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Questão 1/5 - Análise de Texto Literário: Prosa Leia o fragmento do romance Lucíola, de José de Alencar: “Fora no dia da minha chegada. Jantara com um companheiro de viagem, e ávidos ambos de conhecer a corte, saímos de braço dado a percorrer a cidade. Íamos, se não me engano, pela Rua das Mangueiras, quando, voltando-nos, vimos um carro elegante que levavam a trote largo dois fogosos cavalos. Uma encantadora menina, sentada ao lado de uma senhora idosa, se recostava preguiçosamente sobre o macio estofo, e deixava pender pela cobertura derreada do carro a mão que brincava com um leque de penas escarlates.” Após esta avaliação, caso queira ler o texto integralmente, ele está disponível em: ALENCAR, José. Lucíola. 12 ed. São Paulo: Ática, 1988. Disponível em: <http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bv000137.pdf>. Acesso em 06 set. 2019. Considerando o fragmento e os conteúdos da Videoaula 5 – José de Alencar e o projeto literário brasileiro, é correto afirmar sobre o romance Lucíola: Nota: 20.0 A é lido por parte da crítica literária como um representante da fase histórica. B é aludido como uma quebra no projeto alencariano, já que se afasta da estética romântica a partir da estratégia de fluxo de consciência. C apresenta uma crítica direta ao comportamento libertário de algumas mulheres no século XIX. D usa um narrador em terceira pessoa, escolhendo a cidade de São Paulo como o espaço no qual as personagens transitam. E juntamente com Senhora e Diva, é categorizado como um dos romances de “perfis de mulheres”. Você acertou! Comentário: De acordo com a Rota de Aprendizagem, Aula 5, Tema 2 (Lucíola - 1’ a 2’), o romance Lucíola é uma obra de característica urbana, publicada em 1862, e foi caracterizado pelo próprio Alencar com um dos romances de “perfis de mulheres”. Questão 2/5 - Análise de Texto Literário: Prosa Leia o fragmento de texto: “Rejeitando qualquer dogmatismo reducionista que originaria uma classificação rígida e estática, os formalistas russos conceberam o gênero literário como uma entidade evolutiva, cujas transformações adquirem sentido no quadro geral do sistema literário e na correlação deste sistema com as mudanças operadas no sistema social, e por isso advogaram uma classificação historicamente descritiva dos gêneros”. Após esta avaliação, caso queira ler o texto integralmente, ele está disponível em: SILVA, Vitor Manuel de Aguiar e. Teoria da Literatura. Coimbra: Livraria Almedina, 1999. p. 371. Partindo do fragmento de texto e dos conteúdos abordados no livro-base A prosa ficcional: teoria e análise de textos, sobre a teoria dos gêneros e o fato de René Wellek e Austin Warren estabelecerem distinções entre a “teoria clássica” e a “teoria moderna”, assinale a alternativa correta. Nota: 20.0 A A descrição é uma característica atribuída à teoria clássica dos gêneros. B As regras prescritas pela teoria clássica dos gêneros apresentam um acentuado autoritarismo. C A moderna teoria dos gêneros, contrariamente à teoria clássica, possui um caráter evidentemente descritivo. Você acertou! Comentário: “Uma das obras do século XX fundamentais para o estudo do campo que estamos examinando, Teoria da literatura [...], de René Wellek e Austin Warren, faz uma advertência que merece atenção: ‘Qualquer pessoa interessada pela teoria dos gêneros deve ter cuidado em não confundir as diferenças entre a teoria ‘clássica’ e a moderna. A teoria clássica é normativa e prescritiva, embora as suas ‘regras’ não contenham o ridículo autoritarismo que tantas vezes lhe é atribuído. [...]. A moderna teoria dos gêneros é claramente descritiva. Não limita o número das espécies possíveis e não prescreve regras aos autores. Admite que as espécies tradicionais possam ‘misturar-se’ e produzir uma espécie nova [...]. Reconhece que os gêneros podem ser construídos tanto numa base de englobamento ou ‘enriquecimento’ como de ‘pureza’. Em lugar de sublinhar a distinção entre as várias espécies interessa-se [...] em descobrir o denominador comum de uma espécie, os seus processos e objetivos literários’ [...]” (livro-base, p. 34). D A moderna teoria dos gêneros não admite a mistura entre os gêneros tradicionais, mas reconhece a existência de novas espécies de textos literários. E Para René Wellek e Austin Warren a teoria clássica evoluiu ao longo dos anos até se tornar equivalente à teoria moderna. Questão 3/5 - Análise de Texto Literário: Prosa Examine o excerto textual: “Friedman sistematiza os principais problemas relativos ao assunto [ponto de vista], por meio das seguintes perguntas: 1) Quem fala ao leitor? 