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Resumo - Administração de Micro e Pequenas Empresas

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Administração de Micro e Pequenas Empresas
TEMA 1 - As Relações com as Grandes Empresas e com o Estado, e os Fundamentos do Microempreendimento.
As pequenas empresas brasileiras estão sobrevivendo mais. Em 2012, 26,9% das pequenas empresas brasileiras não conseguiram se firmar nos dois primeiros anos de vida. Pesquisa divulgada em 2011 indicou que a taxa de mortalidade era de 28,1% (SEBRAE, 2011).
Mesmo com um desempenho mais positivo as pequenas empresas estão passando por problemas, pois o pouco incentivo para a formalização, os impostos e as taxas ainda assustam os empresários das pequenas empresas. As grandes empresas nacionais e internacionais instaladas no território nacional conseguem benefícios que as pequenas empresas em sua totalidade nunca conseguem alcançar (FERRONATO, 2011). Visando alcançar à sobrevivência no mercado competitivo, as empresas de pequeno porte realizam parcerias com as grandes empresas da região, criando alianças estratégicas, mas muitas acabam fechando as portas, não aguentando a pressão do mercado nem a tributação. 
As grandes empresas possuem um grande poder de barganha, e as pequenas empresas não estão preparadas para este cenário, ficando à deriva com esta aliança. Poderosos fornecedores utilizam elevados prazos para a entrega dos produtos e prazos curtos para o pagamento, dificultando a vida da pequena empresa. Já os clientes das grandes empresas pressionam as pequenas empresas para prazos melhores ou mais longos. Dispostas a não perder os clientes, as pequenas empresas aceitam o prazo imposto por esses clientes, levando a dívidas muitas vezes impagáveis. O dinheiro demora a entrar no caixa da empresa, mas as contas estão todos os meses batendo na porta das pequenas empresas (FERRONATO, 2011).
Não é novidade para ninguém que o mercado capitalista nacional é influenciado pelas grandes marcas – grandes empresas –, determinando os preços para os fornecedores e influenciando qual preço deve chegar aos clientes, deixando a pequena empresa com pouco mercado a ser explorado. Os clientes possuem um papel fundamental neste processo, buscando produtos com maior qualidade e menor preço. Micro e pequenas empresas ficam de mãos atadas com este cenário (SEBRAE, 2012).
Outro problema encontrado pela pequena empresa é a disponibilidade de créditos. Os agentes financiadores dificultam o acesso para estes empresários, incluindo diversas exigências e documentos que as empresas pequenas ficam impossibilitadas de conseguir. Burocracia, papelório, avalistas, entre outras solicitações, dificultam a aquisição de créditos a juros baixos, dificultando também o capital de giro na empresa. Taxas exorbitantes
aos empresários são impostas, sem a opção de outras formas de créditos no mercado, algumas sem carência para iniciar o pagamento – diferentemente do que ocorre com as grandes empresas, que conseguem empréstimos com carência de até 24 meses. Enquanto o governo oferece juros de 8,5% ao ano para a contratação de empréstimos às grandes empresas, aos empresários de pequeno porte são oferecidas taxas de 2% ao mês, muito
diferente da oferecida às grandes empresas. Uma injustiça que impossibilita o crescimento e o desenvolvimento das pequenas empresas em relação a diversos fatores, como profissionalização da mão de obra, melhor qualidade de produtos, diversificação de matéria prima, atração de novos investidores, entre outros, auxiliando no extermínio inconsequente de muitas empresas de pequeno porte, que encerram suas atividades sem condições de
movimentarem a ideia empreendedora do negócio inicial (FERRONATO, 2011).
Conforme dados do SEBRAE (2012), em 2006, 56% dos empregos gerados no Brasil provinham dos empreendimentos de micro e pequeno porte, movimentando 20% do PIB brasileiro e 1% das exportações.
Existe uma necessidade de os governantes visarem mais este mercado. Pode-se dizer que uma sequência de regulamentações governamentais certamente interfere no processo empreendedor, dificultando os negócios minúsculos. Inquestionavelmente, as empresas de micro e pequeno porte contribuem fortemente para a economia brasileira, sendo que, dos 24,9 milhões de trabalhadores com carteira assinada, 13,1 milhão estão em MPEs. Destes, 64,9% estão no interior (SEBRAE, 2012).
Há benefícios fiscais e algumas isenções de taxas para impulsionar as micro e pequenas empresas – o imposto simples, por exemplo, é um atrativo para as empresas de pequeno porte –, mas muito precisa ser ajustado para resolver a vida empresarial. Uma das consequências diretas do grande número de encerramento das empresas está atrelada ao problema de capital de giro. Os empresários possuem dificuldade em gestão de finanças,
misturando pessoa jurídica com pessoa física, falta preparação adequada aos empresários, o que causa grande transtorno financeiro nas pequenas empresas, envolvendo o capital de giro. Há de se considerar a necessidade de novos caminhos para estimular o capital de giro nas empresas, com novas parcerias de agentes financeiros provendo taxas menores e carências significativas para o microempresário iniciar sua vida econômica com margem organizacional (FERRONATO, 2011).
