "O Tribunal, por maioria e nos termos do voto do Relator, julgou procedente 
o pedido formulado para declarar a inconstitucionalidade da Lei nº 3.041/2005, do Estado de Mato Grosso do 
Sul, inexistindo efeito repristinatório em relação às leis anteriores de mesmo conteúdo, (...)" STF. Plenário. ADI 
3.735/MS, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 8/9/2016 (Info 838). 
 
Inaplicabilidade da cláusula de reserva de plenários (SV 10) para atos de efeitos concreto 
Não viola o art. 97 da CF/88 nem a SV 10 a decisão de órgão fracionário do Tribunal que declara 
inconstitucional decreto legislativo que se refira a uma situação individual e concreta. Isso porque o que se sujeita 
ao princípio da reserva de plenário é a lei ou o ato normativo. Se o decreto legislativo tinha um destinatário 
específico e referia-se a uma dada situação individual e concreta, exaurindo-se no momento de sua promulgação, 
ele não pode ser considerado como ato normativo, mas sim como ato de efeitos concretos. STF. 2ª Turma. Rcl 
18165 AgR/RR, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 18/10/2016 (Info 844). 
 
Não violação da clausula de reserva de plenário no afastamento da legislação federal para a situação analisada 
Não viola a Súmula Vinculante 10, nem a regra do art. 97 da CF/88, a decisão do órgão fracionário do Tribunal 
que deixa de aplicar a norma infraconstitucional por entender não haver subsunção aos fatos ou, ainda, que a 
incidência normativa seja resolvida mediante a sua mesma interpretação, sem potencial ofensa direta à 
Constituição. 
Além disso, a reclamação constitucional fundada em afronta à SV 10 não pode ser usada como sucedâneo 
(substituto) de recurso ou de ação própria que analise a constitucionalidade de normas que foram objeto de 
interpretação idônea e legítima pelas autoridades jurídicas competentes. STF. 1ª Turma. Rcl 24284/SP, rel. Min. 
Edson Fachin, julgado em 22/11/2016 (Info 848). 
 
Revogação do ato impugnado em ação objetiva e julgamento da ação pelo STF 
Na hipótese do objeto impugnado ter sido revogado antes do julgamento da ação objetiva, em regra, haverá 
 
 8 
perda superveniente do objeto e a ADI não deverá ser conhecida (STF ADI 1203). Vale mencionar as seguintes 
exceções: 
a) não haverá perda do objeto e a ADI deverá ser conhecida e julgada caso fique demonstrado 
que houve "fraude processual", ou seja, que a norma foi revogada de forma proposital a fim 
de evitar que o STF a declarasse inconstitucional e anulasse os efeitos por ela produzidos 
(STF ADI 3306). 
b) não haverá perda do objeto se ficar demonstrado que o conteúdo do ato impugnado 
foi repetido, em sua essência, em outro diploma normativo. Neste caso, como não houve 
desatualização significativa no conteúdo do instituto, não há obstáculo para o conhecimento 
da ação (ADI 2418/DF). 
c) caso o STF tenha julgado o mérito da ação sem ter sido comunicado previamente que 
houve a revogação da norma atacada. Nesta hipótese, não será possível reconhecer, após 
o julgamento, a prejudicialidade da ADI já apreciada. STF. Plenário. ADI 2418/DF, Rel. Min. 
Teori Zavascki, julgado em 4/5/2016 (Info 824). STF. Plenário. ADI 951 ED/SC, Rel. Min. 
Roberto Barroso, julgado em 27/10/2016 (Info 845). 
 
Análise dos requisitos constitucionais de relevância e urgência e MP que trate sobre situação tipicamente 
financeira e tributária 
O art. 62 da CF/88 prevê que o Presidente da República somente poderá editar medidas provisórias em caso de 
relevância e urgência. A definição do que seja relevante e urgente para fins de edição de medidas provisórias 
consiste,em regra, em um juízo político (escolha política/discricionária) de competência do Presidente da 
República, controlado pelo Congresso Nacional. Desse modo, salvo em caso de notório abuso, o Poder Judiciário 
não deve se imiscuir na análise dos requisitos da MP. No caso de MP que trate sobre situação tipicamente 
financeira e tributária, deve prevalecer, em regra, o juízo do administrador público, não devendo o STF declarar 
a norma inconstitucional por afronta ao art. 62 da CF/88. STF. Plenário. ADI 1055/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes, 
julgado em 15/12/2016 (Info 851). 
 
TJ pode julgar ADI contra lei municipal tendo como parâmetro norma da Constituição Federal 
Tribunais de Justiça podem exercer controle abstrato de constitucionalidade de leis municipais utilizando como 
parâmetro normas da Constituição Federal, desde que se trate de normas de reprodução obrigatória pelos 
estados. STF. Plenário. RE 650898/RS, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Roberto Barroso, julgado 
em 1º/2/2017 (repercussão geral) (Info 852). 
 
Na ADI, ADC e ADPF, a causa de pedir (causa petendi) é aberta. 
O STF, ao julgar as ações de controle abstrato de constitucionalidade, não está vinculado aos fundamentos 
jurídicos invocados pelo autor. 
Isso significa que todo e qualquer dispositivo da Constituição Federal ou do restante do bloco de 
constitucionalidade poderá ser utilizado pelo STF como fundamento jurídico para declarar uma lei ou ato 
normativo inconstitucional. STF. Plenário. ADI 3796/PR, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 8/3/2017 (Info 
856). 
 
 
 9 
Modulação de efeitos em recurso extraordinário 
É possível a modulação dos efeitos da decisão proferida em sede de controle incidental de constitucionalidade. 
STF. Plenário. RE 522897/RN, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 16/3/2017 (Info 857). 
 
Cabimento de ADPF contra conjunto de decisões judiciais que determinaram a expropriação de recursos do 
Estado-membro 
O Governador do Estado ajuizou ADPF no STF com o objetivo de suspender os efeitos de todas as decisões 
judiciais do TJRJ e do TRT da 1ª Região que tenham determinado o arresto, o sequestro, o bloqueio, a penhora 
ou a liberação de valores das contas administradas pelo Estado do Rio de Janeiro. 
O STF afirmou que a ADPF é instrumento processual adequado para esse pedido e deferiu a medida liminar, por 
serem as decisões questionadas são típicos do Poder Público passíveis de impugnação por meio de APDF. STF. 
Plenário. ADPF 405 MC/RJ, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 14/6/2017 (Info 869). 
 
Não se admite ADI contra lei que teria violado tratado internacional não incorporado ao ordenamento 
brasileiro na forma do art. 5º, § 3º da CF/88 
Em regra, não é cabível ADI sob o argumento de que uma lei ou ato normativo violou um tratado internacional. 
Em regra, os tratados internacionais não podem ser utilizados como parâmetro em sede de controle 
concentrado de constitucionalidade. STF. Plenário. ADI 2030/SC, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 9/8/2017 
(Info 872). 
Exceção: será cabível ADI contra lei ou ato normativo que violou tratado ou convenção internacional que trate 
sobre direitos humanos e que tenha sido aprovado segundo a regra do § 3º do art. 5º, da CF/88. Isso porque 
neste caso esse tratado será incorporado ao ordenamento brasileiro como se fosse uma emenda constitucional. 
 
Inconstitucionalidade de lei que preveja a vinculação de receitas de impostos 
São inconstitucionais as normas que estabelecem vinculação de parcelas das receitas tributárias a órgãos, fundos 
ou despesas, por desrespeitarem a vedação contida no art. 167, IV, da Constituição Federal. ADI 553/RJ, rel. Min. 
Cármen Lúcia, julgamento em 13.6.2018. (ADI-553) 
 
ADI e representação de inconstitucionalidade 
Coexistindo duas ações diretas de inconstitucionalidade, uma ajuizada perante o tribunal de justiça local e outra 
perante o Supremo Tribunal Federal (STF), o julgamento da primeira – estadual – somente prejudica o da segunda 
– do STF – se preenchidas duas condições cumulativas: 1) se a decisão do tribunal de justiça for pela procedência 
da ação e 2) se a inconstitucionalidade for por incompatibilidade com preceito da Constituição do Estado sem 
correspondência na Constituição Federal. Caso o parâmetro do controle de constitucionalidade tenha 
correspondência na Constituição Federal, subsiste a jurisdição do STF para o controle abstrato de 
constitucionalidade. ADI 3659/AM, rel. Min. Alexandre de Moraes, julgamento em 13.12.2018. (ADI-3659) 
 
Competências Legislativas 
Inconstitucionalidade de lei que prevê a proibição de cobrança de taxa de religação do serviço de energia 
elétrica e relação consumerista 
O ministro Luiz Fux entendeu que a referida lei estadual invade a competência privativa da União para dispor 
sobre energia, em ofensa ao art. 22, IV, da Constituição Federal, bem como interfere na prestação de serviço 
público federal, nos termos do art. 21, XII, b, da CF, em contrariedade às normas técnicas setoriais editadas pela 
 
 10 
Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) ADI 5610/BA, rel. Min. Luiz Fux, julgamento em 8.8.2019. (ADI-5610) 
 
Lei estadual de bloqueadores de celular é inconstitucional 
Lei estadual que disponha sobre bloqueadores de sinal de celular em presídio invade a competência da União 
para legislar sobre telecomunicações. STF. Plenário. ADI 3835/MS, Rel. Min. Marco Aurélio, ADI 5356/MS, red. 
p/ o acórdão Min. Marco Aurélio, ADI 5253/BA, Rel. Min. Dias Toffoli, ADI 5327/PR, Rel. Min Dias Toffoli, ADI 
4861/SC, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgados em 3/8/2016 (Info 833). 
 
Competência para julgamento de contas dos prefeitos 
Para os fins do artigo 1º, inciso I, alínea g, da Lei Complementar 64/1990, a apreciação das contas de Prefeito, 
tanto as de governo quanto as de gestão, será exercida pelas Câmaras Municipais, com auxílio dos Tribunais de 
Contas competentes, cujo parecer prévio somente deixará de prevalecer por decisão de dois terços dos vereadores. 
STF. Plenário. RE 848826/DF, rel. orig. Min. Roberto Barroso, red. p/ o acórdão Min. Ricardo Lewandowski, 
julgado em 10/8/2016 (repercussão geral) (Info 834). 
Parecer técnico elaborado pelo Tribunal de Contas tem natureza meramente opinativa, competindo 
exclusivamente à Câmara de Vereadores o julgamento das contas anuais do chefe do Poder Executivo local, sendo 
incabível o julgamento ficto das contas por decurso de prazo. STF. Plenário. RE 729744/MG, Rel. Min. Gilmar 
Mendes, julgado em 10/8/2016 (repercussão geral) (Info 834). 
 
Inconstitucionalidade de lei estadual sobre cobrança em estacionamento de veículos 
É inconstitucional lei estadual que estabelece regras para a cobrança em estacionamento de veículos. STF. 
Plenário. ADI 4862/PR, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 18/8/2016 (Info 835). 
 
Inconstitucionalidade de lei estadual que interfira na autonomia universitária (plantão criminal em universidade 
estadual) 
É inconstitucional lei estadual que preveja que o escritório de prática jurídica da Universidade Estadual deverá 
manter plantão criminal nos finais de semana e feriados para atender pessoas hipossuficientes que sejam presas 
em flagrante. Esta lei viola a autonomia administrativa, financeira, didática e científica assegurada às 
universidades noart. 207 da CF/88 (inconstitucionalidade material). Além disso, contém vício de iniciativa 
(inconstitucionalidade formal), na medida em que foi usurpada a iniciativa privativa do Governador. STF. 
Plenário. ADI 3792/RN, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 22/09/2016 (Info 840). 
 
Competência privativa da União para estabelecer certidões no âmbito de licitações 
É inconstitucional lei estadual que exija Certidão negativa de Violação aos Direitos do Consumidor dos 
interessados em participar de licitações e em celebrar contratos com órgãos e entidades estaduais. Esta lei é 
inconstitucional porque compete privativamente à União legislar sobre normas gerais de licitação e contratos 
(art. 22, XXVII, da CF/88). STF. Plenário. ADI 3.735/MS, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 8/9/2016 (Info 
838). 
 
Constitucionalidade de lei municipal que veda a realização de eventos patrocinados por bebidas alcoólicas e 
cigarros em imóveis municipais 
Não viola a Constituição Federal lei municipal, de iniciativa parlamentar, que veda a realização, em imóveis do 
 
 11 
Município, de eventos patrocinados por empresas produtoras, distribuidoras, importadoras ou representantes 
de bebidas alcoólicas ou de cigarros, com a utilização da respectiva propaganda. STF. 2ª Turma. RE 305470/SP, 
rel. orig. Min. Ellen Gracie, rel. p/ o ac. Min. Teori Zavascki, julgado em 18/10/2016 (Info 844). 
 
Inconstitucionalidade de lei estadual que verse sobre venda de títulos de capitalização 
É inconstitucional lei estadual que estabeleça normas sobre a comercialização de títulos de capitalização, 
proibindo a venda casada e prevendo regras para a publicidade desses produtos. STF. Plenário. ADI 2905/MG, 
rel. orig. Min. Eros Grau, red. p/ o ac. Min. Marco Aurélio, julgado em 16/11/2016 (Info 847). 
 
Inconstitucionalidade de norma de constituição estadual que confira competência à assembleia legislativa para 
julgar suas próprias contas 
É inconstitucional norma da Constituição Estadual que preveja que compete privativamente à Assembleia 
Legislativa julgar as contas do Poder Legislativo estadual. Seguindo o modelo federal, as contas do Poder 
Legislativo estadual deverão ser julgadas pelo TCE, nos termos do art. 71, II c/c art. 75, da CF/88. STF. Plenário. 
ADI 3077/SE, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 16/11/2016 (Info 847). 
 
Inconstitucionalidade da norma de constituição estadual que dispense o parecer prévio do TCE, se não 
apresentado o prazo legal 
Determinada Constituição Estadual prevê que, se o TCE não elaborar, no prazo de 180 dias, o parecer prévio na 
prestação de contas do Prefeito, o processo deverá ser encaminhado à Câmara Municipal e esta julgará as contas 
mesmo sem o parecer. 
Esta previsão é inconstitucional por violar o art. 31, § 2º, da CF/88. Pela leitura desse dispositivo, a elaboração 
do parecer prévio é sempre necessária e a Câmara Municipal somente poderá dele discordar se houver 
manifestação de, no mínimo, 2/3 dos Vereadores. 
Assim, a CE/SE criou uma exceção na qual a Câmara Municipal poderia julgar as contas dos Prefeitos mesmo sem 
parecer do TCE. Ocorre que esta nova situação não encontra abrigo na Constituição Federal, sendo, portanto, 
inconstitucional. STF. Plenário. ADI 3077/SE, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 16/11/2016 (Info 847). 
 
Inconstitucionalidade de dispositivo de constituição estadual que restrinja o acesso ao cargo de Chefe da Polícia 
Civil 
É inconstitucional dispositivo de CE que exija que o Superintendente da Polícia Civil seja um delegado de polícia 
integrante da classe final da carreira. STF. Plenário. ADI 3077/SE, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 16/11/2016 
(Info 847). 
 
Possibilidade de lei estadual versar sobre norma de consumo em referencia ao direito de informação 
O Plenário julgou improcedente pedido formulado em ação direta de inconstitucionalidade ajuizada em face da Lei 
3.885/2010 do Estado de Mato Grosso do Sul, que dispõe sobre a obrigatoriedade de entrega ao usuário, por 
escrito, de comprovante fundamentado com informações pertinentes a eventual negativa, parcial ou total, de 
cobertura de procedimento médico, cirúrgico ou de diagnóstico, bem como de tratamento e internação. 
O Tribunal afirmou que, ao exigir da operadora de planos privados de assistência à saúde a entrega imediata e no 
local do atendimento médico de informações e documentos, nos termos da lei impugnada, o legislador estadual 
atuou dentro da competência legislativa que lhe foi assegurada constitucionalmente. 
 
 12 
Salientou que a lei questionada instituiu prática essencialmente extracontratual voltada à proteção do consumidor 
e ao acesso à informação. ADI 4512/MS, rel. Min. Cármen Lúcia, julgamento em 7.2.2018. (ADI - 4512). 
 
Possibilidade de lei estadual versar sobre pagamentos de requisição de pequeno valor (RPV) 
O Tribunal afirmou que o art. 87 do ADCT não delimita um piso, irredutível, para o pagamento dos débitos dos 
estados e dos municípios por meio de requisição de pequeno valor. Portanto, é lícito aos entes federados fixar o 
valor máximo para essa especial modalidade de pagamento, desde que se obedeça ao princípio constitucional da 
proporcionalidade. 
Salientou que no julgamento da ADI 2.868/PI a Corte considerou constitucional lei do Estado do Piauí que fixou em 
cinco salários mínimos o valor máximo para pagamento por meio de requisição de pequeno valor. No caso em 
exame, a Lei 1.788/2007 fixa em dez salários mínimos o pagamento para essa modalidade. Como os índices de 
desenvolvimento humano desses dois Estado são muito próximos, reputou atendido o princípio constitucional da 
proporcionalidade. ADI 4332/RO, rel. Min. Alexandre de Moraes, julgamento em 7.2.2017. (ADI - 4332) 
 
Estado-membro pode legislar sobre a concessão, por empresas privadas, de bolsa de estudos para professores 
É constitucional lei estadual que preveja a possibilidade de empresas patrocinarem bolsas de estudo para 
professores em curso superior, tendo como contrapartida a obrigação de que esses docentes ministrem aula de 
alfabetização ou aperfeiçoamento para os empregados da empresa patrocinadora. Plenário. ADI 2663/RS, Rel. 
Min. Luiz Fux, julgado em 8/3/2017 (Info 856). 
 
É inconstitucional lei estadual que disponha sobre a segurança de estacionamentos e o regime de contratação 
dos funcionários 
Lei estadual que impõe a prestação de serviço de segurança em estacionamento a toda pessoa física ou jurídica 
que disponibilize local para estacionamento é inconstitucional, quer por violar a competência privativa da União 
para legislar sobre direito civil, quer por violar a livre iniciativa. 
Lei estadual que impõe a utilização de empregados próprios na entrada e saída de estacionamento, impedindo 
a terceirização, viola a competência privativa da União para legislar sobre Direito do Trabalho. STF. Plenário. ADI 
451/RJ, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 1º/8/2017 (Info 871). 
 
É inconstitucional lei estadual que exija que os supermercados do Estado ofereçam empacotadores para os 
produtos adquiridos 
O STF decidiu, em repercussão geral, que são inconstitucionais as leis que obrigam supermercados ou similares à 
prestação de serviços de acondicionamento ou embalagem das compras, por violação ao princípio da livre 
iniciativa. RE839950/RS, rel. Min. Luiz Fux, julgamento em 24.10.2018. (RE-839950) 
 
Inconstitucionalidade de lei estadual que estabeleça exigências nos rótulos dos produtos em desconformidade 
com a legislação federal 
É inconstitucional lei estadual que estabelece a obrigatoriedade de que os rótulos ou embalagens de todos os 
produtos alimentícios comercializados no Estado contenham uma série de informações sobre a sua composição, 
que não são exigidas pela legislação federal. STF. Plenário. ADI 750/RJ, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 
3/8/2017 (Info 871). 
 
 13 
 
Constitucionalidade de lei municipal que verse, de modo reflexo, direito do consumidor ou comercial, mas 
seja essencialmente, de interesse local 
É constitucional lei municipal que proíbe a conferência de produtos, após o cliente efetuar o pagamento nas 
caixas registradoras em empresas, assim como prevê sanções administrativas em caso de descumprimento. 
Nesse julgado, o STF entendeu que a decisão agravada está de acordo com sua jurisprudência no sentido de que 
os municípios detêm competência para legislar sobre assuntos de interesse local, ainda que, de modo reflexo, 
tratem de direito comercial ou do consumidor. RE 1.052.719 AgR/PB, rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgamento 
em 25.9.2018. (RE-1052719) 
 
Constitucionalidade de decreto estadual que prevê a contratação temporária de servidor em caso de greve de 
serviço essencial 
A norma previa a instauração de processo administrativo para se apurar a participação do servidor na greve e as 
condições em que ela se deu, bem como o não pagamento dos dias de paralisação, o que está em consonância 
com a orientação fixada pela Corte no julgamento do MI 708. Nele, o Plenário determinou, até a edição da 
legislação específica a que se refere o art. 37, VII, da CF, a aplicação das Leis 7.701/1988 e 7.783/1989 aos 
conflitos e às ações judiciais que envolvam a interpretação do direito de greve dos servidores públicos civis. 
No que se refere à possibilidade de contratação temporária excepcional [CF, art. 37, IX] prevista no decreto, 
concluiu que o Poder Público tem o dever constitucional de prestar serviços essenciais que não podem ser 
interrompidos, e que a contratação, no caso, foi limitada ao período de duração da greve e apenas para garantir 
a continuidade dos serviços. Ademais, a jurisprudência do STF reconhece a inconstitucionalidade da contratação 
temporária excepcional para admissão de servidores para funções burocráticas ordinárias e permanentes (ADI 
2.987 e ADI 3.430). ADI 1335/BA, rel. Min. Cármen Lúcia, julgamento em 13.6.2017. (ADI-1335) 
 
Lei estadual e fornecimento de veículo reserva no período de garantia contratual 
É inconstitucional lei estadual que impõe às montadoras, concessionárias e importadoras de veículos a obrigação 
de fornecer veículo reserva a clientes cujo automóvel fique inabilitado por mais de quinze dias por falta de peças 
originais ou por impossibilidade de realização do serviço, durante o período de garantia contratual. 
Além do vício formal de extrapolação de competência concorrente, o relator considerou existir violação aos 
princípios da isonomia, da livre iniciativa e da livre concorrência. ADI 5158/PE, rel. Min. Roberto Barroso, 
julgamento em 6.12.2018. (ADI-5158) 
 
Lei estadual e serviços públicos 
O Tribunal, por maioria, julgou improcedente pedido formulado em ação direta para declarar a 
constitucionalidade da Lei 14.040/2003 do estado do Paraná, que veda o corte do fornecimento de água e luz, em 
determinados dias, pelas empresas concessionárias, por falta de pagamento. 
Com essa lei passou a ser vedado o corte de energia às sextas-feiras, sábados, domingos, feriados e no último dia 
útil anterior a feriado sob pena do consumidor de ficar desobrigado do pagamento do débito que originou o 
referido corte, possível ainda o ressarcimento por perdas e danos. 
O Plenário entendeu que a referida lei dispõe sobre direito do consumidor, de modo que não há vício formal. ADI 
5961/PR, rel. Min. Alexandre de Moraes, red. p/ o ac. Min. Marco Aurélio, julgamento em 19.12.2018. (ADI-5961) 
– Info 928 
 
Constitucionalidade de norma estadual que visa a segurança do consumidor 
O STF decidiu pela constitucionalidade de norma estadual que determina que as empresas prestadoras de serviço 
 
 14 
de televisão a cabo sejam obrigadas a fornecer a identificação dos profissionais que irão prestar serviços na 
residência do consumidor, de modo que a norma não se preta a regular serviço de telecomunicação, mas sim a 
própria segurança do consumidor. ADI 5745/RJ, rel. Min. Alexandre de Moraes, red. p/ o ac. Min. Edson Fachin, 
julgamento em 7.2.2019. (ADI-5745) 
 
ADI e princípio da unicidade de representação judicial e consultoria jurídica nos estados e no Distrito Federal 
Declarou a inconstitucionalidade formal da Emenda Constitucional 42/2014, de iniciativa parlamentar, haja vista 
ser reservada ao chefe do Poder Executivo a iniciativa de lei ou emenda constitucional pela qual se discipline a 
organização e a definição de atribuições de órgãos ou entidades da Administração Pública Estadual. ADI 4449/AL, 
rel. Min. Marco Aurélio, julgamento em 27 e 28.3.2019. (ADI-4449) ADI 5215/GO, rel. Min. Roberto Barroso, 
julgamento em 27 e 28.3.2019. (ADI-5215) ADI 5262 MC/RR, rel. Min. Cármen Lúcia, julgamento em 27 e 
28.3.2019. (ADI-5262) 
 
Competência para denominação de próprios, vias e logradouros públicos e suas alterações 
a competência para a denominação de vias e logradouros públicos é concorrente. De um lado, representa atos de 
gestão do Poder Executivo, por meio de decreto, para a organização administrativa e dos logradouros públicos. 
De outro, confere ao Poder Legislativo a faculdade de editar leis tanto para conceder homenagens quanto para 
valorizar o patrimônio histórico-cultural do município. RE 1151237 AgR/SP, rel. orig. Min. Alexandre de Moraes, 
red. p/ o ac. Min. Marco Aurélio, julgamento em 2.4.2019. (RE-1151237) 
 
ADI e uso de armas de menor potencial ofensivo 
Em conclusão de julgamento, o Plenário, por maioria, julgou improcedente pedido formulado em ação direta de 
inconstitucionalidade ajuizada contra a Lei 13.060/2014, que disciplina o uso de instrumentos de menor potencial 
ofensivo por agentes de segurança pública em todo o território nacional. 
O ministro Roberto Barroso registrou que a lei apenas estabelece diretrizes gerais para o uso de armas de fogo 
em âmbito nacional, de acordo com critérios razoáveis de proporcionalidade. Segundo ele, cuida-se da 
competência da União para edição de normas gerais, que podem até mesmo ser complementadas pelos estados-
membros. ADI 5243/DF, rel. orig. Min. Alexandre de Moraes, red. p/ o ac. Min. Edson Fachin, julgamento em 
11.4.2019. (ADI-5243) 
 
Investimento de percentuais mínimos de impostos em serviços de saúde 
A LC 141/2012 determina que os entes federados observem o disposto nas respectivas Constituições ou Leis 
Orgânicas sempre que os percentuais nelas estabelecidos forem superiores aos fixados no diploma federal para 
aplicação em ações e serviços públicos de saúde. Os dispositivos constitucionais estaduais estabelecem 
percentuais mínimos da arrecadação de impostos a serem investidos nas referidas ações e serviços. 
O ministro Luiz Fux (relator) entendeu estarem presentes tanto o vício formal quanto o material nas normas 
impugnadas efoi acompanhado integralmente pelos ministros Alexandre de Moraes e Ricardo Lewandowski. 
Segundo o relator, a Constituição Federal reserva ao Poder Executivo a iniciativa das leis que estabelecem o plano 
plurianual, as diretrizes orçamentárias e os orçamentos anuais, o que, em respeito à separação dos Poderes, 
consubstancia norma de observância obrigatória pelos demais entes federados. A inserção, nos textos 
constitucionais estaduais, dessas matérias, cuja veiculação por lei se submete à iniciativa privativa do chefe do 
Poder Executivo, subtrai deste último a possibilidade de manifestação. 
O art. 11 da LC 141/2012, ao atribuir ao constituinte estadual ou municipal competência legislativa para dispor 
sobre conteúdo que lhe foi delegado excepcional e expressamente pela CF, usurpou a competência reservada ao 
poder constituinte nacional, em afronta ao disposto nos arts. 167, IV, e 198, § 3º, I, da CF. ADI 5897/SC, rel. Min. 
Luz Fux, julgamento em 24.4.2019. (ADI-5897) 
 
Radiofusão e conflito de competência 
O Plenário julgou procedente pedido formulado em arguição de descumprimento de preceito fundamental para 
 
 15 
declarar a inconstitucionalidade de lei, que autoriza o Executivo a conceder exploração de radiodifusão, 
concluindo que o diploma legal impugnado invade a competência privativa da União para dispor sobre 
radiodifusão, em ofensa ao art. 21, XII, a, da Constituição Federal. ADPF 235/TO, rel. Min. Luiz Fux, julgamento 
em 14.8.2019. (ADPF-235) 
 
Resolução do Senado Federal: operação de crédito e cessão de dívida ativa a bancos 
O Plenário, por maioria, julgou procedentes os pedidos formulados em ações diretas para declarar a 
inconstitucionalidade da Resolução 33/2006 do Senado Federal, por meio da qual se autorizou estados, Distrito 
Federal e municípios a transferirem a cobrança de suas dívidas ativas, por meio de endossos-mandatos, a 
instituições financeiras. ADI 3786/DF, rel. Min. Alexandre de Moraes, julgamento em 3.10.2019. (ADI-3786), ADI 
3845/DF, rel. Min. Alexandre de Moraes, julgamento em 3.10.2019. (ADI-3845) 
 
Competência legislativa e denominação de próprios, vias e logradouros públicos e suas alterações 
O Plenário, por maioria, deu provimento a recurso extraordinário para declarar a constitucionalidade de artigo de 
lei orgânica municipal, concedendo-lhe interpretação conforme a Constituição Federal no sentido da existência 
de uma coabitação normativa entre os Poderes Executivo (decreto) e Legislativo (lei formal) para o exercício da 
competência destinada à denominação de próprios, vias e logradouros públicos e suas alterações, cada qual no 
âmbito de suas atribuições. RE 1151237/SP, rel. Min. Alexandre de Moraes, julgamento em 3.10.2019. (RE-
1151237) 
 
Controle de serviços jurídicos da administração pública estadual indireta 
O Plenário, por maioria, julgou procedente pedido formulado em ação direta ajuizada contra dispositivos da lei 
complementar estadual, a qual confere à Procuradoria-Geral do Estado competência para controlar os serviços 
jurídicos de entidades da administração estadual indireta, inclusive a representação judicial, com a possibilidade 
de avocação de processos e litígios judiciais, de empresas públicas e sociedades de economia mista. ADI 3536/SC, 
rel. Min. Alexandre de Moraes, julgamento em 2.10.2019. (ADI-3536) 
 
Ações constitucionais 
Impossibilidade de reexame de matéria fática por reclamação constitucional 
Não cabe reclamação para o STF contra sentença que julgou improcedente pedido de direito de resposta sob o 
fundamento de que não houve, no caso concreto, ofensa. 
Esta sentença não afronta a autoridade da decisão do STF no julgamento da ADPF 130/DF. Como a sentença não 
violou nenhuma decisão do STF proferida em sede de controle concentrado de constitucionalidade, o que se 
percebe é que o autor, por meio da reclamação, deseja que o Supremo examine se a sentença afrontou, ou não, 
o art. 5º, V, da CF/88. 
Para isso, seria necessário reexaminar matéria de fato, o que não é possível em reclamação, que se presta 
unicamente a preservar a autoridade de decisão do STF. Ademais, isso significaria o exame per saltum, ou seja, 
"pulando-se" as instâncias recursais do ato impugnado diretamente à luz do art. 5º, V, CF/88. STF. 1ª Turma. Rcl 
24459 AgR/SP, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 13/12/2016 (Info 851). 
 
Possibilidade de admissão do amicus curiae em reclamação 
É cabível a intervenção de amicus curiae em reclamação. STF. Plenário. Rcl 11949/RJ, Rel. Min. Cármen Lúcia, 
julgado em 15/3/2017 (Info 857). 
 
LEGITIMIDADE POPULAR PARA PROPOSITURA DE EMENDAS À CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DO AMAPÁ 
O STF assentou que a iniciativa popular de emenda à Constituição do estado do Amapá é compatível com a 
 
 16 
Constituição da República 
Na democracia, além dos mecanismos tradicionais por meio dos representantes eleitos, há os de participação 
direta com projeto de iniciativa popular. 
Trata-se de certa democratização no processo de reforma das regras constitucionais estaduais. 
No tocante à simetria, revelou não ser obstativa ante a ausência de regra clara que afaste a faculdade de o estado 
aumentar os mecanismos de participação direta. ADI 825/AP, rel. Min. Alexandre de Moraes, julgamento em 
25.10.2018. (ADI-825) 
 
Ausência de prazo em dobro para a Fazendo Pública em ações objetivas 
Não se conta em dobro o prazo recursal para a Fazenda Pública em processo objetivo, mesmo que seja para 
interposição de recurso extraordinário em processo de fiscalização normativa abstrata, uma vez que o tratamento 
diferenciado diz respeito à defesa dos interesses subjetivos, e não se aplica ao processo objetivo. ADI 5814 MC-
AgR-AgR/RR, rel. Min. Roberto Barroso, julgamento em 6.2.2019. (ADI-5814) e ARE 830727 AgR/SC, rel. orig. Min. 
Presidente, red. p/ o ac. Min. Cármen Lúcia, julgamento em 6.2.2019. (ARE-830727) 
 
Na reclamação fundada no descumprimento de decisão emanada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), o ato alvo 
de controle deve ser posterior ao paradigma. Rcl 32655 AgR/PR, rel. Min. Edson Fachin, julgamento em 23.4.2019. 
(Rcl-32655) 
 
Nacionalidade e extradição 
Possibilidade de deportação de brasileiro nato que adquiriu nacionalidade secundária 
Se um brasileiro nato que mora nos EUA e possui o green card decidir adquirir a nacionalidade norte-americana, 
ele irá perdera nacionalidade brasileira. Não se pode afirmar que a presente situação se enquadre na exceção 
prevista na alínea “b” do § 4º do art. 12 da CF/88. Isso porque, como ele já tinha o green card , não havia 
necessidade de ter adquirido a nacionalidade norte- americana como condição para permanência ou para o 
exercício de direitos civis. O estrangeiro titular de green card já pode morar e trabalhar livremente nos EUA. 
Dessa forma, conclui-se que a aquisição da cidadania americana ocorreu por livre e espontânea vontade. Vale 
ressaltar que, perdendo a nacionalidade, ele perde os direitos e garantias inerentes ao brasileiro nato. Assim, 
se cometer um crime nos EUA e fugir para o Brasil, poderá ser extraditado sem que isso configure ofensa ao art. 
5º, LI, da CF/88. 
Art. 12 (...) § 4º —Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que: II —adquirir outra nacionalidade, 
salvo nos casos: 
a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira; 
b) de imposição de naturalização,pela norma estrangeira, ao brasileiro residente em estado estrangeiro, 
como condição para permanência em seu território ou para o exercício de direitos civis; STF. 1ª Turma. MS 
33864/DF, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em19/4/2016 (Info 822). 
 
Possibilidade de extradição de brasileiro naturalizado 
É possível conceder extradição para brasileiro naturalizado envolvido em tráfico de droga (art. 5º, LI, da CF/88). 
STF. 1ª Turma. Ext 1244/República Francesa, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 9/8/2016 (Info 834). 
 
Qualificação do crime apenas no Estado requerente e inexistência de consequências práticas no Brasil (sem 
dupla imputação) 
O Brasil não deverá deferir pedido de extradição se o delito praticado pelo extraditando estiver prescrito 
segundo as leis brasileiras, considerando que deverá ser respeitado o requisito da dupla punibilidade (art. 77, 
 
 17 
VI, do Estatuto do Estrangeiro). O fato de o Estado requerente ter qualificado os delitos imputados ao 
extraditando como de lesa-humanidade não torna tais crimes imprescritíveis no Brasil. Isso porque: 
1) o Brasil não subscreveu a Convenção sobre a Imprescritibilidade dos Crimes de Guerra e dos Crimes 
contra a Humanidade, nem aderiu a ela; 
2) apenas a lei interna pode dispor sobre prescritibilidade ou imprescritibilidade de crimes no 
Brasil. STF. Plenário. Ext 1362/DF, rel. Min. Edson Fachin, red. p/ o ac. Min. Teori Zavascki, julgado em 
9/11/2016 (Info 846). 
Procedimento simplificado no caso de o extraditando concordar com o pedido 
Em regra, o simples fato de o extraditando estar de acordo com o pedido extradicional e de declarar 
que deseja retornar ao Estado requerente a fim de se submeter ao processo criminal naquele País não 
exonera (não exime) o STF do dever de efetuar o controle da legalidade sobre a postulação formulada 
pelo Estado requerente. 
No entanto, é possível que ocorra uma peculiaridade. É possível que o tratado que rege a extradição 
entre o Brasil e o Estado estrangeiro preveja um procedimento simplificado no caso de o extraditando 
concordar com o pedido. É o caso, por exemplo, da “Convenção de Extradição entre os Estados 
Membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa”. Este tratado internacional estabeleceu 
regime simplificado de extradição, que autoriza a entrega imediata do extraditando às autoridades 
competentes do Estado requerente, sempre que o súdito estrangeiro manifestar, de forma livre e de 
modo voluntário e inequívoco, o seu desejo de ser extraditado. 
Nesta hipótese, a tarefa do STF será a de homologar (ou não) a declaração do extraditando de que 
concorda com a extradição. STF. 2ª Turma. Ext 1476/DF, rel. Min. Celso de Mello, julgado em 9/5/2017 
(Info 864). 
 
Dupla extradição: requisitos e competência 
Em caso de reingresso de extraditando foragido, não é necessária nova decisão jurisdicional acerca da 
entrega, basta a emissão de ordem judicial. 
Com base nesse entendimento, a Segunda Turma julgou dois agravos regimentais em extradição: negou 
provimento ao primeiro e não conheceu do segundo. Ambos foram interpostos pela Defensoria Pública 
da União contra a mesma decisão, que determinou a entrega de extraditando ao governo da Espanha. 
O caso se refere a indivíduo já extraditado que escapou à ação da justiça espanhola e reingressou em 
território brasileiro. A defesa alegou a incompetência do relator para a realização da entrega, a não 
formalização do novo pedido de extradição e a insuficiência de informações sobre o processo para a 
avaliação da dupla punibilidade. 
A Turma entendeu que, embora o art. XIX do Decreto nº 99.340/1990 e o art. 98 da Lei 13.445/2017 
tratem da nova entrega como procedimento administrativo, verifica-se a necessidade de ordem judicial 
para a prisão do estrangeiro conforme art. 5º, LXI, da Constituição. A legislação, todavia, não impõe que 
a nova entrega se dê por decisão jurisdicional ou julgamento colegiado. Desse modo, a Corte, ao avaliar 
novamente a questão, teria concedido mais garantias ao indivíduo do que a lei prevê. 
Considerou, ainda, suficiente a nota verbal do governo espanhol que postulou a detenção do fugitivo 
para fins de extradição, haja vista a dispensabilidade expressa de formalidades para a nova requisição. 
Nessa perspectiva, a Turma concluiu também pela prescindibilidade de nova demonstração acerca da 
dupla punibilidade ou outro requisito da extradição, porquanto não respaldada legalmente. Ext 
 
 18 
1225/DF, rel. Min. Gilmar Mendes, julgamento em 21.11.2017. (Ext-1225) 
 
Pedido de extensão 
A Primeira Turma asseverou que a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal é pacífica quanto à possibilidade 
jurídica de pedido de extensão ou de ampliação nas hipóteses em que já deferida a extradição, desde que 
observadas as formalidades em respeito ao direito do súdito estrangeiro. Entendeu estarem atendidos os 
requisitos jurídicos que autorizam o deferimento do pedido suplementar. Ext 1363 Extn/DF, rel. Min. Alexandre 
de Moraes, 4.12.2018. (Ext-1363) 
 
Poder Legislativo 
Cassação de deputado federal e participação do STF 
Em se tratando de processos de cunho acentuadamente político, como é o caso da cassação de mandato 
parlamentar, o STF deve se pautar pela deferência (respeito) às decisões do Legislativo e pela autocontenção, 
somente intervindo em casos excepcionalíssimos. Dessa forma, neste caso, o STF optou pela técnica da 
autocontenção (judicial self-restraint), que é o oposto do chamado ativismo judicial. Na autocontenção, o Poder 
Judiciário deixa de atuar (interferir) em questões consideradas estritamente políticas. STF. Plenário. MS 
34.327/DF, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 8/9/2016 (Info 838). 
 
Imunidade parlamentar e pertinência temática 
A imunidade parlamentar material (art. 53 da CF/88) protege os Deputados Federais e Senadores, qualquer que 
seja o âmbito espacial (local) em que exerçam a liberdade de opinião. No entanto, para isso é necessário que 
as suas declarações tenham conexão (relação) como desempenho da função legislativa ou tenham sido 
proferidas em razão dela. Para que as afirmações feitas pelo parlamentar possam ser consideradas como 
"relacionadas ao exercício do mandato", elas devem ter, ainda de forma mínima, um teor político. STF. 1ª 
Turma. Inq 3932/DF e Pet 5243/DF, Rel. Min. Luiz Fux, julgados em21/6/2016 (Info 831). 
 
Réu em processo criminal é excluído da linha de sucessão do cargo de Presidente da República 
Os substitutos eventuais do Presidente da República a que se refere o art. 80 da CF/88, caso ostentem a 
posição de réus criminais perante o STF, ficarão impossibilitados de exercer o ofício de Presidente da República. 
No entanto, mesmo sendo réus, podem continuar na chefia do Poder por eles titularizados. STF. Plenário. ADPF 
402 MC-REF/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 7/12/2016 (Info 850). 
 
Quando a condenação do Deputado Federal ou Senador ultrapassar 120 dias em regime fechado, a perda do 
mandato é consequência lógica 
Se o STF condenar um parlamentar federal e decidir que ele deverá perder o cargo, isso acontece imediatamente 
ou depende de uma deliberação da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal respectivamente? 
• Se o Deputado ou Senador for condenado a mais de 120 dias em regime fechado: a perdado cargo será uma 
consequência lógica da condenação. Neste caso, caberá à Mesa da Câmara ou do Senado apenas declarar que 
houve a perda (sem poder discordar da decisão do STF), nos termos do art. 55, III e § 3º da CF/88. 
• Se o Deputado ou Senador for condenado a uma pena em regime aberto ou semiaberto: a condenação criminal 
não gera a perda automática do cargo. O Plenário da Câmara ou do Senado irá deliberar, nos termos do art. 55, 
§ 2º, se o condenado deverá ou não perder o mandato. STF. 1ª Turma. AP 694/MT, Rel. Min. Rosa Weber, julgado 
em 2/5/2017 (Info 863). 
 
 19 
Obs: existem decisões em sentido diverso (AP 565/RO - Info 714 e AP 470/MG - Info 692), mas penso que, para 
fins de concurso, deve-se adotar o entendimento acima explicado (AP 694/MT). 
 
Imunidade material alcança o delito do art. 3º da Lei 7.492/86 (“divulgar informação falsa ou prejudicialmente 
incompleta sobre instituição financeira”) 
Deputado Estadual que, ao defender a privatização de banco estadual, presta declarações supostamente falsas 
sobre o montante das dívidas dessa instituição financeira não comete o delito do art. 3º da Lei nº 7.492/86, 
estando acobertado pela imunidade material. STF. 1ª Turma. HC 115397/ES, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado 
em 16/5/2017 (Info 865). 
 
Impedimento à advocacia envolvendo parlamentares 
O art. 30, II, da Lei nº 8.906/94, prevê que os membros do Poder Legislativo (Vereadores, Deputados e 
Senadores) são impedidos de exercer a advocacia contra ou a favor das pessoas jurídicas de direito público, 
empresas públicas, sociedades de economia mista, fundações públicas, entidades paraestatais ou empresas 
concessionárias ou permissionárias de serviço público. Essa proibição abrange a advocacia envolvendo qualquer 
dos entes federativos (União, Estados, DF e Municípios). Assim, o desempenho de mandato eletivo no Poder 
Legislativo impede o exercício da advocacia a favor ou contra pessoa jurídica de direito público pertencente a 
qualquer das esferas de governo – municipal, estadual ou federal. STJ. 1ª Seção. EAREsp 519.194-AM, Rel. Min. 
Og Fernandes, julgado em 14/6/2017 (Info 607). 
 
