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Medicina legal aula-04

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Aula 04
Medicina Legal p/ Polícia Civil - MG (Investigador)
Professor: Fatima Albuquerque Taufick
05608175760 - Maria Rita Catonio Barbosa
Profª Fatima Albuquerque Taufi
AULA 04
Crimes contra a 
A
Oi, pessoal! 
Hoje abordaremos o a
visão da Medicina 
ensinamentos de Geniva
no edital. 
Espero que estejam tod
na reta final! 
Vamos em frente! 
A Cama Voadora (1932). Frida Kahlo 
 BEZERRA, Armando J C. As belas artes da 
Noções de Medicina Legal para I
Teoria e E
Profª. Fatima Albuquerq
 
fick www.estrategiaconcursos.com.br P
4: Sexologia Médico-Lega
a dignidade sexual e provas p
Aborto e infanticídio. 
assunto Sexologia Médico-Legal,
 Legal, utilizando-nos, essenci
nival Veloso de França, autor da bibliog
odos firmes na luta, pois estamos q
hlo (1907-1954). Óleo sobre metal. Coleção Fundação Dolore
es da medicina, 2003. 
Investigador de Polícia 
Polícia Civil/MG 
 e Exercícios comentados 
erque Taufick – Aula 04 
Página 1 de 53 
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olores Olmedo (México). 
05608175760
05608175760 - Maria Rita Catonio Barbosa
Profª Fatima Albuquerque Taufi
O Meu Nascimento (1932). 
 BEZERRA, Armando J C. As bel
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A Sexologia Médico-Leg
autores) trata das ques
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a violência sexual como 
e, sobretudo, uma agre
todas as classes sociai
preferenciais as mulher
violência sexual o estup
A Organização Mundial d
sendo o uso intenciona
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Noções de Medicina Legal para I
Teoria e E
Profª. Fatima Albuquerq
 
fick www.estrategiaconcursos.com.br P
). Frida Kahlo (1907-1954). Óleo sobre metal. Coleção part
belas artes da medicina, 2003. 
 
XOLOGIA MÉDICO-LEGAL 
 
egal (ou Forense, ou ainda Crimina
uestões médico-biológicas e perícias 
ontra a dignidade e a liberdade sexua
o uma agressão não somente física
ressão à cidadania e à dignidade hu
ais, culturas, religiões e etnias, tend
heres e as crianças, e como forma m
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l da Saúde (OMS) conceituou violênc
onal da força ou o poder físico, de 
pessoa ou um grupo ou comunidade
Investigador de Polícia 
Polícia Civil/MG 
 e Exercícios comentados 
erque Taufick – Aula 04 
Página 2 de 53 
 
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05608175760
05608175760 - Maria Rita Catonio Barbosa
Noções de Medicina Legal para Investigador de Polícia 
Polícia Civil/MG 
Teoria e Exercícios comentados 
Profª. Fatima Albuquerque Taufick – Aula 04 
 
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tenha possibilidade de causar lesões, morte, danos psicológicos, 
transtornos do desenvolvimento ou privações. 
 
CRIMES CONTRA A LIBERDADE SEXUAL 
ESTUPRO 
O conceito de estupro foi ampliado com a promulgação da Lei nº 
12.015/2009, cujo texto atual é "constranger alguém, mediante violência 
ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que 
com ele se pratique outro ato libidinoso". 
O Título VI do Código Penal foi alterado para "crimes contra a dignidade 
sexual", em vez de "crimes contra os costumes", como antigamente, pois, 
mais que defender as preferências aceitas ou não pela sociedade, deve a 
lei penal proteger, sobretudo, a dignidade da pessoa humana. 
Essas alterações visam a uma melhor especificação de determinados 
delitos e a uma punição mais rigorosa, em especial se há envolvimento de 
menores de idade. 
Importante alteração ocorrida foi a de que as condutas até então 
descritas distintamente como atentado violento ao pudor e estupro foram 
unificadas no Código Penal, constituindo um único e novo conceito legal 
de crime de estupro. A conduta que antes era tipificada como atentado 
violento ao pudor não deixou de ser crime − ou seja, a despeito da 
revogação do art. 214, não houve abolitio criminis − mas, simplesmente, 
passou a ser tipificada como estupro na nova redação do art. 213. 
 
TÍTULO VI 
DOS CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL 
 
CAPÍTULO I 
DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE SEXUAL 
 
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Teoria e Exercícios comentados 
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Estupro 
Art. 213. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a 
ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique 
outro ato libidinoso: 
Pena - reclusão, de 6 (seis) a 10 (dez) anos. 
§ 1o Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave ou se a 
vítima é menor de 18 (dezoito) ou maior de 14 (catorze) anos: 
Pena - reclusão, de 8 (oito) a 12 (doze) anos. 
§ 2o Se da conduta resulta morte: 
Pena - reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos 
Art. 214 - (Revogado pela Lei nº 12.015, de 2009) 
 
Atualmente, toda pessoa constrangida mediante violência ou grave 
ameaça a ter conjunção carnal ou a praticar ou deixar que lhe pratique 
outro ato libidinoso será vítima de estupro. O sujeito ativo e o passivo 
podem ser o homem ou a mulher, pois admite-se qualquer tipo de ato 
libidinoso praticado de forma violenta ou com grave ameaça. 
O ato libidinoso pode ser conceituado como qualquer prática que busque 
satisfazer o apetite sexual, seja ela completa ou incompleta. Além da 
conjunção carnal, pode manifestar-se das mais variadas formas: coito 
ectópico, masturbação, tocar partes genitais, contemplação lasciva, 
contatos voluptuosos de forma constrangedora. 
O conceito de conjunção carnal não foi alterado: é a introdução completa 
ou incompleta do pênis na cavidade vaginal, ocorrendo ou não ejaculação. 
Sexo oral, anal e vestibular/vulvar não se caracterizam como conjunção 
carnal. 
Ademais, o "estupro mediante violência presumida" passou a ser 
chamado "estupro de vulnerável", e foi classificado como crime hediondo, 
cujas vítimas são os menores de 14 anos ou os portadores de 
enfermidade ou deficiência mental que não possuam o devido 
discernimento para a prática do ato ou que não possam oferecer 
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resistência, por qualquer outro motivo, ainda que seja a vítima maior de 
idade, sã e capaz. 
Dessa forma, hoje são considerados hediondos os crimes de estupro e de 
estupro de vulnerável. 
CAPÍTULO II 
DOS CRIMES SEXUAIS CONTRA VULNERÁVEL 
 
