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Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS
Faculdade de Ciências Econômicas - FCE
Departamento de Ciências Econômicas
Disciplina de Economia Monetária I - ECO02002
2008 - Textos Selecionados, Resumidos e Adaptados
3 A Oferta de Moeda
3.1 Os Meios de Pagamento e outros Agregados Monetários 
3.2 A Criação de Moeda pelos Bancos Comerciais
3.3 A Determinaçäo do Estoque Monetário
3.4 As Instituições Monetárias e as Variações na Oferta de Moeda
3.5 As Operações do Banco Central e a Base Monetária
3.6 O Controle do Banco Central sobre a Oferta Monetária
3 A Oferta de Moeda 
A forma pela qual a oferta de moeda é determinada na maioria das economias experimentou uma alteração fundamental no século XX. Nas suas primeiras décadas a moeda sem lastro não era usada de forma geral, mas sim o ouro e a moeda com lastro em ouro. O papel-moeda, quando em uso, podia ser convertido naquele metal precioso por um preço fixo. Nesse sistema monetário, as variações na oferta de moeda eram determinadas, principalmente, pela produção do metal precioso (do ouro, em particular)�. Por outro lado, no sistema de curso forçado, a oferta de moeda é determinada, principalmente, pela política governamental. A diferença é crucial.
A maioria das nações tem uma instituição oficial normalmente chamada banco central, que possui autoridade legal para imprimir dinheiro. Nos Estados Unidos, o banco central é o Sistema Federal de Reserva; na Inglaterra, o Banco da Inglaterra; na União Européia, o Banco Central Europeu; no Japão, o Banco do Japão e, no Brasil, o Banco Central do Brasil. Contudo, há vários países que não têm bancos centrais ou, quando existem, não têm autoridade para imprimir a moeda nacional. Por exemplo, na Libéria e no Equador o dólar é a moeda e o meio de troca oficial (no Panamá, o dólar também é usado como moeda corrente, ao lado do dinheiro local, que existe apenas na forma de moedas de pequeno valor).
Vale aqui lembrar a questão das áreas monetárias ótimas, isto é, quais os limites territoriais de gestão de uma moeda? Estes limites, em geral, são os dos territórios nacionais, mas, além dos citados países que não têm moeda própria, destaca-se a profunda alteração das áreas monetárias na Europa, onde decidiu-se adotar o euro como moeda única da União Européia . 
Como regra geral, o banco central de cada país, ao buscar determinar a oferta de moeda, usa o agregado composto pelo papel moeda e moedas metálicas em poder do público não-bancário, mais as reservas que os bancos comerciais mantém junto a si e no banco central (este agregado é denominado de M0, ou base monetária). Como o banco central é a única autoridade que pode imprimir (ou autorizar que se imprima) uma nota de dinheiro ou cunhar uma moeda, ele determina a oferta dessas notas e moedas na economia (que são mantidas como dinheiro pelo público ou como reservas bancárias). Lembra-se, entretanto, que esta não é a única categoria de moeda, nem mesmo uma categoria que considere a medição da moeda em poder do público (pois M0 inclui reservas bancárias). Há categorias mais amplas - M1, M2, M3 etc. Em geral, a quantidade desses Ms maiores em circulação é determinada pela quantidade de moeda em circulação produzida pelo banco central, pelas regulamentações relativas ao sistema bancário (geralmente determinadas pelo banco central, com destaque para as reservas compulsórias dos bancos comerciais junto a si) e pelos instrumentos financeiros que as pessoas escolhem para suas carteiras de investimento (Sachs; Larrain, p.283).
Existe a hipótese de que a moeda legal é um elemento institucional subordinado ao controle das autoridades monetárias. Sob esta hipótese, a moeda é vista como uma variável exógena, o que torna o seu controle possível e restrito às autoridades monetárias, as quais administram a oferta de moeda e a taxa de juros como instrumentos de política monetária. Para alguns teóricos da economia monetária (os pós-keynesianos, por exemplo), a oferta de moeda näo se subordina, estritamente, a controles centrais, mas sim é largamente influenciada pelo sistema financeiro, sendo gerada pela expansão do crédito ou pelo racionamento deste, com efeitos importantes, transformando-se assim, em grande medida, em variável endógena�.
3.1 Os Meios de Pagamento e outros Agregados Monetários
O Sistema Financeiro Monetário (ou, equivalentemente, o Sistema Financeiro Bancário) representa a parte do sistema financeiro responsável pela geraçäo de meios de pagamento. O que incluir precisamente nesses ativos disponíveis, eis uma questäo que suscita algumas controvérsias e que näo pode ser resolvida sem certa margem de arbitrariedade. A definiçäo mais usual considera meios de pagamento numa economia moderna o papel-moeda em poder do público (que é igual ao saldo do papel-moeda emitido menos os encaixes em moeda corrente dos bancos, inclusive do Banco Central) mais os depósitos à vista do público na rede bancária. Estes meios podem ser utilizados a qualquer momento para a remuneraçäo de fatores da produçäo empregados, para o pagamento de bens ou serviços adquiridos ou ainda para saldar dívidas contraídas no passado.