Fundamentos do Microempreendimento
Dinheiro
Ao iniciar um negócio, deve-se pensar em quanto investir, na quantia certa de dinheiro inicial a injetar na empresa. A quantia mínima necessária para o negócio deve ser avaliada antes de qualquer passo a ser tomado. É esse alinhamento que vai determinar o tamanho da empresa, sua capacidade financeira, devendo ser flexível e enxuta. A maioria dos novos empreendimentos, mesmo aqueles com alto potencial, não exige muito capital inicial. Primeiro
o proprietário do negócio inicia com seus recursos existentes (tangíveis ou intangíveis) e, na sequência, procura parceiros ou financiadores para contribuir com a abertura da empresa.
A Contabilidade Microempresarial
As micro e pequenas empresas não são diferentes das demais, necessitam de controle contábil para sua gestão ter sucesso. A falta de aptidão em gestão contábil e financeira é um fator básico de insucesso entre pequenas empresas.
O balanço patrimonial é a fotografia financeira da empresa, é uma demonstração estática e sintética que tem por finalidade apresentar os bens, direitos, obrigações e o capital pertencente aos proprietários da empresa. É possível a integralização de capital social, parte em moeda e parte com a entrega de outros móveis, desde que possa ser avaliada em termos econômicos. O balanço patrimonial possui dois lados (Figura 1.1) de igual valor e três partes distintas: o lado esquerdo está representado pelo Ativo e o lado direito, pelo Passivo e pelo Patrimônio Líquido. Haverá sempre uma origem, uma aplicação de recursos de igual valor, e o valor do débito será sempre igual ao valor do crédito. Ativo = Passivo + Patrimônio Líquido.
O Ativo demonstra quanto a microempresa possui de recursos, sendo o conjunto de todos os bens e diretos da empresa. Um Ativo é qualquer coisa que tenha valor econômico. O Passivo tem um significado negativo e expressa as dívidas ou capitais de terceiros da pequena empresa. São financiamentos obtidos pela microempresa. O lado direito do balanço patrimonial diz respeito ao Patrimônio Líquido, que representa o capital próprio e evidência os recursos dos proprietários aplicados no microempreendimento. Sendo A-P=PL. O capital social é simplesmente o dinheiro dos proprietários investido no negócio. 
Um dos problemas encontrados nas micro e pequenas empresas é a utilização demasiada de recursos para diversos fins, pessoais e organizacionais. O empresário confunde o dinheiro da empresa com seu dinheiro, quando deve existir distinção de contas para facilitar a contabilidade da empresa. Dinheiro da empresa não é do dono, e isso deve ficar bem claro. O proprietário possui o pró-labore, que deve ser um valor considerável, mas que não
pode ultrapassar nem exagerar os limites. Esta confusão de contas é uma das causas do desaparecimento de muitas micro e pequenas empresas.
Tecnologia nas Pequenas EmpresasA tecnologia – como um conjunto de conhecimentos mínimos para operar o negócio e gerir uma atividade privada – corresponde ao conhecimento acumulado dos proprietários/ou colaboradores e deve ser disseminada ao longo da vida empresarial. As empresas devem conter o saber técnico e gerencial antes de abrirem as portas. A microempresa moderna precisa estar atenta às novas tecnologias e aos novos conceitos de modelo de gestão. Isso facilita novas oportunidades que possibilitam que as pessoas façam coisas de forma mais produtiva. Quanto mais conhecimento o microempresário tiver, maior a probabilidade de identificar melhorias no produto e nos processos produtivo e gerencial.
Relações
O investimento das pequenas empresas não está diretamente atrelado apenas a recursos, e sim a conhecimentos externos, a buscar completar as relações com fornecedores, investidores, concorrentes e clientes, o que fortalece o negócio e torna conhecido o nome da pequena empresa. Em mercados concorridos e disputados, é fundamental conhecer as pessoas certas para ajudar, além de ter e manter relacionamento saudável com a comunidade local, contribuindo para uma boa relação com os financiadores. 
A cadeia de relações espontâneas precisa ser construída, muito bem elaborada e, com grande esforço e intensidade, manter-se continuamente retroalimentada, na medida certa e bem-direcionada. Conquistar o apoio de todos os parceiros poderá ser uma boa estratégia
para qualquer empresa, independentemente de seu tamanho, para as micro e pequenas empresas.
Os Riscos do Pequeno Negócio
Escolher corretamente a localização do negócio, quanto se deve investir, quais pessoas contratar, o nível de conhecimento suficiente e a busca de novas informações contribui para o sucesso da pequena empresa, mas é preciso avaliar o risco que impacta todo negócio, sendo muito volátil no mercado competitivo atualmente. É preciso saber qual nível de risco o microempresário está disposto a correr para entrar neste mercado. Os riscos são variados: financeiros, da carreira, das famílias, psicológicos, entre outros. Todas as dimensões são importantes, porém o risco financeiro deve ser discutido com maior preocupação quando esse risco é sanado e os demais podem ser excluídos ou amenizados. Não existe formulação matemática infalível para medir o grau de risco, mas se o microempreendedor estiver disposto a buscar ajuda é mais fácil evitar o fracasso.
O planejamento é importantíssimo nesta fase da empresa, e seguir algumas regras torna o risco menor. As pequenas empresas precisam estabelecer dois critérios básicos: uma parte dos lucros anuais deve ser mantida na microempresa para enfrentar perdas imprevistas; a contratação de seguro para o compartilhamento dos riscos constitui-se em uma forma eficaz de redução da parcela dos ricos.