Estupro de vulnerável 
Art. 217-A. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com 
menor de 14 (catorze) anos: 
Pena - reclusão, de 8 (oito) a 15 (quinze) anos. 
§ 1o Incorre na mesma pena quem pratica as ações descritas 
no caput com alguém que, por enfermidade ou deficiência mental, não 
tem o necessário discernimento para a prática do ato, ou que, por 
qualquer outra causa, não pode oferecer resistência. 
§ 2o (VETADO) 
§ 3o Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave: 
Pena - reclusão, de 10 (dez) a 20 (vinte) anos. 
§ 4o Se da conduta resulta morte: 
Pena - reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos. 
A violência pode ser efetiva ou presumida. Será efetiva quando o autor 
utiliza-se de força física ou de meios capazes de privar ouperturbar o 
entendimento da vítima, impossibilitando-a de reagir ou de se defender. 
Subdivide-se, ainda, em violência efetiva física e violência efetiva 
psíquica. A violência física não pode ser presumida, devendo ser provada. 
A violência efetiva psíquica consiste na condução da vítima à inibição ou 
ao enfraquecimento de suas faculdades mentais, a fim de que não ofereça 
resistência (exemplos: embriaguez completa, hipnoses, drogas). Já a 
presumida configura-se em vítimas menores de 14 anos, alienadas, 
débeis mentais ou impedidas de resistir por qualquer outro motivo, 
configurando-se o estupro de vulnerável. 
PERÍCIA 
Por ser o estupro um crime que deixa vestígios, a perícia se mostra 
indispensável. Os dados mais relevantes para a comprovação pericial são 
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a perícia do coito vaginal, anal, oral e da penetração de objetos por via 
retal ou vaginal de forma violenta ou coativa. 
Na mulher virgem, a perícia do coito vaginal baseia-se no estudo da 
integridade do hímen. Na mulher com vida sexual pregressa (e também 
nos casos de hímen complacente), deve-se avaliar uma eventual 
gravidez, verificar se há presença de esperma na cavidade vaginal, de 
fosfatase ácida, de glicoproteína P30 (provenientes da próstata), além da 
possibilidade de contaminação venérea profunda. 
Deve-se, ainda, avaliar a presença de sinais indiretos no corpo da vítima, 
como as lesões advindas de violência ou luta, em especial aquelas 
encontradas nas coxas, nos antebraços, no pescoço, na face e na boca. 
Diagnóstico da conjunção carnal - Sinais: 
a) Rotura do hímen: os achados devem ser visualizados e descritos 
de forma simples, minuciosa e objetiva, buscando diferenciar uma 
rotura recente de uma antiga. 
b) Presença de gravidez. 
c) Contaminação por DST profunda: proceder à averiguação da 
mesma doença no suposto autor. 
d) Presença de esperma na cavidade vaginal: colheita de material 
vaginal ou cervical uterino para análise e realização de reações 
químicas que, se positivas, evidenciarão a presença de sêmen. 
e) Constatação de fosfatase ácida ou de glicoproteína P30 na 
cavidade vaginal: realização da dosagem dessas substâncias 
provenientes do líquido prostático na secreção vaginal. A fosfatase 
ácida é considerada duvidosa por alguns autores, por terem 
sensibilidade e especificidade duvidosas. Já a glicoproteína P30 (ou 
antígeno prostático específico, ou ainda PSA) é encontrada no fluido 
seminal e na urina masculina e, quando presente na secreção 
vaginal, constitui achado de grande relevância. 
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f) Comprovação da presença de espermatozóide no canal 
vaginal: é o diagnóstico de maior certeza, por meio da técnica de 
coloração de Christina Tree. 
g) Exames subsidiários: exame das vestes da vítima (à procura de 
sangue, esperma, pelos). 
Situações especiais: pode ocorrer de haver a penetração do pênis, sem 
ejaculação (deve-se realizar a pesquisa de células epiteliais masculinas, 
oriundas do pênis, no lavado vaginal) ou o autor ter sido vasectomizado 
(verificar se a dosagem de fosfatase ácida no líquido vaginal encontra-se 
acima de 200 UI ou se há a presença de glicoproteína P30). 
Também configura-se importante a identificação do autor, por meio de 
exames de DNA em sangue, pelos e saliva do suspeito da violência 
sexual, além da coleta de sêmen oriundo da cavidade vaginal, presente 
em roupas ou extraído do local dos fatos. 
Estudo do hímen: 
O hímen é uma membrana incompleta com estrutura mucosa que separa 
a vulva da vagina, inserindo-se nos limites do conduto vaginal com a 
vulva. Possui a face vaginal (profunda) e a face vestibular (superficial), e 
duas bordas: uma aderente e outra livre. 
Não existe um hímen típico: cada mulher apresenta uma forma quase 
pessoal. 
 
Hímen íntegro e hímen roto. 
Fonte: CROCE, Manual de Medicina Legal, 5ª ed., 2006. 
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A borda livre do hímen pode apresentar-se regular, irregular ou 
recortada, mostrando reentrâncias que são conhecidas por entalhes ou 
chanfraduras. Os entalhes são simétricos e chegam próximo à borda de 
inserção. As chanfraduras são superficiais e correm em extensão, 
geralmente de 2 a 3 mm. É importante não confundi-los (em especial os 
entalhes) com as roturas himenais. 
O hímen possui elasticidade e permeabilidade. Os chamados hímens 
complacentes são capazes de permitir a penetração de corpos mais 
calibrosos sem se romper, seja por exiguidade da membrana (orla 
estreita) e um amplo orifício (óstio), seja por sua elasticidade e 
distensibilidade. 
O hímen, ao se distender além do limite de sua resistência, rompe-se em 
sua borda livre (roturas geralmente sangrentas) ou em qualquer outra 
parte, podendo ser ainda tão delgado a ponto de não sangrar ao se 
romper (hímen em pele de ovo). 
As roturas podem variar em número (de uma até cinco roturas), e não há 
um local determinado para que ocorram, embora sejam mais comuns nos 
quadrantes inferiores. Podem ir da borda livre até a borda de inserção 
(rotura completa) ou partir da borda livre e terminar na substância da 
membrana (rotura incompleta). A causa das roturas é quase sempre o 
coito, mas também pode ocorrer por outros motivos, como traumatismos, 
manobra digital, corpos estranhos, imprudência médica. 
Diferença entre rotura e entalhe: 
ROTURA ENTALHE 
profundidade completa na orla, 
estendendo-se à inserção na 
parede vaginal 
não se estendem até as bordas da 
vagina 
as bordas se encaixam e 
apresentam tecido cicatricial 
as bordas não se encaixam e se 
constituem do mesmo tecido do hímen 
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disposição assimétrica e 
profundidade completa na orla 
himenal 
disposição frequentemente simétrica e 
pouca penetração na orla himenal 
as bordas são pálidas à luz 
ultravioleta 
as bordas são avermelhadas à luz 
ultravioleta (maior irrigação) 
sangramento ou sinais de 
supuração (se rotura recente) 
sem sinais de cicatrização recente ou de 
infecção 
 
As lesões do hímen que não dizem respeito à borda livre podem ocorrer 
em coitos súbitos ou pela ação insistente de um dedo ou de um objeto. 
São mais raras, podendo ocorrer casos desinserção total do hímen por 
traumatismos violentos pela ação de instrumentos contundentes. 
 
Carúnculas mirtiformes: são retalhos cicatriciais de 
hímen roto pelo coito ou pelo parto, os quais se retraem, 
formando verdadeiros trabéculos. 
 
Fonte: CROCE, Manual de 
Medicina Legal, 5ª ed., 2006. 
 
É importante ressaltar que os peritos devem descrever minuciosamente 
as lesões e as particularidadesdo caso, não lhes cabendo tipificar delitos. 
 
ATO LIBIDINOSO DIVERSO DA CONJUNÇÃO CARNAL: 
Coito anal: 
Além do histórico da vítima e da obtenção de informações referentes aos 
fatos ocorridos, deve-se proceder à análise de vestígios físicos 
indiscutíveis e evidentes deixados pelo ato sexual, e ainda pela 
constatação da presença de esperma. O exame de corpo de delito é 
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imprescindível. Em caso de violência, notam-se equimoses e sufusões 
(rágades) da margem do ânus, escoriações, sangramentos oriundos de 
roturas, esgarçamentos, edemas, dor ao toque retal, Sinal de Wilson 
Johnston (rotura triangular com base na margem do ânus e vértice no 
períneo, na união dos quadrantes inferiores), rotura de pregas anais, 
dentre outros sinais. 
 
Sinais de coito anal recente. 
Fonte: www.malthus.com.br 
 
É importante o perito não confundir rágades (que são traumáticas, 
agudas e em geral múltiplas) com fissuras anais (que são crônicas, em 
geral únicas e podem ser preexistentes). 
Procurar por outros sinais de luta em locais como nuca, pescoço, dorso e 
coxas da vítima. 
O sinal mais importante para o diagnóstico de certeza do coito anal é a 
presença de esperma no canal retal, confirmado, dentre outros, pela 
detecção do espermatozoide, cujo exame deve ser realizado 
precocemente por meio de reações específicas, podendo ser detectado em 
até 72 horas após a agressão. 
A comprovação da fosfatase ácida e da glicoproteína P30 (ou PSA) 
também levam ao diagnóstico, ainda que o autor seja vasectomizado. 
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Por fim, é importante colher sêmen, sangue e saliva para exame de DNA 
buscando identificar e caracterizar a autoria. 
 
Coito oral: 
Apresenta maiores dificuldades para o exame pericial, que deve ser 
realizado precocemente, pois as lesões advindas do coito oral são raras. 
O diagnóstico pode ser feito pela detecção de sêmen ou pela pesquisa de 
glicoproteína P30 ou PSA na secreção oral, além da verificação de 
eventuais manifestações tardias de DST na mucosa bucal e de lesões 
encontradas nos genitais externos do agressor. 
 
Coito vestibular (vulvar ou interfemoral): 
É o ato sexual realizado pelo contato do pênis com a vulva, o vestíbulo e 
o períneo da vítima, com ou sem ejaculação. 
Quando não houve violência física, os achados são raros. Avaliar 
eventuais lacerações e hematomas, e, principalmente, verificar se há 
presença de esperma. 
 
