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AP1 gabarito História contemporânea I

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Gabarito da AP1 2018.2 
 
Questão 1 
 
1 - A derrocada das antigas estruturas feudais já vinha acontecendo na Inglaterra de 
forma continuada, resultante de um longo processo político, influenciado pelo 
pensamento religioso e pelas revoluções de 1640 e 1688. No século XVII a Inglaterra 
também se lançou na aventura ultramarina. Esses empreendedores retornavam à 
Inglaterra enriquecidos, e foram se constituindo numa nova classe social. Originária da 
antiga burguesia mercantil, e dona da metade das terras do país, a gentry foi se tornando 
uma classe de capitalistas agrários. As leis de cercamentos obrigaram a aristocracia a 
vender ou investir em seus antigos domínios senhoriais, intensificando a criação de 
ovelhas. Ao reduzir a oferta de terras públicas, expulsou do campo uma parcela 
significativa da população (proletariado) que para sobreviver foi obrigada a vender-se 
nas cidades por um preço baixo. Os interesses da velha aristocracia, dos novos 
capitalistas, das igrejas protestantes e o poder do Estado, então, se coadunaram, e esses 
se apoiaram mutuamente na exploração dessa crescente mão-de-obra sem terra e sem 
trabalho que migrava para as cidades. Esses fatores permitiram à Inglaterra sua 
antecipação no capitalismo industrial. A Primeira Revolução Industrial delimita-se entre 
meados do século XVIII até 1830. Durante esse período, as atividades predominantes 
foram gradativamente migrando do campo para a indústria. Isso se deveu a uma 
mecanização inicial por meio de sistemas de energia gerados por máquinas a vapor. A 
siderurgia ainda era insipiente e os processos químicos industriais ainda estavam se 
desenvolvendo. 
 
2 - Thompson entende a formação de classe quando algumas pessoas se identificam, 
umas com as outras, pela identificação de experiências e interesses comuns, 
normalmente opostos aos interesses de outros grupos. Essa identidade se constrói a 
partir das relações de produção, criando uma consciência de classe. O autor chama de 
consciência de classe a maneira como essas experiências vão sendo expressas nas 
tradições, valores, ideias e formas institucionais. 
 Em sua análise, inusitada para sua época, Thompson dá uma nova perspectiva à 
história social, quando aponta a formação da classe operária como produto dessa 
cultura. 
 