2). De que posição (ou ângulo) narra? 3) Que canais de informação usa o narrador para levar a história ao seu leitor? 4) A que distância coloca ele o leitor, em relação à história?”. Após esta avaliação, caso queira ler o texto integralmente, ele está disponível em: CARVALHO, Alfredo Leme Coelho de. Foco narrativo e fluxo da consciência: questões de teoria literária. São Paulo: Pioneira, 1981. p. 8,9. Tendo em vista o excerto de texto e os conteúdos do livro-base A prosa ficcional: teoria e análise de textos, sobre os estudos realizados por Norman Friedman no que diz respeito ao foco narrativo selecione a alternativa correta. Nota: 20.0 A Friedman discute a falta de técnica na elaboração de textos. Essa ausência de zelo na produção faz com que haja um desinteresse pelos textos narrativos. B Friedman descreve quatro tipos de foco narrativo, ou seja: autor onisciente intruso, narrador onisciente neutro, ‘eu’ como testemunha e narrador-protagonista. C Para Norman Friedman, autor e narrador não são termos equivalentes, cada um deles possui suas próprias especificidades. Você acertou! Comentário: “O texto traz introdução, expondo o problema, e primeira parte com detalhado histórico das abordagens da questão, enquanto na segunda descreve os oito tipos de foco narrativo que distingue [...] [autor onisciente intruso, narrador onisciente neutro, ‘eu’ como testemunha, narrador-protagonista, onisciência seletiva múltipla, onisciência seletiva, o modo dramático e a câmera] sempre com farta exemplificação extraída da literatura anglo-americana” (livro-base, p. 125). A explicação de cada um desses tipos pode ser encontrada no livro-base, p. 125-137. “Há ainda um último bloco em que se discute a adequação das escolhas dos escritores de criação, bem como as falhas decorrentes da inadequação entre propósitos e técnica adotada” (p. 123). “Note-se que aparecem os dois termos, narrador e autor, não como equivalentes, cada um guardando suas especificidades” (p. 126). Sobre o ‘narrador onisciente neutro’, “a diferença essencial entre o tipo anterior [autor onisciente intruso] e este é a ‘ausência de intromissões autorais diretas, [o que] não implica necessariamente, contudo, que o autor negue a si mesmo uma voz’ [...]. Ou seja, não há comentários pessoais do autor” (p. 130). D Segundo Friedman a diferença entre “autor onipresente intruso” e “narrador onipresente crítico” já que a narração linear apresenta a vida do autor. E A especificidade do texto narrativo, pode ser entendida, pela posição em que os personagens são apresentados e pelo modo como sua presença torna o narrador desnecessário. Questão 4/5 - Análise de Texto Literário: Prosa Atente para a citação: “A coincidência perfeita entre o desenvolvimento cronológico da diegese e a sucessão, no discurso, dos acontecimentos diegéticos, não se encontra possivelmente em nenhum romance. Aos desencontros entre a ordem dos acontecimentos no plano da diegese e a ordem por que aparecem narrados no discurso, daremos a designação de anacronias”. Após esta avaliação, caso queira ler o texto integralmente, ele está disponível em: SILVA, Vitor Manuel de Aguiar e. Teoria da Literatura. Coimbra: Livraria Almedina, 1999. p. 751. Considerandoessa citação e os conteúdos tratados no livro-base A prosa ficcional: teoria e análise de textos, sobre a distância entre o “tempo da narração” e o “tempo do narrado”, segundo Mendilow, analise as assertivas e assinale a única alternativa correta: Nota: 20.0 A As distâncias entre tais tempos resultam em modalidades romanescas distintas. Você acertou! Comentário: A questão está correta, uma vez que “É abordado [por Mendilow] [...] o aspecto da distância entre o tempo da narração e o tempo do narrado, resultando em diferentes modalidades romanescas (livro-base, p. 180). B O romance autobiográfico é retrospectivo e não há distância entre os tempos. C No romance epistolar, não existe aproximação entre um tempo e outro. D No romance que se apresenta na forma de diário, existe uma distância ainda maior entre esses dois tempos. E Não há a possibilidade de a narração focalizar o futuro, pois este nunca será o “tempo do autor”. Questão 5/5 - Análise de Texto Literário: Prosa Observe a passagem de texto: “Memórias póstumas de Brás Cubas, romance de Machado de Assis, inaugura tempos modernos. Sepulta em ironia a maneira antiga de ler e de escrever romances, satirizando as convenções românticas, às quais o próprio Machado pagara tributo em obras anteriores [...]