Penetração de objetos: 
A perícia buscará verificar a via utilizada (vaginal ou retal), avaliar a 
existência de sinais de violência (como escoriações, equimoses, 
hematomas) e procurar identificar vestígios do material do corpo estranho 
utilizado, se possível. O exame no suspeito deve ser realizado nas 
primeiras 24 horas, em busca de sinais de coito recente. 
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A seguir, abordaremos um assunto que não consta explicitamente no 
edital, mas que se insere no tema "Sexologia Médico-Legal": os 
Transtornos Sexuais e da Identidade Sexual. 
Por esse motivo, não podemos deixá-lo de fora da aula, mas, devido a 
sua menor probabilidade de ser cobrado, oriento a avaliarem o custo-
benefício de estudá-lo, considerando-se o nível de preparação de cada um 
e o tempo disponível de estudo até a data da prova, ok? 
Vamos lá! 
TRANSTORNOS SEXUAIS E DA IDENTIDADE SEXUAL 
O instinto sexual dentro dos padrões de normalidade é considerado 
adequado; porém, podem ocorrer transtornos e alterações da identidade 
sexual (consciência imutável de se pertencer a determinado sexo) 
capazes de comprometer a segurança ou o equilíbrio da sociedade. 
Podem se apresentar como fantasias sexuais, distúrbios do instinto sexual 
(qualitativos ou quantitativos) ou as chamadas parafilias, que se 
traduzem por um comportamento intenso e recorrente que ocorre de 
forma inabitual, podendo existir como sintoma em uma perturbação 
psíquica, como intervenção de fatores orgânicos glandulares ou como 
uma simples questão de preferência sexual. 
Classificação da Associação Americana de Psiquiatria: 
I. Transtornos sexuais: disfunções sexuais que se subdividem em: 
a) Transtornos do desejo sexual (diminuído ou abolido); 
b) Transtornos da excitação sexual (na mulher e ereção no homem); 
c) Transtornos orgásmicos feminino e masculino (ejaculação precoce); 
d) Transtornos sexuais devido a dor (dispareunia e vaginismo); 
e) Transtorno sexual devido a uma enfermidade. 
II. Parafilias: impulsos sexuais, fantasias ou comportamentos 
recorrentes e intensos que acarretam condutas pouco habituais. 
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III. Transtornos da identidade sexual: identificação persistente e 
vontade de ser do sexo oposto, devido a um mal-estar, geralmente 
intenso, com o seu próprio gênero. 
 
Psicossexualidades anômalas: 
1. ANAFRODISIA: Consiste na deteriorização e consequente diminuição 
do instinto sexual masculino, em geral decorrente de uma doença nervosa 
ou endócrina. Pode ocorrer em jovens e sadios, ou como um sintoma de 
pré-impotência. 
 
2. FRIGIDEZ: Diminuição do desejo sexual feminino, decorrente de 
vaginismo (contração involuntária dos músculos da região da vagina) ou 
de doenças psíquicas ou endócrinas. É o transtorno sexual mais comum. 
As causas mais comuns são: religiosas (em que se correlaciona o sexo 
com o pecado), culturais (correlação com pudor e decência), dispareunia 
(desconforto e dor no ato sexual), traumas emocionais (lembranças), 
falta de identificação sexual (homossexualismo), transtornos mentais 
(fobias sexuais) e causas circunstanciais (causas de tempo e lugar). 
 
3. ANORGASMIA: Ausência de orgasmo no homem, ainda que haja o 
desejo sexual. Em geral, leva à paulatina perda do interesse sexual. É 
rara. 
 
4. EROTISMO: O desejo sexual encontra-se aumentado, com tendência 
abusiva dos atos sexuais. São a satiríase (no homem) e a ninfomania (na 
mulher). A satiríase tem sempre uma causa patológica e manifesta-se por 
ereção quase permanente, com repetidas ejaculações, em que delírios e 
alucinações são frequentes. Porém, não deve ser confundida com o 
priapismo, que se trata de ereção prolongada, dolorosa, patológica e sem 
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ejaculação. A ninfomania (ou uteromania) é comumente precipitada pela 
histeria e pode levar a pessoa ao crime, ao escândalo e à prostituição,uma vez que não ocorre a satisfação do desejo sexual. 
 
5. AUTOEROTISMO: É o chamado coito sem parceiro, em que a 
satisfação sexual consiste apenas em se imaginar um objeto ou uma 
pessoa (coito psíquico de Hammond), sem a necessidade de um parceiro 
nem de masturbação. 
 
6. EROTOMANIA: Ocorre uma afixação em uma pessoa e o indivíduo vive 
em função dessa adoração, desenvolvendo uma paixão doentia 
extremamente mórbida. Em geral, é puro, ideal, sem desejos carnais. 
 
7. FROTTEURISMO: É relativamente frequente e caracteriza-se pela 
tentativa de o indivíduo, em aglomerações, buscar, furtivamente, 
encostar ou se esfregar em pessoas (geralmente mulheres) ou tocar seus 
genitais ou seios, sem que elas percebam. 
 
8. EXIBICIONISMO: Há uma vontade incontrolável e obsessiva de 
mostrar os órgãos genitais em público, geralmente à distância e em locais 
de grande aglomeração de pessoas, sem o uso de violência e sem 
manifestação de desejo da posse carnal. Típica do sexo masculino. 
 
9. NARCISISMO: Admiração excessiva pelo próprio corpo ou 
personalidade, em que a excitação sexual refere-se à própria aparência. 
Muito frequente entre os débeis mentais. 
 
10. MIXOSCOPIA (escoptofilia): Consiste no prazer 
erótico em presenciar o coito de terceiros. Também 
chamado de voyeurismo. 
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11. FETICHISMO: Fixação em uma determinada parte 
do corpo ou em objetos pertencentes a uma pessoa, 
que se personifica e se transforma em elemento 
principal para a excitação sexual. 
 
12. LUBRICIDADE SENIL: Trata-se de uma manifestação sexual 
exacerbada, em especial nos idosos, e correlaciona-se frequentemente 
com doenças como demência senil e paralisia geral progressiva 
(neurossífilis). A satisfação sexual ocorre tão somente com toques e atos 
obscenos, exibição dos genitais ou relatos detalhados de cenas eróticas. 
Costuma coincidir com certo grau de impotência. 
 
13. PLURALISMO (troilismo): Prática sexual com a 
participação de três ou mais pessoas, de ambos os 
sexos. 
 
14. SWAPPING: Troca consentida de parceiros heterossexuais entre dois 
ou mais casais. 
 
15. GERONTOFILIA (cronoinversão, presbiofilia): Atração sexual de jovens 
por idosos. 
 
16. CROMOINVERSÃO: Atração sexual obsessiva por pessoas de cor 
diferente (ETNOINVERSÃO: atração sexual obsessiva por pessoas de 
raças diferentes. Considera-se não somente a cor da pele, mas todo um 
conjunto de caracteres somáticos e psicoculturais das variadas etnias). 
 
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17. RIPAROFILIA: Atração sexual por pessoas com 
pouca higiene, geralmente de baixa condição social. É 
mais frequente no sexo masculino, em que se costuma 
preferir mulheres no período menstrual. 
 
18. DOLISMO: Atração por manequins, bonecas (doll), admirando-as ou 
tendo relações sexuais com elas. 
 
19. DONJUANISMO: O indivíduo busca se autoafirmar por meio da 
exibição de suas conquistas amorosas. É mais frequente no sexo 
masculino e costuma se correlacionar, paradoxalmente, a pouca virilidade 
ou hipossexualidade. 
 
20. TRAVESTISMO: É um tipo de transtorno da identidade sexual. O 
indivíduo se sente compelido a usar roupas e acessórios do sexo oposto, 
obtendo, com isso, gratificação sexual. 
 
21. ANDROMIMETOFILIA E GINEMIMETOFILIA: A andromimetofilia é um 
tipo de parafilia que consiste na atração de pessoas do sexo masculino 
por mulheres com trajes e representação sexual de homem, adotando o 
pervertido o comportamento de mulher. A ginemimetofilia é o inverso. 
 
22. UROLAGNIA (undinismo) 
Ocorre excitação sexual em se ver alguém urinando, 
frequentemente sobre o parceiro. 
 
 
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23. COPROFILIA (escatofilia): Ocorre prazer sexual em 
se observar a defecação de outrem ou a ter contato com 
as próprias fezes. 
 
24. CLISMAFILIA: Rara, consiste em se obter prazer sexual ao se 
introduzir grande quantidade de líquidos no reto, como um enema. 
 
25. COPROLALIA: Excitação sexual em proferir ou ouvir palavras obscenas 
antes ou durante o ato sexual. 
 
26. EDIPISMO: Impulso ao ato sexual com parentes próximos. 
Geralmente ocorre em indivíduos com graves desvios de caráter, sendo 
mais comum entre as personalidades psicopáticas do tipo amoral. 
 
 
27. BESTIALISMO (zoofilismo): Satisfação sexual 
com animais domésticos, frequente em indivíduos 
do sexo masculino impotentes com mulheres. 
 
28. ONANISMO: Impulso obsessivo à excitação dos órgãos genitais, 
comum na puberdade, mas com conotação psicopata na idade adulta. Ao 
persistir como única forma de prazer no adulto, indica inversão sexual ou 
sintoma de distúrbios mentais, principalmente entre deficientes mentais e 
esquizofrênicos. 
 