No caso do Brasil, o primeiro passo na criação de papel-moeda é que a Casa da Moeda, órgão da Secretaria do Tesouro Nacional, produza as notas e moedas de dinheiro. Ela depois as transfere para o Banco Central, que paga por elas creditando o seu valor na conta que o Tesouro Nacional tem no Bacen (eximindo-se este, assim, do recebimento de receitas de senhoriagem). Depois, quando um banco precisa de dinheiro, ele chama o Banco Central, que lhe remete o dinheiro e debita a sua conta de reserva. O banco põe então esse dinheiro em circulação, dando-o em pagamento a seus clientes. A essa altura, quando o dinheiro passa para a mão do público não-bancário, ele se torna parte do meio circulante. Estes säo os ativos que preenchem os atributos essenciais de rendimento zero, de custo de manutençäo e estocagem negligenciáveis e de máxima liquidez. Portanto, os meios de pagamento, säo dados por:
 papel-moeda emitido (inclusive moedas metálicas)
menos: moeda em caixa forte do Bacen		
igual a: saldo do papel-moeda em circulaçäo
menos: caixa em moeda corrente dos bancos comerciais
igual a: Moeda Manual (Mm) ou saldo de Papel-Moeda em Poder do Público (PMPP)�
mais: Moeda Escritural (ou bancária): depósitos à vista nos bancos comerciais (Dv)
igual a: Meios de Pagamento
Em resumo, os meios de pagamento se compõem do papel-moeda em poder do público e da moeda escritural. Por essa definição, a criação de meios de pagamento só pode ser realizada: a) pelo Banco Central, que tem o poder legal de emitir papel-moeda; b) pelos bancos comerciais (e outras instituições bancárias), que têm depósitos à vista.
Os saldos de cartões de crédito não são incluídos, porque cartões de crédito são uma forma de diferir o pagamento. Quando se paga com cartão de crédito e financia-se a compra realizada em mais de um pagamento, está-se recebendo um crédito, uma dívida que será paga no tempo, em cheque ou dinheiro.
Assim, para indicar o total da oferta de meios de pagamento (oferta monetária), M1, pode ser empregada a seguinte expressäo: M1 = Mm + Dv, onde Mm = moeda manual (ou saldo de PMPP) e Dv = depósitos a vista nos bancos (ou moeda escritural).
A observaçäo desse conceito convencional de moeda leva à constataçäo que ele privilegia a funçäo da moeda como intermediária de trocas. No entanto, se a definiçäo de oferta monetária considerar, além da funçäo de intermediaçäo de trocas, a de reserva de valor, o conceito convencional exclui totalmente um significativo grupo de ativos financeiros que, pelo seu alto grau de liquidez, säo considerados como quase-moeda: as letras e demais obrigaçöes do Tesouro Nacional e do Banco Central, os depósitos a prazo fixo, as cadernetas de poupança, as letras imobiliárias e outros ativos financeiros de emissäo sistema de intermediaçäo financeira. A partir de argumentos dessa ordem é quese desenvolveram outros conceitos mais abrangentes de moeda. 
A definiçäo de outros conceitos mais amplos de agregados monetários tem gerado controvérsias, uma vez que o sistema financeiro cria instrumentos de alta liquidez, tornando-se cada vez mais difícil distinguir a moeda transacional da poupança. Dessa forma, procura-se classificar os meios de pagamento em ordem decrescente de liquidez, de tal maneira que se incluam todos os haveres financeiros em poder do público e que sejam disponíveis contabilmente no contexto do Sistema Financeiro Nacional.
O principal critério para definir moeda é a facilidade com a qual um ativo pode ser usado para transações e, em especial, sua liquidez, que é a capacidade de converter rapidamente um ativo em dinheiro sem que haja perda de valor. O dinheiro (moedas metálicas e papel-moeda do banco central) é o mais líquido dos ativos. A moeda em circulação, que é o PMPP, mais as reservas em dinheiro mantidas pelos bancos junto a si, somadas com as reservas em dinheiro que os bancos mantém no Banco Central, é chamada de high-powered money (Mh) ou, ainda, por base monetária (ou Mo). Esta é uma variável-chave, como veremos adiante, pois pode ser diretamente controlada pelo Banco Central�. Os depósitos a vista em bancos são o ativo mais líquido depois do dinheiro, pois é possível fazer retiradas das contas “a vista”, sem demora ou qualquer penalidade (Sachs, Larrain, p.250).
O conceito de oferta monetária correspondente aos meios de pagamento, já visto, que inclui apenas a moeda manual e a moeda escritural, é denominado de M1. Outros conceitos, denominados M2 e M3, abrangem outros ativos financeiros. No Brasil, o Banco Central adota ainda o conceito M4. Em síntese, estes conceitos säo os seguintes:
Conceito M1: Trata-se dos meios de pagamento (moeda manual e moeda escritural). É composto pelo papel-moeda e moedas metálicas em poder do público (moeda manual) e pelos depósitos à vista do público nos bancos comerciais e caixas econômicas (moeda escritural).
Conceito M2: (M1) mais depósitos de poupança e títulos privados em poder do público.
Conceito M3: (M2) mais quotas de fundos de renda fixa e operações compromissadas/Selic.
Conceito M4: (M3) mais os títulos federais em poder do público/Selic e títulos estaduais e municipais em poder do público.