TEMA 2 – Estrutura Patrimonial e Dinâmica Funcional
Estrutura patrimonial
Existe uma preocupação sobre onde investir o dinheiro, recurso proveniente de muito trabalho e de uma longa vida profissional. Os investidores são calculistas e quase metódicos; com o passar dos anos, as pessoas começam a recuar em altos investimentos e buscam informações mais seguras, agregando negócios com um nível de segurança maior, mesmo que tenham lucros menores. O risco de perder o dinheiro é grande em vários negócios; assim, o empreendedor deve pensar muito e planejar corretamente para alcançar um fator de confiança no futuro empreendimento.
O valor percebido pelo dinheiro é outro fator importante, pois o mesmo dinheiro de ontem não tem a mesma validade hoje. É preciso ter cautela em relação a como empregar o dinheiro para não haver desvalorização. O risco de investir dinheiro em negócios não gerenciados por você traz maior impacto negativo para os terceiros. Os riscos precisam ser calculados e minimizados com seguro de patrimônio, se necessário. O homem não gosta de correr riscos e só se submete se for recompensado (FERRONATO, 2011).
O homem financeiro (investidor) é aquele que realiza um estudo minucioso antes de qualquer decisão e, após diversas análises, investe em empreendimentos, em alguns casos, gerenciados por terceiros. Já o perfil do empreendedor diferencia-se pela característica de estar à frente do negócio; em alguns casos, ele busca parcerias dos investidores para apostar/vender sua ideia. O empreendedor visualiza uma oportunidade futura ou um evento que possa gerar lucros. Por meio de um plano de negócios, ele busca investimento de terceiros, visando à rentabilidade para seu negócio. Conforme Borba (2006), empreendedores são pessoas otimistas que acreditam e veem prosperidade em um plano futuro onde muitos não a enxergam. Muitas vezes, eles estão embasados por pesquisas e estudos para mostrar a visão percebida; assim, com este conceito teórico e com a prática, vendem as ideias para investidores. 
Capitais Corporativos
Qual é o capital (dinheiro) necessário para um negócio? Certamente você responderá: “muito”. Mas isso é relativo, pois depende do tamanho e da proporção do negócio a ser aplicado (FERRONATO, 2011).
Para conseguir visualizar corretamente o valor necessário para o investimento, necessitasse fazer uma análise contábil, entender o Passivo, Ativo, Patrimônio Líquido, entre outros. A partir dessas análises é que se consegue chegar ao valor necessário e desejável (FERRONATO, 2011).
Passivo
Conjunto de capital alheio à disposição da empresa e destinado a financiar parte de seu Ativo fixo e parte de suas operações correntes. O Passivo discrimina fontes de recursos. Passivo circulante expressa às dívidas correntes e é representado pelas obrigações que têm tempo de liquidação no exercício social seguinte, débitos a curto prazo, ou seja, até 12 (doze) meses. Corresponde ao capital não estratégico das pequenas empresas, são
dívidas correntes (FERRONATO, 2011).
Passivo Não Circulante
Refere-se às contas que serão liquidadas em um período mais longo (exemplo: financiamentos e obrigações que vencem mais tarde, prazos médios e longos). É considerado capital estratégico o financiamento do fluxo de caixa para movimentar o caixa da empresa e, assim, gerar lucros referentes ao que será pago em um prazo maior de 12 meses. Resultado do exercício futuro (FERRONATO, 2011).
Patrimônio Líquido
Corresponde ao capital próprio aportado às empresas, podendo existir por duas vias como fontes básicas de recursos: primeira, bens que os proprietários colocam pessoalmente nas micro e pequenas empresas; segunda, auto geração de recursos e novos reinvestimentos, por fundos gerados internamente à instituição quando apurados os lucros anuais e não distribuídos (FERRONATO, 2011).
A quantia do Patrimônio Líquido em uma empresa é determinada pela quantidade de investimentos iniciais dos proprietários, bem como quaisquer investimentos posteriores nos negócios, e pela renda retirada desde seu início até o presente, menos quaisquer retiradas feitas pelos proprietários.
O Patrimônio Líquido representa os capitais de propriedade da empresa e não dos donos do negócio, havendo, portanto, distinção perfeita entre os dois conceitos.
Investimentos Corporativos – o Ativo
O Ativo representa monetariamente os recursos existentes na empresa e as projeções futuras (dinheiro). Todos os bens e direitos da organização, sendo a parte positiva do patrimônio. O Ativo contém dois grupos de contas: Circulante e o Não Circulante.
O Ativo Circulante, grupo de conta onde estão agrupados os valores que expressam dinheiro livre de movimentação e os bens e direitos que poderão ser convertidos em dinheiro ou realizados no prazo de um ano.
O Ativo Não Circulante é composto por Ativo Realizável a Longo Prazo, como Investimentos, Imobilizado e Intangível (FERRONATO, 2011).
Balanço Patrimonial
Representa a fotografia financeira da empresa, em que se pode evidenciar o melhor detalhamento das obrigações e dos direitos da organização. O empresário de pequena empresa deve utilizar o balanço patrimonial como forma estratégica para buscar novos investimentos ou até para aumentarseu fluxo de vendas, melhorando seus conhecimentos e suas finanças; assim, o empresário consegue prever futuras intervenções econômicas ou
sociais (FERRONATO, 2011).
Dinâmica Funcional
O planejamento e o gerenciamento são fundamentais para qualquer empresa, independentemente de seu tamanho, estrutura e área de atuação no mercado. As atividades de operações e os processos, quando bem-gerenciados, impactam positivamente a empresa. 