Imunidade parlamentar e medidas cautelares de natureza penal 
O ministro Edson Fachin (Relator das ADI’s 5.824 e 5.825) reputou preenchidos os requisitos do “fumus boni 
iuris” e do “periculum in mora”, e deferiu a medida cautelar, para suspender as normas impugnadas e a eficácia 
das resoluções. Ele foi acompanhado pelos ministros Rosa Weber, Luiz Fux e Cármen Lúcia (Presidente). O 
ministro Fachin fixou interpretação conforme a Constituição, no sentido de assentar que as regras estaduais não 
vedam ao Poder Judiciário decretar medidas cautelares de natureza penal em desfavor de deputados estaduais, 
nem conferem poderes às assembleias legislativas para revogar ou sustar os atos judiciais respectivos. Ressaltou 
que a decretação da prisão preventiva e medidas cautelares alternativas envolve um juízo técnico-jurídico que 
não pode ser substituído pelo juízo político emitido pelo Legislativo a respeito de prisão em flagrante. ADI 5.823 
MC/RN, rel. Min. Marco Aurélio, ADI 5.824 MC/RJ, ADI 5.825 MC/MT, rel. Min. Edson Fachin, julgamento em 6 
e 7.12.2017. (ADI-5823) (ADI-5824) (ADI-5825) 
 
O trancamento da pauta por conta de MPs não votadas no prazo de 45 dias só alcança projetos de lei que 
versem sobre temas passíveis de serem tratados por MP 
O art. 62, § 6º da CF/88 afirma que “se a medida provisória não for apreciada em até quarenta e cinco dias 
contados de sua publicação, entrará em regime de urgência, subsequentemente, em cada uma das Casas do 
Congresso Nacional, ficando sobrestadas, até que se ultime a votação, todas as demais deliberações legislativas 
da Casa em que estiver tramitando”. 
Apesar de o dispositivo falar em “todas as demais deliberações”, o STF, ao interpretar esse § 6º, não adotou uma 
exegese literal e afirmou que ficarão sobrestadas (paralisadas) apenas as votações de projetos de leis ordinárias 
que versem sobre temas que possam ser tratados por medida provisória. 
Assim, por exemplo, mesmo havendo medida provisória trancando a pauta pelo fato de não ter sido apreciada 
 
 20 
no prazo de 45 dias (art. 62, § 6º), ainda assim a Câmara ou o Senado poderão votar normalmente propostas de 
emenda constitucional, projetos de lei complementar, projetos de resolução, projetos de decreto legislativo e 
até mesmo projetos de lei ordinária que tratem sobre um dos assuntos do art. 62, § 1º, da CF/88. 
Isso porque a MP somente pode tratar sobre assuntos próprios de lei ordinária e desde que não incida em 
nenhuma das proibições do art. 62, § 1º. STF. Plenário. MS 27931/DF, Rel. Min. Celso de Mello, julgado em 
29/6/2017 (Info 870). 
 
Inconstitucionalidade de medida provisória que verse sobre tema já rejeitado, na mesma sessão legislativa 
É inconstitucional medida provisória ou lei decorrente de conversão de medida provisória cujo conteúdo 
normativo caracterize a reedição, na mesma sessão legislativa, de medida provisória anterior rejeitada, de eficácia 
exaurida por decurso do prazo ou que ainda não tenha sido apreciada pelo Congresso Nacional dentro do prazo 
estabelecido pela Constituição Federal. ADI 5716/DF, ADI 5709/DF, ADI 5717/DF E ADI 5727/DF, rel. Min. Rosa 
Weber, julgamento em 27.3.2019. 
 
Impossibilidade de reedição de medida provisória rejeitada 
Nos termos expressos da Constituição Federal, é vedada a reedição, na mesma sessão legislativa, de medida 
provisória que tenha sido rejeitada. ADI 6062 MC-Ref/DF, rel. Min. Roberto Barroso, julgamento em 1º.8.2019. 
(ADI-6062), ADI 6172 MC-Ref/DF, rel. Min. Roberto Barroso, julgamento em 1º.8.2019. (ADI-6172), ADI 6173 MC-
Ref/DF, rel. Min. Roberto Barroso, julgamento em 1º.8.2019. (ADI-6173) e ADI 6174 MC-Ref/DF, rel. Min. Roberto 
Barroso, julgamento em 1º.8.2019. (ADI-6174) 
 
Atividade parlamentar e o direito à informação 
O Tribunal entendeu que o parlamentar, na qualidade de cidadão, não pode ter cerceado o exercício do seu direito 
de acesso, via requerimento administrativo ou judicial, a documentos e informações sobre a gestão pública, desde 
que não estejam, excepcionalmente, sob regime de sigilo ou sujeitos à aprovação de Comissão Parlamentar de 
Inquérito (CPI). O fato de as casas legislativas, em determinadas situações, agirem de forma colegiada, por 
intermédio de seus órgãos, não afasta, tampouco restringe, os direitos inerentes ao parlamentar como indivíduo. 
(RE-865401) 
 
Tribunal de Contas 
Possibilidade de indicação excepcional de ocupante de cargo no MP há menos de 10 anos 
Membro do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas de Estados ou do Distrito Federal que ocupa esse 
cargo há menos de dez anos, na existência de outro nas condições exigidas por lei, pode ser indicado para 
compor lista tríplice destinada à escolha de conselheiro da referida corte. STJ. 2ª Turma. RMS 35.403-DF, Rel. 
Min. Herman Benjamin, julgado em 3/3/2016 (Info 584) 
 
Criação de Procuradoria do Tribunal de Contas e impossibilidade de que tal órgão seja responsável pela 
cobrança das multas 
É constitucional a criação de órgãos jurídicos na estrutura de Tribunais de Contas estaduais, vedada a atribuição 
de cobrança judicial de multas aplicadas pelo próprio tribunal. É inconstitucional norma estadual quepreveja que 
compete à Procuradoria do Tribunal de Contas cobrar judicialmente as multas aplicadas pela Corte de Contas. 
A Constituição Federal não outorgou aos Tribunais de Contas competência para executar suas próprias decisões. 
As decisões dos Tribunais de Contas que acarretem débito ou multa têm eficácia de título executivo, mas não 
podem ser executadas por iniciativa do próprio Tribunal. STF. Plenário. ADI 4070/RO, Rel. Min. Cármen Lúcia, 
julgado em 19/12/2016 (Info 851). 
 
 21 
 
Prazo prescricional para aplicação de multa pelo TCU 
O prazo prescricional para que o TCU aplique multas é de 5 anos, aplicando-se a previsão do art. 1º da Lei nº 
9.873/99. 
Caso esteja sendo imputada ao agente público a conduta omissiva de ter deixado de tomar providências que eram 
de sua responsabilidade, tem-se que, enquanto ele permaneceu no cargo, perdurou a omissão. No momento em 
que o agente deixou o cargo, iniciou-se o fluxo do prazo prescricional. STF. 1ª Turma. MS 32201/DF, rel. Min. 
Roberto Barroso, julgado em 21/3/2017 (Info 858). 
 
Auditoria do TCU e desnecessidade de participação dos terceiros reflexamente prejudicados 
Em auditoria realizada pelo TCU para apurar a gestão administrativa do órgão, os terceiros indiretamente afetados 
pelas determinações do Tribunal (ex: pensionistas) não possuem direito de serem ouvidos no processo 
fiscalizatório. Não existe, no caso, desrespeito ao devido processo legal. 
Nessa espécie de atuação administrativa, a relação processual envolve apenas o órgão fiscalizador e o fiscalizado, 
sendo dispensável a participação dos interessados. 
O contraditório pressupõe a existência de litigantes ou acusados, o que não ocorre quando o Tribunal de Contas 
atua no campo da fiscalização de órgãos e entes administrativos. O contraditório deve ser garantido pelo órgão 
de origem, a quem cabe o cumprimento da determinação do Tribunal de Contas. 
 
Não aplicação do art. 54 da Lei nº 9.784/99 para as fiscalizações realizadas pelo TC na forma do art. 71, IV, da 
CF/88 
Em casos de “fiscalização linear exercida pelo Tribunal de Contas”, nos termos do art. 71, IV, da CF/88, não se 
aplica o prazo de decadência previsto no art. 54 da Lei nº 9.784/99. Isso porque em processos de “controle 
abstrato”, o Tribunal de Contas não faz o exame de ato específico do qual decorre efeito favorável ao 
administrado. 
A Corte está examinando a regularidade das contas do órgão e a repercussão sobre eventual direito individual é 
apenas indireta. STF. 1ª Turma. MS 34224/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 15/8/2017 (Info 873). 
 
Mandado de Segurança. Legitimidade do Ministério Público de Contas. Impetração contra acórdão do Tribunal 
de Contas Estadual que determinou a extinção e arquivamento de representação. 
O membro do Ministério Público que atua perante o Tribunal de Contas possui legitimidade e capacidade 
postulatória para impetrar mandado de segurança, em defesa de suas prerrogativas institucionais, contra acórdão 
prolatado pela respectiva Corte de Contas. RMS 52.741-GO, Rel. Min. Herman Benjamin, por unanimidade, 
julgado em 8/8/2017, DJe 12/9/2017. 
 
Poder Executivo 
Não há necessidade de prévia autorização da ALE para que o STJ receba denúncia criminal (por crime comum) 
contra o Governador do Estado 
Se a Constituição Estadual exigir autorização da ALE para que o Governador seja processado criminalmente, essa 
previsão é considerada inconstitucional. Assim, é vedado às unidades federativas instituir normas que 
condicionem a instauração de ação penal contra Governador por crime comum à previa autorização da Casa 
Legislativa. 
 
 22 
O afastamento do cargo não se dá de forma automática. O STJ, no ato de recebimento da denúncia ou queixa, irá 
decidir, de forma fundamentada, se há necessidade de o Governador do Estado ser ou não afastado do cargo. 
Vale ressaltar que, além do afastamento do cargo, o STJ poderá aplicar qualquer uma das medidas cautelares 
penais (exs: prisão preventiva, proibição de ausentar-se da comarca, fiança, monitoração eletrônica etc.). STF. 
Plenário. ADI 5540/MG, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 3/5/2017 (Info 863). STF. Plenário. ADI 4764/AC, ADI 
4797/MT e ADI 4798/PI, Rel. Min. Celso de Mello, red. p/ o ac. Min. Roberto Barroso, julgados em 4/5/2017 (Info 
863). 
 
Procedimento de identificação das comunidades dos quilombos e decreto autônomo 
Segundo o STF, o critério da autoidentificação cumpriria a tarefa de trazer à luz os destinatários do art. 68 do 
ADCT, e não se prestaria a inventar novos destinatários, de forma a ampliar indevidamente o universo daqueles 
a quem a norma fora dirigida. Para os fins específicos da incidência desse dispositivo constitucional transitório, 
além de uma dada comunidade ser qualificada como remanescente de quilombo, também se mostraria necessária 
a satisfação de um elemento objetivo, empírico: que a reprodução da unidade social, que se afirma originada de 
um quilombo, estivesse atrelada a uma ocupação continuada do espaço. ADI 3239/DF, rel. orig. Min. Cezar Peluso, 
red.p/ o ac. Min. Rosa Weber, julgamento em 8.2.2018. (ADI - 3239) 
 
Poder Judiciário 
Impossibilidade do Poder Judiciário interferir, no mérito, na elaboração das leis orçamentárias 
Salvo em situações graves e excepcionais, não cabe ao Poder Judiciário, sob pena de violação ao princípio da 
separação de Poderes, interferir na função do Poder Legislativo de definir receitas e despesas da Administração 
Pública, emendando projetos de leis orçamentárias, quando atendidas as condições previstas no art. 166, §§ 3º 
e 4º, da Constituição Federal. STF. Plenário. ADI 5468/DF, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 29 e 30/6/2016 (Info 
832). 
 
Não cabimento de mandado de segurança contra decisões negativas do CNJ 
Não cabe mandado de segurança contra ato de deliberação negativa do Conselho Nacional de Justiça, por não se 
tratar de ato que importe a substituição ou a revisão do ato praticado por outro órgão do Judiciário. Assim, o STF 
não tem competência para processar e julgar ações decorrentes de decisões negativas do CNMP e do CNJ. Como 
o conteúdo da decisão do CNJ/CNMP foi “negativo”, o Conselho não decidiu nada. 
Se não decidiu nada, não praticou nenhum ato. Se não praticou nenhum ato, não existe ato do CNJ/CNMP a 
ser atacado no STF. Em razão do exposto, não compete ao STF julgar MS impetrado contra decisão do CNJ que 
julgou improcedente pedido de cassação de um ato normativo editado por vara judicial. STF. 2ª Turma. MS 
33085/DF, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 20/09/2016 (Info 840). 
 
Possibilidade de se indenizar por erro judiciário condenado que teve equivocadamente reconhecida reincidência 
No caso em que o reconhecimento da reincidência tenha origem em infração anterior cuja pena tenha sido 
cumprida ou extinta há mais de 5 anos, deferido o pedido revisional para diminuir a pena equivocadamente 
fixada, será devida a indenização ao condenado que tenha sofrido prejuízos em virtude do erro judiciário. 
A defesa ingressa com revisão criminal alegando que a sentença violou o art. 64, I, do CP. O Tribunal, ao julgar 
procedente a revisão, deverá condenar o Poder Público a indenizar o réu pelos prejuízos sofridos (art. 630 do 
CPP). STJ. 5ª Turma. REsp 1.243.516-SP, Rel. Min.Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em22/9/2016 (Info 590). 
 
 
 23 
Análise da constitucionalidade de resolução que permite reeleição para cargos de direção no TJ 
É inconstitucional norma do Tribunal de Justiça que permite a reeleição de desembargadores para cargos de 
direção após o intervalo de dois mandatos. Esta previsão viola o art. 93, caput, da CF/88, segundo o qual a 
regulamentação da matéria afeta à elegibilidade para os órgãos diretivos dos tribunais está reservada a lei 
complementar de iniciativa do Supremo Tribunal Federal. Além disso, esta norma afronta o tratamento que foi 
dado à matéria pelo art. 102 da LOMAN (LC 35/79), que regulamenta o art. 93 da CF/88. STF. Plenário. ADI 
5310/RJ, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 14/12/2016 (Info 851). 
 
CNJ, no exercício de controle administrativo, pode deixar de aplicar lei inconstitucional 
CNJ pode determinar que Tribunal de Justiça exonere servidores nomeados sem concurso público para cargos em 
comissão que não se amoldam às atribuições de direção, chefia e assessoramento, contrariando o art. 37, V, da 
CF/88. Esta decisão do CNJ não configura controle de constitucionalidade, sendo exercício de controle da validade 
dos atos administrativos do Poder Judiciário. STF. Plenário. Pet 4656/PB, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 
19/12/2016 (Info 851). 
 
Competência originária e concorrente do CNJ 
A CF conferiu competência originária e concorrente ao CNJ para aplicação de medidas disciplinares. Assim, a 
competência do CNJ é autônoma (e não subsidiária). Logo, o CNJ pode atuar mesmo que não tenha sido dada 
oportunidade para que a corregedoria local pudesse investigar o caso. STF. 1ª Turma. MS 30361 AgR/DF, Rel. Min. 
Rosa Weber, julgado em 29/8/2017 (Info 875). 
 
Pagamento de diárias. Magistrados federais convocados pelos tribunais regionais. Arts. 65, IV, da LOMAN; 58 
e 59 da Lei n. 8.112/1990. Incidência. Dias de efetivo afastamento. Art. 5º da Resolução CJF n. 51/2009. 
Limitação das diárias. Ilegalidade. 
É ilegal a limitação de duas diárias e meia semanais, à luz do art. 5º da Resolução CJF n. 51/2009, quando o 
deslocamento de juiz federal convocado para substituição em tribunais regionais for superior a esse lapso. REsp 
1.536.434-SC, Rel. Min. Og Fernandes, por unanimidade, julgado em 17/10/2017, DJe 20/10/2017 
 
Conselho Nacional de Justiça e controle de controvérsia submetida ao Judiciário 
Descabe ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ), cujas atribuições são exclusivamente administrativas, o controle 
de controvérsia submetida à apreciação do Poder Judiciário. 
Com base nesse entendimento, a 1ª Turma indeferiu mandado de segurança impetrado contra o ato, por meio 
do qual o CNJ determinou o arquivamento de processo administrativo, ante a alegada inviabilidade de controle, 
pelo Órgão, de questão submetida ao crivo do Supremo Tribunal Federal (STF). 
A impetrante postulava no CNJ a sua recondução à titularidade interina de Tabelionato de Notas e Ofício de 
Protesto de Títulos e o consequente afastamento de aprovado em concurso público que assumiu o acervo do 
cartório. Afirmava o descumprimento da decisão liminar em mandado de segurança que suspendeu o 
mencionado certame. 
A Turma considerou, inicialmente, que o eventual descumprimento de decisão proferida pelo STF não se resolve 
na seara do CNJ, mas, sim, na do próprio Tribunal, mediante reclamação. 
Entendeu, ademais, que o CNJ observou, com acerto, o fato de a controvérsia estar submetida ao Judiciário, 
quadro impeditivo da própria atuação, tendo em conta o disposto nos parágrafos 4º e 5º do artigo 103-B da 
 
 24 
Constituição Federal.MS 28845/DF, rel. Min. Marco Aurélio, julgamento em 21.11.2017. (MS-28845) 
 
CNJ: falta de quórum e avocação de processo administrativo 
O STF considerou que a regra constitucional que exige o quórum de maioria absoluta do tribunal, contida no art. 
93, VIII e X, Constituição Federal e o fato de que as manifestações de suspeição realizadas por 1/3 (um terço) da 
Corte acabaram por prejudicar a vontade da maioria dos desembargadores que se consideraram aptos a julgar o 
caso. 
Entendeu também que a Constituição Federal, o Regimento Interno do CNJ e precedentes do Supremo Tribunal 
Federal autorizam o exercício dessa competência pelo CNJ, notadamente quando se verifique a insuficiência de 
quórum para produzir uma decisão cristalina por maioria absoluta. 
 
Conselho Nacional de Justiça 
O CNJ considerou inconstitucionais as leis estaduais que aumentaram o valor do abono de férias. Por essa razão, 
solicitou aos tribunais de justiça a elaboração de projetos de lei com alteração ou revogação das normas em vigor. 
Para os agravantes, o Conselho não poderia impor aos tribunais a propositura de lei com o objetivo de majorar 
ou reduzir a remuneração dos magistrados. Essa iniciativa, nos termos do texto constitucional, constituiria 
hipótese de competência privativa dos próprios tribunais. 
A Turma, de início, ressaltou a juridicidade da deliberação do CNJ que determinou a correção de ato de tribunal 
que, embora respaldado por legislação estadual, se distancie da interpretação dada pelo Supremo Tribunal 
Federal (STF) aos ditames constitucionais. A decisão agravada reconheceu que o Conselho agiu em sintonia com 
o entendimento do STF sobre o tema. Entendeu inexistir óbice à adoção de providência tendente a harmonizar a 
ordem normativa do tribunal local à interpretação adotada pela Suprema Corte. 
A decisão do CNJ está em consonância com a jurisprudência do STF sobre a uniformidade dos direitos dos 
magistrados, em âmbito nacional, contemplados na Lei Orgânica da Magistratura (Loman). Ademais, 
considerando que os direitos da magistratura constituem matéria reservada à Loman, somente a ela caberia 
estipular fração de abono de férias distinta daquela prevista na CF. MS 31667 AgR/DF, rel. Min. Dias Toffoli, 
julgamento em 11.9.2018. (MS-31667) 
 
CNJ e estatização de serventia judicial 
A Primeira Turma do STF fixou entendimento no sentido de que o art. 31 do Ato das Disposições Constitucionais 
Transitórias é autoaplicável e que a CF/1988 estabeleceu a obrigatoriedade da estatização das serventias judiciais 
à medida que vagassem. Além disso, o ministro sublinhou que a origem dos cargos atualmente exercidos pelos 
impetrantes é posterior à CF/1988, de modo que o estado do Paraná promoveu concursos de permuta e de 
remoção, para prolongar artificialmente o que foi estabelecido no dispositivo mencionado. 
Ainda segundo o ministro Alexandre de Morais, não houve ilegalidade por parte do CNJ, que executou o preceito 
integralmente. As pessoas que assumiram as atuais serventias judiciais depois da CF/1988, em caráter privado, 
não têm direito líquido e certo de nelas permanecerem, qualquer que seja a forma de provimento. Há flagrante 
inconstitucionalidade a partir do momento em que assumem cargo em serventia que deveria ser estatizada, e 
esse foi o entendimento do CNJ. Eventual boa-fé, segurança jurídica, mantém-se com a validade de todos os atos, 
sem a devolução dos valores recebidos, pois foram praticados os serviços. MS 29323/DF, rel. orig. Min. Marco 
Aurélio, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, julgamento em 12.2.2019. (MS-29323), MS 29970/DF, rel. orig. 
Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, julgamento em 12.2.2019. (MS-29970), MS30267/DF, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, julgamento em 12.2.2019. (MS-
30267) e MS 30268/DF, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, julgamento em 
12.2.2019. (MS-30268) 
 
Limites de atuação do STJ 
O STJ não possui, a partir da competência constitucional que lhe é determinada, competência para ampliar as 
 
 25 
hipóteses de concessão de benefício a determinado grupo minoritário, com base unicamente no exercício 
hermenêutico, de modo a ampliar os modais de transporte interestadual submetidos ao regime da gratuidade, 
prevista na Lei n. 8.899/1994 e nos atos normativos secundários que a regulamentam, sob pena de atuar como 
legislador positivo. REsp 1.155.590-DF, Rel. Min. Marco Buzzi, por unanimidade, julgado em 27/11/2018, DJe 
07/12/2018 
 
Ministério Público 
Ilegitimidade do Procurador Geral para interpor MS em face de decisão em processo administrativo 
O Procurador-Geral da República não possui legitimidade ativa para impetrar mandado de segurança com o 
objetivo de questionar decisão que reconheça a prescrição da pretensão punitiva em processo administrativo 
disciplinar. A legitimidade para impetrar mandado de segurança pressupõe a titularidade do direito 
pretensamente lesado ou ameaçado de lesão por ato de autoridade pública. O Procurador-Geral da República não 
tem legitimidade para a impetração, pois não é o titular do direito líquido e certo que afirmara ultrajado. Para a 
impetração do MS não basta a demonstração do simples interesse ou atuação como custos legis, uma vez que 
os direitos à ordem democrática e à ordem jurídica não são de titularidade do Ministério Público, mas de 
toda a sociedade. STF. 2ª Turma. MS 33736/DF, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 21/6/2016 (Info 831). 
 
Necessidade de autorização judicial para que o MPF tenha acesso aos procedimentos de Ética da OAB 
O acesso do MPF às informações inseridas em procedimentos disciplinares conduzidos pela OAB depende de 
prévia autorização judicial. 
O fundamento para esta decisão encontra-se no § 2º do art. 72 da Lei nº 8.906/94, que estabelece que a 
obtenção de cópia dos processos ético-disciplinares é matéria submetida à reserva de jurisdição, de modo que 
somente mediante autorização judicial poderá ser dado acesso a terceiros. STJ. Corte Especial. REsp 1.217.271-
PR, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 18/5/2016 (Info 589). 
 
Conflito de atribuição entre MPE e MPF 
Compete ao PGR, na condição de órgão nacional do Ministério Público, dirimir conflitos de atribuições entre 
membros do MPF e de Ministérios Públicos estaduais. STF. Plenário. ACO924/PR, Rel. Min. Luiz Fux, julgado 
em19/5/2016 (Info 826 e 835) – Nesse julgado foi entendido que o MPF possui caráter nacional. 
 
O MPF possui acesso aos relatórios da Polícia Federal restrito aos de natureza persecutório-penal 
O controle externo da atividade policial exercido pelo Ministério Público Federal não lhe garante o acesso irrestrito 
a todos os relatórios de inteligência produzidos pela Diretoria de Inteligência do Departamento de Polícia 
Federal, mas somente aos de natureza persecutório-penal. 
O controle externo da atividade policial exercido pelo Parquet deve circunscrever-se à atividade de polícia 
judiciária, conforme a dicção do art. 9º da LC n. 75/93, cabendo-lhe, por essa razão, o acesso aos relatórios 
de inteligência policial de natureza persecutório-penal, ou seja, relacionados com a atividade de investigação 
criminal. 
O poder fiscalizador atribuído ao Ministério Público não lhe confere o acesso irrestrito a "todos os relatórios de 
inteligência" produzidos pelo Departamento de Polícia Federal, incluindo aqueles não destinados a aparelhar 
procedimentos investigatórios criminais formalizados. STJ. 1ª Turma. REsp 1.439.193-RJ, Rel. Min. Gurgel de 
Faria, julgado em 14/6/2016 (Info 587). 
 
 
 26 
No exercício do controle externo da atividade policial o MP pode ter acesso às ordens de missão policial 
O Ministério Público, no exercício do controle externo da atividade policial, pode ter acesso a ordens de missão 
policial (OMP). 
Ressalva: no que se refere às OMPs lançadas em face de atuação como polícia investigativa, decorrente de 
cooperação internacional exclusiva da Polícia Federal, e sobre a qual haja acordo de sigilo, o acesso do Ministério 
Público não será vedado, mas realizado a posteriori. STJ. 1ª Turma. REsp 1.439.193-RJ, Rel. Min. Gurgel de Faria, 
julgado em 14/6/2016 (Info 587). 
 
Competência para julgar MS contra ato do chefe do MPDFT no exercício de atividade submetida à administração 
federal 
É do TRF da 1º Região (e não do TJDFT) a competência para processar e julgar mandado de segurança impetrado 
contra ato do Procurador-Geral de Justiça do Distrito Federal que determinou a retenção de Imposto de Renda 
(IR) e de contribuição ao Plano de Seguridade Social (PSS) sobre valores decorrentes da conversão em pecúnia de 
licenças-prêmio. 
O Procurador-Geral de Justiça do Distrito Federal, ao determinar a retenção de tributos federais por ocasião do 
pagamento de parcelas remuneratórias (conversão de licenças-prêmio em pecúnia), está no exercício de função 
administrativa federal, razão pela qual não se pode reconhecer a competência do Tribunal de Justiça do Distrito 
Federal para o julgamento de mandado de segurança impetrado contra tal ato. STJ. 1ª Turma. REsp 1.303.154-
DF, Rel. Min. Gurgel de Faria, julgado em 16/6/2016 (Info 587). 
 
Vitaliciamento e controle de legalidade pelo CNMP 
O ato de vitaliciamento tem natureza de ato administrativo, e, assim, se sujeita ao controle de legalidade do 
CNMP, por força do art. 130-A, § 2º, II, da CF/88, cuja previsão se harmoniza perfeitamente com o art. 128, § 5º, 
I, "a", do texto constitucional. Vale ressaltar que, quando o CNMP tomou esta decisão, o referido Promotor já 
estava suspenso do exercício de suas funções e não chegou a completar 2 anos de efetivo exercício. Logo, como 
o Promotor ainda não havia acabado seu estágio probatório, poderia perder o cargo por decisão administrativa, 
não sendo necessária sentença judicial transitada em julgado (art. 128, § 5º, I, "a", da CF/88). STF. 2ª Turma. MS 
27542/DF, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 04/10/2016 (Info 842). 
 
Vedação de mais de uma recondução ao Procurador Geral de Justiça 
É inconstitucional dispositivo de CE que permita a recondução ao cargo de Procurador-Geral de Justiça sem limite 
de mandatos. Essa previsão contraria o art. 128, § 3º da CF/88, que autoriza uma única recondução. STF. 
Plenário. ADI 3077/SE, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 16/11/2016 (Info 847) 
 
Caso tenha avocado o PAD, o CNMP pode aproveitar os atos instrutórios realizados na origem 
Se o CNMP decidir avocar um PAD que está tramitando na Corregedoria local por suspeita de parcialidade do 
Corregedor, ele poderá aproveitar os atos instrutórios praticados regularmente na origem pela Comissão 
Processante. 
Não há motivo para se anular os atos instrutórios já realizados pela Comissão Processante, sem participação do 
Corregedor, especialmente se o interessado não demonstra a ocorrência de prejuízo. 
O princípio do pas de nullité sans grief é plenamente aplicável no âmbito do Direito Administrativo, inclusive em 
processos disciplinares.STF. 2ª Turma. MS 34666 AgR/DF, rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 29/8/2017 (Info 875). 
 
 27 
 
Termo inicial da ação civil para a perda do cargo 
Na hipótese de membro de Ministério Público Estadual praticar falta administrativa também prevista na lei penal 
como crime, o prazo prescricional da ação civil para a aplicação da pena administrativa de perda do cargo somente 
tem início com o trânsito em julgado da sentença condenatória na órbita penal. STJ. 2ª Turma. REsp 1.535.222-
MA, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 28/3/2017 (Info 601). 
 
Súmula 601 - O Ministério Público tem legitimidade ativa para atuar na defesa de direitos difusos, coletivos e 
individuais homogêneos dos consumidores, ainda que decorrentes da prestação de serviço público. Corte 
Especial, aprovada em 7/2/2018, DJe 14/2/2018. 
 
Independência funcional das instâncias do Ministério Público 
O fato de o promotor natural — aquele com atribuição para atuar na 1ª instância — não se encontrar 
tecnicamente subordinado e apresentar entendimento jurídico diverso, afasta qualquer alegação de nulidade 
decorrente de alteração do teor da peça acusatória oferecida contra o paciente. HC 137637/DF, rel. Min. Luiz Fux, 
julgamento em 6.3.2018. (HC-137637). 
 
CNMP: competência normativa e interceptação telefônica 
O Plenário, por maioria, julgou improcedente o pedido formulado em ação direta ajuizada em face da Resolução 
36/2009 do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), que dispõe sobre o pedido e a utilização de 
interceptações telefônicas, no âmbito do Ministério Público (MP), nos termos da Lei 9.296/1996. 
De início, as preliminares de não conhecimento foram rejeitadas pelos seguintes argumentos: (a) o ato normativo, 
de caráter geral e abstrato, foi editado pelo Conselho no exercício de sua competência constitucional e constitui 
ato primário, sujeito a controle de constitucionalidade, por ação direta, no Supremo Tribunal Federal (STF); e (b) 
as mudanças promovidas no ato impugnado, por resolução posterior, não implicaram na perda do objeto desta 
demanda. No que tange à alegação de inépcia apresentada pela Advocacia-Geral da União (AGU), a petição inicial 
foi considerada suficientemente clara e não contém vícios formais. 
No mérito, ao reconhecer sua constitucionalidade, o Colegiado asseverou que a norma foi editada pelo CNMP no 
exercício das atribuições previstas diretamente no art. 130-A, § 2º, I e II, da Constituição Federal. ADI 4263/DF, 
rel. Min. Roberto Barroso, julgamento em 25.4.2018. (ADI-4263). 
 
Direito à saúde. Demandas com beneficiários individualizados. Entes federativos no polo passivo. Legitimidade 
do Ministério Público. Direito individual indisponível. Art. 1º da Lei n. 8.625/1993 (Lei Orgânica Nacional do 
Ministério Público). Aplicabilidade. O Ministério Público é parte legítima para pleitear tratamento médico ou 
entrega de medicamentos nas demandas de saúde propostas contra os entes federativos, mesmo quando se 
tratar de feitos contendo beneficiários individualizados, porque se refere a direitos individuais indisponíveis, na 
forma do art. 1º da Lei n. 8.625/1993 (Lei Orgânica Nacional do Ministério Público). REsp 1.682.836-SP, Rel. Min. 
Og Fernandes, Primeira Seção, por unanimidade, julgado em 25/04/2018, DJe 30/04/2018 
 
Legitimidade do Ministério Público: ação civil pública e medicamentos 
O Ministério Público é parte legítima para ajuizamento de ação civil pública que vise o fornecimento de remédios 
a portadores de certa doença. 
Cabe ao Ministério Público a promoção do inquérito civil e da ação civil pública na defesa de interesses difusos e 
coletivos, a teor do art. 129, III, (1) da Constituição Federal (CF). 
 
 28 
Ademais, a ação proposta é definida pelos termos da petição inicial, que, no caso concreto, apontou cidadã sem 
condições financeiras para aquisição dos fármacos e negativa de fornecimento destes pela Secretaria de Saúde 
local. Acontece que a referida peça se mostrou abrangente — tanto no tocante à narração dos fatos, quanto em 
relação ao pedido —, aludindo não apenas à situação daquela paciente como também à dos demais portadores 
da doença considerada grave. 
Dessa forma, se revelou inquestionável a qualidade do “parquet” para ajuizar ação civil pública objetivando, em 
sede de processo coletivo o interesse social que legitima a intervenção e a ação em juízo do Ministério Público, a 
defesa de direitos impregnados de transindividualidade ou de direitos individuais homogêneos, notadamente 
aqueles de caráter indisponível, porque revestidos de inegável relevância social, como sucede, de modo bastante 
particularmente expressivo, com o direito à saúde, que traduz prerrogativa jurídica de índole eminentemente 
constitucional.RE 605533/MG, rel. Min. Marco Aurélio, julgamento em 15.8.2018. (RE-605533) 
 
Ministério Público. Mandado de Segurança. Membro aposentado. Subsídio. VPNI. Limitação ao teto 
constitucional. Ausência de direito líquido e certo. Juízo de retratação. Em adequação ao entendimento do 
Supremo Tribunal Federal, o direito à percepção de VPNI não impede a sua eventual absorção pelo subsídio e, do 
mesmo modo, não inviabiliza a aplicação do teto constitucional, que inclui a vantagem de caráter pessoal no 
cômputo da remuneração do servidor para observância do teto. RMS 33.744-DF, Rel. Min. Benedito Gonçalves, 
por unanimidade, julgado em 05/04/2018, DJe 19/04/2018 
 
Ação Civil Pública. Direito transindividual do consumidor. Abusividade de cláusula contida em contrato de 
compra e venda de imóvel. Legitimidade ativa do Ministério Público. 
O Ministério Público possui legitimidade ativa para postular em juízo a defesa de direitos transindividuais de 
consumidores que celebram contratos de compra e venda de imóveis com cláusulas pretensamente abusivas. 
EREsp 1.378.938-SP, Rel. Min. Benedito Gonçalves, por unanimidade, julgado em 20/06/2018, DJe 27/06/2018 
 
Defensoria Pública 
Defensoria Pública. Determinação judicial de designação de defensor para atuar em processos em trâmite na 
Vara da Auditoria Militar do Distrito Federal. Interferência na autonomia funcional e administrativa da 
Defensoria Pública 
Ao impor a nomeação de Defensores para atuar em processos na Justiça Militar do Distrito Federal, em 
discordância com critérios de alocação de pessoal previamente aprovados pelo Conselho Superior da Defensoria 
Pública do DF, a autoridade judiciária interfere na autonomia funcional e administrativa do órgão. RMS 59.413-
DF, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, Quinta Turma, por unanimidade, julgado em 07/05/2019, DJe 
20/05/2019 
 
Necessidade de intimação da Defensoria Pública para o julgamento de habeas corpus 
A intimação pessoal da Defensoria Pública quanto à data de julgamento de habeas corpus só é necessária se 
houver pedido expresso para a realização de sustentação oral. STF. 2ª Turma. HC 134.904/SP, Rel. Min. Dias 
Toffoli, julgado em 13/9/2016 (Info 839). 
 
Para em dobro para o assistido da Defensoria realizar pagamento voluntário (sob o rito do CPC/73) 
Se o devedor for assistido da Defensoria Pública, o prazo do art. 475-J do CPC/1973 deverá ser contado em 
dobro, ou seja, o executado terá 30 dias para o débito. A prerrogativa da contagem em dobro dos prazos tem 
por objetivo compensar as peculiares condições enfrentadas pelos profissionais que atuam nos serviços deassistência judiciária do Estado, que enfrentam deficiências de material, pessoal e grande volume de processos. 
A intimação para o cumprimento da sentença gera ônus para o representante da parte vencida, que deverá 
 
 29 
comunicá-la do desfecho desfavorável da demanda e alertá-la de que a ausência de cumprimento voluntário 
implica imposição de sanção processual. Logo, deve ser aplicado o prazo em dobro nesta situação. STJ. 4ª Turma. 
REsp 1.261.856-DF, Rel. Min. Marco Buzzi, julgado em 22/11/2016 (Info 594). 
 
Para que a DPE atue no STJ, é necessário que possua escritório de representação em Brasília 
A Defensoria Pública Estadual pode atuar no STJ, no entanto, para isso, é necessário que possua escritório de 
representação em Brasília. Se a Defensoria Pública estadual não tiver representação na capital federal, as 
intimações das decisões do STJ nos processos de interesse da DPE serão feitas para a DPU. 
Assim, enquanto os Estados, mediante lei específica, não organizarem suas Defensorias Públicas para atuarem 
continuamente nesta Capital Federal, inclusive com sede própria, o acompanhamento dos processos no STJ 
constitui prerrogativa da DPU. 
A DPU foi estruturada sob o pálio dos princípios da unidade e da indivisibilidade para dar suporte às Defensorias 
Públicas estaduais e fazer as vezes daquelas de Estados-Membros longínquos, que não podem exercer o múnus 
a cada recurso endereçado aos tribunais superiores. STJ. 6ª Turma. AgRg no HC 378.088/SC, Rel. Min. Sebastião 
Reis Júnior, julgado em 06/12/2016. STF. 1ª Turma. HC 118294/AP, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. 
Min. Roberto Barroso, julgado em 7/3/2017 (Info 856). 
 
Inconstitucionalidade da LC55/94 (ES) – Advogados contratados diretamente como defensores públicos 
A Lei Complementar 55/1994, do Estado do Espírito Santo, que permitiu a incorporação de advogados admitidos 
sem a realização de concurso público à defensoria, foi declarada inconstitucional pela Suprema Corte no 
julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 1199/ES (DJU de 19.4.2006), ressaltados os efeitos “ex 
tunc” da decisão. 
Dessa forma, a Turma decidiu pela regularização da composição da defensoria, no sentido de substituir os 
advogados contratados pelos indivíduos aprovados em concurso que aguardam na fila, visando à organização 
mais eficiente e apropriada da administração. 
Conforme tese fixada em repercussão geral (Tema 476), os princípios da segurança jurídica e da proteção da 
confiança legítima não podem justificar a manutenção no cargo de candidato admitido sem concurso público. O 
Colegiado ressaltou, ainda, a inaplicabilidade do disposto no art. 22 (1) do Ato de Disposições Constitucionais 
Transitórias (ADCT) ao caso em questão, visto que a contratação dos advogados se deu após a instalação da 
constituinte. RE 856550/ES, rel. orig. Min. Rosa Weber, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, julgamento em 
10.10.2017. (RE-856550). 
 
Intimação da Defensoria Pública em audiência. Contagem dos prazos. Início. Necessidade de remessa dos autos 
à instituição. 
Cinge-se a discussão a saber se a intimação da Defensoria Pública em audiência determina o início do cômputo 
do prazo para recorrer, ou se o prazo somente se inicia com a remessa dos autos com vista à instituição. 
Inicialmente, cumpre destacar que a intimação não se confunde com a contagem do prazo recursal. O CPC/2015 
(art. 269) conceitua intimação como "ato pelo qual se dá ciência a alguém dos atos e termos do processo". 
Por sua vez, o prazo processual tem relação com o espaço de tempo de que as partes ou os terceiros interessados 
dispõem para a prática válida de atos processuais que darão andamento ao processo. Então, conquanto se 
reconheça que intimação do ato e respectivo prazo processual caminhem ligados, uma vez que, em regra, a 
ciência ou o conhecimento das partes acerca dos atos processuais dispara o início do cômputo do prazo para a 
 
 30 
prática de novos atos, o início na contagem do prazo pode e deve ser postergado quando adequado e necessário 
ao exercício do contraditório pleno. 
A Defensoria Pública é instituição essencial à função jurisdicional do Estado, notadamente pela defesa, em todos 
os graus de jurisdição, dos necessitados (art. 134 da CF) e, para bem desincumbir-se de suas atribuições 
constitucionais, assegurou-se à Defensoria Pública um extenso rol de prerrogativas, direitos, garantias e deveres, 
de estatura constitucional (art. 134, §§ 1º, 2º e 4º, da CF) e legal (arts. 370, § 4º, do CPP, 5º, § 5º, da Lei n. 
1.060/1950, 4º, V e 44, I, da Lei Complementar n. 80/1994), permeados diretamente por princípios que 
singularizam tal instituição, dois dos quais – a unidade e a indivisibilidade – interferem na compreensão do tema 
objeto de análise. 
Tais princípios podem ser traduzidos, inter alia, no fato de que, observados os preceitos legais, um membro da 
Defensoria Pública poderá substituir outro quando tal se fizer necessário. Essa circunstância é de sumo relevo 
para a percepção da singularidade que caracteriza e diferencia a atuação de um defensor público, notadamente 
nas situações em que o agente público, atuando em audiências criminais, fala, produz prova, debate e requer 
perante a autoridade judiciária competente, mas nem sempre será ele o membro que, posteriormente, terá o 
encargo e a atribuição de falar no processo e, eventualmente, impugnar atos praticados durante essa audiência. 
Observa-se também a existência de legislação específica que assegura à Defensoria Pública a remessa dos autos 
com vista (art. 4º, V, da LC n. 80/1994). Assim, certamente nas hipóteses em que há ato judicial decisório proferido 
em audiência, haverá, em tal momento, a intimação pessoal das partes presentes (defesa e acusação). 
No entanto, essa intimação não é suficiente para permitir ao membro da Defensoria Pública o exercício pleno do 
contraditório e do consequente direito a impugnar o ato, seja porque o defensor não poderá levar consigo os 
autos tão logo encerrada a audiência, seja porque não necessariamente será esse mesmo membro que impugnará 
o ato decisório proferido em audiência. Então, a melhor exegese parece ser a que considera poder a intimação 
pessoal realizar-se em audiência, mas dependente, para engendrar a contagem do prazo recursal, da remessa dos 
autos à Defensoria Pública. HC 296.759-RS, Rel. Min. Rogério Schietti Cruz, por maioria, julgado em 23/8/2017, 
DJe 21/9/2017. 
 
Concurso público. Defensoria Pública da União. Comprovação de atividade jurídica. Interregno bienal ou trienal. 
Previsão legal expressa. Regramento editalício distinto. Ilegalidade. 
A disciplina constitucional geral para a regulação dos cargos públicos (art. 37 da CF/88), assim como aquela 
específica da Defensoria Pública (art. 134 da CF/88), são inequívocas no que diz respeito à necessidade de edição 
de lei em sentido formal e, na presente hipótese, de lei complementar. Vê-se, quanto ao ponto, que o 
mandamento constitucional supracitado foi cumprido com a edição da Lei Complementar n. 80/1994, na qual 
ficou estabelecido que os candidatos devem comprovar pelo menos dois anos de prática forense, a atividade 
jurídica abrangendo o exercício da advocacia, o cumprimento de estágio de Direito reconhecido por lei e o 
desempenhode cargo, emprego ou função, de nível superior, de atividades eminentemente jurídicas. REsp 
1.676.831-AL, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, por unanimidade, julgado em 5/9/2017, DJe 14/9/2017. 
 
Defensoria Pública. Inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil - OAB. Desnecessidade. Art. 3º, § 1º, da Lei n. 
8.906/1994. Interpretação conforme a Constituição Federal. Aplicação do art. 4º, § 6º, da Lei Complementar n. 
80/1994. 
O art. 3º, § 1º, do Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil merece interpretação conforme a CF/88 para obstar 
a necessidade de inscrição na OAB dos membros das carreiras da Defensoria Pública. REsp 1.710.155-CE, Rel. Min. 
 
 31 
Herman Benjamin, por unanimidade, julgado em 01/03/2018, DJe 02/08/2018 
 
 
 
 
 32 
DIREITO ADMNISTRATIVO 
Atos Administrativos 
Anistia política e prazo decadencial 
A Administração Pública não pode, depois de terem se passado mais de 5 anos, anular a anistia política concedida 
mesmo que, antes de completar este prazo, a AGU tenha emitido nota questionando os critérios adotados na 
concessão. A nota emitida pela AGU teve efeito similar ao de um parecer e, por isso, não impediu o fluxo 
do prazo decadencial, não podendo ser classificada como "exercício do direito de anular", para os fins do § 2º 
do art. 54 da Lei nº 9.784/99. Vale ressaltar que, no caso concreto, não ficou demonstrada má-fé do interessado. 
Além disso, não houve flagrante inconstitucionalidade na concessão de anistia, mas sim nova interpretação da 
Administração Pública quanto ao efetivo enquadramento como anistiado político. STF. 1ª Turma. RMS 
31841/DF, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 2/8/2016 (Info 833). 
 
Portaria interministerial produzida, em conjunto, por dois Ministérios não pode ser revogada por portaria 
posterior editada por apenas uma das Pastas 
A regulamentação do valor por aluno do FUNDEB exige um ato administrativo complexo que, para a sua 
formação, impõe a manifestação de dois ou mais órgãos para dar existência ao ato (no caso, portaria 
interministerial). Por simetria, somente seria possível a revogação do ato administrativo anterior por 
autoridade/órgão competente para produzi-lo. Em suma, o primeiro ato somente poderia ser revogado por 
outra portaria interministerial das duas Pastas. STJ. 1ª Seção. MS 14.731/DF, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia 
Filho, julgado em 14/12/2016 (Info 597). 
 