Um conceito mais ampliado dos agregados monetários (M5) foi introduzido pelo Banco Central, mediante a Lei n. 8.024, de 12.04.90, que, entre outras medidas, implementou a inconversibilidade temporária de significativa parcela dos haveres financeiros, como forma de permitir o controle do processo inflacionário, que ficou à ordem do Banco Central (e agregada em M5) no período de março de 1990 a julho de 1992, considerada, portanto, liquidez de longo prazo.
É inevitável um certo grau de convencionalismo na definição de meios de pagamento. Fora os problemas de classificação, há um problema de maior profundidade: nos sistemas financeiros modernos tornou-se mais difícil distinguir entre os ativos realmente disponíveis e os indisponíveis, a qualquer instante.
A Base Monetária (Mo ou Mh) - Denominação dada ao conjunto de moeda em circulação no país, mais os depósitos à vista (reservas) dos bancos comerciais junto ao banco central. A atuação sobre a base monetária, visando estimular sua expansão ou provocar sua contração, desempenha papel importante em qualquer política de combate à inflação (Sandroni, p.25).
Conceitos úteis: renda, poupança, riqueza financeira e investimento financeiro.
Renda é o que uma pessoa ganha com o trabalho, somado ao que recebe de juros e dividendos. Trata-se de um fluxo, ou seja, é expressa por unidade de tempo (renda semanal, mensal ou anual).
Poupança é a parte da renda (após o pagamento de impostos) que não é consumida. É um fluxo.
Riqueza financeira corresponde ao valor de todos os ativos financeiros da pessoa, deduzidos de todos os seus passivos financeiros. É uma variável de estoque, isto é, corresponde a um valor em um dado momento no tempo.
Investimento financeiro corresponde à compra de ações ou de outros ativos financeiros (enquanto que o termo investimento os economistas reservam para a compra de novos bens de capital).
3.2 A Criação de Moeda pelos Bancos Comerciais
Normalmente registra-se uma alta participação da moeda escritural na composição dos meios de pagamento, em relação à moeda manual. As razões para o uso de moeda escritural, que os agentes econômicos preferem à moeda manual, são os seguintes:
os depósitos bancários à vista são mais seguros;
o manejo de cheques e, hoje, cartões de débito e de crédito, para efetuar pagamentos, é fácil, em especial quando se trata de transações de grande vulto (apesar do avanço da moeda digital);
a manutenção de saldos médios nos bancos comerciais facilita a obtenção de empréstimos;
os pagamentos mediante cheques nominais e cartões permitem controle e contabilização das despesas, bem como podem também servir de comprovante;
O uso generalizado da moeda escritural está na origem do processo multiplicador dos meios de pagamento. Isto porque a moeda de alto poder de expansão (high-powered money), injetada no sistema econômico por decisão das autoridades monetárias, tende a se transformar em depósitos bancários, por força das razões assinaladas, enquanto uma substancial parcela de tais depósitos acaba por se transformar em empréstimos concedidos pelos bancos, que tendem a retornar ao sistema bancário, sob a forma de novos depósitos. Este processo tende a se renovar infinitamente, dado que os bancos comerciais não mantêm em caixa a totalidade dos depósitos captados, mas apenas uma parcela deles, pois atuam com reservas fracionárias (Lopes & Rossetti, p.109).
Sistema Bancário com Cobertura Integral e com Reservas Fracionárias
Em uma economia hipotética, os bancos aceitam depósitos à vista, mas não fazem empréstimos. Os depósitos que os bancos receberam, mas não emprestaram, são chamados de reservas. Parte das reservas é guardada no cofre dos bancos disseminados pelo país, mas a maior parte fica guardada num Banco Central. Nesta economia hipotética, todos os depósitos são mantidos como reservas: os bancos aceitam os depósitos, guardam a moeda como reserva e assim a deixam, até que os depositantes façam uma retirada ou passem um cheque. O sistema é dito de cobertura integral. Se os bancos mantém reservas de 100% de seus depósitos à vista, o sistema bancário não influi sobre a oferta de moeda.
Imagine-se agora que os bancos comecem a usar parte de seus depósitos para conceder empréstimos a famílias que estão comprando casa própria ou para empresas que estão investindo, por exemplo, em instalações e equipamentos. Para os bancos isto significa que podem cobrar juros sobre os empréstimos. Os bancos precisam manter algumas reservas para atender às retiradas de seus correntistas sempre que estes o desejarem. Mas, na medida que o montante de novos depósitos for aproximadamente igual ao montante das retiradas, o banco não precisa manter em caixa todos os depósitos recebidos. Desta forma, os banqueiros são incentivados a conceder empréstimos. Quando o fazem, tem-se um sistema bancário com reservas fracionárias, no qual os bancos mantém como reserva uma parte de seus depósitos. Desta forma, em um sistema bancário com reservas fracionárias, os bancos criam moeda, a denominada moeda escritural.
O Modelo Tradicional de Criação de Moeda Escritural
Demonstração matemática da progressão geométrica dos depósitos no sistema bancário comercial, a partir da injeção de moeda de alto poder de expansão, considerando-se as hipóteses: a) injeção inicial pelo Bacen: $ 200.000; b) retenção igual a zero, pelo público, do acréscimo de moeda injetado; c) retenção, pelo sistema bancário (relação reservas/depósitos), igual a 20%.