Assim, podem-se descrever operações como: a soma dos trabalhos envolvidos (Tangível e Intangível), esforços e insumos necessários para desempenhar as atividades da empresa. Quanto mais eficiente e produtiva a operação, menor será o custo para produzir uma unidade do produto ou serviço. A gestão das operações auxilia na qualidade dos produtos/ serviços, impactando em melhorias para o negócio e gerando maiores receitas para empresa (FERRONATO, 2011).
Os processos reproduzem como as atividades produtivas e administrativas são desempenhadas internamente na empresa. A longevidade e a lucratividade são resultados de como a empresa é gerenciada em seus processos, sendo muito importante o auxílio adequado das ferramentas para atender e atuar adequadamente no mercado competitivo e se posicionar fortemente junto aos clientes.
O Produto, as Vendas e o Marketing
Diariamente, são lançados novos produtos no mercado, conforme pesquisa realizada pelo SEBRAE (2011). A cada 30 (trinta) minutos, lança-se um produto novo no mundo, e a cada 15 (quinze) dias uma nova bolacha é lançada no mercado de alimentos. Impulsionadas pela concorrência diária, as empresas tornam-se cada vez mais competitivas e audaciosas em suas atuações, buscando ferramentas para reter e conquistar o cliente.
A gestão organizacional deve ser vista de dentro para fora e de fora para dentro diariamente. Deve entender o cliente, conhecer seus desejos e necessidades, e isso é uma função árdua do gestor e deve ser fator primordial para a tomada de decisão organizacional. Para o empresário/gestor da micro e pequena empresa não é diferente, seu trabalho é ainda maior. Às vezes, com poucos produtos ou um número limitado de clientes, ele precisa estar
constantemente atento às necessidades e ao comportamento do cliente.
As novas (de diversos tamanhos) e as pequenas empresas possuem uma facilidade maior para introduzir no mercado novos produtos e serviços. Possuem a facilidade de pesquisar de perto as necessidades do consumidor, para encontrar novas melhorias com facilidade. Porém, as empresas já estabelecidas no mercado possuem know-how – conhecimento – necessário para estruturar o produto e comercializá-lo. É importante ter o conhecimento já
enraizado para se destacar no mercado (FERRONATO, 2011).
Antes de inserir novos produtos no mercado, a pequena empresa deve conhecer seus concorrentes, realizando pesquisas para mapear as regiões com potenciais clientes, de modo que consiga atingir e assim entender quanto os clientes estão dispostos a pagar.
O número de vendas é outro fato importantíssimo para os pequenos negócios. É preciso que conheçam o ponto de equilíbrio (número de vendas/pelo número de despesas totais) para que se mantenham no mercado. A dinâmica empresarial aponta para o volume de vendas, entendido como o vetor que sustenta todo o pequeno negócio.
O gerenciamento das vendas deve ser estudado com base em dados anteriores da empresa – a empresa deve embasar-se no mesmo mês anos anteriores e, assim, visualizar o crescimento – buscar informações e números que mostrem como as vendas cresceram e se desenvolveram em relação aos anos anteriores, assim como, nos meses em que ficou com números baixos, deve buscar ferramentas para desenvolver e aumentar suas receitas.
A criação de um mix de produtos é muito estratégica para toda a empresa, principalmente para as pequenas, levando seu produto a um número maior de clientes, assim, a empresa fica de acordo com as necessidades do mercado. Conforme Kotler (2005), o produto deve ser bom, mas precisa ser iniciado com um estudo a campo que vai demonstrar se o produto será realmente forte em seu ciclo de vida, facilitando a comercialização, tomando as melhores decisões, de modo que o marketing pode conhecer seu potencial cliente.
Assim, pode-se concluir que o marketing é extremamente importante para as empresas, principalmente para o pequeno negócio, pois é preciso saber como comprar, quando comprar, o que comprar e para quem vender. A essência do marketing é levar a venda até as gôndolas de supermercado e fazer com que o produto se venda sozinho, mas existe todo um trabalho bravamente forte por traz, com a comunicação empresarial e junto aos
clientes. Os empresários das pequenas empresas devem também fazer um marketing social, mostrando a preocupação com o cliente (KOTLER, 2005).
TEMA 3 - Pilares de Sustentação Empresarial: Gestão Financeira e Gestão de Custos
Estratégia
Na Administração de Empresas se utiliza muito a palavra estratégias, mas será que todas as empresas conseguem colocar em prática tais estratégias? Para responder esta pergunta, deve-se primeiramente entender o que é estratégia. Existem diversos conceitos, mas o básico é que se trata do conjunto de regras que orientam as decisões e o comportamento de uma organização (FERRONATO, 2011).
Entende-se que a estratégia existe na cabeça do líder como perspectiva do negócio em âmbito global ou como visão de futuro. Outro significado de estratégia está relacionado a um plano, ou algo equivalente, uma direção, um guia de ação de como caminhar no futuro. De certo modo, no caso de conjunto de regras – para que servem regras, se não for para planejar algo e criar processos de aplicação futura? (FERRONATO, 2011).
Para uma empresa ter sucesso e estabilidade no mercado não adianta somente dinheiro; ela precisa ter gestão estratégica, assim como é imprescindível levar em consideração a equilibrada formação estrutural, a eficiência e eficácia operacional, a racionalidade dos gastos, a dimensão e a grandeza das vendas, a existência de perspectivas mercadológicas e a solidez dos resultados.