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29. VAMPIRISMO: Rara, consiste na satisfação sexual com 
a presença de certa quantidade de sangue, obtida através 
de mordeduras no parceiro. 
 
30. NECROFILIA: Obsessão impulsiva pela prática de 
atos sexuais com cadáveres. Em geral são 
combinadas com outras síndromes degenerativas 
como o sadismo, o fetichismo, etc. Pode variar desde 
uma afinidade com defuntos até a prática sexual em 
ambientes e situações fúnebres ou com cadáveres 
reais. 
 
31. SADISMO (algolagnia ativa): Prazer sexual obtido 
por meio do sofrimento do parceiro. É frequente a 
prática da asfixiofilia (estrangulação erótica), com o 
consentimento da parceira, sem chegar a matá-la. 
Todas as modalidades podem tomar grandes 
proporções e levar à morte. Manifesta-se mais em 
homens. 
 
32. MASOQUISMO (algolagnia passiva, algofilia): 
Obtenção de prazer sexual por meio do sofrimento 
físico ou moral próprio, na forma de humilhação, 
maus tratos ou subjugação. Mais frequente no sexo 
feminino. 
 
33. PEDOFILIA (paidofilia, efebofilia, hebefilia): Transtorno caracterizado 
por predileção sexual primária por crianças ou menores pré-púberes, 
sempre relacionada a graves comprometimentos psíquicos e morais de 
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seus autores e podendo variar desde atos obscenos até a prática de 
estupro. Pode ser hetero ou homossexual. 
 
34. PIGMALIANISMO (agalmatofilia): Obsessão sexual por estátuas. Muito 
parecido com o dolismo. 
 
35. HOMOSSEXUALISMO: Pode ser masculino (uranismo, pederastia), que 
éuma das formas mais comuns de transtorno da identidade sexual, ou 
feminino (safismo, lesbianismo ou tribadismo). 
Existem várias teorias a tentar explicar o homossexualismo, todavia, 
independente da etiologia, deve o homossexualismo ser considerado 
como uma opção sexual do indivíduo, e não como um caso estritamente 
médico, como antes. 
É necessária a distinção entre o homossexualismo e o intersexualismo, o 
transexualismo e o travestismo: 
No intersexualismo (sexo dúbio), a genitália externa e/ou interna são 
indiferenciadas, ou seja, há uma indefinição da própria natureza quanto 
ao sexo. 
No transexualismo (síndrome de disforia sexual), o indivíduo é 
inconformado com seu estado sexual e não admite a prática da 
homossexualidade. Trata-se de uma inversão psicossocial, uma aversão e 
uma negação ao sexo de origem, em que o indivíduo se comporta como 
se fosse do gênero oposto. Não costumam apresentar alterações físicas 
no seu sexo de origem. 
No travestismo, há prazer no uso de roupas e 
imitação de atitudes do sexo oposto. Embora não seja 
consenso, alguns autores afirmam certa tendência ao 
homossexualismo nesses indivíduos. 
 
Fonte das imagens: www.malthus.com.br - Medicina Legal - Gerson Odilon Pereira. 
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Aspectos médico-legais dos transtornos sexuais e da identidade 
sexual: 
Nos transtornos da preferência sexual, o indivíduo opta por determinadas 
práticas sexuais socialmente toleradas quando no âmbito de sua vida 
privada (exemplos: mixoscopia e onanismo). 
No transtorno da identidade sexual, o indivíduo se identifica sexualmente 
com outro gênero ou imita o sexo oposto, tendo sido cada vez mais aceito 
socialmente como uma questão de preferência pessoal (exemplos: 
homossexualismo e travestismo). 
A perversão sexual manifesta-se como o mais abjeto dos transtornos da 
sexualidade, pois denota um comprometimento moral e psíquico grave, e 
justifica um interesse maior por parte da medicina legal (exemplos: 
bestialismo, necrofilia e pedofilia). 
 
Em geral, as perversões sexuais correlacionam-se, de uma forma ou de 
outra, a degenerações psíquicas mais ou menos graves. A criminalidade 
sexual é frequente em indivíduos com um substrato de perturbação 
mental; por esse motivo, todo delito grave de cunho sexual deve merecer 
uma cuidadosa atenção por parte do perito e do julgador. 
____________________________________________________ 
CRIMES CONTRA A VIDA 
 
ABORTO 
O aborto criminoso configura-se na morte intencional do ovo. Para a 
Medicina Legal, o ovo é produto normal da concepção até o momento do 
parto. A idade do produto da concepção não interessa à Medicina Legal. 
 
Alguns conceitos de aborto: 
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� Definição clássica de Tardieu: Expulsão prematura e violentamente 
provocada do produto da concepção, independentemente de todas as 
circunstâncias de idade, viabilidade e mesmo de formação regular. 
� Aborto criminoso é a morte dolosa do ovo no álveo materno, com ou 
sem expulsão, ou a sua expulsão violenta seguida de morte 
(Carrara). 
� Morte dolosa do ovo (Nilton Sales). 
� A interrupção da gravidez, seguida ou não da expulsão do feto, antes 
da época da sua maturidade (Morisani). 
� A cessação prematura e dolosa da gravidez, ou sua interrupção 
intencionalmente provocada, com ou sem aparecimento dos 
fenômenos expulsivos (Garimaud). 
 
FRANÇA, 2011, assevera que, nos documentos médico-legais, deve-se 
usar sempre o termo aborto, em preferência a abortamento. A ciência 
médica distingue abortamento como o processo de perda do produto 
conceptual e aborto como o próprio produto da concepção. Adotaremos, 
aqui, o conceito usado pela Medicina Legal e pelo nosso autor referência: 
aborto. 
 
A legislação penal brasileira não faz distinção entre ovo, embrião ou feto, 
restando configurado o crime de aborto sempre que ocorrer 
intencionalmente a morte do concepto ou sua expulsão violenta seguida 
de morte. O nosso Código Penal diferencia quatro formas de aborto, em 
razão da natureza do agente e da existência ou não de consentimento 
por parte da gestante: a) o aborto provocado pela própria gestante, b) 
o aborto provocado sem o consentimento da gestante, c) o aborto 
provocado com o consentimento da gestante e d) o aborto realizado pelo 
médico. 
 
Nosso Código Penal assim estatui: 
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PARTE ESPECIAL 
TÍTULO I 
DOS CRIMES CONTRA A PESSOA 
CAPÍTULO I 
DOS CRIMES CONTRA A VIDA 
(...) 
Aborto provocado pela gestante ou com seu consentimento 
Art. 124 - Provocar aborto em si mesma ou consentir que outrem lho 
provoque: 
Pena - detenção, de um a três anos. 
Aborto provocado por terceiro 
Art. 125 - Provocar aborto, sem o consentimento da gestante: 
Pena - reclusão, de três a dez anos. 
Art. 126 - Provocar aborto com o consentimento da gestante: 
Pena - reclusão, de um a quatro anos. 
Parágrafo único. Aplica-se a pena do artigo anterior, se a gestante não 
é maior de quatorze anos, ou é alienada ou débil mental, ou se o 
consentimento é obtido mediante fraude, grave ameaça ou violência 
Forma qualificada 
Art. 127 - As penas cominadas nos dois artigos anteriores são 
aumentadas de um terço, se, em consequência do aborto ou dos meios 
empregados para provocá-lo, a gestante sofre lesão corporal de 
natureza grave; e são duplicadas, se, por qualquer dessas causas, lhe 
sobrevém a morte. 
Art. 128 - Não se pune o aborto praticado por médico: 
Aborto necessário 
I - se não há outro meio de salvar a vida da gestante; 
Aborto no caso de gravidez resultante de estupro 
II - se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de 
consentimento da gestante ou, quando incapaz, de seu representante 
legal. 
 
TIPOS DE ABORTO 
 
Do ponto de vista legal, o aborto pode ser classificado como natural 
(espontâneo) ou provocado (legal ou criminoso). 
 
No aborto espontâneo, o próprio organismo da gestante se encarrega de 
realizá-lo, independente de sua vontade. O aborto provocado, que pode 
ser legal ou criminoso, é aquele realizado de maneira intencional, 
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ocasionando a morte do feto por ato da vontade humana (da própria 
gestante e/ou de terceiro). Será considerado legal o aborto previsto e 
amparado pelo ordenamento, praticado por médico (nos casos de 
gravidez decorrente de estupro ou quando o aborto é o único meio de 
salvar a vida da gestante) e criminoso o não permitido juridicamente (a 
regra). 
 
Vejamos alguns conceitos adotados na literatura indicada no edital, 
referentes aos tipos de aborto: 
 
ABORTO ESPONTÂNEO:ocorre quando há inviabilidade natural e morte do 
concepto devido a diferentes fatores etiológicos. A interrupção da 
gestação acontece por fatores advindos da própria natureza, sem 
participação da vontade humana. Pode ter várias causas (alterações 
anatômicas, alterações genéticas, ação de agentes tóxicos, infecções, 
distúrbios metabólicos). 
 