	Etapas do processo
	Expansão dos depósitos à vista
	Empr. conced. p/ sistema bancário
	Encaixe mantido p/ sistema bancário
	1ª. Etapa
	200.000
	160.000
	40.000
	2ª. Etapa
	160.000128.000
	32.000
	3ª.
	128.000
	102.400
	25.600
	4ª.
	102.400
	 81.920
	20.480
	5ª.
	 81.920
	 65.536
	16.384
	...
	...
	...
	...
	N
	próxima de zero
	próxima de zero
	próxima de zero
	Final do processo
	1.000.000
	800.000
	200.000
Os resultados obtidos ao final do processo podem ser assim expressos, em milhares de unidades monetárias: 
( DVbc = 200 + 200.(0,8) + 200.(0,8)2 + 200.(0,8)3 +....+ 200.(0,8)n ou, simplificando: 
( DVbc = 200 ( 1 + 0,8 + 0,82 + 0,83 + 0.84 + ........ + 0,8n )
O somatório dos acréscimos dos depósitos à vista nos bancos comerciais (( DVbc) corresponde ao produto do depósito inicial pela soma dos termos de uma progressão geométrica de razão positiva inferior a um, cujo número de termos tende para o infinito. A soma dessa progressão, no limite, pode ser dada por:
 a1
S = --------- onde: a1 = primeiro termo da progressão = 1 
 1 - r r = razão da progressão = 0,8
assim:
 a1 	1 1
S = ----------- = -------------- = ---------- = 5
 1 - r 1 - 0,8 0,2
Logo: ( DVbc = S x Injeção Inicial = 5 x (200.000) = 1.000.000
 (reservas)
Portanto, o acréscimo total dos depósitos é igual a $ 1.000.000, e o total da moeda criada pelos bancos comerciais é de $ 800.000 = $ 1.000.000 - $ 200.000
Observação: casos especiais nos quais não são criados depósitos múltiplos: a)100% de reservas; b) empréstimos só em dinheiro.
Restrições ao Modelo Tradicional
a idéia de que permanece constante a proporção da moeda que o público e os bancos desejam manter é uma hipótese irrealista, que ignora como a incerteza do futuro e os problemas conjunturais afetam o comportamento do público e das instituições bancárias;
a hipótese de que os bancos comerciais expandem os empréstimos até o ponto permitido pela taxa de reservas é também um pressuposto pouco realista. Ignora que as empresas bancárias expandem seus empréstimos até o ponto em que CMg = RMg proporcionada pelos empréstimos; 
um terceiro aspecto, é que a expansão dos empréstimos bancários só se fará a taxas de juros decrescentes. Esta mudança afetará necessariamente os rendimentos proporcionados pelos diferentes itens componentes do ativo dos bancos, condicionando deste modo a disposição do sistema bancário quanto à concessão de empréstimos;
a visão tradicional é também falha na medida em que apresenta os bancos comerciais como empresas que apenas recebem depósitos e concedem empréstimos. Esta versão simplificada ignora a compla composição estrutural do ativo e do passivo de um banco comercial moderno;
a versão tradicional enfatiza as diferenças entre os bancos comerciais e as instituições financeiras não bancárias, bem como entre a moeda e outros ativos financeiros. Esta posição só é sustentável se se define moeda de modo restrito, ignorando o passivo dos intermediários financeiros não bancários e o seu papel no direcionamento dos fluxos de poupança (Lopes; Rossetti, p.116).
Este conjunto de restrições ao modelo apresentado de criação de moeda escritural resulta em que o multiplicador bancário pode ser desde muito baixo até muito alto, em função do comportamento das variáveis envolvidas, em cada sistema monetário (no caso do Brasil, o multiplicador é inferior a dois).
3.3 A Determinaçäo do Estoque Monetário 
Começando a partir da equaçäo seguinte, passamos a desenvolver os detalhes do processo pelo qual o estoque monetário é determinado.
M = Mm + D onde:		M = oferta monetária (ignorando distinçäo entre M1 e M2)
Mm = moeda manual
D = depósitos (ignorando se a vista, a prazo ou de poupança)
Devemos resumir o comportamento do público, dos bancos e do Bacen no processo de oferta monetária através de três variáveis:
a proporção moeda manual / depósitos (md);
a proporçäo de reservas / depósitos (rc); e
o estoque de base monetária (B ou Mo ou Mh).
a) A Razäo Moeda Manual-Depósitos (md)
A razäo moeda manual-depósitos é determinada pelo comportamento do público, que decide em que proporçäo quer deter moeda e depósitos. A razäo moeda-depósitos é determinada primordialmente pelos hábitos de pagamento do público. A razäo moeda-depósitos aumenta quando a proporçäo de consumo em relaçäo ao PNB aumenta. 
b) A Razäo Reservas-Depósitos (re)
As reservas bancárias se constituem de notas e moedas detidas pelos bancos e de depósitos que os bancos detêm no Bacen. Os bancos devem manter reservas na forma de notas e moedas, porque säo obrigados a prover moeda em espécie aos seus clientes, quando estes quiserem. Os bancos também mantém contas no Bacen, principalmente para efetuar pagamentos entre eles mesmos, bem como podem usar seus depósitos no Bacen para obter dinheiro. A razäo reserva-depósitos é determinada, portanto, por dois conjuntos de consideraçöes:
o sistema bancário está sujeito à regulamentaçäo do Bacen, na forma de requerimentos mínimos de reservas, que variam conforme o tipo de depósito e o tamanho do banco;
os bancos podem querer deter reservas em excesso, isto é, acima do nível mínimo de reservas requerido pelo Bacen, por razöes de precauçäo.