O planejamento tático e estratégico de qualquer empresa se divide em duas partes: no curso normal de suas atividades, taticamente, será necessário manter o caixa positivo; e a longo prazo, estrategicamente, será preciso buscar frentes de negócios, capturar fontes de financiamento para alimentar a microempresa e procurar manter vantagem competitiva sustentável pela diferenciação e/ou pelo baixo custo de produção (CHIAVENATO, 2011).
Na ação tática, a pessoa enxerga grande parte do problema a olho nu e é levada pela pressão do momento. Na ótica do longo prazo, são as decisões estratégicas que estabelecem os objetivos amplos. Os gerentes tomam decisões estratégicas e tático-operacionais. Uma decisão estratégica, como tem implicações de logo prazo, não é revertida com facilidade e pode afetar diversas áreas funcionais da empresa. Assim, as organizações, antes de
definirem uma estratégia e de coloca-lá em ação, precisam levar em consideração asdefinições das diretrizes estratégicas compreendidas pela visão, missão e valores da organização (CHIAVENATO, 2011).
A estratégia deve ser de responsabilidade do proprietário/diretor da empresa, mas não deve ficar restrita a estes cargos. Todos os colaboradores da empresa devem fazer parte de um plano estratégico.
Existem na literatura diversos conceitos e ferramentas para iniciar um plano estratégico. Aborda-se aqui a ferramenta consagrada por Michel Porter, em 1980, chamada análise SWOT - FOFA em português. Ela interpreta os ambientes empresariais internos e externos. No primeiro ambiente, relaciona-se à avaliação das forças (strenghts) e fraquezas (weaknesses); no segundo, às oportunidades (opportunities) e ameaças (treats) (CHIAVENATO, 2011).
O Planejamento Estratégico representa a maneira como a estratégia empresarial deverá ser colocada em ação, isto é, operacionalizada. Enquanto a estratégia empresarial se preocupa com “o que fazer” para atingir os objetivos empresariais propostos,o planejamento estratégico volta-se para o “como fazer”, tendo em vista o diagnóstico sobre “o que há no ambiente” e “o que temos na empresa” (CHIAVENATO, 2011, p. 156).
Contabilidade
A contabilidade é um importante instrumento de informação para a gestão de empresas menores, agregando esta ferramenta como um suporte básico para a tomada de decisão. O empresário da pequena empresa deve gerenciar suas atribuições contábeis frente à lei; assim, não deve nunca sonegar informações de nenhum tipo. A essência principal é o envio de todo o documento organizacional para o escritório de contabilidade, o registro dos fatos
contábeis de modo completo e em tempo oportuno. Uma omissão pode tornar a informação falsa ou distorcida e, portanto, não confiável e deficiente (FERRONATO, 2011).
A contabilidade constitui um instrumento para a gestão e o controle das entidades, além de representar o sustentáculo da democracia econômica, já que, por seu intermédio, a sociedade é informada sobre os resultados da aplicação dos recursos conferidos às
entidades (FERRONATO, 2011).
Vale lembrar que o bom gerenciamento é um requisito necessário para o sucesso de qualquer microempresa. O negócio depende muito da qualidade, do talento, da aptidão, do temperamento e da liderança do estrategista maior – o dono da pequena firma.
Gestão Financeira
As finanças corporativas devem ser utilizadas pelos empresários das pequenas empresas como um poderoso instrumento administrativo. A gestão financeira nos remete a afirmar que o domínio de suas melhores práticas é crucial para a potencialização de qualquer projeto microempresarial. A gestão deve ser aplicada em cada parte de uma empresa. É difícil enxergar a diferença em empresas pequenas, mas ela deve existir (FARIA, 2012).
Os planos a longo prazo podem “ir por água abaixo” se a gerência não cuidar das questões financeiras do dia a dia. O capital de giro deve ser estudado pelos empresários e pela gestão financeira da empresa, para conseguir criar vantagens competitivas na pequena empresa.
O termo capital de giro (ou capital circulante) significa o valor líquido investido nas atividades operacionais correntes dos pequenos negócios. Trata-se da diferença entre Ativo Circulante menos Passivo Circulante. O capital de giro positivo representa a parcela líquida de recursos disponíveis para fazer face aos compromissos assumidos a curto prazo. Tem relevância para o controle interno das pequenas empresas, pois, quanto mais adequado e líquido for o capital circulante da firma pequena, maior será sua força financeira (FERRONATO, 2011).
Quando o Ativo e o Passivo Circulante resultam em valor negativo significa que a empresa opera em Passivo Circulante a descoberto, implicando que existem menos ativos e mais passivos de curto prazo.
Embora tenha capital circulante positivo, a empresa poderá encontrar dificuldades de quitação de suas obrigações. Isso pode ocorrer porque as dívidas estão vencendo com maior rapidez do que os valores que se tem a receber.
Outro ponto importante para a gestão financeira é o custo do capital. O rendimento necessário para a remuneração dos recursos utilizados no financiamento dos pequenos negócios e o modo de manter inalterado o valor atual do Patrimônio Líquido.