. Temos agora, pela voz de Brás Cubas, a estreia de um romancista em plena maturidade, escrevendo para um público que, como ele, precisava aprender a desvestir-se de hábitos e valores provincianos”. Após esta avaliação, caso queira ler o texto integralmente, ele está disponível em: LAJOLO, Marisa. O romance que vem inaugurar os tempos modernos. In:ASSIS, Machado. Memórias póstumas de Brás Cubas, São Paulo: FDT, 1991. p. 10. Considerando a passagem de texto e os conteúdos abordados no livro-base A prosa ficcional: teoria e análise de textos, sobre a fase “realista” de Machado de Assis, analise a alternativa correta. Nota: 20.0 A Na fase realista, as personagens machadianas são mais elaboradas, porém a técnica de composição ainda é antiga, estruturando a narrativa em capítulos longos. B Os romances machadianos da fase realista são cinco: Memórias póstumas de Brás Cubas, Quincas Borba, Dom Casmurro, A mão e a luva e Iaiá Garcia. C Nos romances, Machado ataca a hipocrisia humana e desmascara o jogo das relações sociais, apresentando indivíduos falsos que têm intenções contraditórias. Você acertou! Comentário: “No que tange às obras, principalmente romances e contos da fase realista de Machado, segundo Alfredo Bosi [...], trata-se do ponto mais alto e equilibrado da prosa realista brasileira. É com a publicação de Memórias póstumas de Brás Cubas (1981) que o autor muda o rumo de sua obra. Aparecem personagens mais elaboradas, bem como uma nova técnica de composição dos romances passa a vigorar na construção das narrativas, seja pelo contato do narrador com o leitor, seja pela estrutura organizada em capítulos e frases curtos. As obras dessa fase fogem à linearidade temporal, garantida pelo uso de digressões. Ainda, os temas ganham a profundidade da alma humana em sua beleza e em sua mesquinhez. É desnudando esse universo, por vezes não tão belo, que Machado revela com maestria as mazelas humanas. [...] Assim, são considerados romances do ciclo realista Memórias póstumas de Brás Cubas, Quincas Borba, Dom Casmurro, Esaú e Jacó e Memorial de Aires. Além dos romances, a partir de 1869 Machado escreveu cerca de 200 contos, sendo ainda publicada, dentro do período romântico, a coletânea Contos fluminenses. Entre os mais variados contos de Machado, a crítica reverencia, principalmente, ‘O espelho’, ‘A cartomante’, ‘Missa do Galo’, ‘O alienista’, ‘A causa secreta’ e ‘Entre Santos’” (livro-base, p. 214, 215). A propósito os romances A mão e a luva e Iaiá Garcia pertencem à fase romântica do escritor. Lembra-se ainda que “Tanto nos romances quanto nos contos, a narrativa de Machado é marcada pela elegância e estilo na escrita, descrevendo o comportamento das personagens em pormenores, assentando-lhes a dimensão humana, sem moralismos. A narrativa ganha um maior tom de verossimilhança, afastando-se da superficialidade que, geralmente, marcava a construção dos enredos e/ou episódios de obras românticas. Nos romances, cria um discurso ferino ao atacar a hipocrisia humana e desmascarar o jogo das relações sociais, sugerindo indivíduos falsos que têm intenções opostas às que aparentam. Ainda, ao desenvolver personagens femininas sedutoras, sensuais, astuciosas, ambíguas e com personalidade forte, Machado abre o álbum das mulheres símbolo dentro de sua escrita. Nos contos, identificam-se personagens femininas fortes, com força de interiorização. São mulheres racionais, ambíguas e calculistas, como é o caso de Conceição, de ‘Missa do galo’, ou de D. Paula, cujo conto leva seu nome “ (livro-base, p. 215,216). D Nos contos, Machado apresenta personagens femininas internamente frágeis. São mulheres irracionais, sentimentais. Assim é Aurélia, de Senhora. E A mão e a luva é um dos romances realistas de Machado de Assis que retrata o tráfico de escravos.
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