ABORTO TERAPÊUTICO: é o aborto realizado pelo médico para salvar a 
vida da gestante. Permitido pelo ordenamento jurídico. 
Para FRANÇA, seria uma forma de proteger um bem maior, consagrado 
pela fundamental importância sobre outras vidas. A solução jurídica 
encontrada no conflito desses dois bens é o sacrifício do bem menor. 
O avanço da Medicina tem tornado cada vez mais raras as indicações 
deste tipo de aborto. 
 
ABORTO SENTIMENTAL (piedoso, moral ou humanitário): aborto 
permitido pelo ordenamento em casos de estupro. Defende-se o princípio 
do estado de necessidade contra as consequências oriundas de um grave 
dano à pessoa. 
FRANÇA opina no sentido de ser o aborto sentimental uma solução de 
caráter duvidoso, considerando-se não ser lógico que o sacrifício de uma 
vida possa reparar uma crueldade já praticada. Ademais, aconselha o 
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médico a obter autorização judicial ou dos representantes do Ministério 
Público antes de praticar um aborto em caso de processo criminal em 
curso. 
 
ABORTO EUGÊNICO: é a intervenção abortiva em fetos defeituosos ou 
com possibilidades de o serem. Não é permitido pelo nosso ordenamento, 
salvo raras exceções, segundo a opinião de alguns autores. 
FRANÇA também faz críticas a esta modalidade de aborto, opinando pela 
inexistência de argumento capaz de justificar a disposição incondicional 
sobre a vida de um ser humano, propondo sua destruição baseada em 
justificativas que se sustentem na “relação custo-benefício”, pois essa 
vida é intangível e inalienável. 
 
ABORTO SOCIAL: seria o aborto por motivos econômicos ou sociais, 
igualmente não permitido pelo ordenamento brasileiro. 
Nosso autor referência se posiciona, quanto ao aborto social, nestes 
termos: permitir a morte de um ser humano por motivo de falta de 
recursos suficientes para sua manutenção é um triste sinal de 
insensibilidade e desvalorização da vida, sendo essa forma um atestado 
insofismável da falta de coragem em afirmar que tais problemas podem 
ser resolvidos com medidas de ordem social que deem à mulher 
condições de criar seus filhos. 
 
ABORTO POR MOTIVO DE HONRA: embora tenha constado de algumas 
versões de anteprojetos ao novo Código Penal Brasileiro, também não é 
permitido pelo ordenamento. Seria o antigo aborto honoris causa, 
concedendo caráter indulgente de pena breve à mulher que pratica ou 
deixa que lhe pratiquem o aborto com intuito de ocultar desonra e 
àqueles que, com o consentimento da gestante, provocam-lhe o aborto 
para preservar sua honra. 
Segundo FRANÇA, trazer a espécie "Aborto por Motivo de Honra" ao corpo 
do novo estatuto penal não reflete senão um infeliz retrocesso e a triste 
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confissão de que a sociedade não evoluiu nos seus conceitos, nem se 
redimiu dos seus preconceitos falsos, posto que (sic) nenhuma gravidez 
pode-se considerar imoral a não ser que os propósitos que a motivaram 
sejam ilícitos e desonestos. (...) Simplesmente, porque se passou a 
entender que ele oculta a desonra da mulher. Isso é a toda prova um 
contrassenso. 
 
ANENCÉFALOS 
Anencefalia é conceituada como uma rara malformação fetal congênita 
decorrente de defeito no fechamento do tubo neural durante o estágio 
embriológico, ocasionando ausência parcial do encéfalo e da calota 
craniana, com presença de algum resíduo de tronco encefálico. 
 
A anencefalia torna a vida extrauterina inviável, mesmo que alguns fetos 
sobrevivam por alguns dias ou horas, pois ocorre a privação das funções 
superiores do sistema nervoso central, restando tão somente algumas 
poucas funções vegetativas e vasomotoras. 
 
O aborto seletivo em fetos anencefálicos não seria considerado um tipo de 
aborto eugenésico, pois que interrompe uma gravidez sem nenhuma 
possibilidade de vida autônoma. 
 
Em 2012, o Supremo Tribunal Federal, decidiu, com efeito vinculante, 
acerca da possibilidade de interrupção da gravidez em casos de 
anencefalia fetal, caso específico em que a antecipação terapêutica do 
parto de fetos anencefálicos não tipifica o crime de aborto previsto no 
Código Penal. 
 
Vejamos excertos da decisão: 
 
"O relator da Arguição de Descumprimento de Preceito 
Fundamental (ADPF) 54, ministro Marco Aurélio, votou, nesta 
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quarta-feira (11), pela possibilidade legal de interromper 
gravidez de feto anencéfalo. O ministro considerou procedente o 
pedido feito pela Confederação Nacional dos Trabalhadores na 
Saúde (CNTS), para declarar inconstitucional a interpretação 
dada aos artigos 124, 126 e 128 (incisos I e II) do Código Penal 
que criminaliza a antecipação terapêutica de parto nos casos de 
anencefalia. 
 
A incolumidade física do feto anencéfalo, que, se sobreviver ao 
parto, o será por poucas horas ou dias, não pode ser preservada 
a qualquer custo, em detrimento dos direitos básicos da mulher, 
afirmou o ministro, ao sustentar a descriminalização da prática. 
Para ele, é inadmissível que o direito à vida de um feto que não 
tem chances de sobreviver prevaleça em detrimento das 
garantias à dignidade da pessoa humana, à liberdade no campo 
sexual, à autonomia, à privacidade, à saúde e à integridade 
física, psicológica e moral da mãe, todas previstas na 
Constituição. 
 
Em voto longo e baseado nas informações colhidas durante 
quatro dias de audiência pública realizada pelo STF para debater 
o tema, o ministro Marco Aurélio concluiu que a imposição estatal 
da manutenção de gravidez cujo resultado final será a morte do 
feto vai de encontro aos princípios basilares do sistema 
constitucional. Para ele, obrigar a mulher a manter esse tipo de 
gestação significa colocá-la em uma espécie de cárcere privado 
em seu próprio corpo, deixando-a desprovida do mínimo 
essencial de autodeterminação, o que se assemelha à tortura. 
 
Cabe à mulher, e não ao Estado, sopesar valores e sentimentos 
de ordem estritamente privada, para deliberar pela interrupção, 
ou não, da gravidez, afirmou, acrescentando estar em jogo a 
privacidade, a autonomia e a dignidade humana dessas 
mulheres, direitos fundamentais que devem ser respeitados. Na 
interpretação do ministro, ao Estado cabe o dever de informar e 
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prestar apoio médico e psicológico à paciente antes e depois da 
decisão, independente de qual seja ela, o que hoje é 
perfeitamente viável no Brasil. 
 
Em seu voto, o ministro Marco Aurélio sustentou que na ADPF 54 
não se discute a descriminalização do aborto, já que existe uma 
clara distinção entre este e a antecipação de parto no caso de 
anencefalia. Aborto é crime contra a vida. Tutela-se a vida 
potencial. No caso do anencéfalo, repito, não existe vida possível, 
frisou. A anencefalia, que pressupõe a ausência parcial ou total 
do cérebro, é doença congênita letal, para a qual não há cura e 
tampouco possibilidade de desenvolvimento da massa encefálica 
em momento posterior. O anencéfalo jamais se tornará uma 
pessoa. Em síntese, não se cuida de vida em potencial, mas de 
morte segura, afirmou o ministro. 
 
Nesse sentido, no entendimento do relator, não há que se falar 
em direito à vida ou garantias do indivíduo quando se trata de 
um ser natimorto, com possibilidade quase nula de sobreviver 
por mais de 24 horas, principalmente quando do outro lado estão 
em jogo os direitos da mulher. Dados apresentados na audiência 
pública demonstram que a manutenção da gravidez nesses casos 
impõe graves riscos para a saúde da mãe, assim como 
consequências psicológicas severas e irreparáveis para toda a 
família. 
 
De acordo com a Lei 9.882, que regula as arguições de 
descumprimento de preceito fundamental (ADPFs), a decisão 
tomada pelo STF tem eficácia contra todos e efeito vinculante 
relativamente aos demais órgãos do Poder Público." 
http://www.stf.jus.br/portal/cms/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=204680 
 
 
 
 
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Classificação de meios abortivos: 
a. Tóxicos: causam a intoxicação do organismo materno 
(gestante/matriz) e a consequente morte ovular, embrionária ou 
fetal por meio da circulação placentária. Podem ser de origem 
vegetal (utilização de plantas) ou mineral (fósforo, arsênico, 
antimônio, bário, chumbo e mercúrio). 
 