Questão 2 
 
1) O mundo burguês é extremamente complexo, pois possui diferentes figuras sociais. - 
- O empresário capitalista, que busca obter o lucro máximo e acumular capitais. Eles se 
caracterizam por diferentes estilos de vida, e com interesses muitas vezes conflitantes. - 
- Os profissionais liberais, prestadores de serviços fundamentais, em setores como 
construção civil, justiça, saúde e educação. 
- Outra categoria, os funcionários públicos e das grandes empresas privadas, são 
resultantes do processo de burocratização do Estado, e trabalham na indústria, no 
comércio, no setor financeiro e na parte burocrática do próprio Estado. Não possuem 
autonomia profissional, dependendo do Estado ou das grandes empresas. Assim como o 
proletariado, são dependentes de um mercado de trabalho, mas seu trabalho não é 
manual, o que faz com que se sintam ideologicamente próximos à alta burguesia. 
- Trabalhadores autônomos, como os artesãos, comerciantes e pequenos proprietários 
de terra, são donos dos meios que produzem sua mercadoria, mas não tem o padrão do 
capitalista burguês. Na verdade, seu trabalho está fadado a sucumbir diante da produção 
em massa das grandes indústrias. Por essas razões, costuma se posicionar contra a 
onipotência do capital, mas também contra a classe operária, que o pressiona por baixo. 
 A coesão dessas diferentes categorias se dá, mais do que no capital, no plano 
ideológico, nos denominadores comuns de liberdade, de individualismo e nos valores da 
sociedade de mercado. 
 Nos países onde a burguesia rural era forte, os países que se formaram foram de cunho 
liberal-democrático. Onde isso não ocorreu, formaram-se governos conservadores e 
autoritários. 
 Na Inglaterra, o processo de modernização foi conduzido pela gentry, capitalistas 
agrários. Eles conseguiram aglutinar em torno de si tanto a velha aristocracia, como a 
burguesia mercantil, pequenos proprietários e profissionais liberais. Esse fato favoreceu 
a destruição da antiga ordem sem que houvesse necessidade de revolução sangrenta. A 
Revolução Gloriosa, praticamente sem derramamento de sangue, foi a tradução desse 
conflito entre o bloco social supracitado e a monarquia, terminando com a instauração 
da monarquia constitucional parlamentar. 
 Na França, a nobreza abandonou o campo e se mudando para a Corte de Versailles, 
criada por Luis XIV para controlar a nobreza e afirmar seu poder absoluto. Nas 
províncias, então, assumia o poder uma burguesia emergente, assumindo cargos 
públicos, funções de justiça e governo, a “nobreza de Toga”. Desta forma, os nobres 
conservavam privilégios econômicos, criando forte descontentamento da classe 
camponesa, maioria da população na época. A onda revolucionária que se seguiu 
terminou com o triunfo da burguesia, mas custou uma radicalização, por meio da 
participação dos trabalhadores urbanos e rurais, que levou à criação de um Estado 
centralizador, porém liberal. 
 Nos EUA, sem um passado feudal, a ênfase se deu na moral do trabalho e a difusão de 
formas de democracia local. O choque se deu contra a Inglaterra, que impedia a livre 
determinação do povo americano. Neste caso, então, a formação do Estado coincidiu 
com a descolonização, constituindo-se numa democracia liberal. 
 Na Alemanha, a burguesia gravitava de forma subalterna em torno da antiga 
aristocracia. A força política e econômica estava nas mãos da nobreza rural, e não na 
burguesia nacional. A burguesia foi então incorporada no universo fundiário, de forma 
extremamente subordinada, o que a levou a renunciar aos objetivos democráticos, 
proporcionando o surgimento de uma classe dirigente conservadora e reacionária. 
Enquanto a industrialização ocorria de forma extremamente rápida, na política 
predominavam o militarismo e o chanceler (nomeado pelo imperador) tinha mais poder 
do que o parlamento. 
 Como na Alemanha, a unificação italiana se deu de cima para baixo. Eles não 
buscavam exatamente uma paridade entre as entidades territoriais, mas sim a libertação 
de domínio estrangeiro. Na verdade, houve uma incorporação do resto do país ao reino 
do norte, já bastante industrializado. Seguiu-se um modelo político-social monárquico e 
elitista. A burguesia era politicamente fraca e as massas camponesas não foram 
envolvidas no processo. 
 
2) O operariado passou a ser percebido como classe a partir do momento em que 
começou a se associar e se reunir em grêmios e fábricas. Paralelamente, parte 
significativa desses operários compreendeu a necessidade de assumir a luta trabalhista 
dentro da política oficial. Um momento importante foi o movimento pela Carta do Povo 
na Inglaterra (1830/1840), a luta pelos direitos trabalhistas. Conhecido como cartismo, o 
movimento englobava os sindicalistas e os que acreditavam numa política parlamentar. 
Lutavam pelo fim do trabalho infantil e pela regulamentação da jornada de trabalho. 
 Quanto à educação, foi na França onde surgiram as primeiras teorias sobre o tipo de 
educação que seria melhor para ao operário, visando à futura transformação do 
capitalismo em socialismo. A socialização da educação era fundamental para acabar 
com a desigualdade entre os indivíduos. Até então a educação reproduzia a ideologia 
burguesa. Era preciso criar propostas pedagógicas direcionadas aos filhos de operários, 
capazes de transforma-los em sujeitos livres, autônomos e pensadores de si mesmos. 
 Enquanto a população pobre tornava-se proletária, virava uma perigosa ameaça à 
elite. Por essa razão, passou a ser controlada e obrigada a empregar-se como classe 
trabalhadora. Permanentementevigiados em todas as suas instituições, não escapavam a 
esse controle. E quem o fazia era classificado como vagabundo e preso. Ao longo do 
século XIX o sistema prisional foi se expandindo. O objetivo era quebrar a resistência 
da população mais pobre. A questão social era, então, um caso de polícia. 
 Em geral, os trabalhadores moravam amontoados em cubículo insalubres, dividindo 
uma habitação com várias famílias, sem direito à intimidade, de forma promíscua. As 
crianças também trabalhavam, e os poucos que conseguiam frequentar a escola pública, 
eram estigmatizados. 
 