Se um banco näo pode suprir as demandas por dinheiro ou por pagamentos a outros bancos, ele tem que pegar emprestado do Bacen ou de outros bancos que tenham reservas a mais. A taxa de redesconto é a taxa de juros cobrada pelo Bacen de bancos que emprestam dele para enfrentar uma necessidade temporária de reservas, enquanto que a taxa do CDI é a taxa de juros cobrada pelos bancos para empréstimos interbancários.
Existe também um custo para um banco deter reservas, pois estas näo recebem juros. Detendo reservas menores, um banco está apto a investir em ativos remunerados por juros e aumentar seus lucros. Quanto mais reservas o banco detêm, menos ele incorrerá em custos de empréstimos. Porém, quanto mais reservas ele detiver, mais juros ele perde. 
Pode-se, portanto, escrever a razäo reservas-depósitos, "re", como funçäo da taxa de juros de mercado ( i ), da taxa de redesconto (iD), da proporçäo de reservas obrigatórias (rR), e de "(", que indica as características de incerteza das entradas e saídas de depósitos dos bancos:
re = f(i, iD, rR, ( ) onde: 	re = razäo reservas-depósitos
 					iD = taxa de redesconto
rR = reservas requeridas (compulsórias)
( = incerteza na movimentaçäo de depósitos
(re/(i < 0	(re/(iD > 0	(re/(rR > 0	(re/(( > 0 
c) A Base Monetária (M0)
A base monetária é constituída de moeda manual (PMPP) e de reservas dos bancos comerciais (encaixe dos bancos e depósitos voluntários e compulsórios destes no Bacen). O Bacen pode controlar a oferta de base monetária. A demanda total pela base monetária vem do público, que quer usá-la como moeda, e dos bancos, que precisam dela na forma de reservas. Pelo fato de o público ter uma proporçäo preferencial de moeda em relaçäo aos depósitos e pelo fato de os bancos terem uma razäo esperada de reservas em relaçäo aos depósitos, pode-se calcular o estoque monetário total que pode ser sustentado por qualquer dado nível de base monetária.
Assim, a base monetária (B) é a soma do papel-moeda em poder do público (PMPP) com o total de reservas dos bancos comerciais (Et). A base monetária é, então, igual ao total de moeda colocada em circulação pelo Banco Central (PMC). É, por vezes, chamada de estatística Mo (M zero). Então: 	
B = PMPP + Et = PMC
É importante lembrar que: 	
PMC = PME - CBC 		onde 	CBC = caixa do Banco Central;
PME = papel-moeda Emitido;
PMC = papel-moeda em circulação.
PMC – Et = PMPP		onde	Et = Encaixes (reservas) totais dos bancos. 
Os bancos comerciais mantém reservas (ou realizam encaixes) para poderem honrar seus compromissos com o público e, conseqüentemente, gerar confiança na conversibilidade dosseus depósitos. Os bancos realizam dois tipos de encaixes. Aqueles que são impostos externamente, ou encaixes compulsórios; e aqueles que são decididos internamente, ou encaixes de negócios. As reservas compulsórias (Ec) são determinadas pelas autoridades monetárias, que estabelecem um percentual dos depósitos à vista a ser recolhido ao Banco Central na forma de moeda. Historicamente, essa obrigação tem sido exigida por regulamentação das autoridades monetárias, objetivando mostrar ao público que os bancos são capazes de saldar seus compromissos com os clientes e, assim, evitar pânicos e corridas contra os mesmos. As reservas de negócios (En) são decididas pelos próprios bancos para que possam operar diariamente. Então, as reservas totais (Et) dos bancos são representadas pela seguinte adição:
Et = Ec + En			onde	Ec = Encaixes (reservas) compulsóiros;
					En = Encaixes (reservas) de negócios (voluntários).
Quando os bancos encontram-se em dificuldades, por exemplo, quando a razão (reservas de negócios)/(depósitos à vista) está muito baixa, podem pedir auxílio ao Banco Central. Genericamente, tem-se chamado tal auxílio de operação de redesconto. Contudo, é necessário distinguir uma operação propriamente dita de redesconto de uma operação de concessão de crédito. O redesconto ocorre quando o Banco Central compra títulos de um banco, mediante uma taxa de redesconto. O processo alternativo é, simplesmente, um empréstimo direto do Banco Central ao banco que se encontra em dificuldade. A função do Banco Central conhecida como emprestador de última instância é exercida através dessas operações.