Existe uma taxa mínima de atratividade para o investimento; um prêmio de liquidez; e um prêmio de risco ou spread. O prêmio de liquidez independe do risco, sendo a remuneração básica pelo tempo de renúncia do consumo durante determinado período; o prêmio de risco reflete a remuneração adicional pela sujeição ao risco associado ao pequeno negócio. O custo de capital decorre dos efeitos da restrição da liquidez, porque o financiamento próprio
microempresarial tem prazos longos e indeterminados de tempo de retorno; e prêmio do perigo da inadimplência e insolvência, porque qualquer pequeno negócio é sempre bastante arriscado (FARIA, 2012).
A teoria financeira fornece ajuda para entender como a combinação de financiamentos e investimentos afeta o valor da empresa. Decisões erradas envolvendo orçamentos de capital corrente e de longo prazo podem ser fatais para uma empresa pequena.
Assim, Ferronato (2011) acrescenta: o empresário da pequena empresa que pretende permanecer no mercado precisa conhecer o valor de sua empresa para melhorar ainda mais a gestão empresarial. As abordagens principais para se ter uma avaliação de atratividade são: avaliação com base nos ativos; avaliação com base no mercado; avaliação com base nos lucros; avaliação com base no capital próprio; e avaliação com base no fluxo de caixa.
Vale destacar cada uma das abordagens citadas:
• Avaliação com base nos ativos – supõe que o valor da empresa pode ser determinado pelo exame do ativo dos negócios. Mas cabe lembrar que o real valor do ativo não é apenas aquele que está estampado no Balanço Patrimonial. O ativo contábil é importante, entretanto, uma séria de valores invisíveis altera muito o tamanho exato da organização. Ativos invisíveis, tais como know-how tecnológico, ponto comercial, marcas de indústrias e lealdade dos clientes são difíceis e caros para acumular e valem muito.
• Avaliação com base no mercado – depende da estimativa do valor da pequena empresa feita pelo mercado, o que não é fácil, porque não é simples encontrar uma pequena empresa que seja uma boa comparação.
• Avaliação com base nos lucros – valor da empresa com base em sua habilidade para produzir renda ou lucro.
• Avaliação com base no capital próprio – reporta à avaliação de um negócio pequeno com fundamento no valor de seu Patrimônio Líquido.
• Avaliação com base no fluxo de caixa – a perspectiva do capital próprio: receita menos amortização menos juros = fluxo de caixa.
Gestão de Custos
A contabilidade de custos é considerada um instrumento de peso para a tomada decisão de qualquer empresa, sendo ela micro ou grande. As informações de custos tornam-se significativas para a gerência da organização.
São algumas informações relevantes para a tomada de decisão na empresa: verificar o custo da produção para solucionar problemas administrativos atuais; para tomar decisões e estabelecer orçamentos e planos futuros; para levantar o custo dos desperdícios e dos produtos danificados. Enfim, entre as várias áreas de atuação, a empresa pode e deve utilizar a contabilidade de custos para avaliar a necessidade ou não de mudanças. Deve-se mensurar tendo em vista a determinação dos resultados e também a tomada de decisão
gerencial (FERRONATO, 2011).
Na gestão de custos, deve-se levar em consideração também os conceitos básicos de: gasto, desembolso, investimento, custo, despesa e perda.
Assim, entende-se gasto como: o esforço econômico com que a empresa arca na realização de uma atividade ou transação qualquer, representada pela entrega ou promessa de entrega de ativos.
O investimento é o gasto com aquisição de bens que serão consumidos mais adiante, pela baixa ou amortização no momento de sua venda, de seu consumo, de seu desaparecimento ou de sua valorização. Investimento também é a aquisição à vista ou a prazo de máquinas, móveis, equipamentos e veículos para o ativo fixo da empresa (FERRONATO, 2011).
O desembolso refere-se ao esforço associado ao pagamento financeiro. Resumidamente, corresponde à saída de dinheiro. Custo também é um gasto, porém, relativo ao consumo de recursos destinados à produção de bens ou serviços. A despesa é o esforço econômico-financeiro que ocorre fora da área da produção e que, direta ou indiretamente, é utilizado para a obtenção de uma receita, para a manutenção da empresa ou para a remuneração do capital de terceiros (FERRONATO, 2011). A perda expressa o gasto ocorrido de forma involuntária, anormal ou inesperada. Não gera receitas nem expectativas de benefícios ou ganhos no presente ou no futuro.
A classificação de custo é entendida como a despesa no sacrifício econômico que diz respeito ao pessoal responsável pelas vendas, pela administração dos escritórios e da contabilidade em geral, às retiradas dos sócios, à manutençãodos escritórios onde se instalam a administração e os gastos com vendas, tributários e financeiros.
No custo do produto, encontram-se os custos diretos e indiretos. Os custos diretos são identificados nos produtos ou serviços prestados, correspondem à matéria-prima consumida, ao material de embalagem consumido e à mão de obra direta. Os custos indiretos correspondem ao rateio e à alocação dos custos, exemplo: aluguel do prédio industrial, depreciação e manutenção de máquinas e prédios e instalações industriais, energia elétrica, conta de telefone da indústria, entre outros. Compreende os custos indiretos tudo o que se necessita indiretamente para a fabricação do produto (FERRONATO, 2011).
TEMA 4 - Indicadores Quantitativos e Qualitativos, Gestão Contábil, Desempenho e Enlace
Indicadores Quantitativos e Qualitativos Geração de Caixa
A geração de caixa está diretamente associada à quantidade de dinheiro que a pequena empresa consegue gerar com suas operações, à quantidade de fundos permanentes que ela consegue captar externamente e, inversamente, ao volume de pagamentos a fazer para quitar compromissos correntes (FERRONATO, 2011).