Essas substâncias podem agir no organismo materno das seguintes 
maneiras: a) intoxicação da gestante, determinando a morte desta, 
sem que se verifique o aborto, b) intoxicação da gestante seguindo-
se o aborto e a morte da mulher, c) intoxicação sem implicar a 
morte do ovo, com cura posterior da gestante, e d) intoxicação da 
gestante, com aborto, e cura posterior da gestante. 
 
b. Mecânicos: dividem-se em diretos (atuam na cavidade vaginal, no 
colo uterino ou na própria cavidade uterina) e indiretos 
(traumatismos abdominais). 
 
Dentre os meios diretos, temos: 
1. Atuando na cavidade vaginal: tamponamentos, duchas 
alternadas de água fria e quente, cópulas repetidas. 
2. Atuando no colo uterino: cauterização, esponjas, dilatadores 
mecânicos, emprego de laminárias colocadas no canal cervical (do 
colo do útero) para dilatá-lo. 
3. Atuando na cavidade uterina: atuação médica visando ao 
desprendimento da membrana e ao esvaziamento do útero por 
meio de curetagem, aspiração a vácuo ou histerotomia 
(microcesárea) ou, ainda, a punção das membranas de maneira 
leiga, por instrumentos como sondas de borracha, agulhas de 
crochê, penas de ganso, varetas de bambu, palitos de picolé, aspas 
de sombrinhas etc. 
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Dentre os meios indiretos: são extragenitais, representados pelos 
traumatismos abdominais (por massagens ou por compressão do 
ventre). 
Procedimentos raros: uso intencional de raios X, excitações 
mamárias e enemas com líquidos quentes (hoje abandonados). 
 
COMPLICAÇÕES DO ABORTO PROVOCADO 
As complicações do aborto provocado (criminoso) são muito variadas 
e de grande interesse médico-pericial, uma vez que podem ocasionar 
lesões corporais que variam de leves a graves, ou mesmo levar a 
gestante a óbito. 
 
O meio tóxico pode levar o organismo materno às chamadas intoxicações, 
que podem causar desde efeitos mais simples até o efeito letal. 
 
Os meios mecânicos podem causar os mais diversos resultados, sendo as 
complicações médicas mais graves as embolias gasosas (pela entrada de 
ar nas veias uterinas), as perfurações de útero, as lesões de alças 
intestinais com peritonite, a gangrena uterina e o tétano pós-aborto. 
Segundo Hygino de Carvalho Hércules, é possível, em casos de aborto 
seguido de morte da gestante, quando há ausência do útero (paciente 
histerectomizada), ou quando o exame não permite afirmar um estado 
pregresso de gravidez, que o diagnóstico possa ser dado pela pesquisa de 
embolia de células trofoblásticas em arteríolas e capilares do pulmão da 
vítima. 
PERÍCIA 
O diagnóstico pericial do aborto criminoso é delicado e complexo, 
devendo o perito se cercar de cuidados, sendo necessária a realização do 
exame da vítima (a fim de se comprovar a gravidez e as lesões), a 
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comprovação da prática abortiva (evidências de provocação do aborto), a 
exclusão do aborto espontâneo e do aborto traumático, a identificação do 
meio causador e o exame dos restos fetais. 
 
____________________________________________________ 
 
INFANTICÍDIO 
 
Eis o que preceitua o Código Penal: 
 
PARTE ESPECIAL 
TÍTULO I 
DOS CRIMES CONTRA A PESSOA 
CAPÍTULO I 
DOS CRIMES CONTRA A VIDA 
(...) 
Infanticídio 
Art. 123 - Matar, sob a influência do estado puerperal, o próprio filho, 
durante o parto ou logo após: 
Pena - detenção, de dois a seis anos. 
 
Na caracterização do crime de infanticídio, a condição biopsicossocial do 
estado puerperal foi considerada um fator atenuante, cuja justificativa 
encontraria guarida no trauma psicológico sofrido, na pressão social e nas 
condições do processo fisiológico do parto desassistido, em que ocorreria 
um estado mental confusional capaz de levar à conduta criminosa. No 
puerpério, podem surgir alterações psíquicas durante o parto ou algum 
tempo depois, sendo a mais comum a psicose pós-parto. 
 
A caracterização do infanticídio é um grande desafio da prática médico-
legal devido à complexidade e às inúmeras dificuldades em se tipificar o 
crime, sendo a decorrente perícia, por esse motivo, chamada de crucis 
peritorum (a "cruz dos peritos"). 
 
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O exame pericial buscará evidenciar os elementos constituintes do delito, 
tais como: os estados de natimorto, de feto nascente, de infante nascido 
ou de recém-nascido (diagnóstico do tempo de vida); a vida 
extrauterina (diagnóstico do nascimento com vida); a causa jurídica 
de morte do infante (diagnóstico do mecanismo de morte); o estado 
psíquico da mulher(diagnóstico do chamado estado puerperal); e a 
comprovação de parto pregresso (diagnóstico do puerpério ou do 
parto recente ou antigo da autora). 
 
Vamos conhecer alguns conceitos básicos sobre este assunto: 
 
NATIMORTO: feto morto durante o período perinatal (a partir da 22ª 
semana de gestação, quando o peso fetal é de aproximadamente 500g). 
A mortalidade perinatal pode ter causa natural (anoxia anteparto, 
prematuridade, anomalias congênitas, etc.) ou violenta (causas violentas 
do aborto criminoso). 
 
FETO NASCENTE: o infanticídio também se verifica "durante o parto". O 
feto nascente apresenta todas as características do infante nascido, 
exceto a respiração. No infanticídio de feto nascente, as lesões 
causadoras de morte situam-se em regiões onde o feto começa a se 
exteriorizar e apresentam as características das reações vitais. 
 
INFANTE NASCIDO: é aquele que acabou de nascer, respirou, mas não 
recebeu nenhum cuidado especial. Apresenta morfologia normal e outros 
sinais característicos de infante nascido, tais como estado sanguinolento 
(corpo coberto por sangue); induto sebáceo (ou vernix caseoso), que 
protege a epiderme do feto intra-útero e cobre grande parte de sua 
superfície corporal; tumor do parto (saliência serossanguinolenta de cor 
violácea no couro cabeludo); cordão umbilical (importância fundamental 
no diagnóstico diferencial entre infante nascido e recém-nascido); 
presença de mecônio (substância verde-escura e espessa, presente em 
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casos de sofrimento fetal durante o parto ou na cavidade uterina); 
respiração autônoma (o infante nascido tem que ter respirado: se não 
respirou, a morte ocorreu durante o parto ou intra-útero = trata-se, 
então, de feto nascente ou natimorto). 
 
RECÉM-NASCIDO: para a Medicina Legal, o estado de recém-nascido é 
caracterizado pelos vestígios comprobatórios da vida intrauterina (desde 
os primeiros cuidados até o 7º dia de nascimento). O recém-nascido pode 
apresentar as mesmas características do infante nascido, salvo o estado 
sanguinolento e o não tratamento do cordão umbilical. 
 
PROVAS DE VIDA EXTRAUTERINA: 
A vida extrauterina apresenta profundas modificações causadas pela 
respiração autônoma do infante nascido ou do recém-nascido, sendo-lhe 
possível atribuir um diagnóstico de vida independente por meio da perícia, 
realizada com a comprovação da respiração por meio das docimásias 
(ou "docimasias", sem acento) e das provas ocasionais. 
 
Discorreremos sucintamente sobre a principal das docimásias, pois que o 
assunto é extenso e muito aprofundado em questões de anatomia, 
próprias da atividade médica. 
 
As docimásias são provas que se apoiam no diagnóstico de uma possível 
respiração ou em seus efeitos. 
 
1) Docimásias pulmonares: 
A docimásia hidrostática pulmonar de Galeno é a mais prática, mais 
simples e mais usada na perícia médico-legal corrente. É também a mais 
antiga e uma das mais seguras. Fundamenta-se na densidade do pulmão 
que respirou e do que não respirou. Possui várias fases, que permitem ao 
examinador diagnosticar a ocorrência ou não de respiração e presumir as 
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gradações ocorridas. A prova possui valor apenas dentro de 24 horas 
após a morte do infante (depois, os gases oriundos da putrefação causam 
um resultado falso-positivo). 
 
Com a respiração e a consequente expansão alveolar, o pulmão do feto 
aumenta acentuadamente de volume. O pulmão que não respirou não 
flutuará, pois é mais pesado que a água, e aquele que respirou irá flutuar. 
 
A técnica possui quatro fases distintas e consiste em tomar-se um 
reservatório cilíndrico, largo e com bastante profundidade, colocando-se 
água em temperatura ambiente até pouco mais de 2/3 de sua 
capacidade. 
 