A Base Monetária, o Estoque Monetário e o Multiplicador Monetário
A seguir desenvolve-se uma abordagem simples para a determinaçäo do estoque monetário, usando como variáveis-chaves a razäo moeda-depósitos, a razäo reserva-depósitos e a base monetária. Antes, vamos pensar sobre a relaçäo entre o estoque monetário e o estoque de base monetária. Eles estäo relacionados pelo multiplicador monetário. O multiplicador monetário é a proporçäo do estoque monetário em relaçäo ao estoque da base monetária.
 Moeda (Mm) Reservas ( R ) Base Monetária (M0 ou Mh)
 
 Moeda (Mm) Depósitos (D)		 Estoque Monetário (M)
O multiplicador monetário é maior do que 1. Fica claro pelo diagrama que o multiplicador é tanto maior quanto maiores forem os depósitos como fraçäo do estoque monetário. Isto é verdadeiro porque a moeda circulante usa uma unidade da base monetária por unidade de moeda. Os depósitos, por outro lado, usam somente o volume "re" da base monetária (em reservas) por unidade monetária. Por exemplo, se a proporçäo de reservas-depósitos, re, for 10%, cada unidade do estoque monetário, na forma de depósitos, usa somente 10 centavos de cada unidade da base monetária, na forma de reservas.
A seguir apresenta-se a expressäo resultante para a oferta monetária (estoque monetário), M, expressa nos termos de seus determinantes principais, a razäo reservas-depósitos (re), a razäo moeda-depósitos (md) e o estoque de base monetária (Mo):
 1 + md onde "mm" é o multiplicador monetário, 
M = ------------ x Mo = mm . Mo dado por: 		1 + md
 re + md 	mm = ----------------
re + md
Esta expressäo da oferta monetária é obtida da seguinte forma:
M = Mm + D mas, sabe-se que: Mm = md.D logo:
M = md.D + D ( M = (1 + md)D 
Por outro lado:
M0 = Mm + R mas, sabe-se que: R = re.D e que Mm = md.D logo:
M0 = md.D + re.D ( M0 = (md + re)D 
Fazendo-se agora a relaçäo entre oferta monetária (M) e base monetária (M0), temos:
 M 1 + md 1 + md
----- = ------------- ( M = ------------- x M0 = mm . M0 
 M0 md + re md + re
Portanto, fica claro que:
(M/(re < 0	(M/(mc < 0
Exemplos:
Exemplo 1:		md = 0.073 re = 0.022 M0 = 265.7
 (1 + 0.073)
M = ----------------------- x 265.7 = 3.001,0 mm = 11,29
 0.073 + 0.022
Exemplo 2: 		mm = ? M = ? md = 0,1 re = 0,5 M0 = 500
 1 + 0,1
 M = ------------- x 500 = 1,83 x 500 = 916,67 
 0,1 + 0,5
Exemplo 3: 		mm = ? M = ? md = 0,1 re = 1,0 M0 = 500
Formulação específica, usada pelo Banco Central do Brasil para o Multiplicador Monetário
C = PMPP/M1			(			PMPP = C.M1
D = Dv/M1			(			Dv = D.M1
R1 = Cx/Dv			(			Cx = R1.Dv
R2 = RB/Dv			(			RB = R2.Dv
							C + D = 1
Mh = B = PMPP + Cx + RB
M1 = PMPP + Dv					M1 = k.B	(	k = M1/B
M1/B = (PMPP + Dv)/(PMPP + Cx + RB) = (C.M1 + D.M1)/(C.M1 + R1.Dv + R2.Dv) 
Dividindo o numerador e o denominador do termo da direita por M1, obtém-se:
M1/B = (C.M1/M1 + D.M1/M1)/(C.M1/M1 + R1.Dv/M1 + R2.Dv/M1)
M1/B = (C + D)/(C + R1.D + R2.D)
M1/B = 1/(C + D(R1 + R2)) = k			M1 = 1/(C + D(R1 + R2)) . B = k.B
Onde:
k = 1/(C + D(R1 + R2)) = multiplicador monetário	
C = Preferência do público por papel-moeda 
PMPP = Papel-moeda em poder do público
M1 = Meios de pagamento
D = Preferência do público por depósitos à vista
Dv = Depósitos à vista
R1 = Taxa de encaixe em moeda corrente
Cx = Encaixe em moeda corrente
R2 = Taxa de reservas bancárias
RB = Reservas bancárias
B = Base monetária
3.4 As Instituições Monetárias e as Variações na Oferta de Moeda
O modo básico pelo qual os bancos centrais alteram a quantidade de moeda em circulação na economia (meios de pagamento) é a compra de ativos - títulos do tesouro, por exemplo - do público e a venda de ativos para o público. Para compreender melhor esse processo de criação e de destruição de meios de pagamento, passa-se a estudar as contas do sistema monetário, isto é, dos bancos comerciais e do Banco Central.
3.4.1 Contas do Sistema Monetário: Bancos Comerciais
O balancete consolidado dos bancos comerciais pode ser observado na tabela 1.1. Por uma questão metodológica, os itens do passivo foram subdivididos em dois grupos: a) os recursos monetários, que correspondem aos depósitos à vista (que são meios de pagamento criados pelos bancos comerciais); e b) os recursos não-monetários, correspondentes aos demais itens do passivo.