Questão 3 
 
a - A época mais charmosa da burguesia iniciou-se na década de 1880, estendendo-se 
até a década de 1920, exaltando o apogeu de seu modo de vida. A Belle Époque 
correspondeu ao momento de realização, por uma nascente sociedade de consumo, das 
inovações trazidas pela indústria. Diferente do espaço público da vida camponesa ou 
proletária, a vida pública burguesa se desenvolveu em espaços públicos, mas pagos. A 
vida acontecia nas novas partes das cidades, aquelas já urbanizadas e saneadas, livre dos 
costumes promíscuos das classes proletárias, que tanto chocavam e enojavam as 
famílias de “bem”, os médicos e os urbanistas. Paris deu o exemplo a ser seguido pelas 
outras cidades. Entre 1852 e 1870, a capital francesa sofreu uma profunda 
transformação urbana, onde foram derrubados bairros antigos e construídas grandes 
obras públicas, como o Champs-Elysées e outras áreas verdes abertas para a 
convivência social. Acabar com os guetos e “limpar” a cidade, transferindo a pobreza 
urbana para áreas mais distantes, foi uma fórmula seguida pelas principais capitais 
mundiais, inclusive o Rio de Janeiro, no início do século XX. 
O modo de vida burguês tendia para o ambiente privado e individualizado da 
família, mas apesar disso ingressou nos espaços públicos para festejar sua visibilidade. 
Como exemplo, podemos citar os eventos comemorativos como o da Revolução 
Francesa, símbolo da ascensão da burguesia à condição de classe dominante, e as 
exposições de mostra da produção industrial, que exibiam a capacidade econômica das 
grandes nações, seu progresso material. 
 
b - A Segunda Revolução Industrial iniciou-se em 1850/1870 (esse desenvolvimento se 
iniciou em temporalidades diferentes nas nações europeias) e terminou em 1914. Neste 
período a máquina a vapor e a tração animal foram substituídas pelas máquinas movidas 
a energia elétrica gerada pela queima de carvão mineral (termelétricas). 
 A descoberta do processo de produção de aço, alimentado com óleos e derivados de 
petróleo, por Carl Siemens, transformou a Alemanha no maior conglomerado 
metalúrgico europeu e o maior fabricante mundial de armamentos. Também foi na 
Alemanha que se inventou o motor de combustão interna, possibilitando as invenções 
dos primeiros automóveis movidos à gasolina. 
 Mas quem popularizou o automóvel foi Henry Ford, nos EUA, usando a teoria 
administrativa de Friedrich Taylor, o taylorismo. Era uma nova forma de produção, 
baseada em uma metodologia serial e repetitiva, com controle minucioso do tempo de 
cada atividade dos operários. Essa aplicação na linha de montagem de seus automóveis 
levou ao fordismo. Este sistema permitiu o aumento da produção, barateando o custo do 
automóvel. Essa tecnologia fordismo-taylorismo dominou a atividade industrial em todo 
o mundo durante a primeira metade do século XX. 
Os produtos químicos, antes extraídos de vegetais, começaram a ser subtraídos de 
subprodutos do carvão, do petróleo, do nitrogênio e do fósforo, transformando para 
sempre o modo de vida do século XX na era da sociedade industrial. 
 
c - A partir da década de 1860, o volume do comércio mundial e o crescimento da 
produção manufatureira aumentaram rapidamente. A industrialização, antes limitada à 
Grã-Bretanha e partes da Europa continental e América do Norte, começava a 
transformar outras regiões. Entre 1871 e 1914, desenhava-se um novo quadro 
geopolítico, tenso, entre nações em ascensão e nações em queda, cuja disputa pela 
hegemonia europeia e pelas cada vez mais reduzidas possibilidades de expansão 
territorial dentro desse continente levaria à expansão imperialista. Neste quadro, França 
e Inglaterra tornaram-se os principais protagonistas, suplantando Alemanha e Itália, por 
sua unificação tardia. 
Na Ásia, a ocupação foi anglo-francesa, com o domínio holandês apenas na 
Indonésia. 
O Reino Unido, já em 1897, tinha expandido sua área de dominação à África 
meridional, ocidental e oriental (Egito), que com o sudeste asiático (Índia), formava o 
Império Britânico. A França dominou a Argélia e toda a região costeira da África, 
conhecida como Magreb. 
Os demais países europeus foram beneficiados pela Partilha da África. Portugal 
manteve Angola e Moçambique, à Bélgica coube o Congo, a Alemanha ocupou a 
Tanzânia, Namíbia e Camarões, a Itália dominou a Líbia, Somália e Eritréia. A Rússia 
disputava a região da Manchúria com a China.

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