1ª fase: insere-se um bloco constituído de sistema respiratório (pulmões, 
traqueia e laringe), língua, timo e coração no líquido. 
� Se estes órgãos flutuarem (por inteiro ou à meia-água), a fase é 
positiva, dispensando-se as demais. 
� Caso contrário, é considerada negativa, e passa-se à fase seguinte. 
 
2ª fase: com o bloco no fundo do vaso, separam-se os pulmões das 
demais vísceras. 
� Se estas permanecerem no fundo e os pulmões flutuarem (por 
inteiro ou à meia-água), a segunda fase é considerada positiva, 
dispensando-se as demais. 
� Se os pulmões permanecem no fundo, esta fase é negativa, e 
passa-se à fase seguinte. 
 
3ª fase: com os pulmões no fundo do reservatório, cortam-se vários 
fragmentos de pulmão dentro do líquido e observam-se seus 
comportamentos. 
� Se alguns fragmentos flutuam, esta fase é considerada positiva. 
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� Se todos os fragmentos permanecem no fundo, a terceira fase é 
negativa, impondo-se a fase seguinte. 
 
4ª fase: compressão, entre os dedos e de encontro à parede do 
recipiente, de alguns desses fragmentos de pulmão que permaneceram 
no fundo. 
� Se há desprendimento de finas bolhas gasosas misturadas com 
sangue, é considerada positiva. 
� Caso contrário, a fase é negativa. 
 
 
Conclusão da prova de Galeno: 
Presume-se que o infante respirou normalmente se for positiva a 1ª fase; 
respirou precariamente se forem positivas a 2ª e 3ª fases; duvidosa ou 
presunção de raras incursões respiratórias se positiva a 4ª fase e 
inexistência de vida autônoma (não houve respiração) se as quatro fases 
forem negativas. 
 
Esta prova possui valor apenas se realizada em até 24 horas após a 
morte do infante (os gases da putrefação podem ocasionar resultado 
falso-positivo). Considerar ainda, no resultado, o fato de ter havido 
manobras de ressuscitação cardiopulmonar com respiração artificial. 
 
Para alguns autores, existiria uma 5ª fase, complementada pelas 
"docimásias hidrostáticas de Icard" (veremos a seguir), que seriam 
realizadas em caso de 4ª fase positiva ou para se evidenciar quantidades 
muito pequenas de ar no fragmento do pulmão fetal. 
 
Outras docimásias pulmonares: 
� Docimásias hidrostáticas de Icard: complemento da docimásia 
hidrostática de Galeno em caso de dúvidas ou quando apenas a última 
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fase é positiva (presume-se uma quantidade mínima de ar nos 
fragmentos de pulmão); 
� Docimásia diafragmática de Ploquet: observação do diafragma ao se 
abrir a cavidade toracoabdominal; 
� Docimásia óptica ou visual de Bouchut: inspeção do pulmão; 
� Docimásia táctil de Nerio Rojas: palpação do pulmão; 
� Docimásia óptica de Icard: visualização de bolhas de ar em esfregaços 
de fragmentos de pulmão; 
� Docimásia radiológicade bordas: maior opacidade na radiografia de 
pulmões que não respiraram; 
� Docimásia histológica de Balthazard (ou docimásia histológica de 
Bouchut-Tamassia): útil mesmo em pulmões putrefeitos, baseia-se no 
estudo microscópico do tecido pulmonar pela técnica histológica 
comum; 
� Docimásia epimicroscópica pneumoarquitetônica de Hilário Veiga de 
Carvalho: estudo da superfície externa do pulmão; 
� Docimásia química de Icard: análise de um fragmento de pulmão 
dentro de uma solução alcoólica de potassa cáustica. 
 
2) Docimásias extrapulmonares: são várias, com destaque para a 
docimásia hematoarteriovenosa, possível de ser realizada em casos de 
espostejamento, quando se tem somente um membro para a perícia. 
Consiste na dosagem da oxiemoglobina colhida do sangue de artérias e 
de veias pré-dissecadas, permitindo-se chegar à conclusão se o feto 
respirou ou não. 
 
As provas ocasionais podem ser de grande relevância para a 
confirmação de vida extrauterina. As mais frequentes giram em torno da 
presença de lesões variadas, de corpos estranhos nas vias respiratórias, 
de substâncias alimentares no tubo digestivo e de outros indícios de 
recém-nascimento. 
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CAUSA JURÍDICA DA MORTE 
 
Deve-se diferenciar a ocorrência de morte natural, pois esta afasta a 
hipótese de infanticídio. A perícia deverá esclarecer se a causa mortis foi 
acidental ou criminosa: 
� causas acidentais: podem ocorrer antes (traumatismo direto sobre a 
parede abdominal), durante (asfixia por descolamento prematuro de 
placenta, por enrolamento do cordão no pescoço, penetração de 
líquidos nas vias respiratórias) ou após o parto (hemorragia do 
cordão, traumatismos, quedas e outros acidentes). 
� causas criminosas: podem ser produzidas pelas mais diversas 
modalidades de energia. Deve-se considerar a ocorrência de morte 
do recém-nascido por abandono em locais inóspitos e o infanticídio 
seguido de carbonização do cadáver (numa tentativa de fazer 
desaparecer as provas do delito). 
 
Estado psíquico da parturiente: 
A perícia deve avaliar cuidadosamente o estado psíquico da mulher, uma 
vez que esta deve ser portadora de grave perturbação psicológica para 
que seja configurado o crime de infanticídio, motivada pelo "estado 
puerperal", capaz de levá-la a essa atitude extrema. 
 
Exame de parto pregresso: 
A perícia deve determinar a existência de um parto pregresso recente, 
considerando-se o estado geral, o aspecto dos órgãos genitais externos, a 
presença de corrimento genital, o exame dos órgãos genitais internos, a 
involução uterina, o aspecto das mamas, a presença de colostro ou leite, 
as paredes abdominais e a utilização de exames laboratoriais para 
comprovação dos lóquios, induto sebáceo, colostro, leite e mecônio. 
 
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Bem, pessoal, terminamos a parte teórica desta aula. 
 
A sexologia médico-legal abarca, ainda, outros temas, tais como gravidez, 
parto, puerpério, casamento, prostituição, controle da natalidade, enfim, 
assuntos que não constam explicitamente no nosso edital e, por isso, com 
baixíssima ou nenhuma probabilidade de serem cobrados nessa prova. O 
custo-benefício em estudá-los não é válido neste momento, quer seja 
pelo grande volume de informações, quer seja pela necessidade de 
aprofundamento e assimilação de novos conhecimentos, próprios da área 
médica. 
 
Mais uma vez, iremos nos ater ao título dado pela banca à nossa 
disciplina (noções de Medicina Legal), buscando envidar esforços para o 
estudo de conteúdos que guardem uma maior correlação com o cargo 
pretendido, cuja exigência de formação tem caráter multidisciplinar. 
 
Um grande abraço e até a próxima aula! 
 
Fatima Taufick. 
 
___________________________________________________________ 
 
QUESTÕES COMENTADAS: 
 
1. (FUNCAB - Médico Legista - PC/ES 2013) A fricção, por parte 
do homem, de seu pênis contra as nádegas ou corpo de uma mulher 
completamente vestida, a fim de atingir o orgasmo, caracteriza: 
a) estigmatofilia. 
b) algolagnia. 
c) riparofilia. 
d) frotteurismo. 
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e) clismafilia. 
 
LETRA D. 
O frotteurismo caracteriza-se pela tentativa de o indivíduo, em 
aglomerações, buscar, furtivamente, encostar ou se esfregar em pessoas 
(geralmente mulheres) ou tocar seus genitais ou seios, sem que elas 
percebam. 
 
2. (UEG - Delegado de Polícia - PC/GO 2013) Grande sucesso 
mundial de vendas, o livro Cinquenta tons de cinza aborda temas 
relacionados à sexualidade (masoquismo, sadismo, dominação). A 
sensação de prazer ao se assistir ato sexual praticado por terceiros é 
denominada 
a) fetichismo 
b) mixoscopia 
c) vampirismo 
d) felação 
 
LETRA B. 
Conforme estudamos, a mixoscopia ou escoptofilia consiste no prazer 
erótico em presenciar o coito de terceiros. É também chamado de 
voyeurismo. 
 
3. (CESPE - Delegado de Polícia - PC/AL 2012) Em relação à 
perícia médico-legal, julgue os itens que se seguem. 
Não existe a possibilidade de ocorrência de estupro em pessoa do sexo 
feminino com hímen íntegro, isto é, virgem. 
 