Para a pequena empresa ter liquidez, ela precisa de um nível mínimo de recursos financeiros estocados no Ativo Circulante ou ter créditos para captar fundos com rapidez. No início do negócio é necessário fazer uma provisão de dinheiro disponível para pagamento das retiradas mensais de pró-labore e para o pagamento de outras despesas operacionais correntes (FERRONATO, 2011).
Geração de Lucros
Os lucros são a única maneira de garantir a viabilidade microempresarial ao longo do tempo. A expectativa de lucro encoraja os empresários da pequena empresa, e os lucros premiam os proprietários pelos riscos que assumem ao investir trabalho, tempo e dinheiro na pequena empresa (FERRONATO, 2011).
Sem lucros, a microempresa não atrairá capital de terceiros; sem lucros ela não sobreviverá; sem lucros consistentes e sólidos seus atuais credores e proprietários ficarão preocupados com o futuro da instituição. Sem lucros esperados, o pequeno negócio sofre uma drenagem imediata de capital financeiro. Por isso, a análise dos resultados sempre mereceu muita atenção (CARDOSO, 2007).
O cálculo do lucro parte do principio de que o resultado econômico pode ser mensurado pelo singelo confronto entre as receitas menos as despesas.
Valores Sociais
A responsabilidade social de uma empresa é definida como a decisão de participar mais diretamente das ações comunitárias na região em que está presente e minorar possíveis danos ambientais decorrentes do tipo de atividade que exerce. A microempresa poderá atuar de forma diferenciada na tentativa de resgatar ou atrair novos clientes, disseminando seus conceitos e valores, balanceando e preservando o meio ambiente e apoiando as
comunidades locais, deixando evidente a todos seus valores sociais e éticos (ABRAMOWICZ, 2004).
A missão da microempresa é extremamente importante para deixar evidente a todos seus termos de responsabilidade social, ética e valores, perante o espaço público e perante a toda sociedade onde está instalada.
Conceitualizando responsabilidade social: a responsabilidade social da pequena empresa cidadã é apoiada pela capacidade de satisfazer as necessidades no presente, sem comprometer a habilidade de gerações futuras satisfazerem suas próprias necessidades (CARDOSO; MÁRIO; AQUINO, 2007, p. 175).
Valores Éticos
A Ética é uma importante aliada para o crescimento da pequena empresa, estabelecendo valores qualitativos para a marca e ao produto. Assim, nem sempre somente os lucros são importantes, sendo que as práticas socialmente éticas podem impactar favoravelmente os lucros. Embora essenciais, os lucros não serão os únicos indicadores para garantir a sobrevivência dos pequenos negócios no longo prazo (FERRONATO, 2011).
A ética se ocupa da conduta humana e contribui para a prática do bem comum. A base ética diz respeito ao conjunto de ações que dignificam o homem quando promove o bem-estar de todos, o sentido da solidariedade, o hábito das boas maneiras, a doçura nas relações humanas. A microempresa ética assume posições e papéis que a diferenciam pela potencialidade de fazer o bem e de agir pela virtude.
Atualmente, os consumidores já estão procurando empresas éticas antes de realizarem uma compra. Para a pequena empresa que buscar trabalhar eticamente, a ética começa a ser estratégica para seu crescimento e competitividade.
Conforme pesquisa realizada pelo Instituto AKATU de Abramowicz (2004), ”os consumidores estão cada vez mais atentos à postura ética das empresas”.
Valores Organizacionais
As funções quantitativas impulsionam o bom desempenho dos negócios, alavancando positivamente a microempresa em termos econômicos e financeiros. Algumas funções podem ser quantificadas: o ciclo operacional – entrada de mercadorias, bens, energia e serviços; processamento de insumos, faturamento e finda com os serviços de pós-venda (FERRONATO, 2011).
Em busca da sobrevivência e da posteridade as microempresas buscam valores econômicos corporativos, concentrando-se primeiramente no volume de caixa e de lucro. A viabilidade da pequena empresa trata do objetivo estratégico orientado para o livre mercado, para a cultura que respeita o lucro e o retorno do capital e para a valorização dos procedimentos técnicos como valores imprescindíveis. Assim, o retono econômico deve alcançar um patamar de ganho que garanta uma remuneração justa aos provedores de capital, a toda a sociedade, além, é claro, à pequena empresa (FERRONATO, 2011).
Gestão Contábil
As empresas menores possuem geralmente seus proprietários na função contábil e financeira, muitas vezes sem o preparo ou a qualificação necessária. É difícil dizer o porquê da sobrevivência ou do fracasso nas micro e pequenas empresas. Mas se sabe que um bom gerenciamento organizacional é fator decisivo para o sucesso de qualquer empresa, independentemente de seu tamanho.
As demonstrações financeiras fornecem uma maneira conveniente para que o proprietário e os credores estabeleçam alvos de desempenho e imponham restrições. Enfim, elas oferecem números importantes para o planejamento financeiro.
Uma análise por indicadores financeiros tem por objetivo examinar a situação financeira da microempresa em termos de índices, cujo ponto de partida concentra-se no balanço patrimonial. Assim, a partir do balanço patrimonial, analisam-se cinco indicadores importantes para um diagnóstico financeiro: índice de solvência e endividamento, medidas de liquidez, grau de imobilização e margem de garantia oferecida aos capitais de terceiros.