ANULAÇÃO DE ANISTIA E PRAZO DECADENCIAL 
No exercício do seu poder de autotutela, poderá a Administração Pública rever os atos de concessão de anistia a 
cabos da Aeronáutica com fundamento na Portaria 1.104/1964, quando se comprovar a ausência de ato com 
motivação exclusivamente política, assegurando-se ao anistiado, em procedimento administrativo, o devido 
processo legal e a não devolução das verbas já recebidas. RE 817338/DF, rel. Min. Dias Toffoli, julgamento em 
16.10.2019. (RE-817338) 
 
Poderes da Administração Pública 
Auto de infração. Multa de trânsito. Rodovia federal. Competência do DNIT. Previsão legal. Exegese conjugada 
do disposto no art. 82, § 3º, da Lei n. 10.233/2001 e no art. 21, VI, da Lei n. 9.503/1997 (Código de Trânsito 
Brasileiro). 
O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes - DNIT detém competência para a fiscalização do 
trânsito nas rodovias e estradas federais, podendo aplicar, em caráter não exclusivo, penalidade por infração ao 
Código de Trânsito Brasileiro, consoante se extrai da conjugada exegese dos arts. 82, § 3º, da Lei n. 10.233/2001 e 
21 da Lei n. 9.503/1997 (Código de Trânsito Brasileiro). REsp 1.588.969-RS, Rel. Min. Assusete Magalhães, Primeira 
Seção, por maioria, julgado em 28/02/2018, DJe 11/04/2018 
 
Não cabe ao Banco Central fiscalizar o SERASA 
O Banco Central tem o dever de exercer o controle do crédito e fiscalizar a atividade das instituições financeiras. 
O Serasa não é uma instituição financeira, considerando que não exerce coleta, intermediação nem aplicação de 
recursos financeiros, nem a custódia de valor de propriedade de terceiros, seja como atividade principal ou 
acessória. Logo, não é da atribuição do Banco Central a fiscalização das atividades do Serasa. STJ. 4ª Turma. REsp 
1.178.768-SP, Rel. Min. Maria Isabel Gallotti, julgado em 1/12/2016 (Info 595). 
 
 33 
 
Teste de alcoolemia, etilômetro ou bafômetro. Recusa em se submeter ao exame. Sanção administrativa. Art. 
277, § 3º c/c art. 165 do CTB. Autonomia das infrações. Identidade de penas. Desnecessidade de prova da 
embriaguez. 
A sanção do art. 277, § 3º, do CTB dispensa demonstração da embriaguez por outros meios de prova, uma vez 
que a infração reprimida não é a de embriaguez ao volante, prevista no art. 165, mas a de recusa em se submeter 
aos procedimentos do caput do art. 277, de natureza instrumental e formal, consumada com o comportamento 
contrário ao comando legal. REsp 1.677.380-RS, Rel. Min. Herman Benjamin, por unanimidade, julgado em 
10/10/2017, DJe 16/10/2017. 
 
Poder de polícia. Apreensão de veículo utilizado no carregamento de madeira sem autorização. Art. 25, § 4º, 
da Lei n. 9.605/1998. Art. 2º, § 6º, inc. VIII, do Decreto n. 3.179/1999. Liberação condicionada ao pagamento 
de multa. Inviabilidade. Liberação condicionada ao oferecimento de defesa administrativa. Possibilidade. Fiel 
depositário na pessoa do proprietário. 
O art. 2º, § 6º, inc. VIII, do Decreto n. 3.179/1999 (redação original), quando permite a liberação de veículos e 
embarcações mediante pagamento de multa, não é compatível com o que dispõe o art. 25, § 4º, da Lei n. 
9.605/1998; entretanto, não há ilegalidade quando o referido dispositivo regulamentar admite a instituição do 
depositário fiel na figura do proprietário do bem apreendido por ocasião de infração nos casos em que é 
apresentada defesa administrativa - anote-se que não se está defendendo a simplória liberação do veículo, mas 
a devolução com a instituição de depósito (e os consectários legais que daí advêm), observado, entretanto, que a 
liberação só poderá ocorrer caso o veículo ou a embarcação estejam regulares na forma das legislações de 
regência (Código de Trânsito Brasileiro, p. ex.). REsp 1.133.965-BA, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, Primeira 
Seção, por unanimidade, julgado em 25/04/2018, DJe 11/05/2018 
 
Administração direta 
STJ, 615 - Não pode ocorrer ou permanecer a inscrição do município em cadastros restritivos fundada em 
irregularidades na gestão anterior quando, na gestão sucessora, são tomadas as providências cabíveis à reparação 
dos danos eventualmente cometidos. Primeira Seção, aprovada em 09/05/2018, DJe 14/05/2018. 
 
Administração indireta 
Ação cautelar de exibição de documentos. Dados coletados pelo IBGE. Repasse sem finalidades estatísticas. 
Impossibilidade. Sigilo das informações individualizadas. Proteção legal. 
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE é uma Fundação Pública Federal criada pela Lei n. 5.878/73, 
cujo objetivo básico é assegurar informações e estudos de natureza estatística, geográfica, cartográfica e 
demográfica necessários ao conhecimento da realidade física, econômica e social do país,visando 
especificamente ao planejamento econômico e social e à segurança nacional (art. 2º). 
De acordo com o art. 6º da Lei instituidora, verifica-se que todo aquele que se encontre sujeito à legislação 
brasileira está obrigado a prestar as informações solicitadas pelo IBGE no desempenho de suas funções 
institucionais, sob pena de incorrer nas sanções impostas pelos arts. 2º a 5º da Lei n. 5.534/68 (que dispõe sobre 
a obrigatoriedade de prestação de informações estatísticas). Mas, como não poderia deixar de ser, do mesmo 
modo que o IBGE tem a prerrogativa de obtenção desses dados, preocupou-se o legislador em proteger as 
informações fornecidas, estabelecendo, assim, o dever de sigilo sobre as mesmas e impedindo que sejam 
utilizadas para outros fins que não os puramente estatísticos. 
Em outras palavras, a própria lei impôs ao IBGE e aos seus agentes, de forma peremptória, o dever de guardar 
sigilo sobre todo e qualquer dado a que estes tenham acesso em decorrência de suas atividades de pesquisa 
(sobre o tema, confira-se o disposto nos arts. 6º da Lei n. 5.878/73; 1º, parágrafo único, da Lei n. 5.534/68 e 2º, § 
2º, do Decreto-Lei n. 161/67). Resta claro, portanto, que o sigilo dos dados coletados pelo IBGE, além de 
assegurado por Lei, confere a necessária confiança daqueles que prestam as informações, bem como a garantia 
 
 34 
da fidedignidade dos dados coletados. REsp 1.353.602-RS, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, por unanimidade, 
julgado em 30/11/2017, DJe 07/12/2017. 
 
Extensão do poder de polícia das agências reguladoras (ANVISA) 
A função normativa das agências reguladoras, no entanto, notadamente quando atinge direitos e deveres dos 
administrados ligados ao Estado tão somente por vínculo de sujeição geral, subordina-se necessariamente ao que 
disposto em lei. Assim, embora dotadas de considerável autonomia, a medida da competência normativa em que 
são investidas as agências reguladoras será aquela perfeitamente especificada nas leis pelas quais são criadas. 
A ANVISA implementa a política nacional de vigilância sanitária, cuja formulação, no entanto, não lhe compete. A 
competência normativa conferida à agência pelo art. 7º, III, da Lei 9.782/1999, não contempla a definição da 
pauta política relativamente às medidas para o controle do tabaco, condicionada a atuação do ente regulador, na 
matéria, à observância da agenda estabelecida pelo legislador, inclusive por expressa disposição do art. 8º, caput, 
§ 1º, X, Lei 9.782/1999. ADI 4874/DF, rel. Min. Rosa Weber, julgamento em 1.2.2018. (ADI-4874) 
 
Conselhos Profissionais 
Constitucionalidade da lei 12.514/11 que trata sobre as contribuições devidas aos conselhos profissionais 
A Lei nº 12.514/2011, que trata sobre as contribuições (anuidades) devidas aos Conselhos Profissionais, é 
constitucional. Sob o ponto de vista formal, esta Lei, apesar de ser fruto de uma MP que originalmente dispunha 
sobre outro assunto, não pode ser declarada inconstitucional porque foi editada antes de o STF declarar ilegítima 
a prática do “contrabando legislativo” (ADI 5127/DF). Ainda quanto ao aspecto formal, esta Lei não trata sobre 
normas gerais de Direito Tributário, motivo pelo qual não precisava ser veiculada por lei complementar. Sob o 
ponto de vista material, a Lei respeitou os princípios da capacidade contributiva, da vedação ao confisco e 
da legalidade. STF. Plenário. ADI 4697/DF, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 06/10/2016 (Info 842). 
 
Inscrição na OAB de graduado em curso não reconhecido pelo MEC 
A inscrição como advogado, nos quadros da OAB, de quem apresente diploma ou certidão de graduação em 
Direito "obtido em instituição de ensino oficialmente autorizada e credenciada" (art. 8º, II, do Estatuto da 
Advocacia) não pode ser impedida pelo fato de o curso de Direito não ter sido reconhecido pelo MEC. STJ. 1ª 
Turma. REsp 1.288.991-PR, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, julgado em 14/6/2016 (Info 586). 
 
Atividade fiscalizatória dos Conselhos Regionais de Contabilidade. Fiscalização de livros e documentos 
contábeis de empresário ou sociedade empresária em poder de contadores. Possibilidade legal. Autorização 
que decorre do Decreto-Lei n. 9.295/46. Compatibilidade com a restrição prevista no art. 1.190 do Código Civil. 
Inocorrência de violação à privacidade e ao sigilo profissional. 
O ato do Conselho de Contabilidade que requisita dos contadores e dos técnicos os livros e fichas contábeis de 
seus clientes, a fim de promover a fiscalização da atividade contábil dos profissionais nele inscritos, não importa 
em ofensa aos princípios da privacidade e do sigilo profissional. REsp 1.420.396-PR, Rel. Min. Sérgio Kukina, por 
unanimidade, julgado em 19/09/2017, DJe 29/09/2017 
 
Conselhos profissionais não estão sujeitos ao regime de precatórios 
Os pagamentos devidos, em razão de pronunciamento judicial, pelos Conselhos de Fiscalização de caráter 
profissional não se submetem ao regime de precatórios. STF. Plenário. RE 938837/SP, rel. orig. Min. Edson Fachin, 
red. p/ o ac. Min. Marco Aurélio, julgado em 19/4/2017 (repercussão geral) (Info 861). 
 
 
 35 
Lojas que vendam animais vivos e medicamentos veterinários não precisam se inscrever no Conselho Regional 
de Medicina Veterinária 
Não estão sujeitas a registro perante o respectivo Conselho Regional de Medicina Veterinária, nem à contratação 
de profissionais nele inscritos como responsáveis técnicos, as pessoas jurídicas que explorem as atividades de 
comercialização de animais vivos e a venda de medicamentos veterinários, pois não são atividades reservadas à 
atuação privativa do médico veterinário. STJ. 1ª Seção. REsp 1.338.942-SP, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 
26/4/2017 (recurso repetitivo) (Info 602). 
 
Suspensão ou cancelamento do registro do profissional que atrasar anuidades 
Segundo o art. 8º da Lei nº 12.514/2011, para que os Conselhos Profissionais ajuízem execução fiscal cobrando 
anuidades em atraso, é necessário que o total da quantia executada seja de, no mínimo, quatro vezes o valor da 
anuidade. 
Assim, o fato de os conselhos não poderem executar dívidas inferiores a quatro vezes o valor cobrado anualmente 
da pessoa física ou jurídica inadimplente, não impede que seja feita a suspensão ou o cancelamento do registro 
do profissional que deixar de efetuar o pagamento das anuidades. Isso está previsto no art. 8º, parágrafo único, 
da Lei nº 12.514/2011. STJ. 2ª Turma. REsp 1.659.989-MG, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 25/4/2017 
(Info 603) 
 
Técnico de futebol não precisa ser inscrito no Conselho Regional de Educação Física 
O exercício da profissão de técnico ou treinador profissional de futebol não se restringe aos profissionais 
graduados em Educação Física, não havendo obrigatoriedade legal de registro junto ao respectivo Conselho 
Regional. STJ. 2ª Turma. REsp 1.650.759-SP, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 6/4/2017 (Info 607). 
 
Técnico em farmácia inscrito no Conselho Regional. Assunção de responsabilidade técnica por drogaria. 
Possibilidade. 
É facultado aos técnicos de farmácia, regularmente inscritos no Conselho Regional de Farmácia, a assunção de 
responsabilidade técnica por drogaria, independentemente do preenchimento dos requisitos previstos nos arts. 
15, § 3º, da Lei n. 5.991/73, c/c o art. 28 do Decreto n. 74.170/74,entendimento que deve ser aplicado até a 
entrada em vigor da Lei n. 13.021/2014. REsp 1.243.994-MG, Rel. Min. Og Fernandes, Primeira Seção, por 
unanimidade, julgado em 14/6/2017, DJe 19/9/2017. (Tema 727) 
 
Conselho de fiscalização profissional. Automóveis. Registro como veículos oficiais. Autorização legal. Ausência. 
Os conselhos de fiscalização profissional não possuem autorização para registrar os veículos de sua propriedade 
como oficiais. AREsp 1.029.385-SP, Rel. Min. Gurgel de Faria, por unanimidade, julgado em 05/12/2017, DJe 
09/02/2018 
 
Intervenção do Estado na propriedade 
Possibilidade de o proprietário afastar a sanção do art. 243 da CF/88 se provar que não teve culpa 
A expropriação prevista no art. 243 da Constituição Federal pode ser afastada, desde que o proprietário 
comprove que não incorreu em culpa, ainda que in vigilando ou in eligendo. STF. Plenário. RE 635336/PE, Rel. 
Min. Gilmar Mendes, julgado em 14/12/2016 (repercussão geral) (Info 851). 
 
 
 36 
Desistência da desapropriação 
Admite-se a desistência da desapropriação a qualquer tempo, mesmo após o trânsito em julgado, desde que: 
a) ainda não tenha havido o pagamento integral do preço (pois nessa hipótese já terá se consolidado a 
transferência da propriedade do expropriado para o expropriante); e 
b) o imóvel possa ser devolvido sem que ele tenha sido alterado de forma substancial (que impeça sua utilização 
como antes era possível). 
É ônus do expropriado provar a existência de fato impeditivo do direito de desistência da desapropriação. STJ. 2ª 
Turma. REsp 1.368.773-MS, Rel. Min. Og Fernandes, Rel. para acórdão Min. Herman Benjamin, julgado em 
6/12/2016 (Info 596). 
 
É constitucional o art. 2º, parágrafo único, da LC 152/2015, que prevê regra especial de transição para a idade 
da aposentadoria compulsória dos servidores do Serviço Exterior Brasileiro 
Não viola o princípio da isonomia o implemento de regra de transição de aposentadoria dos servidores integrantes 
do Serviço Exterior Brasileiro (Lei nº 11.440/2006), como está previsto no parágrafo único do art. 2º da LC 
152/2015, considerando-se as peculiaridades da carreira, as necessidades do Estado e a ordem constitucional 
vigente. STJ. 1ª Seção. MS 22.394-DF, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 9/11/2016 (Info 596). 
 
Ente desapropriante não responde por tributos anteriores à desapropriação 
O ente desapropriante não responde por tributos incidentes sobre o imóvel desapropriado nas hipóteses em que 
o período de ocorrência dos fatos geradores é anterior ao ato de aquisição originária da propriedade. STJ. 2ª 
Turma. REsp 1.668.058-ES, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 8/6/2017 (Info 606). 
 
Mandado de segurança. Ato de demarcação de terras indígenas. Ciência de interessados. Publicação afixada na 
Prefeitura Municipal. Notificação pessoal. Desnecessidade. 
Não há nulidade em processo de remarcação de terras indígenas por ausência de notificação direta a eventuais 
interessados, bastando que a publicação do resumo do relatório circunstanciado seja afixada na sede da 
Prefeitura Municipal da situação do imóvel. MS 22.816-DF, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, por unanimidade, 
julgado em 13/9/2017, DJe 19/9/2017. 
 
Reintegração de posse. Mandado judicial. Cumprimento. Impossibilidade. Apossamento administrativo e 
ocupação consolidada. Conversão em ação indenizatória de ofício. Viabilidade. Supremacia do interesse público 
e social. Julgamento extra petita. Inexistência. 
A ação possessória pode ser convertida em indenizatória (desapropriação indireta) – ainda que ausente pedido 
explícito nesse sentido – a fim de assegurar tutela alternativa equivalente ao particular, quando a invasão coletiva 
consolidada inviabilizar o cumprimento do mandado reintegratório pelo município. REsp 1.442.440-AC, Rel. Min. 
Gurgel de Faria, por unanimidade, julgado em 07/12/2017, DJe 15/02/2018 
 
Desapropriação por interesse social para fins de reforma agrária. Art. 19 da LC n. 76/1993. Assistentes técnicos 
do INCRA e do MPF. Servidores Públicos. Restituição de honorários periciais. Impossibilidade. 
Nas ações de desapropriação por interesse social para fins de reforma agrária descabe a restituição, pelo 
expropriado sucumbente de honorários periciais aos assistentes técnicos do INCRA e do MPF.REsp 1.306.051-MA, 
Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, por unanimidade, julgado em 08/05/2018, DJe 28/05/2018 
 
 
 37 
Bens Públicos 
Nulidade de compra e venda do domínio útil de terreno pertencente a Marinha sem pagamento prévio de 
laudêmio 
É nulo o contrato firmado entre particulares de compra e venda de imóvel de propriedade da União quando 
ausentes o prévio recolhimento do laudêmio e a certidão da Secretaria do Patrimônio da União (SPU), ainda 
que o pacto tenha sido registrado no Cartório competente. 
Antes de o ocupante vender o domínio útil do imóvel situado em terreno de marinha, ele deverá obter 
autorização da União, por meio da SPU, pagando o laudêmio e cumprindo outras formalidades exigidas. Somente 
assim esta alienação será possível de ser feita validamente. STJ. 2ª Turma. REsp 1.590.022-MA, Rel. Min. Herman 
Benjamin, julgado em 9/8/2016 (Info 589). 
 
Possibilidade do particular ajuizar ação possessória cujo objeto seja bem público de uso comum do povo 
Particulares podem ajuizar ação possessória para resguardar o livre exercício do uso de via municipal (bem 
público de uso comum do povo) instituída como servidão de passagem. STJ. 3ª Turma. REsp 1.582.176-MG, Rel. 
Min. Nancy Andrighi, julgado em 20/9/2016 (Info 590). 
 
Demanda possessória entre particulares. Oposição pelo ente público. Defesa incidental do domínio e da posse 
de bem público. Possibilidade 
Em ação possessória entre particulares é cabível o oferecimento de oposição pelo ente público, alegando-se 
incidentalmente o domínio de bem imóvel como meio de demonstração da posse. E REsp 1.134.446-MT, Rel. Min. 
Benedito Gonçalves, por unanimidade, julgado em 21/03/2018, DJe 04/04/2018 
 
Continuam pertencendo à União os terrenos de marinha situados em ilha costeira que seja sede de Município 
A EC 46/2005 não interferiu na propriedade da União, nos moldes do art. 20, VII, da Constituição Federal, sobre 
os terrenos de marinha e seus acrescidos situados em ilhas costeiras sede de Municípios. STF. Plenário. RE 
636199/ES, Rel. Min. Rosá Weber, julgado em 27/4/2017 (repercussão geral) (Info 862). 
 
Não se pode caracterizar as terras ocupadas pelos indígenas como devolutas 
As terras tradicionalmente ocupadas pelos índios são bens da União (art. 20, XI, da CF/88) e, portanto, não 
podem ser consideradas como terras devolutas de domínio do Estado-membro. STF. Plenário. ACO 362/MT e 
ACO 366/MT, Rel. Min. Marco Aurélio, julgados em 16/8/2017 (Info 873). 
 
Ação indenizatória. Locação de área para estação de telefonia celular. Compartilhamento de infraestrutura. 
Sublocação não caracterizada. Direito de uso. Servidão administrativa instituída pela lei em benefício das 
prestadoras de serviços de telecomunicações de interesse coletivo. Inviabilidade de indenização. 
O compartilhamento de infraestrutura é compulsório, sendo inviável atribuir a natureza jurídica de sublocação 
à operação. Nesse passo, tendo em vista a ideiade submissão dos direitos subjetivos ao interesse público, o 
direito de uso, previsto no art. 73 da Lei n. 9.472/1997, cristaliza servidão administrativa instituída pela lei em 
benefício das prestadoras de serviços de telecomunicações de interesse coletivo, constituindo-se direito real, de 
natureza pública, a ser exercido sobre bem de propriedade alheia, para fins de utilidade pública, instituído com 
base em lei específica. 
Deste modo, considerando a característica de servidão administrativa do compartilhamento de infraestrutura, 
 
 38 
só haveria de cogitar-se em indenização se houvesse redução do potencial de exploração econômica do bem 
imóvel. REsp 1.309.158-RJ, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, por unanimidade, julgado em 26/09/2017, DJe 
20/10/2017 
 
Responsabilidade civil do Estado 
Responsabilidade civil do Estado em caso de morte de detento 
Em caso de inobservância de seu dever específico de proteção previsto no art. 5º, inciso XLIX, da CF/88, o Estado é 
responsável pela morte de detento. STF. Plenário. RE 841526/RS, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 30/3/2016 
(repercussão geral) (Info 819). 
 
Estado deve indenizar preso que se encontre em situação degradante 
É dever do Estado, imposto pelo sistema normativo, manter em seus presídios os padrões mínimos de humanidade 
previstos no ordenamento jurídico, é de sua responsabilidade, nos termos do art. 37, § 6º, da Constituição, a 
obrigação de ressarcir os danos, inclusive morais, comprovadamente causados aos detentos em decorrência da 
falta ou insuficiência das condições legais de encarceramento. STF. Plenário. RE 580252/MS, rel. orig. Min. Teori 
Zavascki, red. p/ o ac. Min. Gilmar Mendes, julgado em 16/2/2017 (repercussão geral) (Info 854). 
 
Furto e responsabilidade civil de concessionária de serviços públicos 
A Primeira Turma reconheceu o nexo causal entre a conduta omissiva da empresa prestadora de serviços que deixou de 
agir com o cuidado necessário quanto à vigilância no posto de pesagem, por ocasião do estacionamento obrigatório do 
veículo para lavratura do auto de infração, e o dano causado ao recorrente. Desse modo, entendeu caracterizada a falha na 
prestação e organização do serviço. 
Afirmou não haver espaço para afastar a responsabilidade, independentemente de culpa, ainda que sob a óptica da 
omissão, ante o princípio da legalidade, presente a teoria do risco administrativo. A responsabilidade objetiva do Estado 
tem por fundamento a proteção do cidadão, que se encontra em posição de subordinação e está sujeito aos danos 
provenientes da ação ou omissão do Estado, o qual deve suportar o ônus de suas atividades. (RE-598356) 
 
Atividade notarial e de registro: danos a terceiros e responsabilidade objetiva do Estado - 
O Estado responde, objetivamente, pelos atos dos tabeliães e registradores oficiais que, no exercício de suas 
funções, causem dano a terceiros, assentado o dever de regresso contra o responsável, nos casos de dolo ou 
culpa, sob pena de improbidade administrativa. RE 842846/RJ, rel. Min. Luiz Fux, julgamento em 27.2.2019. (RE-
842846) 
 
Danos causados por agente público: ação de indenização e legitimidade passiva 
A teor do disposto no art. 37, § 6º, da Constituição Federal, a ação por danos causados por agente público deve 
ser ajuizada contra o Estado ou a pessoa jurídica de direito privado prestadora de serviço público, sendo parte 
ilegítima para a ação o autor do ato, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou 
culpa. RE 1027633/SP, rel. Min. Marco Aurélio, julgamento em 14.8.2019. (RE-1027633). 
 
Execução regressiva da Eletrobrás contra a União. Impossibilidade. Condenações ao pagamento das diferenças 
na devolução do empréstimo compulsório sobre o consumo de energia elétrica. Responsabilidade solidária 
subsidiária da União. Interpretação do art. 4º, § 3º, da Lei n. 4.156/1962. 
Não há direito de regresso portanto não é cabível a execução regressiva proposta pela Eletrobrás contra a União 
 
 39 
em razão da condenação das mesmas ao pagamento das diferenças na devolução do empréstimo compulsório 
sobre o consumo de energia elétrica ao particular contribuinte da exação. REsp 1.576.254-RS, Rel. Min. Mauro 
Campbell Marques, Primeira Seção, por maioria, julgado em 26/06/2019, DJe 04/09/201 
 
Licitação e contratos administrativos 
O inadimplemento dos encargos trabalhistas dos empregados do contratado não transfere automaticamente 
ao Poder Público a responsabilidade pelo seu pagamento 
O inadimplemento dos encargos trabalhistas dos empregados do contratado não transfere automaticamente ao 
Poder Público contratante a responsabilidade pelo seu pagamento, seja em caráter solidário ou subsidiário, nos 
termos do art. 71, § 1º, da Lei nº 8.666/93. STF. Plenário. RE 760931/DF, rel. orig. Min. Rosá Weber, red. p/ o ác. 
Min. Luiz Fux, julgado em 26/4/2017 (repercussão geral) (Info 862). 
Obs: a tese acima foi a fixada pelo STF. No entanto, penso que é importante um esclarecimento revelado durante 
os debates: é possível sim, excepcionalmente, que a Administração Pública responda pelas dívidas trabalhistas 
contraídas pela empresa contratada e que não foram pagas, desde que o ex-empregado reclamante comprove, 
com elementos concretos de prova, que houve efetiva falha do Poder Público na fiscalização do contrato. 
 
Proibição do art. 9º, III, da Lei 8.666/93 permanece mesmo que o servidor esteja licenciado 
O fato de o servidor estar licenciado não afasta o entendimento segundo o qual não pode participar de 
procedimento licitatório a empresa que possuir em seu quadro de pessoal servidor ou dirigente do órgão 
contratante ou responsável pela licitação, pois o impedimento de contratar e licitar decorre da própria punição 
e não da publicidade.. STJ. 2ª Turma. REsp 1.607.715-AL, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 7/3/2017 (Info 
602). 
 
Mandado de segurança. Penalidade aplicada com base na Lei n. 10.520/2002. Divulgação no Portal da 
Transparência gerenciado pela CGU. Cadastro Nacional de Empresas Inidôneas e Suspensas - CEIS. Caráter 
informativo. 
A divulgação do Cadastro Nacional de Empresas Inidôneas e Suspensas – CEIS pela CGU tem mero caráter 
informativo, não sendo determinante para que os entes federativos impeçam a participação, em licitações, das 
empresas ali constantes. MS 21.750-DF, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, por unanimidade, julgado em 
25/10/2017, DJe 07/11/2017 
 
Franquias postais. Lei n. 11.668/2008. Licitação. Necessidade. Encerramento de contratos vigentes antes das 
novas contratações. Impossibilidade. Decreto n. 6.639/2008. Extrapolação do poder regulamentar. Violação 
ao princípio da legalidade. 
Os contratos das Agências de Correios Franqueadas em vigor em 27 de novembro de 2007 que não sejam 
precedidos de licitação possuem eficácia até que as novas avenças sejam firmadas, ainda que descumprido o 
prazo estabelecido pelo art. 7º, parágrafo único, da Lei n. 11.668/2008. AREsp 613.239-RS, Rel. Min. Benedito 
Gonçalves, Primeira Turma, por unanimidade, julgado em 07/11/2017, DJe 16/11/2017. 
 
Programa Minha Casa Minha Vida. Caráter social. Legislação própria. Rigorismo da lei de Licitações afastado. 
Princípios da administração pública preservados. 
As regras gerais previstas na Lei n. 8.666/1993podem ser flexibilizadas no Programa Minha Casa Minha Vida, por 
força do art. 4º, parágrafo único, da Lei n. 10.188/2001, desde que se observem os princípios gerais da 
 
 40 
administração pública. REsp 1.687.381-DF, Rel. Min. Francisco Falcão, por unanimidade, julgado em 17/04/2018, 
DJe 23/04/2018 
 
Serviços públicos 
É válida a interrupção do serviço público por razões de ordem técnica se houve prévio aviso por meio de rádio 
A divulgação da suspensão no fornecimento de serviço de energia elétrica por meio de emissoras de rádio, dias 
antes da interrupção, satisfaz a exigência de aviso prévio, prevista no art. 6º, § 3º, da Lei nº 8.987/95. STJ. 1ª 
Turma. REsp 1.270.339-SC, Rel. Min. Gurgel de Faria, julgado em 15/12/2016 (Info 598). 
Em regra, o serviço público deverá ser prestado de forma contínua, ou seja, sem interrupções (princípio da 
continuidade do serviço público). 
Excepcionalmente, será possível a interrupção do serviço público nas seguintes hipóteses previstas no art. 6º, § 
3º da Lei n.º 8.987/95: 
a) em caso de emergência (mesmo sem aviso prévio); 
b) por razões de ordem técnica ou de segurança das instalações, desde que o usuário seja previamente avisado; 
c) Por causa de inadimplemento do usuário, desde que ele seja previamente avisado. 
 
Prazo prescricional em caso de repetição de indébito de tarifas de água e esgoto 
Súmula 412-STJ: A ação de repetição de indébito de tarifas de água e esgoto sujeita-se ao prazo prescricional 
estabelecido no Código Civil. 
O prazo prescricional para as ações de repetição de indébito relativo às tarifas de serviços de água e esgoto 
cobradas indevidamente é de: 
a) 20 (vinte) anos, na forma do art. 177 do Código Civil de 1916; ou 
b) 10 (dez) anos, tal como previsto no art. 205 do Código Civil de 2002, observando-se a regra de direito 
intertemporal, estabelecida no art. 2.028 do Código Civil de 2002. STJ. 1ª Seção. REsp 1.532.514-SP, Rel. Min. Og 
Fernandes, Primeira Seção, julgado em 10/5/2017 (recurso repetitivo) (Info 603) 
 
Decisão que suspende reajuste das tarifas de transporte público urbano viola a ordem pública 
A interferência judicial para invalidar a estipulação das tarifas de transporte público urbano viola a ordem 
pública, mormente nos casos em que houver, por parte da Fazenda estadual, esclarecimento de que a 
metodologia adotada para fixação dos preços era técnica. 
Segundo a “doutrina Chenery”, o Poder Judiciário não pode anular um ato político adotado pela Administração 
Pública sob o argumento de que ele não se valeu de metodologia técnica. Isso porque, em temas envolvendo 
questões técnicas e complexas, os Tribunais não gozam de expertise para concluir se os critérios adotados pela 
Administração são corretos ou não. 
Assim, as escolhas políticas dos órgãos governamentais, desde que não sejam revestidas de reconhecida 
ilegalidade, não podem ser invalidadas pelo Poder Judiciário. STJ. Corte Especial. AgInt no AgInt na SLS 2.240-SP, 
Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 7/6/2017 (Info 605). 
 
Impossibilidade de empresas públicas utilizarem do pagamento de seu passivo judicial via precatórios 
As empresas públicas e sociedades de economia mista não têm direito à prerrogativa de execução via precatório. 
No caso prático, a agravante, empresa pública constituída com capital integralmente pertencente ao Estado do 
Paraná e prestadora de serviço público, sustentava ter direito à execução de débitos via precatório, consoante 
 
 41 
o art. 100 da Constituição Federal. 
A Turma entendeu pela aplicação do art. 173, §1º, inciso II, da CF, o qual submete a empresa pública ao regime 
jurídico próprio das empresas privadas, inclusive quanto aos direitos e obrigações civis, comerciais, trabalhistas 
e tributários. Assim sendo, observou incongruente considerar os bens integrantes do patrimônio de empresas 
públicas, enquanto pessoas jurídicas de direito privado, como bens públicos, a fim de gozar das vantagens 
decorrentes. RE 851711 AgR/DF, rel. Min. Marco Aurélio, julgamento em 12.12.2017. (RE-851711) 
 
Transporte rodoviário interestadual. Idoso. Vagas gratuitas. Isenção das tarifas de pedágio e de utilização dos 
terminais rodoviários. 
A reserva de 2 (duas) vagas gratuitas por veículo para idosos com renda igual ou inferior a 2 (dois) salários-
mínimos, prevista no art. 40, I, do Estatuto do Idoso, não se limita ao valor das passagens, abrangendo eventuais 
custos relacionados diretamente com o transporte, em que se incluem as tarifas de pedágio e de utilização dos 
terminais. REsp 1.543.465-RS, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, por unanimidade, julgado em 13/12/2018, 
DJe 04/02/2019 
 
ADI: registro civil de pessoas naturais e ampliação de serviços remunerados 
O Plenário, por maioria, julgou procedente, em parte, pedido formulado em ação direta de inconstitucionalidade 
para conceder interpretação conforme a Constituição Federal ao § 3º do art. 29 da Lei 6.015/1973 e declarar a 
nulidade parcial, com redução de texto, da expressão “independe de homologação” constante do § 4º do mesmo 
artigo, no sentido de possibilitar que os ofícios do registro civil das pessoas naturais prestem outros serviços 
conexos remunerados, na forma prevista em convênio devidamente homologado pelo Poder Judiciário local, em 
credenciamento ou em matrícula com órgãos públicos e entidades interessadas, podendo o referido convênio ser 
firmado pela entidade de classe dos registradores civis de pessoas naturais de mesma abrangência territorial do 
órgão ou da entidade interessada. ADI 5855 MC-REF/DF, rel. Min. Alexandre de Moraes, julgamento em 
10.4.2019. (ADI-5855) 
 
Possibilidade de alienação de controle acionário de empresas públicas 
O STF deferiu parcialmente medida cautelar anteriormente concedida em ação direta de inconstitucionalidade, 
para conferir ao art. 29, caput, XVIII, da Lei 13.303/2016 interpretação conforme à Constituição Federal, nos 
seguintes termos: i) a alienação do controle acionário de empresas públicas e sociedades de economia mista exige 
autorização legislativa e licitação; e ii) a exigência de autorização legislativa, todavia, não se aplica à alienação do 
controle de suas subsidiárias e controladas. Nesse caso, a operação pode ser realizada sem a necessidade de 
licitação, desde que siga procedimentos que observem os princípios da administração pública inscritos no art. 37 
da CF, respeitada, sempre, a exigência de necessária competitividade (Informativo 942). ADI 5624 MC-Ref/DF, rel. 
Min. Ricardo Lewandowski, julgamento em 5 e 6.6.2019. (ADI-5624) 
 
Servidores Públicos 
Infrações disciplinares capituladas como crime. Prescrição. Prazo. Lei penal. Art. 142, § 2º, da Lei n. 8.112/1990. 
Existência de apuração criminal. Desnecessidade. Mudança de entendimento. 
O prazo prescricional previsto na lei penal se aplica às infrações disciplinares também capituladas como crime 
independentemente da apuração criminal da conduta do servidor. MS 20.857-DF, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia 
Filho, Rel. Acd. Min. Og Fernandes, Primeira Seção, por maioria, julgado em 22/05/2019, DJe 12/06/2019 
 
Monitoramento de email corporativo de servidor público 
As informações obtidas por monitoramento de e-mail corporativo de servidor público não configuram prova 
ilícita quando relacionadas com aspectos "não pessoais" e de interesse da AdministraçãoPública e da própria 
 
 42 
coletividade, especialmente quando exista, nas disposições normativas acerca do seu uso, expressa menção da 
sua destinação somente para assuntos e matérias afetas ao serviço, bem como advertência sobre 
monitoramento e acesso ao conteúdo das comunicações dos usuários para cumprir disposições legais ou 
instruir procedimento administrativo. STJ. 2ª Turma. RMS 48.665-SP, Rel. Min. Og. Fernandes, julgado 
em15/9/2015 (Info 576). 
 
Prazo prescricional da ação de ressarcimento ao erário 
É prescritível a ação de reparação de danos à Fazenda Pública decorrente de ilícito civil. Dito de outro modo, se o 
Poder Público sofreu um dano ao erário decorrente de ilícito civil e deseja ser ressarcido, ele deverá ajuizar a 
ação no prazo prescricional previsto em lei. Vale ressaltar, entretanto, que essa tese não alcança prejuízos 
que decorram de ato de improbidade administrativa que, até o momento, continuam sendo considerados 
imprescritíveis (art. 37, § 5º). STF. Plenário. RE 669069/MG, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 3/2/2016 
(repercussão geral) (Info 813). 
 
Prescritibilidade de ação de ressarcimento por ato de improbidade administrativa 
A imprescritibilidade da ação de ressarcimento se restringe às hipóteses de atos de improbidade dolosa, ou seja, 
que impliquem enriquecimento ilícito, favorecimento ilícito de terceiros ou dano intencional à Administração 
Pública. 
Para tanto, deve-se analisar, no caso concreto, se ficou comprovado o ato de improbidade, na modalidade dolosa, 
para, só então e apenas, decidir sobre o pedido de ressarcimento. RE 852475/SP, rel. Min. Alexandre de Moraes, 
red. p/ o ac. Min. Edson Fachin, julgamento em 8.8.2018. (RE-852475) 
 
Reclamação e nepotismo 
A nomeação do cônjuge de prefeito para o cargo de secretário municipal, por se tratar de cargo público de 
natureza política, por si só, não caracteriza ato de improbidade administrativa. 
É cabível o ajuizamento de reclamação para impugnar acórdão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que manteve 
decisão condenatória por ato de improbidade administrativa em desacordo com o Enunciado 13 (1) da Súmula 
Vinculante do Supremo Tribunal Federal (STF). Rcl 22339 AgR/SP, rel. Min. Edson Fachin, red. p/ o ac. Min. Gilmar 
Mendes, julgamento em 4.9.2018. (Rcl-22339) 
 
Piso salarial dos professores e reflexos deste nas demais verbas recebidas 
A Lei nº 11.738/2008, em seu art. 2º, § 1º, ordena que o vencimento inicial das carreiras do magistério público 
da educação básica deve corresponder ao piso salarial profissional nacional, sendo vedada a fixação do 
vencimento básico em valor inferior, não havendo determinação de incidência automática em toda a carreira e 
reflexo imediato sobre as demais vantagens e gratificações, o que somente ocorrerá se estas determinações 
estiverem previstas nas legislações locais. STJ. 1ª Seção. REsp 1.426.210-RS, Rel. Min. Gurgel de Faria, julgado 
em 23/11/2016 (recurso repetitivo) (Info 594). 
 
Aposentadoria compulsória não se aplica a cargos comissionados 
Os servidores ocupantes de cargo exclusivamente em comissão não se submetem à regra da aposentadoria 
compulsória prevista no art. 40, § 1º, II, da CF, a qual atinge apenas os ocupantes de cargo de provimento efetivo, 
inexistindo, também, qualquer idade limite para fins de nomeação a cargo em comissão. 
Ressalvados impedimentos de ordem infraconstitucional, não há óbice constitucional a que o servidor efetivo, 
 
 43 
aposentado compulsoriamente, permaneça no cargo comissionado que já desempenhava ou a que seja 
nomeado para cargo de livre nomeação e exoneração, uma vez que não se trata de continuidade ou criação de 
vínculo efetivo com a Administração. STF. Plenário. RE 786540/DF, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 15/12/2016 
(repercussão geral) (Info 851). 
 
Não se pode cassar a aposentadoria do servidor que ingressou no serviço público por força de provimento 
judicial precário e se aposentou durante o processo, antes da decisão ser reformada 
Quando o exercício do cargo foi amparado por decisões judiciais precárias e o servidor se aposentou, antes do 
julgamento final de mandado de segurança, por tempo de contribuição durante esse exercício e após legítima 
contribuição ao sistema, a denegação posterior da segurança que inicialmente permitirá ao servidor prosseguir 
no certame não pode ocasionar a cassação da aposentadoria. STJ. 1ª Seção. MS 20.558-DF, Rel. Min. Herman 
Benjamin, julgado em 22/2/2017 (Info 600). 
 
O valor do abono de permanência deverá ser levado em consideração na conversão da licença-prêmio em 
pecúnia 
O abono de permanência insere-se no conceito de remuneração do cargo efetivo, de forma a compor a base de 
cálculo da licença-prêmio não gozada. STJ. 1ª Turma. REsp 1.514.673-RS, Rel. Min. Regina Helena Costa, julgado 
em 7/3/2017 (Info 600). 
 
Regime de subsídio e pagamento de 13º e férias a Prefeito e Vice-Prefeito 
O art. 39, § 4º, da Constituição Federal não é incompatível com o pagamento de terço de férias e décimo terceiro 
salário. STF. Plenário. RE 650898/RS, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Roberto Barroso, julgado 
em 1º/2/2017 (repercussão geral) (Info 852). 
 
Lei de contratação temporária não pode prever hipóteses genéricas nem a prorrogação indefinida dos 
contratos 
São inconstitucionais, por violarem o art. 37, IX, da CF/88, a autorização legislativa genérica para contratação 
temporária e a permissão de prorrogação indefinida do prazo de contratações temporárias. STF. Plenário. ADI 
3662/MT, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 23/3/2017 (Info 858). 
 
Magistrado que estava recebendo abono de permanência e foi promovido terá direito de continuar 
percebendo o benefício 
A ocupação de novo cargo dentro da estrutura do Poder Judiciário, pelo titular do abono de permanência, não 
implica a cessação do benefício. STF. 1ª Turma. MS 33424/DF e MS 33456/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado 
em 28/3/2017 (Info 859). 
 
O art. 11 da EC 20/98 não proibiu a percepção de pensão civil com pensão militar 
A CF/67 e a CF/88 (antes da EC 20/98) não proibiam que o militar reformado voltasse ao serviço público e, 
posteriormente, se aposentasse no cargo civil, acumulando os dois proventos. 
O art. 11 da EC 20/98 proibiu, expressamente, a concessão de mais de uma aposentadoria pelo regime de 
previdência dos servidores civis. No entanto, este dispositivo não vedou a cumulação de aposentadoria de 
servidor público com proventos de militar, assim, sendo possível a cumulação de proventos, é também permitido 
 
 44 
que o dependente acumule as duas pensões. STF. 2ª Turma. MS 25097/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 
28/3/2017 (Info 859). 
 
Exercentes de mandato eletivo que não forem vinculados a regime próprio deverão pagar contribuição 
previdenciária ao RGPS 
Incide contribuição previdenciária sobre os rendimentos pagos aos exercentes de mandato eletivo, decorrentes 
da prestação de serviços à União, aos Estados e ao Distrito Federal ou aos Municípios, apóso advento da Lei nº 
10.887/2004, desde que não vinculados a regime próprio de previdência. STF. Plenário. RE 626837/GO, Rel. Min. 
Dias Toffoli, julgado em 25/5/2017 (repercussão geral) (Info 866). 
 
Servidor público. Acumulação de cargos públicos remunerados. Área da saúde. Limitação da carga horária. 
Impossibilidade. Compatibilidade de horários. Requisito único. Aferição pela administração pública. 
A acumulação de cargos públicos de profissionais da área de saúde, prevista no art. 37, XVI, da CF/88, não se 
sujeita ao limite de 60 horas semanais. REsp 1.746.784-PE, Rel. Min. Og Fernandes, por unanimidade, julgado em 
23/08/2018, DJe 30/08/2018 
 
Constitucionalidade da jornada de trabalho de bombeiro civil (12/36h) 
O art. 5º da Lei nº 11.901/2009 prevê que a jornada do Bombeiro Civil é de 12h de trabalho por 36h de descanso, 
num total de 36h semanais. O STF entende que essa previsão é CONSTITUCIONAL. STF. Plenário. ADI 4.842/DF, 
Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 14/09/2016 (Info 839). 
 
Bombeiro Civil. Profissional de empresa privada. Uso da nomenclatura. Possibilidade. Proibição legal restrita à 
utilização de figuras representativas das instituições públicas em uniformes. 
Profissionais de empresas privadas que exerçam atividade de prevenção e combate ao incêndio podem adotar a 
nomenclatura "bombeiro civil". Esp 1.549.433-DF, Rel. Min. Benedito Gonçalves, Primeira Turma, por maioria, 
julgado em 09/04/2019, DJe 15/05/2019 
 
Se a pessoa acumular licitamente dois cargos públicos ela poderá receber acima do teto 
Nos casos autorizados constitucionalmente de acumulação de cargos, empregos e funções, a incidência do art. 
37, XI, da Constituição Federal pressupõe consideração de cada um dos vínculos formalizados, afastada a 
observância do teto remuneratório quanto ao somatório dos ganhos do agente público. STF. Plenário. RE 
612975/MT e RE 602043/MT, Rel. Min. Márco Aurelio, julgados em 26 e 27/4/2017 (repercussão geral) (Info 
862). 
 
União não deve figurar na ação proposta pedindo a implementação do piso nacional do magistério 
Os dispositivos do art. 4º, caput, e §§ 1º e 2º, da Lei nº 11.738/2008 não amparam a tese de que a União é parte 
legítima, perante terceiros particulares, em demandas que visam à sua responsabilização pela implementação 
do piso nacional do magistério, afigurando-se correta a decisão que a exclui da lide e declara a incompetência 
da Justiça Federal para processar e julgar o feito ou, em sendo a única parte na lide, que decreta a extinção da 
demanda sem resolução do mérito. STJ. 1ª Seção. REsp 1.559.965-RS, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 
14/6/2017 (recurso repetitivo) (Info 606). 
 
