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Ciência Política II - aula sobre revolução

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Revolução - Reforma e Golpe de Estado
Para Bonavides (2001), quando uma situação de crise social se estala em uma sociedade, duas opções se oferecem: a reforma e a revolução, ou seja, os meios pacíficos ou os violentos.
Reforma – compreende um conjunto de ações que visam corrigir distorções sociais e econômicas do sistema vigente.
Busca-se com as reformas evitar as revoluções, no entanto, o falso reformismo constitui o mais perigoso combustível de explosão revolucionária, aumentado o descontentamento social e abalando a confiança que os governados depositaram em suas lideranças.
A reforma ou a evolução, como também é chamada, apresenta se como um conceito jurídico, constitucional, que visa por meio de diferentes mecanismos legais resolver as demandas e as necessidades das classes angustiadas, como sugere Bastos (1999).
Revolução - (do latim revolutìo,ónis: ato de revolver), entendida por boa parte dos pensadores da ciência política, como instauração de uma nova ordem social, concebida, por meio, de uma mudança fundamental no poder político ou na organização estrutural de uma sociedade e, que ocorre em um período relativamente curto de tempo. 
De acordo com Bonavides (2001), as revoluções de Estado, eram consideradas “fases de uma circulação eterna das formas de governo” no período que compreende de Aristóteles ao século XVII.
Ainda segundo o autor, a revolução era entendida por Marx, como uma busca retroativa de um desenvolvimento obstaculizado, ocorrida, segundo Lenim, quando uma classe dominante não consegue mais e a classe dominada não quer prosseguir com o sistema adotado.
Distinguimos o conceito de revolução em histórico-cultural, sociológico, jurídico e político.
O conceito histórico cultural – Exprime essencialmente a interrupção de um período cultural, dessa quebra resulta a descontinuidade e a conseqüente inauguração de um novo desenvolvimento histórico. 
Ex: A invenção da maquina a vapor; a equação de Einstein; a desintegração do átomo.
Obs: o conceito histórico-cultural pode ser revestir de certo cunho filosófico ou intelectualista.
Conceito Sociológico – Toda revolução não pode vir desacompanhada da revolução política, que a executa e precede.
Para entendermos cunho sociológico de uma revolução, precisamos perguntar o que mudou?
Mudou-se apenas o pessoal do governo, não é revolução é golpe.
Atingiu-se a constituição política, a forma de governo, já é possível falar de revolução.
As posições sociais se verticalizaram?
Houve ascensão de uma classe ao poder?
Existiu redistribuição de renda, propriedade?
Se existiu mudanças nestes aspectos, há nesta revolução um reconhecimento social.
Conceito Jurídico – Do ponto de vista jurídico, a revolução é essencialmente a quebra do princípio da legalidade, do ordenamento político, sua substituição por uma nova ordem e a implantação de um poder constituinte originário.
Sendo assim, há nas revoluções dois traços essenciais: o rompimento da ordem jurídica antecedente e a criação de um novo ordenamento jurídico.
Cabe ressaltar, que não existe revolução legitima, mas revoluções legitimadas.
Conceito político – Para Bonavides (2001), a revolução é entendida como a modificação violenta dos fundamentos jurídicos de um Estado. Em Paul Schereder, a revolução compreende se no domínio político, em uma mudança ilegal das normas legais, ou seja, como bem lembra o autor, em uma mudança ilegal das condições de legalidade.
Origem e causas das revoluções - Marx buscou em seus trabalhos apresentar o aspecto econômico do desencadear de uma revolução, segundo ele, o aspecto gerador dos movimentos de força e violência são as forças materiais de produção que ao caírem em contradição com as relações de produção existentes, fazem despertar na consciência das pessoas o sentido (significado) dos sistemas econômicos, políticos e sociais. 
Para boa parte dos cientistas políticos, as revoluções nascem devido aos descontentamentos, com o intuito, surgindo a partir de falhas dos governos.
Alguns aspectos da revolução 
- Não é possível afirmar a data que começa e termina o movimento revolucionário.
- Geralmente são caracterizas pela invisibilidade, ou seja, não são percebidas na sua gestação.
- São precedidas de longos períodos de distúrbios, tentativas locais de emprego de violência, motins entre outros.
Golpe de Estado – Significa a tomada de poder por meios ilegais. Seus protagonistas geralmente já estão alojados no poder.
Curzio Malaparte em seu livro A Técnica do Golpe de Estado, descreve o golpe de Estado, como a possibilidade eminente de um grupo reduzido tomar o poder. Ainda segundo o autor, a técnica que tem prevalecido nas tentativas de golpes e nos golpes de Estado investigados por diferentes cientistas, e da desmobilização e imobilização dos governos, feita por meio da ocupação dos centros estratégicos e técnicos do governo como: as redes de distribuição de energia, os meios de transportes, as centrais de comunicação entre outros.
Faz se necessário destacar que ainda, que os golpes de Estado são geralmente concluídos em pequenos espaços de tempo, por um número limitado de pessoas, via de regra, por políticos, oficiais de altas patentes e indivíduos infiltrados nos aparatos estatais com condições de arregimentar outros membros e neutralizar os mecanismos de poder estatal.

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