ERRADA. 
O crime de estupro não se limita à conjunção carnal, abrangendo atos 
libidinosos diversos, além da possibilidade de hímen complacente, que 
permite a conjunção carnal sem se romper. 
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Toda pessoa constrangida mediante violência ou grave ameaça a ter 
conjunção carnal ou a praticar ou deixar que lhe pratique outro ato 
libidinoso será vítima de estupro. O ato libidinoso pode ser conceituado 
como qualquer prática que busque satisfazer o apetite sexual, seja ela 
completa ou incompleta (conjunção carnal, coito anal, oral, masturbação, 
tocar partes genitais, contemplação lasciva, contatos voluptuosos de 
forma constrangedora). 
Os hímens complacentes são capazes de permitir a penetração de corpos 
mais calibrosos, como o pênis, sem se romper, seja por exiguidade da 
membrana (orla estreita) e amplo orifício (óstio), seja por sua 
elasticidade e distensibilidade. 
 
4. (CESPE - Escrivão de Polícia - PC/AL 2012) No que se refere à 
perícia médico-legal, julgue os itens subsequentes. 
A verificação da presença de hímen íntegro e complacente em jovem 
vítima de suposto abuso sexual é suficiente para que o perito médico-
legista conclua que não houve conjunção carnal. 
 
ERRADA. 
O hímen complacente permite a conjunção carnal sem se romper, e isso, 
por si só, não permite que os peritos afirmem ou neguem a ocorrência de 
conjunção carnal, sendo necessária a realização de outros examespara se 
chegar a um diagnóstico. 
 
5. (PC/MG - Delegado de Polícia - 2011) Retalhos de hímen roto 
pelo parto vaginal, os quais se retraem constituindo verdadeiros 
tubérculos em sua implantação, correspondem a 
a) entalhes himenais. 
b) hímens cribriformes. 
c) carúnculas mirtiformes. 
d) chanfraduras vulvo-himenais. 
 
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LETRA C. 
As carúnculas mirtiformes são retalhos cicatriciais de hímen roto pelo 
coito ou pelo parto, os quais se retraem, formando verdadeiros 
trabéculos. 
 
6. (FUNCAB - Médico Legista - PC/RO 2012) Ao descrever um 
achado no exame de corpo de delito, o perito informa: "presença de 
carúncula mirtiforme". Qual o significado deste achado? 
a) Cicatrização queloide de lesão cortante. 
b) Forma de cicatrização himenal após rupturas. 
c) Cicatrização vaginal após parto vaginal. 
d) Forma de cicatriz de queimaduras cutâneas de 3º grau. 
e) Tatuagem asfáltica de lesão escoriativa em atropelamentos. 
 
LETRA B. 
Mesma explicação da questão anterior. 
 
7. (UEG - Delegado de Polícia - PC/GO 2008) A interrupção 
voluntária da gravidez, em virtude de má formação do feto, caracteriza o 
aborto 
a) sentimental. 
b) terapêutico. 
c) eugênico. 
d) social. 
 
LETRA C. 
O aborto eugênico é a intervenção abortiva em fetos defeituosos ou com 
possibilidades de o serem. Não é, todavia, permitido pelo nosso 
ordenamento, salvo raras exceções. 
 
8. (PC/MG - Delegado de Polícia - 2008) Os distúrbios qualitativos 
do instinto sexual são denominados parafilias. A forma patológica relativa 
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à atração sexual por mulheres desasseadas e de baixa condição higiênica 
é denominada 
a) clismafilia. 
b) coprofilia. 
c) riparofilia. 
d) urolagnia. 
 
LETRA C. 
A riparofilia consiste na atração sexual por pessoas com pouca higiene, 
geralmente de baixa condição social. É mais frequente no sexo masculino, 
em que se costuma preferir mulheres no período menstrual. 
 
9. (PC/MG - Delegado de Polícia - 2008) O aborto realizado por 
médico para salvar a vida da gestante amparado pelo estado de 
necessidade é denominado 
a) eugênico. 
b) moral. 
c) piedoso. 
d) terapêutico. 
 
LETRA D. 
Conforme vimos, o aborto terapêutico é aquele realizado pelo médico 
para salvar a vida da gestante. 
 
10. (FUNCAB - Médico Legista - PC/RO 2012) Na investigação de 
infanticídio, a perícia pode contribuir com o estudo da docimásia, que tem 
como objetivo esclarecer: 
a) o período gestacional. 
b) se houve crime de aborto. 
c) se houve sofrimento fetal por infecção. 
d) se houve vida extrauterina. 
e) se houve aspiração meconial. 
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LETRA D. 
Uma das provas de vida extrauterina é realizada com a comprovação da 
respiração por meio das docimásias e das provas ocasionais. As 
docimásias são provas que se apoiam no diagnóstico de uma possível 
respiração ou em seus efeitos. 
 
11. (UNIVERSA - Perito Criminal - Odontologia - PC/DF 2012) 
Alzira, psiquiatra, dirige-se até o cômodo da dependência de sua casa 
onde se encontra a sua empregada doméstica Edna. Após breve conversa, 
Alzira inicia a hipnose de Edna tendo êxito em seu procedimento. Após 
alguns minutos, Edna atinge um grau de hipnose profundo, tendo o seu 
nível de percepção mental altamente comprometido. Nessa condição, 
Edna recebeu a ordem de perpetrar em sua patroa, Alzira, a prática de 
cunilíngua. Perante tais circunstâncias, o ato de cunilíngua consumou-se. 
Nessa situação hipotética, Alzira cometeu o crime de 
A) lesão corporal. 
B) assédio sexual. 
C) estupro de vulnerável. 
D) atentado violento ao pudor. 
E) satisfação de lascívia mediante incapacidade. 
 
LETRA C. 
O "nível de percepção mental altamente comprometido", mencionado na 
questão, insere-se no conceito daquelas pessoas que não têm o devido 
discernimento para a prática do ato sexual ou que não possam oferecer 
resistência, por qualquer outro motivo, ainda que seja a vítima maior de 
idade, sã e capaz. O ato de cunilíngua é o sexo oral feminino. 
 
Estupro de vulnerável 
Art. 217-A. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso 
com menor de 14 (catorze) anos: 
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Pena - reclusão, de 8 (oito) a 15 (quinze) anos. 
§ 1o Incorre na mesma pena quem pratica as ações descritas 
no caput com alguém que, por enfermidade ou deficiência mental, 
não tem o necessário discernimento para a prática do ato, ou que, 
por qualquer outra causa, não pode oferecer resistência. 
 
12. (FUNCAB - Médico Legista - PC/ES 2013) São sinais 
doutrinários em Medicina Legal de que houve conjunção carnal com uma 
mulher, que evidenciava hímen não complacente roto, EXCETO: 
A) presença de entalhes no hímen. 
B) gravidez. 
C) presença de esperma na vagina ou canal vaginal. 
D) presença de fosfatase ácida acima de 300 U.K./ml no canal vaginal. 
E) presença de glicoproteína P30 no canal vaginal. 
 
LETRA A. 
Na mulher com vida sexual pregressa, o diagnóstico da conjunção carnal 
baseia-se na avaliação de uma eventual gravidez, da presença de 
esperma na cavidade vaginal, de fosfatase ácida ou de glicoproteína P30 
(provenientes da próstata), além da possibilidade de contaminação 
venérea profunda. 
A borda livre do hímen pode mostrar reentrâncias que são conhecidas por 
entalhes e chanfraduras. Os entalhes são simétricos e chegam próximo à 
borda de inserção. As chanfraduras são superficiais e correm em 
extensão, geralmente de 2 a 3 mm. É importante não confundir entalhes 
e chanfraduras com as roturas himenais, já que a presença de entalhes é 
um achado normal. 
Todas as outras opções são sinais de conjunção carnal. 
 
13. (FUMARC - Médico Legista - PC/MG 2013) Quanto à sexologia 
criminal, é correto afirmar, EXCETO: 
05608175760
05608175760 - Maria Rita Catonio Barbosa
Noções de Medicina Legal para Investigador de Polícia 
Polícia Civil/MG 
Teoria e Exercícios comentados 
Profª. Fatima Albuquerque Taufick – Aula 04 
 
Profª Fatima Albuquerque Taufick www.estrategiaconcursos.com.br Página 44 de 53 
A) O agente passivo do estupro pode ser tanto o homem quanto a 
mulher. 
B) No atentado violento ao pudor, tanto o homem quanto a mulher 
podem ser o agente passivo. 
C) O hímen é uma estrutura mucosa que separa a vulva da vagina e tem 
duas faces: uma, vaginal e profunda, e outra, vestibular ou superficial. 
D) Em presença de hímen complacente, a constatação da presença de 
fosfatase ácida ou de glicoproteína P30 em resíduo vaginal pode contribuir 
no diagnóstico

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