Servidor público. Diretor-Presidente de fundação de natureza privada. Processo administrativo disciplinar. 
Atos ilícitos. Recursos públicos. Princípios basilares da administração pública. Lei n. 8.112/1990. 
 
 45 
Aplicabilidade. 
É legal a instauração de procedimento disciplinar, julgamento e sanção, nos moldes da Lei n. 8.112/1990 em face 
de servidor público que pratica atos ilícitos na gestão de fundação privada de apoio à instituição federal de 
ensino superior. MS 21.669-DF, Rel. Min. Gurgel de Faria, por unanimidade, julgado em 23/08/2017, DJe 
09/10/2017 
 
Servidor Público. Remoção de cônjuge a pedido. Acompanhamento. Art. 36, III, "a", da Lei n. 8.112/1990. 
O servidor público federal somente tem direito à remoção prevista no art. 36, parágrafo único, III, "a", da Lei n. 
8.112/1990, na hipótese em que o cônjuge/companheiro, também servidor, tenha sido deslocado de ofício, para 
atender ao interesse da Administração (nos moldes do inciso I do mesmo dispositivo legal). EREsp 1.247.360-RJ, 
Rel. Min. Benedito Gonçalves, por maioria, julgado em 22/11/2017, DJe 29/11/2017 
 
Adicional de Insalubridade. Reconhecimento pela Administração. Retroação dos efeitos do laudo pericial. 
Impossibilidade. O termo inicial do adicional de insalubridade a que faz jus o servidor público é a data do laudo 
pericial. PUIL 413-RS, Rel. Min. Benedito Gonçalves, por unanimidade, julgado em 11/04/2018, DJe 18/04/2018. 
 
Servidor público. Médico do trabalho. Cargo de auditor-fiscal. Enquadramento. Cumulação com outro vínculo 
como médico. Impossibilidade. 
O Auditor Fiscal do Trabalho, com especialidade em medicina do trabalho, não pode cumular o exercício do seu 
cargo com outro da área de saúde. REsp 1.460.331-CE, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, Rel. Acd. Min. Gurgel 
de Faria, por maioria, julgado em 10/04/2018, DJe 07/05/2018 
 
Indenização por trabalho em região de fronteira e ausência de regulamentação 
A Lei n. 12.855/2013, que instituiu a Indenização por Trabalho em Localidade Estratégica, é norma de eficácia 
condicionada à prévia regulamentação, para definição das localidades consideradas estratégicas, para fins de 
pagamento da referida vantagem, de modo que sua definição depende, ainda, que assim sejam consideradas, por 
ato do Poder Executivo, à luz de avaliação discricionária das necessidades que somente a Administração pode 
fazer, em certas localidades fronteiriças, em relação à dificuldade de fixação de pessoal, para o combate aos 
delitos transfronteiriços. Nesse contexto, definição do que se considera localidade estratégica em região de 
fronteira, com dificuldade de fixação de pessoal, cabe ao Poder Executivo regulamentar, nos termos expressos da 
Lei n. 12.855/2013, e não ao Poder Judiciário. REsp 1.617.086-PR, Rel. Min. Assusete Magalhães, Primeira Seção, 
por maioria, julgado em 28/11/2018, DJe 01/02/2019 
 
Impossibilidade de ingresso imediato em classe mais elevada 
A possibilidade de ingresso imediato no último padrão da classe mais elevada do nível superior, afronta os 
princípios da igualdade e da impessoalidade, os quais regem o concurso público. A obrigatoriedade do concurso 
público, com as exceções constitucionais, é um instrumento de efetivação dos princípios da igualdade, da 
impessoalidade e da moralidade, garantindo aos cidadãos o acesso aos cargos públicos em condições de 
igualdade. ADI 1240/DF, rel. Min. Cármen Lúcia, julgamento em 28.2.2019. (ADI-1240) 
 
Limite de remuneração de procuradores municipais 
A expressão "Procuradores", contida na parte final do inciso XI (1) do art. 37 da Constituição da República, 
compreende os procuradores municipais, uma vez que estes se inserem nas funções essenciais à Justiça, estando, 
portanto, submetidos ao teto de noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio mensal, em 
espécie, dos ministros do Supremo Tribunal Federal. RE 663696/MG, rel. Min. Luiz Fux, julgamento em 28.2.2019. 
(RE-663696) 
 
 
 46 
Militar temporário e sem estabilidade. Incapacidade apenas para as atividades militares e sem relação de causa 
e efeito com o serviço militar. Ausência de invalidez. Inexistência de direito à reforma ex officio. 
O militar temporário não estável, considerado incapaz apenas para o serviço militar, somente terá direito à 
reforma ex officio se comprovar o nexo de causalidade entre a moléstia sofrida e a prestação das atividades 
militares. EREsp 1.123.371-RS, Rel. Min. Og Fernandes, Rel. Acd. Min. Mauro Campbell Marques, por maioria, 
julgado em 19/09/2018, DJe 12/03/2019. 
 
Profissionais do magistério público da educação básica. Jornada de trabalho. Art. 2º, § 4º, da Lei n. 11.738/2008. 
Reserva de um terço dacarga horária para dedicação às atividades complementares. 
O cômputo dos dez ou quinze minutos que faltam para que a "hora-aula" complete efetivamente uma "hora de 
relógio" não pode ser considerado como tempo de atividade extraclasse dos profissionais do magistério. REsp 
1.569.560-RJ, Rel. Min. Herman Benjamin, Rel. Ac. Min. Og Fernandes, por maioria, julgado em 21/06/2018, DJe 
11/03/2019 
 
GRATIFICAÇÃO DE SERVIDOR PÚBLICO E SUBSÍDIO 
O Plenário, por maioria e em conclusão de julgamento, julgou improcedente pedido formulado em ação direta 
ajuizada em face de lei estadual, que cuida da denominada “Gratificação de Dedicação Excepcional” devida aos 
servidores da Assembleia Legislativa local. 
O Supremo Tribunal Federal afirmou que o cerne da questão é definir o sentido e o alcance do que se deve atribuir 
ao modelo de retribuição por subsídio, instituído pelo art. 39, § 4º, da Constituição Federal. 
Assim, a controvérsia se limita a saber se a CF admite que servidores da Assembleia Legislativa alagoana, 
submetidos a essa disciplina, podem receber, além da parcela única referida no citado dispositivo, um acréscimo 
a ser pago a título de “Gratificação de Dedicação Excepcional”. 
A Corte observou que, após a edição da EC 19/1998, o subsídio passou a reunir, sob um único título genuinamente 
remuneratório, todos e quaisquer valores pagos aos servidores como contraprestação pelo trabalho executado 
no desempenho normal de suas funções. ADI 4941/AL, rel. orig. Min. Teori Zavascki, red. p/ o ac. Min. Luiz Fux, 
julgamento 14.8.2019. (ADI-4941). 
 
Servidor Público: Reajuste de vencimentos e dever estatal de indenização 
Prevaleceu o voto do ministro Roberto Barroso, o qual, em assentada anterior, afirmou não vislumbrar no art. 37, 
X, da CF dever específico de que a remuneração dos servidores seja objeto de aumentos anuais e, tampouco, em 
percentual obrigatoriamente correspondente à inflação apurada no período. A exegese do termo “revisão” abarca 
entendimento no sentido de que o dispositivo em questão exige uma avaliação anual, que pode resultar, ou não, 
em concessão de aumento. O preceito em questão deve ser interpretado em conjunto com outros dispositivos 
que se distanciam da lógica de reajustes automáticos e de indexação econômica (CF, arts. 7º, IV, e 37, XIII). RE 
565089 /SP, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Roberto Barroso, julgamento em 25.9.2019. (RE-
565089) 
 
Direito de greve de servidores públicos 
Possibilidade de desconto dos dias não trabalhos em virtude de greve no serviço público 
Não se mostra razoável a possibilidade de desconto em parcela única sobre a remuneração do 
servidor público dos dias parados e não compensados provenientes do exercício do direito de greve. 
STJ. 2ª Turma. RMS 49.339-SP, Rel. Min. Francisco Falcão, julgado em 6/10/2016 (Info 592). 
A administração pública deve proceder ao desconto dos dias de paralisação decorrentes do exercício do direito de 
greve pelos servidores públicos, em virtude da suspensão do vínculo funcional que dela decorre. É permitida a 
compensação em caso de acordo. O desconto será, contudo, incabível se ficar demonstrado que a greve foi 
provocada por conduta ilícita do Poder Público. STF. Plenário. RE 693456/RJ, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 
 
 47 
27/10/2016 (repercussão geral) (Info 845). 
 
Policiais são proibidos de fazer greve 
O exercício do direito de greve, sob qualquer forma ou modalidade, é vedado aos policiais civis e a todos os 
servidores públicos que atuem diretamente na área de segurança pública. É obrigatória a participação do Poder 
Público em mediação instaurada pelos órgãos classistas das carreiras de segurança pública, nos termos do art. 
165 do CPC, para vocalização dos interesses da categoria. STF. Plenário. ARE 654432/GO, Rel. orig. Min. Edson 
Fachin, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 5/4/2017 (repercussão geral) (Info 860). 
 
Compete à Justiça Comum (estadual ou federal) decidir se a greve realizada por servidor público é ou não 
abusiva 
A justiça comum, federal ou estadual, é competente para julgar a abusividade de greve de servidores públicos 
celetistas da Administração pública direta, autarquias e fundações públicas. STF. Plenário. RE 846854/SP, rel. 
orig. Min. Luiz Fux, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 1º/8/2017 (repercussão geral) (Info 871). 
 
Aposentadoria de servidores públicos 
Aproveitamento do tempo trabalhado como “aluno aprendiz” 
Com a edição da Lei nº 3.353/59, passou-se a exigir, para a contagem do tempo mencionado, a demonstração 
de que a mão de obra foi remunerada com o pagamento de encomendas. O elemento essencial à caracterização 
do tempo de serviço como aluno-aprendiz não é a percepção de vantagem direta ou indireta, mas a efetiva 
execução do ofício para o qual recebia instrução, mediante encomendas de terceiros. 
Como consequência, a declaração emitida por instituição de ensino profissionalizante somente comprova o 
período de trabalho caso registre expressamente a participação do educando nas atividades laborativas 
desenvolvidas para atender aos pedidos feitos às escolas. STF. 1ª Turma. MS 31518/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, 
julgado em 7/2/2017 (Info 853). 
 
Não se aplica a aposentadoria compulsória para titulares de serventias judiciais não estatizadas não ocupantes 
de cargo público e que não recebam remuneração dos cofres públicos 
Não se aplica a aposentadoria compulsória prevista no art. 40, § 1º, II, da CF aos titulares de serventias judiciais 
não estatizadas, desde que não sejam ocupantes de cargo público efetivo e não recebam remuneração 
proveniente dos cofres públicos. STF. Plenário. RE 647827/PR, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 15/2/2017 
(repercussão geral) (Info 854). 
 
EC 70/2012 produz efeitos financeiros somente a partir da data de sua promulgação 
Os efeitos financeiros das revisões de aposentadoria concedida com base no art. 6º-A da EC 41/2003, introduzido 
pela EC 70/2012, somente se produzirão a partir da data de sua promulgação (30/3/2012). STF. Plenário. RE 
924456/RJ, rel. orig. Min. Dias Toffoli, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 5/4/2017 (Info 860). 
 
Guardas municipais e aposentadoria especial 
Diante da ausência de legislação específica, não cabe ao Poder Judiciário garantir aposentadoria especial a 
guarda municipal. MI 6515/DF, rel. Min. Roberto Barroso, julgamento em 20.6.2018. (MI-6515) MI 6770/DF, rel. 
Min. Alexandre de Moraes, red. p/ o ac. Min. Roberto Barroso, julgamento em 20.6.2018. (MI-6770) MI 6773/DF, 
 
 48 
rel. Min. Alexandre de Moraes, red. p/ o ac. Min. Roberto Barroso, julgamento em 20.6.2018. (MI-6773) MI 
6780/DF, rel. Min. Alexandre de Moraes, red. p/ o ac. Min. Roberto Barroso, julgamento em 20.6.2018. (MI-
6780) MI 6874/DF, rel. Min. Alexandre de Moraes, red. p/ o ac. Min. Roberto Barroso, julgamento em 20.6.2018. 
(MI-6874) 
 
Improbidade Administrativa 
STJ, 633 - A Lei n. 9.784/1999, especialmente no que diz respeito ao prazo decadencial para a revisão de atos 
administrativos no âmbito da Administração Pública federal, pode ser aplicada, de forma subsidiária, aos estados 
e municípios, se inexistente norma local e específica que regule a matéria. Primeira Seção, julgado em 
12/06/2019, DJe 17/06/2019. 
 
STJ, 634 – Ao particular aplica-seo mesmo regime prescricional previsto na Lei de Improbidade Administrativa 
para o agente público. Primeira Seção, julgado em 12/06/2019, DJe 17/06/2019. 
 
STJ, 635 - Os prazos prescricionais previstos no art. 142 da Lei n. 8.112/1990 iniciam-se na data em que a 
autoridade competente para a abertura do procedimento administrativo toma conhecimento do fato, 
interrompem-se com o primeiro ato de instauração válido - sindicância de caráter punitivo ou processo disciplinar 
- e voltam a fluir por inteiro, após decorridos 140 dias desde a interrupção. Primeira Seção, julgado em 
12/06/2019, DJe 17/06/2019. 
 
Possibilidade de dupla condenação pelo mesmo dano causado 
Não configura bis in idem a coexistência de título executivo extrajudicial (acórdão do TCU) e sentença 
condenatória em ação civil pública de improbidade administrativa que determinam o ressarcimento ao erário e 
se referem ao mesmo fato, desde que seja observada a dedução do valor da obrigação que primeiramente 
foi executada no momento da execução do títuloremanescente. STJ. 1ª Turma. REsp 1.413.674-SE, Rel. Min. 
Olindo Menezes (Desembargador Convocado do TRF 1ª Região), Rel. para o acórdão Min. Benedito Gonçalves, 
julgado em 17/5/2016 (Info 584). 
 
Aplica-se às ações de improbidade administrativa o reexame necessário previsto no art. 19 da lei da ação 
popular 
A sentença que concluir pela carência ou pela improcedência de ação de improbidade administrativa está sujeita 
ao reexame necessário, com base na aplicação subsidiária do CPC e por aplicação analógica da primeira parte do 
art. 19 da Lei nº 4.717/65. STJ. 1ª Seção. EREsp 1.220.667-MG, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 
24/5/2017 (Info 607). 
 
Ação de improbidade administrativa: ministro de estado e foro competente 
Os agentes políticos, com exceção do Presidente da República, encontram-se sujeitos a duplo regime 
sancionatório, de modo que se submetem tanto à responsabilização civil pelos atos de improbidade 
administrativa quanto à responsabilização político-administrativa por crimes de responsabilidade. 
O foro especial por prerrogativa de função previsto na Constituição Federal (CF) em relação às infrações penais 
comuns não é extensível às ações de improbidade administrativa. 
Já no concernente à extensão do foro especial, o Tribunal afirmou que o foro privilegiado é destinado a abarcar 
apenas as ações penais. A suposta gravidade das sanções previstas no art. 37, § 4º, da CF, não reveste a ação de 
improbidade administrativa de natureza penal. Pet 3240 AgR/DF, rel. Min. Teori Zavascki, red. p/ o ac. Min. 
Roberto Barroso, julgamento em 10.5.2018. (Pet-3240) 
 
 49 
 
 
Processo Administrativo Disciplinar 
Possibilidade de empréstimo de interceptação telefônica de processo criminal 
A prova colhida mediante autorização judicial e para fins de investigação ou processo criminal pode ser utilizada 
para instruir procedimento administrativo punitivo. Assim, é possível que as provas provenientes de 
interceptações telefônicas autorizadas judicialmente em processo criminal sejam emprestadas para o 
processo administrativo disciplinar. STF. 1ª Turma. RMS 28774/DF, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o 
acórdão Min. Roberto Barroso, julgado em 9/8/2016 (Info 834). 
 
Ausência de nulidade pela não transcrição integral dos dados obtidos em interceptação telefônica 
Mesmo em matéria penal, a jurisprudência do STF e do STJ é no sentido de que não é necessária a degravação 
integral das escutas, sendo bastante que dos autos constem excertos suficientes a embasar o oferecimento 
da denúncia. O servidor processado, que também é réu no processo criminal, tem acesso à integralidade das 
interceptações e, se entender necessário, pode juntar no processo administrativo os eventuais trechos que 
considera pertinentes ao deslinde da controvérsia. O acusado em processo administrativo disciplinar não possui 
direito subjetivo ao deferimento de todas as provas requeridas nos autos, ainda mais quando consideradas 
impertinentes ou meramente protelatórias pela comissão processante (art. 156, §1º, Lei nº 8.112/90). STF. 1ª 
Turma. RMS 28774/DF, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o acórdão Min. Roberto Barroso, julgado em 
9/8/2016 (Info 834). 
 
Recebimento de auxílio moradia de má fé e inexistência de decadência 
Servidor que recebeu auxílio-moradia apresentando declaração falsa de que havia se mudado para outra 
cidade terá que ressarcir o erário e devolver os valores recebidos mesmo que já se tenha passado mais de 5 
anos desde a data em que o pagamento foi autorizado. STF. 1ª Turma. MS 32.569/DF, rel. orig. Min. Marco 
Aurélio, rel. p/ o ac. Min. Edson Fachin, julgado em 13/09/2016 (Info 839). 
Competência para julgamento de ação proposta por servidor que ingressou na Administração sem concurso 
público 
Compete à Justiça do Trabalho julgar causa relacionada com depósito do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço 
(FGTS) de servidor que ingressou no serviço público antes da Constituição de 1988 sem prestar concurso. STF. 
Plenário. CC 7.950/RN, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 14/09/2016 (Info 839). 
Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar demandas propostas contra órgãos da Administração Pública, 
por servidores que ingressaram em seus quadros, sem concurso público, antes da CF/88, sob regime da CLT, com o 
objetivo de obter prestações de natureza trabalhista. STF. Plenário. ARE 906491 RG, Rel. Min. Teori Zavascki, 
julgado em 01/10/2015 (repercussão geral). 
 
Inconstitucionalidade de lei que amplie a incidência do art. 19 da ADCT (estabilidade à servidores ingressos antes 
de 1983) 
O art. 19 do ADCT da CF/88 previu que os servidores públicos que estavam em exercício há pelo menos 5 
anos quando a Constituição Federal foi promulgada, deveriam ser considerados estáveis, mesmo não tendo 
sido admitidos por meio de concurso público. Desse modo, quem ingressou no serviço público, sem concurso, 
até 05/10/1983 e assim permaneceu, de forma continuada, tornou-se estável com a edição da CF/88. É 
inconstitucional Constituição estadual ou lei estadual que amplie a abrangência do art. 19 do ADCT e preveja 
 
 50 
estabilidade para servidores públicos admitidos sem concurso público mesmo após 05/10/1983 (5 anos antes da 
CF/88). STF. Plenário. ADI 1241/RN, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 22/09/2016 (Info 840). 
 
A instauração de processo disciplinar contra servidor efetivo cedido deve ocorrer, preferencialmente, no 
órgão em que tenha sido praticada a suposta irregularidade. 
Por outro lado, o julgamento e a eventual aplicação de sanção só podem ocorrer no órgão ao qual o servidor 
efetivo estiver vinculado. STJ. Corte Especial. MS 21.991-DF, Rel. Min. Humberto Martins, Rel. para acórdão Min. 
João Otávio de Noronha, julgado em 16/11/2016 (Info 598). 
 
Utilização no PAD de dados obtidos em descoberta fortuita na investigação criminal 
 É possível a utilização de dados obtidos por descoberta fortuita em interceptações telefônicas devidamente 
autorizadas como prova emprestada em processo administrativo disciplinar. STF. 1ª Turma. MS 30361 AgR/DF, 
Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 29/8/2017 (Info 875). 
 
Aplicação de crime continuado no PAD 
Há fatos ilícitos administrativos que, se cometidos de forma continuada pelo servidor público,não se sujeitam à 
sanção com aumento do quantum sancionatório previsto no art. 71, caput, do CP. STJ. 1ª Seção. REsp 1.471.760-
GO, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em 22/2/2017 (Info 602). 
 
STJ, 611 - Desde que devidamente motivada e com amparo em investigação ou sindicância, é permitida a 
instauração de processo administrativo disciplinar com base em denúncia anônima, em face do poder-dever de 
autotutela imposto à Administração. Primeira Seção, aprovada em 09/05/2018, DJe 14/05/2018. 
 
Processo administrativo disciplinar. Servidor do Poder Executivo Federal. Cessão para o Poder Legislativo. 
Pena de demissão. Competência correicional da Controladoria-Geral da União. 
Compete ao Ministro de Estado Chefe da Controladoria-Geral da União a aplicação da penalidade de demissão 
a servidor do Poder Executivo Federal, independentemente de se encontrar cedido à época dos fatos para o 
Poder Legislativo Federal. MS 19.994-DF, Rel. Min. Benedito Gonçalves, por maioria, julgado em 23/05/2018, 
DJe 29/06/2018 
 
Concurso público 
Inexistência de direito subjetivo ao candidato aprovado fora do número de vagas previstas no edital 
Determinado candidato foi aprovado fora do número de vagas. Todos os aprovados dentro do número de 
vagas foram nomeados e empossados. Durante o prazo de validade do concurso, um servidor se aposentou, 
mas não houve autorização do Ministério do Planejamento para que o órgão federal fizesse o provimento 
desta vaga. Um mês após o fim do prazo de validade do concurso, a Administração Pública abriu novo concurso 
para este cargo. 
O STF entendeu que este candidato não possui direito líquido e certo à nomeação porque: 
a) foi aprovado fora do número de vagas previsto no edital; e 
b) o prazo de validade do concurso em que ele foi aprovado expirou antes da abertura do novo certame. 
c) realmente surgiu uma vaga decorrente da aposentadoria, mas não houve manifestação do órgão 
competente se havia disponibilidade orçamentária para que este cargo fosse imediatamente provido. 
O mero surgimento de vagas ou a abertura de novo concurso para o mesmo cargo não gera direito subjetivo à 
 
 51 
nomeação do candidato aprovado fora do número de vagas, cabendo a ele demonstrar, de forma inequívoca, que 
houve preterição arbitrária e imotivada por parte da administração pública. No caso concreto, o STF entendeu 
que isso não ficou comprovado. Assim, para o Tribunal, a situação não se enquadra nas hipóteses previstas no 
RE 837311/PI. STF. 1ª Turma. RMS 31478/DF, red. p/ o acórdão Min. Edson Fachin, julgado em 9/8/2016 (Info 
834). 
 
Impossibilidade de restrição a candidatos com tatuagem 
Editais de concurso público não podem estabelecer restrição a pessoas com tatuagem, salvo situações 
excepcionais em razão de conteúdo que viole valores constitucionais. STF. Plenário. RE 898450/SP, Rel. 
Min. Luiz Fux, julgado em 17/8/2016 (repercussão geral) (Info 835). 
 
Ação questionando critérios do psicotécnico previstos no edital deve ser proposta contra a entidade que 
promoveu o concurso (e não contra a instituição contratada) 
Em ação ordinária na qual se discute a eliminação de candidato em concurso público – em razão da subjetividade 
dos critérios de avaliação de exame psicotécnico previstos no edital – a legitimidade passiva será da entidade 
responsável pela elaboração do certame. STJ. 1ª Turma. REsp 1.425.594-ES, Rel. Min. Regina Helena Costa, 
julgado em 7/3/2017 (Info 600). 
 
A nomeação tardia a cargo público em decorrência de decisão judicial não gera direito à promoção retroativa 
A nomeação tardia de candidatos aprovados em concurso público, por meio de ato judicial, à qual atribuída 
eficácia retroativa, não gera direito às promoções ou progressões funcionais que alcançariam se houvesse 
ocorrido, a tempo e modo, a nomeação. STF. Plenário. RE 629392 RG/MT, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 
8/6/2017 (repercussão geral) 
 
Concurso Público. Teste de aptidão física. Modificação na ordem de aplicação das provas. Prévia divulgação por 
edital complementar. Isonomia. Legalidade. 
A simples alteração na ordem de aplicação das provas de teste físico em concurso público, desde que anunciada 
com antecedência e aplicada igualmente a todos, não viola direito líquido e certo dos candidatos inscritos. 
Isto porque o procedimento assim balizado respeita os princípios constitucionais da publicidade e da 
razoabilidade, previstos no artigo 37, caput, da Constituição Federal e nos arts. 2º, parágrafo único, incisos I a VIII 
e XIII; 26 e 28 da Lei Federal n. 9.784/1999. Além disso, o objetivo dos concursos públicos de provas ou provas e 
títulos, previstos nos incisos I a IV do art. 37 da CF é assegurar a observância do princípio da isonomia para ingresso 
nos quadros efetivos da Administração Pública. RMS 36.064-MT, Rel. Min. Sérgio Kukina, por unanimidade, 
julgado em 13/6/2017, DJe 22/6/2017. 
 
Concurso público. Nomeação tardia. Erro reconhecido pela Administração. Indenização. Remuneração 
retroativa. Impossibilidade. 
A nomeação tardia de candidatos aprovados em concurso público não gera direito à indenização, ainda que a 
demora tenha origem em erro reconhecido pela própria Administração Pública REsp 1.238.344-MG, Rel. Min. 
Sérgio Kukina, por maioria, julgado em 30/11/2017, DJe 19/12/2017 
 
Concurso público. Candidatos aprovados fora do limite de vagas. Surgimento de novas vagas. Manifestação 
 
 52 
inequívoca da administração sobre a necessidade de seu provimento. Ausência de prova de restrição 
orçamentária. Direito subjetivo à nomeação. 
O candidato aprovado em concurso público fora do número de vagas tem direito subjetivo à nomeação caso 
surjam novas vagas durante o prazo de validade do certame, haja manifestação inequívoca da administração 
sobre a necessidade de seu provimento e não tenha restrição orçamentária. MS 22.813-DF, Rel. Min. Og 
Fernandes, por maioria, julgado em 13/06/2018, DJe 22/06/2018 
 
Constitucionalidade da previsão de reserva de vagas para pessoas pde 
O Plenário do STF, reconheceu a constitucionalidade da previsão de reserva de vagas no serviço público para 
pessoas portadoras de deficiência, conforme previsto no art. 307 da CRFB ADI 825/AP, rel. Min. Alexandre de 
Moraes, julgamento em 25.10.2018. (ADI-825) 
 
Concurso público. Agente penitenciário feminino. Curso de formação. Candidata lactante. Proteção 
constitucional. Remarcação. Possibilidade. 
É constitucional a remarcação de curso de formação para o cargo de agente penitenciário feminino de candidata 
que esteja lactante à época de sua realização, independentemente da previsão expressa em edital do concurso 
público. RMS 52.622-MG, Rel. Min. Gurgel de Faria, por unanimidade, julgado em 26/03/2019, DJe 29/03/2019 
 
Direito subjetivo à nomeação e contratação de terceirizados 
A Primeira Turma, por maioria, deu provimento a agravo regimental para julgar improcedente o pedido formulado 
em reclamação ajuizada contra acórdão de tribunal regional do trabalho (TRT) que reconheceu o direito subjetivo 
à nomeação de candidatos aprovados para cadastro de reserva em concurso público para o cargo de advogado 
de sociedade de economia mista, ante a contratação de escritórios de advocacia durante o prazo de vigência do 
certame. 
Considerou, ademais, não ter ocorrido vedaçãoà terceirização dos serviços. O acórdão reclamado não enfrentou 
a questão à luz dos dispositivos legais invocados pelos reclamantes nem fez nenhum juízo expresso ou implícito 
da sua constitucionalidade. 
 
Anistia política 
Pagamento de valores retroativos aos anistiados políticos 
Reconhecido o direito à anistia política, a falta de cumprimento de requisição ou determinação de providências 
por parte da União, por intermédio do órgão competente, no prazo previsto nos artigos 12, parágrafo 4º, e 18, 
caput, parágrafo único, da Lei 10.559 de 2002, caracteriza ilegalidade e violação de direito líquido e certo. 
Havendo rubricas no orçamento destinadas ao pagamento das indenizações devidas aos anistiados políticos, e 
não demonstrada a ausência de disponibilidade de caixa, a União há de promover o pagamento do valor ao 
anistiado no prazo de 60 dias. 
Na ausência ou na insuficiência de disponibilidade orçamentária no exercício em curso, cumpre à União promover 
sua previsão no projeto de lei orçamentária imediatamente seguinte. STF. Plenário. RE 553710/DF, Rel. Min. 
Dias Toffoli, julgado em 17/11/2016 (repercussão geral) (Info 847). 
 
Não sujeição dos valores da indenização ao regime de precatórios 
A decisão judicial que, em julgamento de mandado de segurança, determina que a União faça o pagamento 
dos valores atrasados decorrentes de reparação econômica devida a anistiado político não se submete ao regime 
dos precatórios, devendo o pagamento ser feito de forma imediata. STF. Plenário. RE 553710/DF, Rel. Min. Dias 
Toffoli, julgado em 17/11/2016 (Info 847). 
 
 53 
 
Cabimento de MS contra ato de Ministro que não efetuou o pagamento de valores atrasados a anistiado político 
Cabe mandado de segurança contra ato do Ministro da Defesa que não efetua o pagamento dos valores atrasados 
decorrentes da reparação econômica devida a anistiado político (art. 8º do ADCT). Diferentemente de uma 
ação de cobrança, que é proposta para o pagamento de valores atrasados, no caso em tela temos um mandado 
de segurança impetrado para que seja cumpra norma editada pela própria Administração (Portaria do Ministro 
da Justiça). STF. Plenário. RE 553710/DF, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 17/11/2016 (Info 847). 
 
Servidor público. Pretensão de reintegração em cargo público. Afastamento motivado por perseguição política. 
Regime militar. Imprescritibilidade. 
São imprescritíveis as ações de reintegração em cargo público quando o afastamento se deu em razão de atos de 
exceção praticados durante o regime militar. REsp 1.565.166-PR, Rel. Min. Regina Helena Costa, por unanimidade, 
julgado em 26/06/2018, DJe 02/08/2018 
 
STJ, 624 - É possível cumular a indenização do dano moral com a reparação econômica da Lei n. 10.559/2002 (Lei 
da Anistia Política). 
 
Precatórios 
É possível aplicar o regime de precatórios às sociedades de economia mista 
É aplicável o regime dos precatórios às sociedades de economia mista prestadoras de serviço público próprio do 
Estado e de natureza não concorrencial. STF. Plenário. ADPF 387/PI, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 
23/3/2017 (Info 858). 
 
Incidem juros da mora entre a data da realização dos cálculos e a da requisição ou do precatório 
Incidem os juros da mora no período compreendido entre a data da realização dos cálculos e a da requisição de 
pequeno valor (RPV) ou do precatório. STF. Plenário. RE 579431/RS, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 
19/4/2017 (repercussão geral) (Info 861). 
Obs: cuidado para não confundir com a SV 17: Durante o período previsto no parágrafo 1º (obs: atual § 5º) do 
artigo 100 da Constituição, não incidem juros de mora sobre os precatórios que nele sejam pagos. O período de 
que trata este RE 579431/RS é anterior à requisição do precatório, ou seja, anterior ao interregno tratado pela 
SV 17. 
 
Empresa pública e precatórios 
Não se submetem ao regime de precatório as empresas públicas dotadas de personalidade jurídica de direito 
privado com patrimônio próprio e autonomia administrativa que exerçam atividade econômica sem monopólio 
e com finalidade de lucro. Com base nesse entendimento, a Primeira Turma, por maioria, negou provimento a 
recurso extraordinário em que se pretendia a submissão de empresa pública à sistemática dos precatórios. 
O colegiado entendeu que, conforme jurisprudência do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Tribunal Superior 
do Trabalho (TST), essas empresas devem se sujeitar ao regime de execução direta. Vencidos os ministros 
Alexandre de Moraes (relator) e Roberto Barroso, que entenderam ser possível a cobrança judicial de empresa 
pública por meio de precatórios. RE 892727/DF, rel. orig. Min. Alexandre de Morais, red. p/ o ac. Min. Rosa 
Weber, julgamento em 7.8.2018. (RE-892727) 
 
 54 
 
FUNDEF 
Possibilidade de retenção de parcela das verbas complementares do FUNDEF referentes à honorários 
advocatícios 
No caso em que Município obtenha êxito em ação judicial destinada à complementação de repasses efetuados 
pela União ao Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério 
(FUNDEF), será legítima a retenção de parte das referidas verbas complementares para o pagamento de 
honorários advocatícios contratuais (art. 22, 
§4º, da Lei nº 8.906/94). STJ. 2ª Turma. REsp 1.604.440-PE, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 
14/6/2016 (Info 585). 
 
 
 55 
DIREITO AMBIENTAL 
STJ, 623 - As obrigações ambientais possuem natureza propter rem, sendo admissível cobrá-las do proprietário 
ou possuidor atual e/ou dos anteriores, à escolha do credor. 
 
STJ, 629 - Quanto ao dano ambiental, é admitida a condenação do réu à obrigação de fazer ou à de não fazer 
cumulada com a de indenizar 
 
Área de preservação permanente. Patamar mínimo de proteção imposto pelo Código Florestal. Redução do 
grau protetivo por legislação municipal. Impossibilidade. Prevalência do Código Florestal. 
A legislação municipal não pode reduzir o patamar mínimo de proteção marginal dos cursos d’água, em toda sua 
extensão, fixado pelo Código Florestal. AREsp 1.312.435-RJ, Rel. Min. Og Fernandes, por unanimidade, julgado em 
07/02/2019, DJe 21/02/2019 
 
Animal silvestre. Habitat natural. Reintegração. Inviabilidade. Dimensão ecológica do princípio da dignidade 
humana. 
Viola a dimensão ecológica da dignidade humana a reintegração, ao seu habitat natural, de ave silvestre que já 
possui hábitos de animal de estimação e convivência habitual duradoura com seu dono. REsp 1.797.175-SP, Rel. 
Min. Og Fernandes, por unanimidade, julgado em 21/03/2019, DJe 28/03/2019 
 
Competência legislativa ambiental 
Municípios podem legislar sobre Direito Ambiental, desde que o façam fundamentadamente 
Os Municípios podem legislar sobre Direito Ambiental, desde que o façam fundamentadamente. STF. 2ª Turma. 
ARE 748206 AgR/SC, Rel Min. Celso de Mello, julgado em 14/3/2017 (Info 857). 
 
Compete aos Municípios legislar sobre meio ambiente em assuntos de interesse local 
O Município tem competência para legislar sobre meio ambiente e controleda poluição, quando se tratar de 
interesse local. STF. Plenário. RE 194704/MG, rel. orig. Min. Carlos Velloso, red. p/ o ac. Min. Edson Fachin, julgado 
em 29/6/2017 (Info 870). 
 
Normas municipais podem prever multas para os proprietários de veículos que emitem fumaça acima dos 
padrões aceitáveis 
É constitucional lei municipal, regulamentada por decreto, que preveja a aplicação de multas para os proprietários 
de veículos automotores que emitem fumaça acima de padrões considerados aceitáveis. 
O Município tem competência para legislar sobre meio ambiente e controle da poluição, quando se tratar de 
interesse local. STF. Plenário. RE 194704/MG, rel. orig. Min. Carlos Velloso, red. p/ o ac. Min. Edson Fachin, julgado 
em 29/6/2017 (Info 870). 
 
Estado-membro pode legislar sobre controle de resíduos de embarcações, oleodutos e instalações costeiras 
Em tese, o Estado-membro detém competência para legislar sobre controle de resíduos de embarcações, 
oleodutos e instalações costeiras. Isso porque o objeto dessa lei é a tutela ao meio ambiente, sendo essa matéria 
de competência concorrente, nos termos do art. 24, VI e VIII, da CF/88. STF. Plenário. ADI 2030/SC, Rel. Min. 
Gilmar Mendes, julgado em 9/8/2017 (Info 872). 
 
As leis estaduais que proíbem o uso do amianto são constitucionais. 
 
 56 
O art. 2º da Lei federal nº 9.055/95, que autorizava a utilização da crisotila (espécie de amianto), é 
inconstitucional. 
Houve a inconstitucionalidade superveniente (sob a óptica material) da Lei nº 9.055/95, por ofensa ao direito à 
saúde (art. 6º e 196, CF/88); ao dever estatal de redução dos riscos inerentes ao trabalho por meio de normas de 
saúde, higiene e segurança (art. 7º, inciso XXII, CF/88); e à proteção do meio ambiente (art. 225, CF/88). STF. 
Plenário. ADI 3937/SP, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Dias Toffoli, julgado em 24/8/2017 (Info 
874). 
 
Intimação eletrônica prevalece sobre o Diário da Justiça Eletrônico 
Na hipótese de duplicidade de intimações, prevalece a intimação eletrônica sobre aquela realizada por meio do 
DJe. STJ. 3ª Turma. AgInt no AREsp 903.091-RJ, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em 16/3/2017 (Info 
601). 
 
Início do prazo em caso de intimação/citação realizadas por correio, oficial de justiça ou por carta de ordem, 
precatória ou rogatória 
Nos casos de intimação/citação realizadas por correio, oficial de justiça, ou por carta de ordem, precatória ou 
rogatória, o prazo recursal inicia-se com a juntada aos autos do aviso de recebimento, do mandado cumprido, ou 
da juntada da carta. STJ. Corte Especial. REsp 1.632.777-SP, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, julgado em 
17/5/2017 (recurso repetitivo) (Info 604). 
 
STJ, 613 - Não se admite a aplicação da teoria do fato consumado em tema de Direito Ambiental. Primeira 
Seção, aprovada em 09/05/2018, DJe 14/05/2018. 
 
 
Responsabilidade 
Dano ambiental. Responsabilidade administrativa ambiental. Dolo ou culpa. Demonstração. Necessidade. 
A responsabilidade administrativa ambiental é de natureza subjetiva. EREsp 1.318.051-RJ, Rel. Min. Mauro 
Campbell Marques, Primeira Seção, por unanimidade, julgado em 08/05/2019, DJe 12/06/2019. 
 
Responsabilidade civil ambiental. Ação indenizatória. Danos extrapatrimoniais. Acidente ambiental. Explosão 
do navio Vicuña. Porto de Paranaguá. Pescadores profissionais. Proibição temporária de pesca. Empresas 
adquirentes da carga transportada. Ausência de responsabilidade. Nexo de causalidade não configurado. 
As empresas adquirentes da carga transportada pelo navio Vicunã no momento de sua explosão, no Porto de 
Paranaguá/PR, em 15/11/2004, não respondem pela reparação dos danos alegadamente suportados por 
pescadores da região atingida, haja vista a ausência de nexo causal a ligar tais prejuízos (decorrentes da proibição 
temporária da pesca) à conduta por elas perpetrada (mera aquisição pretérita do metanol transportado). 
Isso porque, não sendo as adquirentes da carga do referido navio responsáveis diretas pelo acidente ocorrido, só 
haveria falar em sua responsabilização - na condição de indiretamente responsável pelo dano ambiental - caso 
restasse demonstrada (i) a existência de comportamento omissivo de sua parte; (ii) que o risco de acidentes no 
transporte marítimo fosse ínsito à sua atividade ou (iii) que estivesse a seu encargo, e não a encargo da empresa 
vendedora, a contratação do transporte da carga que lhe seria destinada. Sendo certo que nenhuma das 
mencionadas situações se verificou, afasta-se o dever de indenizar, por ausência do nexo causal imprescindível à 
sua configuração. REsp 1.602.106-PR, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, Segunda Seção, por unanimidade, 
 
 57 
julgado em 25/10/2017, DJe 22/11/2017 
 
STJ, 618 - A inversão do ônus da prova aplica-se às ações de degradação ambiental. 
 
Crimes ambientais 
Crime ambiental. Transporte de produtos tóxicos, nocivos ou perigosos. Art. 56, caput, da Lei n. 9.605/1998. 
Resolução da ANTT n. 420/2004. Crime de perigo abstrato. Perícia. Prescindibilidade 
O crime previsto no art. 56, caput da Lei n. 9.605/1998 é de perigo abstrato, sendo dispensável a produção de 
prova pericial para atestar a nocividade ou a periculosidade dos produtos transportados, bastando que estes 
estejam elencados na Resolução n. 420/2004 da ANTT. REsp 1.439.150-RS, Rel. Min. Rogério Schietti Cruz, por 
unanimidade, julgado em 05/10/2017, DJe 16/10/2017 
 
Art. 54, § 2º, V da Lei n. 9.605/98. Poluição. Deságue de esgoto em nascentes localizadas em área de proteção 
ambiental. Programa habitacional popular. Fiscalização da aplicação dos recursos públicos pela Caixa Econômica 
Federal (CEF). Atuação como mero agente financeiro. Contrato que isenta a CEF de responsabilidade pela higidez 
da obra. Competência da Justiça estadual. 
Compete à Justiça estadual o julgamento de crime ambiental decorrente de construção de moradias de programa 
habitacional popular, nas hipóteses em que a Caixa Econômica Federal atue, tão somente, na qualidade de agente 
financiador da obra. CC 139.197-RS, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, por unanimidade, julgado em 25/10/2017, DJe 
09/11/2017. 
 
Crime do art. 54 da Lei n. 9.605/1998. Natureza formal do delito. Realização de perícia. Desnecessidade. 
Potencialidade de dano à saúde. 
O delito previsto na primeira parte do artigo 54 da Lei n. 9.605/1998 possui natureza formal, sendo suficiente a 
potencialidade de dano à saúde humana para configuração da conduta delitiva. EREsp 1.417.279-SC, Rel. Min. 
Joel Ilan Paciornik, por unanimidade, julgado em 11/04/2018, DJe 20/04/2018 
 
 
 58 
DIREITO CIVIL 
Direitos da Personalidade 
Possibilidade de alteração do registro civil após aquisição de dupla cidadania 
O brasileiro que adquiriu dupla cidadania pode ter seu nome retificado no registro civil do Brasil, desde que 
isso não cause prejuízo a terceiros, quando vier a sofrer transtornos no exercício da cidadania por força da 
apresentação de documentos estrangeiros com sobrenomeimposto por lei estrangeira e diferente do que 
consta em seus documentos brasileiros. STJ. 3ª Turma. REsp 1.310.088-MG, Rel. Min. João Otávio de Noronha, 
Rel. para acórdão Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em 17/5/2016 (Info 588). 
 
Transexual: alteração de nome e gênero e cirurgia de redesignação de sexo 
O transgênero tem direito fundamental subjetivo à alteração de seu prenome e de sua classificação de gênero no 
registro civil, não se exigindo, para tanto, nada além da manifestação de vontade do indivíduo, o qual poderá 
exercer tal faculdade tanto pela via judicial como diretamente pela via administrativa. 
Essa alteração deve ser averbada à margem do assento de nascimento, vedada a inclusão do termo “transgênero”. 
Nas certidões do registro não constará nenhuma observação sobre a origem do ato, vedada a expedição de 
certidão de inteiro teor, salvo a requerimento do próprio interessado ou por determinação judicial. 
Efetuando-se o procedimento pela via judicial, caberá ao magistrado determinar de ofício ou a requerimento do 
interessado a expedição de mandados específicos para a alteração dos demais registros nos órgãos públicos ou 
privados pertinentes, os quais deverão preservar o sigilo sobre a origem dos atos. 
Com base nesse entendimento, o Plenário, por maioria, ao apreciar o Tema 761 da repercussão geral, deu 
provimento a recurso extraordinário em que se discutia a possibilidade de alteração de gênero no assento de 
registro civil de transexual — como masculino ou feminino — independentemente da realização de procedimento 
cirúrgico de redesignação de sexo (Informativo 885). RE 670422/RS, rel. Min. Dias Toffoli, julgamento em 
15.8.2018. (ADI-670422) 
Prevaleceu o voto do ministro Dias Toffoli (relator). Este reajustou o voto proferido na assentada anterior para se 
adequar ao que decidido na ADI 4.275/DF (Informativo 892), no sentido de conceder aos transgêneros, e não só 
aos transexuais, o direito a referidas alterações, na via administrativa ou judicial, em procedimento de jurisdição 
voluntária. 
 
Ação indenizatória. Documentário biográfico. Dano moral. Não configuração. Representação do autor da 
demanda por ator contratado. Autorização prévia. Desnecessidade. Uso indevido da imagem. Não ocorrência. 
Súmula 403/STJ. Inaplicabilidade. 
A Súmula 403/STJ é inaplicável às hipóteses de representação da imagem de pessoa como coadjuvante em obra 
biográfica audiovisual que tem por objeto a história profissional de terceiro. REsp 1.454.016-SP, Rel. Min. Nancy 
Andrighi, Rel. Acd. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, por maioria, julgado em 12/12/2017, DJe 12/03/2018. 
 