Solvência precisa ser compreendida como a sobrevivência da microempresa e deve ser entendida como sua capacidade financeira a longo prazo. Para se chegar ao índice de solvência, relaciona-se o Ativo Total com o Passivo Total. A microempresa solvente apresenta boa saúde financeira e não corre o risco de fechar suas portas (FERRONATO, 2011).
O quesito endividamento remete à análise da quantidade de obrigações a pagar, possibilitando avaliar o grau de comprometimento da empresa com seus credores. Passivo Total (menos PL) / Ativo Total = grau de endividamento. Quanto maior a porcentagem, maior será o capital de terceiros da microempresa, e a diferença que sobrar é capital da empresa (FERRONATO, 2011).
A liquidez é a capacidade de atender às obrigações financeiras em dia. O enfoque da liquidez também é utilizado para diagnosticar, comparativamente, a evolução dos parâmetros funcionais da pequena empresa, os níveis de risco incorridos a curto prazo, bem como verificar o perfeito equilíbrio dos fluxos de entradas e saídas financeiras. Assim, a análise da liquidez é utilizada para aferir o nível de risco envolvido nas relações da microempresa perante seus fornecedores operacionais e seus fornecedores de capital (FERRONATO, 2011).
A imobilização do capital próprio tem por finalidade determinar quanto dos recursos próprios estão aplicados no Ativo Permanente. Por meio doíndice de imobilização pode-se ter uma ideia de quantos recursos monetários o pequeno empreendimento imobilizou para cada real de capital próprio trazido ao negócio. Para encontrar o índice de imobilização, deve-se diminuir o Ativo Permanente do Passivo Não Circulante e dividir pelo Patrimônio Líquido
(AP – PNC / PL). Um quociente elevado demais pode vir a comprometer a saúde financeira e a liquidez da empresa (FERRONATO, 2011).
A margem de garantia dos capitais de terceiros tem por finalidade determinar o nível de segurança que haverá para os credores, sendo o montante do patrimônio bruto o que reflete na capacidade da empresa de garantir as obrigações contraídas.
Desempenho e Enlaces
Para avaliar o desempenho da pequena empresa é necessário mensurar e reunir informações sobre as variações patrimoniais e os esforços feitos para manter as variações em níveis desejados. Para avaliar uma boa performance, deve-se levar em consideração dois ou mais períodos, assim, evidentemente, o resultado será mais seguro. A performance também pode ser analisada por meio de comparação com outra empresa pequena, de
tamanho similar ou com média de desempenho do setor (FERRONATO, 2011).
O empresário da pequena empresa necessita buscar as informações contábeis junto ao contador responsável, para diagnosticar seu índice de desempenho e conseguir avaliar, desta forma, sua performance.
A gestão da microempresa também se concretiza por meio de um controle diário, para o empresário medir seus desempenhos e necessidades futuras.
O controle envolve a avaliação de resultados operacionais. Quando foi abordado o controle, citou-se controle visível e invisível. As técnicas de controle são elaboradas e utilizadas de forma que os indivíduos sigam as diretrizes gerais da pequena organização. O exercício de controle passa pela direção da empresa, separação das tarefas, planejamento, execução até chegar à produção fabril.
Os controles visíveis se referem às ordens, à vigilância direta e à regulação. O controle invisível (ou indireto) é mais eficiente, refere-se à especialização, à padronização e à hierarquia, que induzem o indivíduo ao autocontrole.
Outro controle conhecido fundamenta-se em normas e regras. As normas escritas, inegavelmente, conferem maior despersonalização do poder, porque não existe mais a autoridade da pessoa, mas sim a norma que define o jogo. Assim, cada indivíduo opera em suas fronteiras, e o controle apoia-se nas normas.
O controle assume contornos marcantes centrados no arcabouço das regras escritas que precisam medir as contradições. Mesmo que pareça uma obra coletiva, a concepção das regras é atribuição exclusiva dos comandantes supremos. Para cada política são definidas regras precisas. Deste modo, o campo de atividade de cada indivíduo é codificado e delimitado em manuais com muita precisão.
O controle significa inspecionar ou examinar algo de perto, em detalhes ou sistematicamente. Isto frequentemente implica autoridade ou alguma forma de dominação. Nas organizações existem duas ou mais formas de controle. Visando administrar da melhor forma a empresa, é bom ter a ideia de que os formatos antigos estão cedendo lugar a um jeito novo de controlar.
Os enlaces de relacionamentos são parcerias que as pequenas empresas firmam com as médias e grandes organizações. A conquista econômica pode ser acrescida de diferenciais para continuar sobrevivendo no mercado. Um exemplo claro são os chamados Arranjos Produtivos Locais (APL), em que empresas com mesmo foco econômico, político e social reúnem-se para realizar parcerias em ações conjuntas, como feiras, compras ou até
exportações. Assim, é possível estabelecer dois lados distintos: enlace por conveniência e enlace por aposta (MDICE, 2012).
Enlace por conveniência ocorre quando a microempresa fabrica produtos diferenciados com alto valor agregado para o cliente, gerando oportunidades de bons negócios agora e no futuro (FERRONATO, 2011).
O Enlace por aposta também se concretiza para atender aos interessados das empresas. A maior empresa apoia a menor porque aposta em bons negócios no futuro, contribuindo para a prosperidade da microempresa, derivando desse desempenho a expectativa de ganhos futuros para ambos (FERRONATO, 2011).

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