Tabela 1.1 Balancete Consolidado Sintético dos Bancos Comerciais
	Ativo
	Passivo
	- Encaixes
	Recursos Monetários
	 - Em moeda corrente
	- Depósitos à vista
	 - Em depósitos nas Aut.Monetárias
	
	 – Voluntários
	Recursos Não-Monetários
	 – Compulsórios
	- Depósitos a prazo
	- Empréstimos ao setor privado
	- Redescontos e outros empréstimos do Bacen
	- Títulos públicos e particulares
	- Saldo líquido das demais contas
3.4.2 Contas do Sistema Monetário: Banco Central
As funções típicas de Banco Central são:
a de banco emissor de papel-moeda; 
a de banqueiro do Tesouro Nacional; 
a de banqueiro dos bancos comerciais;
a de depositário das reservas internacionais do país; 
a de emprestador de última instância.
Estas funções se refletem nas Contas Consolidadas da Autoridade Monetária da seguinte maneira, sendo que por conveniência metodológica e para simplificação, as contas do passivo da AM estão classificadas em recursos monetários (Base Monetária) e Recursos Não Monetários.
Tabela 1.2 Balancete Consolidado Sintético da Autoridade Monetária
	Ativo
	Passivo
	- Reservas internacionais
	Base Monetária
	- Empréstimos ao Tesouro nacional
	- Papel-moeda em poder do público
	- Títulos públicos federais
	- Encaixe dos bancos comerciais
	- Emprést. aos governos estad. munic.
	 - Em moeda corrente
	 Autarquias e outras entidades públicas
	 - Em depóstios nas Autor. Monetárias
	- Aplicaçoesespeciais/diversas
	 – Voluntários
	- Redescontos e outros empr. aos B. Com.
	 – Compulsórios
	
	Recursos Não-Monetários
	
	- Depósitos do Tesouro Nacional
	
	- Empréstimos externos
	
	- Recursos Especiais/Diversos
3.4.3 Contas Consolidadas do Sistema Monetário
Consolidemos agora os balancetes sintéticos do Banco Central e dos bancos comerciais apresentados nas duas tabelas 1.1 e 1.2. Isso equivale a uma soma algébrica de balancetes. A primeira tarefa deve ser a de eliminar as contas internas do sistema, que aparecem no ativo dos bancos comercais e no passivo das Autoridades Monetárias, e vice-versa. Estas são as Contas de Redesconto e de Encaixe dos Bancos Comerciais. 
Feita esta eliminação, resulta o balancete consolidado apresentado na Tabela 1.3, que mostra uma tautologia de grande utilidade no estudo do processo de criação e destruição de meios de pagamento: o seu volume é igual ao saldo de aplicações do sistema bancário comercial e da Autoridade Monetária junto ao restante da economia, menos o volume de recursos não-monetários recebidos pelo referido sistema.
Tabela 1.3 Balancete Consolidado do Sistema Monetário
	Ativo
	Passivo
	Aplicações dos Bancos Comerciais
	Meios de Pagamento
	- Empréstimo ao setor privado
	- Papel-moeda em poder do público
	- Títulos públicos e particulares
	- Depósitos à vista nos Bancos Comerciais
	Aplicações do Banco Central
	Recursos Não-Monetários dos Bcos Com.
	- Reservas internacionais
	- Depósitos a prazo
	- Empréstimos ao Tesouro Nacional
	- Saldo líquido das demais contas
	- Títulos públicos federais
	Recursos Não-Monetários do Bco Central
	- Empréstimos aos governos estad., mun.,
	- Depósitos do Tesouro Nacional
	 Autarquias e outras entidades públicas
	- Empréstimos externos
	- Aplicaçoes especiais/diversas
	- Recursos especiais/diversas
3.4.4 A Criação e Destruição de Base Monetária e Meios de Pagamento
Os balancetes apresentados nos permitem concluir que qualquer variação (SYMBOL 68 \f "Symbol") na Base Monetária ou nos Meios de Pagamento deve apresentar como contrapartida uma variação das operações ativas ou do passivo não-monetário do Banco Central (no caso da Base) ou do sistema bancário como um todo (no caso dos meios de pagamento). Assim denotando por BC e SB, respectivamente, a Autoridade Monetária e o conjunto composto por esta última mais os bancos comerciais, pode-se escrever:
SYMBOL 68 \f "Symbol" Base Monetária = SYMBOL 68 \f "Symbol" Operações ativas BC - SYMBOL 68 \f "Symbol" Passivo não-monetário BC 
SYMBOL 68 \f "Symbol" Meios de Pagamento = SYMBOL 68 \f "Symbol" Operações ativas SB - SYMBOL 68 \f "Symbol" Passivo não-monetário SB 
Em suma, haverá criação de meios de pagamento sempre que o setor bancário (SB) adquirir algum haver não-monetário do setor não-bancário da economia (SNB), pagando em moeda manual ou escritural. Isto é o que se chama de "monetização", pelos bancos, de haveres não-monetários do público. Assim, os bancos criam meios de pagamento:
quando descontam (compram) títulos do público;
quando adquirem do público, pagando em moeda, quaisquer bens ou serviços;
quando adquirem cambiais de exportadores (compra de divisas em troca de moeda nacional);
quando emprestam para o público não bancário, etc.