Responsabilidade civil. Obra literária. Figura pública. Informação inverossímil. Abuso do direito de expressão e 
de informação. Direito à retratação e ao esclarecimento da verdade. Cabimento. Julgamento da ADPF n. 
130/DF. Não recepção da Lei de Imprensa. 
O direito à retratação e ao esclarecimento da verdade possui previsão na Constituição da República e na Lei Civil, 
não tendo sido afastado pelo Supremo Tribunal Federal no julgamento da ADPF n. 130/DF. REsp 1.771.866-DF, 
Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, por unanimidade, julgado em 12/02/2019, DJe 19/02/2019 
 
 59 
 
Direito ao cadáver. Destinação do corpo humano após a morte. Manifestação de última vontade do indivíduo. 
Inexistência de formalidade específica. Criogenia. Possibilidade. 
Não há exigência de formalidade específica acerca da manifestação de última vontade do indivíduo sobre a 
destinação de seu corpo após a morte, sendo possível a submissão do cadáver ao procedimento de criogenia em 
atenção à vontade manifestada em vida. REsp 1.693.718-RJ, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, por unanimidade, 
julgado em 26/03/2019, DJe 04/04/2019 
 
Alteração do nome. Retificação do registro civil. Acréscimo de segundo patronímico. Data de celebração do 
casamento. Escolha posterior. Possibilidade. Direito da personalidade. 
É possível a retificação do registro civil para acréscimo do segundo patronímico do marido ao nome da mulher 
durante a convivência matrimonial. REsp 1.648.858-SP, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, Terceira Turma, por 
unanimidade, julgado em 20/08/2019, DJe 28/08/2019 
 
Direito autoral 
Transmissão de músicas por streaming exige pagamento de direitos autorais ao ECAD 
A transmissão de músicas por meio da rede mundial de computadores mediante o emprego da tecnologia 
streaming (webcasting e simulcasting) demanda autorização prévia e expressa pelo titular dos direitos de autor 
e caracteriza fato gerador de cobrança pelo ECAD relativa à exploração econômica desses direitos. STJ. 2ª Seção. 
REsp 1559264/RJ, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 08/02/2017 (Info 597). 
 
Ideias e indicações de bibliografia não gozam de proteção dos direitos de autor 
As ideias que servem de base e a bibliografia de que se vale autor de texto de dissertação de mestrado não estão 
abarcadas pela proteção aos direitos de autor. STJ. 3ª Turma. REsp 1.528.627-SC, Rel. Min. Paulo de Tarso 
Sanseverino, julgado em 7/3/2017 (Info 600). 
 
A criação de nova espécie de seguro não possui a proteção da Lei de Direitos Autorais 
A Lei de Direitos Autorais não pode tolher a criatividade e a livre iniciativa, nem o avanço das relações comerciais 
e da ciência jurídica, que ficaria estagnada com o direito de exclusividade de certos tipos contratuais. Assim, a 
criação de nova espécie de seguro não possui a proteção da Lei de Direitos Autorais. STJ. 3ª Turma. REsp 
1.627.606/RJ, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 02/05/2017 (Info 603). 
 
Gravação de mensagem de voz para central telefônica não pode ser enquadrada como direito conexo ao de 
autor 
Gravação de mensagem de voz para central telefônica não pode ser enquadrada como direito conexo ao de 
autor, por não representar execução de obra literária ou artística ou de expressão do folclore. 
O uso indevido de voz de locutora profissional em gravação de saudação telefônica, que não se enquadre como 
direito conexo ao de autor, não encontra proteção na Lei de Direitos Autorais. Isso porque a Lei nº 9.610/98 
protege apenas os intérpretes ou executantes: de obras literárias ou artísticas; ou de expressões do folclore. 
A simples locução de uma saudação telefônica não se enquadra nessas situações que merecem proteção da Lei 
nº 9.610/98. STJ. 3ª Turma. REsp 1.630.851-SP, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em 27/4/2017 
(Info 606). 
 
Pessoa Jurídica 
 
 60 
O art. 1.023 do CC, que trata da responsabilidade subsidiária dos sócios da sociedade simples, não se aplica às 
associações civis 
O Código Civil, ao tratar sobre a responsabilidade das sociedades simples, estabelece o seguinte: 
Art. 1.023. Se os bens da sociedade não lhe cobrirem as dívidas, respondem os sócios pelo saldo, na proporção 
em que participem das perdas sociais, salvo cláusula de responsabilidade solidária. 
As associações civis são caracterizadas pela união de pessoas que se organizam para a execução de atividades 
sem fins lucrativos. STJ. 3ª Turma. REsp 1.398.438-SC, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 4/4/2017 (Info 602). 
 
Responsabilidade civil 
Abuso de direito em ação proposta por terceiro para impedir que mulher realize aborto 
Caracteriza abuso de direito ou ação passívelde gerar responsabilidade civil pelos danos causados a impetração 
do habeas corpus por terceiro com o fim de impedir a interrupção, deferida judicialmente, de gestação de 
feto portador de síndrome incompatível com a vida extrauterina. STJ. 3ª Turma. REsp 1.467.888-GO, Rel. Min. 
Nancy Andrighi, julgado em 20/10/2016 (Info 592). 
 
Agressões físicas ou verbais praticadas por adulto contra criança geram dano moral in re ipsa 
A conduta de um adulto que pratica agressão verbal ou física contra criança ou adolescente configura elemento 
caracterizador da espécie do dano moral in re ipsa. STJ. 3ª Turma. REsp 1.642.318-MS, Rel. Min. Nancy Andrighi, 
julgado em 7/2/2017 (Info 598). 
 
A responsabilidade civil do incapaz pela reparação dos danos é subsidiária, condicional, mitigada e equitativa 
Os incapazes (ex: filhos menores), quando praticarem atos que causem prejuízos, terão responsabilidade 
subsidiária, condicional, mitigada e equitativa, nos termos do art. 928 do CC. 
Subsidiária: porque apenas ocorrerá quando os seus genitores não tiverem meios para ressarcir a vítima. 
Condicional e mitigada: porque não poderá ultrapassar o limite humanitário do patrimônio mínimo do infante. 
Equitativa: tendo em vista que a indenização deverá ser equânime, sem a privação do mínimo necessário para a 
sobrevivência digna do incapaz. 
A responsabilidade dos pais dos filhos menores será substitutiva, exclusiva e não solidária. 
 
A vítima de um ato ilícito praticado por menor pode propor a ação somente contra o pai do garoto, não sendo 
necessário incluir o adolescente no polo passivo 
Em ação indenizatória decorrente de ato ilícito, não há litisconsórcio necessário entre o genitor responsável pela 
reparação (art. 932, I, do CC) e o menor causador do dano. 
É possível, no entanto, que o autor, por sua opção e liberalidade, tendo em conta que os direitos ou obrigações 
derivem do mesmo fundamento de fato ou de direito, intente ação contra ambos – pai e filho –, formando-se 
um litisconsórcio facultativo e simples. 
 
Não há como afastar a responsabilização do pai do filho menor simplesmente pelo fato de que ele não estava 
fisicamente ao lado de seu filho no momento da conduta 
O art. 932 do CC prevê que os pais são responsáveis pela reparação civil em relação aos atos praticados por seus 
filhos menores que estiverem sob sua autoridade e em sua companhia. 
O art. 932, I do CC, ao se referir à autoridade e companhia dos pais em relação aos filhos, quis explicitar o poder 
 
 61 
familiar (a autoridade parental não se esgota na guarda), compreendendo um plexo de deveres, como proteção, 
cuidado, educação, informação, afeto, dentre outros, independentemente da vigilância investigativa e diária, 
sendo irrelevante a proximidade física no momento em que os menores venham a causar danos. 
Em outras palavras, não há como afastar a responsabilização do pai do filho menor simplesmente pelo fato de 
que ele não estava fisicamente ao lado de seu filho no momento da conduta. STJ. 4ª Turma. REsp 1.436.401-MG, 
Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 2/2/2017 (Info 599). 
 
Execução de título extrajudicial. Mensalidades escolares. Dívidas contraídas em nome dos filhos da executada. 
Ausência de bens em nome da mãe para a satisfação do débito. Pretensão de inclusão do pai na relação 
jurídica processual. Possibilidade. Sustento e manutenção do menor matriculado em ensino regular. 
Responsável solidário. Legitimidade extraordinária. 
A execução de título extrajudicial por inadimplemento de mensalidades escolares de filhos do casal pode ser 
redirecionada ao outro consorte, ainda que não esteja nominado nos instrumentos contratuais que deram 
origem à dívida. REsp 1.472.316-SP, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, por unanimidade, julgado em 
05/12/2017, DJe 18/12/2017 
 
Se for realizada nova alienação do terreno onde iria ser construído o imóvel, é necessário que o 
proprietário/vendedor faça a indenização dos antigos adquirentes 
O proprietário de terreno objeto de contrato de permuta com incorporadora/construtora, rescindido por 
decisão judicial no curso do processo falimentar desta, tem responsabilidade pelos danos sofridos pelos antigos 
adquirentes de unidades autônomas no empreendimento imobiliário inacabado. STJ. 3ª Turma. REsp 
1.537.012-RJ, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em 20/6/2017 (Info 607). 
 
Ação indenizatória. Danos morais e materiais. Acidente automobilístico. Transporte de passageiros. Morte do 
genitor. Filhas menores. Demora para ajuizamento da demanda. Desinfluência no arbitramento. 
A demora na busca da compensação por dano moral, quando justificada pela interrupção prescricional da 
pretensão dos autores – menores à época do evento danoso – não configura desídia apta a influenciar a fixação 
do valor indenizatório. REsp 1.529.971-SP, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, por unanimidade, julgado em 
12/9/2017, DJe 19/9/2017. 
 
Danos morais. Pessoa jurídica. Natureza in re ipsa. Impossibilidade. Comprovação necessária. 
O dano moral sofrido pela pessoa jurídica não se configura in re ipsa, o que não obsta, contudo, que sua 
comprovação ocorra por meio da utilização de presunções e regras de experiência no julgamento da controvérsia. 
REsp 1.564.955-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, por unanimidade, julgado em 06/02/2018, DJe 15/02/2018 
 
Roubo e sequestro praticados em rodovia e ausência de responsabilidade da concessionária 
Concessionária de rodovia não responde por roubo e sequestro ocorridos nas dependências de estabelecimento 
por ela mantido para a utilização de usuários, por se tratar de fato de terceiro, a sua atividade (fortuito externo), 
apto a afastar o nexo de causalidade. REsp 1.749.941-PR, Rel. Min. Nancy Andrighi, por unanimidade, julgado em 
04/12/2018, DJe 07/12/2018. 
 
Impossibilidade de afastar a dobra de frete 
A multa prevista no art. 8º da Lei n. 10.209/2001, conhecida como "dobra do frete", é uma sanção legal, de caráter 
 
 62 
especial, razão pela qual não é possível a convenção das partes para lhe alterar o conteúdo, bem assim a de se 
fazer incidir o art. 412 do CC/2002. Ademais, por se tratar de norma cogente, não lhe é aplicável o instituto da 
supressio. 
Desse modo, no caso, deve prevalecer, o critério da especialidade, com a aplicação dos exatos termos do disposto 
no art. 2º, § 2º, da LINDB. Assim, por se tratar de norma especial, a Lei n. 10.209/2001 afasta a possibilidade de 
convenção das partes para alterar o conteúdo do seu art. 8º, bem assim a possibilidade de se fazer incidir o 
ponderado art. 412 do CC/2002, lei geral. REsp 1.694.324-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, Rel. Acd. Min. Moura 
Ribeiro, por maioria, julgado em 27/11/2018, DJe 05/12/2018 
 
Ato libidinoso praticado contra passageira no interior de trem. Ausência de responsabilidade civil da 
transportadora. Fato exclusivo de terceiro e estranho ao contrato de transporte. Fortuito externo. 
A concessionária de transporte ferroviário não responde por ato ilícito cometido por terceiro e estranho ao 
contrato de transporte. REsp 1.748.295-SP, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, Rel. Acd. Min. Marco Buzzi, por maioria, 
julgado em 13/12/2018, DJe 13/02/2019 
 
Estabelecimento comercial. Estacionamento gratuito, externo e de livre acesso. Roubo. Emprego de arma de 
fogo. Fortuitoexterno. Súmula 130/STJ. Inaplicabilidade. Exclusão da Responsabilidade 
O roubo à mão armada em estacionamento gratuito, externo e de livre acesso configura fortuito externo, 
afastando a responsabilização do estabelecimento comercial. EREsp 1.431.606-SP, Rel. Min. Maria Isabel Gallotti, 
Segunda Seção, por maioria, julgado em 27/03/2019, DJe 02/05/2019 
 
Responsabilidade civil de advogado. Ato praticado exclusivamente pelo substabelecido. Responsabilidade do 
substabelecente. Culpa in eligendo. Inexistência. Necessidade de circunstância contemporânea à escolha e de 
conhecimento do substabelecente. 
O advogado substabelecente somente irá responder por ato ilícito cometido pelo advogado substabelecido se 
ficar evidenciado que, no momento da escolha, a despeito de possuir inequívoca ciência acerca da inidoneidade 
do aludido causídico, ainda assim o elegeu para o desempenho do mandato. REsp 1.742.246-ES, Rel. Min. Marco 
Aurélio Bellizze, por unanimidade, julgado em 19/03/2019, DJe 22/03/2019 
 
Acidente de trânsito. Condução de motocicleta sob estado de embriaguez. Presunção de culpabilidade do 
infrator. Responsabilidade civil. Configuração. Inversão do ônus probatório. Cabimento. 
Em ação destinada a apurar a responsabilidade civil decorrente de acidente de trânsito, presume-se culpado o 
condutor de veículo automotor que se encontra em estado de embriaguez, cabendo-lhe o ônus de comprovar a 
ocorrência de alguma excludente do nexo de causalidade. REsp 1.749.954-RO, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, 
por unanimidade, julgado em 26/02/2019, DJe 15/03/2019 
 
Responsabilidade civil objetiva e acidente de trabalho 
O Plenário, por maioria, ao apreciar o Tema 932 da repercussão geral, negou provimento a recurso extraordinário 
interposto contra acórdão que, com base na teoria do risco inserta no art. 927, parágrafo único, do Código Civil, 
reconheceu o direito do empregado que desenvolve atividade de risco a ser indenizado pelo seu empregador, por 
danos morais e materiais decorrente de acidente de trabalho. RE 828040/DF, rel. Min. Alexandre de Moraes, 
julgamento em 4 e 5.9.2019. (RE-828040) 
 
 
Impossibilidade de convalidação de negócio jurídico celebrado sob assinatura falsificada de sócio 
Não são convalidáveis os negócios jurídicos celebrados com o intuito de alterar o quadro societário de 
sociedade empresária por meio da falsificação de assinatura de sócio, ainda que o próprio sócio 
prejudicado pelo falso tenha, por escritura pública, concedido ampla, geral e irrevogável quitação, a 
Negócios jurídicos e obrigações 
 
 63 
fim de ratificar os negócios jurídicos. STJ. 3ª Turma. REsp 1.368.960-RJ, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, 
julgado em 7/6/2016 (Info 585). 
 
É indevida a cobrança de direitos autorais em caso de execução de música em evento educacional sem finalidade 
lucrativa 
É indevida a cobrança de direitos autorais pela execução, sem autorização prévia dos titulares dos direitos autorais 
ou de seus substitutos, de músicas folclóricas e culturais em festa junina realizada no interior de estabelecimento 
de ensino, na hipótese em que o evento tenha sido organizado como parte de projeto pedagógico, reunindo 
pais, alunos e professores, com vistas à integração escola-família, sem venda de ingressos e sem a utilização 
econômica das obras. STJ. 2ª Seção. REsp 1.575.225-SP, Rel. Min. Raul Araújo, julgado em 22/6/2016 (Info 587). 
 
A capitalização de juros, seja qual for a sua periodicidade, somente será considerada válida se estiver 
expressamente pactuada no contrato 
A cobrança de juros capitalizados nos contratos de mútuo é permitida quando houver expressa pactuação. 
Isso significa que a capitalização de juros, seja qual for a sua periodicidade (anual, semestral, mensal), somente 
será considerada válida se estiver expressamente pactuada no contrato, inclusive para a periodicidade anual. O 
art. 591 do Código Civil permite a capitalização anual, mas não determina a sua aplicação automaticamente. STJ. 
2ª Seção. REsp 1.388.972-SC, Rel. Min. Marco Buzzi, julgado em 8/2/2017 (recurso repetitivo) (Info 599). 
 
Não se aplica a teoria do adimplemento substancial aos contratos de alienação fiduciária em garantia regidos 
pelo DL 911/69 
Não se aplica a teoria do adimplemento substancial aos contratos de alienação fiduciária em garantia regidos 
pelo Decreto-Lei 911/69. STJ. 2ª Seção. REsp 1.622.555-MG, Rel. Min. Marco Buzzi, Rel. para acórdão Min. Marco 
Aurélio Bellizze, julgado em 22/2/2017 (Info 599). 
 
OSCIP não pode ajuizar ação de busca e apreensão do DL 911/69 
Caso o mutuário de um contrato de alienação fiduciária se torne inadimplente, a instituição financeira mutuante 
poderá ingressar com busca e apreensão do bem, sendo essa uma ação especial e muito célere, prevista no 
Decreto-Lei nº 911/69. 
A organização da sociedade civil de interesse público - OSCIP -, mesmo ligada ao Programa Nacional de 
Microcrédito Produtivo Orientado - PNMPO, não pode ser classificada ou equiparada à instituição financeira, 
carecendo, portanto, de legitimidade ativa para requerer busca e apreensão de bens com fulcro no Decreto-Lei 
nº 911/69. 
O procedimento judicial de busca e apreensão previsto no DL 911/69 é um instrumento exclusivo das instituições 
financeiras lato sensu ou das pessoas jurídicas de direito público titulares de créditos fiscais e previdenciários, 
de modo que a OSCIP não se insere no conceito de instituição financeira nem pode ser a ela equiparada. STJ. 3ª 
Turma. REsp 1.311.071-SC, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 21/3/2017 (Info 600). 
 
Em caso de compra e venda com reserva de domínio, é possível a comprovação da mora por meio de 
notificação extrajudicial enviada pelo RTD 
A mora do comprador, na ação ajuizada pelo vendedor com o intuito de recuperação da coisa vendida com 
cláusula de reserva de domínio, pode ser comprovada por meio de notificação extrajudicial enviada pelo Cartório 
 
 64 
de Títulos e Documentos (RTD). 
Assim, em caso de cláusula de reserva de domínio, existem três formas pelas quais o vendedor (credor) poderá 
comprovar a mora do comprador (devedor): a) mediante protesto do título; b) por meio de interpelação judicial; 
c) por notificação extrajudicial enviada pelo Cartório de Títulos e Documentos. STJ. 3ª Turma. REsp 1.629.000-
MG, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 28/3/2017 (Info 601). 
 
Pretensão estimatória (quanti minoris). Negócio jurídico. Vício redibitório. Direito de uso, gozo e fruição da 
área de laje da cobertura. Autorização municipal posterior. Afastamento da pretensão de abatimento do preço. 
O saneamento de vício redibitório limitador do uso, gozo e fruição da área de terraço na cobertura de imóvel 
objeto de negócio jurídico de compra e venda – que garante o seu uso de acordo com a destinação e impede a 
diminuição do valor –, afasta o pleito de abatimento do preço. REsp 1.478.254-RJ, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, 
por unanimidade, julgado em 8/8/2017, DJe 4/9/2017. 
 
Cláusula penal. Controle judicial. Norma de ordem pública. Redução de ofício. Possibilidade. 
Constatado o caráter manifestamente excessivo da cláusula penal contratada, o magistrado deverá, 
independentemente de requerimento do devedor, proceder à sua redução. REsp 1.447.247-SP, Rel. Min. Luis 
Felipe Salomão, por unanimidade, julgadoem 19/04/2018, DJe 04/06/2018 
 
Compra e venda de veículo com intermediação. Impossibilidade de transferência da propriedade pela 
adquirente. Bloqueio judicial. Existência de gravame. Resolução do contrato. Evicção. 
Caracteriza-se evicção a inclusão de gravame capaz de impedir a transferência livre e desembaraçada de veículo 
objeto de negócio jurídico de compra e venda. REsp 1.713.096-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, por unanimidade, 
julgado em 20/02/2018, DJe 23/02/2018 
 
Compra e venda de imóvel na planta. Atraso na entrega. Negócio jurídico anterior à Lei n. 13.786/2018. Não 
incidência. Contrato de adesão. Cláusula penal moratória. Cumulação com lucros cessantes. Inviabilidade. 
Tema 970 
A cláusula penal moratória tem a finalidade de indenizar pelo adimplemento tardio da obrigação, e, em regra, 
estabelecida em valor equivalente ao locativo, afasta-se sua cumulação com lucros cessantes. 
No contrato de adesão firmado entre o comprador e a construtora/incorporadora, havendo previsão de cláusula 
penal apenas para o inadimplemento do adquirente, deverá ela ser considerada para a fixação da indenização 
pelo inadimplemento do vendedor. As obrigações heterogêneas (obrigações de fazer e de dar) serão convertidas 
em dinheiro, por arbitramento judicial. REsp 1.498.484-DF, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, Segunda Seção, por 
maioria, julgado em 22/05/2019, DJe 25/06/2019 (Tema 970) 
 
Interpretação. Cláusula de inalienabilidade. Maior amplitude. Pressuposição ex vi lege de impenhorabilidade e 
incomunicabilidade. Cláusula de impenhorabilidade e/ou incomunicabilidade. Pressuposição de cláusula de 
inalienabilidade. 
A melhor interpretação do caput do art. 1.911 do Código Civil de 2002 é aquela que conduz ao entendimento de 
que: a) há possibilidade de imposição autônoma das cláusulas de inalienabilidade, impenhorabilidade e 
incomunicabilidade, a critério do doador/instituidor; b) uma vez aposto o gravame da inalienabilidade, pressupõe-
se, ex vi lege, automaticamente, a impenhorabilidade e a incomunicabilidade; c) a inserção exclusiva da proibição 
de não penhorar e/ou não comunicar não gera a presunção da inalienabilidade; d) a instituição autônoma da 
impenhorabilidade não pressupõe a incomunicabilidade e vice-versa. REsp 1.155.547-MG, Rel. Min. Marco Buzzi, 
por unanimidade, julgado em 06/11/2018, DJe 09/11/2018 
 
 
 65 
Contrato de locação 
Contrato de locação comercial. Incêndio. Perecimento do imóvel. Entrega das chaves. Momento posterior. 
Cobrança de aluguel. Impossibilidade 
Não são exigíveis aluguéis no período compreendido entre o incêndio que destruiu imóvel objeto de locação 
comercial e a efetiva entrega das chaves pelo locatário. REsp 1.707.405-SP, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, 
Rel. Acd. Min. Moura Ribeiro, Terceira Turma, por maioria, julgado em 07/05/2019, DJe 10/06/2019 
 
Locação. Contrato por prazo determinado. Notificação exoneratória dos fiadores. Possibilidade. Art. 40, inciso 
X, da Lei n. 8.245/1991. Interpretação. Prazo de 120 dias. Termo inicial. Data da alteração para contrato por 
prazo indeterminado. 
Notificado o locador ainda no período determinado da locação acerca da pretensão de exoneração dos fiadores, 
os efeitos desta exoneração somente serão produzidos após o prazo de 120 dias da data em que se tornou 
indeterminado o contrato de locação, e não da notificação. REsp 1.798.924-RS, Rel. Min. Paulo de Tarso 
Sanseverino, Terceira Turma, por unanimidade, julgado em 14/05/2019, DJe 21/05/2019 
 
É de 3 anos o prazo para o fiador cobrar do locatário inadimplente o valor que pagou ao locador 
É trienal o prazo de prescrição para fiador que pagou integralmente dívida objeto de contrato de locação pleitear 
o ressarcimento dos valores despendidos contra os locatários inadimplentes cujo termo inicial é a data em que 
houve o pagamento do débito pelo fiador, considerando que é a partir daí que ocorre a sub-rogação, e, via de 
consequência, inaugura-se ao fiador a possibilidade de demandar judicialmente a satisfação de seu direito. STJ. 
3ª Turma. REsp 1.432.999-SP, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 16/5/2017 (Info 605). 
 
Locação. Imóvel urbano residencial. Denúncia vazia. Art. 46 da Lei n. 8.245/1991. Accessio temporis. Contagem 
dos prazos de prorrogações. Impossibilidade. 
De início, cumpre salientar que a denúncia vazia é a possiblidade de o locador solicitar a retomada do imóvel sem 
a necessidade de apresentar justificativas. Em contrapartida, a denúncia cheia exige que sejam indicadas as 
motivações expressas em lei. Ocorrendo qualquer das duas situações, o contrato de locação será extinto. Nesse 
sentido, o caput do art. 46 da Lei do Inquilinato assenta a hipótese em que se operará a cessação do contrato, 
sem a exigência de notificação ou aviso. Ou seja, encerra-se o negócio jurídico com o mero decurso do prazo. No 
entanto, se o locatário prosseguir na posse do imóvel por período superior a 30 (trinta) dias, prorroga-se o 
contrato por prazo indeterminado e a denúncia só poderá ser feita mediante notificação. Importante ressaltar 
que o artigo supra traz a expressão "por prazo igual ou superior a trinta meses", sem permitir explicitamente a 
contagem de múltiplos instrumentos negociais, ainda que haja apenas a prorrogação dos períodos locatícios, sem 
a alteração das condições originalmente pactuadas. Assim, a lei é clara quanto à imprescindibilidade do requisito 
temporal em um único pacto, cujo objetivo é garantir a estabilidade contratual em favor do locatário. REsp 
1.364.668-MG, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, por unanimidade, julgado em 07/11/2017, DJe 17/11/2017 
 
 
Empresa de telefonia fixa. Serviços não contratados. Cobrança indevida de valores. Repetição de indébito. 
Prazo prescricional decenal. Art. 205 do Código Civil. Súmula 412/STJ. Inexistência de enriquecimento ilícito 
A ação de repetição de indébito por cobrança indevida de valores referentes a serviços não contratados de 
telefonia fixa tem prazo prescricional de 10 (dez) anos. EAREsp 738.991-RS, Rel. Min. Og Fernandes, Corte 
Especial, por maioria, julgado em 20/02/2019, DJe 11/06/2019 
 
Responsabilidade civil contratual. Prescrição. Inaplicabilidade do art. 206, § 3º, V, do Código Civil. Subsunção à 
Prescrição 
 
 66 
regra geral do art. 205 do Código Civil. Prazo prescricional decenal. 
A pretensão indenizatória decorrente do inadimplemento contratual sujeita-se ao prazo prescricional decenal 
(art. 205 do Código Civil), se não houver previsão legal de prazo diferenciado. EREsp 1.281.594-SP, Rel. Min. 
Benedito Gonçalves, Rel. Acd. Min. Felix Fischer, Corte Especial, por maioria, julgado em 15/05/2019, DJe 
23/05/2019. 
 
Prazo de 3 anos para a entidade de previdência privada complementar reaver benefício apropriado por terceiro 
É de 3 anos o prazo prescricional de ação proposta por entidade de previdência privada complementar contra 
terceiro que se apropriou indevidamente de verbas relativas a benefício previdenciário. STJ. 4ª Turma. REsp 
1.334.442-RS, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, Rel. para acórdão Min. Raul Araújo, julgado em 7/6/2016 (Info 588). 
Não há previsão específica para este caso na LC 109/2001, razão pela qual se aplica o art. 206, § 3º, IV, do 
Código Civil (pretensão de ressarcimento de enriquecimento sem causa). 
Ex: o segurado morreu e, como a entidade de previdêncianão foi informada, continuou a depositar, todos os 
meses, o valor da aposentadoria; tais quantias foram sacadas indevidamente da conta bancária por uma sobrinha 
do falecido; a entidade terá o prazo de 3 anos para reaver os valores. 
 
Prazo prescricional de 1 ano da pretensão indenizatória por dano em mercadoria em contêiner 
É de 1 ano o prazo de prescrição da pretensão do segurador, sub-rogado nos direitos do segurado, de 
indenização pela deterioração de carga em navio por falha em contêiner. Aplica-se, neste caso, o art. 8º do 
Decreto-Lei 116/1967, que trata sobre o prazo prescricional envolvendo as ações por extravio, perdas e avarias 
de carga. STJ. 4ª Turma. REsp 1.278.722-PR, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 24/5/2016 (Info 586). 
Não se aplica o art. 206, § 3º, V, do CC considerando que se trata de norma geral e, por isso, não revogou o art. 
8º do DL nº 116/1967, que é considerado norma especial. Aplica-se à presente situação a Súmula 151 do 
STF que, apesar de antiga, continua vigente: 
Súmula 151-STF: Prescreve em um ano a ação do segurador sub-rogado para haver indenização por extravio ou 
perda de carga transportada por navio. 
 
Prazo prescricional da ação de repetição de indébito envolvendo cédula de crédito rural 
É de 20 anos o prazo prescricional caso a cédula de crédito rural tenha sido firmada sob a vigência do Código Civil 
de 1916, ao passo que será de 3 anos se na vigência do Codex em vigor, a contar, em ambos os casos, da data do 
pagamento, por ser esta em que se deu a efetivação da lesão. STJ. 2ª Seção. REsp 1.361.730-RS, Rel. Min. Raul 
Araújo, julgado em 10/8/2016 (recurso repetitivo) (Info 592). 
 
Prazo trienal da prescrição de ação indenizatório por evicção 
A pretensão deduzida em demanda baseada na garantia da evicção submete-se ao prazo prescricional de 3 anos 
para que o evicto a promova em face do alienante STJ. 3ª Turma. REsp 1.577.229-MG, Rel. Min. Nancy Andrighi, 
julgado em 8/11/2016 (Info 593). 
 
Prazo prescricional para cobrança de cotas condominiais: 5 anos 
Na vigência do Código Civil de 2002, é quinquenal o prazo prescricional para que o condomínio geral ou edilício 
(vertical ou horizontal) exercite a pretensão de cobrança de taxa condominial ordinária ou extraordinária, 
constante em instrumento público ou particular, a contar do dia seguinte ao vencimento da prestação. STJ. 2ª 
Seção. REsp 1.483.930-DF, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 23/11/2016 (recurso repetitivo) (Info 596). 
 
 67 
 
Plágio. Prescrição trienal. Termo inicial. Data da ciência. 
O termo inicial da pretensão de ressarcimento nas hipóteses de plágio se dá quando o autor originário tem 
comprovada ciência da lesão a seu direito subjetivo e de sua extensão, não servindo a data da publicação da obra 
plagiária, por si só, como presunção de conhecimento do dano. REsp 1.645.746-BA, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas 
Cueva, por maioria, julgado em 6/6/2017, DJe 10/8/2017. 
 
Ação monitória. Prescrição. Interrupção. Ato inequívoco pelo devedor que reconheça direito. Pedido de prazo. 
Análise de documentos. Dívida não reconhecida. 
O pedido de concessão de prazo para analisar documentos com o fim de verificar a existência de débito não tem 
o condão de interromper a prescrição. REsp 1.677.895-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, por unanimidade, julgado 
em 06/02/2018, DJe 08/02/2018 
 
Responsabilidade civil contratual e extracontratual. Regimes jurídicos distintos. Prescrição. Unificação. 
Impossibilidade. 
É adequada a distinção dos prazos prescricionais da pretensão de reparação civil advinda de responsabilidades 
contratual e extracontratual. EREsp 1.280.825-RJ, Rel. Min. Nancy Andrighi, por maioria, julgado em 27/06/2018, 
DJe 02/08/2018 
 
Responsabilidade civil. Prescrição. Inadimplemento contratual. Prazo decenal. Interpretação sistemática. 
É decenal o prazo prescricional aplicável às hipóteses de pretensão fundamentadas em inadimplemento 
contratual. EREsp 1.280.825-RJ, Rel. Min. Nancy Andrighi, por maioria, julgado em 27/06/2018, DJe 02/08/2018 
 
Ação de cobrança. Relação contratual entre empresas. Serviço de assistência médico-hospitar. Boleto bancário. 
Dívida líquida. Instrumento público ou particular. Art. 206, § 5º, I, do Código Civil. Prescrição. Prazo quinquenal. 
É quinquenal o prazo prescricional aplicável à pretensão de cobrança, materializada em boleto bancário, ajuizada 
por operadora do plano de saúde contra empresa que contratou o serviço de assistência médico-hospitalar para 
seus empregados. REsp 1.763.160-SP, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, Terceira Turma, por unanimidade, 
julgado em 17/09/2019, DJe 20/09/2019 
 
Juros, aval e fiança 
O termo inicial em caso de abuso de mandato é a data da citação 
O termo inicial dos juros moratórios deve ser determinado a partir da natureza da relação jurídica mantida entre 
as partes. No caso, tratando-se de mandato, a relação jurídica tem natureza contratual, sendo o termo inicial 
dos juros moratórios a data da citação (art. 405 do CC). STJ. 3ª Turma. REsp 1.403.005-MG, Rel. Min. Paulo de 
Tarso Sanseverino, julgado em 6/4/2017 (Info 602). 
No caso concreto, reconhecido o abuso de mandato por desacerto contratual, em razão de o advogado ter 
repassado valores a menor para seu mandatário, o marco inicial dos juros moratórios é a data da citação. 
 
A interrupção do prazo prescricional operada contra o devedor principal prejudica o fiador 
Em regra, o ato interruptivo da prescrição apresenta caráter pessoal e somente aproveitará a quem o promover 
ou prejudicará aquele contra quem for dirigido (persona ad personam non fit interruptio). Isso está previsto no 
art. 204 do CC. 
Exceção a esta regra: interrompida a prescrição contra o devedor afiançado, por via de consequência, estará 
 
 68 
interrompida a prescrição contra o fiador em razão do princípio da gravitação jurídica (o acessório segue o 
principal), nos termos do art. 204, § 3º, do CC: § 3º A interrupção produzida contra o principal devedor prejudica 
o fiador. 
 
A interrupção do prazo prescricional operada contra o fiador não prejudica o devedor afiançado, salvo nas 
hipóteses em que os devedores sejam solidários 
Como regra, a interrupção operada contra o fiador não prejudica o devedor afiançado. Isso porque o principal 
não segue a sorte do acessório. 
Existe, no entanto, uma exceção: a interrupção em face do fiador poderá, sim, excepcionalmente, acabar 
prejudicando o devedor principal nas hipóteses em que a referida relação for reconhecida como de devedores 
solidários, ou seja, caso o fiador tenha renunciado ao benefício ou se obrigue como principal pagador ou devedor 
solidário. STJ. 4ª Turma. STJ. 4ª Turma. REsp 1.276.778-MS, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 28/3/2017 
(Info 602). 
 
A correção monetária dos depósitos judiciais deve incluir os expurgos inflacionários 
A correção monetária dos depósitos judiciais deve incluir os expurgos inflacionários. STJ. Corte Especial. REsp 
1.131.360-RJ, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, Rel. para acórdão Min. Maria Thereza de Assis Moura, 
julgado em 3/5/2017 (recurso repetitivo) (Info 607). 
 
 
Termo inicial da prescrição nas ações de indenização de seguro DPVAT 
Nas ações de indenização decorrente de seguro DPVAT, a ciência inequívocado caráter permanente da 
invalidez, para fins de contagem do prazo prescricional, depende de laudo médico, exceto nos casos 
de invalidez permanente notória ou naqueles em que o conhecimento anterior resulte comprovado 
na fase de instrução. STJ. 2ª Seção. Aprovada em 22/06/2016, DJe 27/06/2016. 
 
Possibilidade de aplicação da teoria da aparência no pagamento de indenização de seguro DPVAT 
É válido o pagamento de indenização do Seguro DPVAT aos pais - e não ao filho - do de cujus no caso em que 
os genitores, apresentando-se como únicos herdeiros, entregaram os documentos exigidos pela Lei nº 6.194/74 
para o aludido pagamento (art. 5º, § 1º), dentre os quais certidão de óbito que afirmava que o falecido era solteiro 
e não tinha filhos. STJ. 3ª Turma. REsp 1.601.533-MG, Rel. Min. João Otávio de Noronha, julgado em 14/6/2016 
(Info 585). 
 
Obrigatoriedade de intimação pessoal da parte para submissão a perícia médica em ação de cobrança de DPVAT 
Em ação de cobrança de seguro DPVAT, a intimação da parte para o comparecimento à perícia médica deve ser 
pessoal, e não por intermédio de advogado. Não pode a intimação ser feita ao representante processual se o 
ato deve ser pessoalmente praticado pela própria parte, como é o caso. Recaindo a perícia sobre a própria parte, 
é necessária a sua intimação pessoal, não por meio do seu advogado, uma vez que se trata de ato personalíssimo. 
STJ. 4ª Turma. REsp 1.364.911-GO, Rel. Min. Marco Buzzi, julgado em 1/9/2016 (Info 589). 
 
DPVAT 
 
 69 
A correção monetária nas indenizações de seguro DPVAT por morte ou invalidez incide desde a data do evento 
danoso 
Súmula 580-STJ: A correção monetária nas indenizações do seguro DPVAT por morte ou invalidez, prevista no § 
7º do art. 5º da Lei nº 6.194/1974, redação dada pela Lei nº 11.482/2007, incide desde a data do evento danoso. 
STJ. 2ª Seção. Aprovada em 14/09/2016, DJe 19/09/2016 (Info 590). 
 
Sucessores do falecido podem cobrar a indenização DPVAT por invalidez permanente que a vítima deveria ter 
recebido quando estava viva 
O direito à indenização do seguro DPVAT por invalidez permanente integra o patrimônio da vítima e transmite-
se aos seus sucessores com o falecimento do titular. Os sucessores, portanto, têm legitimidade para propor a 
ação de cobrança da quantia correspondente. STJ. 4ª Turma. REsp 1.185.907-CE, Rel. Min. Maria Isabel Gallotti, 
julgado em 14/2/2017 (Info 598). 
 
Não há indenização DPVAT se a vítima estava praticando um crime com o veículo no momento do acidente 
É indevida a indenização relativa ao seguro obrigatório – DPVAT, na hipótese em que o acidente de trânsito que 
vitimou o segurado tenha ocorrido no momento de prática de ilícito penal doloso. STJ. 3ª Turma. REsp 1.661.120-
RS, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 9/5/2017 (Info 604). 
 
Ação de cobrança de seguro obrigatório (DPVAT). Obrigação imposta por lei. Inexistência de relação de 
consumo. Código de Defesa do Consumidor. Inaplicabilidade. 
As normas protetivas do Código de Defesa do Consumidor não se aplicam ao seguro obrigatório (DPVAT). REsp 
1.635.398-PR, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, por unanimidade, julgado em 17/10/2017, DJe 23/10/2017 
 
 
Impossibilidade de se proibir o uso das áreas comuns pelo condômino inadimplente 
O condomínio, independentemente de previsão em regimento interno, não pode proibir, em razão de 
inadimplência, condômino e seus familiares de usar áreas comuns, ainda que destinadas apenas a lazer. STJ. 3ª 
Turma. REsp 1.564.030-MG, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 9/8/2016 (Info 588). 
 
Possibilidade do proprietário de imóvel construir em terreno alheio aqueduto para passagem de águas 
O proprietário de imóvel tem direito de construir aqueduto no terreno do seu vizinho, independentemente do 
consentimento deste, para receber águas provenientes de outro imóvel, desde que não existam outros meios 
de passagem de águas para a sua propriedade e haja o pagamento de prévia indenização ao vizinho prejudicado. 
STJ. 3ª Turma. REsp 1.616.038-RS, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 27/9/2016 (Info 591). 
 
Ação de cobrança. Cotas condominiais. Obrigação propter rem. Legitimidade da arrendatária de imóvel para 
figurar no polo passivo da demanda juntamente com o proprietário. 
A ação de cobrança de débitos condominiais pode ser proposta contra o arrendatário do imóvel. REsp 1.704.498-
SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, por unanimidade, julgado em 17/04/2018, DJe 24/04/2018 
 
Condomínio. Convenção. Criação e guarda de animais de quaisquer espécies. Proibição genérica. 
Impossibilidade. 
É ilegítima a restrição genérica contida em convenção condominial que proíbe a criação e guarda de animais de 
Direito de vizinhança 
 
 70 
quaisquer espécies em unidades autônomas. REsp 1.783.076-DF, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, Terceira 
Turma, por unanimidade, julgado em 14/05/2019, DJe 24/05/2019 
 
 
Possibilidade de deferimento de usucapião cuja área seja inferior ao módulo urbano 
Preenchidos os requisitos do art. 183 da Constituição Federal, o reconhecimento do direito à usucapião especial 
urbana não pode ser obstado por legislação infraconstitucional que estabeleça módulos urbanos na respectiva 
área em que situado o imóvel (dimensão do lote). STF. Plenário. RE 422349, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 
29/04/2015 (Info 783 STF). 
 
Usucapião. Objeto proveniente de crime. Exercício ostensivo do bem. Cessação da clandestinidade ou da 
violência. Posse. Caracterização. Aquisição da propriedade. Possibilidade. 
É possível a usucapião de bem móvel proveniente de crime após cessada a clandestinidade ou a violência. REsp 
1.637.370-RJ, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, Terceira Turma, por maioria, julgado em 10/09/2019, DJe 
13/09/2019 
 
Invalidade de penhora sobre a integralidade de imóvel submetido ao regime de “time sharing” 
É inválida a penhora da integralidade de imóvel submetido ao regime de multipropriedade (time-sharing) em 
decorrência de dívida de condomínio de responsabilidade do organizador do compartilhamento. 
A multipropriedade imobiliária, mesmo não efetivamente codificada, possui natureza jurídica de direito real, 
harmonizando- se com os institutos constantes do rol previsto no art. 1.225 do Código Civil. STJ. 3ª Turma. REsp 
1.546.165-SP, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, Rel. para acórdão Min. João Otávio de Noronha, julgado em 
26/4/2016 (Info 589). 
 
Responsabilidade do proprietário do solo pelas despesas havidas com a construção realizada em seu terreno 
O construtor proprietário dos materiais poderá cobrar do proprietário do solo a indenização devida pela 
construção, quando não puder havê-la do contratante. STJ. 4ª Turma. REsp 963.199- DF, Rel. Min. Raul Araújo, 
julgado em 11/10/2016 (Info 593). 
 
Indivíduo que comprou e tem a posse de veículo pode propor usucapião se o automóvel estiver registrado 
em nome de terceiro 
O indivíduo que tem a propriedade de um veículo que, no entanto, está registrado em nome de um terceiro no 
DETRAN, possui interesse de agir para propor ação de usucapião extraordinária (art. 1.261 do CC) já que, com 
a sentença favorável, poderá regularizar o bem no órgão de trânsito. STJ. 3ª Turma. REsp 1.582.177-RJ, Rel. 
Min. Nancy Andrighi, julgado em 25/10/2016 (Info 593).Possibilidade parcial de intentar ação possessória em caso de ocupação de bem público 
O particular que invade imóvel público e deseja proteção possessória em face do poder público não poderá 
intentar ação possessória, pois exerce mera detenção. Em contrapartida, o particular invade que imóvel público 
e deseja proteção possessória em face de outro poderá intentá-la, pois entre ambos a disputa será relativa à 
posse. STJ. 4ª Turma. REsp 1.296.964-DF, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 18/10/2016 (Info 594). 
 
Inexigência de notificação prévia para propositura de ação de reintegração de posse 
Posse e propriedade 
 
 71 
A notificação prévia dos ocupantes não é documento essencial à propositura da ação possessória. STJ. 4ª Turma. 
REsp 1.263.164-DF, Rel. Min. Marco Buzzi, julgado em 22/11/2016 (Info 594). 
 
O art. 12, § 2º do Estatuto da Cidade estabelece uma presunção relativa de que o autor da ação de usucapião 
especial urbana é hipossuficiente 
O art. 12, § 2º da Lei nº 10.257/2001 (Estatuto da Cidade) estabelece uma presunção relativa de que o autor da 
ação de usucapião especial urbana é hipossuficiente. Isso significa que essa presunção pode ser ilidida (refutada) 
a partir da comprovação inequívoca de que o autor não é considerado "necessitado". STJ. 3ª Turma. REsp 
1.517.822-SP, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 21/2/2017 (Info 599). 
 
Ação de reintegração de posse. Veículo. Reparo. Serviço contratado. Pagamento. Recusa. Direito de Retenção. 
Concessionária. Benfeitoria. Impossibilidade. Posse de boa-fé. Ausência. Detenção do bem. 
O veículo é deixado pelo proprietário somente para a realização de reparos, sem que isso caracterize posse, pois 
jamais a empresa poderia exercer poderes inerentes à propriedade do bem, relativos à sua fruição ou mesmo 
inerentes ao referido direito real (propriedade), nos termos do art. 1.196 do CC/2002. Assim, não há o direito de 
retenção, sob a alegação da realização de benfeitoria no veículo, pois, nos termos do art. 1.219 do CC/2002, tal 
providência é permitida ao possuidor de boa-fé, mas não ao mero detentor do bem. REsp 1.628.385-ES, Rel. Min. 
Ricardo Villas Bôas Cueva, por unanimidade, julgado em 22/8/2017, DJe 29/8/2017. 
 
Aquisição de imóvel com proventos de crime. Ocupação posterior por terceiros. Alegação de usucapião. 
Sequestro e posterior confisco do bem pelo juízo criminal. Prevalência sobre o juízo cível. Extinção da ação de 
usucapião. Perda de objeto. 
Há perda de objeto da ação de usucapião proposta em juízo cível na hipótese em que juízo criminal decreta a 
perda do imóvel usucapiendo em razão de ter sido adquirido com proventos de crime., cabendo à parte 
interessada insurgir-se perante aquele juízo, por meio dos embargos do art. 130, CPP. REsp 1.471.563-AL, Rel. 
Min. Paulo de Tarso Sanseverino, por unanimidade, julgado em 26/09/2017, DJe 10/10/2017 
 
Ação de usucapião. CPC/73. Cumulação de pretensões: usucapião e delimitatória. Citação do cônjuge do 
confinante. Não ocorrência. Nulidade relativa do feito. Necessidade de demonstração do prejuízo. 
A ausência de citação dos confinantes e respectivos cônjuges na ação de usucapião ensejará nulidade relativa, 
caso se constate o efetivo prejuízo. REsp 1.432.579-MG, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, por maioria, julgado em 
24/10/2017, DJe 23/11/2017 
 
Usucapião extraordinária. Prescrição aquisitiva. Prazo. Implementação. Curso da demanda. Possibilidade. Fato 
superveniente. Art. 462 do Código de Processo Civil de 1973. Contestação. Interrupção da posse. Inexistência. 
É possível o reconhecimento da usucapião de bem imóvel com a implementação do requisito temporal no curso 
da demanda. REsp 1.361.226-MG, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, por unanimidade, julgado em 05/06/2018, 
DJe 09/08/2018 
 
STJ, 619 - A ocupação indevida de bem público configura mera detenção, de natureza precária, insuscetível de 
retenção ou indenização por acessões e benfeitorias 
 
Despesas condominiais. Imóvel objeto de alienação fiduciária. Responsabilidade do credor fiduciário. 
 
 72 
Consolidação de sua propriedade plena. Necessidade. 
A responsabilidade do credor fiduciário pelo pagamento das despesas condominiais dá-se quando da 
consolidação de sua propriedade plena quanto ao bem dado em garantia, ou seja, quando de sua imissão na posse 
do imóvel. REsp 1.731.735-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, por unanimidade, julgado em 13/11/2018, DJe 
22/11/2018 
 
Fazenda ocupada por indígenas. Esbulho configurado. Ação de reintegração de posse. Discussão sobre as áreas 
tradicionalmente ocupadas. Inviabilidade. 
É inadequada a discussão acerca da tradicionalidade da ocupação indígena em ação possessória ajuizada por 
proprietário de fazenda antes de completado o procedimento demarcatório, assim como é descabida a realização 
de laudo antropológico. REsp 1.650.730-MS, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, Segunda Turma, por 
unanimidade, julgado em 20/08/2019, DJe 27/08/2019 
 
 
Impenhorabilidade do imóvel no qual reside sócio (bem de família) 
A impenhorabilidade do bem de família no qual reside o sócio devedor não é afastada pelo fato de 
o imóvel pertencer à sociedade empresária. STJ. 4ª Turma. EDcl no AREsp 511.486-SC, Rel. Min. Raul 
Araújo, julgado em3/3/2016 (Info 579). 
 
Possibilidade de penhora de bem de família dado em hipoteca, ainda que não registrada 
A ausência de registro da hipoteca em cartório de registro de imóveis não afasta a exceção à regra de 
impenhorabilidade prevista no art. 3º, V, da Lei nº 8.009/90. Em outras palavras, o fato de a hipoteca não ter sido 
registrada não pode ser utilizado como argumento pelo devedor para evitar a penhora do bem de família. STJ. 
3ª Turma. REsp 1.455.554-RN, Rel. Min. João Otávio de Noronha, julgado em 14/6/2016 (Info 585). 
 
Impenhorabilidade do único imóvel comercial do devedor que esteja alugado 
É impenhorável o único imóvel comercial do devedor que esteja alugado quando o valor do aluguel é destinado 
unicamente ao pagamento de locação residencial por sua entidade familiar. STJ. 2ª Turma. REsp 1.616.475-PE, 
Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 15/9/2016 (Info 591). 
 
Impenhorabilidade do bem de família e contratos de locação comercial 
Não é penhorável o bem de família do fiador, no caso de contratos de locação comercial. Com base neste 
entendimento, a Primeira Turma, por maioria e em conclusão de julgamento, deu provimento a recurso 
extraordinário em que se discutia a possibilidade de penhora de bem de família do fiador em contexto de locação 
comercial. RE 605709/SP, rel. Min. Dias Toffoli, red. p/ ac. Min. Rosa Weber, julgamento em 12.6.2018. (RE-
605709) 
 
Bem de família. Garantia real hipotecária. Proprietários do imóvel e únicos sócios da Pessoa Jurídica devedora. 
Proveito revertido em benefício da entidade familiar. Presunção. Impenhorabilidade. Exceção. 
É possível a penhora de bem de família dado em garantia hipotecária pelo casal quando os cônjuges forem os 
únicos sócios da pessoa jurídica devedora. EAREsp 848.498-PR, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, por unanimidade, 
julgado em 25/04/2018, DJe 
07/06/2018 
 
Bem de família73 
Seguro de vida. Indenização. Natureza alimentar. Impenhorabilidade. 40 (quarenta) salários mínimos. 
Limitação. Aplicação analógica do art. 649, X, do CPC/1973. 
A impenhorabilidade dos valores recebidos pelo beneficiário do seguro de vida limita-se ao montante de 40 
(quarenta) salários mínimos. REsp 1.361.354-RS, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, por unanimidade, julgado 
em 22/05/2018, DJe 25/06/2018 
 
Responsabilidade do condomínio por danos a terceiro. Obrigação do condômino em sua cota-parte. Fato 
anterior à constituição da propriedade. Dívida propter rem. Penhorabilidade do bem de família. Possibilidade. 
É possível a penhora de bem de família de condômino, na proporção de sua fração ideal, se inexistente patrimônio 
próprio do condomínio, para responder por dívida oriunda de danos a terceiros. REsp 1.473.484-RS, Rel. Min. Luis 
Felipe Salomão, por unanimidade, julgado em 21/06/2018, DJe 23/08/2018 
 
Bem imóvel. Alienação fiduciária em garantia. Direitos do devedor fiduciante. Penhora. Impossibilidade. Bem 
de família legal. Lei n. 8.009/1990. 
Os direitos do devedor fiduciante sobre imóvel objeto de contrato de alienação fiduciária em garantia possuem a 
proteção da impenhorabilidade do bem de família legal. REsp 1.677.079-SP, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, 
por unanimidade, julgado em 25/09/2018, DJe 01/10/2018 
 
Divórcio 
Direito de Família. Emenda Constitucional n. 66/2010. Divórcio Direto. Requisito Temporal. Extinção. Separação 
Judicial ou extrajudicial. Coexistência. Institutos distintos. Princípio da autonomia da vontade. Preservação. 
Legislação infraconstitucional. Observância. 
A supressão dos requisitos para o divórcio pela Emenda Constitucional não afasta categoricamente a existência 
de um procedimento judicial ou extrajudicial de separação conjugal, que passou a ser opcional a partir da sua 
promulgação. Essa orientação, aliás, foi ratificada: (i) pelos Enunciados n.s 514, 515, 516 e 517 da V Jornada de 
Direito Civil do Conselho da Justiça Federal (CJF), ocorrida em 2010; (ii) pela nova codificação processual civil (Lei 
n. 13.102/2015), que manteve, em diversos dispositivos, referências ao instituto da separação judicial (Capítulo X 
– Das Ações de Família – art. 693 e Capítulo XV – dos Procedimentos de Jurisdição Voluntária – arts. 731, 732 e 
733); (iii) pela Quarta Turma desta Corte Superior, por ocasião do julgamento do REsp 1.247.098-MS, Rel. Min. 
Maria Isabel Gallotti, DJe 16/5/2017. REsp 1.431.370-SP, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, por unanimidade, 
julgado em 15/8/2017, DJe 22/8/2017. 
 
Restabelecimento de nome do solteiro. Falecimento do cônjuge. Possibilidade. 
É admissível o restabelecimento do nome de solteiro na hipótese de dissolução do vínculo conjugal pelo 
falecimento do cônjuge. REsp 1.724.718-MG, Rel. Min. Nancy Andrighi, por unanimidade, julgado em 22/05/2018, 
DJe 29/05/2018 
 
Possiblidade excepcional de ajuizamento de ação de divórcio pelo curador definitivo 
Em virtude de se tratar de representação de natureza absolutamente excepcional, a regra que autoriza terceiros 
a ajuizarem a ação de dissolução de vínculo conjugal deverá ser interpretada restritivamente, limitando-se a sua 
incidência apenas à hipótese de curatela definitiva; (iv) em situações ainda mais excepcionais, poderá o curador 
provisório ajuizar a ação de dissolução do vínculo conjugal em representação do cônjuge potencialmente incapaz, 
desde que expressa e previamente autorizado pelo juiz após a oitiva do Ministério Público, como orientam os 
arts. 749, parágrafo único, do CPC/2015, e 87 da Lei n. 13.146/2015. REsp 1.645.612-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, 
 
 74 
por unanimidade, julgado em 16/10/2018, DJe 12/11/2018 
 
Curatela. Cônjuge. Regime da comunhão absoluta de bens. Dever de prestar contas. Desnecessidade. Exceções. 
Indícios de malversação dos bens. Bens incomunicáveis. 
O magistrado poderá decretar a prestação de contas pelo cônjuge curador, resguardando o interesse prevalente 
do curatelado e a proteção especial do interdito quando: a) houver qualquer indício ou dúvida de malversação 
dos bens do incapaz, com a periclitação de prejuízo ou desvio de seu patrimônio, no caso de bens comuns; e b) 
se tratar de bens incomunicáveis, excluídos da comunhão, ressalvadas situações excepcionais. 
REsp 1.515.701-RS, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, por unanimidade, julgado em 02/10/2018, DJe 31/10/2018 
 
Partilha de bens 
Impossibilidade de se querer a partilha de lucros de sociedade empresária se destinados à conta reserva 
O lucro destinado à conta de reserva, ou seja, que não é distribuído aos sócios, continua pertencendo à sociedade 
empresária (e não ao sócio, de modo que essa quantia não será partilhada caso um dos sócios termine a união 
estável que mantinha. STJ. 3ª Turma. REsp 1.595.775-AP, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 
9/8/2016 (Info 588). 
 
A cotas sociais a serem partilhadas obedecem ao valor referente ao momento da partilha 
Verificada a existência de mancomunhão, o pagamento da expressão patrimonial das cotas societárias à ex-
cônjuge, não sócia, deve corresponder ao momento efetivo da partilha, e não àquele em que estabelecido 
acordo prévio sobre os bens que fariam parte do acervo patrimonial. STJ. 3ª Turma. REsp 1.537.107-PR, Rel. Min. 
Nancy Andrighi, julgado em 17/11/2016 (Info 594). 
 
É possível que o herdeiro testamentário suceda autor de ação investigatória de paternidade cumulada com 
partilha 
Ocorrido o falecimento do autor da ação de investigação de paternidade cumulada com nulidade da partilha antes 
da prolação da sentença, sem deixar herdeiros necessários, detém o herdeiro testamentário, que o sucedeu a 
título universal, legitimidade e interesse para prosseguir com o feito, notadamente, pela repercussão patrimonial 
advinda do potencial reconhecimento do vínculo biológico do testador. STJ. 3ª Turma. REsp 1.392.314-SC, Rel. 
Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 6/10/2016 (Info 592). 
 
Ex-cônjuge que está utilizando o bem comum de forma exclusiva poderá ser condenado a indenizar o outro 
mesmo que ainda não tenha havido partilha 
A indenização pelo uso exclusivo do bem por parte do alimentante pode influir no valor da prestação de 
alimentos, pois afeta a renda do obrigado, devendo as obrigações serem reciprocamente consideradas pelo juiz, 
sempre atento às peculiaridades do caso concreto. STJ. 2ª Seção. REsp 1.250.362-RS, Rel. Min. Raul Araújo, 
julgado em 8/2/2017 (Info 598). 
 
Possibilidade da justiça brasileira dispor sobre partilha de bem situado no exterior 
É possível, em processo de dissolução de casamento em curso no país, que se disponha sobre direitos 
patrimoniais decorrentes do regime de bens da sociedade conjugal aqui estabelecida, ainda que a decisão tenha 
reflexos sobre bens situados no exterior para efeitos da referida partilha. STJ. 4ª Turma. REsp 1.552.913-RJ, Rel. 
Min. Maria Isabel Gallotti, julgado em 8/11/2016 (Info 597). 
 
 75 
 
Prazo para anular partilha de bens em dissolução de união estável por vício de consentimento é de 4 anos 
É de 4 anos o prazo de decadência para anular partilha de bens em dissolução de união estável, por vício de 
consentimento (coação), nos termos do art. 178 do Código Civil. STJ. 4ª Turma. REsp 1.621.610-SP, Rel. Min.Luis 
Felipe Salomão, julgado em 7/2/2017 (Info 600). 
Cuidado: 
• Prazo para anulação da partilha do direito sucessório (morte): 1 ano. 
• Prazo para anulação da partilha em caso de divórcio ou dissolução de união estável: 4 anos. 
 
Ação de reconhecimento e dissolução de união estável. Partilha de direitos sobre concessão de uso de bem 
público. Possibilidade. 
Na dissolução de união estável, é possível a partilha dos direitos de concessão de uso para moradia de imóvel 
público. REsp 1.494.302-DF, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, por unanimidade, julgado em 13/6/2017, DJe 
15/8/2017. 
 
Ação de prestação de contas. Bens e direitos em estado de mancomunhão (entre a separação de fato e a efetiva 
partilha). Patrimônio comum administrado exclusivamente por ex-cônjuge. 
No tocante especificamente à relação decorrente do fim da convivência matrimonial, infere-se que, após a 
separação de fato ou de corpos, o cônjuge que estiver na posse ou na administração do patrimônio partilhável - 
seja na condição de administrador provisório, seja na de inventariante - terá o dever de prestar contas ao ex-
consorte. 
 Isso porque, uma vez cessada a afeição e a confiança entre os cônjuges, aquele titular de bens ou negócios 
administrados pelo outro tem o legítimo interesse ao pleno conhecimento da forma como são conduzidos, não 
se revelando necessária a demonstração de qualquer irregularidade, prejuízo ou crédito em detrimento do gestor. 
Por fim, registre-se que a Terceira Turma do STJ já se manifestou nesse sentido, conforme se depreende dos 
seguintes julgados: REsp 1.300.250-SP, DJe 19/4/12; REsp 1.287.579-RN, DJe 2/8/13 e REsp 1.470.906-SP, DJe 
15/10/15. REsp 1.274.639-SP, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, por maioria, julgado em 12/09/2017, DJe 23/10/2017 
 
Dissolução de união estável. Partilha de bens. Companheiro sexagenário. Súmula 377 do STF. Bens adquiridos 
na constância da união estável. Partilha igualitária. Demonstração do esforço comum dos companheiros para 
legitimar a divisão. Necessidade. Prêmio de loteria. Fato eventual ocorrido na constância da união estável. 
Necessidade de meação. 
O prêmio de loteria, recebido por ex-companheiro sexagenário, durante a relação de união estável, deve ser 
objeto de meação entre o casal. REsp 1.689.152-SC, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, por unanimidade, julgado em 
24/10/2017, DJe 22/11/2017 
 
Divórcio Consensual. Acordo sobre partilha de bens. Homologação por sentença. Posterior ajuste consensual 
acerca da destinação dos bens. Violação à coisa julgada. Inocorrência. Convenção sobre partilha de bens 
privados e disponíveis. Partes maiores e capazes. Possibilidade. 
A coisa julgada material formada em virtude de acordo celebrado por partes maiores e capazes, versando sobre 
a partilha de bens imóveis privados e disponíveis e que fora homologado judicialmente por ocasião de divórcio 
consensual, não impede que haja um novo acordo sobre o destino dos referidos bens. REsp 1.623.475-PR, Rel. 
Min. Nancy Andrighi, por unanimidade, julgado em 17/04/2018, DJe 20/04/2018 
 
 76 
 
Casamento contraído sob causa suspensiva. Separação obrigatória de bens (CC/1916, art. 258, II; CC/2002, art. 
1.641, II). Partilha. Bens adquiridos onerosamente. Necessidade de prova do esforço comum. Pressuposto da 
pretensão. Moderna compreensão da Súmula 377/STF. 
No regime de separação legal de bens, comunicam-se os adquiridos na constância do casamento, desde que 
comprovado o esforço comum para sua aquisição. EREsp 1.623.858-MG, Rel. Min. Lázaro Guimarães 
(Desembargador Convocado do TRF 5ª Região), por unanimidade, julgado em 23/05/2018, DJe 30/05/2018 
 
Ação de divórcio. Exclusão de patronímico adotado pela cônjuge por ocasião do casamento. Revelia. 
Manifestação expressa da vontade. Necessidade. Direito da Personalidade. Indisponibilidade. 
A revelia em ação de divórcio na qual se pretende, também, a exclusão do patronímico adotado por ocasião do 
casamento não significa concordância tácita com a modificação do nome civil. REsp 1.732.807-RJ, Rel. Min. Nancy 
Andrighi, por unanimidade, julgado em 14/08/2018, DJe 17/08/2018 
 
Ação de partilha posterior ao divórcio. Conexão substancial entre as ações. Competência funcional de natureza 
absoluta. Prevenção. Incapacidade superveniente de uma das partes. Foro de domicílio do incapaz. 
Competência territorial especial de natureza relativa. 
A incapacidade superveniente de uma das partes, após a decretação do divórcio, não tem o condão de alterar a 
competência funcional do juízo prevento. CC 160.329-MG, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 27/02/2019, DJe 
06/03/2019 
 
Sucessões 
Pedido de abertura de inventário com a regularização processual por meio de nomeação de advogado implica 
aceitação tácita da herança 
O pedido de abertura de inventário e o arrolamento de bens, com a regularização processual por 
meio de nomeação de advogado, implicam a aceitação tácita da herança que torna definitiva a 
qualidade de herdeiro, constituindo ato irrevogável e irretratável. STJ. 3ª Turma. REsp 1.622.331-SP, Rel. 
Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 8/11/2016 (Info 593). 
 
Em caso de sucessão causa mortis do companheiro deverão ser aplicadas as mesmas regras da sucessão causa 
mortis do cônjuge 
No sistema constitucional vigente, é inconstitucional a diferenciação de regimes sucessórios entre cônjuges e 
companheiros, devendo ser aplicado, em ambos os casos, o regime estabelecido no artigo 1.829 do Código Civil. 
STF. Plenário. RE 646721/RS, Rel. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Roberto Barroso e RE 878694/MG, Rel. 
Min. Roberto Barroso, julgados em 10/5/2017 (repercussão geral) (Info 864). 
 
Testamento. Formalidades legais não observadas. Nulidade. Não ocorrência. Primazia da manifestação de 
vontade. 
O descumprimento de exigência legal para a confecção de testamento público – segunda leitura e expressa 
menção no corpo do documento da condição de cego – não gera a sua nulidade se mantida a higidez da 
manifestação de vontade do testador. REsp 1.677.931-MG, Rel. Min. Nancy Andrighi, por unanimidade, julgado 
em 15/8/2017, DJe 22/8/2017. 
 
Ação de dissolução parcial de sociedade. Apuração de haveres. Coerdeiro necessário. Ilegitimidade ativa. 
 
 77 
O herdeiro necessário não possui legitimidade ativa para propositura de ação de dissolução parcial de sociedade 
em que se busca o pagamento de quotas sociais integrantes do acervo hereditário quando não for em defesa de 
interesse do espólio. REsp 1.645.672-SP, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, por unanimidade, julgado em 
22/8/2017, DJe 29/8/2017. 
 
Venda de cotas societárias de ascendente a descendente. Reconhecimento de paternidade post mortem. Falta 
de anuência da filha. Nulidade do negócio jurídico. Inexistência. 
O reconhecimento de paternidade post mortem não invalida a alteração de contrato social com a transferência 
de todas as cotas societárias realizada pelo genitor a outro descendente. REsp 1.356.431-DF, Rel. Min. Luis Felipe 
Salomão, por unanimidade, julgado em 8/8/2017, DJe 21/9/2017. 
 
Ação de inventário. Arrolamento de bens. Distinção de regime sucessório entre cônjuges e companheiros. 
Impossibilidade. Art. 1.790 do CC/02. Inconstitucionalidade reconhecida pelo STF. 
Cinge-se a controvérsia a definir se é possível a diferenciaçãodos regimes jurídicos sucessórios entre o casamento 
e a união estável. A respeito desse tema o STF, por maioria, ao concluir a análise dos Recursos Extraordinários nos 
646.721 e 878.694, julgados sob a égide do regime da repercussão geral, reconheceu, incidentalmente, a 
inconstitucionalidade do art. 1.790 do Código Civil, dispositivo que estabelecia a diferenciação dos direitos de 
cônjuges e companheiros para fins sucessórios. 
A tese fixada pela Corte Suprema em ambos os casos ficou assim sintetizada: "(...) No sistema constitucional 
vigente, é inconstitucional a distinção de regimes sucessórios entre cônjuges e companheiros, devendo ser 
aplicado em ambos os casos o regime estabelecido no artigo 1.829 do CC/02". 
Extrai-se do voto do Ministro Luís Roberto Barroso, relator do RE n. 878.694, que o STF já equiparou as uniões 
homoafetivas às uniões "convencionais", o que implicaria utilizar argumentos semelhantes em ambos os casos, 
especialmente porque após a Constituição de 1988 foram editadas as Leis nos 8.971/1994 e 9.278/1996 que 
equipararam os regimes jurídicos sucessórios do casamento e da união estável. Salientou, ainda, que o Código 
Civil, ao diferenciar o casamento e as uniões estáveis no plano sucessório, promoveu um retrocesso e uma 
inconstitucional hierarquização entre as famílias, por reduzir o nível de proteção estatal conferido aos indivíduos 
somente pelo fato de não estarem casados, motivo pelo qual o art. 1.790 do Código Civil de 2002 viola a igualdade, 
a dignidade da pessoa humana, a proporcionalidade e contraria a vedação à proteção insuficiente, bem como a 
proibição ao retrocesso. Havendo, portanto, respaldo na jurisprudência do Supremo, não há justo motivo para o 
discrímen. REsp 1.332.773-MS, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, por unanimidade, julgado em 27/6/2017, DJe 
1/8/2017 
 
Ação de inventário. Suspensão. Possibilidade. Regularização dos bens imóveis. Averbação. Condicionante 
razoável. 
É legítima a decisão judicial que determina a averbação, no respectivo registro, das modificações realizadas em 
bens imóveis submetidos à partilha como condição de procedibilidade da ação de inventário. REsp 1.637.359-
RS, Rel. Min. Nancy Andrighi, por unanimidade, julgado em 08/05/2018, DJe 11/05/2018 
 
Sucessão. Bens à colação. Valor dos bens doados. Valor atribuído no ato de liberalidade com correção 
monetária até a data da sucessão. Aplicação do art. 2.004, caput, do CC/2002 
O valor de colação dos bens doados deverá ser aquele atribuído ao tempo da liberalidade, corrigido 
 
 78 
monetariamente até a data da abertura da sucessão. REsp 1.166.568-SP, Rel. Min. Lázaro Guimarães 
(Desembargador convocado do TRF da 5ª Região), por unanimidade, julgado em 12/12/2017, DJe 15/12/2017 
 
Inventário. Exame de questões de alta indagação. Juízo universal. Não exclusividade. Ação autônoma. 
Possibilidade. Celeridade processual. Art. 984 do CPC/1973. 
É cabível o ajuizamento de ação autônoma perante o juízo cível quando se constatar, desde logo, a necessidade 
de dilação probatória incompatível com o rito especial do inventário. REsp 1.480.810-ES, Rel. Min. Nancy 
Andrighi, por unanimidade, julgado em 20/03/2018, DJe 26/03/2018 
 
Direito das sucessões. Direito real de habitação. Art. 1.831 do Código Civil. União estável reconhecida. 
Companheiro sobrevivente. Patrimônio. Inexistência de outros bens. Irrelevância. 
O reconhecimento do direito real de habitação, a que se refere o artigo 1.831 do Código Civil, não pressupõe a 
inexistência de outros bens no patrimônio do cônjuge/companheiro sobrevivente. REsp 1.582.178-RJ, Rel. Min. 
Ricardo Villas Bôas Cueva, por maioria, julgado em 11/09/2018, DJe 14/09/2018 
 
Sucessão. Inventário. Imóvel residencial. Ocupação e uso gratuito (comodato). Herdeiro. Adiantamento da 
legítima. Inocorrência. Colação. Desnecessidade. 
É prescindível que herdeiro necessário traga à colação o valor correspondente à ocupação e ao uso a título 
gratuito de imóvel que pertencia ao autor da herança. REsp 1.722.691-SP, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, 
por unanimidade, julgado em 12/03/2019, DJe 15/03/2019 
 
Sucessão. Inventário. União estável. Filhos comuns e exclusivos do autor da herança. Concorrência híbrida. 
Reserva da quarta parte da herança. Inaplicabilidade. Art. 1.832, parte final, do CC. Interpretação restritiva. 
Quinhão hereditário do companheiro igual ao dos descendentes. 
A reserva da quarta parte da herança, prevista no art. 1.832 do Código Civil, não se aplica à hipótese de 
concorrência sucessória híbrida. REsp 1.617.650-RS, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, Terceira Turma, por 
unanimidade, julgado em 11/06/2019, DJe 01/07/2019 
 
Sucessão aberta na vigência do Código Civil de 1916. Art. 1.611, § 2º, do CC/1916. Direito real de habitação. 
Extinção. Cônjuge sobrevivente. União estável superveniente. Equiparação a casamento. 
A constituição de união estável superveniente à abertura da sucessão, ocorrida na vigência do Código Civil de 
1916, afasta o estado de viuvez previsto como condição resolutiva do direito real de habitação do cônjuge 
supérstite. REsp 1.617.636-DF, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, Terceira Turma, por unanimidade, julgado em 
27/08/2019, DJe 03/09/2019 
 
Cláusulas de inalienabilidade, incomunicabilidade e impenhorabilidade. Vigência da restrição. Vida do 
beneficiário. Transmissão causa mortis do bem gravado. Testamento. Validade. 
As cláusulas de inalienabilidade, incomunicabilidade e impenhorabilidade não tornam nulo o testamento, que 
dispõe sobre transmissão causa mortis do bem gravado. REsp 1.641.549-RJ, Rel. Min. Antonio Carlos Ferreira, 
Quarta Turma, por unanimidade, julgado em 13/08/2019, DJe 20/08/2019 
 
 
União Estável 
Não incidência da proteção ao idoso quanto ao regime de bens não se aplica em caso de união estável anterior 
A proteção matrimonial conferida ao noivo, nos termos do art. 258, parágrafo único, II, do Código Civil de 1916, 
não se revela necessária quando o enlace for precedido de longo relacionamento em união estável, que se iniciou 
 
 79 
quando os cônjuges não tinham restrição legal à escolha do regime de bens. STJ. 4ª Turma. REsp 1.318.281-PE, 
Rel. Min. Maria Isabel Gallotti, julgado em 1/12/2016 (Info 595). 
 
União estável. Vocação hereditária. Partilha. Companheiro. Exclusividade. Colaterais. Afastamento. Arts. 
1.838 e 1.839 do CC/2002. Incidência. 
Na falta de descendentes e ascendentes, será deferida a sucessão por inteiro ao cônjuge ou companheiro 
sobrevivente, não concorrendo com parentes colaterais do de cujus. REsp 1.357.117-MG, Rel. Min. Ricardo Villas 
Bôas Cueva, por unanimidade, julgado em 13/03/2018, DJe 26/03/2018. 
 
Inexigência de escritura pública para o contrato de união estável 
É válido, desde que escrito, o pacto de convivência formulado pelo casal no qual se opta pela adoção da 
regulação patrimonial da futura relação como símil (igual) ao regime de comunhão universal, ainda que não 
tenha sido feito por meio de escritura pública. Em outras palavras, um casal que vive (ou viverá) em união estável 
pode celebrar contrato de convivência dizendo que aquela relação será regida por um regime de bens igual ao 
regime da comunhão universal. Esse contrato, para ser válido, precisa ser feito por escrito, mas não é necessário 
que seja realizadopor escritura pública. STJ. 3ª Turma. REsp 1.459.597-SC, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 
1/12/2016 (Info 595). 
 
Imóvel doado por um companheiro para o outro deve ser excluído do montante partilhável, nos termos do 
art. 1.659, I, do CC 
O bem imóvel adquirido a título oneroso na constância da união estável regida pelo estatuto da comunhão 
parcial, mas recebido individualmente por um dos companheiros, através de doação pura e simples realizada 
pelo outro, deve ser excluído do monte partilhável, nos termos do art. 1.659, I, do CC/2002 STJ. 4ª Turma. REsp 
1.171.488-RS, Rel. Min. Raul Araújo, julgado em 4/4/2017 (Info 603). 
Art. 1.659. Excluem-se da comunhão: 
I - os bens que cada cônjuge possuir ao casar, e os que lhe sobrevierem, na constância do casamento, por doação 
ou sucessão, e os sub-rogados em seu lugar; 
 
Benefício de previdência privada fechada não entra na partilha em caso de fim de relação 
O benefício de previdência privada fechada é excluído da partilha em dissolução de união estável regida pela 
comunhão parcial de bens. STJ. 3ª Turma. REsp 1.477.937-MG, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 
27/4/2017 (Info 606). 
 
Paternidade e alimentos 
Direito de família. União homoafetiva. Reprodução assistida heteróloga. Gestação por substituição. Dupla 
paternidade. Possibilidade. Parentalidade biológica e socioafetiva. Registro simultâneo no assento de 
nascimento. 
É possível a inclusão de dupla paternidade em assento de nascimento de criança concebida mediante as técnicas 
de reprodução assistida heteróloga e com gestação por substituição, não configurando violação ao instituto da 
adoção unilateral. REsp 1.608.005-SC, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, Terceira Turma, por unanimidade, 
julgado em 14/05/2019, DJe 21/05/2019 
 
Extensão dos efeitos da sentença que reconhece o parentesco aos avós 
 
 80 
Os efeitos da sentença transitada em julgado que reconhece o vínculo de parentesco entre filho e pai em ação 
de investigação de paternidade alcançam o avô, ainda que este não tenha participado da relação jurídica 
processual. STJ. 4ª Turma. REsp 1.331.815-SC, Rel. Min. Antonio Carlos Ferreira, julgado em 16/6/2016 (Info 587). 
 
Possibilidade de se buscar o reconhecimento da paternidade biológica e a anulação do registro de nascimento 
O filho tem direito de desconstituir a denominada "adoção à brasileira" para fazer constar o nome de seu pai 
biológico em seu registro de nascimento, ainda que preexista vínculo socioafetivo de filiação como pai registral. 
STJ. 3ª Turma. REsp 1.417.598-CE, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em 17/12/2015 (Info 577). 
 
 
Direito à filiação biológica e presunção legal de paternidade 
O filho tem direito de ter reconhecida sua verdadeira filiação. Assim, mesmo que ele tenha nascido durante a 
constância do casamento de sua mãe e de seu pai registrais, ele poderá ingressar com ação de investigação de 
paternidade contra o suposto pai biológico. A presunção legal de que os filhos nascidos durante o casamento 
são filhos do marido não pode servir como obstáculo para impedir o indivíduo de buscar a sua verdadeira 
paternidade. STF. Plenário. AR 1244 EI/MG, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 22/09/2016 (Info 840). 
 
Paternidade socioafetiva e responsabilidade do pai biológico (pluriparentalidade) 
A paternidade socioafetiva, declarada ou não em registro público, não impede o reconhecimento do vínculo 
de filiação concomitante baseado na origem biológica, com os efeitos jurídicos próprios, inclusive no campo 
sucessório. STF. Plenário. RE 898060/SC, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 21 e 22/09/2016 (Info 840). 
 
Não se pode mais rediscutir a coisa julgada em situação na qual a ação de investigação foi julgada 
procedente pelo fato de o investigado ter se recusado a fazer o DNA 
A relativização da coisa julgada estabelecida em ação de investigação de paternidade não se aplica às hipóteses 
em que o reconhecimento do vínculo se deu, exclusivamente, pela recusa do investigado ou seus herdeiros em 
comparecer ao laboratório para a coleta do material biológico. STJ. 3ª Turma. REsp 1.562.239/MS, Rel. Min. Paulo 
de Tarso Sanseverino, julgado em 09/05/2017 (Info 604). 
 
Devedor de alimentos e inclusão em cadastro de inadimplentes 
Em execução de alimentos devidos a filho menor de idade, é possível o protesto e a inscrição do nome do 
devedor em cadastros de proteção ao crédito. Mostra-se juridicamente possível o pedido do credor 
para que seja realizado protesto e inclusão do nome do devedor de alimentos nos cadastros de 
proteção ao crédito (SPC e Serasa), como medida executiva a ser adotada pelo magistrado para 
 
 81 
garantir a efetivação dos direitos fundamentais da criança e do adolescente. No CPC 2015 existe previsão 
expressa nesse sentido (art. 528, § 1º e art. 782, §§ 3º e 4º). STJ. 3ª Turma. REsp 1.469.102-SP, Rel. 
Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 8/3/2016 (Info 579). STJ. 4ª Turma. REsp 1.533.206- 
MG, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 17⁄11⁄2015. 
 
Inexistência de transferência automática do dever de alimentar pelos avós (responsabilidade subsidiária e 
complementar) 
O falecimento do pai do alimentante não implica a automática transmissão do dever alimentar aos 
avós. STJ. 4ª Turma. REsp 1.249.133-SC, Rel. Min. Antonio Carlos Ferreira, Rel. para acórdão Min. Raul 
Araújo, julgado em 16/6/2016 (Info 587). 
 
Impossibilidade do filho requerer que sua genitora falecida seja reconhecida como filha por seus avós 
O filho, em nome próprio, não tem legitimidade para deduzir em juízo pretensão declaratória de filiação 
socioafetiva entre sua mãe - que era maior, capaz e, ao tempo do ajuizamento da ação, pré-morta (já 
falecida) - e os supostos pais socioafetivos dela. STJ. 3ª Turma. REsp 1.492.861-RS, Rel. Min. Marco 
Aurélio Bellizze, julgado em 2/8/2016 (Info 588). 
 
É possível a fixação de astreintes para forçar a genitora que está com a guarda da criança a respeitar o direito 
de visita do pai 
É válida a aplicação de astreintes quando o genitor detentor da guarda da criança descumpre acordo homologado 
judicialmente sobre o regime de visitas, uma vez que é a medida menos drástica para a criança. STJ. 3ª Turma. 
REsp 1.481.531-SP, Rel. Min. Moura Ribeiro, julgado em 16/2/2017 (Info 599). 
 
Possibilidade da genitora prosseguir com execução de alimentos a fim de que seja ressarcida prestações 
pretéritas 
A genitora que, ao tempo em que exercia a guarda judicial do filho, representou-o em ação de execução de débitos 
alimentares possui legitimidade para prosseguir no processo executivo com intuito de ser ressarcida, ainda 
que, no curso da cobrança judicial, a guarda tenha sido transferida ao genitor (executado). STJ. 4ª Turma. 
REsp 1.410.815-SC, Rel. Min. Marco Buzzi, julgado em 9/8/2016 (Info 590). 
 
Execução de alimentos. Obrigação fixada em pecúnia. Abatimento de prestação "in natura". Possibilidade. 
Princípio da incompensabilidade dos alimentos. Mitigação. 
É possível, em sede de execução de alimentos, a dedução na pensão alimentícia fixada exclusivamente em pecúnia 
das despesas pagas "in natura", com o consentimento do credor, referentes a aluguel, condomínio e IPTU do 
imóvel onde residia o exequente. REsp 1.501.992-RJ, Rel. Min.Paulo de Tarso Sanseverino, por unanimidade, 
julgado em 20/03/2018, DJe 20/04/2018 
 
Execução de alimentos e admissão da prova da impossibilidade por meio de prova testemunhal 
Na execução de alimentos pelo rito do art. 733 do CPC/1973 (art. 528 do CPC/2015), o executado pode comprovar 
a impossibilidade de pagamento por meio de prova testemunhal, desde que a oitiva ocorra no tríduo previsto 
para a justificação. STJ. 3ª Turma. REsp 1.601.338-SP, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, Rel. para acórdão Min. 
 
 82 
Nancy Andrighi, julgado em 13/12/2016 (Info 599). 
Na execução de alimentos pelo rito do art. 733 do CPC/1973 (art. 528 do CPC/2015), o executado é intimado 
pessoalmente para, em 3 dias: 
a) pagar o débito; 
b) provar que o fez (provar que já pagou a dívida); ou 
c) justificar a impossibilidade de efetuá-lo (provar que não tem condições de pagar). 
 
Prisão por dívida de alimentos. Execução iniciada na vigência do CPC/1973. Aplicação imediata do art. 528, § 
7º, do CPC/2015. Possibilidade. 
É possível a aplicação imediata do art. 528, § 7º (prisão por dívida alimentar), do CPC/2015 em execução de 
alimentos iniciada e processada, em parte, na vigência do CPC/1973. RHC 92.211-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, 
por unanimidade, julgado em 27/02/2018, DJe 02/03/2018 
 
Se o filho é maior de 18 anos, mas apresenta doença mental incapacitante, seus pais têm dever de prestar 
alimentos, sendo a necessidade presumida 
É presumida a necessidade de percepção de alimentos do portador de doença mental incapacitante, devendo ser 
suprida nos mesmos moldes dos alimentos prestados em razão do poder familiar, independentemente da 
maioridade civil do alimentado. STJ. 3ª Turma. REsp 1.642.323-MG, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 
28/3/2017 (Info 600) 
 
A prisão por dívida de natureza alimentícia está ligada ao inadimplemento inescusável de prestação 
A prisão por dívida de natureza alimentícia está ligada ao inadimplemento inescusável de prestação, não 
alcançando a cobrança de saldo devedor (STF. 1ª Turma. HC 121426/SP, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 
14/3/2017 (Info 857). 
 
Ação de alimentos gravídicos não se extingue ou perde seu objeto com o nascimento da criança 
A ação de alimentos gravídicos não se extingue ou perde seu objeto com o nascimento da criança, pois os referidos 
alimentos ficam convertidos em pensão alimentícia até eventual ação revisional em que se solicite a exoneração, 
redução ou majoração de seu valor ou até mesmo eventual resultado em ação de investigação ou negatória de 
paternidade. STJ. 3ª Turma. REsp 1.629.423-SP, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 6/6/2017 (Info 606). 
 
Termo inicial do prazo prescricional para cumprimento de sentença de alimentos 
O prazo prescricional para o cumprimento de sentença que condenou ao pagamento de verba alimentícia 
retroativa se inicia tão somente com o trânsito em julgado da decisão que reconheceu a paternidade. STJ. 3ª 
Turma. REsp 1.634.063-AC, Rel. Min. Moura Ribeiro, julgado em 20/6/2017 (Info 607). 
 
Revisional de alimentos. Antecipação de tutela. Alteração para valor ilíquido. Descabimento. Subtração da 
eficácia da obrigação de alimentos. Contrariedade ao interesse do menor alimentante. 
Não é possível, em tutela antecipada deferida na ação revisional de alimentos, a alteração de valor fixo de pensão 
alimentícia para um valor ilíquido, correspondente a percentual de rendimentos que virão a ser apurados no curso 
do processo, uma vez que atenta contra o interesse do menor alimentando, pois a pensão alimentícia foi alterada 
de um valor fixo, passível de imediata execução, para um valor ilíquido, a ser determinado no curso da demanda 
 
 83 
revisional, impedindo a imediata execução. REsp 1.442.975-PR, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, por 
unanimidade, julgado em 27/6/2017, DJe 1/8/2017. 
 
Família. Abandono material. Menor. Descumprimento do dever de prestar assistência material ao filho. Ato 
ilícito. Danos morais. Compensação. Possibilidade. 
A omissão voluntária e injustificada do pai quanto ao amparo material do filho gera danos morais, passíveis de 
compensação pecuniária. REsp 1.087.561-RS, Rel. Min. Raul Araújo, por unanimidade, julgado em 13/6/2017, DJe 
18/8/2017. 
 
Família. Alimentos. Inclusão dos valores percebidos pelo devedor a título de participação em lucros e 
resultados. Impossibilidade e desnecessidade. (STJ dividido) 
Os valores recebidos a título de participação nos lucros e resultados não se incorporam à verba alimentar devida 
ao menor. 
Ademais, o próprio art. 3º da Lei n. 10.101/2000 estabelece, em sintonia com o texto constitucional, que a 
participação nos lucros e resultados da empresa não substitui ou complementa a remuneração devida ao 
trabalhador, não se configura em fator de incidência de quaisquer encargos trabalhistas e não tem caráter 
habitual, não havendo que se falar em incorporação automática desta bonificação aos alimentos prestados à 
menor. REsp 1.465.679-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, por unanimidade, julgado em 09/11/2017, DJe 17/11/2017. 
 
Ação de oferta de alimentos. Participação nos lucros e resultados. Integração na base de cálculo da verba 
alimentar. Acréscimo patrimonial decorrente do contrato de trabalho. Incremento da possibilidade do 
alimentante. (STJ dividido) 
A participação nos lucros ou resultados deve ser considerada como base de cálculo para se aferir o quantum 
devido a título de alimentos, fixados sobre a "remuneração líquida", "salário líquido", "rendimentos líquidos". 
Dessa forma, com base em tais premissas e para fins de apuração do valor relativo aos alimentos, deve ser 
reconhecida a natureza salarial/remuneratória da verba em questão, porquanto inegavelmente implica um 
acréscimo em uma das variáveis do binômio da prestação alimentar, isto é, na possibilidade do alimentante. 
Reitera-se, por oportuno, o entendimento já adotado pela Quarta Turma, quando do julgamento do REsp n. 
1.332.808/SC, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, DJe 24/02/2015 (Informativo de Jurisprudência n. 553). 
 