Reciprocamente, os bancos destroem meios de pagamento quando vendem ao público quaisquer haveres não monetários em troca do recebimento de moeda. Assim, há destruição de meios de pagamento:
quando o público resgata um empréstimo previamente contraído no sistema bancário; 
quando o público deposita dinheiro a prazo nos bancos; 
quando os bancos vendem ao público, mediante recebimento em moeda, quaisquer títulos, bens ou serviços;
quando os bancos vendem cambiais aos exportadores (vendem divisas estrangeiras em troca de moeda nacional) etc.
Assim, para expandir o volume de meios de pagamento, a Autoridade Monetária dispõe dos seguintes instrumentos:
expandir os redescontos aos bancos comerciais;
comprar títulos da dívida pública em poder do público (operação de "open market");
aumentar as reservas cambiais;
reduzir a relação encaixe/depósitos nos bancos comerciais, diminuindo as exigências de recolhimentos compulsórios à sua ordem.
Naturalmente, as medidas inversas provocam a contração dos meios de pagamento.
3.5 As Operações do Banco Central e a Base Monetária
Conforme visto, os três tipos de operações mais comuns usados pelas autoridades monetárias para alterar o estoque da base monetária são as que se seguem.
Operações de Open Market
As transações dos bancos centrais de compra e venda de títulos no mercado aberto são conhecidas como operações de open market. A compra de instrumentos financeiros pelo banco central, no seu papel de autoridade monetária, resulta num aumento da base monetária em poder do público. O banco central compra os ativos com moeda, que então é colocada em circulação. Por outro lado, uma venda de títulos feita pelos bancos gera uma redução na base monetária.
A Janela de Redesconto
Outra forma pela qual o banco central pode influir na oferta monetária são os empréstimos aos bancos. A taxa de juros utilizada é a taxa de redesconto. Os bancos privados usam essa opção de crédito para dois propósitos diferentes: (1) ajustar as suas reservas de dinheiro para o caso de ficarem abaixo do nível desejado ou exigido pelo banco central; e (2) para obter fundos que o banco possa emprestar aos clientes, se as condições de mercado forem favoráveis para isso.
Operações de Câmbio
O banco central também influi na oferta monetária quando compra e vende ativos em moeda externa. No caso mais simples, o banco central compra ou vende moeda estrangeira em troca de moeda nacional. Em outros casos, o banco central compra ou vende um ativo remunerado em moeda estrangeira, normalmente um título do tesouro de outra nação. Assim como nas operações de open market, essas transações têm efeito direto sobre a quantidade de moeda em circulação na economia (Sachs & Larrain, p.294).
3.6 O Controle do Banco Central sobre a Oferta Monetária
O banco central pode influir na oferta monetária de várias maneiras, como antes visto, mas não pode controlá-la totalmente. O banco central tem um controle razoavelmente efetivo sobre o estoque da base monetária por meio das operações de open market, podendo esterilizar as alterações em Mh (ou Mo) decorrentes de outras fontes, como empréstimos na janela de redesconto e nas operações de câmbio. A autoridade monetária tem menos controle sobre o multiplicador que sobre a base monetária. O banco central determina as reservas exigidas e a taxa de redesconto, e ambas influenciam o nível de reservas bancárias (note que a taxa de redesconto é a única variável diretamente controlada pelo banco central que afeta tanto a base monetária quanto o multiplicador monetário); no entanto, não pode determinar a razão reservas/depósitos e tem menos controle ainda sobre a proporção entre moeda em circulação e depósitos.
Referências Bibliográficas
Dornbusch e Fisher, Macroeconomia, 5.ediçäo, Makron Books, Mcgraw-Hill, 1991.
Lopes, Joäo do Carmo e Rossetti, José P. Economia Monetária. Editora Atlas, 6.ed.,1992.
Sachs, Jeffrey D. e Larrain, Felipe B. Macroeconomia, Makron Books, São Paulo, 1995.
Sandroni, Paulo. Novo Dicionário de Economia, 2a. edição, Editora Best Seller, São Paulo, 1994.
Simonsen, Mario Henrique e Cysne, Rubens Penha. Macroeconomia. Editora Atlas S.A. Rio de Janeiro, 1995.
Mishkin, Frederic S. Moeda, Bancos e Mercados Financeiros. LTC-Livros Técnicos e Científicos Editora S.A. 5ª. Ed. Rio de Janeiro-RJ, 2000. Mishkin, Frederic S. Moeda, Bancos e Mercados Financeiros. LTC-Livros Técnicos e Científicos Editora S.A. 5ª. Ed. Rio de Janeiro-RJ, 2000.
� Outro metal precioso, a prata, deixou de ser usado como metal monetário no final do século XIX.
� Como muitas questões em economia, a questão entre endogeniae exogenia da oferta de moeda (meios de pagamento) encontra uma solução de equilíbrio, em cada sistema monetário, entre a atuação do banco central e as operações de crédito das demais instituições financeiras bancárias.
� Equivalente ao termo em inglês currency e ao termo em português dinheiro. 
� Isto porque o Banco Central é a única instituição monetária a criar a moeda legal e porque o Banco Central pode alterar as regras de recolhimento compulsório de reservas dos bancos para o Bacen.
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