Prisão civil por alimentos. Obrigação alimentar avoenga. Natureza complementar e subsidiária. Existência de 
meios executivos e técnicas mais adequadas. Desnecessidade da medida coativa extrema. 
Havendo meios executivos mais adequados e igualmente eficazes para a satisfação da dívida alimentar dos avós, 
é admissível a conversão da execução para o rito da penhora e da expropriação, a fim de afastar o decreto prisional 
em desfavor dos executados. HC 416.886-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, por unanimidade, julgado em 12/12/2017, 
DJe 18/12/2017 
 
Ação de prestação de contas. Demanda ajuizada pelo filho em desfavor da mãe. Condição de administradora 
de seus bens por ocasião de sua menoridade. Art. 1.689, I e II do CC/2002. Causa de pedir fundada em abuso 
de direito. Pedido juridicamente possível. Caráter excepcional. 
A ação de prestação de contas ajuizada pelo filho em desfavor dos pais é possível quando a causa de pedir estiver 
relacionada com suposto abuso do direito ao usufruto legal e à administração dos bens dos filhos. REsp 1.623.098-
MG, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, por unanimidade, julgado em 13/03/2018, DJe 23/03/201884 
 
Ação de alimentos. Diferença de valor ou percentual entre filhos. Possibilidade. Excepcionalidade. 
Necessidades distintas entre os alimentandos. Capacidades de contribuições diferenciadas dos genitores. 
Excepcionalmente, é admissível a fixação de alimentos em valores ou em percentuais diferentes entre os filhos. 
REsp 1.624.050-MG, Rel. Min. Nancy Andrighi, por unanimidade, julgado em 19/06/2018, DJe 22/06/2018 
 
Prisão civil. Débito alimentar incontroverso. Teoria do adimplemento substancial. Não aplicabilidade pela via 
estreita do writ. 
A teoria do adimplemento substancial não tem incidência nos vínculos jurídicos familiares, revelando-se 
inadequada para solver controvérsias relacionadas a obrigações de natureza alimentar. HC 439.973-MG, Rel. Min. 
Luis Felipe Salomão, Rel. Acd. Min. Antonio Carlos Ferreira, por maioria, julgado em 16/08/2018, DJe 04/09/2018 
 
STJ, 621 - Os efeitos da sentença que reduz, majora ou exonera o alimentante do pagamento retroagem à data 
da citação, vedadas a compensação e a repetibilidade 
 
Ação de alimentos. Mecanismo de integração posterior do polo passivo. Natureza jurídica. Litisconsórcio 
facultativo ulterior simples. Art. 1.698 do CC/2002. Autor com plena capacidade processual. Exclusividade. 
Em ação de alimentos, quando se trata de credor com plena capacidade processual, cabe exclusivamente a ele 
provocar a integração posterior no polo passivo. REsp 1.715.438-RS, Rel. Min. Nancy Andrighi, por unanimidade, 
julgado em 13/11/2018, DJe 21/11/2018 
 
Possibilidade de cumulação de medidas na execução de alimentos 
É admissível o uso da técnica executiva de desconto em folha de dívida de natureza alimentar ainda que haja 
anterior penhora de bens do devedor. REsp 1.733.697-RS, Rel. Min. Nancy Andrighi, por unanimidade, julgado em 
11/12/2018, DJe 13/12/2018 
 
Possibilidade de decretação de prisão civil no âmbito da Lei Maria da Penha 
A decisão proferida em processo penal que fixa alimentos provisórios ou provisionais em favor da companheira e 
da filha, em razão da prática de violência doméstica, constitui título hábil para imediata cobrança e, em caso de 
inadimplemento, passível de decretação de prisão civil. RHC 100.446-MG, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, por 
unanimidade, julgado em 27/11/2018, DJe 05/12/2018 
 
Tutela e legitimidade 
O rol de legitimados do art. 756, §1º, do CPC/2015, acerca dos possíveis legitimados para a ação de levantamento 
de curatela, não é taxativo. REsp 1.735.668-MT, Rel. Min. Nancy Andrighi, por unanimidade, julgado em 
11/12/2018, DJe 14/12/2018 
 
Possibilidade de cumulação de medidas na execução de alimentos 
É admissível o uso da técnica executiva de desconto em folha de dívida de natureza alimentar ainda que haja 
anterior penhora de bens do devedor. REsp 1.733.697-RS, Rel. Min. Nancy Andrighi, por unanimidade, julgado em 
11/12/2018, DJe 13/12/2018 
 
Verba alimentar entre ex-cônjuges. Direito disponível. Natureza contratual do acordo. Critério de atualização 
monetária. Necessidade de previsão no contrato. 
Em caso de alimentos acordados voluntariamente entre ex-cônjuges, a incidência de correção monetária para 
atualização da obrigação ao longo do tempo deve estar expressamente prevista no contrato. REsp 1.705.669-SP, 
Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, por unanimidade, julgado em 12/02/2019, DJe 15/02/2019 
 
Obrigação alimentar extinta. Pagamento por mera liberalidade. Surrectio. Inaplicabilidade. 
 
 85 
Obrigação alimentar extinta mas mantida por longo período de tempo por mera liberalidade do alimentante não 
pode ser perpetuada com fundamento no instituto da surrectio. REsp 1.789.667-RJ, Rel. Min. Paulo de Tarso 
Sanseverino, Rel. Acd. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, Terceira Turma, por maioria, julgado em 13/08/2019, DJe 
22/08/2019 
 
Ação de execução de alimentos. Menor representado por sua genitora. Posterior alteração da guarda em favor 
do executado. Prosseguimento da execução pela genitora. Impossibilidade. Direito aos alimentos. Viés 
personalíssimo. Intransmissibilidade. 
A genitora do alimentando não pode prosseguir na execução de alimentos, em nome próprio, a fim de perceber 
os valores referentes aos débitos alimentares vencidos, após a transferência da titularidade da guarda do menor 
ao executado. REsp 1.771.258-SP, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, Terceira Turma, por unanimidade, julgado em 
06/08/2019, DJe 14/08/2019 
 
 
 
 
 86 
DIREITO EMPRESARIAL 
 
Possibilidade de arrolamento de bens mesmo já tendo sido decretada a indisponibilidade 
Mesmo que já tenha sido decretada a indisponibilidade de bens, nos termos do art. 36 da Lei nº 6.024/74, o 
Ministério Público continua tendo interesse de agir para pedir o arrolamento de bens do administrador da 
instituição financeira em liquidação extrajudicial. Isso porque tais institutos possuem finalidades, limites e efeitos 
distintos. 
O arrolamento tem por finalidade conservar bens ameaçados de dissipação e, assim, garantir a responsabilidade 
do administrador de instituição financeira. 
A prévia indisponibilidade visa salvaguardar o interesse público, em caso de fraude ou ilícito no curso 
da liquidação extrajudicial. STJ. 3ª Turma. REsp 1.375.540-RJ, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 
18/10/2016 (Info 592). 
 
Sociedade empresária. Integralização de capital social por meio de imóveis. Contrato social. Registro Público 
de Empresas Mercantis. Título translativo. Transferência de titularidade. Registro no cartório de registro de 
imóveis. Necessidade. 
O registro do título translativo no Cartório Registro de Imóveis, como condição imprescindível à transferência de 
propriedade de bem imóvel entre vivos, propugnada pela lei civil, não se confunde, tampouco pode ser 
substituído para esse efeito, pelo registro do contrato social na Junta Comercial. REsp 1.743.088-PR, Rel. Min. 
Marco Aurélio Bellizze, julgado em 12/03/2019, DJe 22/03/2019 
 
Momento em que se considera dissolvida a sociedade empresária para fins de apuração de haveres 
Na hipótese em que o sócio de sociedade limitada constituída por tempo indeterminado exerce o direito de 
retirada por meio de inequívoca e incontroversa notificação aos demais sócios, a data-base para apuração de 
haveres é o termo final do prazo de 60 dias, estabelecido pelo art. 1.029 do CC/02. STJ. 3ª Turma. REsp 1.602.240-
MG, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 6/12/2016 (Info 595). 
 
Possiblidade de dissolução parcial da AS que não gera lucros (ainda que não formada por grupo familiar) 
É possível que sociedade anônima de capital fechado, ainda que não formada por grupos familiares, seja dissolvida 
parcialmente quando, a despeito de não atingir seu fim – consubstanciado no auferimento de lucros e na 
distribuição de dividendos aos acionistas –, restar configurada a viabilidade da continuação dos negócios da 
companhia. STJ. 3ª Turma. REsp 1.321.263-PR, Rel. Min. Moura Ribeiro, julgado em 6/12/2016 (Info 595). 
 
Sociedade Anônima. Alienação de ações. Direito aos dividendos. Proprietário ou usufrutuário das ações. Marco 
temporal. Data do ato de declaração. Dano para o ex-proprietário. Inexistência. 
Não faz jus ao recebimento de dividendos o sócio que manteve essa condição durante o exercício financeiro sobre 
o qual é apurado o lucro, mas se desliga da empresa, por alienação de suas ações, em data anterior ao ato de 
declaraçãodo benefício. REsp 1.326.281-RS, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, por unanimidade, julgado em 
3/8/2017, DJe 1/9/2017. 
 
Sociedade anônima. Ação reparatória da sociedade contra ex-administradores (ut universi). Autorização da 
assembleia geral. Necessidade. Art. 159 da Lei n. 6.404/1976. Sanação da legitimatio ad processum. 
Possibilidade. Art. 13 do CPC/1973. 
Sociedades empresárias 
 
 87 
A ação social reparatória (ut universi) ajuizada pela sociedade empresária contra ex-administradores, na forma 
do art. 159 da Lei n. 6.404/1976, depende de autorização da assembleia geral ordinária ou extraordinária, que 
poderá ser comprovada após o ajuizamento da ação. REsp 1.778.629-RS, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, 
Terceira Turma, por maioria, julgado em 06/08/2019, DJe 14/08/2019 
 
Sociedade anônima de capital fechado. Incorporação, pela controladora, de companhia controlada. Direito de 
retirada. Exercício. Sócio minoritário dissidente. Reembolso. Valor das ações. Critérios de cálculo. Valor justo 
de mercado. Infringência aos ditames da Lei n. 6.404/1976. Inexistência 
A definição do valor justo de mercado como critério a ser utilizado para o cálculo do valor de reembolso das ações 
do acionista dissidente retirante, por ocasião da incorporação da companhia controlada, não infringe o disposto 
no art. 45, § 1º, da Lei n. 6.404/1976 (Lei das Sociedades por Ações). REsp 1.572.648-RJ, Rel. Min. Ricardo Villas 
Bôas Cueva, por unanimidade, julgado em 12/9/2017, DJe 20/9/2017. 
 
Sociedade limitada. Ação de dissolução parcial. Sócio majoritário. Prática de falta grave. Exclusão. Iniciativa dos 
sócios minoritários. Dispensa da maioria de capital social. Possibilidade. 
O quorum deliberativo para exclusão judicial do sócio majoritário por falta grave no cumprimento de suas 
obrigações deve levar em conta a maioria do capital social de sociedade limitada, excluindo-se do cálculo o sócio 
que se pretende jubilar. REsp 1.653.421-MG, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, por unanimidade, julgado em 
10/10/2017, DJe 13/11/2017 
 
Ação regressiva. Condenação ao pagamento de diferença de ações. Debêntures conversíveis em ação 
preferencial. Cisão parcial. Dívidas próprias de natureza societária. 
Cabe ação de regresso para ressarcimento de condenação relativa a obrigações tipicamente societárias suportada 
exclusivamente por empresa cindida contra empresa resultante da cisão parcial, observando-se a proporção do 
patrimônio recebido. REsp 1.642.118-SP, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, Rel. Acd. Min. Marco Aurélio Bellizze, 
por maioria, julgado em 12/09/2017, DJe 20/02/2018 
 
Sociedade de fato. Litígio entre supostos sócios. Prova documental. Requisito indispensável. 
A prova documental é o único meio apto a demonstrar a existência da sociedade de fato entre os sócios. REsp 
1.706.812-DF, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, Terceira Turma, por unanimidade, julgado em 03/09/2019, DJe 
06/09/2019 
 
 
Validade da cláusula de 13º aluguel em contrato de locação de espaço em shopping center 
Não é abusiva a mera previsão contratual que estabelece a duplicação do valor do aluguel no mês de dezembro 
em contrato de locação de espaço em shopping center. Assim, é válida a chamada cláusula de "aluguel dúplice" 
(ou "13º aluguel") nos contratos de locação de espaço em shopping center. Fundamento: princípio da 
autonomia privada. STJ. 3ª Turma. REsp 1.409.849-PR, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em 
26/4/2016 (Info 582). 
 
Validade da cláusula de raio em contrato de locação de espaço em shopping center 
Em tese, não é abusiva a previsão, em normas gerais de empreendimento de shopping center ("estatuto"), da 
denominada "cláusula de raio", segundo a qual o locatário de um espaço comercial se obriga - perante o locador 
- a não exercer atividade similar à praticada no imóvel objeto da locação em outro estabelecimento situado a um 
Contratos 
 
 88 
determinado raio de distância contado a partir de certo ponto do terreno do shopping center. STJ. 4ª Turma. 
REsp 1.535.727-RS, Rel. Min. Marco Buzzi, julgado em 10/5/2016 (Info 585). 
 
Legitimidade ativa da sociedade empresária para pleitear ação de indenização em face de shopping center, 
ainda que apenas o sócio figure no contrato de locação 
Em um contrato de shopping center, a sociedade empresária tem legitimidade ativa ad causam, em 
concorrência com o locatário (pessoa física), para demandar o empreendedor nas causas em que houver 
interesses relativos ao estabelecimento empresarial, desde que, no contrato firmado entre as partes, haja a 
expressa destinação do espaço para a realização das atividades empresariais da sociedade da qual faça parte. 
STJ. 4ª Turma. REsp 1.358.410-RJ, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 4/8/2016 (Info 589). 
 
Prazo mínimo de 5 anos para o contrato de arrendamento rural para a criação de gado bovino 
É de cinco anos o prazo mínimo para a duração de contrato de arrendamento rural em que ocorra pecuária de 
gado bovino, independentemente da maior ou menor escala da atividade exploratória ou da extensão da área 
a que se refira o contrato. STJ. 3ª Turma. REsp 1.336.293-RS, Rel. Min. João Otávio de Noronha, julgado em 
24/5/2016 (Info 584). 
 
Possibilidade de cobrança da tarifa de renovação de cadastro (TRC) até 14.09.09 (Circular 3.466/09 BACEN) 
É válida cláusula contratual que prevê a cobrança da tarifa de renovação de cadastro (TRC) em contrato bancário 
celebrado ainda no período de vigência da Circular 3.371/2007 do BACEN, considerando que ela autorizava 
que os bancos exigissem a TRC. Posteriormente, com a edição da Circular 3.466/2009 do BACEN, que entrou 
em vigor no dia 14/09/2009, foi proibida a cobrança da referida tarifa. STJ. 3ª Turma. REsp 1.303.646-RJ, Rel. 
Min. João Otávio de Noronha, julgado em 10/5/2016 (Info 584). 
 
Inexistência de direito de retenção por benfeitorias realizadas antes da adjudicação do imóvel vinculado ao SFH 
O ex-mutuário de imóvel dado em garantia hipotecária em financiamento do Sistema Financeiro da Habitação 
(SFH) não tem direito à retenção pelas benfeitorias realizadas no bem antes da adjudicação. 
Quanto às benfeitorias realizadas após a adjudicação, deve-se analisar se há boa-fé ou má-fé na posse. Havendo 
má-fé do ex- mutuário possuidor (o que é a regra), ele não tem direito de retenção pelas benfeitorias 
realizadas no imóvel após a adjudicação, mas poderá ser indenizado pelas benfeitorias necessárias (art. 1.220 
do CC). STJ. 3ª Turma. REsp 1.399.143-MS, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em 7/6/2016 (Info 585). 
 
Transferir ao comprador a responsabilidade pela desocupação do imóvel que lhe é alienado pela CEF não é 
abusivo 
A cláusula contratual que impõe ao comprador a responsabilidade pela desocupação de imóvel que lhe é 
alienado pela CEF não é abusiva. 
Não há abusividade porque a alienação se dá por preço consideravelmente inferior ao valor real do imóvel, 
exatamente pela situação peculiar que o imóvel possa se encontrar. 
A obrigação do adquirente de ter que tomar medidas para que o terceiro desocupe o imóvel é um ônus que já 
é informado pela CEF aos interessados antes da contratação. Tal informação consta expressamente no edital de 
concorrência pública e no contrato que é celebrado. 
A rápida alienaçãodo imóvel, no estado em que se encontre, favorece o SFH porque libera recursos financeiros 
 
 89 
que serão revertidos para novas operações de crédito em favor de famílias sem casa própria. STJ. 3ª Turma. REsp 
1.509.933-SP, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 4/10/2016 (Info 592). 
 
Impossibilidade de usucapião de imóvel vinculado ao SFH 
O imóvel da Caixa Econômica Federal vinculado ao Sistema Financeiro de Habitação, como está afetado à 
prestação de um serviço público, deve ser tratado como bem público, sendo, pois, imprescritível (insuscetível 
de usucapião). STJ. 3ª Turma. REsp 1.448.026-PE, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 17/11/2016 (Info 594). 
Súmula 586-STJ: A exigência de acordo entre o credor e o devedor na escolha do agente fiduciário aplica-se, 
exclusivamente, aos contratos não vinculados ao Sistema Financeiro da Habitação – SFH. STJ. Corte Especial. 
Aprovada em 19/12/2016. 
 
O termo inicial para purgação da mora na ação de busca e apreensão em alienação fiduciária é a data da 
juntada dos mandados aos autos 
Em ação de busca e apreensão de bem alienado fiduciariamente, o termo inicial para a contagem do prazo de 
15 dias para o oferecimento de resposta pelo devedor fiduciante é a data de juntada aos autos do mandado 
de citação devidamente cumprido (e não a data da execução da medida liminar). 
O mandado de busca e apreensão/citação veicula, simultaneamente, a comunicação ao devedor acerca da 
retomada do bem alienado fiduciariamente e sua citação, daí decorrendo dois prazos diversos: 
a) de 5 dias, contados da execução da liminar, para o pagamento da dívida; e 
b) de 15 dias, a contar da juntada do mandado aos autos, para o 
oferecimento de resposta. STJ. 3ª Turma. REsp 1.321.052-MG, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas 
Cueva, julgado em 16/8/2016 (Info 588). 
 
Legitimidade ativa da cobrança da taxa de ocupação (art. 37-A da Lei nº 9.514/97) em alienação fiduciária de 
bens imóveis 
A legitimidade ativa para a ação de cobrança da taxa de ocupação é, nos termos do art. 37-A da Lei nº 9.514/97, 
do credor fiduciário ou do arrematante do bem dado em garantia fiduciária, a depender do momento em que 
proposta a demanda e o período de sua abrangência. Ajuizada a ação de cobrança em momento anterior à 
arrematação do bem, é o credor fiduciário o legitimado para a cobrança da taxa referida. Por outro lado, 
proposta em momento em que já havida a arrematação, é do arrematante a legitimidade ativa da ação de 
cobrança da taxa de ocupação. STJ. 4ª Turma. REsp 1.622.102-SP, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 
15/9/2016 (Info 592). 
 
Direito de retirada de equipamento de adaptação em caso de apreensão de veículo em alienação fiduciária 
Havendo adaptação de veículo, em momento posterior à celebração do pacto fiduciário, com aparelhos para 
direção por deficiente físico, o devedor fiduciante tem direito a retirá-los quando houver o descumprimento do 
pacto e a consequente busca e apreensão do bem. STJ. 4ª Turma. REsp 1.305.183-SP, Rel. Min. Luis Felipe 
Salomão, julgado em 18/10/2016 (Info 594). 
 
Busca e apreensão. Caminhão. Garantia fiduciária. Inadimplemento de contrato de empréstimo. Equipamento 
de monitoramento. Pertença. Restituição ao devedor. Necessidade. 
O equipamento de monitoramento acoplado em caminhão é qualificado como pertença e pode ser retirado pelo 
 
 90 
devedor fiduciante que o colocou. REsp 1.667.227-RS, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, por unanimidade, julgado 
em 26/06/2018, DJe 29/06/2018 
 
Ação de Consignação em pagamento proposta por mutuário do SFH que não quer renegociação de dívida é 
improcedente 
No contrato de financiamento habitacional regido pelo Plano de Comprometimento da Renda –PCR (Lei nº 
8.692/93) as parcelas que irão ser pagas pelo mutuário deverão ser fixadas em um valor que não ultrapasse 30% 
da sua renda bruta mensal. 
Em caso de redução da renda, a Lei determina que o mutuário deverá procurar a instituição financeira e renegociar 
as condições de amortização. Assim, a parcela irá ser reduzida para ficar no máximo legal, mas haverá dilação 
do prazo de liquidação do financiamento – alongamento de dívida. 
Determinado mutuário adquiriu uma casa por meio de financiamento bancário regido pelo SFH em conformidade 
com o PCR. Houve uma redução de sua renda mensal e, em razão disso, ele ajuizou ação de consignação em 
pagamento pedindo a quitação e extinção de suas obrigações tão somente por meio da consignação dos 
valores que ele unilateralmente entende como devidos. 
Esta ação deverá ser julgada improcedente. A solução prevista pela Lei para esta situação é a renegociação da 
dívida, com a redução negociada das parcelas mediante prolongamento do prazo de pagamento. STJ. 4ª Turma. 
REsp 886.846-DF, Rel. Min. Raul Araújo, julgado em 7/6/2016 (Info 586). 
 
Impossibilidade do de recusa de levantamento de garantia em unidade habitacional quitada 
A recusa do banco em substituir a garantia dada pela incorporadora em contrato de financiamento imobiliário, 
mesmo após a ciência de que a unidade habitacional se encontrava quitada, viola os deveres contratuais da 
informação e cooperação, tornando ineficaz o gravame perante o adquirente. STJ. 3ª Turma. REsp 1.478.814-
DF, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em 6/12/2016 (Info 594). 
 
Impossibilidade de revisão de cláusulas contratuais em ação de prestação de contas 
Não é possível a revisão de cláusulas contratuais em ação de exigir contas (ação de prestação de contas). STJ. 2ª 
Seção. REsp 1.497.831-PR, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, Rel. para acórdão Min. Maria Isabel Gallotti, 
julgado em 14/9/2016 (recurso repetitivo) (Info 592). 
 
Termo inicial de purgação da mora nos contratos de locação cujos valores tenham sido contestados pelo 
locatárioNa ação de despejo por falta de pagamento, o locatário ou o fiador poderão evitar a rescisão da locação 
efetuando, no prazo de 15 dias, contado da citação, o pagamento do débito atualizado mediante depósito 
judicial (art. 62, II, da Lei nº 8.245/91), que deve ser contado a partir da juntada aos autos do mandado de 
citação ou aviso de recebimento devidamente cumprido. 
A contestação de parte do débito na ação de despejo por falta de pagamento é incompatível com a intimação 
do locatário para fins de complementação do depósito em relação às parcelas tidas por ele como indevidas. 
Não se deve intimar o locatário para efetuar a purgação complementar da mora (art. 62, III, da Lei nº 8.245/91) 
se houve manifestação contrária de sua parte, em contestação, quanto à intenção de efetuar o pagamento das 
parcelas não depositadas. STJ. 3ª Turma. REsp 1.624.005-DF, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 
25/10/2016 (Info 593). 
 
 
 91 
Impossibilidade de clausula penal na hipótese de renúncia, pelo contratado, em contrato de serviços 
advocatícios 
Não é possível a estipulação de multa no contrato de honorários para as hipóteses de renúncia ou revogação 
unilateral do mandato do advogado, independentemente demotivação, respeitado o direito de recebimento 
dos honorários proporcionais ao serviço prestado. 
É direito do advogado renunciar ou da parte revogar o mandato a qualquer momento e sem necessidade de 
declinar as razões. Isso porque a relação entre advogado e cliente é pautada pela confiança, fidúcia, sendo um 
contrato personalíssimo (intuitu personae). STJ. 4ª Turma. REsp 1.346.171-PR, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, 
julgado em 11/10/2016 (Info 593). 
 
Advogado. Mandato. Descumprimento. Abuso de poder. Responsabilidade civil. Configuração. Anulação prévia 
do ato praticado. Desnecessidade. 
A responsabilidade pelos danos decorrentes do abuso de poder pelo advogado-mandatário independe da prévia 
anulação judicial do ato praticado. REsp 1.750.570-RS, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, por unanimidade, 
julgado em 11/09/2018, DJe 14/09/2018 
 
Fiança, honorários advocatícios e limite da responsabilidade do fiador aos valores que anuiu 
A fiança limitada decorre da lei e do contrato, de modo que o fiador não pode ser compelido a pagar valor 
superior ao que foi avençado, devendo responder tão somente até o limite da garantia por ele assumida, o que 
afasta sua responsabilização em relação aos acessórios da dívida principal e aos honorários advocatícios, 
que deverão ser cobrados apenas do devedor afiançado. 
Por se tratar de contrato benéfico, as disposições relativas à fiança devem ser interpretadas de forma 
restritiva (art. 819 do CC), razão pela qual, nos casos em que ela é limitada (art. 822), a responsabilidade 
do fiador não pode superar os limites nela indicados. STJ. 3ª Turma. REsp 1.482.565-SP, Rel. Min. Marco 
Aurélio Bellizze, julgado em 6/12/2016 (Info 595). 
 
Juros moratórios e cédula de produto rural financeira 
No caso de cédulas de produto rural financeira (CPR-F), os juros também estão limitados a 1% ao ano, conforme 
prevê o DL 167/67 para as cédulas de CRÉDITO rural? 
1ª corrente: NÃO. A limitação dos juros moratórios ao patamar de 1% ao ano, estabelecida pelo art. 5º, parágrafo 
único, do Decreto-Lei 167/67, não se aplica à cédula de produto rural financeira (CPR-F). STJ. 3ª Turma. REsp 
1.435.979-SP, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em 30/3/2017 (Info 603). 
2ª corrente: SIM. Os juros de mora no caso de CPR-F deverão ficar limitados em 1% ao ano, nos termos do art. 5º 
do Decreto-Lei nº 167/1967. STJ. 4ª Turma. AgInt no AREsp 906.114/PR, Rel. Min. Raul Araújo, julgado em 
06/10/2016. 
 
Contrato de arrendamento mercantil (leasing). Descaracterização. Prazo mínimo de vigência. Vida útil do bem 
arrendado. 
Fica descaracterizado o contrato de arrendamento mercantil (leasing) se o prazo de vigência do acordo celebrado 
não respeitar o período mínimo estabelecido com base na vida útil do bem arrendado. REsp 1.569.840-MT, Rel. 
Min. Francisco Falcão, por unanimidade, julgado em 16/08/2018, DJe 27/08/2018 
 
 
 92 
Prestações de mútuo firmado com instituição financeira. Desconto em conta-corrente e desconto em folha. 
Hipóteses distintas. Aplicação, por analogia, da limitação legal ao empréstimo consignado ao mero desconto 
em conta-corrente, superveniente ao recebimento da remuneração. Inviabilidade. Dirigismo contratual sem 
supedâneo legal. Impossibilidade 
A limitação de desconto ao empréstimo consignado, em percentual estabelecido pelos arts. 45 da Lei n. 
8.112/1990 e 1º da Lei n. 10.820/2003, não se aplica aos contratos de mútuo bancário em que o cliente autoriza 
o débito das prestações em conta-corrente. REsp 1.586.910-SP, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, por maioria, julgado 
em 29/08/2017, DJe 03/10/2017 
 
 
Parceria agrícola. Falecimento do parceiro outorgante. Extinção do contrato. Não ocorrência. Sucessores. Sub-
rogação. Direitos e obrigações do outorgante. Retomada. Exercício. Hipóteses legais. 
O falecimento do parceiro outorgante não extingue o contrato de parceria rural, podendo os herdeiros exercer o 
direito de retomada ao término do contrato, desde que obedeçam ao regramento legal quanto ao prazo para 
notificação e às causas para retomada. REsp 1.459.668-MG, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, por unanimidade, 
julgado em 05/12/2017, DJe 18/12/2017 
 
Rescisão contratual. Compra e venda de imóvel. Inadimplemento do vendedor. Pagamento de aluguéis pelo 
tempo de permanência. Cabimento. Vedação ao enriquecimento sem causa. 
É devida a condenação ao pagamento de taxa de ocupação (aluguéis) pelo período em que o comprador 
permanece na posse do bem imóvel, no caso de rescisão do contrato de promessa de compra e venda, 
independentemente de ter sido o vendedor quem deu causa ao desfazimento do negócio. REsp 1.613.613-RJ, Rel. 
Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, por unanimidade, julgado em 12/06/2018, DJe 18/06/2018 
 
Condomínio horizontal. Shopping center. Cláusula de convenção de condomínio. Uso exclusivo de partes de 
área comum. Possibilidade. 
A cláusula prevista em convenção de condomínio de shopping center, permitindo a alguns condôminos - lojistas 
- o uso, gozo e fruição de áreas comuns, não é, em regra, nula. REsp 1.677.737-RJ, Rel. Min. Paulo de Tarso 
Sanseverino, por unanimidade, julgado em 19/06/2018, DJe 29/06/2018 
 
Loteamento. Obras e serviços de manutenção e/ou infraestrutura. Contrato-padrão submetido a registro 
imobiliário. Cláusula que autoriza a cobrança das despesas. Validade 
É válida a estipulação, na escritura de compra e venda, espelhada no contrato-padrão depositado no registro 
imobiliário, de cláusula que preveja a cobrança, pela administradora do loteamento, das despesas realizadas com 
obras e serviços de manutenção e/ou infraestrutura. REsp 1.569.609-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, Terceira Turma, 
por unanimidade, julgado em 07/05/2019, DJe 09/05/2019. 
 
Loteamento. Regularização. Poder-dever municipal. Limitação às obras de infraestrutura essenciais. Cobrança 
do loteador dos custos da atuação saneadora 
Existe o poder-dever do Município de regularizar loteamentos clandestinos ou irregulares restrito às obras 
essenciais a serem implantadas em conformidade com a legislação urbanística local, sem prejuízo do também 
poder-dever da Administração de cobrar dos responsáveis os custos em que incorrer a sua atuação saneadora. 
REsp 1.164.893-SE, Rel. Min. Herman Benjamin, Primeira Seção, por unanimidade, julgado em 23/11/2016, DJe 
01/07/2019 
 
Representação comercial 
Presunção da existência de exclusividade em zona 
É possível presumir a existência de exclusividade em zona de atuação de representante comercial quando: 
 
 93 
a) não houver previsão expressa em sentido contrário; e 
b) houver demonstração por outros meios da existência da exclusividade. 
STJ. 3ª Turma. REsp 1.634.077-SC, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 9/3/2017 (Info 601). 
 
Contrato de seguro 
É necessária omissão dolosa na hipótese de não comunicação de sinistro imediata à seguradora para que se 
perda o direito à indenização 
O art. 771 do CC determina que o segurado deverá comunicar imediatamente à seguradora quando ocorrer 
algum sinistro envolvendo o veículo, já que isso possibilita que esta tome medidas que possam amenizar os 
prejuízos da realização do risco, bem como a sua propagação. 
Esse dispositivo legal prevê que, se não houver esta comunicação imediata, o segurado perderá o direito à 
indenização. 
Vale ressaltar, no entanto, que, paraque ocorra a sanção prevista no art. 771 do CC, é necessário que fique 
demonstrada a ocorrência de uma omissão dolosa do segurado, que beire a má-fé, ou culpa grave e que, 
com isso, prejudique, de forma desproporcional, a atuação da seguradora. 
Assim, se o segurado demorou três dias para comunicar à seguradora que o veículo foi roubado porque foi 
ameaçado pelo criminoso, ele não perderá o direito de ser indenizado já que, neste caso, não poderia ser dele 
exigido comportamento diverso. STJ. 3ª Turma. REsp 1.404.908-MG, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado 
em 2/8/2016 (Info 590). 
 
Direito de a seguradora ser ressarcida pelos gastos que houve com o segurado mesmo que este tenha dado 
quitação integral para o autor do dano 
Em regra, mesmo que o proprietário do veículo segurado tenha dado termo de quitação ou renúncia ao causador 
do sinistro, a seguradora continuará tendo direito de ajuizar ação regressiva contra o autor do dano e de ser 
ressarcida pelas despesas que efetuou com o reparo ou substituição do bem sinistrado. 
Ex: o segurado combina com o causador do dano que este irá pagar apenas o valor da franquia do seguro, em 
troca de um termo de quitação. A seguradora paga, então, os prejuízos e poderá cobrar do causador do dano 
porque ela tem direito à sub-rogação por força de lei (art. 786, CC) e este acordo não é eficaz perante ela (art. 
786, § 2º). 
Exceção: a seguradora não terá direito de regresso contra o autor do dano caso este demonstre que indenizou 
realmente o segurado pelos prejuízos sofridos, na justa expectativa de que estivesse quitando, integralmente, 
os danos provocados por sua conduta. Neste caso, protege- se o terceiro de boa-fé e a seguradora poderá 
cobrar do segurado com base na proibição do enriquecimento ilícito. 
Ex: o causador do dano paga todas as despesas do segurado e recebe um termo de quitação; de má-fé, o 
segurado, mesmo já tendo sido indenizado, aciona o seguro para consertar seu carro. 
Se a seguradora ajuizar ação regressiva contra o causador do dano, ele poderá provar que pagou integralmente 
as despesas e, neste caso, a ação será julgada improcedente. Protege-se a boa-fé do terceiro. STJ. 3ª Turma. REsp 
1.533.886-DF, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 15/9/2016 (Info 591). 
 
Não é devida a indenização prevista em contrato de seguro de RC D&O caso o segurado tenha praticado insider 
trading 
O seguro de RC D&O (Directors and Officers Insurance) não abrange operações de diretores, administradores ou 
 
 94 
conselheiros qualificadas como insider trading. 
O RC D&O é um tipo de seguro feito por grandes executivos (exs: CEOs) por meio do qual a seguradora assume 
os custos caso eles sejam responsabilizados por algum ato culposo praticado durante a gestão da empresa. 
O insider trading ocorre quando uma pessoa (insider), por força do exercício profissional, possui informações 
relevantes sobre a empresa e utiliza tais dados para negociar as ações dessa companhia antes que essas 
informações sejam reveladas ao público em geral. STJ. 3ª Turma. REsp 1.601.555-SP, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas 
Cueva, julgado em 14/2/2017 (Info 598). 
O administrador que praticou insider trading não tem direito à cobertura securitária do seguro RC D&O por dois 
motivos: 
1) o insider trading não é um ato culposo, mas sim doloso (fraudulento); 
2) o insider trading não configura ato de gestão, mas sim um ato pessoal do administrador com o objetivo de 
gerar proveitos financeiros próprios, em detrimento dos interesses da companhia. 
 
Seguro de vida e sinistro causado pelo segurado em estado de embriaguez: haverá indenização 
Não é devida a indenização securitária decorrente de contrato de seguro de automóvel quando o causador do 
sinistro (condutor do veículo segurado) estiver em estado de embriaguez, salvo se o segurado demonstrar que 
o infortúnio ocorreria independentemente dessa circunstância. STJ. 3ª Turma. REsp 1.485.717-SP, Rel. Min. 
Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 22/11/2016 (Info 594). 
 
Contrato de seguro e agravamento do risco pela embriaguez ao volante 
Não é devida a indenização securitária decorrente de contrato de seguro de automóvel quando o causador do 
sinistro – preposto da empresa segurada – estiver em estado de embriaguez, salvo se o segurado demonstrar 
que o infortúnio ocorreria independentemente dessa circunstância. STJ. 3ª Turma. REsp 1.485.717-SP, Rel. Min. 
Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 22/11/2016 (Info 594). 
 
STJ, 620 - A embriaguez do segurado não exime a seguradora do pagamento da indenização prevista em contrato 
de seguro de vida 
 
Seguro de automóvel. Garantia de responsabilidade civil. Acidente de trânsito. Terceiro prejudicado. Ação de 
reparação de danos. Inclusão única da seguradora. Possibilidade. 
A vítima de acidente de trânsito pode ajuizar demanda direta e exclusivamente contra a seguradora do causador 
do dano quando reconhecida, na esfera administrativa, a responsabilidade deste pela ocorrência do sinistro e 
quando parte da indenização securitária já tiver sido paga REsp 1.584.970-MT, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas 
Cueva, por unanimidade, julgado em 24/10/2017, DJe 30/10/2017 
 
Embargos de divergência. Seguro de vida em grupo e acidentes pessoais. Aposentadoria por invalidez. 
Presunção relativa da incapacidade. Perícia médica. Necessidade. 
A aposentadoria por invalidez permanente concedida pelo INSS não confere ao segurado o direito automático 
de receber indenização de seguro contratado com empresa privada, sendo imprescindível a realização de perícia 
médica para atestar o grau de incapacidade e o correto enquadramento na cobertura contratada. EREsp 
1.508.190-SC, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, por unanimidade, julgado em 08/11/2017, DJe 20/11/2017 
 
Plano de saúde coletivo. Empresário individual. Ausência de população vinculada à pessoa jurídica. Dois 
 
 95 
beneficiários. Rescisão unilateral e imotivada. Invalidade. 
Não é válida a rescisão unilateral imotivada de plano de saúde coletivo empresarial por parte da operadora em 
face de microempresa com apenas dois beneficiários. REsp 1.701.600-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, por 
unanimidade, julgado em 06/03/2018, DJe 09/03/2018 
 
Contrato de seguro de vida em grupo. Caráter temporário. Ausência de formação de reserva matemática. 
Regime financeiro de repartição simples. Cláusula de não renovação. Ausência de abusividade. 
Nos contratos de seguro de vida em grupo não há direito à renovação da apólice sem a concordância da 
seguradora ou à restituição dos prêmios pagos em contraprestação à cobertura do risco no período delimitado 
no contrato. REsp 1.569.627-RS, Rel. Min. Maria Isabel Gallotti, por maioria, julgado em 22/02/2018, DJe 
02/04/2018. 
 
Seguro de vida. Acidente de trânsito. Embriaguez do segurado. Exclusão de cobertura. Vedação. 
É vedada a exclusão de cobertura de seguro de vida em razão da embriaguez do segurado. EREsp 973.725-SP, Rel. 
Min. Lázaro Guimarães (Desembargador Convocado Do TRF 5ª Região), por unanimidade, julgado em 25/04/2018, 
DJe 02/05/2018 
 
Plano de saúde coletivo empresarial. Contribuição exclusiva do empregador. Ex-empregado aposentado ou 
demitido sem justa causa. Assistência médica. Manutenção. Não cabimento. Previsão em negociação coletiva. 
Excepcionalidade. Coparticipaçãodo usuário. Irrelevância. Salário indireto. Descaracterização. Tema 989. 
Nos planos de saúde coletivos custeados exclusivamente pelo empregador não há direito de permanência do ex-
empregado aposentado ou demitido sem justa causa como beneficiário, salvo disposição contrária expressa 
prevista em contrato ou em acordo/convenção coletiva de trabalho, não caracterizando contribuição o 
pagamento apenas de coparticipação, tampouco se enquadrando como salário indireto. REsp 1.680.318-SP, Rel. 
Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, Segunda Seção, por unanimidade, julgado em 22/08/2018, DJe 24/08/2018 (Tema 
989) 
 
Planos de saúde. Negativa de fornecimento de medicação. Tratamento experimental. Uso fora da bula (off-
label). Ingerência da operadora na atividade médica. Impossibilidade. 
A operadora de plano de saúde não pode negar o fornecimento de tratamento prescrito pelo médico, sob o 
pretexto de que a sua utilização em favor do paciente está fora das indicações descritas na bula/manual registrado 
na ANVISA (uso off-label). REsp 1.721.705-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, por unanimidade, julgado em 28/08/2018, 
DJe 06/09/2018 
 
STJ, 610 - O suicídio não é coberto nos dois primeiros anos de vigência do contrato de seguro de vida, ressalvado 
o direito do beneficiário à devolução do montante da reserva técnica formada. Segunda Seção, aprovada em 
25/04/2018, DJe 07/05/2018. 
 
STJ, 616 - A indenização securitária é devida quando ausente a comunicação prévia do segurado acerca do atraso 
no pagamento do prêmio, por constituir requisito essencial para a suspensão ou resolução do contrato de seguro. 
Segunda Seção, julgado em 23/05/2018, DJe 28/05/2018. 
 
Impossibilidade da seguradora negar contratação em caso de pagamento à vista 
A seguradora não pode recusar a contratação de seguro a quem se disponha a pronto pagamento se a justificativa 
se basear unicamente na restrição financeira do consumidor junto a órgãos de proteção ao crédito. REsp 
1.594.024-SP, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, por unanimidade, julgado em 27/11/2018, DJe 05/12/2018 
 
Hipóteses abusivas de exclusão de cobertura de seguro de acidentes pessoais 
É abusiva a exclusão do seguro de acidentes pessoais em contrato de adesão para as hipóteses de: I) gravidez, 
 
 96 
parto ou aborto e suas consequências; II) perturbações e intoxicações alimentares de qualquer espécie; e III) todas 
as intercorrências ou complicações consequentes da realização de exames, tratamentos clínicos ou cirúrgicos. 
REsp 1.635.238-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, por unanimidade, julgado em 11/12/2018, DJe 13/12/2018 
 
 
Cheque pré-datado e seu prazo para apresentação para pagamento 
O cheque pós-datado amplia o prazo de apresentação? Em suma, no caso de cheque pós-datado (pré-datado), 
a partir de quando é contado o prazo de apresentação? 
1) Pós-datação regular (efetivada no campo referente à data de emissão): SIM. A pactuação 
da pós-datação de cheque, para que seja hábil a ampliar o prazo de apresentação à instituição financeira sacada, 
deve espelhar a data de emissão estampada no campo específico da cártula. O ordenamento jurídico confere 
segurança e eficácia à pós-datação regular (efetivada no campo referente à data de emissão). Ex: no dia 
20/05, João emitiu (preencheu) um cheque e o entregou para Pedro (beneficiário). No entanto, no campo 
reservado para a data de emissão, ele, em vez de colocar 20/05, escreveu 20/07 (data que ficou combinada 
para que Pedro sacasse o cheque). O termo inicial do prazo de apresentação do cheque é o dia 20/07. STJ. 2ª 
Seção. REsp 1.423.464-SC, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 27/4/2016 (recurso repetitivo) (Info 584). 
2) Pós-datação extracartular (feita em campo diverso do campo específico): NÃO. A pós-
datação extracartular do cheque não modifica o prazo de apresentação nem o prazo de prescrição do título. 
A pós-datação extracartular tem existência jurídica, mas apenas com natureza obrigacional entre as partes 
(Súmula 370). Esta pactuação extracartular, contudo, é ineficaz em relação à contagem do prazo de 
apresentação e, por conseguinte, não tem o condão de operar o efeito de ampliar o prazo de apresentação 
do cheque. Ex: João emitiu o cheque no dia 20/05 e o entregou a Pedro. No campo reservado para a data de 
emissão, ele colocou 20/05 (dia atual). No entanto, no verso do cheque escreveu o seguinte: “bom para o dia 
20/07” (que foi a data combinada para que Pedro sacasse o dinheiro). O termo inicial do prazo de apresentação 
do cheque continua sendo o dia 20/05. STJ. 4ª Turma. REsp 1.124.709-TO, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado 
em18/6/2013 (Info 528). 
Possibilidade de protesto de cheque após o prazo de apresentação 
Sempre será possível, no prazo para a execução cambial, o protesto cambiário de cheque com a indicação do 
emitente como devedor. STJ. 2ª Seção. REsp 1.423.464-SC, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 27/4/2016 
(recurso repetitivo) (Info 584). 
 
Termo inicial de correção monetária (vencimento) e juros de mora (primeira apresentação) em cobrança de 
cheque 
Em qualquer ação utilizada pelo portador para cobrança de cheque, a correção monetária incide a partir da data 
de emissão estampada na cártula, e os juros de mora a contar da primeira apresentação à instituição financeira 
sacada ou câmara de compensação. STJ. 2ª Seção. REsp 1.556.834-SP, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 
22/6/2016 (recurso repetitivo) (Info 587). 
 
Não é necessária prévia autorização do cônjuge para que a pessoa preste aval em títulos de créditos típicos 
O aval dado aos títulos de créditos nominados (típicos) prescinde de outorga uxória ou marital. Exemplos de 
títulos de créditos nominados: letra de câmbio, nota promissória, cheque, duplicata, cédulas e notas de crédito. 
STJ. 3ª Turma. REsp 1.526.560-MG, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em 16/3/2017 (Info 604). STJ. 
4ª Turma. REsp 1.633.399-SP, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 10/11/2016. 
Títulos de crédito 
 
 97 
O STJ afirmou que esse art. 1.647, III, do CC somente é aplicado para os títulos de créditos inominados, 
considerando que eles são regidos pelo Código Civil. 
Por outro lado, os títulos de créditos nominados (típicos), que são regidos por leis especiais, não precisam 
obedecer essa regra do art. 1.647, III, do CC. 
 
Protesto legítimo. Quitação da dívida. Ausência da entrega da carta de anuência. Dever de enviar o documento 
hábil ao cancelamento do protesto. Imposição tácita ao credor. Impossibilidade. 
Não há como impor tacitamente ao credor o dever de enviar, sem provocação, o documento hábil ao 
cancelamento do legítimo protesto. REsp 1.346.584-PR, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, por unanimidade, julgado 
em 09/10/2018, DJe 22/11/2018 
 
Inoponibilidade de exceções pessoais à terceiros em execução de duplicata 
A duplicata mercantil, apesar de causal no momento da emissão, com o aceite e a circulação adquire abstração e 
autonomia, desvinculando-se do negócio jurídico subjacente, impedindo a oposição de exceções pessoais a 
terceiros endossatários de boa-fé, como a ausência ou a interrupção da prestação de serviços ou a entrega das 
mercadorias. EREsp 1.439.749-RS, Rel. Min. Maria Isabel Gallotti, por unanimidade, julgado em 28/11/2018, DJe 
06/12/2018 
 
 
 
Honorários sucumbenciais em desfavor do INPI somente se esteEm ação de nulidade de registro de marca a que o INPI não deu causa nem ofereceu resistência direta, não cabe 
condenação do instituto em honorários advocatícios sucumbenciais. STJ. 3ª Turma. REsp 1.378.699-PR, Rel. 
Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 7/6/2016 (Info 585). 
Na ação de nulidade de registro de marca em que o INPI foi indicado como réu ao lado de sociedade empresária 
em virtude da concessão indevida do registro e do não processamento do procedimento administrativo para 
anular o registro indevidamente concedido, o Instituto responde solidariamente pelos honorários advocatícios 
sucumbenciais, ainda que tenha reconhecido a procedência do pedido formulado na Inicial. STJ. 3ª Turma. REsp 
1.258.662-PR, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 2/2/2016 (Info 576). 
 
Termo inicial do prazo prescricional de ação de abstenção de uso de marca 
A pretensão de abstenção de uso de marca nasce para seu titular com a violação do direito de utilização exclusiva. 
No caso concreto, o titular da marca havia autorizado que terceiro a utilizasse até determinada data. A pretensão 
inibitória nasceu a partir do momento em que este terceiro desrespeitou a data assinalada como termo final de 
vigência da autorização. STJ. 3ª Turma. REsp 1.631.874-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 25/10/2016 (Info 
593). 
 
Termo inicial do prazo prescricional para ação de abstenção de uso da marca 
A pretensão de abstenção de uso de marca nasce para seu titular com a violação do direito de utilização exclusiva. 
No caso concreto, o titular da marca havia autorizado que terceiro a utilizasse até determinada data. A 
pretensão inibitória nasceu a partir do momento em que este terceiro desrespeitou a data assinalada como termo 
final de vigência da autorização. STJ. 3ª Turma. REsp 1.631.874-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 
25/10/2016 (Info 593). 
 
Propriedade industrial 
 
 98 
O autor de projeto de obra faz jus à direito autoral na divulgação de seu projeto em propaganda comercial 
O autor de projeto de obra arquitetônica, ainda que situada permanentemente em logradouros públicos, 
integrando de modo indissociável o meio ambiente, a compor a paisagem como um todo, faz jus ao 
ressarcimento por danos de ordem material e moral em virtude da representação por terceiros de sua obra, com 
fins comerciais, sem a devida autorização e indicação de autoria, ainda que tenha havido aquiescência do 
proprietário da obra. STJ. 3ª Turma. REsp 1.562.617-SP, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 22/11/2016 
(Info 594). 
 
A pessoa jurídica pode ser titular de direito autoral 
Nos contratos sob encomenda de obras intelectuais, a pessoa jurídica que figura como encomendada na relação 
contratual pode ser titular dos direitos autorais, conforme interpretação do art. 11, parágrafo único, da Lei nº 
9.610/98. Assim, ocorrendo a utilização indevida da obra encomendada, sem a devida autorização, caberá à 
pessoa jurídica contratada pleitear a reparação dos danos sofridos. STJ. 4ª Turma. REsp 1.473.392-SP, Rel. Min. 
Luis Felipe Salomão, julgado em 11/10/2016 (Info 594). 
 
Propriedade industrial. Patentes. Falta de pagamento de retribuição anual. Obrigatoriedade de notificação do 
arquivamento do pedido ou da extinção da patente. Restauração garantida pelo art. 87 da Lei n. 9.279/96 até 
três meses contados da notificação. 
A retribuição anual é devida a partir dohio início do terceiro ano do depósito e deve ser paga nos três primeiros 
meses de cada período anual. Nesse contexto, a falta do pagamento da retribuição acarreta, como regra, o 
arquivamento do pedido de patente, ou, caso já concedida, a sua extinção. Porém, a regra do art. 87 do referido 
diploma legal prevê, como forma de preservar o direito do titular da patente, o instituto da restauração. 
Estabelece o dispositivo aludido que, notificado do arquivamento do pedido ou da extinção da patente em razão 
do não pagamento da retribuição anual, o depositante ou o titular pode, no prazo de três meses contados dessa 
notificação, restaurar o pedido ou a patente, por meio do pagamento de retribuição específica. REsp 1.669.131-
RJ, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, por unanimidade, julgado em 27/6/2017, DJe 1/8/2017. 
 
Propriedade industrial. Uso indevido de marca de empresa. Dano moral. Aferição in re ipsa 
O dano moral por uso indevido da marca é aferível in re ipsa. REsp 1.327.773-MG, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, 
por maioria, julgado em 28/11/2017, DJe 15/02/2018 
 
Propriedade industrial. Marca de alto renome. Uso da expressão por empreendimento imobiliário. 
Possibilidade. Distinção entre ato civil e ato empresarial. 
O registro de uma expressão como marca, ainda que de alto renome, não afasta a possibilidade de utilizá-la no 
nome de um empreendimento imobiliário. REsp 1.804.960-SP, Rel. Min. Moura Ribeiro, Terceira Turma, por 
maioria, julgado em 24/09/2019, DJe 02/10/2019 
 
 
Falência. Instituição financeira. Certificados de Depósito Bancário (CDBs). Pedido de restituição. 
Impossibilidade. Observância do par conditio creditorum 
Os Certificados de Depósito Bancário (CDBs) se submetem aos efeitos da falência da instituição financeira. REsp 
1.801.031-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, Terceira Turma, por unanimidade, julgado em 04/06/2019, DJe 
07/06/2019 
 
Recuperação Judicial e Falência 
 
 99 
Recuperação judicial. Litisconsórcio ativo. Sociedades empresárias integrantes do mesmo grupo econômico. 
Atividade regular. Dois anos. Comprovação individual. Art. 48 da Lei n. 11.101/2005. 
As sociedades empresárias integrantes de grupo econômico devem demonstrar individualmente o cumprimento 
do requisito temporal de 2 (dois) anos (art. 48 da Lei n. 11.101/2005) de exercício regular de suas atividades para 
postular a recuperação judicial em litisconsórcio ativo. REsp 1.665.042-RS, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, 
Terceira Turma, por unanimidade, julgado em 25/06/2019, DJe 01/07/2019 
 
Possibilidade de credor trabalhista requerer falência de devedor 
A natureza trabalhista do crédito não impede que o credor requeira a falência do devedor. Assim, o credor 
trabalhista tem legitimidade ativa para ingressar com pedido de falência, considerando que o art. 97, IV, da 
Lei nº 11.101/2005 não faz distinção entre credores. STJ. 3ª Turma. REsp 1.544.267-DF, Rel. Min. Ricardo Villas 
Bôas Cueva, julgado em 23/8/2016 (Info 589). 
 
Plano de recuperação judicial. Criação de subclasses. Possibilidade. Parâmetros objetivos. Credores com 
interesses homogêneos. 
É possível a criação de subclasses entre os credores da recuperação judicial, desde que estabelecido um critério 
objetivo, justificado no plano de recuperação judicial, abrangendo credores com interesses homogêneos, ficando 
vedada a anulação de direitos de eventuais credores isolados. REsp 1.634.844-SP, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas 
Cueva, por unanimidade, julgado em 12/03/2019, DJe 15/03/2019 
 
Prosseguimento das ações executivas em face dos demais devedores ainda que concedida a recuperação judicial 
Súmula 581-STJ: A recuperação judicial do devedor principal não impede o prosseguimento das ações e 
execuções ajuizadas contra terceiros devedores solidários ou coobrigados em geral, por garantia cambial, 
real ou fidejussória. STJ. 2ª Seção. Aprovada em 14/09/2016, DJe19/09/2016 (Info 590). 
 
Vinculação de todos os credores à determinação de plano de recuperação judicial aprovado por maioria pela 
assembleia geral de credores 
Se, no âmbito de Assembleia Geral de Credores, a maioria deles - devidamente representados pelas respectivas 
classes - optar, por meio de dispositivo expressamente consignado em plano de recuperação judicial, pela 
supressão de todas as garantias fidejussórias e reais existentes em nome dos credores na data da aprovação 
do plano, todos eles - inclusive os que não compareceram à Assembleia ou os que, ao comparecerem, 
abstiveram-se ou votaram contrariamente à homologação do acordo - estarão indistintamente vinculados a 
essa determinação. STJ. 3ª Turma. REsp 1.532.943-MT, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 13/9/2016 
(Info 591). 
 
Na hipótese de falência presumida, o autor do pedido de falência não precisa provar insolvência patrimonial 
do devedor 
O autor do pedido de falência não precisa demonstrar que existem indícios da insolvência ou da insuficiência 
patrimonial do devedor, bastando que a situação se enquadre em uma das hipóteses do art. 94 da Lei nº 
11.101/2005. Assim, independentemente de indícios ou provas de insuficiência patrimonial, é possível a 
decretação da quebra do devedor que não paga, sem relevante razão de direito, no vencimento, obrigação 
líquida materializada em título ou títulos executivos protestados cuja soma ultrapasse o equivalente a 40 
(quarenta) salários-mínimos na data do pedido de falência (art. 94, I, da Lei nº 11.101/2005). STJ. 3ª Turma. REsp 
1.532.154-SC, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em 18/10/2016 (Info 596). 
 
 100 
 
O juízo da recuperação judicial é o competente para decidir sobre os bens da empresa devedora mesmo que 
tramite em outro juízo execução cobrando crédito decorrente de relação de consumo 
Depois de ter sido deferido o processamento da recuperação judicial, todas as ações e execuções contra o devedor 
que está em recuperação judicial ficam suspensas, excetuadas as que demandarem quantia ilíquida (§ 1º do art. 
6º da Lei nº 11.101/2005) e as execuções fiscais (§ 7º). 
Além de as ações e execuções contra o devedor em recuperação ficarem suspensas, o destino do patrimônio da 
sociedade em processo de recuperação judicial não poderá ser atingido por decisões prolatadas por juízo diverso 
daquele onde tramita o processo de reerguimento, sob pena de violação ao princípio maior da preservação da 
atividade empresarial. 
Em outras palavras, qualquer decisão que afete os bens da empresa em recuperação deverá ser tomada pelo juízo 
onde tramita a recuperação. 
O juízo onde tramita o processo de recuperação judicial é o competente para decidir sobre o destino dos bens e 
valores objeto de execuções singulares movidas contra a recuperanda, ainda que se trate de crédito decorrente 
de relação de consumo. STJ. 3ª Turma. REsp 1.630.702-RJ, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 2/02/2017 (Info 
598). 
 
O crédito trabalhista decorrente de serviço prestado pelo empregado antes da recuperação judicial a ela estará 
sujeito 
A consolidação do crédito trabalhista (ainda que inexigível e ilíquido) não depende de provimento judicial que o 
declare — e muito menos do transcurso de seu trânsito em julgado —, para efeito de sua sujeição aos efeitos da 
recuperação judicial. STJ. 3ª Turma. REsp 1.634.046-RS, Rel. Min. Nancy Andrighi, Rel. para acórdão Min. Marco 
Aurélio Bellizze, julgado em 25/4/2017 (Info 604). 
Em outras palavras, se as verbas trabalhistas estão relacionadas com serviços prestados pelo empregado em 
momento anterior ao pedido de recuperação judicial, tais verbas também estarão sujeitas a esse procedimento, 
mesmo que a sentença trabalhista tenha sido prolatada somente depois do deferimento da recuperação. 
 
Os bondholders podem votar no plano de recuperação da empresa 
Os bondholders – detentores de títulos de dívida emitidos por sociedades em recuperação judicial e 
representados por agente fiduciário – têm assegurados o direito de voto nas deliberações sobre o plano de 
soerguimento. STJ. 3ª Turma. REsp 1.670.096-RJ, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 20/6/2017 (Info 607). 
 
A extinção das obrigações do falido não depende da quitação dos tributos 
Nos processos de falência ajuizados anteriormente à vigência da Lei nº 11.101/2005, a decretação da extinção 
das obrigações do falido prescinde da apresentação de prova da quitação de tributos. STJ. 3ª Turma. REsp 
1.426.422-RJ, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 28/3/2017 (Info 601). 
Existe divergência se, na vigência da Lei nº 11.101/2005, a quitação dos tributos é condição para a extinção das 
obrigações do falido. A Min. Nancy Andrighi sustenta que sim. Em provas objetivas, fique atento porque pode ser 
cobrada a redação literal do art. 191 do CTN, devendo essa alternativa ser assinalada como correta: “Art. 191. A 
extinção das obrigações do falido requer prova de quitação de todos os tributos. 
 
A extinção das obrigações do falido não aproveita os codevedores 
 
 101 
A extinção das obrigações do falido, em decorrência da aplicação do art. 135, III, do Decreto-Lei nº 7.661/45 (art. 
158, III, da Lei nº 11.101/2005), não extingue nem impede o prosseguimento de execução ajuizada contra avalista 
e devedor solidário. STJ. 4ª Turma. REsp 1.104.632-PR, Rel. Min. Raul Araújo, julgado em 20/4/2017 (Info 605). 
 
Se o locatário foi à falência, mas não houve denúncia do contrato de locação, o fiador permanece vinculado à 
obrigação 
A decretação de falência do locatário, sem a denúncia da locação, nos termos do art. 119, VII, da Lei nº 
11.101/2005, não altera a responsabilidade dos fiadores junto ao locador. STJ. 3ª Turma. REsp 1.634.048-MG, Rel. 
Min. Nancy Andrighi, julgado em 28/3/2017 (Info 602). 
Art. 119. Nas relações contratuais a seguir mencionadas prevalecerão as seguintes regras: 
VII – a falência do locador não resolve o contrato de locação e, na falência do locatário, o administrador judicial 
pode, a qualquer tempo, denunciar o contrato; 
 
Homologação de sentença estrangeira. Natureza constitutiva. Recuperação judicial. Inexistência de 
incompatibilidade. Não incidência do art. 6º da Lei n. 11.101/2005. 
A homologação judicial de sentença estrangeira é pressuposto lógico de sua execução, não se confundindo, por 
óbvio, com o próprio feito executivo, o qual será instalado posteriormente - se for o caso -, e em conformidade 
com a legislação pátria. Nessa linha de intelecção, não há falar na incidência do art. 6º, § 4º, da Lei de Quebras 
como óbice à homologação de sentença arbitral internacional, uma vez que se está em fase antecedente, apenas 
emprestando eficácia jurídica a esse provimento, a partir do que caberá ao Juízo da execução decidir o 
procedimento a ser adotado. SEC 14.408-EX, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, por unanimidade, julgado em 
21/6/2017, DJe 31/8/2017. 
 
Recuperação judicial. Habilitação de crédito. Atualização. Tratamento igualitário. Novação. Juros e correção. 
Data do pedido da recuperação. 
Não ofende a coisa julgada, a decisão de habilitação de crédito que limita a incidência de juros de mora e correção 
monetária, delineados em sentença condenatória de reparação civil, até a data do pedido de recuperaçãojudicial. 
REsp 1.662.793-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, por unanimidade, julgado em 8/8/2017, DJe 14/8/2017. 
 
Falência. Cálculo de juros e correção monetária em habilitação de crédito. Decretação da quebra. Efeitos 
materiais que incidem desde a prolação da sentença independentemente da publicação. 
No processo de falência, a incidência de juros e correção monetária sobre os créditos habilitados deve ocorrer 
até a decretação da quebra, entendida como a data da prolação da sentença e não sua publicação. REsp 
1.660.198-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, por unanimidade, julgado em 3/8/2017, DJe 10/8/2017. 
 
Ação de usucapião. Efeitos da decretação da falência. Patrimônio afetado como um todo. Usucapião. 
Interrupção da prescrição aquisitiva. Massa falida objetiva. Art. 47 do DL n. 7.661/45. Inaplicabilidade. 
A doutrina menciona a constrição geral do patrimônio do falido como um ato de penhoramento abstrato 
decorrente da decretação da falência. 
Isso quer dizer que o Estado, sem necessidade do ato material, retira a posse e preestabelece outros efeitos 
jurídicos no tocante à extensão objetiva do concurso de credores. Nesse contexto, o bem imóvel, ocupado por 
quem tem expectativa de adquiri-lo por meio da usucapião, passa a compor um só patrimônio afetado na 
decretação da falência, correspondente à massa falida objetiva. 
 
 102 
Assim, o curso da prescrição aquisitiva da propriedade de bem que compõe a massa falida é interrompido com a 
decretação da falência, pois o possuidor (seja ele o falido ou terceiros) perde a posse pela incursão do Estado na 
sua esfera jurídica.. REsp 1.680.357-RJ, Rel. Min. Nancy Andrighi, por unanimidade, julgado em 10/10/2017, DJe 
16/10/2017 
 
Recuperação judicial. Suspensão do processo até o trânsito em julgado da ação de soerguimento. Não 
cabimento. Razoabilidade não verificada. Ofensa ao princípio da preservação da empresa. Inocorrência. 
Ação de compensação por danos morais movida contra empresa em recuperação judicial não deve permanecer 
suspensa até o trânsito em julgado da decisão final proferida no processo de soerguimento. REsp 1.710.750-DF, 
Rel. Min. Nancy Andrighi, por unanimidade, julgado em 15/05/2018, DJe 18/05/2018 
 
Sociedade empresária em recuperação judicial. Participação em licitação. Possibilidade. Certidão de 
concordata. Previsão na Lei n. 8.666/1993. Interpretação extensiva. Descabimento. Aptidão econômico-
financeira. Comprovação. Necessidade. 
Sociedade empresária em recuperação judicial pode participar de licitação, desde que demonstre, na fase de 
habilitação, a sua viabilidade econômica. AREsp 309.867-ES, Rel. Min. Gurgel de Faria, por unanimidade, julgado 
em 26/06/2018, DJe 08/08/2018 
 
Recuperação Judicial. Relação de Créditos. Edital. Publicação na imprensa oficial. Obrigatoriedade. Art. 191 da 
Lei n. 11.101/2005. 
É imprescindível a publicação na imprensa oficial do edital previsto no art. 7º, § 2º, da Lei n. 11.101/2005. REsp 
1.758.777-PR, Rel. Min. Nancy Andrighi, por unanimidade, julgado em 11/09/2018, DJe 13/09/2018 
 
Falência e recuperação judicial. Sistema recursal. Decisão interlocutória. Ausência de previsão específica na Lei 
n. 11.101/2005 (LREF). Agravo de instrumento. Cabimento. Art. 1.015, parágrafo único, do CPC/2015. 
Interpretação extensiva. 
É cabível a interposição de agravo de instrumento contra decisões interlocutórias em processo falimentar e 
recuperacional, ainda que não haja previsão específica de recurso na Lei n. 11.101/2005 REsp 1.722.866-MT, Rel. 
Min. Luis Felipe Salomão, por unanimidade, julgado em 25/09/2018, DJe 19/10/2018 
 
Inadimplemento de títulos de créditos. Pedido de falência. Art. 94, I da Lei n. 11.101/2005. Contrato com 
cláusula compromissória. Instauração prévia do juízo arbitral. Desnecessidade. 
A existência de cláusula compromissória não afeta a executividade do título de crédito inadimplido e não impede 
a deflagração do procedimento falimentar, fundamentado no art. 94, I, da Lei n. 11.101/2005. REsp 1.733.685-SP, 
Rel. Min. Raul Araújo, por unanimidade, julgado em 06/11/2018, DJe 12/11/2018 
 
Possibilidade de celebração de contrato de factoring por empressa em recuperação judicial 
Empresas em processo de recuperação judicial podem celebrar contratos de factoring sem prévia autorização 
judicial. REsp 1.783.068-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, por unanimidade, julgado em 05/02/2019, DJe 08/02/2019 
 
Honorários do administrador judicial. Reserva de 40%. Art. 24, § 2º, da Lei n. 11.101/2005. Inaplicabilidade no 
âmbito dos processos de recuperação judicial. 
A reserva de 40% dos honorários do administrador judicial, prevista no art. 24, § 2º, da Lei n. 11.101/2005, não 
se aplica no âmbito da recuperação judicial. REsp 1.700.700-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, por unanimidade, 
julgado em 05/02/2019, DJe 08/02/2019 
 
Recuperação judicial. Classificação de créditos. Pensionamento decorrente de acidente de trânsito. 
Incapacidade definitiva para o trabalho. Natureza Alimentar. Equiparação a crédito derivado da legislação 
trabalhista 
 
 103 
O pensionamento fixado em sentença judicial, decorrente de ação de indenização por acidente de trânsito, pode 
ser equiparado ao crédito derivado da legislação trabalhista para fins de inclusão no quadro geral de credores de 
sociedade em recuperação judicial. REsp 1.799.041-PR, Rel. Min. Nancy Andrighi, por unanimidade, julgado em 
02/04/2019, DJe 04/04/2019 
 
Compra e venda com reserva de domínio. Recuperação judicial. Não sujeição. Registro junto ao cartório. 
Desnecessidade. 
Os créditos concernentes a contrato de compra e venda com reserva de domínio não estão sujeitos aos efeitos 
da recuperação judicial da compradora, independentemente de registro da avença em cartório. REsp 1.725.609-
RS, Rel. Min. Nancy Andrighi, Terceira Turma, por unanimidade, julgado em 20/08/2019, DJe 22/08/2019 
 
 
 
 
 104 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL 
Arbitragem 
A competência para declarar nulidade de cláusula de compromisso arbitral é do próprio arbitro, salvo manifesta 
ilegalidade 
Na hipótese de compromissos arbitrais patológicos, o Poder Judiciário pode, nos casos em que prima facie é 
identificado um compromisso arbitral claramente ilegal, declarar a nulidade dessa cláusula, independentemente 
do estado em que se encontre o procedimento arbitral. STJ. 3ª Turma. REsp 1.602.076-SP, Rel. Min. Nancy 
Andrighi, julgado em 15/9/2016 (Info 591). 
 
O STJ não irá homologar a sentença arbitral estrangeira se constatar que o árbitro que participou do 
procedimento não gozava de imparcialidade 
A prerrogativa de imparcialidade do julgador aplica-se à arbitragem e sua inobservância resulta em ofensa direta 
à ordem pública nacional, independentemente de decisão proferida pela Justiça estrangeira acerca do tema. STJ. 
Corte Especial. SEC 9.412-EX, Rel. Min. Felix Fischer, Rel. para acórdão Min. João Otávio de Noronha, julgado em 
19/4/2017 (Info 605). 
 
Possibilidade de cláusula compromissória no contrato de franquia 
A franquia não é um contrato de consumo (regido pelo CDC), mas, mesmo assim, é um contrato de adesão. 
Segundo o art. 4º, § 2º da Lei nº 9.307/96,nos contratos de adesão, a cláusula compromissória só terá eficácia se 
o aderente: 
• tomar a iniciativa de instituir a arbitragem; ou 
• concordar, expressamente, com a sua instituição, por escrito, em documento anexo ou em 
negrito, com aassinatura ou visto especialmente para essa cláusula. 
Todos os contratos de adesão, mesmo aqueles que não consubstanciam relações de consumo, como os contratos 
de franquia, devem observar o disposto no art. 4º, § 2º, da Lei nº 9.307/96. Assim, é possível a instituição de 
cláusula compromissória em contrato de franquia, desde que observados os requisitos do art. 4º, § 2º, da Lei nº 
9.307/96. STJ. 3ª Turma. REsp 1.602.076- SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 15/9/2016 (Info 591). 
 
Cláusula compromissória. Competência. Juízo arbitral. Aplicação do princípio kompetenz-kompetenz. 
Afastamento do juízo estatal. 
A previsão contratual de convenção de arbitragem enseja o reconhecimento da competência do Juízo arbitral 
para decidir com primazia sobre o Poder Judiciário as questões acerca da existência, validade e eficácia da 
convenção de arbitragem e do contrato que contenha a cláusula compromissória. REsp 1.550.260-RS, Rel. Min. 
Paulo de Tarso Sanseverino, Rel. Acd. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, por maioria, julgado em 12/12/2017, DJe 
20/03/2018. 
 
 
Competência para julgar causas envolvendo a OAB 
Compete à justiça federal processar e julgar ações em que a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), quer mediante 
o conselho federal, quer seccional, figure na relação processual. STF. Plenário. RE 595332/PR, Rel. Min. 
Marco Aurélio, julgado em 31/8/2016 (repercussão geral) (Info 837). 
 
Competência 
 
 105 
Obrigatoriedade de remessa dos autos ao juízo competente, ainda que se trate de processo eletrônico 
Se o juízo reconhece a sua incompetência absoluta para conhecer da causa, ele deverá determinar a remessa 
dos autos ao juízo competente e não extinguir o processo sem exame do mérito. 
O argumento de impossibilidade técnica do Poder Judiciário em remeter os autos para o juízo competente, ante as 
dificuldades inerentes ao processamento eletrônico, não pode ser utilizado para prejudicar o jurisdicionado, 
sob pena de configurar-se indevido obstáculo ao acesso à tutela jurisdicional. 
Assim, implica indevido obstáculo ao acesso à tutela jurisdicional a decisão que, após o reconhecimento da 
incompetência absoluta do juízo, em vez de determinar a remessa dos autos ao juízo competente, extingue o 
feito sem exame do mérito, sob o argumento de impossibilidade técnica do Judiciário em remeter os autos 
para o órgão julgador competente, ante as dificuldades inerentes ao processamento eletrônico. STJ. 2ª Turma. 
REsp 1.526.914-PE, Rel. Min. Diva Malerbi (Desembargadora convocada do TRF da 3ª Região), julgado em 
21/6/2016 (Info 586). 
 
É de competência do domicílio do réu a ação pretendendo declarar a violação de direito autoral e cobrar 
indenização decorrente deste fato 
O pedido cumulado de indenização, quando mediato e dependente do reconhecimento do pedido antecedente 
de declaração da autoria da obra, não afasta a regra geral de competência do foro do domicílio do réu. 
A análise do pedido de reparação de danos pressupõe o anterior acolhimento do pedido declaratório de 
reconhecimento de autoria da obra. Este é o objeto principal da lide. Em outras palavras, não se pode condenar 
o réu a indenizar o autor por violação a direito autoral se, antes, não for demonstrado que o requerente é o 
verdadeiro autor da obra. Nesse contexto, a competência deve ser definida levando-se em conta o pedido 
principal, de índole declaratória, de modo que deve incidir a regra geral do art. 46 do CPC. STJ. 2ª Seção. REsp 
1.138.522-SP, Rel. Min. Maria Isabel Gallotti, julgado em 8/2/2017 (Info 599). 
 
É de competência da Justiça Estadual a ação de restituição de indébito proposta pelo usuário contra a 
concessionária de energia elétrica 
Não há, em regra, interesse jurídico da ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica – para figurar como ré ou 
assistente simples de ação de repetição de indébito relativa a valores cobrados por força de contrato de 
fornecimento de energia elétrica celebrado entre usuário do serviço e concessionária do serviço público. Em razão 
disso, essa ação é de competência da Justiça Estadual. STJ. 1ª Seção. REsp 1.389.750-RS, Rel. Min. Herman 
Benjamin, julgado em 14/12/2016 (recurso repetitivo) (Info 601) 
 
STF não é competente para julgar ação proposta por juiz federal pleiteando licença-prêmio 
O art. 102, I, ‘n’, da CF/88 determina que a ação em que todos os membros da magistratura sejam direta ou 
indiretamente interessados é de competência originária do STF. 
Vale ressaltar, no entanto, que a causa não será da competência originária do STF se a matéria discutida, além de 
ser do interesse de todos os membros da magistratura, for também do interesse de outras carreiras de servidores 
públicos. 
Além disso, para incidir o dispositivo, o texto constitucional preconiza que a matéria discutida deverá interessar 
a todos os membros da magistratura e não apenas a parte dela. 
Com base nesses argumentos, o STF decidiu que não é competente para julgar originariamente ação intentada 
por juiz federal postulando a percepção de licença-prêmio com fundamento na simetria existente entre a 
 
 106 
magistratura e o Ministério Público. STF. 2ª Turma. AO 2126/PR, rel. orig. Min. Gilmar Mendes, red. p/ o ac. Min. 
Edson Fachin, julgado em 21/2/2017 (Info 855). 
 
Não compete ao STF julgar execução individual de sentença coletiva mesmo que tenha julgado a lide que 
originou o cumprimento de sentença 
Não compete originariamente ao STF processar e julgar execução individual 
 de sentenças genéricas de perfil coletivo, inclusive aquelas proferidas em sede mandamental. Tal atribuição cabe 
aos órgãos judiciários competentes de primeira instância. STF. 2ª Turma. PET 6076 QO /DF, rel. Min. Diás Toffoli, 
julgado em 25/4/2017 (Info 862). 
 
Não se aplica a regra do art. 53, V, do CPC para a ação de indenização proposta pela seguradora em caso de 
acidente de veículo envolvendo o locatário 
A competência para julgar ação de reparação de dano sofrido em razão de acidente de veículos é do foro do 
domicílio do autor ou do local do fato (art. 53, V, do CPC/2015), salvo em relação a pessoa jurídica locadora de 
frota de veículos, em ação de reparação dos danos advindos de acidente de trânsito com o envolvimento do 
locatário. STJ. 4ª Turma. STJ. 4ª Turma. EDcl no AgRg no Ag 1.366.967-MG, Rel. Min. Marco Buzzi, Rel. para 
acórdão Min. Maria Isabel Gallotti, julgado em 27/4/2017 (Info 604). 
 
Demanda cível contra massa falida. Pedidos ilíquidos. Pessoa jurídica de direito público. Litisconsórcio passivo. 
Art. 6º, § 1º, da Lei n. 11.101/2005. Incidência. Juízo Cível para o exame da ação de conhecimento. Competência. 
A competência para processar e julgar demandas cíveis com pedidos ilíquidos contra massa falida, quando em 
litisconsórcio passivo com pessoa jurídica de direito público, é do juízo cível no qual for proposta a ação de 
conhecimento, competente para julgar ações contra a Fazenda Pública, de acordo as respectivas normas de 
organização judiciária. Rel. Min. Og Fernandes, Primeira Seção, por unanimidade,julgado em 13/12/2017, DJe 
19/12/2017. (Tema 976). 
 
Plano de saúde coletivo. Entidade de autogestão. Ex-empregado aposentado. Manutenção no plano original. 
Autonomia da saúde suplementar. Não integração no contrato de trabalho. Término da relação de emprego. 
Caráter cível da lide. Competência. Justiça Comum Estadual. 
Compete à Justiça Comum Estadual o exame e o julgamento de feito que discute direitos de ex-empregado 
aposentado ou demitido sem justa causa de permanecer em plano de saúde coletivo oferecido pela própria 
empresa empregadora aos trabalhadores ativos, na modalidade de autogestão. REsp 1.695.986-SP, Rel. Min. 
Ricardo Villas Bôas Cueva, por unanimidade, julgado em 27/02/2018, DJe 06/03/2018 
 
Competência. Plano de saúde coletivo. Entidade de autogestão vinculada ao empregador. Manutenção do ex-
empregado. Natureza predominantemente civil do litígio. Justiça Comum Estadual. 
Compete à Justiça Comum Estadual o julgamento de demanda com natureza predominantemente civil entre ex-
empregado aposentado ou demitido sem justa causa e operadoras de plano de saúde na modalidade autogestão 
vinculadas ao empregador. CC 157.664-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, por unanimidade, julgado em 23/05/2018, 
DJe 25/05/2018 
 
Competência. Juizado Especial Cível. Ação de cobrança. Associação de moradores de loteamento urbano. Taxas 
de manutenção de áreas comuns. Morador não associado. 
O Juizado Especial Cível é competente para o processamento e o julgamento de ação proposta por associação de 
moradores visando à cobrança de taxas de manutenção de loteamento em face de morador não associado. RMS 
 
 107 
53.602-AL, Rel. Min. Nancy Andrighi, por unanimidade, julgado em 05/06/2018, DJe 07/06/2018 
 
Ação de indenização por danos morais. Partida de futebol. Agressões físicas e verbais. Responsabilidade civil 
configurada. Competência da Justiça Comum. Punição aplicada também na esfera da Justiça Desportiva. 
Irrelevância. 
Agressões físicas e verbais perpetradas por jogador profissional contra árbitro de futebol, na ocasião de disputa 
de partida de futebol, constituem ato ilícito indenizável na Justiça Comum, independentemente de eventual 
punição aplicada na esfera da Justiça Desportiva. REsp 1.762.786-SP, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, por 
maioria, julgado em 23/10/2018, DJe 26/10/2018 
 
Motorista de aplicativo UBER. Relação de trabalho não caracterizada. Sharing economy. Contrato de 
intermediação digital. Natureza cível. Competência do Juízo Estadual. 
Compete à justiça comum estadual julgar ação de obrigação de fazer cumulada com reparação de danos materiais 
e morais ajuizada por motorista de aplicativo pretendendo a reativação de sua conta UBER para que possa voltar 
a usar o aplicativo e realizar seus serviços. CC 164.544-MG, Rel. Min. Moura Ribeiro, Segunda Seção, por 
unanimidade, julgado em 28/08/2019, DJe 04/09/2019 
 
Legitimidade 
Factoring. Compra e venda em prestações. Cessão do contrato. Anuência do devedor. Legitimidade passiva da 
cessionária. 
A empresa de factoring, que figura como cessionária dos direitos e obrigações estabelecidos em contrato de 
compra e venda em prestações, de cuja cessão foi regularmente cientificado o devedor, tem legitimidade para 
figurar no polo passivo de demandas que visem a revisão das condições contratuais. REsp 1.343.313-SC, Rel. Min. 
Luis Felipe Salomão, Rel. para acórdão Min. Antônio Carlos Ferreira, por maioria, julgado em 1/6/2017, DJe 
1/8/2017. 
 
Réu citado por edital. Revelia. Nomeação de curador especial. Legitimidade ativa para reconvir. 
O curador especial tem legitimidade para propor reconvenção em favor de réu revel citado por edital. REsp 
1.088.068-MG, Rel. Min. Antonio Carlos Ferreira, por unanimidade, julgado em 29/08/2017, DJe 09/10/2017 
 
Ação de obrigação de fazer. Condições da ação. Teoria da asserção. Plano de saúde coletivo. Rescisão unilateral. 
Destinatário final do serviço. Legitimidade ativa. 
O beneficiário de plano de saúde coletivo por adesão possui legitimidade ativa para se insurgir contra rescisão 
contratual unilateral realizada pela operadora. REsp 1.705.311-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, por unanimidade, 
julgado em 09/11/2017, DJe 17/11/2017 
 
Ação de cobrança. Distribuição de lucro. Sociedade empresária limitada. Ilegitimidade passiva do sócio não 
configurada. Citação da sociedade. Desnecessidade. 
Na ação de cobrança, é desnecessária, nos termos do art. 601, parágrafo único, CPC, a citação da sociedade 
empresária se todos os que participam do quadro social integram a lide. REsp 1.731.464-SP, Rel. Min. Moura 
Ribeiro, por unanimidade, julgado em 25/09/2018, DJe 01/10/2018 
 
Legitimidade da instituição financeira para ajuizar ação consignatório por erro bancário 
A instituição financeira possui legitimidade para ajuizar ação de consignação em pagamento visando quitar débito 
de cliente decorrente de título de crédito protestado por falha no serviço bancário. REsp 1.318.747-SP, Rel. Min. 
Luis Felipe Salomão, por unanimidade, julgado em 04/10/2018, DJe 31/10/2018 
 
 
 108 
Ação de prestação de contas e administradora de consórcio 
É cabível a propositura de ação de prestação de contas para apuração de eventual saldo, e sua posterior execução, 
decorrente de contrato relacional firmado entre administradora de consórcios e empresa responsável pela oferta 
das quotas consorciais a consumidores. REsp 1.676.623-SP, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, por unanimidade, 
julgado em 23/10/2018, DJe 26/10/2018 
 
 
Possibilidade de concessão de justiça gratuita ao contratante de serviços advocatícios ad exitum (quota litis) 
É possível o deferimento de assistência judiciária gratuita a jurisdicionado que tenha firmado com seu advogado 
contrato de honorários com cláusula ad exitum . STJ. 2ª Turma. REsp 1.504.432-RJ, Rel. Min. Og Fernandes, 
julgado em 13/9/2016 (Info 590). 
 
O art. 12, § 2º do Estatuto da Cidade estabelece uma presunção relativa de que o autor da ação de usucapião 
especial urbana é hipossuficiente 
O art. 12, § 2º, da Lei nº 10.257/2001 (Estatuto da Cidade) estabelece uma presunção relativa de que o autor da 
ação de usucapião especial urbana é hipossuficiente. Isso significa que essa presunção pode ser ilidida (refutada) 
a partir da comprovação inequívoca de que o autor não é considerado "necessitado". STJ. 3ª Turma. REsp 
1.517.822-SP, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 21/2/2017 (Info 599). 
 
Benefício de gratuidade de justiça. Estrangeiro não residente no território nacional. Art. 2º da Lei n. 1.060/1950. 
Revogado pelo CPC/2015. 
A gratuidade da justiça passou a poder ser concedida a estrangeiro não residente no Brasil após a entrada em 
vigor do CPC/2015. Pet 9.815-DF, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, por unanimidade, julgado em 29/11/2017, DJe 
15/03/2018 
 
Pedido de gratuidade da justiça. Indeferimento. Preparo. Prévia intimação. Necessidade. 
O interessado deverá ser intimado para a realização do preparo recursal nas hipóteses de indeferimento ou de 
não processamento do pedido de gratuidade da justiça. EAREsp 42.240-MG, Rel. Min. Herman Benjamin, por 
unanimidade, julgado em 19/09/2018, DJe 27/02/2019 
 
Honorários advocatícios 
Honorários advocatícios contratuais. Cláusula quota litis. Cessão de crédito a terceiro. Percentual sobre o valor 
apurado em liquidação de sentença. Não cabimento. Cálculosobre a vantagem econômica efetivamente 
auferida. 
Os honorários advocatícios contratuais que adotarem a quota litis devem ser calculados com base na quantia 
efetivamente recebida pelo cliente, em razão da cessão de seu crédito a terceiro, e não pelo valor apurado na 
liquidação da sentença. REsp 1.354.338-SP, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, Rel. Acd. Min. Raul Araújo, 
Quarta Turma, por maioria, julgado em 19/03/2019, DJe 24/05/2019 
 
Natureza jurídica híbrida, processual e material. Direito intertemporal. Prolação da sentença. Marco temporal 
para a incidência do CPC/2015 
A sentença, como ato processual que qualifica o nascedouro do direito à percepção dos honorários advocatícios, 
deve ser considerada o marco temporal para a aplicação das regras fixadas pelo CPC/2015. EAREsp 1.255.986-PR, 
Rel. Min. Luis Felipe Salomão, Corte Especial, por unanimidade, julgado em 20/03/2019, DJe 06/05/2019 
 
Advogado deve receber seus honorários calculados sobre o total do precatório, antes de ser realizada eventual 
Justiça Gratuita 
 
 109 
compensação de crédito 
O advogado deve receber os honorários contratuais calculados sobre o valor global do precatório decorrente da 
condenação da União ao pagamento a Município da complementação de repasses ao Fundo de Manutenção e 
Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (FUNDEF), e não sobre o montante que 
venha a sobrar após eventual compensação de crédito de que seja titular o Fisco federal. STJ. 1ª Turma. REsp 
1.516.636-PE, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, julgado em 11/10/2016 (Info 597). 
 
Honorários com cláusula ad exitum e renúncia do advogado antes do fim da demanda 
Nos contratos em que estipulado o êxito como condição remuneratória dos serviços advocatícios prestados, a 
renúncia do patrono originário, antes do julgamento definitivo da causa, não lhe confere o direito imediato ao 
arbitramento de verba honorária proporcional ao trabalho realizado, sendo necessário aguardar o desfecho 
processual positivo para a apuração da quantia devida. STJ. 4ª Turma. REsp 1.337.749-MS, Rel. Min. Luis Felipe 
Salomão, julgado em 14/2/2017 (Info 601). 
 
Fixação de honorários recursais mesmo quando não há a apresentação de contrarrazões ou contraminuta 
É cabível a fixação de honorários recursais, prevista no art. 85, § 11, do CPC/2015, mesmo quando não 
apresentadas contrarrazões ou contraminuta pelo advogado. STF. Plenário. AO 2063 AgR/CE , rel. orig. Min. Marco 
Aurélio, red. p/ o ac. Min. Luiz Fux, julgado em 18/5/2017 (Info 865). 
 
Para que a cessão do precatório seja válida, é necessário que o crédito cedido esteja expressamente consignado 
no precatório 
O cessionário de honorários advocatícios tem legitimidade para se habilitar no crédito consignado em precatório 
desde que comprovada a validade do ato de cessão por escritura pública e seja discriminado o valor devido a 
título de verba honorária no próprio requisitório, não preenchendo esse último requisito a simples apresentação 
de planilha de cálculo final elaborada pelo Tribunal de Justiça. STJ. Corte Especial. EREsp 1.127.228-RS, Rel. Min. 
Benedito Gonçalves, julgado em 21/6/2017 (Info 607). 
 
Honorários advocatícios. CPC/73. Astreintes. Valores afastados da base de cálculo. Meio coercitivo. Ausência 
de caráter condenatório. Inexistência de coisa julgada material 
O valor da multa cominatória (astreintes) não integra a base de cálculo da verba honorária disciplinada pelo 
CPC/1973. Ademais, a decisão que arbitra astreintes não faz coisa julgada material, podendo, por isso mesmo, ser 
modificada, a requerimento da parte ou de ofício, seja para aumentar ou diminuir o valor da multa ou, ainda, para 
suprimi-la. Deste modo, as astreintes, sendo apenas um mecanismo coercitivo posto à disposição do Estado-Juiz 
para fazer cumprir as suas decisões, não ostentam caráter condenatório, tampouco transitam em julgado, o que 
as afastam da base de cálculo dos honorários advocatícios. REsp 1.367.212-RR, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, 
por unanimidade, julgado em 20/6/2017, DJe 1/8/2017. 
 
Honorários advocatícios de sucumbência. Direito intertemporal. Regime jurídico aplicável. Sentença proferida 
na vigência do CPC/2015. Aplicabilidade do art. 85 da novel legislação. Arbitramento pelo STJ. Supressão de 
instância. 
Configura supressão de grau de jurisdição o arbitramento no STJ de honorários de sucumbência com base no 
CPC/2015, na hipótese em que as instâncias ordinárias utilizaram equivocadamente o CPC/1973 para a sua 
 
 110 
fixação. 
Sendo assim, o arbitramento dos honorários advocatícios com base em normatização errônea (CPC/73), resulta 
na devolução dos autos ao Tribunal de origem para que proceda a novo julgamento do recurso e analise a verba 
honorária de sucumbência à luz do novo estatuto de processo civil. REsp 1.647.246-PE, Rel. Min. Napoleão Nunes 
Maia Filho, Rel. Acd. Min. Regina Helena Costa, por maioria, julgado em 21/11/2017, DJe 19/12/2017 
 
Cumprimento de sentença. Ação coletiva contra a Fazenda Pública. Ausência de Impugnação. Honorários 
advocatícios. Cabimento. CPC/2015. Mudança no ordenamento jurídico. Entendimento consolidado. Súmula n. 
345/STJ. Incidência. Tema 973. 
O art. 85, § 7º, do CPC/2015 não afasta a aplicação do entendimento consolidado na Súmula 345 do STJ, de modo 
que são devidos honorários advocatícios nos procedimentos individuais de cumprimento de sentença decorrente 
de ação coletiva, ainda que não impugnados e promovidos em litisconsórcio. REsp 1.648.238-RS, Rel. Min. Gurgel 
de Faria, Corte Especial, por unanimidade, julgado em 20/06/2018, DJe 27/06/2018 (Tema 973) 
 
A multa prevista no art. 523, §1º, CPC não incide no cálculo dos honorários advocatícios 
A multa de 10% (dez por cento) prevista pelo art. 523, § 1º, do CPC/2015 não integra a base de cálculo dos 
honorários advocatícios. REsp 1.757.033-DF, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, por unanimidade, julgado em 
09/10/2018, DJe 15/10/2018 
 
Possibilidade de fixação de honorários advocatícios na hipótese de indeferimento da petição inicial 
Em caso de indeferimento da petição inicial seguida de interposição de apelação e a integração do executado à 
relação processual, mediante a constituição de advogado e apresentação de contrarrazões, uma vez confirmada 
a sentença extintiva do processo, é cabível o arbitramento de honorários em prol do advogado do vencedor (CPC, 
art. 85, § 2º). REsp 1.753.990-DF, Rel. Min. Maria Isabel Gallotti, por maioria, julgado em 09/10/2018, DJe 
11/12/2018 
 
Honorários advocatícios. Juízo de equidade. Regra subsidiária (art. 85, § 8º, do CPC/2015). Esgotamento da 
regra geral (art. 85, § 2º, do CPC/2015). Obrigatoriedade. 
O juízo de equidade na fixação dos honorários advocatícios somente pode ser utilizado de forma subsidiária, 
quando não presente qualquer hipótese prevista no § 2º do art. 85 do CPC. REsp 1.746.072-PR, Rel. Min. Nancy 
Andrighi, Rel. Acd. Min. Raul Araújo, por unanimidade, julgado em 13/02/2019, DJe 29/03/2019 
 
Honorários periciais 
Mesmo que o dispositivo da sentença mencione apenas a condenação em custas processuais, é possível incluir 
a cobrança dos honorários periciais 
É adequada a inclusão dos honorários periciais em conta de liquidação mesmo quando o dispositivo de sentença

Mais conteúdos dessa disciplina